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AnlisemetalogrficadasfasesemligasPb SN
AnlisemetalogrficadasfasesemligasPb SN
net/publication/351462301
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SÃO BERNARDO
2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO FEI
SÃO BERNARDO
2020
RESUMO
O presente projeto teve como objetivo realizar a caracterização metalográfica de ligas da família
Pb-Sn por meio da medida da fração em área das fases presentes, cálculo da fração mássica e
posteriormente comparação desses resultados com aqueles oriundos do cálculo da fração
mássica, do diagrama de fases Pb-Sn do software Thermo-Calc®, por meio de análises
estatísticas. Três amostras de diferentes ligas Pb-Sn foram preparadas para a análise por
estereologia quantitativa. O software ImageJ® foi utilizado para medir a fração em área. A
classificação das amostras estudadas foi feita de acordo com sua composição, sendo elas:
hipoeutética, eutética e hipereutética; elas foram seccionadas em três direções diferentes para
que fosse possível analisar eventuais diferenças no comportamento microestrutural. O propósito
dos experimentos foi de verificar a viabilidade de se adotar essa estratégia nas disciplinas dos
cursos de engenharia mecânica e de materiais, de modo que os alunos pudessem reproduzir os
ensaios e desenvolver competências, habilidades e atitudes esperadas no projeto pedagógico
desses cursos. Os resultados deste estudo mostraram que todas as ligas são úteis para estudo em
sala de aula já que as diferenças porcentuais foram baixas para as ligas hipoeutética e eutética
apesar da liga hipereutética ter apresentado diferenças porcentuais mais altas, de cerca de 40%.
Em relação às secções examinadas, a análise de variância mostrou que somente a liga eutética
apresentou resultados similares, independente da secção, enquanto as demais apresentaram
diferenças nas médias das frações em área, dependendo da secção analisada. O teste estatístico
de Anderson-Darling mostrou que todos os resultados experimentais obtidos podem ser
oriundos de uma distribuição normal, excetuando a secção A da liga hipoeutética.
RESUMO................................................................................................................................... 3
LISTA DE FIGURAS............................................................................................................... 4
LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. 8
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 11
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 13
5. CONCLUSÕES .................................................................................................................. 73
11
1. INTRODUÇÃO
1
As competências aqui descritas estão presentes na Resolução no 2 de 24 de abril de 2019 (MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO, 2019), publicada no Diário Oficial da União em 26 de abril de 2019, edição 80, seção 1, página
43.
12
2
Por conta da pandemia devido ao Covid-19, as atividades em grupo foram realizadas por meios virtuais, na
plataforma Webex, na função Sessões de Breakout.
13
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para que seja possível entender com clareza as fases presentes nas diversas ligas que
compõem o sistema Pb-Sn, é de suma importância que se tenha um bom conhecimento do seu
diagrama de fases. Um diagrama de fases pode ser descrito como um mapa que mostra quais
fases são as mais estáveis para uma dada composição, temperatura e pressão, além da sua fração
mássica e composição química (CALLISTER; RETHWISCH, 2015).
2+𝐹 =1+2∴𝐹 =1
15
ou seja, o número de graus de liberdade desse sistema é igual a 1, o que significa que somente
uma variável intensiva deve ser definida para que se tenha um número de fases igual a 2. Por
exemplo, para uma dada pressão, há somente uma temperatura na qual há duas fases em
equilíbrio. É importante lembrar que essas variáveis intensivas são independentes. Do mesmo
modo, para uma dada temperatura, há somente uma pressão na qual há duas fases em equilíbrio.
1+𝐹 =1+2∴𝐹 =2
nesse caso, o número de graus de liberdade é igual a 2, o que significa que há diferentes
temperaturas e pressão possíveis para que se tenha uma fase em equilíbrio desde que permaneça
na região delimitada pelas linhas contínuas presentes nesse diagrama. Por exemplo, há apenas
uma fase (água) no estado líquido tanto para a pressão de 1 atm (101 kPa) na temperatura de
20 oC como essa mesma fase na pressão de 10 atm (1013 kPa) a 70 oC, como pode ser
observado nos pontos A e B, respectivamente, da Figura 1.
3+𝐹 =1+2∴𝐹 =0
nesse caso, não há qualquer grau de liberdade e, portanto, somente em uma única temperatura
e uma única pressão isso é possível: o ponto triplo da água ocorre na temperatura de 0,01 oC e
pressão de apenas 0,006 atm (611,5 Pa), como pode ser observado no ponto O da Figura 1.
Figura 2 – Diagrama de fases binário isomorfo do sistema Cu-Ni, onde wt% representa a
porcentagem em massa de Ni.
De acordo com o diagrama de fases Cu-Ni da Figura 2, no ponto A há apenas uma fase
presente, ou seja, para uma composição química de Cu-80%Ni na temperatura de 1100 oC.
Como o número de componentes nesse caso é 𝐶 = 2, a regra das fases de Gibbs mostra que:
1+𝐹 =2+1∴𝐹 =2
17
ou seja, há diferentes valores de composição e temperatura nas quais há apenas uma fase
presente desde que estejam dentro do limite estabelecido pelas linhas contínuas, denominadas
de solidus e liquidus. No ponto A, a fase mais estável é a solução sólida de Cu-Ni, denominada
fase . É possível, no entanto, ter-se essa mesma fase para outra composição e temperatura,
como Cu-60%Ni a 1200 oC.
Ainda sobre a Figura 2, é possível observar o ponto C, no qual há somente uma fase
presente, mas nesse caso o líquido. O uso da regra das fases de Gibbs da Equação 2 mostra que
há diferentes valores de composição química e temperatura nas quais há apenas a fase líquida
presente. No ponto C tem-se a composição química de Cu-20%Ni na temperatura de 1500 oC.
Contudo, é possível ter-se a fase líquida na temperatura de 1400 oC na composição química de
Cu-40%Ni.
Finalmente, no ponto B da Figura 2, é possível observar duas fases em equilíbrio.
Aplicando a regra das fases de Gibbs com 𝑃 = 2, obtém-se um número de graus de liberdade
de:
2+𝐹 =2+1∴𝐹 =1
ou seja, para obtenção de duas fases nesse sistema, há apenas um grau de liberdade; para uma
dada temperatura, a composição química das fases presentes será fixada e o inverso também é
verdadeiro, ou seja, ao se fixar a composição química das fases presentes, há somente uma
temperatura na qual há duas fases presentes.
O diagrama de fases Pb-Sn da Figura 3 pode ser tomado como representativo dos
sistemas eutéticos. Em sistemas deste tipo, há sempre uma liga específica, chamada de liga
eutética, que se solidifica em temperatura mais baixa do que todas as demais. Sob condições
que se aproximem do equilíbrio (resfriamento lento), ela se solidifica em uma temperatura
única, como se fosse um metal puro. Em outros aspectos, a reação de solidificação dessa liga é
bem diferente da de um metal puro, pois em sua decomposição se obtém duas fases sólidas.
18
Figura 3 – Diagrama de fases Pb-Sn. O ponto eutético (C) à temperatura de 183 oC para a
composição de Pb-61,9%Sn.
Fonte: Autora “adaptado de” Thermo-Calc®, Base de Dados: TCBIN: TC Binary Solutions V1.1.
Por se tratar de um diagrama eutético a regra das fases de Gibbs permanece inalterada
do último tópico para este; desta forma, para o ponto A, representado acima, há apenas uma
fase α, para um número de componentes igual a 2, ou seja:
1+𝐹 =2+1∴𝐹 =2
assim, existem diferentes valores de composição química e temperatura nas quais há apenas
uma fase presente desde que estejam no campo delimitado pelas linhas contínuas solidus e
solvus; α, mas também para fase liquida e para fase β, onde há apenas 1 fase presente. Para o
ponto B, considerando 𝐶 = 2 e 𝑃 = 2, vem:
2+𝐹 =2+1∴𝐹 =1
nesse caso, o número de graus de liberdade desse sistema é igual a 1, o que significa que para
uma dada temperatura, as composições químicas das fases são fixadas e vice versa. Para o ponto
eutético, chamado de ponto C na Figura 3, nota-se que 3 fases coexistem. Neste local, têm-se
um número de graus de liberdade correspondente a:
3+𝐹 =2+1∴𝐹 =0
19
isso significa que o ponto C é um ponto invariante, ou seja, somente em uma única temperatura
e uma única composição química ocorre tal equilíbrio. No caso do diagrama binário Pb-Sn, isso
ocorre na temperatura de 183°C sob uma composição química 61,9% em massa de estanho e
38,1% em massa de chumbo.
𝐶 −𝐶 (3)
𝑓 =
𝐶 −𝐶
Fonte: Autora “adaptado de” Thermo-Calc®, Base de Dados: TCBIN: TC Binary Solutions V1.1.
𝐶 −𝐶 42 − 30
𝑓 = = = 0,44
𝐶 −𝐶 42 − 15
A fração de fase líquida, por sua vez, pode ser determinada por meio da equação a
seguir:
𝐶 −𝐶 (4)
𝑓 =
𝐶 −𝐶
Para a temperatura estudada, vem:
C −𝐶 30 − 15
𝑓 = = = 0,56
𝐶 −𝐶 42 − 15
Também é possível obter a fração mássica da fase líquida de posse da fração mássica da
fase sólida já que:
3
O sobrescrito 1 tem relação com a temperatura investigada.
21
𝑓 +𝑓 =1 (5)
Ao diminuir a temperatura para 184 oC, no ponto C da Figura 4, nota-se que o segmento
de reta azul aumenta proporcionalmente em relação ao segmento de reta vermelho, o que
significa que a fração mássica de fase sólida aumenta. De acordo com a Equação 4, vem:
C −𝐶 60 − 30
𝑓 = = = 0,71
𝐶 −𝐶 60 − 18
Do mesmo modo, é possível calcular a fração mássica da fase líquida por meio da
Equação 5, ou seja:
𝑓 = 1 − 0,71 = 0,29
Essa fração de líquido presente acaba por exibir a reação eutética, ou seja, a
microestrutura típica dessa liga possui a fase obtida diretamente da transformação do líquido
para o sólido e as fases e eutéticas, oriundas da transformação desse líquido remanescente.
Ao diminuir a temperatura para 100 oC, como mostrado no ponto D da Figura 4, a fração
mássica das duas fases sólidas pode ser obtida do mesmo modo exposto anteriormente, ou seja,
traça-se uma isoterma e obtém-se as composições químicas das duas fases presentes. Em
seguida, aplica-se a regra da alavanca. Nota-se, portanto, que, dependendo da composição
química da liga hipoeutética, quanto maior a porcentagem em massa de estanho, maior será a
fração mássica de fase primária. Uma típica microestrutura dessa liga pode ser vista na Figura
5, a seguir, retirada de Vander Voort (s.d.).
C −𝐶 97 − 80
𝑓 = = = 0,57
C −C 97 − 67
A fração de fase líquida, portanto, será igual a 0,43. Essa fase líquida remanescente
exibirá a transformação eutética, formando e eutéticos. Desse modo, a microestrutura típica
das ligas hipereutéticas consistirá na fase primária e nas fases e eutéticas. Dependendo
da composição química, quanto maior a porcentagem em massa de estanho, maior será a fração
mássica de fase primária.
Fonte: Autora “adaptado de” Thermo-Calc®, Base de Dados: TCBIN: TC Binary Solutions V1.1.
estudada de acordo com a Figura 7, apresentada a seguir. Na temperatura mais alta, de 360 oC,
para a composição Pb-61,9%Sn, há apenas a fase líquida. Ao diminuir a temperatura para 184
o
C, tem-se o ponto B que corresponde ao ponto eutético, ou seja, o equilíbrio das três fases: a
fase líquida e as fases sólidas e . Logo abaixo dessa temperatura, é possível se calcular a
fração mássica das duas fases sólidas. A fração mássica da fase é dada por:
C −𝐶 97 − 61,9
𝑓 = = = 0,44
C −C 97 − 18
Fonte: Autora “adaptado de” Thermo-Calc®, Base de Dados: TCBIN: TC Binary Solutions V1.1.
24
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Fonte: Autora
Fonte: Autora
Fonte: Autora
Para o lixamento mecânico, foram usadas as lixas de granulação 240, 400, 600 e 1000
partículas por polegada quadrada, nesta ordem; o intuito foi de que o processo começasse com
riscos grossos e terminasse com riscos mais finos para promover um melhor acabamento, além
de diminuir o trabalho no polimento. Por se tratar de uma liga muito dúctil, as lixas deixavam
riscos nas amostras com muita facilidade, o que serviu como parâmetro para estabelecer que o
lixamento fosse sempre feito com a amostra na direção de 45° em relação à periferia da
superfície seccionada e, ao trocar a lixa, o sentido dos riscos da amostra era alterado de 90° em
relação aos anteriores, para que fosse possível notar se os novos riscos estavam sobrepondo
completamente os riscos anteriores, ou seja, eliminando-os por completo.
Quanto ao manuseio das lixas, todas eram lavadas com água antes e depois do seu uso,
e guardadas separadamente em papéis que as cobriam por inteiro, medidas tomadas para que
não houvesse contaminação posterior de outras amostras.
O polimento foi realizado na politriz, de forma manual, com pasta de diamante em todas
as etapas e álcool como lubrificante. O ato se deu no início com o pano de 6 µm, utilizado para
remover os riscos causados pelo lixamento anterior, seguido do pano de 1 µm no qual a amostra
permaneceu por 15 minutos sob uma pequena pressão aplicada e com movimentos circulares;
por fim, foi usado o pano de 0,25 µm da mesma forma que o anterior, porém por 20 minutos.
Durante as trocas dos panos de polimento, as amostras eram lavadas com álcool e secadas em
um secador comum; nesta etapa do experimento já não se podia tocar na superfície das amostras
para evitar possíveis contaminações. Vale ressaltar que nesta etapa os panos de polimento
utilizados não podem conter rasgos pois sua presença causa riscos à amostra que é de material
dúctil comprometendo o processo que visa justamente a retirada dos riscos. Além disso, o pano
não pode estar sujo; logo, ao notar a presença de impurezas, deve-se lavá-lo com uma escova
27
de dentes com um pouco de sabão e secá-lo com a mangueira de ar comprimido, todos os itens
descritos estão situados no Centro de Laboratórios Mecânicos do Centro Universitário FEI.
Ao final de cada ciclo, a amostra era observada no microscópio óptico para analisar o
aspecto de sua microestrutura sem ataque e para verificar se o polimento foi eficaz na
eliminação dos riscos. Antes do ataque, todas as amostras foram analisadas no microscópio
óptico Leica®.
Para utilizar o microscópio, foi necessário primeiro prender a amostra com uma massa
de modelar numa placa metálica; em seguida utilizou-se o nivelador, responsável por manter
paralela a superfície da amostra com a lente objetiva do microscópio óptico. Colocou-se esse
conjunto nesse equipamento, sobre a superfície do embutimento colocou-se uma folha de papel
para evitar possíveis contaminações ou riscos e então, era aplicada moderada pressão sobre a
amostra promovendo o seu paralelismo. Feito isso, o conjunto foi colocado no microscópio
óptico cujos aumento e foco foram regulados manualmente, assim como o filtro. No presente
projeto, contudo, nenhum tipo de filtro foi utilizado na obtenção das micrografias.
Após o ajuste de todos os parâmetros, as imagens foram captadas pelo computador, por
meio do software Stream Essentials®; depois de obtidas as fotos, as imagens foram convertidas
para o formato TIF e por fins estéticos convertia-se a coloração da imagem para preto e branco.
A forma de utilização do microscópio se manteve constante para todas as medições.
Por fim, para última etapa da metalografia, o ataque, este foi realizado no laboratório de
materiais, e sua composição era de 10mL de nitrato de prata e 90mL de água destilada, sua
aplicação na amostra se deu por meio de um pedaço de algodão, onde o mesmo era embebido
na solução e esfregado na amostra pôr cerca de 1 minuto, vale ressaltar que para essa etapa,
devido à pandemia, o processo foi realizado apenas pelo professor e pelo técnico, e eles foram
também os responsáveis pela captura das 90 imagens das amostras submetidas a esta etapa,
cujos arquivos foram disponibilizados na nuvem.
clicar em cima da imagem e com o lado direito do mouse, clicar em Duplicate e confirmar
pressionando a tecla OK. A partir desse ponto, somente a imagem duplicada será alterada. O
próximo passo é mudar a escala de medida para que ela leia de acordo com a escala utilizada
na imagem, ou seja, a etapa de calibração; para isso, deve-se selecionar a ferramenta na forma
de ícone line no menu principal e então traçar a linha sob a escala da imagem, passo
representado na Figura 12, a seguir.
Fonte: Autora
Em seguida, deve-se clicar em Analyze, seguido de Set Scale para abrir a nova guia.
Na caixa de diálogo, em Known Distance, deve-se digitar a distância conhecida, que neste caso
é de 10 m. Isso feito, deve-se cortar a imagem com a ferramenta crop, o passo está
representado na Figura 13, a seguir. Isso deve ser feito para que no momento da leitura, o
programa não utilize a escala como micrografia, já que ela é composta por cores claras e
escuras, podendo ser entendida pelo programa como pertencente à micrografia,
comprometendo a acuidade das medidas.
Em seguida, deve-se alterar o tipo da imagem usando o menu principal em Image, Type
e selecionando 8-bit. Tendo feito isso, deve-se modificar o limite da leitura, em Image, Adjust,
29
Threshold; essa função serve para verificar as partes que o programa está lendo para medir a
porcentagem em área da imagem; depois de executada a leitura, deve-se clicar em Apply e
então executar a medida da fração em área clicando em Analyze, Measure. É importante
verificar antes de executar a medida se os dados que se deseja medir estão selecionados. Para
isso, deve-se clicar em Analyze, Set Measurements e então selecionando os quadrinhos
correspondentes à medida desejada. Nesse caso, deve-se selecionar Area fraction e pressionar
OK. Com isso, é possível obter os dados da medida da fração em área da fase pretendida.
É importante ressaltar que ao se fazer a leitura da fase no Threshold deve-se manipular
os dados para que apenas os pontos negros sejam lidos, isso deve ser feito por conta da presença
de uma terceira coloração na imagem; mais acinzentada, que foi interpretada como fase clara,
logo, alterando a leitura do programa; isso ocorreu por conta de alguma sombra ou falta de foco
da câmera ao registrar a micrografia.
Figura 13 – Caixa de diálogo aberta do menu principal após a escolha do item “Image” e a
escolha do corte por meio da opção “crop”.
Fonte: Autora
De início, o proposto era de que se fizessem 30 medições para cada amostra, porém
devido à pandemia do coronavírus, a capacidade de ocupação dos laboratórios da instituição foi
diminuída assim como o tempo de permanência. Por conta disso, eles não se encontravam
disponíveis para os alunos; logo, cada amostra foi medida 10 vezes, totalizando 30 medidas
30
para cada liga investigada. Vale ressaltar que essa etapa do projeto foi realizada pelo professor
orientador em conjunto com o técnico de laboratório adotando todas as medidas de proteção
determinadas pelas autoridades locais.
100
𝜌 =
𝐶 𝐶 (6)
𝜌 +𝜌
100
𝜌 =
𝐶 𝐶 (7)
𝜌 +𝜌
31
𝑓
𝜌
𝑉( =𝐴 = (8)
) ( ) 𝑓 𝑓
𝜌 +𝜌
onde 𝑉 ( )
é fração em volume da fase e 𝐴 ( )
é a fração em área da fase . A fração em
𝑓
𝜌
𝑉( =𝐴 = (9)
) ( ) 𝑓 𝑓
𝜌 + 𝜌
De posse desses valores teóricos, então poderia ser procedida a comparação com os
valores experimentais, ou seja, aqueles obtidos pelas medidas da fração experimental em área
no software ImageJ®, que são iguais à fração volumétrica.
O método mais prático de realizar essa medida é através do Excel®. Ao abrir o software,
é necessário habilitar a ferramenta de análise de dados; para isso, deve-se abrir no menu
Arquivo, e então selecionar Opções; ao abrir a nova guia, deve-se selecionar Suplementos e
então a opção Ferramentas de Análise, finalizando ao pressionar o botão Ir. Isso irá
redirecionar para uma nova aba, cuja opção Ferramentas de Análise deverá ser selecionada
mais uma vez e então deve-se clicar em OK e a opção será incluída no seu menu como mostra
a Figura 14, a seguir.
Fonte: Autora
Com a inclusão dessa opção, agora basta ter a tabela dos dados que deverão ser
analisados para que a análise seja feita. Para isso, basta clicar em Análise de Dados, e selecionar
Anova: fator único, daí como Intervalo de Entrada, deve-se selecionar a tabela a ser analisada,
determinar o tipo de agrupamento, ou seja, se os dados a serem analisados estão dispostos em
coluna ou em linha, depois denominar o utilizado, sendo α o nível de significância, que neste
caso será de 5%, o que significa que a certeza dos resultados é de 95% (UNIVESP, 2018); por
fim, deve-se selecionar o intervalo de saída no qual as tabelas com os dados serão mostrados,
ao clicar OK, os cálculos serão feitos e a tabela será gerada. A forma de se fazer a análise de
variância encontra-se resumida na Tabela 1, mostrada a seguir. O que análise de variância faz
é verificar a variação dentro dos grupos e a variação entre grupos.
33
Fonte de Graus de
Soma de quadrados Quadrado médio F 𝐹 í
variação liberdade
Entre 𝑆𝑄𝐸 𝑠
grupos 𝑆𝑄𝐸 = 𝑛 𝑥 − 𝑥̿ 𝑘−1 𝑠 = 𝐹= 𝐹 . ( )
𝑘−1 𝑠
De acordo com Costa Neto (2002), na análise entre amostras, SQE é a soma de quadrados entre
grupos enquanto SQD é a soma de quadrados dentro dos grupos e SQT é soma de quadrados
total; 𝑛 é o número de medidas de cada grupo; 𝑥 é a média de cada grupo; 𝑥̿ é a grande média,
ou seja, a média de todas as medidas de todos os grupos; 𝑥 é a medida i de cada grupo j; 𝑘 é
o número de grupos; 𝑛 é o número de medidas; 𝑠 é a razão entre SQE e 𝑘 − 1 graus de
liberdade e finalmente 𝑠 é a razão entre SQD e 𝑛 − 𝑘 graus de liberdade.
As médias podem ser comparadas por meio da estatística F. Ela é obtida por meio da
relação entre o quadrado médio entre as amostras (𝑆 ) e o quadrado médio residual (𝑆 ). Se o
valor de F observado for menor que o valor do F crítico, a hipótese nula é aceita, ou seja, não
há diferenças estatisticamente significativas entre as médias dos grupos para o valor de
significância adotado. Caso contrário, adota-se a hipótese alternativa, o que significa que pelo
menos uma média de um grupo é diferente das demais.
34
O valor do F crítico é obtido por meio da tabela de distribuição F para um dado nível de
significância α. O valor é retirado a partir da relação entre os graus de liberdade entre as
amostras e os graus de liberdade residuais. Nesse tipo de tabela, o primeiro grau de liberdade é
disposto em colunas na parte superior enquanto o segundo é observado nas linhas da tabela.
O exemplo a seguir mostra como essa análise de variância pode ser feita no Excel® e
manualmente, retirado de Costa Neto (2002): três amostras de cinco elementos cada possuem
os seguintes valores: amostra 1: 64, 66, 59, 65, 62; amostra 2: 71, 73, 66, 70, 68 e amostra 3:
52, 57, 53, 56, 53. Inicialmente, calcula-se a grande média de todos os resultados, ou seja:
∑ 𝑥
∑
𝑥̿ = 𝑛
𝑘
64 + 66 + ⋯ 71 + 73 + ⋯ 52 + 57 + ⋯
+ +
𝑥̿ = 5 5 5 = 62,33
3
𝑆𝑄𝐸 = 𝑛 𝑥 − 𝑥̿
ou seja,
𝑆𝑄𝐷 = 𝑥 −𝑥
Ou seja,
Assim, vem:
35
𝑆𝑄𝐸 598,33
𝑠 = = = 299,27
𝑘−1 3−1
E ainda:
𝑆𝑄𝐷 78,8
𝑠 = = = 6,57
𝑛 − 𝑘 15 − 3
𝑠 299,27
𝐹= = = 45,57
𝑠 6,57
Para um nível de significância de 0,10, de acordo com a Figura 15 a seguir, para os graus
de liberdade 𝑣 = 2 e 𝑣 = 12, nota-se que o valor de Fcrítico será igual a 3,89, logo pode-se
concluir que pelo menos um dos grupos apresentados possui uma média diferente das dos
demais grupos.
Fonte: Autora
Quando na análise de variância tem-se que a distribuição de pelo menos um dos grupos
é diferente das demais, pode-se realizar os testes de comparação de média, que evidenciam
entre quais dos grupos a diferença é significativa.
Os gráficos de intervalo têm a função de determinar se os intervalos de confiança se
sobrepõem, ou seja, verifica por meio do intervalo de duas ou mais médias se as medidas da
população são estatisticamente diferentes. Um gráfico de intervalo mostra um intervalo de
confiança de 95% para a média de cada grupo, e tem maior precisão à medida que se tem um
maior tamanho amostral.
A forma mais simples de realizá-lo é por meio do software Minitab®. Primeiramente,
deve-se montar a tabela cujos valores serão comparados entre si, agrupar os dados em colunas
como mostra a Tabela 3. Esta tabela pode ser montada no Excel® e copiada para o Minitab®
ou montada diretamente no último software.
37
Fonte: Autora
Fonte: Autora
38
Fonte: Autora
O gráfico de probabilidade normal é uma forma simples e prática para testar se uma
certa quantidade de dados está ajustada de acordo com uma distribuição normal.
Para realização deste estudo, assim como explicado anteriormente, os dados a serem
analisados devem estar dispostos em colunas, como mostra a Tabela 3, porém, desta vez será
realizado para uma secção corte por vez, então, com o software Minitab® já aberto, e os dados
agrupados como descrito anteriormente, deve-se clicar em Gráfico no menu superior e buscar
por Gráfico de Probabilidade, etapa essa, representada pela Figura 18 abaixo. Na nova aba
que irá se abrir, após selecionar a opção único conforme mostra a Figura 19 abaixo basta clicar
em OK. Na nova guia deve-se selecionar qual secção será lida pelo gráfico então clicar em
Selecionar, por último, ao clicar em OK, aguarde por alguns segundos e o gráfico aparecerá
disposto na tela.
39
Fonte: Autora
Fonte: Autora
Nestes gráficos, a linha central equivale ao percentil esperado, que pode ser obtida por
meio da variável normal padronizada que corresponde a probabilidade acumulada e as curvas
situadas à esquerda e à direita da reta correspondem aos limites de confiança da amostra.
40
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O presente capítulo mostra os resultados obtidos das amostras de cada uma das ligas
estudadas. Ele também mostra os resultados oriundos da fração em área obtidas por microscopia
óptica e a comparação com as frações em área obtidas do uso da regra da alavanca oriundos do
diagrama de fases de equilíbrio Pb-Sn obtido do software Thermo-Calc®. Por fim, apresentam-
se os resultados da análise de variância, feita por meio do software Excel® e os gráficos de
intervalo de altura e probabilidade feitos por meio do software Minitab®.
Fonte: Autora
41
Fonte: Autora
Figura 22– Micrografia sem ataque da amostra de composição hipoeutética da liga Pb-30%Sn,
secção C, conforme Figura 10.
Fonte: Autora
42
As Figuras 23, 24 e 25, por sua vez, apresentam as micrografias sem ataque da amostra
da liga eutética nas secções A, B e C, respectivamente. Nota-se agora que a quantidade das
regiões mais claras é superior na secção A, Figura 23, às das secções B e C, das Figuras 24 e
25, respectivamente. O aspecto lamelar, típico do eutético -Pb e -Sn, é visível na Figura 23.
Fonte: Autora
43
Fonte: Autora
Fonte: Autora
44
Fonte: Autora
45
Figura 27– Micrografia sem ataque da amostra de composição hipereutética da liga Pb-
80%Sn, secção B, conforme Figura 9.
Fonte: Autora
Fonte: Autora
46
Nesta etapa as amostras foram atacadas com uma solução de composição de 10g de
nitrato de prata e 90 mL de água destilada, pelo professor orientador Júlio César Dutra em
conjunto com o técnico responsável no Centro de Laboratórios Químicos no Centro
Universitário FEI, e ao todo foram capturadas 90 imagens, sendo 10 imagens de cada secção.
Vale ressaltar que para esta etapa estava proposto uma análise de 90 imagens por liga, além de
ser realizada pela aluna, porém isto não ocorreu por conta da pandemia do coronavírus que
impossibilitou a utilização dos laboratórios.
Nas figuras 29, 30 e 31 a seguir, pode-se notar a presença de contornos de grão na fase
mais clara, assim como uma maior porcentagem de fase clara α, correspondente a distribuição
proposta para este tipo de liga. Há também, algumas regiões acinzentadas, que podem ter sido
geradas por uma eventual segregação na etapa de fundição.
Figura 29 – Micrografia com ataque de 90mL de de água destilada e 10g de nitrato de prata da
amostra de composição hipoeutética da liga Pb-30%Sn, secção A, conforme Figura 8.
Fonte: Autora
47
Figura 30 – Micrografia com ataque de 90mL de de água destilada e 10g de nitrato de prata da
amostra de composição hipoeutética da liga Pb-30%Sn, secção B, conforme Figura 9.
Fonte: Autora
Figura 31 – Micrografia com ataque de 90mL de de água destilada e 10g de nitrato de prata da
amostra de composição hipoeutética da liga Pb-30%Sn, secção C, conforme Figura 10.
Fonte: Autora
48
Para as ligas desta composição, dispostas nas Figuras 32, 33 e 34 a seguir, pode-se notar
uma estrutura de maior porcentagem de fase , correspondente a fase rica em estanho, e
representada pela cor mais clara da micrografia. O restante é composto pela fase ,
caracterizada pelas partes escuras. Além disso, a Figura 34 apresenta uma microestrutura de
aspecto lamelar.
Figura 32 – Micrografia com ataque de 90mL de de água destilada e 10g de nitrato de prata da
amostra de composição eutética da liga Pb-61,9%Sn, secção A, conforme Figura 8.
Fonte: Autora
49
Figura 33 – Micrografia com ataque de 90mL de de água destilada e 10g de nitrato de prata da
amostra de composição eutética da liga Pb-61,9%Sn, secção B, conforme Figura 9.
Fonte: Autora
Figura 34 – Micrografia com ataque de 90mL de de água destilada e 10g de nitrato de prata da
amostra de composição eutética da liga Pb-61,9%Sn, secção C, conforme Figura 10.
Fonte: Autora
50
Nas Figuras 35, 36 e 37, a seguir, referentes a liga hipereutética, pode-se notar a
presença acentuada de tons acinzentados, estes oriundos provavelmente da etapa de
solidificação da liga. Além disso, nestas imagens nota-se uma presença maior de regiões claras,
caracterizadas pela presença de fase , rica em estanho, condizente com o esperado para uma
liga desta composição. As regiões escuras, por sua vez, correspondem à fase , rica em Pb.
Figura 35 – Micrografia com ataque de 90mL de de água destilada e 10g de nitrato de prata da
amostra de composição hipereutética da liga Pb-80%Sn, secção A, conforme Figura 8.
Fonte: Autora
51
Figura 36 – Micrografia com ataque de 90mL de de água destilada e 10g de nitrato de prata da
amostra de composição hipereutética da liga Pb-80%Sn, secção B, conforme Figura 9.
Fonte: Autora
Figura 37 – Micrografia com ataque de 90mL de de água destilada e 10g de nitrato de prata da
amostra de composição hipereutética da liga Pb-80%Sn, secção C, conforme Figura 10.
Fonte: Autora
52
A Tabela 4 mostrada a seguir, apresenta os resultados das frações em área obtidas pelo
programa ImageJ®, das 10 medidas feitas para cada grupo de corte da liga Pb-30%Sn.
Tabela 4 – Porcentagem da fase β medidas, dispostas em função da secção de corte para a liga
hipoeutética Pb-30%Sn.
Secção 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A 36,95 37,27 37,44 37,16 37,76 36,81 39,56 37,69 37,39 38,38
B 39,24 39,02 40,16 39,52 40,80 38,51 39,62 39,95 40,67 39,76
C 37,45 38,04 39,94 38,35 39,41 39,81 38,31 40,28 38,73 38,66
Fonte: Autora
De posse dos dados das frações em área fornecidos pelo ImageJ®, deu-se início aos
cálculos para obtenção das frações mássicas da liga para condição dada pelo diagrama de fases
Pb-Sn, através da regra da alavanca:
98 − 30
𝑓 = = 0,71
98 − 2
30 − 2
𝑓 = = 0,29
98 − 2
As densidades teóricas das fases foram obtidas utilizando as densidades ideais de valor
11,35 Mg m para o estanho e 7,27 Mg m para o chumbo, dados estes retirados de Callister
e Rethwisch (2015). Assim, vem:
100
𝜌 = = 11,22 Mg m
2 98
7,27 + 11,35
100
𝜌 = = 7,32 Mg m
98 2
7,27 + 11,35
53
Em seguida, foram calculadas as frações em área esperadas para a liga hipoeutética, que
resultaram nos valores de 0,6131 em área de fase e 0,3869 em área de fase ; essas foram
obtidas a partir das Equações 8 e 9, mostradas anteriormente. Vale ressaltar que os valores das
frações em área são equivalentes aos das frações volumétricas, ou seja:
0,71
11,22
𝑉( =𝐴 = = 0,6131
) 0,29 0,71
7,32 + 11,22
0,29
7,32
𝑉( =𝐵 = = 0,3869
) 0,29 0,71
+
7,32 11,22
Agora, de posse dos valores em porcentagem de área de cada fase da micrografia obtidos
por meio do software ImageJ® foi feita a comparação com a porcentagem em área4 calculada
anteriormente. Esta comparação está disposta a seguir na Tabela 5.
Secção A B C
Fonte: Autora
Pode-se notar que além do desvio padrão da medida ser pequeno, os resultados das
medições estão bem próximos dos valores esperados, já que suas diferenças variaram entre
0,16% e -3,49%, o que demonstra que o experimento é validado.
4
Os valores da fração volumétrica ou fração em área foram convertidos para porcentagem para que a
comparação fosse possível.
54
A Tabela 6 mostrada a seguir, apresenta os resultados das frações em área obtidas pelo
programa ImageJ®, das 10 medidas feitas para cada secção da liga eutética.
Tabela 6 – Porcentagens da fase β medidas, dispostas em função da secção de corte para a liga
eutética Pb-61,9%Sn.
Secção 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A 70,43 73,15 71,78 72,70 71,07 73,07 72,77 72,91 73,83 70,99
B 72,94 70,71 65,44 82,30 76,25 74,63 75,23 73,39 72,48 71,54
C 67,90 70,10 69,63 69,82 69,00 70,64 72,98 69,58 71,32 74,03
Fonte: Autora
De posse dos dados das frações em área obtidos pelo ImageJ®, deu-se início aos
cálculos para obtenção das frações mássicas da liga para condição dada pelo diagrama de fases
Pb-Sn, através da regra da alavanca:
98 − 61,9
𝑓 = = 0,38
98 − 2
61,9 − 2
𝑓 = = 0,62
98 − 2
100
𝜌 = = 11,22 Mg m ³
2 98
7,27 + 11,35
100
𝜌 = = 7,32 Mg m ³
98 2
7,27 + 11,35
Em seguida, foram obtidas as frações em área esperadas para uma liga eutética, de
valores em porcentagem de 28,22 de fase e 71,78 de fase , essas obtidas a partir das Equações
55
0,38
11,22
𝑉( =𝐴 = = 0,2822
) 0,62 0,38
+
7,32 11,22
0,62
7,32
𝑉( =𝐵 = = 0,7178
) 0,62 0,38
7,32 + 11,22
Secção A B C
Fonte: Autora
À semelhança do que foi visto para a liga hipoeutético, nota-se que além do desvio
padrão da medida ser pequeno, os resultados das medições estão bem próximos dos valores
esperados. Além disso, as diferenças percentuais estão entre -5,32% e 5,36%, validando o
experimento.
A Tabela 8, mostrada a seguir, apresenta os resultados das frações em área obtidas pelo
programa ImageJ®, das 10 medidas feitas para cada secção da liga hipereutética
56
Tabela 8 – Porcentagem da fase β medidas, dispostas em função da secção de corte para a liga
eutética Pb-80%Sn.
Secção 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A 82,51 82,26 83,38 81,49 81,32 82,91 80,71 81,39 83,70 84,27
B 81,12 82,37 80,46 81,22 80,57 82,96 79,33 81,86 84,70 82,99
C 88,45 87,88 88,76 86,63 87,80 88,24 87,92 87,28 87,97 88,71
Fonte: Autora
De posse dos dados das frações em área fornecidos pelo ImageJ®, deu-se início aos
cálculos para obtenção das frações mássicas da liga para condição dada pelo diagrama de fases
Pb-Sn, através da regra da alavanca:
98 − 80
𝑓 = = 0,19
98 − 2
80 − 2
𝑓 = = 0,81
98 − 2
100
𝜌 = = 11,22 Mg m ³
2 98
7,27 + 11,35
100
𝜌 = = 7,32 Mg m ³
98 2
7,27 + 11,35
0,19
11,22
𝑉( =𝐴 = = 0,1309
) 0,81 0,19
+
7,32 11,22
57
0,81
7,32
𝑉( =𝐵 = = 0,8691
) 0,81 0,19
7,32 + 11,22
Agora, com o objetivo de comparar os resultados, foram pegos por meio do software
ImageJ® os valores das porcentagens em área das imagens estudadas e os calculados, como
podem ser observados na Tabela 9, a seguir.
Secção A B C
Fonte: Autora
Diferentemente das outras secções, nota-se que o desvio padrão é pequeno, mas as
diferenças entre os valores obtidos experimentalmete e os teóricos são relativamente grandes,
chegando a uma diferença de até 40%.
Tabela 10 – Resumo de parte dos cálculos da análise de variância feita no Excel® para liga
hipoeutética, Pb-30%Sn. Os valores estão expressos em porcentagem.
Fonte: Autora
Tabela 11 – Resultados da análise de variância feita no Excel® para liga hipoeutética, Pb-
30%Sn.
Soma de Graus de Quadrado
Fonte da Estatística
Quadrados Liberdade Médio Valor-p 𝐹 í
variação F
(SQ) (gl) (MQ)
Entre
22,02 2 11,01 16,43 2,14×10-5 3,35
grupos
Dentro dos
18,09 27 0,67
grupos
Total 40,11 29 -
Fonte: Autora
A soma de quadrados mede a variação dos dados, ou seja, ela mede a variação das
medidas de fração em área oriundas das diferentes fotografias referentes as secções de corte e
entre as secções; os graus de liberdade são calculados com base no número de imagens
analisadas e o quadrado médio é a razão entre a soma de quadrados e os graus de liberdade, a
estatística F de Fisher-Snedecor é calculada por meio da razão entre o quadrado médio entre os
grupos (𝑠 ) e o quadrado médio dentro dos grupos (𝑠 ) e por último o valor-p, que é a
medida da probabilidade da diferença observada entre os grupos ter sido ocasionada por razões
aleatórias e não por conta dos fatores estudados. Neste caso, isso significa que realizando este
experimento 100 vezes, a chance de resultados semelhantes serem encontrados é de 99,99%.
Alternativamente, com os dados dos graus de liberdade entre os grupos e dentro dos
grupos, pode-se obter o F crítico da tabela de distribuição para um nível de significância de 0,05
(5%). Essa seleção está representada na Figura 38, a seguir, que é de 3,35, igual ao mostrado
no software Excel®, na Tabela 9.
59
Logo, como o valor da Estatística F é maior que o do F crítico porque 16,43>3,35, tem-
se que as médias não são iguais, ou seja, existem diferenças estatisticamente significativas entre
as médias dos grupos para um nível de significância de 0,05. Isso também é possível comprovar
através do Valor-p que teve resultado menor que o do nível de significância, validando a
hipótese alternativa.
60
Tabela 12 – Resumo de parte dos cálculos da análise de variância feita no Excel® para liga
eutética, Pb-61,9%Sn. Os valores estão expressos em porcentagem.
Fonte: Autora
Tabela 13 – Resultados da análise de variância feita no Excel® para liga eutética, Pb-
61,9%Sn.
Soma de Graus de Quadrado
Fonte da
Quadrados Liberdade Médio Estatística F Valor-p 𝐹 í
variação
(SQ) (gl) (MQ)
Entre
45,23 2 22,62 2,92 0,071 3,35
grupos
Dentro dos
209,16 27 7,75
grupos
Total 254,39 29 -
Fonte: Autora
A soma de quadrados mede a variação geral de todas as observações, ou seja, ela mede
a variação das medidas de fração em área entre as diferentes imagens obtidas de cada secção de
corte e entre as secções; os graus de liberdade são calculados com base no número de imagens
a serem analisadas, logo, neste caso, é em função da quantidade de imagens analisadas. O
quadrado médio é a razão entre a soma de quadrados e os graus de liberdade, já, a estatística F
de Fisher-Snedecor é calculada por meio da razão entre o quadrado médio entre os grupos
(𝑠 ) e o quadrado médio dentro dos grupos (𝑠 ) por último, o valor-p, representa a
probabilidade da diferença observada entre os grupos ter sido ocasionada por razões aleatórias,
61
e não por conta dos fatores estudados. Neste caso, como seu valor é de 0,071 isso significa que,
realizando este experimento 100 vezes, a chance de resultados semelhantes serem encontrados
é de 92,9%.
Alternativamente, com os dados dos graus de liberdade entre os grupos e dentro dos
grupos, pode-se obter o F crítico da tabela de distribuição para um nível de significância de 0,05
(5%). Essa seleção está representada na Figura 38, situada na página 59.
Para concluir a análise, tem-se que o valor da Estatística F é menor que o valor de F
crítico, sendo esses 2,92 e 3,35 respectivamente; isso comprova a hipótese de que não existem
diferenças estatisticamente significativas entre as médias dos grupos para um nível de
significância de 0,05. Isso também é possível comprovar através do valor-p que teve resultado
maior que o do nível de significância, validando mais uma vez a hipótese nula.
Tabela 14 – Resumo de parte dos cálculos da análise de variância feita no Excel® para liga
hipereutética, Pb-80%Sn. Os valores estão expressos em porcentagem.
Fonte: Autora
62
Tabela 15 – Resultados da análise de variância feita no Excel® para liga hipereutética, Pb-
80%Sn.
Soma de Graus de Quadrado
Fonte da Estatística
Quadrados Liberdade Médio Valor-p 𝐹 í
variação F
(SQ) (gl) (MQ)
Entre
233,15 2 116,57 83,30 2,82×10-12 3,35
grupos
Dentro dos
37,79 27 1,4
grupos
Total 270,93 29 -
Fonte: Autora
De maneira simples, ao traçar uma reta sobre o gráfico, se esta cruzar a região de todos
os intervalos, região esta obtida por meio uma média ponderada do desvio padrão de cada
secção de corte, isso significa que não há diferenças significativas entre os grupos de corte;
agora, caso ocorra o contrário, as amostras serão tidas como desiguais, ou seja, suas
porcentagens em área não seguem uma distribuição padrão. Isto poderá ser mais bem
compreendido ao analisar as Figuras 39 a 41 que correspondem, respectivamente, às ligas
hipoeutética Pb-30%Sn; eutética Pb-61,9%Sn e hipereutética Pb-80%Sn.
Para as Figuras 39 e 41, nota-se que a reta não passa por todos as regiões do intervalo,
evidenciando assim que apenas 2 das 3 secções podem ser consideradas como similares. Essas
conclusões já haviam sido observadas nos itens 4.4.1 e 4.4.3, das análises de variância das ligas
hipoeutética e hipereutética, respectivamente. Já a Figura 40 possui todas as regiões com a
presença de um ponto em comum, atestando que para esta composição, independente da secção
de corte, suas medidas não apresentaram diferenças significativas, como já foi concluído no
item 4.4.2 da análise de variância da liga eutética.
Fonte: Autora
64
Fonte: Autora
Fonte: Autora
(STEPHENS, 1986). Se uma distribuição normal é um bom ajuste para os dados, os pontos
formam uma linha aproximadamente reta. Pontos distantes da linha reta indicam desvios da
normalidade. Outra forma de avaliar a normalidade dos dados é por meio do valor-p que, se for
maior que a confiança, indica que os dados não diferem significativamente entre si e seu
resultado é obtido por meio da estatística de Anderson Darling, representado pela sigla AD,
sendo esta uma medida dos desvios entre a linha ajustada e a função da etapa não paramétrica.
Para um intervalo de confiança de 95%, o valor-p tem de ser superior a 0,1 para que se
conclua que haja forte evidência de que os dados provêm de uma distribuição normal
(D’AGOSTINO, 1986). De acordo com o suporte do software (MINITAB, 2019), o valor-p é
a probabilidade que mede a evidência contra a hipótese nula. Assim, um menor valor-p indica
evidência forte contra a hipótese nula. A hipótese nula, no caso, é de que os pontos podem ser
oriundos de uma distribuição normal enquanto a hipótese alternativa é de que os pontos não são
oriundos de uma distribuição normal.
As Figuras 42 a 44 mostram os gráficos de probabilidade para as secções A, B e C,
respectivamente, da liga hipoeutética Pb-30%Sn. Nota-se que somente a secção A apresenta
um valor-p inferior a 0,1, o que permite concluir que os dados não provêm de uma distribuição
normal. Outra evidência para essa conclusão é que há um curvamento dos pontos em torno da
curva (MINITAB, 2019). Por outro lado, as Figuras 43 e 44 apresentam o valor-p superior a
0,1 o que permite concluir que há forte evidência de que os dados provêm de uma distribuição
normal.
66
Fonte: Autora
Fonte: Autora
67
Fonte: Autora
68
Fonte: Autora
69
Fonte: Autora
Fonte: Autora
Para as Figuras 48, 49 e 50, seus resultados permitem concluir que são oriundos de uma
distribuição normal para a liga hipereutética Pb-80%Sn nas secções A, B e C respectivamente.
70
Isso porque todos os valores-p são superiores a 0,1, ou seja, conclui-se que há forte evidência
de que os dados provêm de uma distribuição normal.
Fonte: Autora
Fonte: Autora
71
Fonte: Autora
a condução da aula, o professor solicitou à turma a resposta para uma pesquisa de compreensão
dos tópicos tratados e do modo como ela ocorreu por meio da plataforma do Mentimeter.com®.
Somente 22 dos 80 alunos participaram da pesquisa, ou seja, 27,5% da população
interessada. Os resultados mostraram que 59% dos entrevistados acreditam que o uso do
software ajudou sim na compreensão do diagrama de fases de modo prático já que as fases
observadas no microscópio óptico facilitam a interpretação dos conceitos relacionados à regra
da alavanca, entre outros, enquanto 36% afirmaram que definitivamente sim o uso do software
ajudou na compreensão do diagrama de fases. Contudo, 5% acreditam que o uso do software
não ajudou na compreensão do diagrama de fases.
73
5. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ANDERSSON J.O., HELANDER T., HÖGLUND L., SHI P.F., AND SUNDMAN B.,
Thermo-Calc and DICTRA, Computational tools for materials science. Calphad, 26, 273-
312, 2002.
COSTA NETO, Pedro Luiz de Oliveira. Estatística. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2002.
278 p.
D’AGOSTINO, R.B. Tests for the normal distribution. p.367-420. In: Goodness-of-Fit
Techniques. New York: Marcel Dekker. Editors: D’Agostino, R.B.; Stephens, M.A., 1986,
589p.
GRANTA EDUPACK 2020. Versão 20.1.0. Granta Edupack software, Granta Design
Limited. Subsidiary of Ansys, Inc. Cambridge, 2020.
HEHNES, E.F.; DUTRA, J.C. Análise qualitativa e quantitativa das fases presentes em
ligas de chumbo-estanho pelo método de Rietveld. Projeto de iniciação didático-
científica ID035/19. 10p., 2019. São Bernardo do Campo, Centro Universitário FEI.
75
VANDER VOORT, G.F. Applied Metallography. New York: Van Nostrand Reinhold
Company. 1986, 308p.
VANDER VOORT, G.F. The Pb-Sn Diagram. Buehler: s.e., s.d. Disponível em:
http://www.georgevandervoort.com/images/Metallography-
Specific/Pb_Sn_Phase_Diagram_22x28_AA.pdf. Acesso em 30 de junho de 2020.