Você está na página 1de 4

1

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

DISCIPLINA:Fundações e Obras de Terra I


PROFESSORA: Aline Cristina Souza dos Santos

ACADÊMICOS:
 GABRIELA DI MATEOS GARCIA (gabriela_dimateos@hotmail.com)
 MATEUS VINÍCIUS BAVARESCO (mateus_bavaresco@hotmail.com)
 PEDRO AUGUSTO SALAMONI (psalamoni@hotmail.com)

ESTACAS INJETADAS

1 – INTRODUÇÃO

A estaca injetada passou a ser utilizada a partir da década de 50, quando foi
patenteada por um professor italiano. Inicialmente, esse tipo de estaca foi
desenvolvido para reforço de fundações, contenção de encostas e melhoramento do
solo.
A princípio, eram comercializadas apenas estacas com diâmetros menores ou
iguais a 20 cm, com isso, as mesmas passaram a ser denominadas de “estacas de
pequeno diâmetro”, atualmente, porém, são comercializadas estacas de até 50 cm,
o que não confere pequeno diâmetro, portanto, são conhecidas como “estacas
escavadas, com injeção” ou “estacas escavadas injetadas”, como define a NBR
6122/96.
As estacas escavadas injetadas são perfuradas e moldadas “in loco”, podem
ser classificadas conforme o método executivo, que as divide em dois grupos:
estacas-raiz (baixas pressões de injeção) e microestacas (alta pressão de injeção).

1.1 – ESTACAS-RAIZ

Estaca concretada “in loco”, cuja perfuração pode ser realizada por rotação ou
rotopercussão, apresentando direção vertical ou inclinada.
2

1.1.1 – PERFURAÇÃO

A perfuração é feita por equipamentos mecânicos apropriados que possuem


pequena dimensão e ferramentas especiais para o serviço, como um sistema
rotativo, utilizando um tubo onde a extremidade é presa a uma coroa de perfuração
de acordo com as características geológicas da obra.
O material retirado pela perfuração é eliminado consecutivamente através do
refluxo do fluído de perfuração, pela fenda criada entre o tubo de revestimento e o
solo (o diâmetro da coroa é maior que o do tubo). Essa água ajuda a lubrificar a
coluna, facilitando assim a saída do tubo de dentro da terra.

1.1.2 – ARMAÇÃO

Quando o processo de perfuração estiver concluído, inicia-se o de armação,


que consiste em instalar a armadura que possui o comprimento do fuste. Se o fluido
escolhido foi a lama bentonítica, é realizada uma lavagem com água para retirar
essa lama totalmente e, então, coloca-se uma armadura metálica dentro do tubo de
perfuração.
Essa armadura pode ser feita com uma ou mais barras montadas em gaiolas
conforme especificado pelo projeto estrutural da estaca, tubo metálico ou uma
mescla de ambos.Vale lembrar que em função do atrito lateral, a seção da armadura
ao longo do fuste pode ser variável.

1.1.3 – INJEÇÃO DE ARGAMASSA

A injeção de argamassa, mais conhecida como concretagem, é realizada sob


pressão, entre 0,0 a 0,4 MPa (que varia de acordo com o solo e é precisamente
controlada), utilizando-se uma argamassa de alta resistência.
Coloca-se o tubo de concretagem até o fundo do local perfurado e é lançada
a argamassa de baixo para cima, garantindo-se a troca do fluído de perfuração.
Quando toda perfuração estiver completa de argamassa, é inserido um
tampão no topo do revestimento precedendo-se a retirada do mesmo com um
extrator hidráulico e, logo após, é injetado de ar comprimido, controlado para evitar
3

muitas deformações no terreno, o que assegura a qualidade do fuste e também a


aderência adequada da estaca com terreno.
A repetição é necessária nesse processo, é necessário acrescentar
argamassa no tubo tendo em vista que seu nível deve estar acima da coroa de
perfuração. No dimensionamento estrutural da estaca deve-se considerar a
resistência da argamassa, isso reduz o valor da armadura necessária e dessa forma,
um custo final menor.

1.2 – MICROESTACAS

A execução de uma microestaca compreende fundamentalmente cinco fases


consecutivas, detalhadas abaixo.

1.2.1 –PERFURAÇÃO AUXILIADA POR CIRCULAÇÃO DE ÁGUA

A perfuração de uma microestaca é feita de forma similar a perfuração de


uma estaca do tipo raiz.

1.2.2 –INSTALAÇÃO DO TUBO-MANCHETE

A instalação do tubo depende do tipo a ser utilizado. Quando é feito de PVC,


por exemplo, é obrigatório o uso de armaduras que o envolvam, afinal o material em
questão não possui característica estrutural, já no caso do tubo de metal, fica
optativo o uso.
A escolha do diâmetro externo do tubo-manchete é um detalhe importante
nesse projeto. As espessuras variam de acordo com o solo, porém, a menos que se
tenha experiência local, não é recomendável a adoção de espessuras maiores que 3
cm.

1.2.3 –EXECUÇÃO DA “BAINHA”

Após a instalação do tubo-manchete, é injetada a calda de cimento até que


atravesse a boca do furo, simultaneamente é feita a retirada do tubo de
revestimento.
4

Existe um método que consiste em preencher o furo com argamassa e, em


seguida, mergulhar o tubo-manchete na mesma, o qual pode baratear o custo da
bainha. Porém, o mesmo tem apresentado problemas executivos, motivo pelo qual é
pouco utilizado.
Independente do processo, ao final deve-se lavar a bainha com água corrente
para que não fiquem resíduos de cimento no tubo de injeção, que será importante
para próxima fase.

1.2.4 – INJEÇÃO DE CALDA DE CIMENTO

A injeção de calda de cimento é feita através de um tubo dotado de obturador


duploacoplado a um misturador e bomba de injeção. A pressão máxima a ser
aplicada pode chegar aos3 MPa, sendo medida através de um manômetro instalado
na tubulação de injeção.

1.2.5 –VEDAÇÃO DO TUBO-MANCHETE

Para a vedação, é utilizado o preenchimento com nata de cimento ou com


argamassa. Se necessário, a armadura pode ser concluída nessa fase, instalando-
se barras longitudinais (devidamente envolvidas pela mesma nata ou argamassa) no
interior do tubo.

REFERÊNCIAS

ABMS/ABEF - HACHICH, W. et al. Fundações: teoria e prática. 2ª edição. São


Paulo: Pini, 1998.

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122:Projeto


e execução de fundações. Rio de Janeiro: ABNT, 1996.

Estacas raiz. Disponível em: <http://www.rocafundacoes.com.br/estaca_raiz.asp>.


Acesso em: 12 de ago. de 2011.

Você também pode gostar