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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS

Adriany Adrien Ramirez Neves


Deivid Carubina Almeida
Ellen Souza Eller Teixeira
Evelyn Araújo Duarte
Kayuanca Nayara de Albuquerque
Matheus Dal Bosco Macari
Maria Eduarda Andrade Trajano
Naiara Teixeira Lima

PROTEÍNAS COMO AGENTES INFECCIOSOS:

PRÍONS E ENCEFALOPTIAS ESPONGIFORMES TRANSMISSIVÉIS


HUMANAS

Porto Velho, RO

21 de Setembro de 2020
Sumário:

1- Resumo..................................................................................................................4

2- Introduçao.............................................................................................................5

3- Sintomatologia......................................................................................................8

4- Diagnostico, tratamento e prevenção...................................................................9

5- Referências............................................................................................................10

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Resumo:

As encefalopatias espongiformes são doenças neurodegenerativas fatais que podem acometer


os seres humanos, podendo ser de natureza hereditária, infecciosa ou esporádica. A Doença
de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) é uma Encefalopatia Espongiforme Transmissível que acomete os
humanos, sua incidência é estável e descrita com sendo de 1 a 2 casos novos a cada 1.000.000
de habitantes e é discretamente mais prevalente em mulheres. Tem caráter neurodegenerativo
não existindo tratamento e sendo fatal em todos os casos. É causada por uma partícula proteica
infectante denominada de “PRION’’, que afeta de maneira degenerativa o cérebro humano. A
partir dos primeiros sintomas da doença, o tempo de vida médio paciente é de um ano. O
paciente típico com DCJ desenvolve uma demência progressiva rapidamente associada com
sinais neurológicos multifocais, ataxia e mioclonias ficando sem fala e imóvel na fase
terminal. Os príons acumulam-se e destroem os neurônios, provocando quadros conhecidos
como encefalopatias espongiosiformes. Como a invasão da célula alvo é, geralmente,
específica a cada espécie ou espécies correlatas, por depender de receptores de membrana
celular, concluiu-se que as doenças priônicas eram causadas por uma nova classe de agentes
infecciosos, menores ainda do que os vírus e, aparentemente, desprovidos de DNA ou RNA.

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INTRODUÇÃO
A Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) é uma Encefalopatia Espongiforme Transmissível que
acomete os humanos, sua incidência é estável e descrita com sendo de 1 a 2 casos novos a
cada 1.000.000 de habitantes e é discretamente mais prevalente em mulheres. Tem caráter
neurodegenerativo não existindo tratamento e sendo fatal em todos os casos. É causada por
uma partícula proteica infectante denominada de “PRION’’. Assim como outras
encefalopatias espongiformes transmissíveis, é caracterizada por uma alteração espongiforme
visualizada ao exame microscópico do cérebro. Regularmente é diagnosticada no país,
ocorrendo normalmente em pessoas com idade entre 60 e 80 anos, com uma idade média de
morte de 67 anos. A partir dos primeiros sintomas da doença, o tempo de vida médio paciente
é de um ano. O paciente típico com DCJ desenvolve uma demência progressiva rapidamente
associada com sinais neurológicos multifocais, ataxia e mioclonias ficando sem fala e imóvel
na fase terminal.
Os príons são proteínas que se mostram capazes de auto-replicação apesar de, para isso, alterar
o metabolismo celular. São responsáveis por inúmeras doenças em animais e no ser humano
(doenças priônicas), todas elas fatais. Apresentam enorme variabilidade quanto ao período de
incubação, de alguns meses a anos.
Os príons acumulam-se e destroem os neurônios, provocando quadros conhecidos como
encefalopatias espongiosiformes. As encefalopatias espongiformes são doenças
neurodegenerativas fatais que podem acometer os seres humanos, podendo ser de natureza
hereditária, infecciosa ou esporádica.
O conceito das doenças priônicas, proposto por Stanley B. Prusiner, pressupõe a existência de
uma noção nova na biologia, conhecida como a "hipótese príon" (pro- teinaceous infectious
particles). Essa concepção foi considerada herética na época por supor a existência de doenças
infecciosas produzidas por agentes desprovidos de ácidos nucléicos.

Desde os trabalhos pioneiros de Watson e Crick, em 1953, considera-se que o ácido


desoxirribonucléico (DNA) é a molécula orgânica capaz de armazenar informações
biológicas, utilizando para isso os nucleotídeos adenina, timina, citosina e guanina. Tais bases
nitrogenadas agrupam-se em pares e são capazes de estocar, em um código binário, a correta
seqüência de aminoácidos que compõem cada proteína ou enzima responsável pela
manutenção do metabolis- mo, crescimento e reprodução. Segundo a definição de Maturana e
Varela, o DNA é o código que sustenta todos os sistemas vivos conhecidos, por permitir a
autopoiese.

A molécula responsável por carregar essas informações codificadas do núcleo para o


citoplasma é o ácido ribonucléico (RNA), e o produto final dessa cascata de eventos é a

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proteína. Um dogma da biologia moderna considera que o fluxo de informações biológicas
deve, necessariamente, seguir essa seqüência de eventos. A única forma de vida conhecida
capaz de subverter parcialmente esse sistema são os retrovírus (HIV, HTLV), que utilizam a
enzima transcriptase reversa para sintetizar DNA a partir do RNA. Alguns raros RNAvírus e
viróides (vírus de plantas) utilizam apenas o RNA como sistema codificador, sem precisar do
DNA para sintetizar proteínas.
A hipótese príon ignorou o chamado "dogma central da biologia" por aceitar que partículas
protéicas pudessem, diretamente, produzir doenças sem a participação aparente de qualquer
ácido nucléico, seja DNA ou RNA. Apresenta-se, a seguir, possíveis repercussões desses
novos patógenos na dermatologia, com especial enfoque no risco representado pelo uso tópico
de produtos derivados de cerebrosídeos bovinos (ceramidas) e da placenta, além de alguns
procedimentos dermatológicos que envolvem produtos potencialmente infectados pelos
príons.
Outras doenças priônicas foram posteriormente reconhecidas como tal apesar de, ao longo dos
anos, terem sido agrupadas sob a nomenclatura genérica e pouco precisa.
Além de apresentarem quadro de ataxia e demência, também demonstram padrão
anatomopatológico, afeta nove famílias em todo o mundo e também desenvolve o mesmo
quadro anatomo clínico. Apesar do padrão de herança familiar presente em todas elas serem/
casos esporádicos.

Durante décadas vem-se estudando material biológico oriundo de animais e humanos


infectados com as doenças priônicas, sem que nunca tenha sido isolado qualquer agente
infeccioso. A microscopia eletrônica de varredura, capaz de detectar os menores vírus
conhecidos atestou apenas a presença de depósitos amilóides anormais amostras do tecido
contaminado foram expostas à radiação ultravioleta, calor (até 170°C), óxido nítrico, peróxido
de hidrogênio, hidroxilaminas ou enzimas capazes de fragmentar ácidos nucléicos (nucleases)
sem que o agente perdesse sua capacidade infectiva, na destruição de todos os fungos,
bactérias, clamídeas e vírus (RNA ou DNA) conhecidos.
Como a invasão da célula alvo é, geralmente, específica a cada espécie ou espécies correlatas,
por depender de receptores de membrana celular, concluiu-se que as doenças priônicas eram
causadas por uma nova classe de agentes infecciosos, menores ainda do que os vírus e,
aparentemente, desprovidos de DNA ou RNA.
Agentes capazes de desnaturar proteínas, no entanto, eram efetivos na redução da
infectividade. Amostras expostas ao fenol, dietilpirocarbonato (DEP) ou tioproteases
deixavam de transmitir a moléstia. A única explicação possível era a de que, de alguma forma,
proteínas sozinhas eram capazes de provocar esses quadros neurológicos. No entanto, todo
rastreamento para proteínas estranhas também se mostrou improdutivo.
A hipótese príon ignorou o chamado "dogma central da biologia" por aceitar que partículas
protéicas pudessem, diretamente, produzir doenças sem a participação aparente de qualquer
ácido nucléico, seja DNA ou RNA. Muitos desses produtos são processados quimicamente,
como a glicerina e o glicerol presentes em cápsulas de medicamentos, supositórios e veículos
para aplicação tópica. Tais derivados apresentam, em geral, risco diminuto da presença de
príons. Outros, no entanto, como o categute e os implantes de colágeno, são utilizados quase

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in natura e podem apresentar risco real de disseminação da doença. Vários dos hormônios e
enzimas bovinos, como a insulina e a heparina, seriam desnaturados se submetidos ao calor
ou ao tratamento químico necessário à esterilização. Perderiam assim seu potencial de uso
biológico. Outros, como o soro fetal bovino (FBS), soro de bezerros recém-nascidos (NCS) e
tripsina bovina, são ingredientes fundamentais na manutenção das culturas de células que vão
produzir pele cultivada para enxertos ou colágeno para implantes intradérmicos. Os autores
sugeriram, recentemente, que qualquer um desses produtos biológicos oriundos de culturas de
células infectadas por príons poderia, teoricamente, transmitir a doença.

Como a PrPSc é uma proteína do próprio hospedeiro, apresentando exatamente os mesmos


determinantes antigênicos que sua contraparte normal (PrP), não é imunogênica.

A recente descoberta dos príons como agentes infecciosos tem modificado os conceitos
vigentes sobre alimentação e utilização de tecidos de origem animal por seres humanos.
Barreiras biológicas entre as espécies, o que costuma restringir a disseminação de outros tipos
de patógenos, parecem pouco afetar a disseminação das doenças priônicas. O longo período
de incubação dessas moléstias, por vezes medido em décadas, não permite tirar conclusões
mais exatas quanto à extensão da contaminação humana. Fato é que grande parte das técnicas
há muito consideradas seguras, como protocolos de esterilização e reciclagem da proteína
animal, está sendo revista. Parece sensato, portanto, tomar medidas semelhantes quanto ao uso
de produtos animais em implantes, suturas e formulações tópicas.

O agente etiológico responsável pela Doença de Creutzfeldt-Jakob, é uma partícula


proteinácea infectante denominada ‘‘príon” (em inglês: proteinaceous infections particles) e
por isso as EET são também conhecidas como doenças do príon ou priônicas. São agentes
infecciosos de tamanho menor que o dos vírus, formados apenas por proteínas, altamente
estáveis e resistentes a diversos processos físico-químicos.

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SINTOMATOLOGIA:
Embora exista uma grande variação nas manifestações clínicas a doença, caracteriza-se por
uma desordem cerebral com perda de memória e tremores. Não ocasiona febre nem outros
sintomas similares aos da gripe e em um terço dos casos os sintomas iniciam com ataxia, afasia
ou perda visual. Com a progressão da doença as pessoas podem apresentar insônia, depressão,
sensações inusitadas, desordem na marcha, postura rígida, ataques epilépticos e paralisia
facial.
A forma exata de aquisição da DCJ ainda é desconhecida, podendo ocorrer por quatro
mecanismos de transmissão conhecidos:
1-Esporádica: Não existe nenhuma relação de transmissibilidade, nem evidência da doença na
história familiar do paciente. Essa forma é responsável por aproximadamente 85% dos casos
de DCJ.
2-Hereditária: Decorrente de uma mutação no gene que codifica a produção da proteína
priônica, que tem 50%de probabilidade de ser transmitida aos descendentes. Surge como
consequência de procedimentos cirúrgicos (transplantes de dura-máter e córnea) ou através do
uso de instrumentos neuro-cirúrgicos ou eletrodos intracerebrais contaminados.
3-Variante da DCJ: A outra forma da doença está associada ao consumo de carne e
subprodutos de bovinos contaminados com Encefalite Espongiforme Bovina (Doença da
“vaca louca”) e é conhecida como variante da Doença de Creutzfeldt–Jakob (vDCJ). Os
primeiros casos surgiram em 1996 no Reino Unido e diferentemente da forma tradicional
(DCJ), ela acomete predominantemente pessoas jovens, abaixo dos 30 anos. O primeiro caso
mundial de possível transmissão sanguínea da nova variante da vDCJ foi divulgado
recentemente pelo Ministério da Saúde da Grã-Bretanha.

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DIAGNÓSTICO:
Diversos exames ajudam no diagnóstico de um caso suspeito para DCJ ou vDCJ. Os exames
de sangue para a análise genética no príon e o de liquor para detecção da proteína 14.3.3 são
bem indicativos para a doença. No entanto a confirmação definitiva só acontece com o exame
neuropatológico de fragmentos do cérebro.

TRATAMENTO:
Apesar de várias propostas terapêuticas terem sido estudadas, nenhuma até o momento foi
efetiva em mudar a evolução fatal da doença. Dentre as terapias relatadas encontram-se drogas
antivirais e corticoides, contudo aproximadamente 90% dos indivíduos acometidos evoluem
para óbito em um ano. Atualmente o tratamento recomendado é basicamente de suporte e
controle das complicações.

PRENVENÇÃO:
As medidas de prevenção estão voltadas contra a introdução da vDCJ no País. Desde 1998 o
governo brasileiro proibiu a importação de derivados de sangue humano doado por pessoas
residentes no Reino Unido, além da importação e da comercialização de carne bovina e
produtos de uso em saúde cuja matéria-prima seja originada de países que apresentaram casos
de EEB autóctones.

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REFERÊNCIAS:

Maturana HR, Varela FJ. The tree of knowledge. 1987. Boston, MA. Shambhala
Publications.

Omar Lupi, Doenças priônicas: avaliação dos riscos envolvidos na utilização de


produtos de origem bovina, An bras Dermatol, Rio de Janeiro, 78(1):7-18, jan./fev.
2003.

Afonso Carlos Neves, o paradigma do prion, Rev. Neurociências 11(1): 40-45, 2003

Forattini PO. Ecologia, epidemiologia e sociedade, artes médicas. São Paulo, Edusp,
1992.
Prusiner, Novel proteinaceous infectious particles cause scrapie. Science, 1982.

saude.campinas.sp.gov.br/saude/doencas/dcj/dcj.htm

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