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𝑊 = 𝐹𝑡 . 𝑆 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3.1)
Sendo:
W: trabalho [N.m ou J];
Ft: força de propulsão [N];
S: distância [m].
E derivando a equação 3.1 em relação ao tempo, conseguimos definir a potência
fornecida por um motor e a relação com a velocidade:
𝑑𝑊 𝑑𝑆 𝑃
= 𝐹𝑡 → 𝑃 = 𝐹𝑡 . 𝑣 → 𝐹𝑡 = η . (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3.2)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑣
Sendo:
Ft: força de propulsão [N];
P: potência [W];
v: velocidade [m/s];
η: coeficiente de rendimento do motor, normalmente com valor igual a 0,81.
Como são adotadas diversas unidades para potência e velocidade, existem
fatores de conversão já aplicados diretamente na equação 3.2, como vemos a
seguir:
𝑃
𝐹𝑡 = η . 3600. (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3.3)
𝑣
Sendo:
Ft: força de propulsão [N];
P: potência [kW];
v: velocidade [km/h];
η: coeficiente de rendimento do motor, normalmente com valor igual a 0,81.
Para a potência em horse-power, mais utilizada, o fator de conversão é de 2685:
𝑃
𝐹𝑡 = η . 2685. (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3.4)
𝑣
Sendo:
Ft: força de propulsão [N];
P: potência [hp];
v: velocidade [km/h];
η: coeficiente de rendimento do motor, normalmente com valor igual a 0,81.
No Brasil a unidade mais utilizada para a potência é o cavalo-vapor:
𝑃
𝐹𝑡 = η . 2649. (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3.5)
𝑣
Sendo:
Ft: força de propulsão [N];
P: potência [cv];
v: velocidade [km/h];
η: coeficiente de rendimento do motor, normalmente com valor igual a 0,81.
Nos nossos estudos estaremos focados em motores
diesel-elétricos, onde a transmissão da força gerada no
motor diesel é feita por meio de um sistema elétrico,
o que explica a origem do nome diesel-elétrico.
Esse tipo de motor é vantajoso pois a transmissão elétrica permite operar o motor
a diesel em rotação constante, de tal forma que o consumo de combustível é o
menor possível. O controle da velocidade do trem é feito variando-se a voltagem e
a corrente elétrica aplicadas aos motores de tração. Nas locomotivas modernas,
isto é feito através de um sistema eletrônico, que permite operar uma fonte de
energia de potência (P) constante, qualquer que seja a velocidade da locomotiva.
Os motores de tração usados em locomotivas diesel-elétricas são projetados para
operar abaixo de uma corrente elétrica máxima e abaixo de uma voltagem máxima.
Graficamente podemos observar os efeitos destes limites na figura ao lado:
Esse limite para a corrente elétrica estabelece a menor
velocidade admissível de rotação do eixo do motor e, por
consequência, a menor velocidade que a locomotiva pode
manter sem danificar seus motores. Já o limite de voltagem
máxima determina a maior velocidade de rotação do eixo
do motor, e por conseguinte, a maior velocidade em que a
locomotiva pode ser operada.
As variáveis que surgem no movimento são mostradas na figura ao lado. Sendo
as de maior importância para nossos estudos a força tratora (Ft), força
de atrito (Fa), força normal (N), coeficiente de atrito estático ou chamado
de coeficiente de aderência (f), o peso aderente (P) e o torque (T).
Quando uma roda motriz é submetida a um torque T, existem duas
possibilidades:
• Ft > Fa → o torque é tal que a força de atrito é insuficiente e as rodas patinam;
• Ft ≤ Fa → a força de atrito é suficiente para impedir que a roda patine, e então a
locomotiva é capaz de se movimentar sendo propelida por uma força tratora Ft.
O atrito ou aderência, portanto, determina qual a maior força motriz que pode
ser utilizada para movimentar o veículo ferroviário.
O coeficiente de aderência (f) não é um valor constante, varia de acordo com as
condições da superfície do trilho (seca, molhada, limpa suja de óleo, com gelo e
outras situações mostradas na tabela ao lado:
O terceiro termo da fórmula reflete o efeito do balanço, choques e atrito nos frisos
das rodas, e varia com a velocidade do trem.
• Valor típico da constante c3 → 0,009 (vagões de passageiro e locomotivas)
→ 0,013 (vagões de carga).
A resistência aerodinâmica, também chamada de resistência do ar ou de arraste,
surge em função do deslocamento da composição na atmosfera e depende de
fatores tais como a seção transversal frontal e velocidade das locomotivas e vagões.
𝑅𝑎 = 𝑐𝑎 . 𝐴. 𝑣 2 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3.9
𝐺
𝑅𝑐 = 698. (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3.11)
𝑅
𝐺 100 . 9,806
𝑅𝑐 = 698. → 698 . → 2378 𝑁.
𝑅 250
Já que normalmente as composições são dimensionadas para explorar ao
máximo a potência das locomotivas, costuma-se projetar as ferrovias de tal forma
que a inclinação da rampa é reduzida nas curvas, de forma a compensar a
resistência adicional causada pela curva. Assim, garante-se que a soma da
resistência de curva e de rampa sejam menores ou iguais a resistência de rampa
encontrada na inclinação máxima do trecho:
2378
𝑅𝑐 = 𝑅𝑔 → 2378 = 10 . 980,6 . 𝑖 → 𝑖 = = 0,24%
9860
10. 𝐺. 𝑖𝑚á𝑥 − 𝑅𝑐
𝑅𝑔,𝑚á𝑥 = 𝑅𝑔 𝑖𝑙𝑖𝑚 + 𝑅𝑐 → 10. 𝐺. 𝑖𝑚á𝑥 = 10. 𝐺. 𝑖𝑙𝑖𝑚 + 𝑅𝑐 → 𝑖𝑙𝑖𝑚 =
10. 𝐺
69,8
∴ 𝑖𝑙𝑖𝑚 = 𝑖𝑚á𝑥 − (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3.13)
𝑅
Portanto, se a rampa i numa curva for maior que ilim, deve-se rebaixá-la para ilim.
Exemplo 3: Supondo que a rampa máxima em um trecho seja 1,2%, determine
qual a rampa limite para curvas de 250m de raio.
69,8 69,8
𝑖𝑙𝑖𝑚 = 𝑖𝑚á𝑥 − = 1,2 − = 0,92%
𝑅 250
𝐹𝑡 = 𝑅
𝑃
0,81 . 2685. = 𝑛𝐿 . 𝑅𝑟,𝐿 + 𝑛𝑉 . 𝑅𝑟,𝑉 + 𝑛𝐿 . 𝑅𝑎,𝐿 + 𝑛𝑉 . 𝑅𝑎,𝑉 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3.15)
𝑣
A equação 3.15 é um polinômio do terceiro grau que pode ser resolvido com
uma certa facilidade seja graficamente ou analiticamente.
Exemplo 4: Seja um trem que viaja num trecho reto e plano e é composto por 3
locomotivas de 3000hp, com peso de 1300kN cada, e 80 vagões de minério, com
peso de 1100kN cada. Sabe-se que a área frontal das locomotivas é de 10m2, e a dos
vagões, 8,5m2; tanto os vagões como as locomotivas têm quatro eixos, sendo que
nas locomotivas todos os eixos são eixos motrizes. A velocidade máxima das
locomotivas é 105km/h; a mínima, 15km/h; e o coeficiente de aderência, 0,2.
Determine a velocidade de equilíbrio dessa composição.
• A) Cálculo do esforço trator
B.2.2) Vagão
Exemplo 5: Suponha que o trem do exemplo 4 passe a viajar num aclive(+) de 0,65%.
Determine a nova velocidade de equilíbrio.
𝐹𝑓 = 𝑅𝑔 − 𝑅𝑡 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3.18
𝐹𝑓 < 𝐹𝑓𝑚á𝑥 < 𝐹𝑓𝑙𝑖𝑚 → Ok!! As rodas do trem não irão travar
A distância total para frenagem do trem, d pode ser calculada a partir da
desaceleração aplicada pelos freios, a, e a partir da velocidades inicial (vo) e final (v) do
trem, sendo a desaceleração de frenagem:
𝑚
𝑎 = η. 𝑔. 𝑓𝑡 = 0,3 . 9,806 , . 𝑓𝑡 = 2,943 . 𝑓𝑡 [ 2 ]
𝑠
𝑣 2 − 𝑣02 𝑣 2 − 𝑣02
𝑑= = (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3.19)
−2. 𝑎 −5,886. 𝑓𝑡
Onde:
d: distância total de frenagem [m];
v: velocidade final do trem [m/s];
vo: velocidade inicial do trem[m/s];
ft: coeficiente de atrito roda-trilho.
Assim como observado anteriormente, há equações com constantes prontas para uso
da velocidade em outras unidades. A equação desenvolvida pela :
𝑉 2 − 𝑉02 𝑉 2 − 𝑉02
𝑑= = (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3.20 → 𝐴𝐴𝑆𝐻𝑇𝑂)
−2. 𝑎. 3,62 −76,28. 𝑓𝑡
𝑉 2 − 𝑉02 0 − 802
𝑑= = = 559𝑚
−76,28. 𝑓𝑡 −76,28. 0,15
O comprimento máximo de um trem, isto é, o número máximo de vagões que podem
ser rebocados pelo conjunto de locomotivas, é determinado por uma série de fatores:
𝐹𝑡 ≤ 𝐹𝑡𝑚á𝑥 ≤ 𝑛𝐿 . 𝑓. 𝑇𝑑
Essa força motriz efetiva máxima deve ser maior que a resistência total ao
movimento, para que o trem possa retomar o movimento. A resistência total, quando o
trem volta a se mover, é a soma da resistência inerente ao movimento e da resistência
de rampa. A resistência básica, para um trem que reinicia o movimento, é pequena pois
a velocidade do trem é baixa, logo a parcela mais significativa da resistência total é a
resistência de rampa. Portando, a força motriz efetiva máxima deve ser maior que a
resistência de rampa para que o trem consiga reiniciar o movimento.
Portanto para reiniciar o movimento basta que seja respeitada a seguinte condição:
𝐹𝑡 ≥ 𝑅
Exemplo 10: Determine o mais longo trem que possa viajar em um aclive de 1%. A
locomotiva disponível é a do exemplo 4, e sua velocidade máxima é 20km/h. Os vagões
são do mesmo exemplo. Dado: f = 0,22, Fe=1200kN.
𝑃 3000
𝐹𝑡 = η. 𝑛𝐿 . 2685. = 0,81 . 1 . 2685 . = 326,23𝑘𝑁
𝑣 20
95,75
𝑛𝐿 = = 4,42 = 5 𝑙𝑜𝑐𝑜𝑚𝑜𝑡𝑖𝑣𝑎𝑠
21,64
𝑧 = 𝑊. 𝑟 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3.22)
z: combustível consumido[L];
W: trabalho total realizado [N/m];
r: coeficiente de consumo de combustível, normalmente igual a 0,11.[L.kN-1.km-1].
O esforço trator desenvolvido por um trem viajando ao longo de um trecho de via
varia conforme as características da via mudam(tais como declividade, raios de
curvatura, etc.). O trabalho total realizado numa viagem é dado por:
𝑑
𝑊= 𝐹𝑡 𝑥 𝑑𝑥 (equação 3.23)
0
𝑊= 𝐹𝑡 𝑖 × 𝑑𝑖 equação (3.24)
𝑖=1
𝑧 = 𝑟 ′ . 𝑃. 𝑡 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3.25
𝑃 3000
𝐹𝑡 = η. 𝑛𝐿 . 2685. = 0,81 . 3 . 2685 . = 782,946𝑘𝑁 𝑜𝑘‼
𝑣 25
80
𝑤= 780 𝑑𝑥 = 780.80 = 62400𝑘𝑁. 𝑘𝑚
0
𝑧 = 𝑤. 𝑟 = 62400 . 0,11 = 6864 𝑙
b) Velocidade de equilíbrio (80,2 𝐾𝑚/ℎ)
𝑃 3000
𝐹𝑡 = η. 𝑛𝐿 . 2685. = 0,81 . 3 . 2685 . = 244,06𝑘𝑁 𝑜𝑘‼
𝑣 80,2
80
𝑤= 244,06 𝑑𝑥 = 244,06 . 80 = 19525𝑘𝑁. 𝑘𝑚
0
Referências bibliográficas:
b) Qual deve ser a força de frenagem aplicada ao trem no trecho em declive de 0,5 %
para que a velocidade do trem não exceda 70 km/h?
Sugestão: Utilize um gráfico para a solução gráfica para o problema. Use uma planilha
eletrônica para elaborar o gráfico. Faça, também, pelo método analítico.
a) Quantos vagões são transportados por 1
locomotiva?
b) É possível transportar o volume previsto
com um único trem diário?
c) Quais mudanças poderiam ser feitas para
aumentar a capacidade do trem tipo no caso
de um único trem não ser capaz de
transportar a demanda diária? Justifique.
d) Qual o consumo de combustível por t.km
de carga transportada?
3.1. A) 15,213 ≈ 15 vagões.
B) 1,48 ≈ 2 locomotivas
C) 123,16 km/h
3.2. A) 46,93 ≈ 46-25 = 21 vagões poderão ser adicionados
B) 47,5 ≈ 47-25 = 22 vagões poderão ser adicionados
C) 20,42 ≈ 20-25 = -5 vagões. Logo, 5 vagões deverão ser retirados. (pela força de engate 114
vagões, porém para atender as outras condições pega-se o menor número de vagões 21)
3.3. A) 903,87 m p/ velocidade 123,16 km/h
3.4. A) 3.084,96 L - coeficiente de rendimento
B) 1.208,1068 L
3.5. A) 1774.26 hp por locomotiva
B) 286,78 kN
3.6. A) 924,21 ≈ 924-80 = 844 vagões poderão ser adicionados.
3.7. A) 9,94 ≈ 9 vagões.
B) 72,33 ≈ 72 vagões (3636t/dia), logo é menor que o volume de escoamento solicitado.
C) Diminuir a inclinação da rampa e aumentar a capacidade do engate.
D) 20,35L