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Concentração de Terras

A concentração de terras é o processo que afeta


especialmente os países do Sul e pelo qual
corporações transnacionais, governos estrangeiros,
fundos de pensão, pessoas ricas, estão obtendo
concessões ou comprando grandes extensões de
terras, incluindo as florestas, para dar lugar a
agricultura industrial, mineração, extração de
petróleo, etc, mas também à especulação financeira.
Esse processo ficou conhecido assim por causa de
seus ritmos alarmantes nos últimos anos e após a
crise dos preços dos alimentos em 2008. Na África,
por exemplo, 60 milhões de hectares de terras foram
negociados em 2009.

É o processo pelo qual corporações transnacionais, governos


estrangeiros, fundos de pensão, pessoas ricas, estão obtendo
permissões ou comprando grandes extensões de terras, incluindo
as florestas, para dar lugar a agricultura industrial, mineração,
extração de petróleo, e outros, mas também à especulação
financeira.
Esse processo ficou conhecido assim por causa de seus ritmos
alarmantes nos últimos anos e após a crise dos preços dos
alimentos em 2008. Na África, por exemplo, 60 milhões de
hectares de terras foram negociados em 2009. Na América, são
afetados principalmente os países do Sul, assim como nosso país
Brasil.
Maior percentual de área dedicada à agricultura nas mãos
de menor número de proprietários de terras. Essa
concentração de terras no Brasil, comprovada pelo Censo
Agropecuário 2017, tem como consequência a redução das
áreas ocupadas pela agricultura familiar e menor número de
postos de trabalho nas pequenas propriedades.

o Censo Agropecuário também revela que o agronegócio


brasileiro avança sobre o Norte e o Centro-Oeste do país,
em biomas como o amazônico e o cerrado – o que colabora
para o conflito por terras, para a violência no campo e para
a destruição do meio ambiente, segundo estudiosos ouvidos
pela Repórter Brasil

Fronteiras Agricolas
.  
Em 2006, quando foi realizado o último Censo Agropecuário
no país, as terras destinadas à atividade agropecuária
ocupavam 39% do território nacional, com tamanho médio
de 64 hectares por proprietário. Onze anos depois, 41% do
território brasileiro é ocupado por terras agricultáveis, com
tamanho médio de 69 hectares por dono.

O problema deste avanço do agronegócio nas fronteiras


agrícolas é que ele se dá em regiões de preservação
ambiental ou em terras indígenas. “Um primeiro impacto
que deve ser considerado é o ambiental, com a perda  da
biodiversidade em função da supressão da vegetação nativa,
além da possibilidade de alterações climáticas, como
aumento da temperatura e mudanças no regime de chuvas”,
diz Arbex.
O segundo impacto são conflitos fundiários, assassinatos e
expulsão de famílias de suas terras, continua o pesquisador.
“Esse avanço está associado à exploração ilegal de madeiras,
grilagem e especulação imobiliária, cujo processo resulta no
aumento de área desmatadas e seu uso posterior em
pastagens e monocultivos”. 
Um levantamento da Comissão Pastoral da Terra, divulgado
este ano, mostra que apenas 117 dos 1.468 casos de
assassinatos em conflitos de terra entre 1985 e 2018 foram
avaliados por um juiz em alguma instância. Os conflitos,
neste período, resultaram em 1.940 mortos.
De janeiro a agosto de 2019, segundo o acompanhamento
da pastoral, o Brasil registrou 18 mortes em conflitos no
campo. Entre os mortos, quatro eram líderes indígenas,
sendo três do Amazonas e uma do Amapá. 
Arbex também chama a atenção para o aumento da área de
agronegócio por cooptação, quando o forasteiro usa sua
influência para forçar os índios a praticarem a monocultura
e a destruição das áreas de preservação, que causa
impactos graves no meio ambiente. “Vem ocorrendo um
processo de cooptação de comunidades indígenas por
setores do agronegócio para implantação de monoculturas.
Casos exemplares são os Parecis e os Xavantes (Mato
Grosso)”.

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