Você está na página 1de 37

ABNT/CB-003

PROJETO ABNT NBR 16976


ABR 2021

Células e baterias secundárias de lítio para aplicações estacionárias —


Especificação dos requisitos de segurança e métodos de ensaio

APRESENTAÇÃO
Projeto em Consulta Nacional

1) Este Projeto foi elaborado pela Comissão de Estudos de Baterias Estacionárias


(CE-003:021.002) do Comitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-003) com número de
Texto-Base 003:021.002-023, nas reuniões de:

06.04.2018 25.10.2018 07.11.2018

14.12.2018 25.06.2019 31.07.2019

04.09.2019 08.10.2019 06.11.2019

21.07.2020 11.08.2020 01.09.2020

a) não tem valor normativo.

2) Aqueles que tiverem conhecimento de qualquer direito de patente devem apresentar esta
informação em seus comentários, com documentação comprobatória.

3) Analista ABNT – Newton Ferraz.

© ABNT 2021
Todos os direitos reservados. Salvo disposição em contrário, nenhuma parte desta publicação pode ser modificada
ou utilizada de outra forma que altere seu conteúdo. Esta publicação não é um documento normativo e tem
apenas a incumbência de permitir uma consulta prévia ao assunto tratado. Não é autorizado postar na internet
ou intranet sem prévia permissão por escrito. A permissão pode ser solicitada aos meios de comunicação da ABNT.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

Células e baterias secundárias de lítio para aplicações estacionárias —


Especificação dos requisitos de segurança e métodos de ensaio

Secondary lithium cells and batteries for stationary applications — Safety requirements
specification and test methods
Projeto em Consulta Nacional

Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas pelas partes interessadas no tema objeto
da normalização.

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da ABNT Diretiva 2.

A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT
a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).

Os Documentos Técnicos ABNT, assim como as Normas Internacionais (ISO e IEC), são voluntários
e não incluem requisitos contratuais, legais ou estatutários. Os Documentos Técnicos ABNT não
substituem Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo precedência
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.

Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar
as datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.

A ABNT NBR 16976 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-003), pela Comissão
de Estudo de Baterias Estacionárias (CE-003:021.002). O Projeto circulou em Consulta Nacional
conforme Edital nº XX, de XX.XX.XXXX a XX.XX.XXXX.

O Escopo em inglês da ABNT NBR 16976 é o seguinte:

Scope
This Standard specifies requirements and tests for the safe operation of secondary lithium cells and
batteries used in industrial applications including stationary applications.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

Células e baterias secundárias de lítio para aplicações estacionárias —


Especificação dos requisitos de segurança e métodos de ensaio

1 Escopo
Projeto em Consulta Nacional

Esta Norma especifica requisitos e ensaios para a operação segura de células e baterias secundárias
de lítio usadas em aplicações estacionárias.

2 Referências normativas
Os seguintes documentos, como um todo ou em parte, são referenciados normativamente neste
documento e são indispensáveis para sua aplicação. Para referências datadas, apenas a edição
citada se aplica. Para referências atualizadas, a última edição do documento referenciado (incluindo
emendas) se aplicam.

ABNT NBR 16975, Células e baterias secundárias de lítio para aplicações estacionárias – Especificação
elétrica e métodos de ensaio

ABNT NBR IEC 61000-4-2:2013, Compatibilidade eletromagnética (EMC) Parte 4-2: Ensaios
e técnicas de medição – Ensaio de imunidade de descarga eletrostática

ABNT NBR IEC 61000-4-4:2102, Compatibilidade eletromagnética (EMC) Parte 4-4: Ensaios e técnicas
de medição – Ensaio de imunidade a transiente elétrico rápido/salva

ABNT NBR IEC 61000-4-5, Compatibilidade eletromagnética (EMC) Parte 4-5: Ensaios e técnicas
de medição – Ensaio de imunidade a surtos

IEC 60050-482:2004, International Electrotechnical Vocabulary (IEV) – Part 482: Primary and
secondary cells and batteries

IEC 61508-1:2010,  Functional safety of electrical/electronic/programmable electronic safety-related


systems – Part 1: General requirements (see Functional Safety and IEC 61508)

IEC 62133:2017, Secondary cells and batteries containing alkaline or other non-acid electrolytes –
Safety requirements for portable sealed secondary lithium cells, and for batteries made from them, for
use in portable applications – Part 2: Lithium systems

IEC 62619:2017, Secondary cells and batteries containing alkaline or other non-acid electrolytes –
Secondary lithium cells and batteries for use in industrial applications

ISO/IEC Guide 51, Safety aspects – Guidelines for their inclusion in standards

3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os termos e definições do ISO/IEC Guide 51
e os seguintes.

3.1
alívio de pressão (venting)
liberação de pressão interna excessiva de uma célula, módulo, bateria ou sistema de bateria de forma
projetada para impedir ruptura ou explosão

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 1/35


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

3.2
avalanche térmica
aumento intensivo descontrolado da temperatura de uma célula provocado por reação exotérmica

3.3
bloco de células
Projeto em Consulta Nacional

grupo de células conectadas paralelamente com ou sem dispositivos de proteção (por exemplo,
fusível, sensor de temperatura) e circuito de monitoramento (Figura A.2)

NOTA O bloco de célula não está pronto para uso em uma aplicação, pois ainda não está acomodado
em seu empacotamento final, com terminais apropriados e dispositivo eletrônico de controle.

3.4
capacidade especificada
capacidade, definida pelo fabricante, para uma célula ou bateria à plena carga, em um determinado
regime de descarga com corrente constante, até a tensão final de descarga especificada pelo fabricante

NOTA A capacidade especificada é a quantidade de eletricidade Cn Ah (ampère-hora) declarada pelo


fabricante em que uma única célula ou a bateria pode entregar durante um período de n horas quando
recarregada, armazenada e descarregada sob condições especificadas em 6.3.1 da ABNT NBR 16975, onde
n é igual a 5 para as células ou baterias com regime de descarga tipos E, M e H e n é igual a 8, 10, 20 ou 240
para bateria com regime de descarga tipo S..

3.5
célula de lítio secundária
célula secundária na qual a energia elétrica é derivada de reações de inserção/extração de íons
de lítio ou reações de oxidação/redução de lítio entre o eletrodo negativo e eletrodo positivo.

NOTA 1 As células podem apresentar diferentes formatos, cilíndrico, prismático e pouch. A Figura A.1
apresenta a ilustração de uma célula genérica.

NOTA 2 Uma célula tipicamente possui um eletrólito que consiste de um sal de lítio e um solvente orgânico
composto na forma líquida, gel ou sólida e possui um invólucro de filme laminado ou metálico. A célula não
está pronta para uso em uma aplicação, pois ainda não está no seu empacotamento final, com terminais
apropriados e dispositivo eletrônico de controle.

3.6
corrente máxima de carga
corrente máxima de carga na região operacional da célula especificada pelo fabricante da célula

3.7
dano
lesões físicas ou prejuízo à saúde das pessoas, à propriedade ou ao ambiente

3.8
explosão
falha que ocorre quando o invólucro da célula ou bateria se abre violentamente e componentes sólidos
são expelidos forçadamente

NOTA Líquido, gás e fumaça são expelidos também.

3.9
fogo
emissão de chamas de uma célula, módulo, bateria ou sistema de bateria

2/35 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

3.10
limite inferior de tensão de descarga
menor tensão de descarga especificada pelo fabricante da célula

3.11
limite superior de tensão de carga
Projeto em Consulta Nacional

maior tensão de carga na região operacional da célula especificada pelo fabricante da célula

3.12
módulo
grupo de células conectadas em configuração série e/ou paralelo com ou sem dispositivos de proteção
(por exemplo, fusível, PTC) e circuito de monitoramento (ver Figura A.3)

3.13
pack de bateria
dispositivo de armazenamento de energia composto de uma ou mais células ou módulos eletricamente
conectados com circuito de monitoramento (Figura A.4)

NOTA O pack de bateria pode incorporar um empacotamento de proteção e ser provido com terminais
ou outros arranjos de interconexão. Ele pode também incluir dispositivos de proteção, que provejam
informações (por exemplo, tensão da célula) para um sistema de bateria. O pack de bateria sem dispositivos
de proteção (por exemplo, fusível, sensor de temperatura) e circuitos de monitoramento não está pronto para
uso em uma aplicação e pode incorporar um invólucro de proteção.

3.14
perigo
fonte potencial de dano

3.15
risco
combinação da probabilidade de ocorrência de dano com a gravidade deste dano

3.16
ruptura
falha mecânica do invólucro da célula ou bateria induzida por uma causa interna ou externa resultando
em exposição ou derramamento, mas não ejeção de materiais

3.17
segurança
ausência de risco inaceitável

3.18
sistema de bateria
bateria
bateria incorpora o sistema completo, ou seja, possui um sistema de gerenciamento (monitoramento
e controle) da bateria (BMS) e pode ser constituída por uma ou mais células, módulos ou packs
de bateria (Figura A.5)

NOTA Pode possuir unidades de aquecimento ou refrigeração.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 3/35


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

3.19
sistema de gerenciamento de bateria
BMS
sistema eletrônico associado à bateria que monitora e/ou gerencia seu estado, calcula dados
secundários, reporta esses dados e/ou controla seu ambiente provendo a segurança da bateria
e desempenho elétrico adequado ,possui funções de interrupção como: sobrecarga, sobrecorrente,
Projeto em Consulta Nacional

sobreaquecimento etc.

NOTA 1 O BMS monitora e/ou gerencia seu estado, calcula dados secundários, reporta dados e/ou controla
a influência do ambiente para a segurança, o desempenho e a vida projetada da bateria.

NOTA 2 A desconexão por sobredescarga não é obrigatória se houver um acordo entre o fabricante
ou fornecedor e o cliente.

NOTA 3 A função do BMS pode estar presente no pack de bateria ou no equipamento que usa a bateria.
(ver a Figura 5).

NOTA 4 O BMS pode ser dividido e pode ser encontrado parcialmente no pack de bateria e parcialmente
no equipamento que utiliza a bateria (ver a Figura 5).

NOTA 5 Em alguns casos, o BMS é referenciado como uma BMU (unidade de gerenciamento de bateria).

3.20
uso pretendido
uso de um produto, processo ou serviço de acordo com especificações, instruções e informações
fornecidas pelo fabricante ou fornecedor

3.21
uso inadequado previsível
uso de um produto, processo ou serviço de uma forma que não a projetada pelo fabricante
ou fornecedor, que possa resultar de um comportamento humano previsível

3.22
vazamento
fuga visível de eletrólito líquido

4 Requisitos para ensaio


4.1 Instrumentos de medição

A incerteza para as medições empregadas para avaliar os valores controlados ou medidos, em relação
ao valor especificado, deve ser inferior às seguintes especificações:

 a) ± 0,5 % para tensão;

 b) ± 1 % para corrente;

 c) ± 2 °C para temperatura;

 d) ± 0,1 % para tempo;

 e) ± 1 % para dimensões.

4/35 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

As tolerâncias supracitadas compreendem a incerteza referente à inexatidão dos instrumentos


de medição, incertezas associadas às técnicas de medição utilizadas, incertezas provenientes
da calibração, e todas as outras fontes de incerteza mensuráveis no procedimento de ensaio.
Os detalhes da instrumentação utilizada devem ser apresentados no relatório de ensaios, bem como
a incerteza de medição
Projeto em Consulta Nacional

5 Considerações gerais de segurança


5.1 Geral
A segurança das células e baterias secundárias de lítio requer a consideração de dois conjuntos
de condições aplicadas:

 a) uso pretendido;

 b) uso inadequado previsível.

As células e as baterias devem ser projetadas e construídas de forma que sejam seguras sob
condições de uso pretendido e uso inadequado previsível. Também pode ser esperado que as células
e as baterias sujeitas ao uso pretendido não sejam apenas ser seguras, mas devam continuar a ser
funcionais em todos os aspectos.

Espera-se que as células ou baterias sujeitas a uso inadequado possam deixar de funcionar.
No entanto, mesmo se tal situação ocorrer, elas não podem apresentar perigos significativos.

Os perigos potenciais abordados nesta Norma são:

— fogo;

— explosão;

— curto-circuito elétrico;

— alívio de pressão que continuamente libera gases inflamáveis;

— ruptura do invólucro de célula, módulo, bateria e sistema de bateria com exposição de componentes
internos.

A conformidade com 5.1 a 5.6 é verificada pelos ensaios definidos nas Seções 6, 7 e 8.

5.2 Isolação e cabeamento


O cabeamento e sua isolação devem ser corretamente selecionados e dimensionados para suportar
os requisitos máximos de tensão, corrente, temperatura, altitude e umidade. O projeto do cabeamento
deve ser tal que o espaçamento adequado e as distâncias de escoamento sejam mantidas entre os
condutores.

A integridade mecânica de todo o sistema de bateria (célula/módulo/BMS) e suas conexões devem


ser projetadas para suportar eventuais condições de uso indevido previsível.

5.3 Alívio de pressão (venting)


O invólucro de uma célula, módulo, bateria e sistema de bateria deve incorporar uma função de alívio
de pressão que impeça a ruptura ou a explosão. Se o encapsulamento for usado para suportar células

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 5/35


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

dentro de um gabinete, o tipo de encapsulante e o método de encapsulamento não podem causar


o superaquecimento do sistema de bateria durante o funcionamento normal nem dificultar o alívio
da pressão.

5.4 Gerenciamento de corrente, temperatura e tensão

O projeto da bateria deve ser tal que sejam evitadas condições anormais de elevação da temperatura.
Projeto em Consulta Nacional

A bateria deve ser projetada dentro dos limites de tensão, corrente e temperatura especificados pelo
fabricante da célula. A bateria deve ser fornecida aos fabricantes de equipamentos com especificações
e instruções de recarga, de modo que as fontes de alimentação em corrente contínua sejam projetadas
para manter a recarga dentro dos limites de tensão e corrente especificados.

NOTA Onde aplicáveis, recursos para limitar a corrente a níveis seguros durante a recarga e a descarga
podem ser fornecidos.

5.5 Terminais do pack de bateria e/ou bateria

Os terminais devem ter marcações legíveis de polaridade na superfície externa do pack de bateria
ou na bateria.

NOTA Os packs de baterias com conectores externos projetados para conexão a produtos finais
específicos não precisam ter marcações de polaridade se o projeto do conector externo evitar conexões
de polaridade reversa.

O tamanho e o formato dos contatos do terminal devem assegurar que eles possam conduzir
a corrente máxima projetada. As superfícies de contato do terminal externo devem ser formadas
a partir de materiais condutores com boa resistência mecânica e resistência à corrosão. Os contatos
dos terminais devem ser dispostos de modo a minimizar o risco de curtos-circuitos, por exemplo, por
ferramentas metálicas.

5.6 Montagem da bateria (células, módulos ou packs de baterias)

5.6.1 Geral

A montagem de células, módulos ou packs de baterias para constituir a bateria deve ser conforme
as seguintes regras, a fim de mitigar riscos na bateria:

 a) cada bateria deve ter métodos de controle e proteção independentes;

 b) o fabricante da célula deve fornecer as recomendações relativas à corrente, à tensão e aos
limites de temperatura para que o fabricante/projetista da bateria possa assegurar o projeto
e a montagem adequados;

 c) baterias projetadas para a descarga seletiva de uma parte das células conectadas em série devem
incorporar circuitos separados, para evitar a reversão da célula provocada por uma descarga
desbalanceada;

 d) em função da aplicação final da bateria, dispositivos de proteção devem ser incorporados.

5.6.2 Projeto da bateria

A função de controle de tensão da bateria deve assegurar que a tensão de cada célula, ou bloco
de células, não exceda o limite superior da tensão de recarga especificada pelo fabricante das
células, exceto no caso em que os dispositivos externos de recarga forneçam uma função de controle
equivalente de tensão.

6/35 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

A tensão de recarga de qualquer uma das células, ou blocos de células, não pode exceder o limite
superior de tensão de recarga especificada pelo fabricante da célula. Recomenda-se o monitoramento
da tensão de cada célula ou bloco de células.

5.7 Faixa de operação das células e bateria para uso seguro


Projeto em Consulta Nacional

O fabricante da célula deve especificar a faixa de operação da célula. O fabricante da bateria deve
projetar a bateria para atender a essa faixa de operação. A determinação da faixa de operação
da célula é explicada no Anexo B.

5.8 Plano de qualidade

O fabricante da bateria deve preparar e implementar um plano de qualidade que defina procedimentos
para fabricação, controle e inspeção de materiais, componentes, células, módulos e pack de bateria,
de modo a assegurar a segurança operacional do produto.

6 Condições para ensaio de tipo


6.1 Geral

As células ou baterias podem apresentar perigos quando o sistema é utilizado fora de sua faixa
de operação especificada. Estes riscos devem ser considerados para preparar um plano seguro
de ensaio.

Esta Norma se aplica a células e baterias. Se a bateria for composta por unidades menores, a unidade
menor pode ser ensaiada como representativa da bateria. O fabricante deve declarar claramente
a unidade a ser ensaiada. O fabricante pode adicionar funções necessárias à unidade ensaiada, que
estão presentes na bateria final.

Uma vez que esta Norma engloba baterias para diversas aplicações estacionárias, ela inclui
os requisitos que são comuns e mínimos às diversas tecnologias de baterias de lítio-íon.

O local para realização dos ensaios deve ter uma integridade estrutural suficiente e um sistema
de supressão de fogo para sustentar as condições de sobrepressão e incêndio que podem ocorrer
como resultado do ensaio. O local de ensaio deve ter um sistema de ventilação para capturar
e remover o gás que pode ser produzido durante os ensaios. Os perigos de alta-tensão devem ser
considerados, quando aplicável.

Aviso: ESTES PROCEDIMENTOS DE ENSAIO PODEM CAUSAR DANOS SE AS PRECAUÇÕES


ADEQUADAS NÃO FOREM TOMADAS. OS ENSAIOS DEVEM SER REALIZADOS APENAS POR
TÉCNICOS QUALIFICADOS E EXPERIENTES UTILIZANDO A PROTEÇÃO ADEQUADA. PARA PREVENIR
QUEIMADURAS, PRECAUÇÕES DEVEM SER TOMADAS PARA AS CÉLULAS OU BATERIAS CUJOS
INVÓLUCROS POSSAM EXCEDER 75 °C COMO RESULTADO DO ENSAIO.

6.2 Itens de ensaio

Os ensaios devem ser realizados com o número de células ou baterias especificadas na Tabela 1
e iniciados com menos de seis meses de fabricação.

As células ou baterias devem ser preparadas pelo método especificado em 7.1 e devem apresentar
capacidade igual ou superior à nominal. A menos que especificado de outra maneira, os ensaios são
realizados a uma temperatura ambiente de (25 ± 3) °C.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 7/35


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

O fabricante ou fornecedor deve declarar claramente a quantidade de amostra de ensaio para cada
ensaio.

NOTA As condições de ensaio são apenas para ensaios de tipo e não implicam que o uso pretendido
inclua a operação nessas condições. Da mesma forma, o limite de seis meses de fabricação é introduzido
para padronização e não implica que a segurança do sistema de célula ou bateria seja reduzida após seis
meses.
Projeto em Consulta Nacional

Tabela 1 – Sequência de ensaios


Itens de ensaio Amostra de ensaio
Célula Bateria
Categoria Ensaios
(Ver Nota 1) (Ver Nota 2)
7.2.1 Curto-circuito externo R -
7.2.2 Impacto R (Ver nota 3) -
7.2.3 Queda R R
Ensaio de
segurança do 7.2.4 Abuso térmico R -
produto 7.2.5 Sobrecarga R (Ver nota 4) -
(Segurança da
célula e sistema 7.2.6 Descarga forçada R -
de bateria) 7.3 Consideração 7.3.2 Curto-circuito
R* -
de curto-circuito interno
interno (selecionar
uma das duas 7.3.3 Propagação de
- R
opções) avalanche térmica

8.2.2 Controle de tensão em sobrecarga - R


8.2.3 Controle de corrente em sobrecarga - R

Ensaio de
segurança 8.2.4 Controle de sobreaquecimento - R
funcional
(segurança 8.2.5 Imunidade do sistema de bateria a
do sistema de - R
descargas eletrostáticas na carcaça (ESD)
bateria)
8.2.6 Imunidade do sistema de bateria
a surtos de tensão nas portas de sinal e - R
controle
“R” = Requerido, mínimo 01 amostra.
“R*” = Requerido. Para realização do ensaio são necessárias 5 amostras por temperatura.
“-“ = Não necessário ou não aplicável.

NOTA 1 O fabricante pode usar “bloco(s) de célula” em vez de “célula(s)” em qualquer ensaio que especifique “célula(s)”
como a amostra de ensaio nesta Norma.
NOTA 2 Se o sistema de bateria for dividido em unidades menores, a unidade menor pode ser ensaiada como
representativa da bateria. O fabricante pode adicionar funções necessárias à unidade ensaiada, que estão presentes na
bateria final. O fabricante deve declarar claramente a unidade ensaiada.
NOTA 3 Para o ensaio de impacto no caso de célula cilíndrica ou bloco de células: 1 direção, célula prismática ou bloco
de células: 2 direções.
NOTA 4 O ensaio é realizado com a bateria fornecida com apenas um único controle ou proteção para tensão de
recarga.

8/35 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

7 Requisitos e métodos de ensaio


7.1 Preparação das amostras

Inicialmente, a bateria deve ser descarregada a uma temperatura ambiente de (25 ± 3) °C, a uma
corrente constante de 0,2 It A, até a tensão final especificada pelo fabricante.
Projeto em Consulta Nacional

Após a descarga, as células ou baterias devem ser recarregadas em uma temperatura ambiente
de (25 ± 3) °C, usando o método especificado pelo fabricante, salvo especificação contrária nesta
Norma.

Em seguida a célula ou bateria deve ser mantida em repouso em circuito aberto na temperatura
ambiente de (25 ± 3) °C, por um período entre 1 h e 4 h e descarregada com uma corrente constante
de 0,2 It A, até a tensão final especificada.

A célula ou bateria deve apresentar capacidade igual ou superior à nominal.

NOTA 1 As correntes de recarga e descarga para os ensaios são baseadas no valor da capacidade nominal
(Cn Ah). Essas correntes são expressas como um múltiplo de It A, onde: It A = Cn Ah/1 h.

NOTA 2 A bateria que não puder ser descarregada a uma corrente constante de 0,2 It A pode ser
descarregada na corrente especificada pelo fabricante.

7.2 Uso indevido previsível

7.2.1 Ensaio de curto-circuito externo (célula ou bloco de células)

 a) Requisitos

Um curto-circuito entre os terminais positivo e negativo não pode causar fogo ou explosão.

 b) Ensaio

As células ou blocos de células totalmente recarregadas são armazenadas a uma temperatura


ambiente de (25 ± 3) °C. Cada célula ou bloco de células deve ser curto-circuitada conectando os
terminais positivo e negativo com uma resistência externa total de (30 ± 10) mΩ. As células ou blocos
de células devem permanecer sob ensaio por 6 h ou até que a temperatura do invólucro diminua em
80 % da temperatura máxima atingida no ensaio, o que ocorrer primeiro.

 c) Critérios de aceitação

Sem fogo, sem explosão

7.2.2 Ensaio de impacto (célula ou bloco de células)

 a) Requisitos

Um impacto na célula ou bloco de células não pode causar fogo ou explosão.

 b) Ensaio

A célula, ou bloco de células, deve ser descarregada a uma corrente constante de 0,2 It A até 50 % SoC.

A célula, ou bloco de células, é colocada em um piso plano de concreto ou metal. Uma barra de aço
inoxidável 316 com um diâmetro de (15,8 ± 0,1) mm e pelo menos 60 mm de comprimento ou a maior

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 9/35


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

dimensão da célula, o que for maior, é colocada ao longo do centro da célula ou do bloco de células.
Uma massa rígida de 9,1 kg é então liberada de uma altura de (610 ± 25) mm na barra colocada
sobre a amostra.

Uma célula cilíndrica ou prismática deve ser impactada com seu eixo longitudinal paralelo ao piso
plano de concreto ou metal e perpendicular ao eixo longitudinal da superfície curva de (15,8 ± 0,1) mm
Projeto em Consulta Nacional

de diâmetro, situada no centro da amostra de ensaio. Uma célula prismática também deve ser girada
90° em torno de seu eixo longitudinal, de modo que ambos os lados, amplo e estreito, sejam submetidos
ao impacto. Cada amostra deve ser submetida a um único impacto com amostras diferentes a serem
usadas para cada impacto (ver Figura 1).

No caso de piso de metal, o curto-circuito externo da célula ou da bateria com o piso deve ser evitado
por meio de medidas adequadas.

Células do tipo pouch devem ser ensaiadas como células do tipo prismática

 c) Critérios de aceitação

Sem fogo, sem explosão.

Figura 1 – Configurações para o ensaio de impacto

10/35 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

7.2.3 Ensaio de queda (célula ou bloco de células e bateria)

7.2.3.1 Geral

O ensaio de queda é realizado em uma célula ou bloco de células e bateria. O método de ensaio
e a altura da queda são determinados pelo peso da amostra de ensaio, conforme apresentado
Projeto em Consulta Nacional

na Tabela 2.

Tabela 2 –
Massa da amostra de ensaio Método de ensaio Altura da queda
Menos de 7 kg Completo 100,0 cm
7 kg ou mais – menos que 20 kg Completo 10,0 cm
20 kg ou mais – menos que 50 kg Aresta e vértice 10,0 cm
50 kg ou mais – menos que 100 kg Aresta e vértice 5,0 cm
100 kg ou mais Aresta e vértice 2,5 cm
NOTA Se a bateria for dividida em unidades menores, a unidade menor pode ser
ensaiada como amostra representativa da bateria. O fabricante pode adicionar funções
necessárias à unidade ensaiada, que estão presentes na bateria final.

O fabricante deve declarar claramente a unidade ensaiada.

7.2.3.2 Ensaio de queda completa (célula ou bloco de células e bateria)

Este ensaio é aplicado quando a massa da amostra de ensaio for inferior a 20 kg.

 a) Requisitos

A queda da amostra de ensaio não pode causar fogo ou explosão.

 b) Ensaio

Cada amostra de ensaio totalmente carregada é liberada ou solta três vezes de uma altura conforme
apresentado na Tabela 2, em um piso plano de concreto ou metal. Caso a massa da amostra seja
inferior a 7 kg, esta deve ser liberada ou solta para obter impactos em orientações aleatórias. Caso
a massa da amostra seja igual ou superior a 7 kg e inferior a 20 kg o ensaio deve ser realizado com
a amostra sendo liberada ou solta com a base para baixo. A base da amostra é especificada pelo
fabricante.

No caso de piso de metal, o curto-circuito externo da célula, bloco de células ou bateria com o piso
deve ser evitado pelas medidas adequadas.

Após o ensaio, as amostras devem ser mantidas em repouso por no mínimo 1 h, e então uma inspeção
visual deve ser realizada.

 c) Critérios de aceitação

Sem fogo, sem explosão.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 11/35


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

7.2.3.3 Ensaio de queda de aresta e vértice (célula ou bloco de células e baterias)

Este ensaio é aplicado quando a massa da amostra for igual ou superior a 20 kg.

 a) Requisitos

A queda da amostra não pode causar fogo ou explosão.


Projeto em Consulta Nacional

 b) Ensaio

Cada amostra totalmente carregada deve ser liberada ou solta duas vezes de uma altura apresentada
na Tabela 2, em um piso plano de concreto ou metal, de forma tal que a menor aresta da base seja
impactada. A direção do impacto deve seguir a linha reta traçada através do vértice/aresta a ser
atingido e o centro geométrico da amostra. Esta linha reta deve ser aproximadamente perpendicular
à superfície de impacto. No caso de piso de metal, o curto-circuito externo da célula ou bateria com
o piso deve ser evitado pelas medidas adequadas.

Ver Figura 2, 3 e 4.

 c) Critérios de aceitação

Sem fogo, sem explosão.

Figura 2 – Localização do impacto

Figura 3 – Configuração para o ensaio de queda de aresta

12/35 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021
Projeto em Consulta Nacional

Figura 4 – Configuração para o ensaio de queda de vértice

Unidades menores podem ser liberadas ou soltas manualmente. Se um dispositivo de liberação for
usado, ele não pode transmitir forças rotativas ou laterais para a amostra.

7.2.4 Ensaio de abuso térmico (célula ou bloco de células)

 a) Requisitos

A exposição à temperatura elevada não pode causar fogo ou explosão.

 b) Ensaio

Cada célula, ou bloco de células, totalmente carregada, condicionada em uma temperatura ambiente
de (25 ± 3) °C, deve ser colocada em uma estufa de convecção de ar por gravidade ou circulação.
A temperatura da estufa deve ser elevada a uma taxa de (5 ± 2) °C/min até uma temperatura
de (85 ± 3) °C.

A célula ou bloco de célula deve permanecer nessa temperatura por 3 h antes do ensaio ser finalizado.

Aviso: CUIDADOS DEVEM SER ADOTADOS PARA A RETIRADA DA AMOSTRA DA ESTUFA APÓS
A FINALIZAÇÃO DO ENSAIO PARA PREVENIR RISCOS DE FOGO OU EXPLOSÃO DEVIDO AO CHOQUE
TÉRMICO.

 c) Critérios de aceitação

Sem fogo, sem explosão.

7.2.5 Ensaio de sobrecarga (célula ou bloco de células)

Este ensaio deve ser realizado na bateria fornecida com apenas um controle ou proteção da tensão
de recarga. Para as baterias fornecidas com duas ou mais proteções independentes ou controle(s)
da tensão de recarga, este ensaio pode ser dispensado.

NOTA Exemplo das duas ou mais proteções ou controles independentes:

— Um dispositivo de medição para monitorar a tensão de cada célula da bateria com função
de controle da corrente de recarga para evitar que a maior tensão da célula exceda o limite
superior da tensão de recarga.

— Um sistema de monitoramento de diagnóstico que detecta a falha do dispositivo de monitoramento


de tensão da célula e interrompe a recarga. Por exemplo: um sistema de monitoramento

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 13/35


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

de diagnóstico pode ser realizado comparando a tensão total da bateria medida diretamente
e a tensão calculada pela soma de tensão de cada célula.

 a) Requisitos

A recarga por períodos mais longos do que o especificado pelo fabricante não pode causar fogo
Projeto em Consulta Nacional

ou explosão.

 b) Ensaio

O ensaio deve ser realizado a uma temperatura ambiente de (25 ± 3) °C. Cada célula deve ser
descarregada a uma corrente constante de 0,2 It A até a tensão final especificada pelo fabricante.

As amostras são recarregadas com uma corrente constante igual à máxima corrente de recarga
especificada pelo fabricante, até que a tensão atinja o valor máximo onde o controle de recarga
original atuaria. A tensão máxima deve ser mantida até que a temperatura da superfície da célula
estabilize (menos de 10 °C de variação em um período de 30 min) ou retorne à temperatura ambiente.
A tensão e a temperatura devem ser monitoradas durante o ensaio.

 c) Critérios de aceitação

Sem fogo, sem explosão.

7.2.6 Ensaio de descarga forçada (célula ou bloco de células)

 a) Requisitos

Uma célula em uma aplicação multicélulas deve suportar uma descarga forçada (inversão
de polaridade) sem causar fogo ou explosão.

 b) Ensaio

Descarregar uma célula até a tensão final de descarga especificada pelo fabricante.

A célula descarregada deve ser submetida a uma descarga forçada com uma corrente constante
de 1,0 It A por um período de ensaio de 90 min. No final do período de ensaio, uma inspeção visual
deve ser realizada.

Se a tensão na descarga atingir a tensão alvo, dentro do período de ensaio, a tensão deve ser mantida
na tensão alvo reduzindo a corrente pelo período de ensaio restante. A tensão alvo é determinada
da seguinte forma:

— Se a bateria for fornecida com duas ou mais proteções independentes para o controle de tensão
de descarga ou a bateria tiver apenas uma única célula ou bloco de célula:

Tensão-alvo = - (limite superior da tensão de recarga da célula)

— Se a bateria é fornecida com apenas uma ou nenhuma proteção para o controle de tensão
de descarga,

Tensão-alvo = - [limite superior tensão de recarga da célula × (n-1)], onde n é o número de células
conectadas em série na bateria.

14/35 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

Se a corrente de descarga máxima da célula for inferior a 1,0 It A, o tempo de descarga deve ser
calculado conforme a equação a seguir:
1I
t = t × 90
Im

onde
Projeto em Consulta Nacional

t é a duração do ensaio, expressa em minutos (min);

Im é a corrente máxima de descarga da célula, expressa em ampères (A).

NOTA Um exemplo das duas ou mais proteções ou controles independentes é apresentado a seguir:

— Um dispositivo de medição para monitorar a tensão de cada célula na bateria com função para
encerrar o processo de descarga quando pelo menos uma das tensões da célula atinge a tensão
de corte ou o limite inferior da tensão de descarga.

— Um sistema de monitoramento que detecta a falha do dispositivo de monitoramento de tensão


da célula e funciona para abrir o circuito de descarga. Por exemplo: um sistema de monitoramento
pode ser implementado comparando a tensão total da bateria medida diretamente e a tensão
calculada pela soma da tensão de cada célula.

NOTA Exemplo das duas ou mais proteções ou controles independentes:

Um sistema de monitoramento de diagnóstico que detecta a falha do dispositivo de monitoramento


de tensão da célula e interrompe a recarga. Por exemplo, um sistema de monitoramento de diagnóstico pode
ser realizado comparando a tensão total da bateria medida diretamente e a tensão calculada pela soma
de tensão de cada célula.

 c) Critérios de aceitação

Sem fogo, sem explosão.

7.3 Considerações para o curto-circuito interno – Avaliação do projeto


7.3.1 Geral

A finalidade do ensaio é determinar se um curto-circuito interno em uma célula não resulta em fogo no
sistema de bateria ou propagação de chama para fora do sistema de bateria. Isto deve ser demonstrado
ao nível da célula, de acordo com 7.3.2 ou ao nível do sistema de bateria, de acordo com 7.3.3.

7.3.2 Ensaio de curto-circuito interno (célula)

 a) Requisitos

No ensaio de curto-circuito interno forçado, as células não podem pegar fogo. O fabricante da célula
deve realizar uma nova avaliação do projeto após a realização dos ensaios por ele mesmo ou pelo
laboratório de terceira parte. Os fabricantes de células devem manter o histórico de registros do
atendimento aos requisitos deste ensaio.

 b) Ensaio

Seguir o método de ensaio descrito na IEC 62133:2017, em 7.3.9 -b) para o método de ensaio,
exceto para a temperatura de ensaio. Todos os ensaios devem ser realizados a uma temperatura

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 15/35


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

ambiente de (25 ± 3) °C. O procedimento de preparação da amostra pode ser alterado em relação
ao procedimento descrito na IEC 62133 antes de executar o processo de prensagem final com
a recarga correspondente de acordo com a IEC 62133:2017, 7.3.9. Por exemplo:

— a partícula de níquel pode ser inserida em um elemento de eletrodo descarregado e então


recarregada, ou
Projeto em Consulta Nacional

— a partícula de níquel pode ser inserida no elemento do eletrodo antes do preenchimento


do eletrólito e então pode ser montada, preenchida com eletrólito e recarregada. Nesta montagem,
pode ser utilizado um saco de polietileno e/ou um saco laminado de alumínio em vez do verdadeiro
invólucro de metal da célula.

No caso de uma célula prismática com os eletrodos empilhados ou dobrados, a partícula de níquel
deve ser inserida no centro do par final de eletrodo positivo e negativo, e a pressão máxima
de prensagem é de 400 N.

Se a queda de tensão for superior ou igual a 50 mV é considerado que ocorreu o curto-circuito interno
na célula. Se a queda de tensão for menor que 50 mV, deve ser utilizado um medidor de tensão de alta
precisão para detectar a queda de tensão e a confirmação do curto-circuito tem que ser comprovada
por meio da inspeção interna na amostra após o ensaio.

A pressão aplicada e o comportamento da tensão devem ser registrados, bem como a imagem por
fotografia ou outros meios que identifiquem o curto-circuito.

 c) Critérios de aceitação

Sem fogo, sem explosão.

7.3.3 Ensaio de propagação de avalanche térmica (bateria)

 a) Requisitos

Esse ensaio avalia a capacidade de a bateria suportar um evento de avalanche térmica de uma única
célula, de forma que o evento de avalanche térmica não resulte no incêndio da bateria.

 b) Ensaio

A bateria deve ser recarregada até o estado de plena carga, e depois mantida em repouso em circuito
aberto até as células estabilizarem a uma temperatura ambiente de (25 ± 3) °C. Uma célula da bateria
deve ser aquecida até entrar em avalanche térmica, por exemplo, usando aquecimento resistivo
ou por meio de transferência de calor usando uma fonte de calor externa. O método usado para criar
avalanche térmica em uma célula deve ser descrito e documentado no relatório de ensaio. O executor
do ensaio deve entrar em contato com o fabricante da célula ou bateria para obter um procedimento
detalhado para a avalanche térmica da célula.

Depois que a avalanche térmica na célula é iniciada, o aquecedor é desligado e o sistema de bateria
é observado por 1 h. Outros métodos além dos exemplos indicados anteriormente para iniciar
a avalanche térmica em uma célula são permitidos. Ver o Anexo C.

 c) Critérios de aceitação

Nenhum fogo externo do sistema de bateria ou nenhuma ruptura no invólucro da bateria.

16/35 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

Se o sistema de bateria não tiver cobertura externa, o fabricante deve especificar a área de proteção
contra incêndio.

NOTA Fogo causado pela primeira célula é aceitável porque a primeira avalanche térmica é feita
intencionalmente para o propósito do ensaio como iniciador.
Projeto em Consulta Nacional

8 Segurança da bateria (considerando a segurança funcional)


8.1 Requisitos gerais

A confiabilidade de controles elétricos, eletrônicos e de software e sistemas para segurança crítica


deve ser submetida à análise para segurança funcional.

A IEC 61508, a IEC 60730-1:2013, o Anexo H ou outro especificação de segurança funcional adequado
para a aplicação podem ser usados como referências.

O perigo do processo, a avaliação e a mitigação do risco da bateria devem ser feitos pelo fabricante
da bateria (por exemplo, FTA, FMEA).

NOTA Orientações sobre métodos de análise de segurança, como FMEA e FTA, podem ser encontradas
em documentos como IEC 60812, IEC 61025 etc.

O procedimento é descrito a seguir:

 a) análise de perigos;

 b) avaliação de risco;

 c) categoria do nível de integridade da segurança (SIL).

Exemplos de perigos ou riscos são os seguintes: compatibilidade eletromagnética, choque elétrico,


imersão em água, curto-circuito externo, curto-circuito interno, sobrecarga, superaquecimento, queda,
esmagamento, sobredescarga, descarga com sobrecorrente, recarga após uma sobredescarga,
vazamento de eletrólito, ignição de gases emitidos, fogo, abalos sísmicos etc.

8.2 Sistema de gerenciamento de bateria ou unidade de gerenciamento de bateria (BMS)

8.2.1 Requisitos para o BMS

O BMS avalia a condição das células e baterias e as mantém dentro das faixas operacionais
especificadas. O BMS deve ser projetado de acordo com o nível de integridade da segurança (SIL)
definido em 8.1-c). As principais características da faixa operacional da célula são tensão, temperatura
e corrente. Ver Figura B.1.

Para avaliar o controle de recarga que afeta a segurança, os fabricantes da bateria devem realizar
os ensaios mencionados em 8.2.2 a 8.2.4. Para esses ensaios, a bateria deve sempre incluir o BMS.

NOTA 1 A função do BMS pode ser atribuída à bateria ou ao equipamento que utiliza a bateria. Ver a Figura 5.

NOTA 2 O BMS pode ser dividido e pode ser encontrado parcialmente na bateria e parcialmente
no equipamento que utiliza a bateria. Ver a Figura 5.

NOTA 3 Em alguns casos, o BMS é referenciado como uma BMU (unidade de gerenciamento de bateria).

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 17/35


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021
Projeto em Consulta Nacional

Figura 5 – Exemplos de localização do BMS e configuração do sistema de bateria

8.2.2 Controle de tensão de sobrecarga (bateria)

 a) Requisitos

O BMS deve controlar a tensão de recarga para que o limite superior de tensão das células não seja
excedido.

 b) Ensaio

O ensaio deve ser realizado a uma temperatura ambiente de (25 ± 3) °C e, em condições normais
de operação. A bateria deve ser descarregada a uma corrente constante de 0,2 It A, até uma tensão
final especificada pelo fabricante. A bateria deve ser recarregada com a corrente máxima limitada

18/35 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

especificada pelo fabricante, com a tensão do carregador excedendo em 10 % a tensão de carga


máxima especificada pelo fabricante.

A tensão excedente pode ser aplicada por um carregador externo, no caso de dificuldade em realizar
o ensaio com o recarregador original. Caso haja limitação dos equipamentos disponíveis
para realização do ensaio, a sobretensão pode ser aplicada em apenas uma parte da bateria.
Projeto em Consulta Nacional

Ver a Figura 6.

O ensaio deve ser realizado até que o BMS interrompa a recarga, o que deve ocorrer antes de atingir
110 % da tensão limite superior de recarga definida pelo fabricante. A aquisição/monitoramento
de dados deve continuar por 1 h após a recarga ser interrompida. Todas as funções da bateria devem
estar totalmente operacionais conforme projetado.

 c) Critérios de aceitação

Sem fogo, sem explosão.

O BMS deve interromper a corrente de sobrecarga por meio de uma desconexão automática das
chaves principais, a fim de proteger a bateria contra outros efeitos graves relacionados.

Figura 6 – Exemplo de configuração de circuito para o ensaio de controle de tensão de sobrecarga

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 19/35


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

8.2.3 Controle de sobrecarga de corrente (bateria)

 a) Requisitos

Caso a corrente fornecida para as células e bateria exceda a corrente máxima de recarga definida
pelo fabricante, o BMS deve controlar ou interromper a recarga para proteger o sistema de bateria dos
Projeto em Consulta Nacional

perigos relacionados à sobrecarga.

 b) Ensaio

O ensaio deve ser realizado a uma temperatura ambiente de (25 ± 3) °C e em condições normais
de operação (bateria energizada e controlada pelo BMS). Cada bateria deve ser descarregada
a uma corrente constante de 0,2 It A, até uma tensão final especificada pelo fabricante. As amostras
de bateria devem ser recarregadas com uma corrente que exceda a corrente máxima de recarga
especificada pelo fabricante em 20 %. A aquisição/monitoramento de dados deve continuar por 1 h
após a recarga ser interrompida. Todas as funções da bateria devem estar totalmente operacionais
conforme projetadas.

 c) Critérios de aceitação

O BMS deve detectar a corrente de sobrecarga e deve controlar a corrente de recarga abaixo do seu
valor máximo ou desconectar a bateria, a fim de protegê-la contra outros efeitos graves relacionados.

Sem fogo, sem explosão.

8.2.4 Controle de sobreaquecimento (bateria)

 a) Requisitos

O BMS deve encerrar a recarga quando a temperatura das células e/ou bateria exceder o limite
superior especificado pelo fabricante da célula.

 b) Ensaio

O ensaio deve ser realizado a uma temperatura ambiente de (25 ± 3) °C e em condições normais
de operação (bateria energizada e controlada pelo BMS), com a exceção do sistema de refrigeração,
o qual se fornecido, deve ser desconectado. Cada bateria deve ser descarregada a uma corrente
constante de 0,2 It A, até a tensão final especificada pelo fabricante. As amostras de bateria devem
ser recarregadas com a corrente recomendada pelo fabricante até atingir o estado de carga de 50 %.
A temperatura da bateria, medida em ponto informado pelo fabricante, deve ser aumentada em 5 °C
acima da temperatura máxima de operação. A recarga deve continuar na temperatura elevada até que
o BMS interrompa a recarga. A aquisição/monitoramento dos dados deve continuar durante 1 h após
a recarga ter sido interrompida (por exemplo, o BMS interrompe a recarga).

 c) Critérios de aceitação

O BMS deve detectar a temperatura de sobreaquecimento e interromper a recarga para proteger


a bateria contra outros efeitos graves relacionados. Todas as funções da bateria devem estar totalmente
operacionais como projetado durante o ensaio.

Sem fogo, sem explosão.

20/35 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

8.2.5 Imunidade do sistema de bateria a descargas eletrostáticas na carcaça (ESD)

 a) Requisitos

O BMS deve ser imune a descargas eletrostáticas (ESD) externas, de acordo com os requistos
especificados na Tabela 3.
Projeto em Consulta Nacional

Tabela 3 – Níveis de ensaios de ESD


Tipo de ensaio Nível de ensaio Norma de referência
Descarga por contato ± 4 kV ABNT NBR IEC 61000-4-2
Descarga pelo ar ± 8 kV IEC 61000-4-2

 b) Ensaio

O ensaio deve ser realizado a uma temperatura ambiente inicial de (25 ± 5) °C e em condições
normais de funcionamento. Cada sistema de bateria deve ser carregado a uma corrente constante
de 0,2 It A, até a tensão final especificada pelo fabricante. A temperatura do sistema de bateria, medida
em ponto informado pelo fabricante, deve ser aumentada para 5 °C acima da temperatura máxima
de operação. A recarga deve continuar na temperatura elevada até que o BMS interrompa a recarga.
O BMS deve ser desconectado da fonte de alimentação. A seguir, descargas eletrostáticas de contato
e posteriomente ar, empregando os métodos e equipamentos descritos na ABNT NBR IEC 61000-4-2,
devem ser realizadas

 c) Critérios de aceitação

Após o ensaio, todas as funções do sistema de bateria devem estar totalmente operacionais como
projetado durante o ensaio.

Sem fogo, sem explosão.

8.2.6 Imunidade do sistema de bateria a surtos de tensão nas portas de sinal e controle

 a) Requisitos

O BMS deve ser imune a surtos de tensão externa nas portas de sinal/controle conectadas por cabos
(caso existam), de acordo com os requistos especificados na Tabela 4.

Tabela 4 – Níveis de ensaios de imunidade a surtos de tensão nas portas de sinal e controle
Nível de
Tipo de ensaio Norma de referência
ensaio
± 0,5 kV
Transientes elétricos rápidos (burst) b 5 kHz ou 100 kHz ABNT NBR IEC 61000-4-4
(repetição) a
a O ensaio pode ser realizado em uma ou em ambas as frequências de repetição. O uso da frequência
de repetição de 5 kHz é tradicional; no entanto, 100 kHz está mais próximo da realidade.
b Aplicável apenas a portas ou interfaces com cabos cujo comprimento total pode exceder 3 m, de acordo
com a especificação funcional do fabricante.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 21/35


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

 b) Ensaio

O ensaio deve ser realizado a uma temperatura ambiente inicial de (25 ± 5) °C e em condições
normais de funcionamento Cada sistema de bateria deve ser carregado a uma corrente constante
de 0,2 It A, até a tensão final especificada pelo fabricante. A temperatura do sistema de bateria, medida
em ponto informado pelo fabricante, deve ser aumentada para 5 °C acima da temperatura máxima
Projeto em Consulta Nacional

de operação. A recarga deve continuar na temperatura elevada até que o BMS interrompa a recarga.
O BMS deve ser desconectado da fonte de alimentação. A seguir, transientes rápidos e surtos
de tensão junto às portas de sinal/controle, empregando os métodos e equipamentos descritos pelas
ABNT NBR IEC 61000-4-4 e ABNT NBR IEC 61000-4-5, respectivamente, devem ser realizados.

 c) Critérios de aceitação

Após o ensaio, todas as funções do sistema de bateria devem estar totalmente operacionais como
projetado durante o ensaio.

Sem fogo, sem explosão.

8.2.7 Imunidade do sistema de bateria a surtos de tensão nas portas de potência

 a) Requisitos

O BMS deve ser imune a surtos de tensão externa nas portas de potência de acordo com os requistos
especificados na Tabela 5.

Tabela 5 – Níveis de ensaios de imunidade a surtos de tensão nas portas de potência


Tipo de ensaio Nível de ensaio Norma de referência

± 0,5 kV
Transientes elétricos rápidos (burst) b 5 kHz ou 100 kHz ABNT NBR IEC 61000-4-4
(repetição) a

± 0,5 kV (entre
polos)
Surtos c ± 1 kV (entre ABNT NBR IEC 61000-4-5
polo e carcaça/
aterramento)
a O ensaio pode ser realizado em uma ou em ambas as frequências de repetição. O uso da frequência de repetição
de 5 kHz é tradicional; no entanto, 100 kHz está mais próximo da realidade.
b Aplicável apenas a portas ou interfaces com cabos cujo comprimento total pode exceder 3 m de acordo com
a especificação funcional do fabricante.
c Aplicável apenas para portas com cabos cujo comprimento total de acordo com a especificação funcional do fabricante
pode exceder 30 m. No caso de cabo blindado, é aplicado um acoplamento direto à blindagem. Este requisito
de imunidade não se aplica a outras interfaces de sinal do barramento de campo onde o uso de dispositivos
de proteção contra surtos não é prático por razões técnicas.

 b) Ensaio

O ensaio deve ser realizado a uma temperatura ambiente inicial de (25 ± 5) °C e, em condições
normais de funcionamento, cada sistema de bateria deve ser carregado a uma corrente constante
de 0,2 It A, até a tensão final especificada pelo fabricante. A temperatura do sistema de bateria, medida
em ponto informado pelo fabricante, deve ser aumentada para 5 °C acima da temperatura máxima
de operação. A recarga deve continuar e, enquanto estiver em carga, transientes rápidos e surtos

22/35 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

de tensão junto às portas de c.c., empregando os métodos e equipamentos descritos nas


ABNT NBR IEC 61000-4-4 e ABNT NBR IEC 61000-4-5, respectivamente, devem ser realizados.

 c) Critérios de aceitação

Após o ensaio, todas as funções do sistema de bateria devem estar totalmente operacionais como
Projeto em Consulta Nacional

projetado durante o teste.

Sem fogo, sem explosão.

9 Informação para segurança


O uso e particularmente o abuso de células e baterias secundárias de lítio pode resultar na criação
de perigos e podem causar danos. O fabricante da célula deve fornecer informações sobre os limites
de corrente, tensão e temperatura de seus produtos. O fabricante da bateria deve fornecer informações
sobre como mitigar os riscos para os fabricantes de equipamentos e, no caso de vendas diretas,
para os usuários finais. É responsabilidade do fabricante do equipamento informar aos usuários finais
sobre os riscos potenciais decorrentes do uso de equipamentos contendo células e baterias de lítio
secundárias.

10 Marcação e designação
Ver a ABNT NBR 16975:2021, Seção 5.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 23/35


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

Anexo A
(informativo)

Nomenclatura
Projeto em Consulta Nacional

A.1 Exemplo 1
A Figura A.1 exibe uma célula.

Figura A.1 – Célula

A.2 Exemplo 2
A Figura A.2 exibe um bloco de células, que é composto por um grupo de células conectadas
em paralelo com ou sem dispositivos de proteção (por exemplos, fusível, sensor de temperatura)
e circuito de monitoramento.

Figura A.2 – Bloco de células

24/35 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

A.3 Exemplo 3
A Figura A.3 exibe um módulo, que pode ser formado por associações em série e/ou paralelo
de células, com ou sem dispositivos de proteção (por exemplo, fusível, sensor de temperatura)
e circuito de monitoramento.
Projeto em Consulta Nacional

Figura A.3 – Exemplos de módulo

A.4 Exemplo 4
A Figura A.4 exibe um pack de bateria, que é um dispositivo de armazenamento de energia,
composto de uma ou mais células ou módulos eletricamente conectados devendo prover de circuito
de monitoramento.

Figura A.4 – Pack de bateria

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 25/35


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

A.5 Exemplo 5
A Figura A.5 exibe uma bateria. Essa nomenclatura incorpora o sistema completo, ou seja, possui
um sistema de gerenciamento (monitoramento e controle) da bateria (BMS) e pode ser constituída
por uma ou mais células, módulos ou packs de bateria.
Projeto em Consulta Nacional

Figura A.5 – Sistema de bateria (ou bateria)

26/35 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

A.6 Fluxograma
A Figura 6 apresenta as definições de nomenclatura utilizada na composição do sistema de bateria,
definindo as condições de célula, bloco, módulo, pack e bateria.
Projeto em Consulta Nacional

Figura A.6 – Fluxograma das definições de nomenclatura

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 27/35


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

Anexo B
(normativo)

Faixa operacional das células para uso seguro


Projeto em Consulta Nacional

B.1 Geral
Este Anexo apresenta como determinar a faixa operacional da célula onde seu uso é seguro. A faixa
operacional é especificada pelas condições de recarga, como os limites superior de tensão de recarga
e inferior de tensão final de descarga, bem como temperatura da célula, que garantem a sua segurança.

Os fabricantes de células devem estipular as informações sobre a faixa operacional na especificação


de célula, para as precauções de segurança para os clientes, como fabricantes de baterias e sistemas.
Um dispositivo de proteção com recursos adequados também deve ser fornecido no sistema
de controle da bateria, para possível falha do controle de recarga.

Os limites da faixa operacional são especificados para a segurança mínima da bateria, estes valores
podem ser diferentes da tensão e temperatura de recarga para otimizar o desempenho da célula
assim como a vida cíclica.

B.2 Condições de recarga para uso seguro


Para o uso seguro das células, os fabricantes de células devem definir o limite superior da tensão
e a temperatura da célula a ser aplicada durante a recarga. A célula deve ser recarregada dentro
de uma faixa de temperatura predefinida (faixa de temperatura-padrão) na tensão que não exceda
o limite superior. O fabricante da célula também pode definir uma faixa de temperatura maior
ou menor que a faixa de temperatura-padrão, desde que sejam tomadas as medidas de segurança,
como tensão de carga reduzida. A região de operação significa uma faixa de tensão e temperatura
em que a célula pode ser usada com segurança. A corrente máxima de recarga também pode ser
definida para a região de operação.

A mesma faixa de operação pode ser aplicada a uma célula recém-desenvolvida, se contiver o mesmo
material de eletrodo, espessura, projeto e separador que a célula original e menor que 120 %
da capacidade nominal da célula original. A nova célula pode ser considerada como a mesma célula
da série de produtos.

B.3 Consideração sobre a tensão de recarga


A tensão de recarga é aplicada nas células, de modo a promover a reação química durante a recarga.
No entanto, se a tensão de recarga for muito alta, ocorrem reações químicas excessivas ou reações
secundárias, e a célula se torna termicamente instável. Por isso, é muito importante que a tensão
de recarga nunca exceda o valor especificado pelo fabricante da célula (isto é, o limite superior
da tensão de recarga). Quando uma célula for recarregada com uma tensão mais alta do que o limite
superior da tensão de recarga, o excesso de íon de lítio é desintercalado do material ativo do eletrodo
positivo, e sua estrutura cristalina tende a colapsar. Nestas condições, quando ocorre um curto-circuito
interno, pode ocorrer a avalanche térmica mais facilmente do que para as células recarregadas
na região operacional predefinida. Desta forma, as células nunca podem ser recarregadas com uma
tensão mais alta do que o limite superior da tensão de recarga.

28/35 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

O limite superior da tensão de recarga deve ser definido pelo fabricante da célula com base nos
ensaios de verificação, mostrando os resultados, por exemplo, da seguinte maneira:

— resultados de ensaios que verificam a estabilidade da estrutura cristalina do material positivo;

— resultados de ensaios que verificam a aceitação de íons de lítio no material ativo do eletrodo
Projeto em Consulta Nacional

negativo quando a célula for recarregada no limite superior da tensão de recarga;

— resultados de ensaios que verificam se as células recarregadas no limite superior da tensão


de recarga são ensaiadas pelo ensaio de segurança na Seção 6 no limite superior da faixa
de temperatura-padrão, e os critérios de aceitação de cada ensaio são atendidos.

B.4 Consideração sobre temperatura


A recarga produz uma reação química e é afetada pela temperatura. A quantidade de reações
secundárias ou a condição dos produtos da reação durante a recarga depende da temperatura.
Considera-se que a recarga na faixa de baixa ou alta temperatura causa mais reações secundárias
e é mais grave do ponto de vista de segurança do que na faixa de temperatura-padrão, em que
a tensão limite máxima de recarga é aplicável com segurança. Portanto, a tensão de recarga e/ou
a corrente de recarga devem ser reduzidas do limite superior da tensão de carga e/ou da corrente
máxima de recarga tanto na faixa de baixa temperatura quanto na faixa de alta temperatura.

B.5 Faixa de alta temperatura


Quando uma célula for recarregada a uma temperatura mais alta do que a faixa de temperatura-padrão,
a segurança da célula tende a diminuir devido à menor estabilidade das estruturas cristalinas.
Além disso, na faixa de alta temperatura, a avalanche térmica tende a ocorrer com uma mudança
relativamente pequena na temperatura.

Como resultado, a recarga de células na faixa de alta temperatura deve ser controlada da seguinte
forma:

— quando a temperatura da superfície da célula estiver dentro da faixa de temperatura alta


especificada pelo fabricante da célula, condições específicas de recarga, como tensão de recarga
e corrente mais baixas, são aplicadas;

— quando a temperatura da superfície da célula for maior do que o limite superior da faixa de alta
temperatura, a célula nunca pode ser recarregada sob qualquer corrente de recarga.

B.6 Faixa de baixa temperatura


Quando uma célula for recarregada na faixa de baixa temperatura, a taxa de transferência de massa
diminui e a taxa de inserção de íons de lítio no material negativo torna-se baixa. Consequentemente,
lítio metálico é depositado na superfície do carbono mais facilmente. Nesta condição, a célula
se torna termicamente instável e passível de se tornar superaquecida e causar a avalanche térmica.
Além disso, na faixa de baixas temperaturas, a aceitação de íons de lítio é altamente dependente
da temperatura. Em uma bateria de lítio composta por multicélulas conectadas em série, a aceitabilidade
de íons de lítio de cada célula difere dependendo da temperatura da célula, o que reduz a segurança
da bateria.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 29/35


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

Como resultado, a recarga de células na faixa de baixa temperatura deve ser controlada da seguinte
maneira:

— quando a temperatura da superfície da célula estiver dentro da faixa de temperatura baixa


especificada pelo fabricante da célula, condições específicas de recarga, como tensão de recarga
e corrente mais baixas, são aplicadas;
Projeto em Consulta Nacional

— quando a temperatura da superfície da célula estiver abaixo do limite inferior da faixa


de temperatura mais baixa, a célula nunca pode ser recarregada sob qualquer corrente de recarga.

B.7 Condições de descarga para uso seguro


Os principais parâmetros para que que o BSM deve controlar para que a bateria opere com segurança
durante a descarga são tensão, corrente e temperatura. A tensão deve estar sempre acima do limite
mínimo da tensão final de descarga da célula. A corrente nunca pode exceder o valor máximo definido
pelo fabricante da célula. A temperatura deve estar sempre dentro dos limites de temperatura (limites
inferior e superior). A tensão da célula deve ser controlada acima do limite mínimo da tensão final
descarga da célula para evitar falhas críticas inesperadas. Além disso, uma tensão de corte acima
do limite mínimo da tensão final de descarga deve ser especificada pelo fabricante da célula, a fim
de manter uma margem adequada para a região de operação da célula e otimizar o seu desempenho.

B.8 Exemplo de faixa operacional


A Figura B.1 ilustra um exemplo típico de uma faixa operacional para recarga. Em uma faixa
de temperatura maior ou menor que a faixa de temperatura-padrão, é permitido recarregar a célula,
desde que seja utilizada uma tensão de recarga e/ou corrente menor. A faixa de operação pode ser
especificada com uma forma de degrau que é mostrada na Figura B.1, ou com linhas diagonais.
A Figura B.2 ilustra um exemplo de uma faixa operacional para descarga.

Figura B.1 – Exemplo da faixa de operação nominal para recarga de células de lítio-íon

30/35 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021
Projeto em Consulta Nacional

Figura B.2 – Exemplo da faixa de operação nominal para descarga de células de lítio-íon

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 31/35


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

Anexo C
(informativo)

Procedimento do ensaio de propagação de avalanche térmica (ver 7.3.3)


Projeto em Consulta Nacional

C.1 Geral
O método para provocar uma avalanche térmica da célula pode ser escolhido a partir de um dos
métodos apresentados em C.3. O executor do ensaio deve entrar em contato com o fabricante
da célula ou bateria para obter um procedimento detalhado para a avalanche térmica da célula.
NOTA O objetivo deste ensaio não é uma avaliação de uma única célula, mas uma avaliação
do comportamento de propagação dentro da bateria. Portanto, os seguintes métodos que criam uma
avalanche térmica não simulam o curto-circuito interno da célula, mas um desencadeador de propagação.

C.2 Condições de ensaio


 a) A bateria deve estar totalmente recarregada de acordo com as condições recomendadas pelo
fabricante.

 b) Uma célula escolhida deve ser forçada a entrar em avalanche térmica como um desencadeador
do processo. Quando a bateria contiver três ou mais células, as células da extremidade
na configuração da bateria não podem ser selecionadas, por exemplo, a célula escolhida tem que
ter pelo menos duas células adjacentes.

 c) Este ensaio pode ser realizado com uma amostra especialmente preparada, que pode ter
um aquecedor ou um orifício para inserção de um dispositivo para aquecimento, de modo
a facilitar a execução do ensaio. No entanto, o recurso especial fornecido para facilitar o ensaio
não pode afetar a difusão de calor da bateria.

C.3 Métodos para iniciar a avalanche térmica


 a) Aquecimento

A célula selecionada deve ser aquecida pelos seguintes métodos. Cada método deve aquecer apenas
a célula escolhida. A fonte de calor deve ser desligada quando a célula escolhida entrar em avalanche
térmica.

— Aquecimento por aquecedor

— Aquecimento por queimador

— Aquecimento a laser

— Aquecimento por indução

 b) Sobrecarga

Uma célula é sobrecarregada com as condições recomendadas pelo fabricante até que a célula
selecionada entre em processo de avalanche térmica. Quaisquer outras células da bateria não podem

32/35 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

ser sobrecarregadas. Se a célula for projetada para ter um dispositivo de interrupção de corrente
(DIC), uma célula cujo DIC foi alterado para não funcional pode ser usada.

 c) Inserção de haste na célula

Uma haste deve ser inserida na célula de modo a criar um curto-circuito entre os eletrodos positivos
Projeto em Consulta Nacional

e negativos. A haste pode ser aquecida antes do ensaio.

 d) Combinação dos métodos anteriores.

 e) Outro(s) método(s) determinado(s) como apropriado(s) por teoria e dados de suporte.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 33/35


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

Anexo D
(informativo)

Embalagem
Projeto em Consulta Nacional

O objetivo da embalagem de células secundárias e baterias para transporte é evitar que ocorram
curto-circuito, danos mecânicos e a possível entrada de umidade. Os materiais e o projeto
da embalagem devem ser escolhidos de modo a evitar o desenvolvimento de condução elétrica não
intencional, corrosão dos terminais e entrada de contaminantes ambientais.

A embalagem de transporte de células de lítio, módulos, conjuntos de baterias e bateria são regulados
pela ICAO, IATA, IMO e outras agências nacionais e internacionais. Ver a IEC 62281 para obter
informações adicionais.

34/35 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


ABNT/CB-003
PROJETO ABNT NBR 16976
ABR 2021

Bibliografia

[1]  IEC 60812, Analysis techniques for system reliability – Procedure for failure modes and effects
analysis (FMEA)
Projeto em Consulta Nacional

[2]  IEC 61025, Fault tree analysis (FTA)

[3]  ABNT NBR IEC 61434, Células e baterias secundárias contendo eletrólitos alcalino ou outro não
ácido – Guia para designação da corrente em normas de células e baterias secundárias alcalinas

[4]  IEC 61511-1, Safety instrumented systems for the process industry sector – Part 1: Framework,
definitions, system, hardware and application programming requirements

[5]  IEC 61513, Nuclear power plants – Instrumentation and control important to safety – General
requirements for systems

[6]  IEC 61960, Secondary cells and batteries containing alkaline or other non-acid electrolytes –
Secondary lithium cells and batteries for portable applications

[7]  IEC 62061, Safety of machinery – Functional safety of safety-related electrical, electronic and
programmable electronic control systems

[8]  IEC 62660 (all parts), Secondary lithium-ion cells for the propulsion of electric road vehicles

[9]  IEC 62281, Safety of primary and secondary lithium cells and batteries during transport

[10]  IEC 62133:2012, Secondary cells and batteries containing alkaline or other non-acid electrolytes
– Safety requirements for portable sealed secondary cells, and for batteries made from them, for
use in portable applications

[11]  IEC 62620:2014, Secondary cells and batteries containing alkaline or other non-acid electrolytes
– Secondary lithium cells and batteries for use in industrial applications

[12]  IEC 62619:2016, Secondary cells and batteries containing alkaline or other non-acid electrolytes
– Safety requeriments for secondary lithium cells and batteries for use in industrial applications

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 35/35

Você também pode gostar