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DIREITO EMPRESARIAL

Prova: XXXII - DIREITO SOCIETÁRIO - SOCIEDADES PERSONIFICADAS

Alexandre Larocque pretende constituir sociedade do tipo limitada sem se reunir a nenhuma outra
pessoa e consulta sua advogada para saber a possibilidade de efetivar sua pretensão. Assinale a opção
que apresenta a resposta dada pela advogada ao seu cliente.

A) É possível. A sociedade limitada pode ser constituída por uma pessoa, hipótese em que se aplicarão
ao ato de instituição, no que couberem, as disposições sobre o contrato social.
Resposta correta: A Lei n º 13.874/19, publicada no dia 20/09/2019, alterou o art. 1.052 do CC passando
a prever expressamente a Sociedade Limitada Unipessoal, isto é, a possibilidade da Sociedade Limitada
possuir apenas 1 sócio. Nesse caso, aplica-se ao documento de constituição do sócio único, no que
couber, as disposições sobre o contrato social (art. 1.052, §§ 1º e 2º, do CC).
FUNDAMENTO LEGAL:
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas
quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
§ 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas.     (Incluído pela Lei
nº 13.874, de 2019)
§ 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no que
couber, as disposições sobre o contrato social.     (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

B) Não é possível. A sociedade limitada só pode ser unipessoal acidentalmente e pelo prazo máximo de
180 dias, nos casos em que remanescer apenas um sócio pessoa natural.
Resposta errada: A sociedade limitada pode ser unipessoal, conforme comentário à alternativa A.

C) Não é possível. Apenas a empresa pública e a subsidiária integral podem ser sociedades unipessoais e
constituídas com apenas sócio pessoa jurídica.
Resposta errada: A sociedade limitada pode ser unipessoal, conforme comentário à alternativa A.

D) É possível, desde que o capital mínimo da sociedade limitada seja igual ou superior a 100 (cem)
salários mínimos e esteja totalmente integralizado.
Resposta errada: Na sociedade limitada unipessoal não há necessidade de integralização mínima do
capital social. No caso de EIRELI é que a integralização deve ser de no mínimo de 100 vezes o valor do
salário-mínimo.
FUNDAMENTO LEGAL:
CC, art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única
pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100
(cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011)  (Vigência)
*EIRELI

FONTE DE FUNDAMENTO LEGAL PARA AS QUESTÕES FUTURAS ASSEMELHADAS A ESTAS


CAPÍTULO IV
Da Sociedade Limitada
Seção I
Disposições Preliminares
CC, art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas
quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
§ 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas.     (Incluído pela Lei
nº 13.874, de 2019)
§ 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no que
couber, as disposições sobre o contrato social.     (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da sociedade
simples.
Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas
normas da sociedade anônima.
Art. 1.054. O contrato mencionará, no que couber, as indicações do art. 997, e, se for o caso, a
firma social.
CC, art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas
pelas partes, mencionará:
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação,
nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de
avaliação pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao disposto no instrumento do
contrato.

TÍTULO I-A
(Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

DA EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA (EIRELI)


Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única
pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100
(cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou
a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441,
de 2011) (Vigência)
§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente
poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. (Incluído pela Lei nº 12.441, de
2011) (Vigência)

§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da


concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das
razões que motivaram tal concentração. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 4º ( VETADO) . (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a
prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos
patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa
jurídica, vinculados à atividade profissional. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras
previstas para as sociedades limitadas. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

§ 7º  Somente o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da empresa individual de

responsabilidade limitada, hipótese em que não se confundirá, em qualquer situação, com o


patrimônio do titular que a constitui, ressalvados os casos de fraude. (Incluído pela Lei nº 13.874, de
2019)

Prova: XXXII - TÍTULOS DE CRÉDITO - ESPÉCIES DE TÍTULOS DE CRÉDITO

Bonfim emitiu nota promissória à ordem em favor de Normandia, com vencimento em 15 de março de
2020 e pagamento na cidade de Alto Alegre/RR. O título de crédito passou por três endossos antes de
seu vencimento. O primeiro endosso foi em favor de Iracema, com proibição de novo endosso; o
segundo endosso, sem garantia, se deu em favor de Moura; no terceiro e último endosso, o endossante
indicou Cantá como endossatário. Vencido o título sem pagamento, o portador poderá promover a ação
de cobrança em face de

A) Bonfim, o emitente é coobrigado, e dos obrigados principais Iracema e Moura, observado o aponte
tempestivo do título a protesto por falta de pagamento para o exercício do direito de ação somente em
face do coobrigado.
Resposta errada: Bonfim, como emitente, é o obrigado principal, não coobrigado.
B) Bonfim, o emitente e obrigado principal, e do endossante e coobrigado Moura, observado o aponte
tempestivo do título a protesto por falta de pagamento para o exercício do direito de ação em face do
coobrigado.
Resposta correta: O portador de uma letra pode exercer os seus direitos de ação contra os endossantes,
sacador e outros coobrigados se, vencido o título, o pagamento não foi efetuado. A recusa de
pagamento deve ser comprovada por um ato formal (protesto por falta de aceite ou falta de
pagamento). Nesse sentido, os arts. 43 e 44 da LUG. Anota-se que, Iracema, ao endossar sem garantia,
se eximiu da obrigação de pagamento, o mesmo ocorrendo com Normandia, ao endossar com a cláusula
“não à ordem” (art. 15 da LUG), restando o exercício do direito de ação em face de Bonfim, emitente e
obrigado principal, e Moura, coobrigado.

C) Normandia, primeira endossante e obrigado principal, e do endossante Moura, observado o aponte


tempestivo do título a protesto por falta de pagamento para o exercício do direito de ação em face de
ambos.
Resposta errada: Normandia é coobrigada, sendo Bonfim o obrigado principal.

D) Iracema, Normandia e Cantá, endossantes e coobrigados da nota promissória, dispensado o aponte


do título a protesto por falta de pagamento para o exercício do direito de ação em face deles.
Resposta errada: Iracema, ao endossar sem garantia, se eximiu da obrigação de pagamento, o mesmo
ocorrendo com Normandia, ao endossar com a cláusula “não à ordem” (art. 15 da LUG). Por sua vez,
Cantá, por ser o último favorecido de endosso em preto, é o legítimo possuidor do título, sendo ilógica
eventual ação de cobrança contra ele mesmo. Além disso, para exercer os seus direitos de ação contra os
endossantes, sacador e outros coobrigados, o legítimo possuidor precisa comprovar a recusa de aceite
ou de pagamento por um ato formal (protesto por falta de aceite ou falta de pagamento), conforme arts.
43 e 44 da LUG.

1. Pelo fato de ter sido o emitente da nota promissória, Bonfim é considerado o devedor (obrigado)
principal, e assim, é facultativo o protesto em face deste para que seja possível cobrar o valor contante
no título. Vide art. 78 da Lei Uniforme de Genebra (Decreto n. 57.663/66):
O subscritor de uma nota promissória é responsável da mesma forma que o aceitante de uma letra.
2. O primeiro endosso fora feito por Normandia (credora originária), que por sua vez, realizou endosso
em favor de Iracema, porém, incluindo cláusula proibitiva de novo endosso. Tal cláusula, no Código de
Processo Civil, é proibida, enquanto na Lei Uniforme de Genebra, é possível a sua colocação. Como a
LUG é norma especial e o Código Civil é norma geral, diante de conflito entre elas permanece a
disposição prevista na lei especial. Vejamos:
Art. 890. Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de endosso, a excludente
de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que dispense a observância de termos e
formalidade prescritas, e a que, além dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações.
Art. 15. O endossante, salvo cláusula em contrátrio, é garante tanto da aceitação como do pagamento
da letra.
O endossante pode proibir um novo endosso, e, neste caso, não garante o pagamento às pessoas a
quem a letra for posteriormente endossada.
Consequentemente, Normandia não pode ser acionada para pagamento.
3. O segundo endosso fora feito por Iracema em favor de Moura, mas também sem garantia, de forma
que ela também não poderia ser acionada para pagamento.
4. Como o último endosso foi feito por Moura em favor de Cantá, este, na qualidade de portador, pode
acionar o devedor principal (Bonfim) e o Endossante (Moura), mas para exercer este direito em face de
Moura (coobrigado), ele deverá protestar o título, conforme infere-se da norma contida no art. 54 da
LUG.

AQUI VAI UM MAPA MENTAL – Prof. JHSS (José haroldo S. S.)

*ELIMINANDO NORMANDIA E IRACEMA, RESTA BONFIM E MOURA PARA QUE O CANTÁ PREFIRA E
PROTESTE O TÍTULO, PARA ACIONAR.

FONTE DE FUNDAMENTO LEGAL PARA A FUTURAS QUESTÕES ASSEMELHADAS A ESTA:


DECRETO Nº 57.663 DE 24 DE JANEIRO DE 1966 (LUG),
artigo 15 – O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante tanto da aceitação como do
pagamento da letra.
O endossante pode proibir um novo endosso, e, neste caso, não garante o pagamento as
pessoas a quem a letra for posteriormente endossada.

Seção VII
Da Ação por falta de aceite e falta de pagamento

Art. 43 - O portador de uma letra pode exercer os seus direitos de ação contra os
endossantes, sacador e outros co-obrigados:
No vencimento:
Se o pagamento não foi
efetuado. Mesmo antes
do vencimento:

1 - Se houve recusa total ou parcial de aceite;

2 - Nos casos de falência do sacado, quer ele tenha aceite, quer não, de suspensão
de pagamentos do mesmo, ainda que não constatada por sentença, ou de ter sido promovida, sem
resultado, execução dos seus bens.

3 - Nos casos de falência do sacador de uma letra não aceitável.

Art. 44 - A recusa de aceite ou de pagamento deve ser comprovada por um ato


formal (protesto por falta de aceite ou falta de pagamento).
O protesto por falta de aceite deve ser feito nos prazos fixados para a apresentação
ao aceite. Se, no caso previsto na alínea 1 do artigo 24, a primeira apresentação da letra tiver sido feita
no último dia do prazo, pode fazer-se ainda o protesto no dia seguinte.
O protesto por falta de pagamento de uma letra pagável em dia fixo ou a certo
termo de data ou de vista deve ser feito num dos dois dias úteis seguintes àquele em que a letra é
pagável. Se se trata de uma letra pagável à vista, o protesto deve ser feito nas condições indicadas na
alínea precedente para o protesto por falta de aceite.
O protesto por falta de aceite dispensa a apresentação a pagamento e o protesto
por falta de pagamento.
No caso de suspensão de pagamentos do sacado, quer seja aceitante, quer não, ou
no caso de lhe ter sido promovida, sem resultado, execução dos bens, o portador da letra só pode
exercer o seu direito de ação após apresentação da mesma ao sacado para pagamento e depois de feito
o protesto.
No caso de falência declarada do sacado, quer seja aceitante, quer não, bem como
no caso de falência declarada do sacador de uma letra não aceitável, a apresentação da sentença de
declaração de falência é suficiente para que o portador da letra possa exercer o seu direito de ação.

Art. 45 - O portador deve avisar da falta de aceite ou de pagamento o seu


endossante e o sacador dentro dos quatro dias úteis que se seguirem ao dia do protesto ou da
apresentação, no caso de a letra conter a cláusula "sem despesas". Cada um dos endossantes deve, por
sua vez, dentro dos dois dias úteis que se seguirem ao da recepção do aviso, informar o seu endossante
do aviso que recebeu, indicando os nomes e endereços dos que enviaram os avisos precedentes, e assim
sucessivamente até se chegar ao sacador. os prazos acima indicados contam-se a partir da recepção do
aviso precedente.
Quando, em conformidade com o disposto na alínea anterior se avisou um
signatário da letra, deve avisar-se também o seu avalista dentro do mesmo prazo de tempo.
No caso de um endossante não ter indicado o seu endereço, ou de o ter feito de
maneira ilegível, basta que o aviso seja enviado ao endossante que o precede.
A pessoa que tenha de enviar um aviso pode fazê-lo por qualquer forma, mesmo
pela simples devolução da letra.
Essa pessoa deverá provar que o aviso foi enviado dentro do prazo prescrito. O
prazo considerar-se-á como tendo sido observado desde que a carta contendo o aviso tenha sido posta
no Correio dentro dele.
A pessoa que não der o aviso dentro do prazo acima indicado não perde os seus
direitos; será responsável pelo prejuízo, se o houver motivado pela sua negligência, sem que a
responsabilidade possa exceder a importância da letra.

Art. 46 - O sacador, um endossante ou um avalista pode, pela cláusula "sem


despesas", "sem protesto", ou outra cláusula equivalente, dispensar o portador de fazer um protesto
por falta de aceite ou falta de pagamento, para poder exercer os seus direitos de ação.
Essa cláusula não dispensa o portador da apresentação da letra dentro do prazo
prescrito nem tampouco dos avisos a dar. A prova da inobservância do prazo incumbe aquele que dela
se prevaleça contra o portador.
Se a cláusula foi escrita pelo sacador produz os seus efeitos em relação a todos os
signatários da letra; se for inserida por um endossante ou por avalista, só produz efeito em relação a
esse endossante ou avalista. Se, apesar da cláusula escrita pelo sacador, o portador faz o protesto, as
respectivas despesas serão de conta dele. Quando a cláusula emanar de um endossante ou de um
avalista, as despesas do protesto, se for feito, podem ser cobradas de todos os signatários da letra.

Art. 47 - Os sacadores, aceitantes, endossantes ou avalistas de uma letra são todos


solidariamente responsáveis para com o portador.
O portador tem o direito de acionar todas estas pessoas individualmente, sem
estar adstrito a observar a ordem por que elas se obrigaram.
O mesmo direito possui qualquer dos signatários de uma letra quando a tenha
pago. A ação intentada contra um dos co-obrigados não impede acionar os outros,
mesmo os posteriores aquele que foi acionado em primeiro lugar.

Art. 48 - O portador pode reclamar daquele contra quem exerce o seu direito de
ação:

1 - O pagamento da letra não aceite não paga, com juros se assim foi estipulado;

2 - Os juros a taxa de 6 por cento desde a data do vencimento;

3 - As despesas do protesto, as dos avisos dados e as outras despesas;

Se a ação for interposta antes do vencimento da letra, a sua importância será


reduzida de um desconto. Esse desconto será calculado de acordo com a taxa oficial de desconto (taxa
de Banco) em vigor no lugar do domicílio do portador a data da ação.

Art. 49 - A pessoa que pagou uma letra pode reclamar dos seus garantes:

1 - A soma integral que pagou;

2 - Os juros da dita soma, calculados a taxa de 6 por cento, desde a data em que
a pagou;

3 - As despesas que tiver feito.

Art. 50 - Qualquer dos co-obrigados, contra o qual se intentou ou pode ser


intentada uma ação, pode exigir, desde que pague a letra que ela lhe seja entregue com o protesto e um
recibo.
Qualquer dos endossantes que tenha pago uma letra pode riscar o seu endosso e
os dos endossantes subseqüentes.

Art. 51 - No caso de ação intentada depois de um aceite parcial, a pessoa que pagar
a importância pela qual a letra não foi aceita pode exigir que esse pagamento seja mencionado na letra
e que dele lhe seja dada quitação. O portador deve, além disso, entregar a essa pessoa uma cópia
autêntica da letra e o protesto de maneira a permitir o exercício de ulteriores direitos de ação.

Art. 52 - Qualquer pessoa que goze do direito de ação pode, salvo estipulação em
contrário, embolsar-se por meio de uma nova letra (ressaque) à vista, sacada sobre um dos co-
obrigados e pagável no domicílio deste.
O ressaque inclui, além das importâncias indicadas nos artigos 48 e 49, um direito de
corretagem e a importância do selo do ressaque.
Se o ressaque é sacado pelo portador, a sua importância é fixada segundo a taxa
para uma letra à vista, sacada do lugar onde a primitiva letra era pagável sobre o lugar do
domicílio do co-obrigado. Se o ressaque é sacado por um endossante a sua importância é fixada
segundo a taxa para uma letra a vista, sacada do lugar onde o sacador do ressaque tem o seu domicílio
sobre o lugar do domicílio do co-obrigado.

Art. 53 - Depois de expirados os prazos fixados:

- para a apresentação de uma letra à vista ou a certo termo de vista;

- para se fazer o protesto por falta de aceite ou por falta de pagamento;

- para a apresentação a pagamento no caso da cláusula "sem despesas";

O portador perdeu os seus direitos de ação contra os endossantes contra o sacador


e contra os outros co-obrigados, a exceção do aceitante.

Na falta de apresentação ao aceite no prazo estipulado pelo sacador, o portador


perdeu os seus direitos de ação, tanto por falta de pagamento como por falta de aceite, a não ser que
dos termos da estipulação se conclua que o sacador apenas teve em vista exonerar-se da garantia do
aceite.
Se a estipulação de um prazo para a apresentação constar de um endosso, somente
aproveita ao respectivo endossante.

Art. 54 - Quando a apresentação da letra ou o seu protesto não puder fazer-se


dentro dos prazos indicados por motivo insuperável (prescrição legal declarada por um Estado qualquer
ou outro caso de força maior), esses prazos serão prorrogados.
O portador deverá avisar imediatamente o seu endossante do caso de força maior
e fazer menção desse aviso, datada e assinada, na letra ou numa folha anexa; para os demais são
aplicáveis as disposições do artigo 45.
Desde que tenha cessado o caso de força maior, o portador deve apresentar sem
demora a letra ao aceite ou a pagamento e, caso haja motivo para tal, fazer o protesto.
Se o caso de força maior se prolongar além de trinta dias a contar da data do
vencimento, podem promover-se ações sem que haja necessidade de apresentação ou protesto.
Para as letras à vista ou a certo termo de vista, o prazo de trinta dias conta-se da
data em que o portador, mesmo antes de expirado o prazo para a apresentação, deu o aviso do caso de
força maior ao seu endossante; para as letras a certo termo de vista, o prazo de trinta dias fica acrescido
do prazo de vista indicado na letra.
Não são considerados casos de força maior os fatos que sejam de interesse
puramente pessoal do portador ou da pessoa por ele encarregada da apresentação da letra ou de fazer
o protesto.

Prova: XXXII - EMPRESA E EMPRESÁRIO - IMPEDIMENTOS

Andropoulos Inc. é uma sociedade constituída na Grécia, com sede em Atenas e sócios de
nacionalidade grega, exceto a sócia Querência, brasileira nata, que detém participação de 80% do
capital, dividido em quotas. Se essa sociedade quiser atuar no Brasil por meio de uma sucursal em São
Paulo/SP, será necessário

A) ter, permanentemente, representante no Brasil, com poderes para resolver quaisquer questões,
exceto receber citação judicial pela sociedade.
Resposta errada: A sociedade estrangeira autorizada a funcionar no país é obrigada a ter,
permanentemente, representante no Brasil, com poderes para resolver quaisquer questões e receber
citação judicial pela sociedade (art. 1.138 do CC).
FUNDAMENTO LEGAL:
CC, art. 1.138. A sociedade estrangeira autorizada a funcionar é obrigada a ter, permanentemente,
representante no Brasil, com poderes para resolver quaisquer questões e receber citação judicial pela
sociedade.

B) transferir sua sede para o Brasil, na hipótese de nacionalizar-se, mediante deliberação unânime de
seus sócios, independentemente de autorização do Poder Executivo.
Resposta errada: A sociedade estrangeira admitida a funcionar no país pode nacionalizar-se,
transferindo sua sede para o Brasil, mediante autorização do Poder Executivo (art. 1.141 do CC).
FUNDAMENTO LEGAL:
CC, art. 1.141. Mediante autorização do Poder Executivo, a sociedade estrangeira admitida a funcionar
no País pode nacionalizar-se, transferindo sua sede para o Brasil.

C) obter autorização do Poder Executivo e, em até seis meses do início de sua atividade, realizar sua
inscrição na Junta Comercial do Estado de São Paulo, lugar em que deve se estabelecer.
Resposta errada: A sociedade estrangeira autorizada a funcionar no país não pode iniciar sua atividade
antes de inscrita no registro próprio do lugar em que se estabelecer (art. 1.136 do CC).
FUNDAMENTO LEGAL:
CC, art. 1.136. A sociedade autorizada não pode iniciar sua atividade antes de inscrita no registro
próprio do lugar em que se deva estabelecer.

D) sujeitar-se às leis e aos tribunais brasileiros quanto às operações praticadas no Brasil, e qualquer
modificação no contrato dependerá da aprovação do Poder Executivo para produzir efeitos no país.
Resposta correta: Nesse sentido, as seguintes disposições contidas no Código Civil: "art. 1.137. A
sociedade estrangeira autorizada a funcionar ficará sujeita às leis e aos tribunais brasileiros, quanto aos
atos ou operações praticados no Brasil"; e "art. 1.139. Qualquer modificação no contrato ou no estatuto
dependerá da aprovação do Poder Executivo, para produzir efeitos no território nacional".
FUNDAMENTO LEGAL:
CC, art. 1.137. A sociedade estrangeira autorizada a funcionar ficará sujeita às leis e aos tribunais
brasileiros, quanto aos atos ou operações praticados no Brasil.

FONTE DE FUNDAMENTO LEGAL PARA AS FUTURAS QUESTÕES ASSEMELHADAS A ESTA:


CÓDIGO CIVIL
Seção III
Da Sociedade Estrangeira
Art. 1.134. A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não pode, sem autorização do
Poder Executivo, funcionar no País, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo, todavia,
ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira.
§ 1 o Ao requerimento de autorização devem juntar-se:
I - prova de se achar a sociedade constituída conforme a lei de seu país;
II - inteiro teor do contrato ou do estatuto;
III - relação dos membros de todos os órgãos da administração da sociedade, com nome,
nacionalidade, profissão, domicílio e, salvo quanto a ações ao portador, o valor da participação de cada
um no capital da sociedade;
IV - cópia do ato que autorizou o funcionamento no Brasil e fixou o capital destinado às operações
no território nacional;
V - prova de nomeação do representante no Brasil, com poderes expressos para aceitar as condições
exigidas para a autorização;
VI - último balanço.
§ 2 o Os documentos serão autenticados, de conformidade com a lei nacional da sociedade
requerente, legalizados no consulado brasileiro da respectiva sede e acompanhados de tradução em
vernáculo.
Art. 1.135. É facultado ao Poder Executivo, para conceder a autorização, estabelecer condições
convenientes à defesa dos interesses nacionais.
Parágrafo único. Aceitas as condições, expedirá o Poder Executivo decreto de autorização, do qual
constará o montante de capital destinado às operações no País, cabendo à sociedade promover a
publicação dos atos referidos no art. 1.131 e no § 1 o do art. 1.134.
Art. 1.136. A sociedade autorizada não pode iniciar sua atividade antes de inscrita no registro
próprio do lugar em que se deva estabelecer.
§ 1 o O requerimento de inscrição será instruído com exemplar da publicação exigida no parágrafo
único do artigo antecedente, acompanhado de documento do depósito em dinheiro, em estabelecimento
bancário oficial, do capital ali mencionado.
§ 2 o Arquivados esses documentos, a inscrição será feita por termo em livro especial para as
sociedades estrangeiras, com número de ordem contínuo para todas as sociedades inscritas; no termo
constarão:
I - nome, objeto, duração e sede da sociedade no estrangeiro;
II - lugar da sucursal, filial ou agência, no País;
III - data e número do decreto de autorização;
IV - capital destinado às operações no País;
V - individuação do seu representante permanente.
§ 3 o Inscrita a sociedade, promover-se-á a publicação determinada no parágrafo único do art. 1.131.
Art. 1.137. A sociedade estrangeira autorizada a funcionar ficará sujeita às leis e aos tribunais
brasileiros, quanto aos atos ou operações praticados no Brasil.
Parágrafo único. A sociedade estrangeira funcionará no território nacional com o nome que tiver em
seu país de origem, podendo acrescentar as palavras "do Brasil" ou "para o Brasil".
Art. 1.138. A sociedade estrangeira autorizada a funcionar é obrigada a ter, permanentemente,
representante no Brasil, com poderes para resolver quaisquer questões e receber citação judicial pela
sociedade.
Parágrafo único. O representante somente pode agir perante terceiros depois de arquivado e
averbado o instrumento de sua nomeação.
Art. 1.139. Qualquer modificação no contrato ou no estatuto dependerá da aprovação do Poder
Executivo, para produzir efeitos no território nacional.
Art. 1.140. A sociedade estrangeira deve, sob pena de lhe ser cassada a autorização, reproduzir no
órgão oficial da União, e do Estado, se for o caso, as publicações que, segundo a sua lei nacional, seja
obrigada a fazer relativamente ao balanço patrimonial e ao de resultado econômico, bem como aos atos de
sua administração.
Parágrafo único. Sob pena, também, de lhe ser cassada a autorização, a sociedade estrangeira deverá
publicar o balanço patrimonial e o de resultado econômico das sucursais, filiais ou agências existentes no
País.
Art. 1.141. Mediante autorização do Poder Executivo, a sociedade estrangeira admitida a funcionar
no País pode nacionalizar-se, transferindo sua sede para o Brasil.
§ 1 o Para o fim previsto neste artigo, deverá a sociedade, por seus representantes, oferecer, com o
requerimento, os documentos exigidos no art. 1.134, e ainda a prova da realização do capital, pela forma
declarada no contrato, ou no estatuto, e do ato em que foi deliberada a nacionalização.
§ 2 o O Poder Executivo poderá impor as condições que julgar convenientes à defesa dos interesses
nacionais.
§ 3 o Aceitas as condições pelo representante, proceder-se-á, após a expedição do decreto de
autorização, à inscrição da sociedade e publicação do respectivo termo.

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