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Atividade Semana do Conhecimento disciplina Geografia:

Segregação Racial
A segregação racial consiste na separação de determinado grupo social por
conta de suas características físicas, seu fenótipo. Essa prática é baseada em ideários
higienistas, que classificam a humanidade em raças, atrelando traços culturais,
intelectuais e habilidades a fatores biológicos e genéticos. A eugenia gerou muitas
catástrofes ao longo da história — guerras, colonizações, escravidão, genocídio —
como o nazismo, que exterminou mais de oito milhões de pessoas, entre judeus,
ciganos, negros, homossexuais.
A segregação racial é um fenômeno milenar. Em toda a história humana, há
exemplos de determinados grupos étnicos subjugados por outros com implicações de
mobilidade geográfica e social. As três nações que serão especificamente mencionadas
neste texto têm como ponto comum a fundação colonial ancorada num sistema
econômico escravagista como origem histórica de sua experiência de segregação,
principalmente nos séculos XIX e XX.
No século XXI, os movimentos migratórios ao redor do mundo têm despertado
em alguns países o nacionalismo exacerbado e manifestações de xenofobia, o que
também conflui para segregação de estrangeiros em guetos e discriminação étnico-
racial.
Se observarmos países em que ocorreu segregação institucional, como a África
do Sul, veremos que, durante o apartheid, havia uma legislação discriminatória nas
mais diversas áreas; remoções forçadas; detenções sem julgamento; repressão estatal à
livre circulação por meio de leis de passe, pelas quais só seria possível ir a determinadas
regiões portando autorização que deliberadamente não era concedida; e proibições
sociais e econômicas, como realizar casamentos inter-raciais, frequentar lugares
públicos e candidatar-se a trabalhos industriais.
As formas culturais de segregação manifestam-se sem necessariamente valer-se
de dispositivos legais ou repressão para que sejam cumpridas. Sua força reside em
constranger indivíduos segregados a compreenderem sua exclusão como consequência
de erros pessoais ou como um destino natural reservado a eles. Elas se somam a
mecanismos institucionais que bloqueiam, por exemplo, a ascensão econômica,
intelectual e política de determinados grupos étnicos.
Segregação racial nos Estados Unidos
O território hoje pertencente ao país Estados Unidos era habitado por indígenas
que foram dizimados, recebeu expedições francesas, espanholas, holandesas, mas
sua colonização foi empreendida por ingleses, que nele se instalaram e formaram as
Treze Colônias. Estas se uniram e declararam a independência do país em 1776 e, em
1788, promulgaram a Constituição.
Território vasto, houve um desenvolvimento diferente nas regiões sul e norte. As
grandes propriedades agrárias do sul (plantations) tinham como base do sistema
produtivo a escravidão de africanos cativos e seus descendentes. Os escravizados não
tinham direito ao voto, portanto, não tinham força política para reivindicar medidas
contrárias à escravidão no âmbito federal. Os estados do norte não praticavam a
escravidão, seu modelo econômico era baseado na pequena propriedade e no trabalho
livre e assalariado, mas se abrigassem escravizados fugitivos, por lei eram obrigados a
devolvê-los.
A escravidão praticada nos estados do sul foi abolida mediante guerra civil, a
chamada Guerra da Secessão, entre 1861 e 1865, em que estados do norte, comandados
pelo presidente Abraham Lincoln, enfrentaram os estados confederados do sul que
objetivavam fundar uma confederação separatista. Os estados do norte venceram a
guerra, a escravidão foi imediatamente abolida, mas os brancos sulistas buscaram
maneiras de segregar os negros recém-libertos. Em 1865 foi fundada, por um ex-
combatente das tropas sulistas, a KuKluxKlan, grupo supremacista que praticava ações
violentas contra negros. Embora reprimida pela polícia, essa seita ganhou milhares de
adeptos.
Por ser um país com forte tradição federalista, cada estado norte-americano tem
leis próprias. As primeiras leis segregacionistas após a abolição da escravatura foram
promulgadas no Tennessee. Em 1870 esse estado proibiu o casamento inter-racial e em
1875 adotou um princípio legal denominando “separados, mas iguais”, que embasou
dezenas de leis e foi adotado por outros estados sulistas.
O historiador Leandro Karnal ilustra a amplitude desse princípio que ficou
conhecido como Lei Jim Crow|: “afastamento entre negros e brancos nos trens, estações
ferroviárias, cais, hotéis, barbearias, restaurantes, teatros, entre outros. Em 1885, a
maior parte das escolas sulistas também foram divididas em instituições para brancos e
outras para negros”.
O racismo promovido por leis discriminatórias cristalizou-se e normalizou-se
nos estados do sul, definindo-se o compartilhamento de espaços públicos e a divisão
geográfica, mesmo de bairros residenciais, pela cor. Negros tinham que usar banheiros
separados, estudar em escolas separadas, jurar em bíblias separadas num tribunal,
comprar roupas sem poder provar, comprar comida sem poder sentarem-se nas mesas
exclusivas para brancos, não eram hospedados em hotéis, e deviam sentar-se no fundo
dos ônibus e trens.
O episódio que impulsionou os movimentos contra a segregação ocorreu em
Montgomery e foi protagonizado por Rosa Parks. Ela não aceitou ceder seu assento
numa viagem de ônibus a um passageiro branco. Essa atitude desencadeou
manifestações e um boicote de 382 dias ao transporte coletivo. Em 1956, um ano
depois, a Suprema Corte norte-americana decidiu pela ilegalidade de segregação racial
em locais públicos, uma vitória do movimento negro.
Esse tema foi enfrentado por movimentos reivindicatórios dos direitos civis para
negros por meio de marchas, boicotes, ações judiciais e mesmo ações violentas. Havia
o movimento de desobediência civil, cujo principal líder foi o pastor Martin Luther
King Jr. Também havia o movimento adepto de luta armada, formado por negros
muçulmanos e liderado por Malcolm X, chamado Panteras Negras
Segregação racial na África do Sul
O Partido Nacional, que liderava o governo, expandiu a legislação
segregacionista, limitando ou mesmo barrando o acesso dos negros “ao trabalho,
moradia, uso da terra, educação, serviços de saúde e representação política”. Isso era o
“pequeno apartheid”, isto é, medidas específicas de segregação que modificavam o
cotidiano da população negra.
Os negros sul-africanos foram privados de direitos civis fundamentais, como a
liberdade de expressão e de locomoção, e de direitos políticos. Em 1949 casamentos
inter-raciais foram proibidos, e, a partir de 1950, o censo categorizou a população em
três raças: brancos, mestiços (coloureds) e africanos, e o território das reservas foi
dividido em oito áreas denominadas homelands, administradas por bantos sob tutela dos
brancos, onde os negros deveriam ficar confinados. O objetivo é que fossem Estados
negros dominados pelo poder central, mas geograficamente separados, assim poderiam
explorar sua mão de obra no setor agrícola e minerador e ao mesmo tempo ter uma
África do Sul branca.
Além de segregação, eram feitas remoções de negros para essas reservas, ao
ponto de um negro ser proibido de estar mais de 72 horas em área urbana, caso
desobedecesse poderia ser preso. Em 1953 foi criado um sistema educacional específico
para negros, com formação inferior ao sistema educacional dos brancos (africânderes).
Além disso, negros não podiam compartilhar os mesmos espaços públicos que os
brancos nem competir nos mesmos times em atividades desportivas, tampouco
compartilhar os mesmos meios de comunicação.
A tentativa de conter o fluxo da população negra não funcionou, mesmo porque
as homelands eram desassistidas pelo poder central, tinham precárias condições
econômicas e sanitárias, havia subnutrição e surtos de tuberculose. Os africanos
passaram a deixar essas áreas e irem para as cidades.
A partir de 1940, com a ascensão da Liga da Juventude, liderada por Nelson Mandela, o
partido ANC começou a mobilizar os negros sul-africanos. Mandela e outras lideranças
eram influenciados pela filosofia da não violência de Gandhi, que inspirou suas táticas
de desobediência civil e manifestações pacíficas na oposição às leis discriminatórias.
Esse grupo foi reprimido violentamente e o partido foi cassado.
O Massacre de Sharpeville, em 1960, culminou na morte de 69 ativistas e elevou
o movimento anti-apartheid ao conhecimento internacional e a angariar apoio, inclusive
do Reino Unido. Na clandestinidade e diante de repressão violenta, o movimento sentiu
a necessidade de lançar mão da luta armada.
Mandela fez uma viagem internacional em busca de apoio ao movimento anti-
apartheid. Ao retornar, foi preso e condenado à prisão perpétua. Os líderes do
movimento que se exilaram angariaram apoio internacional, ao ponto de o governo sul-
africano criar um serviço secreto de atuação externa ao país para reprimir atividades
anti-apartheid.
Nesse período ocorreu o fortalecimento do movimento negro, ao ponto de, em
1976, ocorrer a Revolta de Soweto, uma série de rebeliões sem precedentes que
começou com estudantes negros, alastrou-se pelo país e conseguiu a adesão de diversos
grupos, como sindicatos, associações comunitárias, igrejas, organizações políticas. A
percepção de que o domínio branco não era imbatível e o fortalecimento da militância
negra naquele contexto de instabilidade econômica levaram a inúmeros protestos e
greves que se multiplicaram nos anos 1980. O país era considerado pária internacional
por conta do regime de apartheid e passou a sofrer sanções.
Por fim, não conseguindo conter o ativismo anti-apartheid e sofrendo boicote de
diversos países, a partir de 1989, as leis segregacionistas e as homelands foram abolidas,
prisioneiros políticos foram soltos e os partidos de oposição foram legalizados. Nelson
Mandela, em 1994, foi premiado com o Nobel da Paz e eleito presidente da África do
Sul, iniciando um governo de conciliação nacional.
Segregação racial no Brasil
A constituição do Brasil enquanto país teve como um de seus traços mais
marcantes a escravização de africanos e a dizimação de povos indígenas. O Brasil foi o
último país a abolir a escravidão, foi o país das Américas que mais recebeu africanos
escravizados, e, quando a abolição ocorreu, não foi acompanhada de indenizações e
políticas públicas compensatórias que integrassem a população negra ao sistema
econômico da população livre e assalariada. Portanto, como afirma o sociólogo Octavio
Ianni, não foram cumpridas as premissas básicas para a passagem do escravo ao
cidadão.
Cidadania aqui abrange desde o direito ao voto até condições dignas de vida,
moradia, saúde, emprego, renda, educação. Depois da abolição, os negros foram
deixados à própria sorte, sua mão de obra foi substituída por imigrantes europeus, e aos
ex-escravizados restou alocarem-se nas periferias das cidades, sem acesso a serviços
públicos, e ocuparem funções subalternas e informais que exigiam maior tempo de
trabalho e menores remunerações.
O sociólogo Danilo França aponta a segregação como um mecanismo seletivo
no acesso ao mercado de trabalho, a serviços públicos, a recursos, ao consumo e à
cultura. A própria configuração espacial de ocupar lugares distantes dos centros de
acesso a oportunidades e a lazer traduz uma política segregacionista, posto que restringe
a circulação de certos grupos em determinados pontos da cidade.
Consequências da segregação racial
Uma das principais consequências da segregação racial é a desigualdade social.
Na África do Sul, por exemplo, os brancos eram prósperos como os europeus ou norte-
americanos, enquanto os negros viviam nas reservas nativas sem acesso a serviços
públicos, sem boa formação educacional, sem direitos políticos e acesso aos empregos
urbanos, melhor remunerados.
Isso gerou uma profunda desigualdade social e econômica naquele país e o
mesmo ocorre em outras experiências históricas de segregação. A desigualdade
materializa-se em diversos aspectos, como expectativa de vida, renda média, acesso a
serviços públicos como saúde e educação, segurança, natalidade, entre tantos outros
fatores que compõem a qualidade de vida.
Outro aspecto em que a segregação racial incide é na mobilidade social da
população segregada. O acesso precário a emprego, educação de qualidade, serviços
públicos e atividades culturais restringe as possibilidades de ascensão social e faz com
que, por gerações, permaneça-se nas mesmas condições materiais de vida.
A segregação racial gera violência e permanentes tensões que, sob determinadas
condições,  transformam-se em convulsões sociais e acarretam mortes, danos à
integridade física, danos patrimoniais, instabilidade social e política.
Engana-se quem pensa que a segregação racial prejudica somente ao grupo
segregado. A sociedade como um todo perde ao confinar determinado grupo, pois as
consequências da desigualdade em algum momento crescerão ao ponto de atingirem
aqueles que se beneficiam dessa exclusão. Além disso, o afunilamento do acesso
educacional, cultural e político faz com que a sociedade desperdice um imenso
potencial humano, inteligência, capacidades, ideias que, limitadas por barreiras
externas, não são desenvolvidas em sua plena potência.
Caro Aluno!!
Sabemos muito bem que infelizmente o racismo, a intolerância tanto como
religiosa, sexual, politica, a discriminação pela condição social e financeira, são o
mau da humanidade, essa falta de compaixão, de respeito e amor, estão cada
tornando a sociedade doente, humilhando, ferindo e matando pessoas no mundo
inteiro. Analisando texto e utilizando seus conhecimentos e opinião, seu trabalha
para a semana do conhecimento é escrever um discurso, imagine que você
discursará para o mundo, seu discurso será transmitido para o mundo inteiro, e
você tem como objetivo dizer as pessoas a importância de sermos tolerantes de
respeitar os uns aos outros e mostrar para as pessoas qual é a sua opinião sobre o
assunto!!! O discurso deve ter no mínimo 20 linhas!! Boa sorte!

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