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Serviço Público Federal

Universidade Federal do Pará


Campus Universitário de Bragança
FACULDADE DE HISTÓRIA

ANTONIO EDUARDO OLIVEIRA DE LIMA

ESTUDO DIRIGIDO

Bragança
2021
Serviço Público Federal
Universidade Federal do Pará
Campus Universitário de Bragança
FACULDADE DE HISTÓRIA

ANTONIO EDUARDO OLIVEIRA DE LIMA

ESTUDO DIRIGIDO

Trabalho de Conclusão da disciplina: Filosofia e


Educação apresentado ao curso de Licenciatura em
História da Universidade Federal do Pará –
Campus de Bragança como requisito parcial para a
aprovação. [Modalidade ERE].
Docente mediador:

Prof. Msc. Rafael Santos Ribeiro

Bragança

2021
QUAL A FUNÇÃO DA EDUCAÇÃO SOCIAL EM MARX E NO MARXISMO E
COMO PODEMOS, A PARTIR DESTAS FUNÇÕES, REPENSAR A EDUCAÇÃO NO
BRASIL CONTEMPORÂNEO? COMO PENSAR A EDUCAÇÃO ESCOLAR COMO
UMA NÃO AGENTE DE TRASFORMAÇÃO CAPITALISTA? COMO
IDENTIFICAR NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR AS CONTRADIÇÕES DO SISTEMA
CAPITALISTA CONTEMPORÂNEO?

Desde as primeiras escolas no Brasil, no período do início de sua colonização, percebe-se


que tais foram criadas para atingir os objetivos dos poderosos da época. De forma análoga,
atualmente, percebe-se os mesmos fundamentos daquele período, notadamente presentes nas
desigualdades entre as estruturas e qualidades do ensino público e privado. Nesse sentido, o
capitalismo presente na atual era brasileira está ocultando problemas latentes no quadro
educacional. Logo, é importante analisar autores que entenderam dessa problemática e
justificaram, a fim de construir alunos e docentes críticos sobre tal realidade pedagógica e
econômica.
Primeiramente, sabe-se que o cenário da educação canarinha reflete muitos problemas
sociais presente dentro do próprio país. Conforme o sociólogo e filósofo José Lombard
(2010), a educação está profundamente inserida no contexto em que surge e se desenvolve,
também vivenciando e expressando os movimentos contraditórios que emergem do processo
das lutas entre classes. Dessa maneira, pode-se relacionar tal conceito, por exemplo, com os
processos seletivos para universidades públicas, em que, estudantes de escolas privadas e do
governo competem entre si, sendo que possuem realidades, na maioria dos casos, divergentes.
Assim, nota-se que embora as teorias marxistas sejam de outro século, é indiscutível sua
vanguarda para compreensão da atual conjectura.
Dessa mesma forma, o escritor, historiador e pedagogo, Antônio Gramsce (2001), diz que
educação é desenvolvida para tornar o ser atual a sua época, isto é, processo que faz ser o que
é em todas as dimensões que o identificam e que estão sujeitos às forças socias presentes no
contexto vivido. Ou seja, para o autor, a escola, no seu amplo sentido, influência o meio da
mesma forma que o meio pode influenciar internamente. Com isso, pode-se analisar quais são
as principais ideias que governam esses meios para melhor compreensão do assunto.
A educação brasileira hodiernamente apresenta um caráter dúbio, uma vez que, na teoria,
tanto o ensino particular quanto o governamental estão no mesmo nível, no entanto, na
prática, a qualidades entre eles estão em sentidos opostos. A perpertuação desse sistema
desigual, infelizmente, está fora dos interesses dos políticos e dos empresários do campo
pedagógico.Consequentemente, o caminho que deveria ser percorrido pelas autoridades, isto
é, que beneficie homens e mulheres, está sendo substituído por um atalho que beneficia
poucos e fortalece a exclusão social. Nesse mesmo sentido, Lombard (2010), diz:

Quando se instauram processos revolucionários ampliando a classe popular […],


igualmente, a educação adquire um caráter público, popular e gratuito; quando em
seguida, reorganiza a burguesia, volta a educação ter um caráter dual, em que a
gratuidade aparece como concessão do Estado aos que não podem pagar por seus
estudos, etc.

Para intervir nesse cenário, os filósofos marxistas apoiavam geralmente a união entre
teoria intelectual e prática em trabalho como premissas para um educação democrática. O
sociólogo Marx ( 1983 apud LOMBARD, 2010, 29), dizia, “a educação deveria cobrir a
formação intelectual, corporal e politécnica”. Nessa perspectiva, para o autor, o ensino não
tornaria o sujeito refém das ideologias ditadas pelos capitalista e com frequência de exercícios
físicos junto das habilidades politécticas, o homem superaria o nível dos burgueses. Destarte,
para o marxismo a superação das ideias capitalistas desumanas, isto é, sem uma revolução,
seria necessário modificar a base de ensino do discentes.
Portanto, ao longo do texto, foram exclarecidos problemas enfrendados pela educação
brasileira junto de perspectivas de autorores consagrados no assunto, durante séculos. Nesse
sentido, a trasformação do capitalismo atual em outro, mais igualitário e humano, é
acompanhado de mudanças pedagógicas internas, isto é, destacando dentro desse campo as
desigualdades existentes e as desumanizações, e fora, por meio de políticos e autoridade
competentes, que precisam ser mais crítico sobre seus papéis no Estado. No entanto, para
reversão de tal quadro é crucial a persistência no trabalho de elucidar os óbices dentro da
realidade escolar, para assim, construir discentes mais interessados em uma sociedade cidadã.

REFERÊNCIAS:

MARTINS, Marcos Francismo. Gramsci, educação e escola unitária. In: EDUC. Pesqui, São
Paulo, v. 47, pp. 1-18, 2001.

LOMBARDI, José Claudinei. Educação e Ensino em Marx e Engels. In: Germinal:


Marxismo e educação em debate, Londrina, v. 2, n.2, p. 20-42, 2010.
COMO PENSAR A DIFERENÇA E A IGUALDADE NOS ESPAÇOS
EDUCACIONAIS BRASILEIRO A PARTIR DA FILOSOFIA UBUNTU?
ENTENDEMOS QUE NOS DIAS DE HOJE A EDUCAÇÃO MAIS SEPARA DO QUE
UNE. AS SELEÇÕES PARA OS VESTIBULARES SÃO EXEMPLOS DISSO. QUAL
REFLEXÃO VOCÊ CONSTRÓI, A PARTIR DA FILOSOFIA UBUNTU, SOBRE
ESSE SISTEMA SEGREGADOR E EXCLUDENTE? COMO REPENSAR AS
ESTRUTURAS EDUCACIONAIS NO BRASIL A PARTIR DA FILOSOFIA
UBUNTU?

A partir do fim do século XX, no Brasil, foram traçados planos para tornar o ensino
público mais popular em comparação com a realidade rural e analfabeta que constituia
maioria naquela época. No entanto, sabe-se que, tais diretrizes do documento, não levava em
consideraçâo as formas de ensinar da população que no territórrio viviam, como a forma e o
conteúdo de se levar os ensinos africanos. Em muitos países desse continente, predomina a
filosofia Ubuntu que tem com principais princícios a solidariedade, a confiança, o respeito, a
generosidade, entre outros, isto é, a maioria são aversos aos pregados pelo modelo pedagógico
vigente no Brasil, isto é, essencialmente relacionado para atuar no mercado coorporativo, e
menos para ser um cidadão crítico na sociedade e no seu trabalho. Dessa forma, cabe analisar
como a filosofia africana poderia se apreendida pelo campo escolar canarinho.
Primeiramente, sabe-se que a palavra Ubuntu para o português, seria “ Eu sou, porque nós
somos ”, etimologicamente, ubu ( coisas) e -nto ( força vital). Dessa maneira, tal
conhecimento, que é aplicado em grande parte no continente africano, pertencentes aos povos
bantu, está diretamente relacionado a como o sujeito convive com o Outro, material ou
imaterial. Por exemplo, ubuntu está na relação dos africanos com a água, montanha, terra, ar e
etc. Assim, diz-se ser prática que desreita o ser humano quando alguém não sabe ou ignora
outras pessoas e a natureza, uma vez que, para tal razão, homem e meio ambiente estão no
mesmo nível.
Por outro lado, no atual contexto escolar, percebe-se que a educação como um todo, isto é,
visando ao conhecimento para vida e para o trabalho é mais comum dentro dos anos iniciais
de ensino, da pré-escola até o ensino médio menor, já que os alunos não se preocupam tanto
com vestibulares. Nota-se, no entato, uma clara distinção entre as escolas públicas e privadas,
embora ambas possuam defeitos e qualidades.
O ensino particular, em geral, é mais eficiente nos últimos anos de ensino médio em que
as escolas se preparam para que o aluno consiga uma vaga na universidade, sendo incluso,
maior conforto e semelhança entre os alunos. Nas instituições de ensino livre, percebe-se
menor empenho dos professores e padagogos neste sentido, apesar de haver exceções, sem
contar no desalinhameto do perfil de discentes.
Nesse sentido, a maior parte do tempo dos alunos nas escolas é dedicado para se comprir
metas de passar em exames, isto é, as escolas se tornaram treinadoras de alunos para o
mercado de trabalho. Com isso,os princípios como aqueles pregados pelo Ubuntu, para
construção de um ser social e uma sociedade mais hamônica, andam em sentidos opostos aos
percorridos pelos estudantes do Brasil.
Sobre o tema da prática docente, o pedagogo brasileiro, Paulo Freire( 2000) tem muito a
ensinar, segunto o educador, o professor precisa saber lidar com as dificuldades enfrentadas
pelos os alunos, principalmente, com aqueles em situação marginalizada, buscando oferecer
ao aluno formas de analisar a realidade que seja possível aprender e lhe oferecer esperanças.
Nesse contexto, é notório a importância do professor para mostrar ao aluno o papel da
educação para mudança de realidade, em um contexto em que o organização oferece pouco
aos menos favorecidos.
Nessa razão, com a educação centralizada em fundamentos profissionais, surgem
obstáculos para que o aluno amplie sua atuação para fora da escola, quer dizer, dentro da sua
vizinhança. Isso porque, o processo para obter sucesso nas provas de faculdades é o seu
próprio treinamento e de conhecimentos específicos, consequência do treinamento frenético
de suas habilidades, conhecimentos e competência. Logo, pode-se pensar em como esse
modelo de ensino aprovado pelas intituições governamentais e potencializado pelo sistema
capitalista coloca o bem da sociedade e do indivíduo à margem dos interesses monetários .
Além disso, são causadoras de maiores exclusões sociais, porque, dentre muitas, fomenta
quem tem mais capital a conseguir melhores posições no mundo corporativo.
Ademais, é possível notar a partir da análise feita por aquela filósofo africano, a ênfase
que ocorre sobre as relações interpessoais que, nas escolas, sobrevivem em meio a competição
e ao individualismo, os quais são, em grande parte, nutridos pelo próprio sistema capitalista
(VASCONCELOS, 2017). Essa relação de concorrência nas turmas, pode contribuir para uma
visão vertical, entre alunos mais dedicados e aqueles menos esforçados, também, entre
professores e alunos. Sem contar que, tal ordem, contribui para reforçar a existência do
passado cruel, em relação aos povos e culturais menos hegemônicas. Ou seja, sem uma
educação que reforça os valores mais raros da sociedade e dos Direitos Humanos, como é
aplicados pelo continente que foi berço do mundo, será inevitável a sujeição das pessoas por
todos os tipos de forças.
Pode-se dizer, também, que a apreensão da natureza no ocidente difere daquela
presente no continente africano. Para aquele, a natureza é a principal matéria-prima para as
indústrias, bens de consumo e há um sacrifício pela sua preservação, enquanto que, aos povos
bantu, o meio ambiente está diretamente ligada a sobrevivência humana. Muitos desses
conhecimentos sobre a importãncia ambiental é mantida devido a realidade marcada pelos
desastres ambientais ocorridos neste local, ao longo da história, sobretudo no século XVI e
XX. Logo, apesar de latinos e africanos estarem no mesmo grupo de continentes colonizados
pelos europeus, os afros estão sabendo lidar com a situação melhor do que no “coração da
américa latina”..
Conforme Francisco Vasconcelos, no artigo Filosofia Ubuntu, 2017, “ A racionalidade
europeia, ao contrário ( da ubuntu), é egocêntrica, optou por sobrepor o “ Eu” pelo “Nós”.
Essa escolha, ao longo da história ocidental, materializou-se na forma de dominação”. De
forma análoga, é possiível dizer que, na américa látina ainda se vive um pensamento marcado
pelo colonialismo, em que predominava o “capitalismo selvagem” e a depredação dos
pensamentos dos nativos, o que impede, em muitos casos, que as pessoas tenham um
pensamento menos eurocêntrico. Destarde, a África que foi um continente que sofreu por
séculos a dominação de países europeus pode ser um norte para o Brasil seguir, uma vez que,
igualmente, foi dominado por um país com cultura e interesses diferentes dos que lá residiam.
Portanto, ao longo do texto foi apresentado pontos referentes a realidade que podem
ser relacionados com os saberes que guardam o continente precursor da humanidade. Nessa
perspectiva, o sistema econômico capitalista e os normas públicas foram determinantes pelo
percurso que a educação ocupa nos últimos anos. Entretanto, tais raízes educacionais podem
ser enfrraquecida na prática docente, quando, por exemplo, o aluno consegue obter uma visão
holística de sua redondeza, podendo ser consequência de uma educação que problematize o
presente em que os estudantes estejam, e, ao invés de reforçar fundamentos que crie
educandos mecânicos, incentive tarefas coletivas, como, pesquisas, palestras e debates que
busquem compreender o próprio não apenas o lugar onde estão e as dinâmicas globais, mas,
também a si mesmos. Dessa forma, será possível construir uma base para uma sociedade
autônoma e que aprendam para a vida, e não apenas, para as empresas em que estão próximos.

REFERÊNCIAS:
VASCONCELOS, Francisco Antônio de. Filosofia Ubuntu. In.: LOGEION: Filosofia da
Informação. Rio de Janeiro. v. 3, n. 2, mar/ago 2017. Pp. 100-112.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 15. Ed.
São Paulo: Paz e Terra, 2000.

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