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br//sicite/sicite2020
RESUMO
Eduardo Cesar Amancio A bicicleta é considerado um meio de transporte ativo. Visto como uma solução para
eduardoamancio@alunos.utfpr.edu.
br problemas de mobilidade urbana para as cidades, nem sempre é providenciada
Universidade Tecnológica Federal infraestrutura adequada para seu uso. Esse trabalho teve o objetivo de avaliar a integração
do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil
da bicicleta com o transporte público coletivo urbano da cidade de Curitiba, Paraná. Para
Tatiana Maria Cecy Gadda isso, efetuou-se análises gráficas por meio do software QGIS das estruturas direcionadas
tatianagadda@utfpr.edu.br
Universidade Tecnológica Federal
para o uso da bicicleta (ciclovias, ciclofaixas, ciclorotas, paraciclos e bicicletários) com
do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil estruturas do transporte coletivo (terminais estações-tubo de BRT, estações-tubo de
ligeirinhos). Os resultados mostraram que a cidade carece de pontos de integração entre os
Marcia de Andrade Pereira
Bernardinis
diferentes modais analisados, assim como elenca iniciativas para promover tal integração,
bernardinis@ufpr.edu.br dado que apenas intervenções físicas não se mostram eficazes quando implantadas de
Universidade Federal do Paraná,
Curitiba, Paraná, Brasil maneira pontual e isolada.
PALAVRAS-CHAVE: Mobilidade urbana. Bicicleta. Transporte público. Integração modal.
ABSTRACT
The bicycle is considered an active way of transport. Seen as a solution to urban mobility
problems for cities, adequate infrastructure for their use is not always provided. This work
aimed to evaluate the integration of the bicycle with public urban public transport in the
Recebido: 04 ago. 2020. city of Curitiba, Paraná. For this purpose, graphic analyzes were carried out using the QGIS
Aprovado: software of the structures directed to the use of bicycles (bike lanes, cycle tracks,
cyclorotes, paracycles and bicycle racks) with public transport structures (BRT tube-station
Direito autoral: Este trabalho está terminals, light rail tube stations ). The results showed that the city lacks points of
licenciado sob os termos da Licença
Creative Commons-Atribuição 4.0 integration between the different modes analyzed, as well as listing initiatives to promote
Internacional. such integration, given that only physical interventions are not effective when
implemented in a punctual and isolated manner.
KEYWORDS: Urban mobility. Bicycle. Public transport. Modal integration.
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INTRODUÇÃO
INTEGRAÇÃO BICICLETA-ÔNIBUS
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instalação de bicicletários e paraciclos no entorno ou nas dependências de um
terminal, estação de BRT ou parada de ônibus, permitindo que o usuário faça a
primeira parte de seu trajeto com a bicicleta. E a segunda é a adaptação dos
veículos de modo a proporcionar o transporte da bicicleta, e assim permitir ao
usuário também concluir sua viagem ainda com esta (Silveira, 2010 e Almeida et
al., 2016).
Devido ao esforço físico desempenhado pelo usuário no deslocamento, a
bicicleta é adequada para viagens de curta distância, enquanto que sistemas como
ônibus e BRT permitem deslocamentos de média e longa distância. Essa divisão
mostra a vantagem da integração bicicleta-ônibus, uma vez que o usuário pode
utilizar diferentes sistemas para diferentes etapas de deslocamento da sua viagem
(Almeida et al., 2016).
Outra vantagem dessa integração se dá pelo fato de que a alimentação de
sistemas de BRT por veículos convencionais (ônibus alimentadores) representa um
dos maiores custos de um sistema de transporte desse tipo. Nesse sentido, a
bicicleta pode reduzir significativamente os custos de operação do sistema, se esta
tiver estrutura atraente e incentivo ao uso. Por exemplo, indivíduos consideram
um tempo de 15 minutos aceitável para chegar a uma estação de BRT, e bicicletas
são capazes de cobrir uma distância cerca de cinco vezes maior que uma
caminhada de mesma duração (Silveira, 2010 e ITDP, 2007).
Ainda sobre o acesso dos usuários ao sistema de ônibus ou BRT, o indicador
People Near Transit (PNT), desenvolvido pelo ITDP no ano de 2015, representa a
porcentagem de pessoas que reside em uma determinada região, e que têm
potencial de alimentação de um sistema de transporte de massa (Figura 1). Esse
raio considerado é de um quilômetro, quando o deslocamento para acesso a esse
sistema de transporte é realizado a pé. No caso da bicicleta, considera-se um raio
de três quilômetros para delimitar as áreas com maior potencial de alimentação
do transporte coletivo.
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custos acessíveis. Além disso, usuários casuais podem não ter interesse em
comprar uma bicicleta, mas considerariam aluguéis por curto prazo.
Essa integração da bicicleta com o sistema de ônibus gera vários benefícios
como a facilidade para se chegar ao destino e a flexibilidade de usar o ônibus em
situações adversas (condições meteorológicas, pouca iluminação, áreas íngremes
e outros obstáculos). Esta se revela também mais vantajosa do que a integração
bicicleta-trem ou bicicleta-metrô, devido a maior cobertura dos bairros por um
sistema de ônibus, e a não necessidade na maioria das vezes de transpor a bicicleta
por escadas ou elevadores, estruturas comuns em estações de trem e metrô (TRB,
2005).
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Figura 2 – Tipologia de vias exclusivas para bicicletas em Curitiba
Como pode ser observado na Tabela 02 e na Figura 2, a maior parte das vias
destinadas a circulação de bicicletas são do tipo passeio compartilhado (48,30%),
ciclovia (14,90%) e ciclofaixa sobre a calçada (12,00%). Esses três tipos de
estruturas são ilustrados na Figura 3.
Figura 3 – vias cicláveis. (A) Passeio compartilhado. (B) Ciclovia. (C) Ciclofaixa sobre
calçada
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Figura 4 – Vias cicláveis e terminais de integração urbanos
Terminal
Fazendinha
Terminal
CIC
Como pode ser visto na Figura 4, dos vinte e um (21) terminais urbanos da
cidade, oito deles não apresentam conexão direta com ciclovias ou ciclorrotas, ou
seja, 38,10%. É interessante notar também que alguns terminais possuem conexão
com algum tipo de infraestrutura cicloviária, porém esta não está ligada ao
restante da rede, como é o caso dos Terminais Fazendinha e CIC. Essa falta de
conectividade compromete a satisfação do usuário, uma vez que este deverá
utilizar vias não preferenciais para bicicletas para completar sua viagem.
Também é interessante analisar a estrutura que esses terminais possuem para
apoio ao ciclista, como por exemplo paraciclos, bicicletários e vestiários. A Tabela
3 apresenta a capacidade dos paraciclos em cada terminal.
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Como pode ser notado na Tabela 3, todos terminais possuem vagas em
paraciclos, e alguns com uma capacidade relativamente alta, como o caso do
Terminal Campina do Siqueira. Porém essas estruturas não são instaladas em local
adequado. A Figura 5 apresenta alguns desses paraciclos.
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Figura 6 – Vias cicláveis e estações-tubo dos eixos de transporte
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Figura 7 – Vias cicláveis e estações-tubo de linhas direta (ligeirinhos)
Fonte: Autoria própria (2019)
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Como mostrado na Figura 8, com exceção da região central e dos terminais de
integração, o único local onde existem paraciclos junto às estações-tubo é na
Avenida Marechal Floriano Peixoto. Vale ressaltar também que os paraciclos dessa
via e os da região central, da mesma forma como os instalados nos terminais, se
encontram em locais descobertos e desprovidos de algum tipo de segurança.
CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, L. A. P.; CARDOSO, L.; OLIVEIRA, L. K.; LOBO, C. F. L.; COSTA, B. G. S.;
SANTOS, L. M. B.; BARROS, R. M.; COELHO, F. M. A bicicleta como meio de
transporte integrada a terminais de ônibus: o caso do terminal Vilarinho (Belo
Horizonte/Minhas Gerais). 7º Congresso Luso Brasileiro para o Planejamento
Urbano, Regional, Integrado e Sustentável. 2016.
ITDP, 2007, Institute for Transportation and Development Policy, Bus Rapid
Transit – Planning Guide, New York, USA.
B
A ITDP, 2016, Institute for Transportation and Development Policy, People Near
Transit, New York, USA.
MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2007b, Plano de Mobilidade por Bicicleta nas Cidades,
Coleção Bicicleta Brasil, caderno 1, Secretaria Nacional de Transporte e da
Mobilidade Urbana, Brasília.
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