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01. Defina o que é Competência Tributária.

A competência tributária é a atribuição dada pela Constituição Federal aos entes políticos do
Estado da prerrogativa de instituir os tributos. A competência tributária é privativa;
incaducável; de exercício facultativo; improrrogável; irrenunciável; indelegável.

02. A respeito da competência tributária, defina o que são as características (ou princípios) da
facultatividade, irrenunciabilidade, incaducabilidade e indelegabilidade.

Facultatividade: De regra, os titulares das competências tributárias, conquanto não possam


delegá-las ou renunciá-las, não são obrigados a exercitá-las. Trata-se aqui de uma opção
política a ser tomada pelas pessoas competentes, que podem instituir ou não os tributos
pertencentes às suas respectivas faixas impositivas. Vale dizer, o exercício das competências
tributárias sujeita-se a juízo de conveniência e oportunidade de seus titulares;

Indelegabilidade: Indo adiante, tem-se que as competências tributárias são indelegáveis. Nesse
sentido, cada Pessoa Política recebeu sua respectiva faixa de competência da Constituição, não
podendo, em hipótese alguma, delegá-la para outros entes. Podem até deixar de exercê-las,
como visto acima, mas não lhes é dado consentir com que outra pessoa o faça, sob pena de
modificação das próprias condições da outorga constitucional, matéria que não é afeta ao
legislador;

Incaducabilidade: Seguindo adiante, ressalte-se que as competências tributárias não perecem


com o decurso do tempo, ainda que não exercitadas, sendo, pois, incaducáveis. Por esse
motivo, não há que se falar em decadência no exercício das competências tributárias; mesmo
que uma Pessoa Política não exerça uma determinada competência tributária por tempo
indefinido, jamais a perderá, podendo, a qualquer tempo, vir a implementá-la, por intermédio
do veículo legislativo adequado.

Irrenunciabilidade: Nesse passo, de acordo com a hermenêutica constitucional, às Pessoas


Políticas é totalmente defeso alterar as dimensões das competências tributárias que lhes foram
outorgadas. Como dito acima, podem as Pessoas Políticas não utilizar tais competências em
toda a sua amplitude, ou simplesmente não utilizá-las; porém, não podem modificar seus
termos e condições, visto se tratar de matéria exclusivamente constitucional.

03. Quais os poderes que fazem parte da competência? Explique. *

Quem possui competência tributária são os entes políticos, quais sejam: União, Estados,
Distrito Federal e Municípios – trata-se, pois, de tarefa legislativa incumbida a cada ente da
federação

04. A respeito da capacidade tributária ativa, explique: a) definição; b) possibilidade de sua


delegação; c) revogação da delegação; *

Percebemos que, apesar da impossibilidade de delegação da competência tribu-tária, uma vez que esta é
definida na própria Constituição, o CTN permite a dele-gação de algumas atividades da administração
tributária.Essas atividades não se confundem com a competência tributária, que é IN-DELEGÁVEL, sem
qualquer exceção.Uma coisa é poder legislar e, com isso, instituir seus tributos (competência tri-butária),
outra coisa é fiscalizar, cobrar e arrecadar tributos, a denominada capacidade tributária ativa, que não se
confunde com a competência tributária.A capacidade tributária ativa é, pois, a prerrogativa de atuar no
polo ativo da relação tributária, exigindo do sujeito passivo o cumprimento da obrigação.Podemos perceber
que a competência tributária é observada em um momento anterior, sendo o seu exercício, ou seja, a
instituição do tributo, requisito funda-mental para que se possa exercer a capacidade tributária ativa.
Quem detém a competência tributária detém também a prerrogativa de cobrar, fiscalizar e administrar
seus tributos, ou seja, se o município é competente para instituir o ISS, também o é para fiscalizar os
contribuintes, exigir o pagamento, administrar a arrecadação etc.

05. No caso do IOF, quando o Município assume as funções de arrecadar e fiscalizar o tributo,
nos termos da CF/88, pode-se afirmar que é um caso típico de delegação de capacidade
tributária ativa, nos termos em que está exposta no art. 7º, CTN? *

Sim, O constituinte optou por conferir a cada uma das pessoas jurídicas de direito público um
campo próprio para instituir seus tributos. Trata-se da competência tributária. Tal faculdade,
nos termos do art. 6º do CTN, compreende a competência tributária plena, o que significa que
nenhuma das pessoas jurídicas de direito público necessita da autorização de outro ente
federado para instituir seus tributos.

06. Explique o que é competência tributária Privativa e quais tributos estão inseridos na
competência de cada ente federativo. *

A doutrina costuma separar a competência tributária em três modalidades: privativa,


residual e comum. A primeira consiste na competência para criar impostos atribuída de forma
exclusiva a este ou àquele ente político. Neste sentido, o imposto de importação, por exemplo,
corresponde a uma competência privativa da União; já o ICMS pertence à competência
privativa dos Municípios e do Distrito Federal e, por sua vez, o ISS faz parte da competência
privativa dos Municípios e do Distrito Federal.

07. Segundo o art. 6º, parágrafo único, CTN, "os tributos cuja receita seja distribuída, no todo
ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa
daquela a que tenham sido atribuídos.". Explique o que isso significa em uma situação
concreta. *

Tal faculdade, nos termos do art. 6º do Código Tributário Nacional (CTN), compreende a
competência tributária plena, o que significa que nenhuma das pessoas jurídicas de direito
público necessita da autorização de outro ente federado para instituir seus tributos. A
competência tributária consiste na aptidão da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios para criar tributos. Em termos gerais, todos têm, respeitando-se alguns limites, o
poder de criar determinados tributos, bem como definir seu alcance, de forma que obedeça
aos critérios de partilha de competência estabelecidos pela Constituição Federal.

08. Segundo o art. 8º, CTN, o "não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa
jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído". Explique
o que isso significa. *

Cabe aqui citar os ensinamentos do professor Roque Antonio Carrazza que diz: Assim é por
duas razões que supomos inafastáveis. A primeira: a Constituição, ao conferir ao Poder
Legislativo a competência para legislar, não fez qualquer menção no sentido de que esta
faculdade deveria ser utilizada até um dado marco temporal, sob pena de caducidade. A
Segunda: o ato de legislar envolve, sempre e necessariamente, uma alteração da ordem
jurídica em vigor, ou seja, um inovação normativa. É próprio da lei prever ou disciplinar
situações que ainda não foram alvo de leis anteriores. Afinal, a lei sempre inova
inauguralmente a ordem jurídica, construindo o direito positivo. O Poder Legislativo,
enquanto expede leis, exercita uma competência que a Constituição lhe outorgou, e que, até
aquele momento, não havia exercitado.
09. Segundo o art. 7º, § 3º, CTN, "Não constitui delegação de competência o cometimento, a
pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.". Explique o que
isso significa, inclusive com exemplos. *

A competência legislativa nada tem a ver com a capacidade para arrecadar tributos, uma vez
que a primeira é indelegável, já a segunda é delegável nos termos do art. 7º, § 3º do Código
Tributário Nacional, O constituinte optou por conferir a cada uma das pessoas jurídicas de
direito público um campo próprio para instituir seus tributos. Trata-se da competência
tributária.

10. Por que a competência para instituir taxas e contribuições de melhoria é chamada pela
doutrina de competência comum? *

A competência comum refere-se aos tributos chamados vinculados, ou seja, taxas e


contribuições de melhoria, que por sua natureza são oriundos de atividades do Estado. A
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir o tributos.

11. Explique quando é possível a utilização da competência residual em detrimento da


competência extraordinária. Quais tributos são instituíveis por esses tipos de competência? *

Competência residual é aquela que pertence apenas a União. A União poderá


instituir por meio de lei complementar impostos residuais, isto é, outros que não
sejam de sua competência, desde que não cumulativos e não tenham fato gerador
ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição. Como também é de
competência da União criar outras contribuições sociais não previstas na
Constituição Federal. Neste caso, as contribuições sociais residuais não poderão
adotar fato gerador e base de cálculo de contribuições sociais já existentes. No
entendimento do Supremo Tribunal Federal, essas novas contribuições sociais
residuais podem possuir base de cálculo de imposto já existente.

12. Quando temos mais de um tributo incidindo sobre um mesmo fato gerador, estará
ocorrendo bitributação ou bis in idem? Explique a diferença. *

A bitributação acontece quando o mesmo fato gerador é tributado duas vezes por dois entes
diferentes. Quando isso acontece o imposto é cobrado do contribuinte 2x e de forma injusta.
Neste sentido é importante lembrar que cada ente tem sua competência para instituir e cobrar
tributos, e que nenhum ente pode invadir a competência tributária do outro. Para a
infelicidade dos contribuintes essa regra nem sempre é aplicada com rigor, como bem vemos
principalmente no ISS e ICMS, onde por conta da complexidade, e as vezes a falta de clareza
em definir se algo é um serviço ou produto, temos o estado tributando o ICMS e o município o
ISS sobre um mesmo fato tributário. ara os que não estão familiarizados, o bis in idem ao
contrário da bitributação, não tem vedação legal. Mas bis in idem e bitributação também são
diferentes. Não temos essa ilegitimidade no bis in idem, pois, em nossa constituição isso não é
tido como uma violação. Ainda aguardo que este fenômeno do bis in idem deixe de ser um
conflito e seja vedado, mas enquanto isso não ocorre, é fundamental entender como o bis in
idem funciona. A sistemática do bis in idem ocorre quando há a mesma tributação aplicada 2x
ou mais. Quando isso ocorre obviamente é necessária previsão legal, como no caso da
cobrança do PIS e Cofins, que incidem sobre as receitas auferidas pela empresa.

13. Há casos em que é possível ocorrer uma bitributação que não ofenda a Constituição
Federal? *
São duas, segundo a Constituição Federal. Uma delas é na iminência ou no caso de guerra
externa, quando serão instituídos impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua
competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua
criação

14. Cite as situações em que a União poderá instituir e cobrar tributos que estão previstos na
CF/88 como de competência estadual ou municipal. *

mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição, ou, na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários,
compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos,
gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

15. O que é a exigência de ineditismo para o exercício da competência tributária residual? *

Como já referido, o STF se dedicou a uma análise mais aprofundada do teor do §4º do art. 195
da Constituição por ocasião do julgamento sobre a constitucionalidade da LC n.º 84/1996, que
instituiu contribuição previdenciária patronal, de caráter residual para a seguridade social,
incidente sobre a remuneração paga pelas empresas aos empresários (administradores) e
trabalhadores autônomos que lhes prestassem serviços. O governo federal entendeu
necessária a edição de lei complementar para a instituição dessa contribuição residual, pois na
época o STF havia reconhecido que o art. 195, I, da Constituição não previa a contribuição,
uma vez que a incidência da contribuição previdenciária patronal era restrita à “folha de
salários” (remunerações pagas aos empregados), não abrangendo os valores pagos pelas
empresas aos seus administradores (empresários) ou trabalhadores autônomos que lhes
prestassem serviços. Assim sendo, somente por meio de reforma do art. 195, I, ou por meio de
lei complementar (§4º do art. 195) a incidência poderia ser autorizada. Então, primeiro foi
editada a LC n.º 84/1996, baseada na competência residual da União. E tempo depois, foi
editada a EC n.º 20/1998, ampliando a norma de competência legislativa tributária do art.
195, I, o que passou a autorizar a instituição da contribuição por simples lei ordinária

16. Com base nas competência atualmente previstas, é possível a criação de novas
contribuições, além das previstas no texto da CF/88? Se sim, quem pode criá-las e quais as
limitações para sua criação? *

A competência privativa, como o próprio nome sugere, limita o exercício daquela competência
aos entes taxativamente enumerados na Constituição. Desse modo, a criação de determinados
tributos somente poderá ser realizada pelo ente ao qual a Constituição outorga a competência
privativa, a qual é impassível de delegação. Como exemplo, temos os impostos de competência
privativa da União, descritos no art. 153, da CF. Ou então os empréstimos compulsórios (art.
148) e as contribuições especiais (art. 149).

17. Que tributos estão na competência tributária do Distrito Federal? *


Em matéria tributária, a Câmara Legislativa do Distrito Federal tem competência para criar,
in abstrato, os "tributos estaduais e municipais", à vista do disposto nos artigos 32 § 1º, 145,
147 in fine e 155, todos da Constituição da República.

18. Além do DF e da União, há algum outro caso de exercício da competência tributária


cumulativa? Explique e fundamente sua resposta. *

A competência cumulativa é aquela exercida pelo Distrito Federal, que absorve tanto as
competências privativas estaduais como municipais. Isto é, pode instituir, em seu território,
todos os tributos estaduais como municipais. E também exercida pela União, no que diz
respeito aos territórios.

19. No caso de guerra ou sua iminência, quais tributos podem ser instituídos para
proporcionar um aumento na arrecadação? Quais competências previstas na Constituição
seriam utilizadas em cada caso? *

O imposto extraordinário em caso de guerra somente pode ser instituído pela União, por meio
de Lei Ordinária, em caso de guerra ou sua iminência, ainda que externa. O artigo 154, II, da
Constituição Federal, O fato gerador poderá ser de qualquer imposto já criado, ou seja, é
possível instituir IPTU de guerra, ICMS de guerra, entre outros. Sendo que, a arrecadação
não pode ser vinculada à guerra, podendo, sua receita ir para qualquer setor como saúde,
educação, entre outros. Como demonstrado acima, pode ocorrer o bis in idem que é permitido
pelo Sistema Tributário Nacional e deve estar expressamente previsto na Constituição
Federal, devendo, deste modo, respeitar a competência, os princípios e as imunidades
previstas. No bis in idem há um excesso de competência, visto que os tributos são iguais (como
é o caso do Imposto Extraordinário em caso de Guerra), o poder contribuinte é o mesmo, o
fato gerador também, e há duas leis distintas, exemplo é a cobrança do PIS e da COFINS de
uma mesma empresa

20. Observe o seguinte caso hipotético a seguir e responda a questão proposta: "após
considerar que a arrecadação estadual estava muito superior às despesas estaduais, o
governador do Estado de São Paulo enviou projeto de lei à Assembleia Legislativa daquele
Estado com o objetivo de revogar a lei estadual que tratava do IPVA. Na mensagem do
projeto de lei, o governador alegou que, segundo o princípio constitucional do equilíbrio
orçamentário, o Estado não poderia ter um orçamento deficitário, mas também não deveria
ter um orçamento superavitário (arrecadação superior à despesa), situação que estaria
ocorrendo em São Paulo. Para corrigir o problema, propôs a revogação do IPVA por meio do
referido projeto de lei, que traria vários benefícios, entre os quais, um alívio fiscal para os
cidadãos daquele Estado, bem como adequação ao mencionado princípio constitucional do
equilíbrio orçamentário (receitas e despesas ficariam equilibradas)". Posto isso, pergunta-se:
a) considerando as regras de competência tributária, é possível ao Estado propor a revogação
de algum imposto já existente, ou mesmo nem chegar a criar algum imposto previsto na
Constituição Federal como de sua competência? Explique. *

Sim, Nos termos do artigo 145 da nossa Constituição Federal e do artigo 5 do CTN, tributos
são: a) Impostos. b) Taxas, cobradas em razão do exercício do poder de policia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos á sua disposição.

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