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INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS DE DEFESA “ TENENTE- GENERAL ARMANDO EMILIO GUEBUZA”

Data:----/-----/2021 Curso: Matemática Turma------: Duração: 120 minutos

Exame Normal de Técnicas de Expressão Oral e Escrita em Língua Portuguesa

Depois da leitura do texto que abaixo se segue, responda com clareza o


questionário que a seguir se apresenta

A Filosofia, enquanto sistema de ideias, visão do mundo, formou-se na sociedade de escravidão.


O regime comunitário-primitivo só assinalou a gestação do pensamento filosófico. Os homens da
sociedade primitiva, ainda sem noções científicas da estrutura do organismo humano, das causas da
morte, dos sonhos, etc., concluíram que os pensamentos e as sensações provêm de um princípio
particular – a alma que está no corpo e que o abandona depois da morte. F. Engels escreveu a este
respeito: “Como qualquer religião, a questão suprema da filosofia, a questão da relação entre o
pensamento e o ser, o espírito e a natureza, mergulha as suas raízes nas concepções limitadas e
incultas dos homens da época de selvajaria”.
Portanto, as opiniões idealistas tal como as religiosas baseiam-se no conceito de que o pensamento, a
ideia, existem independentemente da matéria. A primeira forma primitiva da visão do mundo foi a
religião resultante da incapacidade do homem selvagem de se opor à natureza, do receio perante as
forças misteriosas e espontâneas. O homem primitivo tinha uma ideia deturpada sobre as suas
relações com a natureza e expressava a sua rendição sob a forma de imagens fantasmagóricas,
produtos da imaginação.
A divisão da sociedade em classes, em escravos e seus senhores, incentivou as concepções idealistas
e religiosas, pois à dependência do homem das forças da natureza somou-se a das forças espontâneas
sociais, cuja pressão não era menor que a das primeiras. No entanto, as primeiras concepções do
mundo realistas e ingénuas apareceram e formaram-se já sob o regime comunitárioprimitivo.
A vida quotidiana e as suas experiências, o trabalho e o desejo de conhecer a realidade contribuíram
para a formação da ideia sobre a existência objectiva do mundo, embora sob uma forma ingénua. O
homem via quer fora e independentemente dele existem objectivamente outros indivíduos, animais,
plantas, etc. Assim, formavam-se as suas opiniões materialistas, ingénuas e empíricas, assim como os
elementos de uma visão do mundo materialista e espontânea.
Na consciência do homem selvagem colidiam tendências materialistas empíricas relacionadas
intimamente com o trabalho e a prática, e idealistas e religiosas que reflectiam a rendição do homem
no seu conflito com a natureza. O materialismo e o idealismo, como sistemas filosóficos mais ou
menos inteiros, constituem-se nas sociedades escravistas. À medida que estas sociedades se
desenvolvem, e com a separação do trabalho manual do intelectual, com o aparecimento do Estado,
modificam-se também as concepções do homem. Os deuses, outrora símbolos das forças da natureza,
adquirem atributos sociais, personificando as forças sociais, tão enigmáticas e incompreensíveis como
as da natureza. Elaboraram-se doutrinas teológicas que deificam os soberanos e a aristocracia,
exaltam o regime da escravatura. Aparecem sistemas teóricos que interpretam o mundo como
materialização da “vontade divina”, apregoam a criação do mundo por deuses, a fragilidade da
existência e a imortalidade da alma. Simultaneamente, o desenvolvimento das forças produtivas – da
agricultura, da irrigação, da construção – na Antiguidade Oriental e o aparecimento de novas
produções contribuem para a acumulação e sistematização dos conhecimentos na matemática,
astronomia, mecânica, química e tecnologia dos materiais. Ao mesmo tempo que se colhem estes
conhecimentos científicos embrionários, formam-se as concepções materialistas do mundo.
O desenvolvimento da concepção materialista do mundo sincroniza-se com a luta das forças
avançadas da sociedade escravista favoráveis ao progresso das indústrias, do comércio e dos
conhecimentos científicos, contra o domínio político e económico dos clãs da aristocracia
conservadora tribal interessada na estagnação da vida social.
Na sua luta contra o materialismo, a aristocracia reaccionária escravista começa a elaborar as
concepções idealistas e a fortalecer ideologicamente a religião com o intuito de as opor à
interpretação materialista dos processos que ocorrem no mundo. Ora, desde o seu aparecimento, o
materialismo e o idealismo travam uma luta inexorável e constante.

V. Krapivine, in Que é o Materialismo Dialéctico


I- Compreensão do Texto

1. O Texto do seu exame, que acabou de ler é expositivo/explicativo. Justifique a afirmação acima
exposta, baseando-se na intensão, organização e linguagem usada. 3.0 Val.
2. Define Filosofia, segundo o texto do seu exame. 1.0 Val.
3. Assinale com V a opção correcta nas seguintes afirmações: 1.0 Val.
a) As opiniões idealistas e religiosas baseiam-se no princípio de que a ideia é dependente da
matéria.
b) As opiniões idealistas e religiosas baseiam-se no princípio de que a ideia é independente da
matéria.
c) As opiniões idealistas e religiosas baseiam-se no princípio de que a ideia existe em simultâneo
com a matéria.
d) As opiniões idealistas e religiosas baseiam-se no princípio de que a ideia não depende da
matéria.
4. Qual é a relação existente entre as concepções idealistas e religiosas com a natureza? 1.5 Val.
5. Segundo o texto, explique como se formou a ideia relativa a existência objectiva do mundo.
1.75 Val.
a) Diferencie a concepção do homem selvagem da concepção do homem moderno (científico) na
matéria relacionada com a ideia e a matéria. 2.0 Val.
b) Que factores determinaram a evolução da concepção materialista? 1.25 Val.

II. Gramática do Texto

1. Divida e classifique as partes que constituem o texto do seu exame. 3.0 Val.
a) Atribua o título do seu texto. 0.5 Val.
2. A divisão da sociedade em classes (…), pois à dependência do homem das forças de natureza
(…), cuja pressão não era menor (…). No entanto, as primeiras concepções do mundo (…).
Classifique os conectores sublinhados na frase 2. 2.0 Val.
3. O homem primitivo tinha uma ideia deturpada sobre as suas relações com a natureza e expressa
a sua rendição sob a forma de imagens fantasmagóricas. Classifique morfologicamente as palavras
sublinhadas. 0.75 Val.
4. Faça o levantamento dos conectores discursivos existentes no texto, classificando-as a partir da
sua função. 1.25 Val.
5. Comente sobre as frases que abaixo se seguem, do ponto de uso correcto e não correcto da
construção frásica. 1.0 Val.
a) Não sei por que tu não foste à praia.
b) Foste à praia, mas não sei porquê.
c) Por que tu não foste à praia?
d) Tu foste à praia, por quê?

Fim!

Boa Sorte!

O Docente

Dr. Rubens

Previne- se da COVID-19, cumprindo o protocolo sanitário!

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