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Resumo

Este subprojeto visa mostrar a importância da migração no âmbito social, como também pontuar as mudanças
migratórias ocorridas no Brasil, tendo como foco analisar porque os estudam centralizam-se apenas naqueles
que migram ou querem migrar. Analisar as pessoas que optam por não migrar e as razões para isso são os
principais objetivos, o desejo de migrar não é suficiente para migrar, pois existem barreiras, obstáculos, termos
legais, que impedem as pessoas de realizarem seu desejo, independente por qual motivo tenham decidido a
mudança. Dessa forma, pretende-se estudar a população não migrante. Pois, os motivos para permanecer, o local
a ficar trazem dúvidas importantes e devem ser trazidas para a área de pesquisa. A realidade da pessoa é o
principal motivo que a faz decidir sair ou permanecer no local, os desejos pessoais conversam com o ambiente
ao redor, desejar ficar, em alguns casos exige uma necessidade maior do que migrar, e nesses casos entender os
motivos pela qual ficar torna-se muito necessário.

Palavras-chave: Migração. Importância do estudo de migração. Não migrantes voluntários. Razões para não
migrar.

1 Introdução

"Partieran um dia de la tierra amada, buscando um terruño em donde vivir. Buscando uma casa para el primer
hijo, buscando um lugar donde ser feliz". (Fragmento do poema "Inmigrantes", de Roberto Antônio Druetta).

Os estudos sobre migração devem ser cada vez mais procurados, realizados e incentivados, pois esse fenômeno
tem aumentado nas últimas décadas “ O desemprego passa a ser uma característica estrutural do neoliberalismo,
e as pessoas, então, migram em busca, fundamentalmente, de trabalho. E isto se verifica tanto no plano interno
como no internacional.”(Marinucci MARINUCCI. MILESI, 2004). “Os movimentos migratórios são
conhecidos como um conjunto de laços sociais que ligam comunidades de origem a específicos pontos de
destino nas sociedades receptoras.” (SANTOS, 2011), ou seja, as pessoas saem de uma realidade em busca de
outra mais receptiva e atraente, onde podem viver melhor, levando em consideração relações familiares, na qual
todos os membros são beneficiados de alguma forma, “as interações entre os membros familiares na forma de
troca de informações sobre o ambiente doméstico, a comunidade e o mercado de trabalho, são a chave para se
compreender o processo de tomada da decisão de migrar” (Jong et al 1998), como também o custo de vida, os
prós e contras de uma mudança brusca e possivelmente permanente. As pessoas buscam, hodiernamente,
melhoras no estilo de vida, tanto no quesito de segurança, emprego ou qualidade de vida, ou seja, “o migrante é
um indivíduo racional que decide migrar a partir de um cálculo de custos e benefícios que o leva a ter uma
expectativa de retorno positivo – geralmente monetário – obtido com o movimento.” (Sjaastad, 1962; Todaro,
1969), ao pensar em migrar analisa-se diversos fatores, econômicos, como possibilidade de aumento de salário
e/ou na diminuição dos custos de vida, além disso, fatores educacionais também entram nessa linha de
pensamento, visto que investir na educação, ou seja, ter um grau de escolaridade maior, aumenta as chances de
ser aceito e adaptar-se em um novo lugar. Mas a escolha de migrar envolve muitos detalhes, que precisam ser
levados em consideração para a realização de uma pesquisa, e esses fatores articulam de acordo com cada
pessoa. No quesito de dados, a autora Marcia Maria (2009) traz que isso se deve em grande parte pelo fato de
termos atualmente 192 milhões de pessoas fora de casa. O que equivale a quase 3% da população mundial
segundo a OIM-International Organization for Migration/ONU. Entretanto, razões sociais não são as únicas que
afetam na decisão de migrar ou não migrar “a ONU estima que mais de 50 milhões de pessoas devem deixar
suas casas nos próximos anos em função das catástrofes ambientais.” (SOUZA, 2011).

Migrar está interligado a vários fatores e ao meu ver, em um mesmo local podem-se ter várias opiniões sobre
migrar e seus motivos, como também sobre não migrar. A princípio, a migração ocorria dos países de sul para os
do norte, mas, análises mais recentes da ONU mostram que esse deslocamento está ocorrendo de forma mais
lenta, atualmente, também em grande fluxo dentro do próprio hemisfério Sul.

Essa ação está relacionada a diversas questões, entre elas o texto destaca ver a aspiração como uma atitude "uma
tendência psicológica que é expressa pela avaliação de uma entidade particular com algum grau de favor ou
desfavor" (Eagly e Chaiken 1993,). Podemos entender a aspiração de migrar como uma ligação pessoal com
determinado lugar, individualmente atribuímos valores aos lugares, e muitas vezes almejamos fazer parte dos
valores e do cotidiano de um lugar que não é o que habitamos atualmente.

Outro fator interessante é não nos limitarmos ao desejo de migrar ou não, em muitos casos aspirar requer mais
recursos do que ficar, porém em alguns casos ocorre o contrário. Explicar querer migrar em algumas situações
se torna mais fácil, porém vivemos em uma sociedade que não tem mais o hábito de migrar, em alguns casos
possuem apenas o desejo, mas decidir ficar ocasionalmente requer mais explicações e recursos do que sair.

“indivíduos que reagem de forma diferenciada quando confrontados com os fatores


que induzem à migração. Aqueles que respondem ao estímulo têm algumas
características comuns que os diferenciam dos demais, que não reagem a tal
estímulo. Estas características são ligadas, principalmente, à idade, à instrução e à
especialização, ao estado civil, às aspirações e ao sexo. Pode-se então descrever um
migrante típico como um adulto jovem, solteiro, com certo nível de instrução, que
irá buscar uma colocação no mercado de trabalho do centro urbano, onde terá
melhores chances de realizar suas aspirações”. (CASTIGLIONE, 1989. p.4)

Entretanto a migração vai além de uma meio de realização de desejo, pois cada pessoa carrega consigo seus
hábitos, costumes e, principalmente, sua cultura e ao torna-se imigrante deve se acostumar com uma nova
cultura e costumes, podendo ocorrer a perda de sua origem ou a exclusão social por não fazerem parte daquele
meio cultural. Além das barreiras sociais e dificuldade ao se adaptar a linguagem.

Segundo CARLING, existem diversos tipos de migrantes, não migrantes involuntários, que possuem o desejo,
mas não tem capacidade, migrantes, aqueles que desejam e executam a migração, e não migrantes voluntários,
que permanecem em seu local de origem por acreditar que a não migração é preferível à migração, também
podem ser classificados por imobilidade aquiescente.

Ao longo dos anos a migração brasileira sofreu mudanças, na década de 1980 os fluxos migratórios
Nota: a palavra 'aquiescente' significa 'permanecer em repouso'
interestaduais aumentaram “Comparando-se os volumes da migração interestadual, o país registrou, nos anos
70, em torno de 9,5 milhões de pessoas que declararam ter mudado de Estado pelo menos uma vez na década;
esse volume elevou-se para 10,6 milhões entre 1981-1991, alcançando 12,5 milhões nos anos 90” (CUNHA,
2005). Entretanto as estimativas que os anos 90 seriam como os 80 não progrediu devido a descentralização das
indústrias, na região Norte o número de emigrantes praticamente triplicou de 1970 aos anos 2000, porém entre
os anos 80 e 90 o número de imigrantes manteve-se alto, ultrapassando a casa do milhão.

“Enquanto em 1995, os migrantes eram aproximadamente 4 milhões de pessoas (3% da população), em 2008,
esse número caiu para 3,3 milhões (1,9% da população). Além da diminuição do fluxo migratório nesse período,
também foram registradas mudanças no perfil do migrante.” (IPEA). A maior parte da migração ocorre nas
regiões nordeste e sudeste, mas a situação que os imigrantes se encontram mudou, a formalidade do trabalho
melhorou, assim como o nível de escolaridade dos imigrantes, que se tornou maior do que os próprios nativos da
região, entretanto segundo Cunha (2005) os índices de migração voltaram a crescer entre 1990 e 2000,
comparados as baixas de 1980, devido ao aumento econômico pós crise.

Gráfico 1: Representa o saldo migratório entre as regiões sudeste e nordeste entre 1992 a 2008.

Fonte IPEA

Segundo pesquisas feitas pelo IBGE (instituto brasileiro de geografia e estatística) a migração interna vem
diminuindo e os fluxos de pequenas mudanças, como, de município se mantiveram, mas não de estado ou
região.

"A última década aponta ainda para mudanças nas correntes migratórias, em que Rio de Janeiro e São Paulo
deixam de ser “importadores” e passam a “exportadores” de moradores, enquanto o Espírito Santo desponta
como foco de atração de novos habitantes.” (REVISTA VEJA, 2011)
Essa queda está diretamente relacionada ao motivo pela qual as pessoas decidiram migrar para outra região,
sendo esses melhores empregos, assim como melhoras na qualidade de vida e na segurança pública. Desde
1980, as atividades econômicas se dispersaram, deslocando-se das grandes metrópoles para regiões mais
isoladas, como o norte e nordeste do país, causando uma migração de retorno. Com o censo de 2000, revelou-se
que existiam cerca de 5,1 milhões de migrantes no País, e de acordo com o Pnad (Pesquisas Nacionais por
Amostra de Domicílios) realiza em 2004, os dados indicam 4,63 milhões de migrantes naquele ano, porém, em
2009 o número caiu para 3,24 milhões. Em uma comparação do estado do São Paulo e Espírito Santo , o estado
paulista teve uma conversão entre os emigrantes e imigrantes, segundo a Pnad havia 53.000 emigrantes a mais
que imigrantes em São Paulo, já o Espírito Santo, teve um crescimento no setor industrial, sendo o único estado
de 2004 a 2009 sem queda no número de imigrantes, devido, principalmente, ao crescimento da indústria
siderúrgica, mineradora e petrolífera.

Voltando essa pesquisa ao estado do Espírito Santo em comparação aos demais estados, obteve-se destaque
maior, pois não houve queda na taxa de migração. Por volta de 1990, o Espírito Santo apresentou um
crescimento acima da média nacional, devido ao crescimento econômico no estado, entretanto o aumento na
economia foi monopolizado na região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), “, a migração contribuiu com
aproximadamente 17% do incremento populacional entre 2000 e 2010 no estado” (DOTA,2016. p.144 )

Gráfico 2: Proporção das componentes no incremento demográfico. Espírito Santo e localidades selecionadas.
2000-2010.

Fonte: DATASUS. Sistema de informação de Mortalidade (SIM) e de Nascidos Vivos (SINASC). IBGE. Censo
Demográfico de 2000 e 2010. Tabulações do autor Ednelson Mariano Dota

“O Rio Grande do Sul foi o estado com maior taxa de retorno de migrantes, segundo dados da Pnad 2009,
divulgados pelo IBGE. Estados do Nordeste como Pernambuco, Sergipe e Rio Grande do Norte, além de Minas
Gerais e Paraná, também registraram grande número de moradores que tinham deixado a terra natal e voltaram,
provavelmente movidos por oportunidades de emprego e alta atratividades de cidades de porte médio"
(REVISTA VEJA, 2011).
O gráfico abaixo mostra de forma nítida a queda dos fluxos migratórios, em três tipos diferentes de migração. O
volume é aproximadamente 50% menor comparando os fluxos interestaduais aos inter-regionais e
intrarregionais.

Gráfico 3: Volume da migração interestadual, inter regional e interregional Brasil de 2000/2005 e 2010/2015

Fonte: Fundação IBGE PNAD de 2005 e 2015. Tabulação e elaboração dos autores Ednelson Mariano Dota e
Silvana Nunes de Queiroz

É importante ressaltar que existem fatores da migração que devem ser considerados em uma pesquisa, ademais
essa pesquisa tem o objetivo de trazer as motivações e interesses de uma pessoa para a escolha entre migrar e
não migrar. Trago duas reflexões, a primeira é entender por que os estudos se centralizam naqueles que optam
por migrar, e a segunda é mostrar a importância de se estudar os não migrantes.

Primeiramente, os pesquisadores do ramo de migração estão a todo momento procurando entender, quantificar e
qualificar os migrantes. Além de ser uma mudança cara, o migrante enfrenta barreiras sociais, como, o tipo de
imigrante que são aceitos nos países mais desejados, pois esses locais são seletivos, buscam migrantes que vão
trazer pontos positivos ao seu país.

O artigo “Revisiting aspiration and ability in international migration” de CARLING, Jorgen, 2018. separa em
modelos para compreender a migração em todos os seus contextos, no primeiro modelo é revelado que é melhor
mudar migrar, do que continuar na mesma situação em que se encontram. Existem três categorias de migração,
aqueles que aspiram e de fato se mudam, aqueles que aspiram migrar mas por alguma ou diversas razões não a
faz (não migrante involuntário), e os que não querem migrar pois aceitam ou gostam de sua realidade,
independente do motivo (não migrante voluntários).

A realidade da pessoa é o principal motivo de decisão para sair ou permanecer no local, as aspirações pessoais
conversam com o ambiente ao redor. Logo após o indivíduo decidir-se, migrar, procura os meios mais corretos,
fáceis e muitas vezes mais baratos de migrar.

A diferença entre os migrantes e não migrantes está apoiado, como dito anteriormente em diversos fatores, e
uma pesquisa realizada pelo Golgher (2006) leva em consideração aspectos como o sexo, idade, raça,
escolaridade, renda e participação no mercado de trabalho, relações de domicílio e se o indivíduo vivia no setor
urbano ou rural. Trazendo alguns dos resltados da pesquisa, ela mostra que em maioria o sexo feminino migra
mais do que o sexo masculino, e esse resultato esta ligado, principalmente, a busca de emprego e a demanda de
trabalho feminino em regiões especificas, como no Rio de Janeiro e no Distrito Federal. No âmbito da idade, a
pesquisa mostra que a faixa etária de 15 a 64 anos tem mais de 68% de migrantes em todos os estados
brasileiros. Entre o grau de escolaridade é unânime que todos os migrantes têm um grau de escolaridade maior
do que os não migrantes, Racialmente, a maioria dos estados estavam passando por uma homogeneização.

É indiscutível que os fatores socioeconômicos são os maiores estimuladores para processos migratórios e sem
dúvidas este tem sido o principal alicerce dos estudos em torno dos fenômenos de migração pretendendo
analisar a situação daqueles que saiam de suas terras natais em busca de um melhoramento em suas condições
de vida, pode-se observar que períodos de grande avanço industrial no Brasil na totalidade de suas regiões
culmina na diminuição das taxas de migração decorrente do avanço da urbanização que tal proposta propicia,
como pode-se observar durante o período de 2002 a 2007 visto o grande investimento realizado na região
nordeste e não só no setor secundário.

Tais dados revelam o motivo da ânsia dos pesquisadores em buscar cada vez mais informações sobre migrações,
visto que tal fenômeno flerta com diversas áreas socioeconômicas e culturais, e o enfoque de tais projetos tem
sido a parcela da população que optou por realizar a migração, quando o quadro daqueles que não migraram
sendo estes voluntários ou não tem o potencial de revelar ainda mais questões sobre a desigualdade presente não
só em nosso país, mas, como também apresentada em todos os setores do mundo globalizado. Exemplo, as
constantes movimentações entre os países do norte e do sul, sendo estes últimos historicamente explorados e
expostos a condições de vida não tão satisfatórias, e o cerne do problema não pode ser resolvido por um olhar
unilateral sobre aqueles que saíram de tais regiões, mas, atribuído a isto, estudos e projetos devem levar em
consideração e aprofundar-se em projetos para com aqueles que não puderam migrar de suas regiões e o porque
não puderam. Tais informações terão um papel fundamental para a aquisição de novos olhares acerca dos
problemas e questões que envolvem o êxodo de pessoas de suas regiões de origem, assim como os motivos por
trás disso.

Escolher entre a migração ou não requer análises profundas, pois muitas vezes o menor fator interfere de forma
total nos resultados, Golgher dá um exemplo nítido disso em uma de suas dissertações, “Pense em um caso
hipotético no qual existem dois indivíduos semelhantes em todos os aspectos, mas com taxa de desconto
diferente. Os dois têm uma família semelhante, um emprego semelhante, nível de escolaridade igual etc. Além
disso, o custo da migração é o mesmo para ambos. SC o retorno atual em cada período subseqüente no atual
local de domicílio e no novo local foram também semelhantes para ambos, o que apresentar as maiores taxas de
desconto terá menores probabilidades de migrar. Suponha que um sofre de pressão alta e o outro, não. O
primeiro sabe que pode sofrer um derrame a qualquer momento e, por isso, sua taxa de desconto é elevada. Se
todos os demais aspectos forem semelhantes, ele não irá investir em uma troca de domicílio que o outro, mais
saudável, poderia realizar.”

Em uma pesquisa realizada pelo Golgher no estado de Minas Gerais comparando a população com base nos
dados de migração de 1991. “A tabela 6.1 mostra a distribuição da população por sexo. Pode-se observar que a
população do Estado é predominantemente feminina e que, para os migrantes, a diferença é um pouco maior.
Quando se analisam apenas as pessoas entre 20 e 29 anos, tem-se uma estreita maioria masculina para a
população não-migrante e um grande predomínio das mulheres para os migrantes. Estes dados mostram a maior
mobilidade feminina no Estado, quando comparadas com os homens, principalmente para pessoas jovens.”
(GOLGHER, 2001)

Tabela 1: Distribuição da população de Minas Gerais quanto ao sexo.

Outra pesquisa também realizada no estado de Minas Gerais, por Gama (2017),traz a diferença entre o
rendimento dos migrantes e não migrantes “observa-se que os rendimentos do trabalho percebidos por migrantes
são, em média, maiores do que os dos não migrantes, sendo que essa diferença apresentou crescimento
expressivo, passando de aproximadamente 10% para cerca de 26,5%, entre 2000 e 2010.” (GAMA, 2017).

Todos esses trabalhos mostram que na maioria dos casos a migração poderia ser mais vantajosa do que a
permanência, apesar dos fatores cruciais para a não migração, com isso dúvidas de porque permanecer quando
as maiores oportunidades, independente do fator final na decisão, estão do lado de fora. Escolha de migrar ou
não migrar envolve diversos fatores que devem ser incluídos na pesquisa, pois a razão pela qual um indivíduo
decide migrar ou não, interfere na análise de tais dados.

A cultura também é um fator que influencia na escolha e deve ser analisada da mesma forma. Podemos entender
a aspiração de migrar como uma ligação pessoal com determinado local, individualmente damos valores aos
lugares, e muitas vezes queremos fazer partes dos valores do cotidiano de uma região que não habitamos
atualmente.

Existe, entre todas as mobilidades, uma categoria em que as pessoas não aspiram migrar, não possuem a
capacidade de tal desejo, seja por razões familiares ou econômicas.

Existe uma diferença entre uma pessoa incapaz de migrar para outra incapaz de desejar, a diferença pode estar
ligada a situação da pessoa, pois em alguns momentos tal realidade cotidiana é tão ruim que torna-se incapaz de
almejar a migração, ou seja, ela não possui perspectiva de melhorar de vida o que a leva à ser incapaz de desejar.
Já as que não desejam migrar, estão satisfeitas com sua situação atual ou não querem sair daquela realidade.

Poder aspirar a migrar é algo construído socialmente também. Independente da situação do país, nem sempre a
totalidade da população deseja migrar e isso é um fator que deve ser observado melhor.
Desejar migrar pode estar diretamente ligado ao psicológico da pessoa, a busca do bem estar. A migração se
torna um meio de obter bem estar físico e mental. Da mesma forma que escolher permanecer em seu local de
origem, e entender essa parcela da população é o foco desta pesquisa.
Referências

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Minas Gerais. 2001.
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caso dos bolivianos. PUC-SP - Brasil. São Paulo. 2009.
CARLING, Jorgen. SCHEWEL, Kerilyn. Revisiting aspiration and ability in international migration. Journal of
Ethnic and Migration Studies - Issue 6: Special Issue: Aspiration, Desire and the Drivers of Migration. Volume
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SANTOS, Anderson. A Importância dos Estudos sobre os Movimentos Migratórios na Região Fronteiriça entre
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