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Quarta, 28 de Agosto de 2013


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EDIÇÃO Nº 99 ESPECIAL
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Futuro (in)certo
OK
Viver Brasil tenta desvendar o mistério dA chamada precognição, ou
premonição na linguagem popular

Texto: Miriam Gomes C halfin | Fotos: Leo Fontes


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04 de M ar
C ULTURA
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DIVERSÃO "Achar mão de obra
Gustavo Paiva: “Ouço alguém me falando coisas que vão acontecer” qualificada também é um dos
EM DESTAQUE nossos grandes desafios",
14 de abril de 1912. Era quase meia-noite quando o navio Titanic atingiu um afirma Paulo Castellari.
EMPRESA iceberg nas águas geladas do Atlântico Norte. Duas horas e meia depois, o 04 de M ar
gigante, que fazia sua viagem inaugural entre a Inglaterra e os Estados Unidos,
ENTREVISTA afundou no mar. Mais de 1.500 pessoas morreram no acidente. Quatorze anos
antes, em 1898, o escritor norte-americano Morgan Robertson concluiu o romance
Futility or the Wreck of the Titan (Futilidade ou o Naufrágio de Titan), com a história
ESPEC IAL
de um naufrágio exatamente nas mesmas circunstâncias. Tanto na ficção quanto
na vida real, os capitães dos transatlânticos têm o mesmo nome: Smith. Para
EVENTO
completar, outras pessoas também disseram que desistiram de viajar no Titanic
MERC ADO PET porque tiveram um mau presságio. Coincidências ou premonições?

PASSEIO C ULTURAL Difícil saber, ainda mais se considerarmos outros casos famosos, como, por
exemplo, a queda do World Trade Center, em Nova Iorque, e a morte dos
PERFIL Mamonas Assassinas em um acidente de avião. Até que ponto uma tragédia pode
ser obra do acaso ou se confirmar, posteriormente, como premonição? Como a
POLÍTIC A ciência explica acontecimentos assim?

Essa é uma pergunta ainda sem resposta. O professor doutor Wellington Zangari,
RELIGIÃO
pesquisador do Inter Psi – Laboratório de Psicologia Anomalística e Processos
Psicossociais, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP),
REPORTAGEM esclarece que o termo usado cientificamente é precognição. Trata-se de um tipo de
percepção extrassensorial (ESP, na sigla em inglês), ou seja, conhecimento direto,
SAÚDE sem mediação física conhecida, de eventos do futuro. “Do ponto de vista científico,
a precognição é uma hipótese. Isso significa que há cientistas envolvidos em
empregar o método da ciência para tentar encontrar evidências de sua existência.
Na verdade, há uma enorme controvérsia a respeito de sua existência.”
ARTICULISTAS Entretanto, segundo Zangari, não se pode descartar a interpretação psicológica
que as pessoas fazem dessas experiências. É aqui que entra a parapsicologia,
ciência que estuda as interações humanas extrassensoriais, mas ainda sem
ARNALDO NISKIER conseguir explicar a natureza desses fenômenos.

C ARLOS LINDENBERG Assim, o próprio ser humano acabou criando deuses, demônios, fadas e outras
respostas para explicar os eventos paranormais. “Tendemos a encontrar sentido
EDUARDO FERNANDEZ em tudo que nos rodeia e a todas as experiências internas que temos. Sentimo-
nos mais seguros quando conseguimos diminuir a sensação de vivermos em um
HERMÓGENES LADEIRA mundo caótico e incontrolável”, diz o pesquisador. Mas longe de achar que
conhecer o futuro tem ligação direta com a religião ou o esoterismo. Ele explica que
PAULO C ESAR DE OLIVEIRA o termo premonição é derivado do latim pré, que significa antes, e monitios, aviso.
“Seria, de acordo com uma tradição religiosa, aviso sobre eventos futuros
informados por entidades espirituais. Já precognição é um termo mais neutro,
WAGNER GOMES
relacionado à suposta capacidade do ser humano de conhecer fatos futuros.
Premonição é uma interpretação religiosa da precognição”, esclarece.

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E o que a ciência não consegue explicar totalmente sempre é polêmico e cercado


COLUNISTAS de mitos. “O primeiro deles é que a precognição não significa prever, mas, sim,
conhecer”, defende a pesquisadora Marcia Cobêro, que trabalhou 32 anos no
Centro Latino-Americano de Parapsicologia. Filósofa, teóloga e parapsicóloga, ela
ANA ELIZABETH DINIZ
explica que o ser humano é corpo e alma: o conhecimento por meio dos sentidos
(do corpo físico) é limitado, mas para a alma não existe tempo, distância e
ANGELINA FREITAS obstáculos. “Todo ser humano tem capacidade de conhecer o passado, o presente
e o futuro. É um conhecimento espiritual, e não material, que fica arquivado no
C LÁUDIA R. & DENISE M. inconsciente e se manifesta raramente. Isso geralmente acontece com pessoas
mais emotivas, sugestionadas, que passam por fortes mudanças emocionais ou
FERNANDO TORRES que têm conflitos psicológicos diversos.”

LUC IANA AVELINO Quando esse tipo de fenômeno ocorre, a pessoa fica surpreendida e o atribui ao
sobrenatural. Se ela é católica, vai dizer que a premonição é um dom do Espírito
MÁRC IA Q. & ALESSANDRA V. Santo; se acredita na doutrina de Allan Kardec, atribuirá esse poder aos espíritos.
“O fenômeno é explicado pela ciência como telepatia entre vivos. E a premonição é
PC O uma subdivisão dela”, diz Marcia Cobêro. Segundo ela, a telepatia pode ser
referente ao passado, ao presente fisicamente distante e ao futuro. As visões
podem ser de acontecimentos bons ou ruins, estes mais comuns. “O inconsciente é
como shopping, com um monte de lojas, que são os arquivos. O que mais chama a
atenção: uma bolsa bonita ou um assalto? Claro que é o assalto. No meu
inconsciente tem tudo, todo conhecimento bom e ruim, mas o que sobressai são os
acidentes, as mortes.” E é exatamente sobre fatos como esses que os adivinhos
profissionais fazem premonições generalizadas. Na opinião de Marcia,
Nostradamus foi o adivinho que teve mais acertos, mas o texto dele é cheio de
simbolismo. “O mal dos anos 1980 foi interpretado como a 3ª Guerra Mundial, que
não aconteceu. Aí mudaram para a descoberta da aids”, exemplifica.

O pesquisador Zangari afirma que a percepção extrassensorial é dividida,


basicamente, em telepatia (interação entre seres humanos sem o uso dos sentidos
conhecidos) e clarividência (interação entre homens e meio ambiente sem o uso
dos sentidos), e qualquer pessoa pode tê-la. Os sonhos, por exemplo, seriam uma
das formas de expressão de informações teoricamente paranormais.

Além dos sonhos, o psicólogo Mário Oliveira, coordenador geral da Associação


Internacional de Parapsiquismo Interassistencial, diz que a precognição pode
ocorrer por meio da projeção da consciência (experiência fora do corpo). “Quando
dormimos profundamente, temos essa vivência para trocar energias com o
ambiente. É uma questão fisiológica. Pode ocorrer também durante meditação e na
vigília”. A explicação é que, quando pensamos em alguma coisa, essa informação já
está disponível no cosmos. Pessoas mais sensíveis podem ter a percepção e captar
um pensamento que está no ar e traduzi-lo. “Todos nós temos condições de
desenvolver essa capacidade. Basta querer e treinar. Se eu penso que vai
acontecer algo no futuro, e não existe nenhum estudo de probabilidade, mas
aquela premonição ocorre, não posso caracterizar isso como uma simples
coincidência”, afirma.

“Todos os fenômenos
que têm um quê de
esotérico e metafísico,
a ciência, de modo
geral, não consegue
explicar, mas visualiza
uma probabilidade
muito grande de eles
ocorrerem. A
conscienciologia
estuda as energias
que envolvem o
mundo e as pessoas,
os fenômenos
extrassensoriais”, diz
Oliveira. Pesquisas
feitas nos Estados
Unidos, com uso de
ba​ralho para testes
parapsicológicos
(chamado Zener),
comprovam que é
possível desenvolver
essa habilidade: as
pessoas adivinham,
com alto percentual
de acerto, a
sequência de cartas.

Para o pesquisador
Cláudia Fonseca Moura:"Não me lembro da infância, Wellington Zangari,
mas minha mãe garante que eu falava coisas que, entretanto, nenhum
muitas vezes, aconteceram depois” fenômeno paranormal
pode ser treinado.
“Se isso fosse possível, haveria um crescimento gradual do controle dessas
habilidades e, consequentemente, maior acerto das pessoas que fazem essa
afirmação. Ninguém conseguiu demonstrar capacidade de controlar tais
fenômenos, mas aumentar a ocorrência das experiências paranormais, ou
seja, a interpretação que fazem de suas vivências. Elas vão cada vez mais
acreditando que podem fazer alguma coisa paranormal dada a crença que
depositam em suas técnicas.”

Mas será que a precognição pode vir acompanhada de outro fenômeno, como
escutar vozes? Para Mário Oliveira, isso é possível, sim. É o que acontece, há
cerca de 10 anos, com o arte-finalista Gustavo Pereira Paiva, 30. “Ouço
alguém me falando coisas que vão acontecer, mas não tenho contato visual.
Previ, por exemplo, que minha prima estava grávida, antes mesmo de ela
saber”, lembra. As experiências não têm hora ou lugar certo para ocorrer:
simplesmente acontecem. Uma das mais dolorosas foi sobre a morte de um
parente. “Eu estava no banho e uma voz começou a me falar sobre coisas
que iriam acontecer. Menos de um mês depois, minha mãe, que era muito
ativa e saudável, morreu de hepatite. Fiquei muito assustado.” Estudar o
espiritismo foi a saída encontrada p or Paiva para interpretar melhor as
mensagens.

A pediatra Cláudia Fonseca Moura, 39 anos, conta que, desde criança, tem
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A pediatra Cláudia Fonseca Moura, 39 anos, conta que, desde criança, tem

uma sensibilidade muito grande. “Não me lembro da infância, mas minha mãe
garante que eu falava coisas que, muitas vezes, aconteceram depois. Eu
sempre conversava com meu anjo da guarda, que me orientava.” Um dos
casos que mais a impressionaram foi a saída do corpo, enquanto dormia, e a
conversa com um espírito de luz. “Ouvi alguém me chamando e, de repente, vi
meu corpo físico na cama. Eu flutuava. Um facho de luz se formou e começou a
conversar comigo. Era a mensagem do filho de uma vizinha que havia morrido
há alguns anos e sofria porque sua mãe não parava de chorar. Ele me pediu
para falar com a mãe que estava bem.”

Depois desse episódio, Cláudia quis saber que fenômeno era esse e passou a
se informar sobre conscienciologia. Começou a desenvolver técnicas de
projeção da consciência, com o alvo mental de conhecer a alma gêmea. “Tive
uma saída consciente do corpo e me vi flutuando sobre uma rua que não
conhecia. Observei os prédios, as casas, todos os detalhes. Entendi que,
naquela rua, morava meu futuro companheiro.” De volta ao corpo físico, ela
anotou em um caderno tudo que havia acontecido, e chegou a procurar o
local, sem êxito. Nove meses depois, na casa de uma amiga, ela conheceu a
pessoa com quem se casou. “Quando fui à casa dele, tive sensação de que já
conhecia aquele lugar. E era exatamente a rua sobre a qual havia flutuado”,
relembra.

A jornalista e psicóloga Ila Rezende, 51, também começou a ter percepções


de outras dimensões quando era criança. “Eu devia ter uns 9 anos e estava
conversando com uma moça, que reclamava muito da mãe. Eu lhe falei para
tratá-la bem, pois a mãe poderia morrer, o que ocorreu na outra semana.
Fiquei assustada e cheguei a me questionar se havia provocado aquilo”,
relata. Outro caso aconteceu quando a irmã dela estava de malas prontas
para a primeira viagem internacional. “Poucos dias antes, eu sonhei que
nossa mãe iria morrer. Quando ela retornou da viagem, a irmã da minha mãe
faleceu. Na maioria das vezes, minha s premonições se confirmam, mas nem
sempre é com a mesma personagem.” Ela também previu que seria demitida
da empresa em que trabalhava há 10 anos: teve o mesmo sonho três vezes.
Para entender melhor o que acontecia, Ila passou a frequentar cursos no
Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia (IIPC). “O que
antes eu chamava de sonho passou a ser compreendido como um fenômeno
parapsíquico, a precognição.”

A cozinheira Claudia Leão, 39 anos, também teve vários sonhos


premonitórios. Em um deles, uma amiga, muito triste, lhe contava que estava
passando por dificuldades no casamento. “Pouco tempo depois, ela me
telefonou e disse que estava tendo problemas com o marido. Foi exatamente
igual”, lembra. O fato mais marcante foi a morte do próprio pai. “Ele era muito
sensível à dor e sempre passava mal. Da última vez, assim que o toquei, senti
que ele iria morrer. Meu pai foi levado para o hospital e faleceu duas horas
depois.”

Sonhos premonitórios e histórias como essas podem ser consideradas


experiências extrassensoriais? Há quem defenda que sim e que não, e a
controvérsia está longe de ter um desfecho. “Continua tanto o interesse do
ser humano em antecipar o futuro por meio dos sonhos e de outros
procedimentos quanto a polêmica a respeito da realidade dessa possibilidade.
Psicologicamente falando, são duas faces de uma mesma moeda: por um
lado, queremos acreditar; por outro, sabemos que precisamos mais do que o
desejo pessoal para sustentar nosso sistema de crenças”, destaca o
pesquisador Wellington Zangari.

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