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Design de Superfície: novo campo ou hibridismo?

Surface Design: a brand new field or an hybrid?

Resumo
É bastante comum no Brasil a prática profissional “descobrir” uma
possibilidade de atuação até então incomum e, apoiada pelos discursos
dos veículos de comunicação especializados, tal prática tende a ser
“oficializada”, configurando-se como uma nova possibilidade de atuação
profissional. Parece-nos que o mesmo vem ocorrendo com o Design de
Superfície. Assim, propomos para este artigo apresentar uma
metodologia de investigação que traga à tona tais discursos – seja da
práxis, das escolas de design ou dos veículos de comunicação -, a fim de
iniciarmos uma “cartografia” das atuações sobre as superfícies, nos
projetos de design.

Palavras Chave: Design, Superfície, Prática profissional

Abstract
Here, in Brazil, it is common that the professional practice "to discover"
an uncommon possibility to act and, supported for the speeches that
came from the specialized magazines and ONGs websites, such practical
tends "to be officialized", configuring itself as a new professional area to
act. It seems us that the same has been occurring on projects of Surface
Design. Thus, in this article we consider to present a methodological
investigation that brings this speeches - either from praxis, from Design
Schools or from the specialized medias -, to initiate a "cartography" of
surfaces performances, in design projects.

Key Word: Design, Surface, Professional practice


Introdução à temática

Nas áreas profissionais onde a prática projetual é ação comum, existe


uma possibilidade de atuação quase inexplorada, na sua configuração
autônoma: o projeto de superfícies.

Designers, arquitetos, artistas plásticos e quase todos os outros


profissionais que entram em contato com “superfícies” na sua prática
profissional - aproveitando para fazer um trocadilho - o fazem de forma
“superficial”, geralmente, i. e., as “peles1” das coisas são sempre
utilizadas como “base” para a expressão de suas idéias, espécie de
suportes para representações gráfico-imagéticas, tanto no meio físico
como no digital, raramente se preocupando com os diversos outros
aspectos que constituem esta mesma superfície (luz, textura,
profundidade, carga semântica etc.), sobretudo as possibilidades de
causar ambigüidades na resposta esperada para a representação que se
pretende comunicar, por meio desse “suporte”. Exemplo típico são as
diversas empresas que têm adotado o papel reciclado como suporte de
comunicação para as suas identidades visuais, esquecendo que apesar de
estar “na moda”, as texturas/cores e demais características superficiais
desse suporte podem contrastar ideologicamente com a imagem já
construída pela empresa (sem falar da calibração de cores e qualidades
de impressão...).

Como exceção, alguns campos da engenharia, fazendo o caminho


inverso dos demais projetistas, projetam e produzem estruturas que
geram superfícies, porém sem “prever” ou “planejar” – projetar,
portanto no sentido etimológico do termo – os resultados "plásticos" que
essa superfície apresentará. Geralmente na área de desenvolvimento de
material e/ou aqueles que trabalham com processos químicos, bio-
estruturas e áreas afins, esses profissionais ainda assim desconsideram-
na, a superfície, como possibilidade de atuação projetual,

Jean Baudrillard, falando sobre os “sistemas de objetos” que nos cercam


e conosco interfaceiam cotidianamente, denuncia:

“(...) pouco se diz sobre a questão de saber como os objetos são vividos, a que
necessidades, além das funcionais, atendem, que estruturas mentais misturam-se
às estruturas funcionais e as contradizem, sobre que sistema cultural, infra ou
transcultural, é fundada a sua cotidianidade vivida.” (Baudrillard, 1997:10/11)

E, partindo desta reflexão, observo que é rara a atuação profissional, em


ambos os grupos citados, que pense o objeto2 como algo maior,
composto de matéria-prima, processos de produção e funções diversas,
porem “revestido” de várias “peles”, plenas de significados.

1
Conceito apresentado inicialmente pelo crítico de design Ézio Manzini, no livro “A Matéria da
Invenção” (1986).
2
Conforme apresentado pelo prof. Dr. Guastavo Amarante Bomfim em diversos artigos,
entendemos aqui o termo objeto como referente tanto aos objetos de uso (produtos), como
sistemas de comunicação (Bomfim, 1994, 1996 e 1997).
Ou seja, delimitar as duas situações encontradas, onde, de um lado temos
profissionais que utilizam o projeto como forma predominante em sua
prática cotidiana e como linguagem de comunicação, interagindo com as
superfícies dos materiais, porém com caráter meramente de suporte –
praticamente transformando a superfície em algo invisível, já que é
comum a prática de “mascarar” essa mesma superfície, descartando
completamente a sua aparência visual e/ou tátil como elemento
comunicador e, no outro lado, profissionais que agem de forma tão
profunda na sua atuação com o material - sobretudo no projeto de novos
materiais, novos usos e possibilidades dos existentes -, que
desconsideram completamente a aparência resultante de suas pesquisas,
a superfície portanto surgindo como “por encanto”, um mero resultado
inesperado.

Design de Superfícies: novas possibilidades projetuais?

Em busca dessas possibilidades semânticas, venho desenvolvendo duas


pesquisas paralelas no campo do Design: a primeira, mais antiga e
institucional (iniciada em 2002), onde investigo a importância do uso da
cor nos projetos de Design, apresentando algumas propostas para a
construção de uma metodologia de ensino da Teoria da Cor, voltada
especificamente para os cursos que utilizam o projeto como linguagem
de comunicação metodológica (sobretudo o Design e a Arquitetura).
Quanto à outra, iniciada em 2004 e apresentada como proposta de tese
de doutoramento na PUC-Rio, procuro mapear o conceito de “Design de
Superfície”, suas origens e onde ele se aplica (ou aplicaria), a fim de
propor uma estruturação desta possível “sub-área” do design, que seria
um híbrido de outras habilitações como o Design Gráfico, Design de
Produtos e do Projeto de Interfaces.

Isto posto, ao estruturar as frentes de trabalho a ser desenvolvidas em


ambas as atuações acadêmicas, percebi que venho pesquisando temas
comuns – ainda que sob enfoques diversos -, uma vez que na medida que
proponho novas abordagens para o ensino e aprendizado do uso da cor
como um dos elementos primordiais nos projetos de design, desenvolvo
com os alunos projetos que envolvem a intervenção em superfícies, tanto
no que se refere à cor como possibilidade estruturante dos produtos
desenvolvidos, quando ligada intrinsecamente ao material escolhido para
o projeto, como na sua aplicação externa, “superficial”, quando elemento
plástico compositivo. Ou seja, superfícies surgiram como ponto de
intersecção nas duas pesquisas, tornando-se agora, portanto, objeto
principal das minhas investigações.

Assim, com o re-direcionamento do meu olhar, comecei a observar (e


registrar) os diversos discursos que espocam já há algum tempo nas falas
“de design”, principalmente naquelas que citam superfícies,
padronagens, “peles”, invólucros, embalagens e os demais sinônimos
que tais interfaces entre objetos e sujeitos possam surgir. São falas
institucionais, advindas de projetos pedagógicos e ementários de cursos
superiores e de pós-graduação, de associações de classe, sites do tipo
“.org” ou “.gov”, oficiais, e também artigos científicos, livros, revistas e
demais periódicos que se ocupam da comunicação em design, sem
deixar de lado, claro, as falas daqueles que se auto-denominam “designer
de superfícies”, que atuam na prática de projeto.

O presente artigo pretende, dessa forma, discutir acerca das


possibilidades metodológicas para a execução da pesquisa proposta,
levantando, a partir de autores, questões a serem investigadas,
estabelecendo um “passo-a-passo” para a implementação do estudo. A
buscas da fundamentação teórica necessária, a fim de dialogar com
autores que já se debruçaram sobre alguns dos temas em questão,
tornou-se necessária, sobretudo aqueles que investigaram as tais “peles”
das coisas (nos sentidos literal e figurado), os objetos de uso, o espaço e
suas interfaces. Para tanto, utilizo textos de autores como Ezio Manzini,
Abraham A. Moles, Jean Baudrillard, Gustavo Amarante Bomfim e
Pierre Bourdieau e Wilson Kindlein Jr. sobretudo no que se refere ao
campo da teoria dos objetos, juntamente como Zygmunt Baumann,
Umberto Eco, Frederic Jameson e Gaston Bachelard, que se referiram às
questões do espaço e da relação “moderno-pós-moderno”.

Procedimentos Metodológicos

Parto do princípio que uma prática profissional, quando é citada


oficialmente, de alguma forma já se configura como campo de atuação
reconhecido no país, como acontece com a profissão de “Designer”, que
ainda não é regulamentada, porém é reconhecida pelo governo
brasileiro, uma vez que consta dos documentos oficiais de diversos
Ministérios e órgãos públicos (incluindo ai Diários Oficiais – federal e
estaduais – e regulamentos de concursos públicos). Assim, o primeiro de
todos os discursos que me propus a levantar foi o governamental, uma
vez que, existindo “oficialmente” discursos sobre uma práxis ou uma
atuação profissional, alguma proposta estruturada já fora apresentada
institucionalmente em alguma das instâncias superiores. Portanto, iniciei
as buscas pelos profissionais que atuam em superfícies nos Ministérios
do Estado, sobretudo o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). Nas
próximas etapas da pesquisa, analisarei discursos encontrados nos MDIC
(Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e MEC
(Ministério de Educação e Cultura).

O Ministério do Trabalho e Emprego brasileiro possui um amplo


catálogo que se propõe a listar o maior número possível de profissões
existentes no território nacional, conhecido como Classificação
Brasileira de Ocupações (CBO); publicado originalmente em 1994 e
revisto 2002, o CBO possui hoje mais de 3.150 profissões registradas
com informações bastante completas, dados que vão desde a área de
atuação, principais características do trabalho, “família” a que pertence,
normatização e legislação da área, e até mesmo características pessoais
esperadas para aquele que pensa em tornar-se um profissional da referida
ocupação. Para esclarecer melhor o que vem a ser o CBO, segue um
trecho do documento oficial, sobre a metodologia adotada na sua
confecção:

“(...) cada família ocupacional foi descrita por um grupo de 8 a 12 trabalhadores da


área, em oficina de trabalho (ou painel) com duração de três dias, sendo dois dias de
descrição e um dia de revisão, por outro comitê, também formado por
trabalhadores. Ao todo, foram 1.800 reuniões-dia, em vários pontos do Brasil, com
a participação de aproximadamente 7 mil trabalhadores.” 3

Aproveitando o mesmo documento, uma vez que oficial, adotamos as


bases conceituais por ele apresentadas a fim de delimitarmos o que se
entende por “ocupação”, “profissão”, “atividade profissional” (ou
“atuação profissional”), bem como “emprego” e “competência”
oficialmente no Brasil, já que pretendemos mapear um campo
profissional e a sua constituição a partir de discursos. Sendo assim:
“Ocupação é um conceito sintético não natural, artificialmente construído pelos
analistas ocupacionais. O que existe no mundo concreto são as atividades exercidas
pelo cidadão em um emprego ou outro tipo de relação de trabalho (autônomo, por
exemplo). Ocupação é a agregação de empregos ou situações de trabalho similares
quanto às atividades realizadas.

O título ocupacional, em uma classificação, surge da agregação de situações


similares de emprego e/ou trabalho. Outros dois conceitos sustentam a construção
da nomenclatura da CBO 2002:

» Emprego ou situação de trabalho: definido como um conjunto de atividades


desempenhadas por uma pessoa, com ou sem vínculo empregatício. Esta é a
unidade estatística da CBO.

» Competências mobilizadas para o desempenho das atividades do emprego ou


trabalho.

O conceito de competência tem duas dimensões:

» Nível de competência: é função da complexidade, amplitude e responsabilidade


das atividades desenvolvidas no emprego ou outro tipo de relação de trabalho.

» Domínio (ou especialização) da competência: relaciona-se às características do


contexto do trabalho como área de conhecimento, função, atividade econômica,
processo produtivo, equipamentos, bens produzidos que identificarão o tipo de
profissão ou ocupação.” (Idem)

Isto posto, buscamos a classificação oficial de profissões como “design”


- 11 citações para a ocupação, desde “web designer”, “sound designer”,
até os clássicos “desenhista ou designer industrial” e “designer de
produto gráfico”, além de 32 citações para atividade / formação /
referências sobre a profissão em outras áreas -, “superfície” - 18
citações para a ocupação, desde “acabador de superfícies”, até
“trabalhadores de tratamento de superfícies”, além de 134 citações para
atividade / formação / referências sobre a profissão em outras áreas -, 31
referências à atuação em “estamparia”, 36 referentes à “interface”, e o
surpreendente resultado de 1038 atividades relacionadas à atuação em
projetos!

3
Disponível em: www.mtecbo.gov.br, acesso em: 15/03/2006, às 11:26 h
É claro que, mesmo nas leituras superficiais, percebemos que tais
números - superlativos, diga-se de passagem -, dizem respeito a uma
infinidade de profissionais, das áreas mais diversas, desde executivos
que acompanham projetos de Recursos Humanos até mesmo pintores de
parede. Porém, uma coisa também é perceptível: comissões as mais
diversas se debruçaram sobre temas comuns em seus relatórios,
confirmando o que diversos teóricos de design já afirmam a algum
tempo: o Design, como campo, constitui-se de uma multiplicidade de
áreas e fazeres, possibilitando o surgimento de sub-áreas, sub-atividades
e novas atuações profissionais, como é o caso do “Design de
Superfícies”.

Com conceituação bastante diversa, muitas vezes dúbia, esse primeiro


olhar sobre um discurso oficial acerca de atuações profissionais me
pareceu, em alguns casos, até mesmo contraditória, quando aponta
características pessoais “desejadas” para os atuantes nas áreas que
conflitam com as ações realizadas. Deu-nos a impressão de que as
equipes trabalharam sempre de forma estanque e enclausuradas nos
gabinetes oficiais, sem ter havido um momento sequer de encontro entre
os membros de áreas afins. Porém é preciso ressaltar a importância de tal
iniciativa, uma vez que este documento reconhece oficialmente áreas até
então desprezadas, incluindo-as no rol de benefícios sociais (como os
“moto-boys”, por exemplo).

E sobre os discursos? Algumas considerações...

Circunscrever o termo “superfície”, mapeando os significados que ela


assume nas diversas áreas já citadas ao longo destes documentos,
sobretudo no Design, me parece o ponto inicial desta pesquisa. Além
desta conceituação, entender como ele se apresenta nos discursos das
associações de classe e escolas de design, uma vez que estas já começam
a utilizar a expressão “Design de Superfície” para nomear disciplinas e
cursos. Como exemplo, eis uma definição “formal” de Design de
Superfície, encontrada em um site de popular acesso entre os
profissionais da área:

“Design de superfície: (Dg.) Ramo do design gráfico voltado à criação de


grafismos, ilustrações ou outros tipos de composições para aplicação em
diferentes tipos de superfícies. Destacam-se as usadas no revestimento de
paredes, pisos ou calçadas, como pastilhas, azulejos, lajotas, papéis, tecidos,
carpetes, divisórias etc.” (site da Rede Design Brasil, acessado em 17/03/06,
11:23 h)

A realização de um levantamento nas estruturas curriculares das escolas


de Design brasileiras a fim de localizar o “pensamento de Design de
Superfície”– quando da existência de – faz-se necessário. Encontrar
momentos da prática de ensino e aprendizagem onde haja o projeto de
superfícies, ou pelo menos onde a preocupação com a superfície como
interface entre o produto e o usuário esteja presente tem sido a minha
recente empreitada.
No Brasil, apenas três escolas apresentam Núcleos de Pesquisa onde a
superfície (ou o design de superfície, nominalmente) aparece como
objeto de estudo, porém com caráter diversos nas três: a Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, com dois grupos de estudos na área: o
“NDS – Núcleo de Design de Superfície”, que apresenta vocação têxtil –
porém já começa a debruçar olhares para outros suportes e materiais – e
o “LdSM – Laboratório de Design e Seleção de Materiais”, da Escola de
Engenharia, de caráter mais técnico e voltado aos processos produtivos,
e o Centro Acadêmico Senac Santo Amaro, em São Paulo, com o
“LæMS – Laboratório de Estudos sobre Materiais Sensíveis”, do qual
faço parte, pertencente à Faculdade de Design.

Acreditamos ser importante também mapear como as principais escolas


de “vanguarda” mundial apresentam a superfície aos seus alunos, com
destaque para as já contatadas MIT (Massachussets Institute of
Tecnology – Massachussets), Rhode Island School of Design
(Providence), FIT (Fashion Institute of Tecnology, New York) e
Fashion Institute of Design & Mershandising (Califórnia)todos nos
EUA, London College of Fashion (Londres, Inglaterra), e Scuola
Politecnica di Design di Milano (Milão, Itália), Ontario College of Art
& Design (Toronto, Canadá) e a Faculty of Textile Science &
Technology, Shinshu University (Nagano, Japão). Em tempo: tal seleção
deu-se a partir de um levantamento prévio onde as informações
“Design” e “Superfície” (ou Surface Design) aparecem juntas nos
projetos pedagógicos, planos de ensino, ementário ou quaisquer outros
documentos institucionais de escolas de Design.

Alguns autores, de forma esparsa e pouco estruturada, já começam a se


referir às possibilidades de atuação nos suportes e peles dos objetos,
alguns mesmos já o nomeando como "Design de Superfície”. Porém, o
que é comum na no campo do design em se tratando de novos
possibilidades projetuais, sobram contradições nos seus diversos usos.
Realizar uma categorização deste campo surge como objetivo secundário
da pesquisa em curso, já que, mesmo existindo desde o início da história
da humanidade, projetar superfícies ainda não é associado a nenhum
profissional específico, seja designer gráfico, de Comunicação Visual,
muito menos designer de produto. Assim, parametrizar este “novo”
campo de formação e atuação para os profissionais de Design, ao nosso
ver, requer urgência, já que há muito está comprovado que o dogma
modernista do “design se aprende fazendo” não possui mais lugar em
tempos “pós-modernos” de sociedades conectadas na tão propalada
“aldeia global”.

Além da estruturação do campo do Design de Superfície, a pesquisa


prévia já aponta para a necessidade de se abordar o projeto de design em
outros aspectos, levando em consideração a superfície como mais um
elemento compositivo e, por isso mesmo, dotada de grande carga
informacional, não apenas como suporte de expressão de informações.
Até porque os dois já citados tipos de ação projetual, que muitas vezes
são simbióticos e que perpetuam o ciclo da “negação” da superfície,
onde os que projetam superfícies geralmente não se preocupam com a
sua aparência pois, parece-nos, já faz parte do senso comum destes
profissionais o fato de que esta superfície será desconsiderada ou
completamente alterada nos projetos de produtos, edifícios, espaços etc.,
enquanto os outros nem mesmo dela tomam conhecimento. Ambos
parecem esquecer – ou deixam completamente de lado – o fato de que a
superfície “comunica”, já que é ela, no final, que se constituirá como a
interface entre o produto e o sujeito, seja este produto um resultado de
projeto gráfico, de objetos, para interfaces digitais ou o próprio edifício.

Assim, enfocar como áreas de busca o design, arquitetura, engenharia de


materiais, engenharia civil e artes plásticas, sobretudo a partir dos
discursos profissionais, é a minha próxima empreitada. Entender
historicamente como ocorre a relação homem-superfície-objeto,
investigando desde a história da arte, da tecnologia e dos processos
produtivos deve ser a etapa subseqüente, uma vez que conhecer as
principais atuações em superfícies pode ser uma das chaves para se
entender o significado que ela vez assumindo no processo de projetar.

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