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Resumo
É bastante comum no Brasil a prática profissional “descobrir” uma
possibilidade de atuação até então incomum e, apoiada pelos discursos
dos veículos de comunicação especializados, tal prática tende a ser
“oficializada”, configurando-se como uma nova possibilidade de atuação
profissional. Parece-nos que o mesmo vem ocorrendo com o Design de
Superfície. Assim, propomos para este artigo apresentar uma
metodologia de investigação que traga à tona tais discursos – seja da
práxis, das escolas de design ou dos veículos de comunicação -, a fim de
iniciarmos uma “cartografia” das atuações sobre as superfícies, nos
projetos de design.
Abstract
Here, in Brazil, it is common that the professional practice "to discover"
an uncommon possibility to act and, supported for the speeches that
came from the specialized magazines and ONGs websites, such practical
tends "to be officialized", configuring itself as a new professional area to
act. It seems us that the same has been occurring on projects of Surface
Design. Thus, in this article we consider to present a methodological
investigation that brings this speeches - either from praxis, from Design
Schools or from the specialized medias -, to initiate a "cartography" of
surfaces performances, in design projects.
“(...) pouco se diz sobre a questão de saber como os objetos são vividos, a que
necessidades, além das funcionais, atendem, que estruturas mentais misturam-se
às estruturas funcionais e as contradizem, sobre que sistema cultural, infra ou
transcultural, é fundada a sua cotidianidade vivida.” (Baudrillard, 1997:10/11)
1
Conceito apresentado inicialmente pelo crítico de design Ézio Manzini, no livro “A Matéria da
Invenção” (1986).
2
Conforme apresentado pelo prof. Dr. Guastavo Amarante Bomfim em diversos artigos,
entendemos aqui o termo objeto como referente tanto aos objetos de uso (produtos), como
sistemas de comunicação (Bomfim, 1994, 1996 e 1997).
Ou seja, delimitar as duas situações encontradas, onde, de um lado temos
profissionais que utilizam o projeto como forma predominante em sua
prática cotidiana e como linguagem de comunicação, interagindo com as
superfícies dos materiais, porém com caráter meramente de suporte –
praticamente transformando a superfície em algo invisível, já que é
comum a prática de “mascarar” essa mesma superfície, descartando
completamente a sua aparência visual e/ou tátil como elemento
comunicador e, no outro lado, profissionais que agem de forma tão
profunda na sua atuação com o material - sobretudo no projeto de novos
materiais, novos usos e possibilidades dos existentes -, que
desconsideram completamente a aparência resultante de suas pesquisas,
a superfície portanto surgindo como “por encanto”, um mero resultado
inesperado.
Procedimentos Metodológicos
3
Disponível em: www.mtecbo.gov.br, acesso em: 15/03/2006, às 11:26 h
É claro que, mesmo nas leituras superficiais, percebemos que tais
números - superlativos, diga-se de passagem -, dizem respeito a uma
infinidade de profissionais, das áreas mais diversas, desde executivos
que acompanham projetos de Recursos Humanos até mesmo pintores de
parede. Porém, uma coisa também é perceptível: comissões as mais
diversas se debruçaram sobre temas comuns em seus relatórios,
confirmando o que diversos teóricos de design já afirmam a algum
tempo: o Design, como campo, constitui-se de uma multiplicidade de
áreas e fazeres, possibilitando o surgimento de sub-áreas, sub-atividades
e novas atuações profissionais, como é o caso do “Design de
Superfícies”.
Bibliografia
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