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Disciplina: Historia

Profª : Jaqueline Torres

Aula 1 – Os governos militares no Brasil


Entre 1964-85, o Brasil viveu sob uma ditadura militar. Durante o governo do presidente João Goulart, que foi
derrubado por um golpe de Estado, um tema que ganhou importância crescente foram às reformas de base. O Brasil
tinha vivido grandes transformações desde os anos 1940, de modo que, ao assumir 0 cargo, Jango encontrou muitos
problemas sociais e econômicos que precisavam ser resolvidos.

Setores da sociedade, como a classe média e a Igreja Católica, temiam o avanço do movimento comunista, em quem o
presidente buscava cada vez mais apoio. Latifundiários ficaram preocupados com a reforma agrária e a tensão que ela
poderia gerar no campo. Empresas multinacionais se sentiram prejudicadas com os limites impostos à remessa de
lucros para o exterior. Os militares também passaram a apontar o perigo que as mobilizações populares representavam
para a democracia, ao subverterem a ordem e a paz.

Nesse cenário de intensa agitação e radicalização política, o golpe contra João Goulart veio dos segmentos mais
conservadores. A intervenção dos militares contou com o apoio civil, inclusive no Congresso Nacional, que
oficializou um golpe contra um presidente constitucionalmente eleito. Muitos civis que apoiaram a intervenção
pensaram que o golpe se resumiria ao afastamento de João Goulart, ao restabelecimento da ordem e à passagem do
poder novamente aos civis, o que, no entanto, só ocorreu 21 anos depois.

Milagre econômico

Ao longo da ditadura, o Brasil foi governado por 5 generais (e, por um breve período, em 1969, também por uma
Junta Militar). Do ponto de vista econômico, o primeiro governo militar tomou uma série de medidas visando superar
a crise herdada do período anterior. Porém, elas não surtiram o efeito esperado imediatamente, o que, somado à
crescente repressão, suscitou as primeiras críticas por parte daqueles que tinham apoiado o golpe.

Entre 1968-73, o país viveu o chamado milagre econômico. As exportações triplicaram, o Produto Interno Bruto ficou
acima de dois dígitos e a inflação recuou para 20% ao ano em média. Grandes obras foram iniciadas nesse momento
(Ponte-Rio Niterói, Itaipu, Transamazônica), revelando a grandeza do Brasil e de sua economia. A conquista da Copa
de 1970 contribuiu para a propaganda oficial, que anunciava o destino do país em ser uma potência, a começar pelo
futebol.

Todos os setores da sociedade se beneficiaram do boom econômico, porém, de maneira crescentemente desigual. Com
o passar do tempo, a modernização conservadora da economia tendeu a aprofundar as desigualdades entre os mais
ricos e os mais pobres. Os efeitos sociais desse processo, como greves por melhores salários, por exemplo, só puderam
ser controlados porque o Brasil vivia sob uma ditadura.

Repressão

As primeiras medidas repressivas foram tomadas logo depois do golpe, com cassações de mandatos, suspensão de
direitos políticos, demissões de funcionários públicos e expulsão de militares das Forças Armadas. A Operação
Limpeza buscou eliminar todos os elementos identificados com o período anterior ou considerados ameaçadores para
os objetivos do novo regime. A Operação Condor, por sua vez, articulou a ditadura brasileira com outros regimes
militares da América do Sul para identificar a perseguir inimigos.

Os partidos foram dissolvidos e adotou-se o sistema bipartidário, a fim de controlar a oposição parlamentar. Ao
mesmo tempo, uma série de medidas de exceção foi aprovada com objetivo de controlar qualquer antagonismo
político. O principal deles, certamente, foi o Ato Institucional n. 5, aprovado em 1968 e considerado um verdadeiro
golpe dentro do golpe. Entre outras providências, o AI-5 eliminava o habeas corpus para crimes políticos.

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Porém, as greves dos metalúrgicos no ABC paulista, a mobilização pela anistia ampla geral e irrestrita e a campanha
pelas Diretas Já! foram alguns exemplos de que a sociedade, novamente mobilizada, estava disposta a contestar o
projeto oficial. As oposições, dentro e fora do Congresso, buscaram ampliar os limites da abertura, tomando para si a
iniciativa política em relação a temas sensíveis como as condições de vida, de trabalho, os crimes cometidos pela
repressão e os direitos de cidadania, como o direito ao voto direto.

Resumo dos governos militares

Presidente – Mandato – Fatos

 Castello Branco 1964-67 : Instituiu o bipartidarismo, com o MDB e a Arena; executou as primeiras medidas
repressivas da ditadura; aprovou a constituição de 1967.
 Médici 1969-74 — Seu governo representou os anos de chumbo — Derrotou a esquerda que pegou em armas
 Geisel 1974-79 — Lançou a proposta de abertura lenta, gradual e segura — Suspendeu a censura à imprensa e
o AI-5
 Figueiredo 1979-85 — Enfrentou uma grave crise econômica — Aprovou a eleição direta para presidente a
partir de 1988 — Foi o primeiro presidente desde 1964 a não fazer o sucessor

Do governo Geisel à Abertura

Com o fim do "milagre econômico" promovido pelos militares nos anos 70, a população passou a mostrar sinais
de descontentamento com o regime militar. Igualmente era cada vez mais difícil esconder a tortura e
desaparecimento de pessoas perseguidas pelo regime.

Uma parte dos militares percebia que seus dias estavam contados e com medo de represálias, propuseram uma
“abertura lenta, gradual e segura”. Desta forma, os direitos civis seriam devolvidos à população paulatinamente.

Assim, no governo de Ernesto Geisel (1974-1979), há tímidas mudanças no cenário político:

O AI-5 foi sendo substituído por salvaguardas constitucionais;

A morte do jornalista Vladimir Herzog por militares conseguiu driblar a censura imposta aos jornais e gerou
protestos contra o governo;

O Brasil restabeleceu relações diplomáticas com países de regime comunistas como China, Bulgária, Hungria e
Romênia.

Já no governo Figueiredo (1978-1985) novas leis que favorecem à abertura política são sancionadas:

Revogação do AI-5 em dezembro de 1978;

Promulgação da lei da Anistia em agosto de 1979 e a volta dos exilados políticos;

Maior tolerância às manifestações populares e comícios.

Igualmente, o deputado Dante de Oliveira propôs eleições diretas através de uma Emenda Constitucional. Esta
ideia encontrou apoio na população que organizou o movimento das “Diretas-Já” enchendo de manifestações as
ruas de todo o país.

Tal proposta, porém, seria derrotada e o primeiro mandatário civil, após a ditadura militar, foi escolhido de forma
indireta, no Colégio Eleitoral. Redemocratização (1985)

O presidente eleito, Tancredo Neves, adoece gravemente e seu vice, José Sarney, toma posse do cargo
interinamente.

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Após o falecimento de Tancredo, Sarney assume a presidência. O próximo passo seria fazer eleições
parlamentares para formar a Assembleia Nacional Constituinte. Esta promulgou a nova Carta Magna,
democrática, em 1988.

No entanto, Sarney conservou o Serviço Nacional de Informações e cumpriu a promessa de não processar nenhum
envolvido em torturas e desvios financeiros.

As primeiras eleições presidenciais livres e diretas no Brasil ocorreram em 1989 quando Fernando Collor de
Mello, do PRN (Partido da Reconstrução Nacional), foi eleito.

Abalado por casos de corrupção e financiamento ilegal de sua campanha eleitoral, Collor de Mello renunciou à
presidência, em 1991, para evitar o processo de impeachment.

Seguiram-se governos eleitos democraticamente de 1994 a 2016 quando a democracia brasileira sofre um novo
revés com a destituição da presidente Dilma Roussef.

Aula 3 - Crise do petróleo e suas consequências

Desde que o petróleo foi descoberto, no final do século XIX, foi consumido pela sociedade de forma abundante,
principalmente na atual sociedade industrial e de consumo.

Na década de 70 descobriu-se que o petróleo é uma fonte esgotável, tal afirmação elevou o preço do produto, em
pouco mais de sete anos o preço do barril de petróleo praticamente triplicou.

Isso provocou o aumento do valor do produto primário de países subdesenvolvidos, superando os produtos
industrializados oriundos de países desenvolvidos.

Foram vários os fatores que propiciaram a elevação do preço do petróleo, dentre eles podemos citar a criação da
OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), formada pelos principais produtores de petróleo do
mundo para unificar o preço do produto, promovendo um cartel internacional e controlando a oferta do produto no
mercado.

O petróleo também serve como instrumento político para exercer pressão sobre as grandes potências mundiais.

Estados Unidos e Europa apoiaram Israel na guerra contra os Árabes, fornecendo armamentos, tal fato irritou os
países Árabes, que utilizou o petróleo como meio de atingir as nações que apoiavam Israel, pois diminuíram a
produção e elevaram os preços.

Entre as décadas de 80 e 90 várias oscilações no valor do petróleo ocorreram.

As crises do petróleo podem ser provocadas por conflitos no Oriente Médio, que limita a produção e eleva o valor.
O nível de consumo de um importador interfere no preço, o que reforça a lei da oferta e procura.

Aula 4 – Características do Neoliberalismo

Os neoliberais (ou “novos liberais”) da virada do século XIX para o início do século XX possuíam certa
interferência de ideologias mais à esquerda e pendiam a uma posição socialmente reformista e intervencionista, o
que ia contra as bases do pensamento liberal clássico. Esses “novos liberais” ainda davam especial ênfase nas
políticas de justiça social e em práticas reformadas de controle estatal da economia, expressando, segundo José
Guilherme Merquior, um desejo de substituir a economia do laissez-faire (“deixe fazer”), isto é, da livre iniciativa.

Essas ideias neoliberais, no início do século XX, foram endossadas por intelectuais como Hans Kelsen (no campo
jurídico) e John M. Keynes (no campo da política econômica), mas duramente criticadas por outros herdeiros da
tradição liberal clássica. Entre esses últimos, o principal foi o representante da Escola Austríaca de Economia,
Ludwig Von Mises. Mises, junto a outros economistas vinculados à sua perspectiva, era radicalmente contra
qualquer tipo de intervenção do Estado no seio da liberdade do mercado e do indivíduo.
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As ideias críticas de Mises deitaram raízes sobre uma nova geração de intelectuais que despontou após a Segunda
Guerra Mundial. Em meio a essa geração estava o também austríaco Friedrich A. Hayek, cujas ideias disputaram
espaço nas décadas seguintes (e principalmente nas décadas de 1980 e 1990, em razão do colapso da União
Soviética) com as ideias de John Keynes, no campo econômico, mas também com as de outros, em campos fora
do estritamente econômico, como John Rawls, Norberto Bobbio e Robert Nozick. Esse cenário intelectual, que
teve grande impacto sobre os governos dos Estados Unidos da América e do Reino Unido nas figuras de Ronald
Reagan e Margareth Thatcher, configurou o segundo momento em que se empregou o conceito de
“neoliberalismo”.

Os governos de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, o termo neoliberal foi associado à política das
privatizações pelos críticos de posição de esquerda, que qualificavam tais medidas como “entreguismo”, ou seja, a
“entrega” das riquezas da nação a potências estrangeiras, enquanto os mais alinhados ao pensamento liberal
clássico não viam nessas medidas nada de propriamente liberal, mas apenas uma forma menos ostensiva de
controle estatal sobre a economia.

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