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UNIVERSIDADE PAULISTA

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ROBERTO CARLOS ZAIDAN COELHO

EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS:
DESAFIOS E CONTRIBUIÇÕES NO ENSINO APRENDIZAGEM

BELÉM-PA
2021
UNIVERSIDADE PAULISTA
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ROBERTO CARLOS ZAIDAN COELHO

EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS:
DESAFIOS E CONTRIBUIÇÕES NO ENSINO APRENDIZAGEM

Trabalho de conclusão de curso apresentado


como requisito parcial para a obtenção do
título de Licenciatura em Pedagogia.
Universidade Paulista – Polo Belém III
Orientação: Professora Paula Martins da Silva

BELÉM-PA
2021
À Deus por Seu Sacrifício na cruz e por operar diariamente a
Sua Salvação em nossas vidas. Aos meus pais José Coelho e
Lenir Coelho (in memoriam) por suas vidas dedicadas a minha
pessoa. À minha esposa Inezalmira Coelho que sempre me
apoiou em todos os sentidos. Aos meus filhos Roberto,
Margarida e José, frutos do Amor de Deus em nossas vidas.
AGRADECIMENTOS

À Universidade Paulista – UNIP por me proporcionar a aprender e refletir sobre as


diversas etapas que conduzem ao conhecimento da pedagogia.

À minha orientadora Professora Paula Martins da Silva que com grande presteza
proporcionou valiosos esclarecimentos para o êxito desse trabalho.
É verdade que toda correção parece, de
momento, antes motivo de pesar que de
alegria. Mais tarde, porém, granjeia aos que
por ela se exercitaram o melhor fruto de
justiça e de paz.
(Hb 12,11)
RESUMO

A presente pesquisa tem como objetivo identificar por meio da pesquisa bibliográfica
as contribuições tecnológicas para o ensino aprendizado e formação do sujeito
crítico. Especificamente, investigar como está sendo usada a internet no cotidiano
dos alunos e professores no processo de construção de saberes, identificando quais
dificuldades que os educadores estão encontrando com essa nova ferramenta
tecnológica e comprovar se de fato os alunos e professores estão usando a internet
para pesquisa e educação. A metodologia de pesquisa empregada na produção
deste artigo se deu através de uma pesquisa bibliográfica qualitativa efetuada nas
bibliotecas virtuais do Google Acadêmico e Scielo. A produção textual foi elaborada
pelo autor de forma organizada, inteiramente dentro do ambiente virtual do editor de
texto do Google Drive. Como resultado, ficou evidenciada a importância da
tecnologia no contexto da educação e sua contribuição significativa para o processo
de ensino-aprendizagem e para o desenvolvimento coletivo da sociedade humana. A
análise bibliográfica está fundamentada nos principais teóricos como: Vani Moreira
Kenski; José Carlos Libâneo; Maurice Tardif, entre outros.

Palavras-chave: Tecnologia. Educação. Tendências pedagógicas.


ABSTRACT

This study was conducted to determine, by means of a bibliographical research, the


contributions of technology to the field of education as well as the preparation of
individuals with critical thinking, particularly through the investigation on the use of
the internet as daily process of teachers and students in the construction of
knowledge, identifying which difficulties educators face with new tools and verify the
effectivity of internet tools in learning and exploration activities. We used a
methodology of qualitative bibliographical research in virtual libraries such as Scielo
and Google Scholar. Consonant with the topics studied in this research, we used the
virtual online text editor available in the Google Drive service. Our findings
demonstrated the relevance of technology in the education field and its significant
contributions for teaching/learning processes and for the general collective welfare in
human societies. The bibliographical research is based mainly on the work of
influential thinkers such as Vani Moreira Kenski, José Carlos Libâneo, Maurice Tardif,
among many others.

Keywords: Technology. Education. Pedagogical trends.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 10

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 12

1.1 Tecnologia em desenvolvimento .................................................................................... 12


1.2 Tecnologia na educação ................................................................................................ 13
1.3 Ensino remoto ................................................................................................................. 16
1.4 EaD outra modalidade do ensino a distância ................................................................ 18
1.5 Ensino híbrido ................................................................................................................. 20
1.6 Sala invertida .................................................................................................................. 22
1.7 Educação em movimento ............................................................................................... 24
1.8 Formação do professor................................................................................................... 27
1.9 Alunos, ferramentas tecnológicas e realidades sociais ................................................. 30
1.10 Educação de qualidade ................................................................................................ 33

2. MÉTODO............................................................................................................................ 38

3. ANÁLISE E DISCUSSÃO ................................................................................................ 39

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 42


INTRODUÇÃO

Educação e tecnologias: desafios e contribuições no ensino aprendizagem

Esta pesquisa busca investigar tendências voltadas a prática educativa, mais


precisamente aos que trabalham na educação infantil e nos anos iniciais do ensino
fundamental (1º ao 5º ano), refletir nas dificuldades que enfrentamos diante de tantas
informações em tempo real que mudam o cotidiano das pessoas e da educação.
O tema surgiu das experiências empíricas vivenciadas no cotidiano de muitos
profissionais da área de educação que ainda não conseguiram se adaptar a esse
novo modelo educacional, que não conseguem sair do tradicionalismo e preferem
estar em sala de aula, ou seja, no comodismo automático e no que aprenderam
durante os anos de magistério. Que sofrem por não conseguirem lidar com essas
novas tendências tecnológicas.
A justificativa está pautada na realidade atual, suas transformações e
necessidades de mudanças, bem como o papel do agente educador.
A importância de termos acesso à informação para não ficar fora do mercado
de trabalho e sociedade, pois alunos e professores não são mais os mesmos, por
conta das incorporações de novos agentes, não só na escola como as sociedades em
geral.
Surgiu ainda das necessidades urgentes de ações pedagógicas na maneira de
ensinar, planejar e executar os conteúdos programáticos, pois transformações exigem
pressa, temos que nos atualizar e nos moldar aos novos desafios e tendências
contemporâneas.
É inegável que estamos vivendo um tempo de crise global, em que os velhos
paradigmas vêm sendo questionados devido às transformações em todas as áreas da
sociedade, principalmente no cenário da educação, economia, política e saúde. Torna-
se impossível pensar em educação sem a utilização das novas tendências
tecnológicas.
Esta pesquisa tem como objetivo geral identificar por meio da pesquisa
bibliográfica as contribuições tecnológicas para o ensino aprendizado e formação do
sujeito crítico.
Especificamente, contudo, investigar como está sendo usada a internet no
cotidiano dos alunos e professores no processo de construções de saberes,
10
identificando quais dificuldades que os educadores estão encontrando com essa nova
ferramenta tecnológica e comprovar se de fato os alunos e professores estão usando
a internet para pesquisa de qualidade.
A problemática está pautada no educador que não tem familiaridade com essa
ferramenta e a importância de saber lidar com a tecnologia da informação.
Outro problema que observamos são as desigualdades sociais, acesso à
internet de qualidade, aparelhos tecnológicos que não oferecem recursos necessários
para o estudante.
Diante da realidade percebida a seguinte hipótese é levantada: Como seria a
educação atual se não fosse o advento da internet e suas tecnologias, principalmente
agora que estamos vivendo uma pandemia na área da saúde?
A metodologia aplicada nesta pesquisa foi realizada de forma bibliográfica,
fundamentada em uma análise qualitativa em consulta aos principais autores como
Kenski Vani Moreira; Almeida Maria Elizabeth de; Mendes Fábio Ribeiro e consulta de
outros autores na área.

11
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Tecnologia em desenvolvimento

De acordo com o Dicionário Online de Português, tecnologia refere-se a


criação de ferramentas utilizadas pelo homem através dos tempos, ela é tão antiga
quanto a história da humanidade e se identifica com a época em que os seres
humanos a usaram em suas primeiras armas para caçar e se protegerem. De acordo
com Kenski (2007, p. 15), “as tecnologias são tão antigas quanto a espécie humana”.
Logo, entende-se que a tecnologia e a ciência sempre estiveram muito próximas uma
da outra.
A história da tecnologia progrediu através dos tempos, as ferramentas
utilizadas pelo homem passaram a assumir formas e funções diferentes, tais
ferramentas têm contribuído de forma satisfatória no cotidiano do mesmo facilitando
sua vida, trazendo comodidade e evolução em várias áreas do conhecimento.
A revolução industrial é outra evidência histórica no desenvolvimento de novas
tecnologias, o mundo a partir daí nunca mais foi o mesmo, surgiram novas
descobertas e invenções que contribuíram na indústria e no desenvolvimento da
ciência. “Desse modo, a Revolução Industrial inaugurou uma era nova e promissora”
(LANDES, 2005, p. 43).
De acordo com as pesquisas, o século XX foi marcado pela expansão da
industrialização após a primeira guerra mundial. A energia elétrica, os combustíveis
derivados do petróleo propagaram a intensificação e diversificação do
desenvolvimento tecnológico.
As novidades tecnológicas geralmente são voltadas a engenharia, medicina,
informática. Nesse sentido, a sociedade de modo geral acaba usufruindo desses
benefícios. De acordo com Kenski:

[...] à construção e a utilização de equipamentos em um determinado


tipo de atividade, chamamos de “tecnologia”. Para construir qualquer
equipamento – caneta esferográfica ou um computador, os homens
precisam pesquisar, planejar e criar o produto, o serviço, o processo.
Ao conjunto de tudo isso chamamos de tecnologias. (KENSKI, 2007,
p. 24).

Neste sentido observamos que a tecnologia faz parte do cotidiano das pessoas
e se torna tão necessário que a sociedade atual já não consegue viver sem as
12
inovações tecnológicas, e é algo tão presente que não percebemos que em todos os
lugares estamos utilizando uma descoberta tecnológica. Percebemos ainda que a
tecnologia não é algo novo, ela só se aprimorou ao longo dos tempos, desde que o
homem começou a construir sua própria ferramenta de trabalho para melhorar sua
produção.
Um dos passos mais importantes no campo tecnológico foi a comunicação via
satélite, criação e expansão das redes de acesso livre conhecidas como internet.
Através dela podemos acessar qualquer país, notícias em tempo real, com som e
imagem que até parece que estamos presencialmente naquele local, viajamos,
conhecemos lugares, culturas, etc. Isso acontece, graças a internet, uma invenção
tecnológica que aproximou as pessoas e suas realidades. Neste sentido, Kenski
(2007, p. 19) diz que “as tecnologias invadem nossas vidas, ampliam nossa memória,
garantem novas possibilidades de bem estar e fragilizam as capacidades naturais do
ser humano”.
As tecnologias de comunicação e informação, como as mídias ou meios de
comunicação, jornal, rádio, televisão e o computador nos conectam de ponta a ponta
no mundo inteiro, alterando assim, nossa forma de viver e aprender.

1.2 Tecnologia na educação

Estamos vivendo um momento atípico em nosso século, momento de


reflexões, mudanças e transformações constantes que nos impulsionam buscar a se
adaptar ao novo estilo de vida. Neste novo cenário muitos estudantes deixaram de
frequentar as aulas presenciais para evitar o contágio da Covid-19. Mendes (2012, p.
23), conclui que ”o fato é que uma nova era se inaugura com desafios ainda
nebulosos, mas que deverão ser enfrentados”.
De acordo com Paulo Arns da Cunha, diretor executivo do Colégio Positivo,
mais de 1,5 bilhão de alunos e 60,3 milhões de professores de 165 países foram
afetados pelo fechamento de escolas devido à pandemia do coronavírus. Nessa crise
sem precedentes, de proporção global, educadores e famílias inteiras tiveram que
lidar com a imprevisibilidade e, em benefício da vida, (re) aprendemos a ensinar de
novas maneiras.
Neste sentido, observamos a importância dos recursos eletrônicos e suas
vantagens na área educacional, pois sem os recursos tecnológicos seria impossível

13
garantir a educação, e dessa forma os prejuízos para os estudantes seriam grandes
em todos os aspectos acadêmicos.
No que se refere a educação, a tecnologia trouxe benefícios grandiosos, tanto
para os professores quanto para os alunos, pois os alunos continuarão suas
atividades educacionais e o professor interagindo com os mesmos por meio da
internet. De acordo com Kenski, no passado, o mundo sem a tecnologia era mais
difícil para ambos, ou seja, para a sociedade em geral:

O aluno tinha que se deslocar de casa ou do trabalho, muitas vezes


atravessar a cidade e chegar pontualmente no horário em que ia
começar a aula. [...] cada professor levando em média dez minutos
para chamar oralmente todos os alunos, geravam uma perda de, pelo
menos, uma hora por dia letivo. As aulas [...] era interrompidas para
que se fossem dados diferentes avisos [...] (KENSKI, 2007, p. 74)

A relação entre educação e tecnologia faz parte da história desde que o ser
humano se sente desafiado a ir em busca de descobertas que despertem interesses
para sua própria sobrevivência na sociedade em diferentes contextos históricos.
Percebemos o quanto se ganhou com a introdução da tecnologia para a vida
do homem. Vimos como era difícil o trabalho do professor e do aluno que muitas
vezes deixava de assistir uma aula por conta do atraso e tempo perdido. O aluno
muitas vezes era até punido, levava falta e chamado a atenção, tinha que ficar
esperando fora da sala de aula para não interromper o assunto que o professor
estava passando e não chamar a atenção dos demais alunos.
A tecnologia é parceira do homem na aquisição do conhecimento que desafia
sua inteligência. Ela dá suporte ao professor e seus alunos, modificando,
transformando o conhecimento. A tecnologia aguçou o homem para criar ferramentas
que o auxiliasse na educação. Isso levou tempo para que o educador ministrasse o
conhecimento com qualidade, buscando a inclusão digital.
Neste sentido:

A Constituição da República Federativa do Brasil em vigor datada de


05 de outubro de 1988, em seu artigo 206, Inciso VII, estipula que o
ensino deve ser ministrado com base, além de outros princípios, na
“garantia de padrão de qualidade”. (BRASIL, 1988).

No artigo 214, há uma referência, que nos leva a entender como


imprescindível, a presença e também utilização de tecnologias na educação:

14
Art. 214 – A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração
plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em
seus diversos níveis e à integração das ações do Poder Público que
conduzam à: I – erradicação do analfabetismo; II – universalização do
atendimento escolar; III – melhoria da qualidade de ensino; IV –
formação para o trabalho; V – promoção humanística, científica e
tecnológica do País. (BRASIL, 1988).

A promulgação da Lei Nº 9.394/96 que estabelece as Diretrizes e Bases da


Educação Nacional (LDBEN) contribuiu para que as TICs começassem a ter um novo
enfoque no espaço escolar e na formação continuada de professores.
O artigo 3° da Lei Nº 9.394/96, em seus incisos, aponta que o ensino deverá
ser ministrado com base nos seguintes princípios:
I – Igualdade de condições para acesso e permanência na
escola;
II – Pluralismo de ideias e concepções pedagógicas; [...]
VII – Valorização do profissional da educação escolar. (LDB,
1996).

A tecnologia da informação une alunos e professores em busca de objetivos


comuns em relação a novas descobertas, por isso ela é tão necessária atualmente.
No passado, era difícil a pesquisa, alunos e professores tinham que se
deslocarem de suas residências em busca de bibliotecas públicas para obter alguma
informação. Os livros de papel eram tão antigos e as informações eram distantes da
realidade. Eles, os livros eram nossos parceiros na busca do conhecimento, e embora
fossem uma tecnologia ultrapassada, alunos e professores se debruçavam horas e
horas na investigação científica. No decorrer dos anos o homem se modernizou e
mudou sua forma de agir e pensar:

A tecnologia no ensino, sem dúvida, está modificando a forma de


entender a cognição e o papel tanto dos estudantes como dos
docentes. Trata-se, sobretudo, de redimensionar personagens (alunos
e professores), redefinir objetivos e meios, rever toda uma relação
clássica que o homem tem tido com a produção do saber. (MOROSINI,
2006).

É impossível ficarmos alheios ao novo modo de viver e trabalhar da sociedade,


principalmente no que se refere ao âmbito educacional, voltado para descobertas
científicas e grandes transformações ao nosso redor sem se envolver com as
ferramentas digitais. É preciso nós nos reinventarmos e deixar nossos preconceitos
tradicionais para alcançarmos o sucesso esperado pela sociedade de modo geral. O

15
papel, principalmente dos educadores é, de acordo com Dubar, citado por Tardif
(2002, p. 56), “[...] transformar um objeto ou situação numa outra coisa, é também
transformar a si mesmo no e pelo trabalho”. O professor é aquele agente que tem a
missão de transformar, não só seus alunos mais a si mesmos e aos que vivem em
seu cotidiano. “Tem como ofício ser mestre, promover a humanização das crianças,
dos jovens, do outro e de si mesmo”. (ROMANOWSKI, 2010, p. 17).

1.3 Ensino remoto

Comentamos anteriormente que o mundo está passando por transformações


que exigem medidas urgentes para não prejudicar o ensino que foi interrompido.
Autoridades, professores e responsáveis, estão vivendo momentos angustiantes, que
sugerem novos métodos de ensino on-line:

Como modalidade educacional na qual a mediação didático-


pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a
utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com
estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em
lugares ou tempos diversos. (MEC, Decreto 5.622, Art. 1º).

De acordo com as pesquisas sobre o ensino remoto, “remoto” significa distante


no espaço e se refere a um distanciamento geográfico e refere-se também à interação
do professor e aluno de uma turma, nos mesmos horários em que as aulas da
disciplina possam ocorrer como no modelo presencial, em um ambiente virtual,
mantendo a rotina de sala de aula, sendo que os alunos de diferentes localidades
possam ter acesso ao ensino da disciplina em tempo real. Vimos que o ensino remoto
requer o uso de tecnologias, uma cultura digital. Relata Lemos (2009, p. 136) que a
Cultura Digital [...], ”trata-se da cultura marcada pelas ferramentas eletrônicas
digitais”. Com isso, podem ser consideradas sinônimas essas palavras.
O método é uma opção para o momento. Observa-se a importância da
tecnologia e seus equipamentos para garantir e assegurar a educação. É do
conhecimento de pais e responsáveis que as crianças têm habilidades para manipular
as ferramentas tecnológicas e isso deveria facilitar o aprendizado de ambos:

Graças às articulações entre a informática e as telecomunicações, é


possível hoje, por rede de cabos, satélites, fibras, etc., os intercâmbios
entre as pessoas e máquinas a qualquer tempo, e em qualquer lugar.
(KENSKI, 2007, p. 34).

16
O ensino a distância, ou seja, on-line, já estava sendo usado por algumas
faculdades, já o ensino remoto surgiu para atender as atividades pedagógicas e
minimizar os impactos na educação.
Entende-se que as mudanças causam certos incômodos e falta de costumes,
pois os alunos têm suas rotinas e muitos sofrem por não conseguirem se adaptar ao
novo, principalmente crianças e em especial as que têm alguns transtornos de
aprendizagem. Nesta forma de ensino, observa-se algumas desvantagens como o
afastamento dos colegas de sala de aula, distrações em casa na hora das aulas,
queda da conexão com a internet, sem falar que muitos alunos não possuem um bom
equipamento para assistirem suas aulas, porém a realidade nos desafia sem muitas
escolhas.
Mesmo com vantagens ou desvantagens não temos uma opção que venha de
encontro a atender as necessidades do momento atual. Temos que fazer uso das
ferramentas disponíveis para diminuir as questões em debate.
Crianças se distraem facilmente e tudo é motivo para o desconforto quando
elas estão diante de uma aula on-line, é porque crianças e muitas vezes adultos não
estão acostumados com a linguagem digital, o espaço geográfico, que não é o de sua
escola. Cabe aos pais e responsáveis tentar amenizar a situação em que não é nada
fácil lidar com crianças diante dessa realidade, até porque crianças têm a sua rotina
de aula e tudo que muda para eles é um transtorno complicado, já que elas estão
habituadas ao encontro com colegas, professores, brincadeiras e outros momentos
que são importantes para o seu aprendizado escolar.
Kenski diz, a linguagem digital:

[...] se apresenta como um fenômeno descontínuo, fragmentado e, ao


mesmo tempo, dinâmico, aberto e veloz. Deixa de lado a estrutura
serial e hierárquica na articulação dos conhecimentos e se abre para o
estabelecimento de novas relações entre conteúdos, espaços, tempo e
pessoas diferentes. (KENSKI, 2007, p. 31).

O ensino remoto é um fenômeno atual que veio para ajudar pais e professores
que ficaram preocupados com o momento em que estamos vivendo. Diante da
situação apresentada, só temos o problema de alunos que não possuem um
equipamento tecnológico bom e nem internet. Esta é a única solução com relação ao
espaço e o tempo de cada um envolvido neste plano de ensino, tanto para o ensino
público como privado. O ensino remoto surgiu com o intuito de proteger a saúde dos
17
profissionais da área e alunos de acordo com o site https/agenciapara.com.br>noticia.
As notícias locais do estado do Pará apontam para a chegada de chips para os
estudantes do ensino médio acessarem as aulas, isso para a rede pública.
O ensino remoto é uma projeção tecnológica. Sabemos que existem vários
métodos de transmissão do conhecimento. De acordo com Libâneo (2006, p. 18) “[...]
há métodos, técnicas, lugares e condições técnicas específicas prévias criadas
deliberadamente para suscitar ideias, conhecimentos, valores, com objetivo
pretendido, variam os meios [...]”.
O que muda é o local geograficamente falando, porém o conhecimento não
pode ser comprometido, existem vários meios e técnicas, para inserir o ensino, ainda
mais agora com o advento da internet, que aproxima as pessoas em qualquer lugar
do mundo, parecendo um paradoxo, mas a internet nos afasta do contato humano.
Porém, devemos fazer uso dos dispositivos disponíveis no momento para não
pararmos no tempo, pois o tempo não para.
Ainda não temos certeza de até quando este tipo de ensino durará. O ensino
temporário e o novo normal terá início. De qualquer forma, este sistema do ensino
remoto foi bem vindo, apesar dos entraves para pais, professores e alunos.

1.4 EaD outra modalidade do ensino a distância

Esta modalidade de ensino já estava sendo desenvolvida por algumas


faculdades particulares e algumas públicas, tendo sido regulamentada na LDB em
2005. Este ensino a distância veio facilitar a vida do estudante que muitas das vezes
não tinha tempo e oportunidade para cursar um ensino superior. Este tipo de ensino
favorece ao aluno, economia de tempo, local para deslocar-se de um município,
estados ou até pais, evitando gastos com transportes, flexibilizando o horário e
autonomia em relação ao aprendizado.
A modalidade do ensino a distância é uma opção assegurada pela LDB que
prevê no seu artigo 80, § 4º, que a educação a distância gozará de tratamento
diferenciado, que incluirá:
I- Custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonoras e
de sons e imagens e em outros meios de comunicação que sejam explorados
mediante a mediação, concessão ou permissão do poder público;
II- Concessões de canais com finalidades exclusivamente educativas;

18
III- Reserva de tempo mínimo, sem ônus para o poder público, pelos concessionários
de canais de educação.

A instituição coloca à disposição do aluno um monitor ou tutor que o


acompanhará, fornecendo orientações, respostas e avaliando seus
exercícios e testes. A interação entre o monitor e o estudante é
viabilizada através de variadas tecnologias, tais como: telefone, fax,
chats, correio eletrônico e correio tradicional. Não há aulas “no sentido
clássico da palavra”. Os alunos estudam de forma independente
buscando seguir o mais fielmente possível o programa do curso e
podem interagir com o tutor e, em alguns casos, com outros
estudantes. (GONZALEZ, 2005. p.7).

Entende-se que a educação a distância favorece o acesso ao saber para o


maior número de pessoas possível, pois coloca a disposição do aluno por meio
tecnológico o ensino no mundo da educação, disponibilizando um tutor que o ajudará
nas dúvidas em uma plataforma virtual, diferente do ensino presencial, o que não
desqualifica o ensino em nenhuma de suas disciplinas. E este modelo de ensino fará
parte do futuro da escola e das universidades.
O que é exigido no mínimo do aluno para acessar as aulas é o conhecimento
na área da informática. Na educação a distância os alunos deixam de ser receptores
e os professores emissores.
A sua diferença em relação ao ensino remoto é que na EaD a maioria das
aulas são gravadas, algumas videoconferências, tem um tutor para falar diretamente
com o professor e o aluno no caso de dúvidas. O material é padronizado e produzido
em larga escala, o calendário letivo é unificado com poucas alterações no
cronograma. Segundo Belloni:

A EaD se apresenta como um mercado amplo e fértil para formação e


conquista do ensino superior, não só para a graduação, além de
oferecer também cursos técnicos, livres, para empresas e educação
corporativa. Hoje, não podemos dizer que não temos tempo e nem
idade para aprender, os recursos tecnológicos estão aí para nos dar
um empurrãozinho em busca de qualificação e oportunidades no
mercado de trabalho, principalmente aos professores em formação
continuada. (BELLONI, 1997, p. 530-532).

É uma metodologia de ensino com vantagens para muitos alunos, não só para
graduação, pois ela oferece outros serviços voltados a educação e qualificação de
indivíduos preocupados com sua profissão e destaque no mercado, que hoje

19
seleciona pessoas com algum conhecimento reconhecido para atuar em empresas e
serviços administrativos.
Apesar das inegáveis vantagens e benefícios da EAD via Internet, ainda
percebemos a insegurança por parte de alguns alunos que procuram se matricular em
uma das faculdades a distância, por não terem experiência com o serviço oferecido e
sua habilidade com a tecnologia. Outro problema da educação a distância é a
indicação dos professores, tutores que muitas vezes não correspondem às
expectativas dos alunos. Belloni (2001, p. 89) destaca a problemática da formação de
professores para EAD, que “extrapola o âmbito científico e pedagógico do campo da
educação para se situar no campo político e institucional, onde estão em jogo seus
fatores determinantes”.
No processo da educação a distância é preciso que os professores que
estejam envolvidos com esta educação saibam trabalhar com a multimídia e
equipamentos tecnológicos.
Com o avanço e a procura por cursos via on-line, ainda falta mais divulgação
do ensino a distância, sabe-se que o novo sempre causa desconfiança, receio e
medo, o que é comum, até que as pessoas se acostumem leva tempo. É importante
lembrar que a educação a distância é um exemplo de trabalho pedagógico que
merece credibilidade.
Gatti (2005, p. 143-145) diz: ”educar-se a distância requer condições muito
diferentes da escolarização presencial”, esta educação é diferente no sentido das
distâncias limites presenciais, porém um método seguro. A ausência da figura do
professor exige do aluno maior atenção e estratégias e determinação.

1.5 Ensino híbrido

O ensino híbrido tem suas raízes fundamentadas no ensino on-line também, se


temos que inovar para qualificar o ensino, temos que ter ferramentas que nos deem
suporte para o referido ensino, então surgem novos recursos e possibilidades no
campo da tecnologia. De acordo com as pesquisas, o ensino híbrido refere-se a
metodologia que usa o ensino presencial e remoto. Neste método o aluno estuda
sozinho de forma on-line ou em sala de aula interagindo com colegas e professores.
Este recurso metodológico intercala as aulas presenciais e on-line.

20
O ensino híbrido é um programa de educação formal no qual um aluno
aprende, pelo menos em parte, por meio do ensino on-line, com algum
elemento de controle do estudante sobre o tempo, lugar, modo e/ou
ritmo do estudo, e pelo menos em parte em uma localidade física
supervisionada, fora de sua residência. (CHRISTENSEN, HORN &
STAKER, 2013, p. 7).

Mesmo com o uso deste recurso tecnológico, o professor continua sendo


fundamental para o ensino aprendizado, sendo que neste cenário o aluno atua no
controle do ritmo de aprendizagem.
Uma característica desse método de ensino é que os estudantes desenvolvem
um sentido de atuação mais evidente para alcançar seu progresso e aprendizagem,
diante das transformações que surgem atualmente em que o conhecimento muda a
cada momento. “Isso se traduz na capacidade de se tornar um eterno aprendiz,
necessária no mundo em rápida mudança em que vivemos, no qual conhecimento e
habilidades tornam-se obsoletos rapidamente” (HORN, STAKER, 2015, p. 8).
Neste sentido, torna-se um grande desafio para o aluno no campo do ensino
aprendizagem. São novas experiências, novos rumos para quem quer se dedicar ao
conhecimento. Daí percebemos a importância do ensino híbrido, mesmo com o
professor fornecendo informações. Como já falamos, o professor continua com o seu
papel de ensinar, sendo que o aluno também interage com suas responsabilidades.

Em consequência, os novos papéis docentes na sala de aula virtual


são, sobretudo, aqueles relacionados com a gestão de situações
educativas virtuais, descentralizados, geograficamente dispersas, sem
a perda dos fios condutores, os quais devem conduzir os alunos à
conclusão das interações e à realização dos objetivos de
aprendizagem previstos, fazendo com que se sintam conectados e em
permanente atividade de trabalho. (SANTOS, 2011).

Nesta abordagem de ensino que une o tradicional ao novo método de ensino,


em que o aluno pode acessar conteúdos, participar de grupo de discussões,
combinando o ensino presencial e tecnológico. Este ensino tem a função de incentivar
o aluno a resolução de problemas ou de criar projetos complexos, é um ensino
bimodal.
Nestes novos modelos de ensino, alunos e professores procuram adaptar-se
em relação ao uso da tecnologia e suas ferramentas para não prejudicar o ensino
aprendizado, onde ambos buscam verificar quais modelos são mais acessíveis e mais
práticos à sua compreensão.

21
O ensino cria condições metodológicas e organizativas para o
processo de transmissão e assimilação de conhecimento e
desenvolvimento das capacidades intelectuais e processos mentais
dos alunos tendo em vista o entendimento critico dos problemas
sociais. (LIBANEO, 2006, p. 22).

A cada situação, problema apresentado, o ser humano é capaz de achar uma


saída. Nestes processos somos capacitados, inteligentes e hábeis para prosseguir em
buscar de soluções.
Cada ator neste cenário deve cumprir o seu papel, onde um deve facilitar o
ensino através dos meios disponíveis e o outro em corresponder ao esforço do seu
mediador, pois sabemos que tanto para o aluno como para o professor o novo ainda
causa preocupação, desordem e medo.
No ensino hibrido não basta a presença física dos alunos nas aulas e o
cumprimento das tarefas escolares, é preciso que tanto alunos e professores estejam
engajados para organizarem o ensino, não apenas para alcançar os objetivos, mas
que faça sentido para ambos e tenha um significado para a vida. O ensino híbrido é
qualificado pela competência, centrada no estudante:

Os estudantes de hoje estão entrando num mundo no qual necessitam


de um sistema de ensino centrado neles. A aprendizagem centrada no
estudante é essencialmente a combinação de duas ideias
relacionadas: O ensino personalizado (que alguns chamam de ensino
individualizado) e a aprendizagem baseada em competência (também
chamada de “aprendizagem baseada no domínio”, “aprendizagem de
domínio”, aprendizagem baseada na proficiência”, ou às vezes,
“aprendizagem baseada em padrões”). (HORN; STAKER, 2015, p. 8).

1.6 Sala invertida

A transmissão de conhecimentos não deve ter limites, e para isso os agentes


envolvidos no processo de ensino aprendizagem devem sempre buscar metodologias
que aproximem o indivíduo nesta relação. De acordo com TARDIF (2002, p. 110),
sobre as características do saber experimental: “é um saber temporal, evolutivo e
dinâmico que transforma e se constrói no âmbito de uma carreira, de uma história de
vida profissional [...]”, o autor refere-se à formação do professor. Portanto, o tempo
constrói história de conhecimento tanto para alunos como para professores inseridos
no processo da educação, pois o conhecimento evolui para ambos.
De acordo com o site TUTORMUNDI e o estrategista de marca e especialista
de conteúdo Rodrigo Dutra a sala de aula invertida é uma inversão da lógica do
22
modelo. Os estudantes entendem os conceitos antes da aula. Depois, na sala de aula
com os demais, discutem e tiram dúvidas sobre o conteúdo com a ajuda do professor.
A sala de aula invertida é também conhecida por flipped classroom, ela surgiu em
1996 em Miami University (Ohio, Estados Unidos), onde o principal objetivo dessa
tendência pedagógica é que o aluno entenda a disciplina por recursos virtuais em
casa e na sala de aula. A sala de aula presencial passa a ser local de troca de
informação entre professor e aluno, para atividade em grupo e tirar dúvidas acerca de
algum assunto.
É uma tendência nova para professores e alunos, pelo menos aqui no Brasil.
Pelo relato de Rodrigo Dutra o método já tem um tempo, 25 anos nos Estados
Unidos, sendo que neste modelo de educação os espaços ficam divididos entre a
casa do aluno e a sala de aula da escola, rompendo com o modelo tradicional do
ensino.
Outros teóricos que comentam sobre esta tendência são: Araújo e o professor
Eric Mazur, talvez porque é um estilo novo e muitos ainda não se aprofundaram na
pesquisa sobre a sala invertida. O professor Mazur denomina o método como Peer
instruction (PI), traduzido como instrução entre pares:

[...] um método de ensino baseado no estudo prévio de materiais


disponibilizados pelo professor e apresentação de questões
conceituais, em sala de aula, para os alunos discutirem entre si. Sua
meta principal é promover a aprendizagem dos conceitos
fundamentais dos conteúdos em estudo, através da interação entre os
estudantes. Em vez de usar o tempo em classe para transmitir em
detalhe as informações presentes nos livros-texto, nesse método, as
aulas são divididas em pequenas séries de apresentações orais por
parte do professor, focadas nos conceitos principais a serem
trabalhados, seguidas pela apresentação de questões conceituais para
os alunos responderem primeiro individualmente e então discutirem
com os colegas. (MAZUR; ARAÚJO, 2013, p. 367).

Sendo assim, os alunos refletem sobre os conceitos básicos e pensam sobre


eles. Os conceitos farão sentido quando os alunos criarem seus próprios conceitos e
aprendizagem significativa, gerando um conhecimento diferenciado, pois cada um
constrói seu conhecimento a partir de suas investigações. Neste processo, estão
envolvidos professores e alunos. LIBANEO (2006, p. 23) diz que ”[...] o ensino
corresponde a ações, meios e condições para realização da instrução; contém, pois, a
instrução”.

23
Em cada método de ensino existe uma didática adequada. O importante é que
a aprendizagem corresponda ao seu papel, seja no modelo tradicional ou on-line, qual
meio ou condição, só será significativo se contribuir para a transmissão do
conhecimento humano.
Esta tendência põe o professor como mediador e orientador nas discussões
das atividades propostas para ajudar o aluno e dá as soluções quando surgem as
dificuldades no entendimento dos mesmos. Segundo Piaget:

Ora, é obvio que o educador continue indispensável, a título de


animador, para criar as situações e construir os dispositivos de partida
suscetíveis de apresentar problemas úteis á criança e, em seguida,
organizar contraexemplos que forçam a reflexão e obrigam o controle
de soluções mais precoces: o que se deseja é que o mestre deixe de
ser apenas um conferencista e estimule a pesquisa e esforço em lugar
de contentar-se em transmitir os problemas já solucionados. (PIAGET,
1974, p.18).

1.7 Educação em movimento

Quando falamos em educação não podemos esquecer o contexto histórico que


envolve o fenômeno educação no Brasil, como marco inicial a educação jesuíta, que
muito contribuiu para um olhar mais preocupante com a educação, apesar de ser uma
educação voltada para a catequização indígena, um ensino religioso.
Aranha (2006, p. 163) enfatiza bem este momento histórico: “desde o século
XVI e durante o século XVII, o modelo de catequese dos índios alterava-se, [...], que
incluía conversão religiosa, educação e trabalho”.
A missão dos jesuítas foram auto-suficientes, pois além de ensinarem os índios
a ler e escrever, os ensinaram também diversas artes e ofícios mecânicos. A escola
da Companhia de Jesus supriu as necessidades de ensinar as primeiras letras e
doutrinação indígena e preparar os padres para a patrística.
Desde o princípio a educação já sofria algumas divisões, superior e inferior. O
índio aprendia em escolas improvisadas feitas por eles mesmos. Os colonos recebiam
o conhecimento nos colégios, locais mais estruturados por conta do investimento mais
pesado. Já os filhos dos portugueses recebiam um ensino mais aprofundado, feito
pela própria elite colonial.
De acordo com Wikipédia, a enciclopédia livre, o Ratio Studiorum “espécie de
coletânea”, elaborado em 1599, a diretriz curricular era a base do conteúdo pensada

24
pela Igreja. Era um ensino tradicional com ideias de escolástica, onde a ideia de
organizar as cadeiras enfileiradas com ensino individualizante e o professor no centro
do processo educacional surgido desse modelo. O Ratio Studiorum, de acordo com as
pesquisas era documento direcionado ao ensino da gramática média, da gramática
superior, das humanidades, da retórica, da filosofia e da teologia. Podemos dizer que
no século XIX ainda não havia uma política de educação sistemática e planejada.
Este modelo de ensino foi introduzido pelo padre Manuel da Nóbrega.
Muitos alunos eram enviados a Universidade de Coimbra ou França, devido
não haver o ensino superior no Brasil. Vale salientar que este modelo de ensino era
destinado somente às elites.

Embora recebessem educação padronizada, os brasileiros entravam


em contato com outro estilo de vida e traziam aspirações da civilização
urbana mais avançada vislumbrada no velho mundo para contrapor ao
modo de vida rural e patriarcal da colônia. (ARANHA, 2006, p. 165).

Os brasileiros da época, no modelo padronizado encontraram uma nova


cosmovisão, pois anteriormente só conheciam o ensino religioso, gramática e o latim.
Agora, neste novo estilo de educação tiveram outras oportunidades de conhecer algo
diferente daquilo que era padrão para eles.
No ano de 1759 os jesuítas foram expulsos do Brasil por marquês de Pombal.
A era pombalina traz em seu contexto uma nova forma de trabalho como por exemplo
as aulas régias, desprezando o modelo tradicional dos jesuítas. Mudando os marcos
do que se iniciou, traz prejuízos, mesmo que no futuro fossem ter mais benefícios que
no modelo tradicional. Mesmo que o modelo antigo tivesse seus absurdos, porém foi
um método que ancorou a educação no momento para o Brasil colônia.

[...], o marquês de Pombal não conseguira de imediato introduzir as


inovações de sua reforma no Brasil, após ter desmantelado a estrutura
jesuítica, o que teria provocado o retrocesso de todo o sistema
educacional brasileiro. (ARANHA, 2006, p. 192).

Apesar dos jesuítas terem sido expulsos, seus ensinos foram de muita
importância para os índios, colonos e depois para a elite, mesmo sendo em língua
latina com a organização do trabalho Ratio Studiorum. Percebe-se que com as
inovações iluministas a educação sofreu uma resistência ao novo modelo
apresentado. As sementes do novo sistema de ensino não floresceram de imediato,
mas no futuro ela ganhou força.
25
Para o marquês de Pombal o sistema de ensino devia ser laico e não deveria
estar atrelado a um sistema religioso, no caso o ensino jesuítico. O ensino na visão de
Pombal devia abranger uma série de habilidades no campo científico.
A história da educação no Brasil passou por várias mudanças e
transformações. No período joanino, “as primeiras medidas tomadas por D. João VI
assim que chegou no Brasil, em 1808” (ARANHA, 2006, p. 221), foram a criação da:
imprensa régia, biblioteca, jardim botânico, museu real, missão cultural francesa,
academia real da marinha, curso médico cirúrgico e diversos cursos avulsos de
economia, química e agricultura. Foi o início da nossa educação superior, isso
fortaleceu o ensino, mesmo que a passos de tartaruga, dando sentido a continuar,
pois em continuidade ao ensino superior surgiu o ensino jurídico, apesar das
conturbações da elite com relação ao ensino secundário. Isso tudo aconteceu no
período do Brasil colônia. O ensino passou por muitas transformações, reformas,
tendências e influências que de qualquer forma contribuíram para a educação atual.
Na constituição de 1934, já na educação contemporânea, foi incluído um
capítulo relacionado para a educação brasileira. De acordo com PILETTI:

A constituição de 1934 foi a primeira a incluir um capítulo especial


sobre a educação, estabelecendo alguns pontos importantes: a
educação como direito de todos; a obrigatoriedade da escola primária
integral; a gratuidade do ensino primário; a assistência aos estudantes
necessitados; etc. (PILETTI, 2008, p. 207).

Com o desenvolvimento da educação, ela ganhou alguns direitos que


contribuíram com o sistema de ensino, mesmo que limitadas, com algumas
burocracias, que muitas vezes faz com que o educando se desinteresse pelo ensino.
Até hoje, o ensino é referência para a elite, mesmo sabendo que o ensino pode trazer
benefícios profissionais para o cidadão.
O ensino se expandiu até chegar aos nossos dias nos assegurando por lei o
direito à educação, conforme Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. A educação é
um exercício democrático e para a cidadania.
É do conhecimento de todos que existem muitas coisas que precisam mudar
em relação a educação. Lutas incansáveis da parte dos interessados em promover
uma educação de qualidade são constantes.

26
1.8 Formação do professor

“Sabemos que, no geral os professores são bastante resistentes às inovações


educacionais”, diz Mantoan (2001, p. 117). O professor atualmente não pode dar
aulas do mesmo modo que ele dava anteriormente, ele precisa buscar conhecimento
em saber lidar com as ferramentas digitais, isso o ajudará a dar um ensino de
qualidade, precisa sair da mesmice, tem que se atualizar. São quebras de paradigmas
que ele tem que romper. Essa nova configuração tem que incomodá-lo. Os alunos
não são mais os mesmos, os tempos mudaram. “Não podemos dar aula da mesma
forma para alunos diferentes”, como bem afirma Moran (2000, p. 3).
Neste sentido, o professor deve se envolver naquilo que faz, com a certeza que
está fazendo o melhor, mas para que isso aconteça ele deve buscar sua formação e
se familiarizar com esta ferramenta para não ficar obsoleto em sua forma de ensinar.

Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-


á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em
universidades e institutos superiores de educação, admitida, como
formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e
nos 5 (cinco) primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em
nível médio na modalidade normal. (Redação dada pela Lei nº 12.796,
de 2013).

Em cada sociedade os indivíduos devem ser preparados para seus ofícios com
segurança e confiança de que seu trabalho tem um devido valor, não só para ele
como para o seu próximo. Libâneo (2006, p. 21) afirma que “a prática educativa,
portanto, é parte da dinâmica das relações sociais, das formas da organização social”.
Neste sentido, o professor deve buscar sua formação para desempenhar
melhor seu trabalho, sua autoestima e seu espaço na sociedade atual, reconhecendo
que precisa dos recursos tecnológicos na sua formação, principalmente no século
atual, onde tudo acontece em tempo real e o aluno vive em busca de novidades, que
exigem uma ação de intervenção do professor. Segundo Kenski (2007, p. 44) ”a
maioria das tecnologias é usada como auxiliar no processo educativo”. Se torna um
recurso necessário na formação do professor, de um professor atuante e
compromissado com seus alunos, sendo ele uma figura modelo no processo ensino
aprendizado.

27
As tecnologias devem ser usadas como ferramentas pedagógicas auxiliando
professor e aluno na construção do conhecimento. O profissional de educação tem
que se capacitar em inclusão digital.

Entretanto, o domínio das bases teórico-cientifica e técnica, e sua


articulação com as exigências concretas do ensino, permitem maior
segurança profissional, de modo que o docente ganhe base para
pensar sua prática e aprimore sempre mais a qualidade do seu
trabalho. (LIBÂNEO, 2006, p. 28).

O professor que se capacita se sente seguro em todos os aspectos do ensino,


ele não tem receio de usar as ferramentas tecnológicas na construção do
conhecimento, é responsável por suas ações e consciente do seu papel dos saberes
necessários para o exercício profissional. Segundo Valente e Almeida (1997, p. 08)
“[...] como integrar o computador na sua prática pedagógica e seja capaz de superar
barreiras de ordem administrativa e pedagógica”.
De acordo com Kenski (2007, p. 45) “[...] a imagem, o som e o movimento
oferecem informações mais realistas em relação ao que está sendo ensinado”.
O professor que sabe lidar com as tecnologias e suas ferramentas com certeza
está mais seguro, sua autoestima é reconhecida por seus alunos, pois as ferramentas
tecnológicas oferecem ao docente praticidade, agilidade e suas aulas terão mais
influência e incentivo aos seus alunos.
Segundo Tardif (2002, p. 74) ” [..] o que conta é que o professor apresente os
conhecimentos de maneira interessante para os alunos”. Quando o conhecimento é
apresentado de maneira significativa ele produz mais aprendizado, daí, sente-se a
necessidade da formação do professor, no que se refere a tecnologia e suas
ferramentas para transmitir o conhecimento.
A RESOLUÇÃO CNE/CP nº 1, de 18 de fevereiro de 2002, institui Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em
nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena, onde em suas orientações
recomenda no Art. 2º, inciso VI “o uso de tecnologias da informação e da
comunicação e de metodologias, estratégias e materiais de apoio inovadores”.
(BRASIL, 2002).
O professor não pode se acomodar no tradicionalismo, ser indiferente às
novidades do presente século, mas sim contribuir com a sociedade na formação de
cidadãos críticos.
28
A prática educativa não é apenas uma exigência da vida em
sociedade, mas também o processo de prover os indivíduos dos
conhecimentos e experiências culturais que os tornam aptos a atuar
no meio social e a transformá-lo em função de necessidades
econômicas, sociais e políticas da coletividade. (LIBÂNEO, 2006, p.
17).

A prática educativa não se resume apenas em quadro, aula expositiva,


transmissão do conhecimento pronto e acabado, entre outros materiais que o
professor faz uso no seu cotidiano em sala de aula, ela está pautada no novo
também, para as necessidades de integrar o indivíduo nas práticas sociais do diálogo
e reflexão e não na individualidade. De acordo com Mercado (1999, p. 20) “na
formação de professores, é exigido dos professores [...] uma nova configuração do
processo didático e metodológico [...]”.
Neste sentido, é importante que o professor comprometido com a educação de
qualidade faça uso de diferentes recursos metodológicos. É o que os alunos esperam
dele em suas aulas.
De acordo com Tiba:

“Quando um professor prepara com cuidado o modo de transmitir os


conteúdos, o aluno aprende por prazer[...]”. ”Se de fato o professor
integrou a informação à sua vida e não apenas a decorou, é capaz de
fazer correlação entre a matéria e os fatos cotidianos.” (TIBA, 2006, p.
132).

O professor não deve se apropriar do conhecimento que interessa a si próprio,


caindo em uma armadilha, ao dizer para si mesmo, para que aprender isso, se nunca
vou precisar? Ele precisa estar atualizado com seu mundo e na formação de seus
alunos. O professor dentro da classe é alguém que transmite segurança e exemplo.
Os alunos observam todos os seus passos, sua maneira de se vestir, de falar, suas
amizades, etc. Qualquer motivo que chame a atenção de seus alunos é motivo de
chacotas, indiferenças e desconfianças, por isso ele deve estar atento em tudo o que
faz para não ser taxado de professor sem preparo, incompetente e que não sabe de
nada. Tardif (2002, p. 57) afirma que “[...] em outros ofícios, a aprendizagem concreta
do trabalho assume a forma de uma relação entre um aprendiz e um trabalhador
experiente, como vem ocorrendo agora, cada vez mais, com a implantação dos novos
dispositivos de formação [...]”.

29
O professor deve buscar em sua formação o conhecimento tecnológico, deve
ter domínio desses recursos que é uma metodologia que veio enriquecer a prática
pedagógica devido a heterogeneidade que existe nas escolas. De acordo com as
Diretrizes para o Uso de Tecnologias Educacionais (PARANÁ, 2010, p. 12) “[...] é
responsabilidade do professor, prover seus alunos com os conteúdos do currículo
escolar, construídos histórica e culturalmente”.

1.9 Alunos, ferramentas tecnológicas e realidades sociais

Sabemos que as escolas nunca mais serão as mesmas depois que tudo isso
passar. Teremos novas formas de ensino, mas mesmo assim existirão alunos para
aprender e professores para ensinar. No novo ensino-aprendizagem, o computador é
uma ferramenta indicada para o aluno fazer pesquisa, estando conectado em tempo
real com os colegas de classe para realizarem pesquisas científicas ou históricas, ou
o que for sugerido pelo professor. De acordo com Kenski:

[...] já não se trata apenas de um novo recurso a ser incorporado à


sala de aula, mas de uma verdadeira transformação, que transcende
até mesmo os espaços físicos em que ocorre a educação. A dinâmica
e a infinita capacidade de estruturação das redes colocam todos os
participantes de um momento educacional em conexão, aprendendo
juntos, discutindo em igualdade de condições, e isso é revolucionário.
(KENSKI, 2007, p. 47).

Realmente é algo revolucionário o uso das tecnologias para a educação,


principalmente quando ela é direcionada a igualar os alunos em um mesmo objetivo,
que é educar para a vida.
De acordo com Lima Júnior (2007, p. 67) “nossas escolas, que visam contribuir
para que os indivíduos participem ativa e criticamente da dinâmica social”. Para que
isso aconteça é preciso ter um olhar crítico voltado para as necessidades de cada
aluno, pois cada um vive sua realidade diferente do outro.

Os parâmetros curriculares nacionais propõem uma prática educativa


que atenda às necessidades sociais, políticas e culturais da realidade
brasileira, considerando os interesses e as motivações dos alunos
garantindo as aprendizagens essenciais para a formação de cidadãos
autônomos, críticos e participativos. (REIS, 2011, p. 58).

A sociedade, principalmente a brasileira, vive realidades diferentes, onde


muitos têm, já outros sofrem o descaso da própria sorte. Crianças que dormem e
30
acordam sem perspectivas de dias melhores, sem comida, moradia, muito menos um
equipamento tecnológico que possam lhe garantir um aprendizado de qualidade.
Como vamos formar cidadãos críticos e autônomos diante de tal realidade?
Libâneo (2006, p. 21) diz que “a prática educativa, portanto, é parte integrante
da dinâmica das relações sociais, das formas da organização social”. Vivemos em
uma sociedade com desigualdades e rótulos que nos separam e discriminam. Como
podemos garantir aos cidadãos uma educação utilizando as ferramentas tecnológicas
se existem barreiras que separam essa questão.
De acordo com o site Amazon.com.br, o valor de um aparelho de celular mais
barato custa R$ 699,00, sem se levar em conta os recursos tecnológicos que o
mesmo oferece para o aluno. Então, como fica a situação para um pai de família que
ganha um salário mínimo de $ 1.045,00? O reajuste do mesmo em relação a 2020
ficou em 5,26%, conforme o site agenciabrasil.ebc.com.br>. Isso quando o pai ou a
mãe recebem determinado valor, muitas das vezes mal dando para comprar uma
cesta básica de alimentos, que de acordo com as pesquisas na cidade de Belém do
Pará, por conta da epidemia do Corona vírus, teve um aumento para R$ 441,51,
comprometendo assim quase a metade do seu salário. Informação disponível em:
https//agenciapara.com.br> noticia. Acesso: 05/abr./2021.
Na verdade, a realidade de alguns brasileiros é muito complicada, muitos não
têm condições financeiras de possuir um equipamento tecnológico e acabam
abandonando o ensino. No que se refere ao ensino, ainda existem os problemas da
internet que muitos não têm acesso, e quando têm, não é de boa qualidade o que
acaba causando aborrecimentos aos alunos que logo preferem parar de acompanhar
as aulas por meio do ensino remoto.

Desse ponto de vista, um sistema justo é aquele que assegura uma


certa independência entre as diversas esferas. É, aliás, o que tenta
garantir o princípio da igualdade de oportunidades “meritocrático” ao
tentar proteger das desigualdades de renda, ou ainda os diversos
sistemas sociais que garantem acesso ao atendimento de saúde ou ao
sistema político, independentemente da renda e da cultura dos
indivíduos. (DUBET, 2004, p. 550).

O que esperar de um sistema injusto, onde a maioria da população não tem


acesso a certos atendimentos necessários ao desenvolvimento do ser humano.
Enquanto houverem desigualdades sociais, não teremos os mesmos privilégios
iguais, isso vale no campo de formação do cidadão.
31
O uso das ferramentas tecnológicas, atualmente não é algo que possamos
dizer que isso não seja necessário, é uma ferramenta que não podemos desqualificar,
ou até mesmo dizer que é um modismo do momento e que logo vai passar. Pensando
bem, é um fenômeno que veio para ficar e sem o seu uso o conhecimento não
prosperará, como muitos esperam da educação para os seus filhos. Precisamos
acordar para esta realidade.
O mundo nunca será o mesmo sem o uso da tecnologia e suas ferramentas. As
desigualdades sociais fazem separação entre quem pode e quem não pode fazer uso
da tecnologia, impondo valores onde nem todos têm poder aquisitivo para
conseguirem adquirir os equipamentos de ponta, até porque todos os dias surge uma
ferramenta tecnológica nova no mercado impossibilitando o pobre de se aproximar de
tais tecnologias.
De acordo com Araújo (2005, p. 23-24):

O valor da tecnologia na educação é derivado inteiramente da sua


aplicação. Saber direcionar o uso da Internet na sala de aula deve ser
uma atividade de responsabilidade, pois exige que o professor preze,
dentro da perspectiva progressista, a construção do conhecimento, de
modo a contemplar o desenvolvimento de habilidades cognitivas que
instigam o aluno a refletir e compreender, conforme acessam,
armazenam, manipulam e analisam as informações que sondam na
Internet. (ARAÚJO, 2005, p. 23-24).

Tecnologia e educação e a construção de novos rumos para educação que


desperta nos alunos o querer conhecer, se projetar para o futuro, sem limites e sem
fronteira para ascensão social do aluno. Pois todos que vão em busca de se
matricular em escola para adquirir o conhecimento não está preocupado com as
desigualdades, ele é só mais um em busca de valorização pessoal. Em uma
sociedade onde as diferenças são gritantes, aquele que têm mais posses levam mais
vantagens em todos os setores. Freire (1985, p. 12) afirma que “[...] numa sociedade
dividida em classes antagônicas não há condições para uma pedagogia dialogal [...]”.
As ações de uma sociedade capitalista afastaram a população mais carente de
alguns benefícios que lhe são outorgados por lei, como educação e saúde, o que leva
alguns que possuem um poder econômico melhor a ir em busca de instituições
privadas, desqualificando os serviços públicos, principalmente a educação que mais
sofre, por ser uma educação fatiada, o que faz com que muitos se matriculem em
uma escola pública, mas não conseguem terminar seus estudos. Para Aranha (2006,

32
p. 24) ”[...] a educação não é, portanto, um fenômeno neutro, mas sofre efeitos do
jogo do poder, por estar de fato envolvida na política”.
A educação é influenciada por interesses pessoais, privando as pessoas mais
carentes de uma educação democrática e libertadora.

1.10 Educação de qualidade

Tudo o que nos disponibilizamos a fazer, qualquer atividade, exige de nós


dedicação e compromisso e devem ser feitos da melhor maneira possível,
principalmente quando se referem a educação de qualidade. Neste sentido, Mantoan
(2001, p. 51) diz que:

As escolas de qualidade são necessariamente abertas às diferenças e,


consequentemente, para todas as crianças. São escolas em que todos
os alunos se sentem respeitados e reconhecidos nas suas diferenças,
ou melhor, são escolas que não são indiferentes às diferenças [...].
(MANTOAN, 2001, p. 51).

O espaço geográfico escolar deve ser um lugar acolhedor, democrático, de


valorização do indivíduo e que o ajude no processo de aprendizagem, acate as
diversidades e habilidades de cada um observando a realidade desse sujeito. A
escola acolhedora insere o sujeito como parte integrante de uma sociedade.
A educação está presente em todas as sociedades. É bem verdade que ela
atravessou gerações, manifestos e conquistas e com a tecnologia a educação sofreu
mudanças, novas tendências em cada século que se passou.
A educação tem o papel de transformar o ser humano em um sujeito crítico,
oferecer condições para o aprendizado e assegurar sua estadia educacional até sua
formação. O que não acontece com a educação brasileira, pois muitos alunos estão
longe de alcançar seus objetivos.
Nossa realidade é outra, o ensino é precário e ainda existem muitas pessoas
analfabetas. E de acordo com o site agenciabrasil.ebc.com.br>educação> noticia: a
taxa de analfabetismo no brasil passou de 6,8%, em 2018, para 6,6%, em 2019, de
acordo com o site agenciabrasil.ebc.com.br, com os dados da pesquisa Nacional por
amostra de domicilio (Pnad). Apesar da queda, que representa cerca de 200mil
pessoas, o Brasil tem ainda 11 milhões de analfabetos. São pessoas de 15 anos ou
mais que pelos critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não
são capazes de ler e escrever nem ao menos um bilhete simples.
33
Esta é atualmente a educação no Brasil, uma educação sucateada, um ensino
que não oferece qualidade. Um país de analfabetos com o maior índice de evasão
escolar, mesmo com os projetos que foram destinados a educação, ela ainda está
longe de garantir aos cidadãos uma boa educação. Segundo Piletti (2008, p. 241) ”[...]
apesar de esforços de educadores e de grupos em algum período, do próprio
governo, continuamos a enfrentar sérios problemas no campo educacional”.
Atualmente, nossa história continua enfrentando problemas que interferem em
uma educação igualitária que forma cidadãos para o futuro. A baixa qualidade de
educação compromete a cidadania, levando os indivíduos a migrarem para a
marginalização o que põe em risco a sociedade como um todo.
A garantia de padrão de qualidade da educação é um preceito constitucional,
conforme o artigo 206, inciso VII:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios.
I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.

[...] a educação é direito de todos – ricos e pobres, negros e brancos,


mulheres e homens, índios e filhos de estrangeiros, habitantes da
cidade ou da zona rural. O Estado brasileiro, que se atribuiu essa
obrigatoriedade, é também o responsável por fazê-la valer. A
colaboração da sociedade tem o sentido de assegurar que o ensino
seja compartilhado, que os projetos educacionais sejam desenvolvidos
de forma consensual e participativa. (CHALITA, 2004, p. 104-105).

O direito a educação não faz jus a realidade, há um discurso fora de contexto


que precisa ser visto com muita atenção por parte de autoridades, pois um país que
não investe em educação está muito longe de obter progressos.
O ser humano para ser pleno precisa desenvolver-se de forma integral, para
isso ele precisa ter direito de voz, manifestação do pensamento, participativo e
autonomia e isso faz parte de uma educação libertadora.
A constituição assegura o direito de todos a uma educação de qualidade, um
dos incisos da constituição é igual para o acesso e permanência na escola, o que na
prática não acontece, o aluno muitas das vezes chega até a se matricular, como no
caso de crianças em que os pais fazem isso, porém, quando chega a adolescência,
por motivos muitas vezes banais, abandonam os estudos, e não chegam a concluir o
ensino médio.

34
Como já foi mencionado nesta pesquisa, as ações de uma sociedade
capitalista afastaram a população mais carente de alguns benefícios que lhe são
outorgados por lei. Chalita (2004, p. 106-107) afirma que:

Além de garantir escola para todos os alunos, o estado tem de


assegurar escola de qualidade, de excelência, que prepare a criança
para a vida, para a cidadania e para o mercado de trabalho [...].
(CHALITA, 2004, p. 106-107).

A escola de qualidade forma pessoas para a vida, pessoas que no futuro


poderão construir uma sociedade mais justa, que saiba valorizar seu próximo,
respeitando seus direitos e deveres como cidadão. Um cidadão que respeita as leis
de seu país poderá inclusive valorizar seus pais que tanto se empenharam na tarefa
de sua educação.
Para haver uma educação de qualidade, temos que pensar na formação de
nossas crianças, onde desde tenra idade devemos orientar às nossas crianças que a
educação é para a vida. Dessa forma, as crianças já poderão refletir sobre o que são
responsabilidades e as consequências negativas caso não cumpram com seus
deveres. Na verdade, o sentido de responsabilidade tem haver com planejamento:

Para aprimorar a educação é necessário começar da base, pois é no


alicerce que criaremos as condições para conseguir um
desenvolvimento de qualidade. E tudo isso se resume em uma palavra
básica: gestão. O que falta ao ensino público brasileiro é um programa
que capacite e atualize professores, dê respaldo e tranquilidade para
que os profissionais que trabalham com a base da educação tenham
condições e oportunidades de desenvolver sua tarefa. Mas, isso só se
consegue com planejamento. (SILVA, 2014, p. 3).

Outra questão sobre uma educação de qualidade, não é só a formação das


crianças, que estão segurando uma corda, mas também professores que estão do
outro lado dessa corda. Nessa formação é que a gestão escolar tem que se
preocupar também com a formação dos professores, dando-lhes condições para fazer
e realizar uma educação de qualidade.
Órgãos competentes da educação implantaram o Plano Nacional de Educação-
PNE com a incorporação em sua elaboração de princípios de respeito aos direitos
humanos, a sustentabilidade socioambiental, à valorização da diversidade e da
inclusão e à valorização dos profissionais que atuam na educação, tendo sido

35
elaborado com base nesses compromissos, os quais foram aprimorados
conjuntamente com o Congresso Nacional.
De acordo com a lei nº 13.005/2014, o PNE tem em uma de suas metas
fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com
melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias
nacionais para o Ideb: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do
3o (terceiro) ano do ensino fundamental.
As propostas do PNE são boas pois estão voltadas para a educação, com a
intenção de fortalecer o ensino através de medidas de melhorias em alfabetizar as
crianças, medida a qual é bastante significativa quando pensamos e fazemos
educação de qualidade. O problema é que essas propostas esbarram em burocracias
e desvios de objetivos, onde na realidade as propostas acabam ficando só no papel.
Segundo o INEP um dos desafios para se fazer uma educação de qualidade
em nosso país está relacionado ao PIB, que investe aproximadamente 5% com
educação, sendo um percentual muito baixo para um país que quer investir em
educação. Os investimentos não correspondem com as propostas do INEP, pois para
termos uma educação de qualidade para todos temos que pensar e agir, se ficarmos
somente em projetos de alfabetização para todos e não nos disponibilizarmos para tal,
serão em vão todos os esforços.
Nesta luta por uma educação de qualidade, o ensino público é o que mais sofre
com o repasse de verbas e os alunos sentem as dificuldades na falta de professores,
materiais didáticos, computador, internet para pesquisas e outras situações que
desmotivam aqueles que dependem do ensino público. Quem pode ir para o ensino
privado tem melhores oportunidades de ingresso em uma das profissões mais
cobiçadas. Segundo o portal mec.gov.br mais de 6,5 milhões de universitários são
oriundos de instituições privadas, isso mostra a decadência do ensino público, pois os
alunos da rede pública não têm a capacidade devida para competir com os alunos das
instituições privadas, situação a qual é muito injusta para esses alunos.

Os pesquisadores reconhecem que alguns dos fatores associados à


eficácia escolar estão fora do controle da maioria das escolas
públicas, que respondem por cerca de 90% das matrículas em
Educação Básica. No Brasil a existência de infraestrutura,
equipamentos e a disponibilidade de professores não dependem
diretamente da escola, mas dos sistemas de ensino. Mas os fatores
relacionados à organização e gestão escolar, aos objetivos

36
pedagógicos e ao clima acadêmico dependem principalmente dos
sujeitos escolares, o que é garantido pela LDB através da autonomia
das escolas e da flexibilização curricular. (ALVES e FRANCO, 2008, p.
498).

São vários os fatores que dificultam a educação, desde o repasse de verbas a


infraestruturas escolares. Isso causa um baixo desempenho de alunos do ensino
público quando comparados aos alunos da rede particular. Os investimentos na
educação, ao longo da história do Brasil, não foram suficientes para solucionar as
demandas da sociedade desde os tempos mais antigos.

37
2. MÉTODO
A metodologia aplicada nesta pesquisa foi de forma bibliográfica,
fundamentada em uma análise qualitativa, efetuada nas bibliotecas virtuais do Google
Acadêmico e Scielo. A produção textual foi elaborada pelo autor de forma organizada,
usando as ferramentas do Word no desenvolvimento do mesmo, em horários e dias
alternados inteiramente dentro do ambiente virtual do editor de texto do Google Drive.
A análise bibliográfica está fundamentada nos principais teóricos abordados: Vani
Moreira Kenski; José Carlos Libâneo; Maurice Tardif; Maria Lúcia de Arruda Aranha,
entre outros.

38
3. ANÁLISE E DISCUSSÃO

Esta pesquisa trouxe um conhecimento mais acentuado sobre as tecnologias


como ferramenta para o trabalho do professor e alunos, sua utilização e importância
para a educação. Na educação observamos o contexto histórico fundamentado de
Kenski (2007): “as tecnologias são tão antigas quanto a espécie humana”. A autora
fala das tecnologias ao longo dos tempos. No mesmo sentido Aranha (2006) enfatiza
bem este momento histórico: “desde o século XVI e durante o século XVII, o modelo
de catequese dos índios alterava-se, [...], que incluía conversão religiosa, educação e
trabalho”. Observa-se que desde que o homem começou a fabricar seus próprios
instrumentos ele usa a tecnologia, é um processo de transformação que vem se
aperfeiçoando até os dias atuais. “Desse modo, a Revolução Industrial inaugurou uma
era nova e promissora” (LANDES, 2005). A revolução industrial deu um impulso com a
criação das máquinas.
Dificilmente nossas vidas cotidianas seriam possíveis nesta época da
globalização sem as tecnologias, pois bem sabemos que o homem não conseguiria
mais se afastar dos ferramentais e comodidades que as tecnologias oferecem a ele
em qualquer área da sociedade.
Na educação, não podemos negar sua importância e presença como recurso e
suporte, mesmo com os desafios e insegurança do professor. Segundo Mendes
(2012) “o fato é que uma nova era se inaugura com desafios ainda nebulosos, mas
que deverão ser enfrentados”. De acordo com a pesquisa o professor deve buscar
sua formação para saber manusear os recursos tecnológicos, pois estamos vivendo
um tempo atípico onde pais, professores, autoridades e alunos estão tendo mais
contato com as ferramentas tecnológicas. Neste sentido, o papel dos educadores é,
de acordo com Dubar, citado por Tardif (2002) “[...] transformar um objeto ou situação
numa outra coisa, é também transformar a si mesmo no e pelo trabalho”. O momento
exige mudanças e para isso temos que saber lidar com as transformações que
acontecem em todos os momentos da vida, saber ser criativo e enfrentar nossos
medos.
Na educação, a tecnologia demonstrou segurança e descobertas antes
desconhecidas para muitos. Atualmente estamos utilizando com mais frequência dos
recursos tecnológicos, seja no ensino híbrido, EaD, remoto, sala invertida, sua
presença é primordial na educação. Gatti (2005) diz: ”educar e educar-se a distância
39
requer condições muito diferentes da escolarização presencial”, o que é tradicional
ficou no passado. A educação a distância é uma opção que não podemos dispensar, é
o futuro da educação, uma educação a distância, mas que o professor continua sendo
o personagem atuante em suas interfaces.
No que se refere ao professor, “sabemos que, no geral os professores são
bastante resistentes às inovações educacionais”, afirma Mantoan (2001), porém o
professor não pode ser indiferente às grandes transformações, é o que percebemos
no cotidiano do profissional, ele foi sacudido e encarou o desafio de buscar o
conhecimento para se atualizar e cumprir sua missão de ensinar. Libâneo (2006)
afirma que “a prática educativa, portanto, é parte da dinâmica das relações sociais,
das formas da organização social”. O educador é parte desse processo social, deve
ser consciente de sua prática como transformador, no que se refere à educação.
Sabemos que as desigualdades sociais são um problema para estabelecermos
uma educação de qualidade. Lima Júnior (2007, p. 67) afirma que “nossas escolas,
que visam contribuir para que os indivíduos participem ativa e criticamente da
dinâmica social podem e devem investir na nova eficiência e competência, baseadas
numa lógica do virtualizante”. Mas, para que isso aconteça é preciso ter um olhar
crítico voltado às necessidades de cada aluno, pois cada um vive sua realidade
diferente do outro. Com todos os impasses que envolvem a educação, observa-se
que as tecnologias estão sendo utilizadas, mesmo que esbarrem em questões
políticas.
A educação de qualidade ainda está distante de nossa realidade,
principalmente para os alunos da Rede Pública. Piletti (2008) afirma que ”[...]
apesar de esforços de educadores e de grupos ou em algum período, do próprio
governo continuamos a enfrentar sérios problemas no campo educacional”.
Sem as ferramentas tecnológicas seria impossível assegurar a educação
diante da realidade atual em que estamos vivendo, isolados, sem aulas presenciais,
mesmo com todas as dificuldades que alunos, professores, pais e autoridades estão
enfrentando. Os alunos, tanto da Rede Pública, como da Rede Privada estão sim
fazendo uso da tecnologia, pois sem esses recursos tecnológicos seria quase
impossível estabelecer o ensino.

40
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, consideramos esta pesquisa de grande relevância para adquirirmos o


conhecimento que outrora não imaginávamos que fosse tão importante para a
educação. Os conteúdos aqui descritos nos levaram a uma reflexão mais profunda
sobre a realidade da educação desde os primórdios, quando os jesuítas catequisaram
os índios, onde percebemos que desde a antiguidade a educação era privilégio
somente de alguns, com o discurso político muitas vezes não saindo do papel, haja
vista, a educação nunca ter sido valorizada e que se não fosse a luta de muitos
homens e mulheres no passado e no presente, a situação seria mais triste ainda.
Vimos isso no decorrer da história.
Entendemos que as tecnologias foram um marco importante para a sociedade
em todas as épocas, mudando a vida das pessoas e a maneira de ver o mundo, e que
sem ela já não saberíamos como lidar, pois ela está no cotidiano de cada um, mesmo
que muitos a ignorem. As pessoas estão desfrutando de seus benefícios de uma
forma ou de outra.
Percebemos que os professores estão indo em busca de sua formação, pois o
mundo mudou e já não podemos viver no tradicionalismo do quadro e aulas
expositivas, sem didáticas criativas como o saber fazer do professor, citado por Tardif.
A realidade da educação das escolas públicas é um produto de políticas sem
compromisso com a educação, pois as verbas destinadas a educação muitas vezes
são mal distribuídas, prejudicando dessa forma o sistema educacional.
Observamos que as desigualdades sociais podem implicar na formação de
cidadãos levando muitos a marginalidade, no abandono da escola, pois não veem na
educação o que realmente querem para sua vida.
Se quisermos um país melhor temos que pensar em uma educação de
qualidade que possibilite a entrada e a permanência dos alunos no ambiente escolar.

41
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