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TCC Talita Cordeiro O Fenomeno Do K Pop
TCC Talita Cordeiro O Fenomeno Do K Pop
São Paulo
2013
TALITA GOMES DE OLIVEIRA CORDEIRO
São Paulo
2013
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada à fonte.
Nome: Talita Gomes de Oliveira Cordeiro
Título: O Fenômeno do K-pop no Brasil: práticas de lazer a partir da Web 2.0
Aprovado em:
Banca Examinadora
Na vida acadêmica devemos sempre agradecer nossos professores, pois sem eles
nunca poderíamos aprender aquilo que decidimos ser. Entre estes professores existiram
alguns que me ensinaram muito mais do que os conceitos sobre o Lazer e Turismo, mas
novas formas de enxergar o mundo, em especial a minha orientadora Prof. Dra.
Cynthia Corrêa. Esta pessoa que mesmo não dominando o tema K-pop me aceitou e me
ajudou durante todo o período de elaboração da pesquisa, passando várias tardes na
Universidade e também noites no Skype. Através do seu incentivo e conversas, procurei
aprimorar meu estudo e postura de estudante.
Gostaria de agradecer também todos os funcionários da Escola de Ciências,
Artes e Humanidades, pois assim como meus professores foi com a ajuda de vocês que
consegui viver uma ótima vida acadêmica. Entre os funcionários da biblioteca, em
especial Ana Lucia, que me ajudou com a pesquisa de artigos e referencial teórico
pelos portais da USP.
Ao meu grupo de amigos os quais me ajudaram a enfrentar os quatro anos de
uma vida acadêmica no curso de Lazer e Turismo, em especial: Thaís, Amom e Thuani,
saibam que sempre estarão em meu coração.
Nos momentos de indecisão e também mais difíceis do estudo, contei com a ajuda
das minhas maiores amigas Laura e Jeniffer, as quais sempre estavam ao meu lado
para que o que fosse preciso.
Ano passado tive a felicidade de conhecer e ficar amiga de pessoas maravilhosas,
um grupinho fechado de amantes de k-pop que me aceitou e também serviu muitas
vezes de inspiração para algumas das minhas considerações neste trabalho, por isso
sou muito grata a vocês: Danilo, Ana, Audiane, Juliana, Tathiana e Carol.
Todos os k-poppers que aceitaram este desafio saibam que a ajuda de vocês foi de
extrema importância neste processo. Aos que divulgaram a pesquisa por Twitter,
Facebook e que responderam o questionário (além de deixarem mensagens de
incentivo). Dentre estes k-poppers irei aqui citar alguns que me ajudaram um pouco
mais diretamente com suas entrevistas: Natália, Lily, Carlos aka DJ Masa, Vitor aka
Ichigo, Ariane e Lívia e também alguns outros que me ajudaram com seus dados
indiretamente: SarangInGayo, Kpop Brasil, Kpop Station e todas as fanbases, páginas
do Facebook, Blogs, Twitter, Tumblrs que foram aqui mencionados além de todos os
fãs que tive o prazer de conhecer em eventos.
Como sempre minha família foi muito presente e apesar de ser redundante tenho
que agradecer todo o suporte. Guerreira como sempre minha mãe sempre trabalhou
muito para que eu e meus irmãos pudéssemos ter tudo o que era necessário e lutou
diariamente para que eu pudesse me formar. Agradeço por sempre estar ao meu lado.
Com sua imagem de irmão mais velho, poucos conhecem seu lado protetor,
sempre cuidando para que suas irmãzinhas pudessem ter um irmão que se orgulhasse,
saiba que sua influência sempre foi muito forte em minha vida.
Junto comigo desde a gestação, minha irmãzinha e cara metade sempre me
apoiou e, mesmo gostando de áreas diferentes sempre nos fizemos presentes na vida
acadêmica uma da outra ajudando no que fosse necessário.
Gostaria de agradecer também aqueles que lerem esta pesquisa e todos que
cultivam interesse pelo K-pop e a Hallyu, pois acredito que também poderão contribuir
com a divulgação desta cultura que aprendi a amar.
EPÍGRAFE
어떤말로도 모자라서
아무말도 할 수 없었어
너무나 고마워서
어떡할 줄 몰라서
Nenhuma palavra era suficiente
Não pude dizer nada
Por estar tão agradecido
Não soube o que fazer
The popularity of K-pop or Korean pop inside the "Hallyu" or Korean Wave has been
driven by the Internet, and especially by social media. Recently, has reached the West
and Brazil. Accordingly the research aims to investigate the evolution of the k-pop as a
music genre and its growth in Brazil, more specifically in the Web 2.0 and social
networks and also investigate the main leisure activities and profile of fans. As methods
and techniques, literature searches were conducted, netnography, questionnaires through
the Google docs platform and also probing by email. Upon completion of this research,
we found that among the Brazilian fans of K-pop, the predominant participation is from
the female audience, as well as young people and Caucasian ethnicity. The first contact
for most K-pop fans occurred in mid-2009 to 2011, mainly through the Internet and the
indication of friends. Among the leisure activities investigated, we can confirm the
hypothesis that the level conformist is still the most accomplished among fans; however,
there is a tendency of imminent transition to criticality and creativity. We also verified
that the disclosure made via the Internet, both by fans as the Korean industry was the
largest contributor to the growth of K-pop in Brazil.
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1
1. K-POP: NOVA ONDA ASIÁTICA .......................................................................... 4
1.1. BREVE HISTÓRICO.......................................................................................... 4
1.2. AVANÇO MUNDIAL ....................................................................................... 11
1.3. K-POP EM TERRA TUPINIQUIM: KÁ POP NO BRASIL ........................ 22
2. ABORDAGENS SOBRE LAZER E INTERNET ................................................. 27
2.1. INTERNET E WEB 2.0..................................................................................... 27
2.2. LAZER E INTERNET ...................................................................................... 33
2.2.1 Lazer: conceitos e definições ......................................................................... 33
2.2.2 Internet e o Lazer: novas possibilidades ........................................................ 38
3. MÉTODOS E TÉCNICAS ...................................................................................... 45
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 50
4.1. ENTRÉE CULTURAL E ÉTICA NA PESQUISA ........................................ 50
4.2. PERFIL DO K-POPPER: QUEM SÃO? ........................................................ 51
4.3 K-POPPERS NA INTERNET: COMO SE ORGANIZAM? ......................... 61
4.4 PRINCIPAIS ATIVIDADES DOS K-POPPERS: O QUE FAZEM?............ 69
4.5. WEB 2.0 E O K-POPPER: NOVAS FORMAS DE PARTICIPAÇÃO........ 74
4.5.1 Blogs............................................................................................................... 74
4.5.2 Twitter ............................................................................................................ 77
4.5.3 Tumblr ............................................................................................................ 81
4.5.3 Facebook ........................................................................................................ 84
4.5.4 YouTube ......................................................................................................... 87
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 91
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 93
ANEXOS ....................................................................................................................... 98
Dicionário K-pop por SarangInGayo .......................................................................... 98
APÊNDICES ............................................................................................................... 103
APÊNDICE A – Questionário com os k-poppers ..................................................... 103
APÊNDICE B – Questionário com fãs divulgadores no cenário do fandom de k-pop
.................................................................................................................................. 110
1
INTRODUÇÃO
Na área do lazer, poucos são os estudos sobre práticas de fãs e suas comunidades,
o fandom 1 , na Internet no Brasil, no entanto, ao verificarmos a área das mídias as
pesquisas sobre fandom são diversas e representam um universo à parte - ao passo que
há várias possibilidades de participação e produção cultural neste espaço. 2
As oportunidades de discussão dentro da área do Lazer na Internet, envolvendo a
comunidade de fãs mostram-se extremamente necessárias, já que através deste novo
espaço e também por meio de suas novas plataformas, como a Web 2.0, é que novas
opções de produção cultural estejam sendo feitas. Buscando compreender estes temas:
fãs e Web 2.0 e, procurando realizar um estudo introdutório dentro desta área, este
estudo focou-se em um “novo” fandom no Brasil, a comunidade k-popper.
O K-pop 3, música pop da Coreia do Sul tornou-se um fenômeno mundial a partir
de 2009, contudo, sua expansão no Brasil veio crescendo desde 2004. No contexto da
popularização da “Hallyu” ou Onda Coreana, o K-pop se expandiu nos últimos anos
graças principalmente à divulgação da Internet e mídias sociais pelos próprios fãs. A
elevada popularidade de vídeos musicais de k-pop no site de compartilhamento
YouTube4 pode ser avaliada como um indicador do sucesso mundial do pop coreano.
1
Fandom: Segundo o Wikipedia fandom é “uma palavra de origem inglesa (Fan Kingdom), que se refere
ao conjunto de fãs de um determinado programa da televisão, pessoa ou fenômeno em particular”. A
palavra não tem uma tradução literal para o português, mas podemos utilizar algo como “grupos
organizados de fãs do entretenimento” para mantermos o mesmo significado. Fonte: Wikipedia.
Disponível em: www.wikipedia.com. Acesso em: 20 de Dezembro de 2011.
A origem dos fandoms de mídia vem dos anos 60, quando a série de TV Star Trek formou uma série de
fãs - os trekkies como passaram a serem chamados posteriormente - os quais se organizavam para
discutir sobre o programa, personagens e produzir materiais culturais relacionados ao programa.
2
Podemos dizer que os fãs são o maior exemplo de organização em comunidades, pois antes mesmo da
Internet estes já partilhavam este tipo de relação relatada por Jenkins (2009). Ainda mais presente na
comunidade fã, a qual sempre está à frente no que se refere às novas apropriações das mídias, a Web 2.0
trouxe novas formas de interação e hoje suas plataformas são amplamente utilizadas por
proporcionarem uma melhor organização e também facilitar a troca de conteúdos e informações.
A origem dos fandoms de mídia vem dos anos 60, quando a série de TV Star Trek formou uma série de
fãs - os trekkies como passaram a serem chamados posteriormente - os quais se organizavam para
discutir sobre o programa, personagens e produzir materiais culturais relacionados ao programa.
3
Neste estudo iremos utilizar com mais frequência a escrita K-pop, no entanto, em alguns momentos
também será utilizado Kpop por necessidade teórica de outros autores, não importando a escrita, mas
sim o significado.
4
YouTube: Fundado em fevereiro de 2005, o YouTube permite que bilhões de pessoas descubram,
assistam e compartilhem vídeos criados originalmente. O YouTube oferece um fórum para que as
pessoas se conectem, informem e inspirem outras, em todo o globo, e age como uma plataforma de
2
distribuição para criadores e anunciantes de conteúdo original, pequenos e grandes. Fonte: YouTube.
Disponível em: www.youtube.com.br. Acesso em 22 de Outubro de 2012.
5
Podemos afirmar que juntamente com Peru, Chile e Colômbia, o Brasil desponta entre os fãs de k-pop
atualmente. Isto pode ser comprovado a partir do número de shows realizados bem como a participação
dos k-poppers em eventos de dança cover realizados pelo Governo da Coreia do Sul e também por
Agências, como a YG Entertainment. (KIM, 2011)
6
O estudo, J-Rockers * K-Poppers * C-Poppers: Comunicação, mídia, cultura e jovens abordou o K-pop
e os k-poppers de forma introdutória, tendo como foco o hibridismo cultural e o neotribalismo. Acesso
em: 10 de Janeiro de 2012. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/105869056/J-Rockers-K-Poppers-
C-Poppers-Comunicacao-Midia-Cultura-e-Jovens
3
7
As músicas folk foram introduzidas no país pelo missionário americano Henry Appenzeller em 1885 na
Academia Pai Chai. (KIM, 2011)
8
No período entre os anos 1940 e 1960, ocorreram dois grandes eventos que influenciaram uma transição
cultural na Coreia. Após 36 anos de ocupação japonesa, o país finalmente foi liberto no ano de 1945. No
entanto, devido a conflitos internos em 1950 foi iniciada a Guerra entre as Coréias do Norte e Sul se
estendendo por três anos, considerado símbolo da polarização entre a ex-URSS (União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas), apoiando o Norte, e os Estados Unidos apoiando o Sul. (KIM, 2011)
9
Com o processo de reestruturação pós-conflito nos anos 1960 por influência econômica e cultural dos
Estados Unidos, toda a sociedade coreana transformou-se de modo que a presença ocidental continuasse
marcante até os dias de hoje. (KIM, 2011)
10
Original: one of the dominant music genres in Korean pop music was the ballad. Originally, ballads
were folk songs or lyrical music written by poets and composers. In the modern sense, however, the
ballad is a slow form of popular love song.
11
Todas às vezes que citamos nesta pesquisa as palavras: coreana e Coreia, estamos nos referindo a
Coreia do Sul.
5
uma transformação musical iniciada pela banda Seo Taiji and Boys. (SHIM, 2006;
SIRIYUVASAK, SHIN, 2007)
O grupo musical Seo Taiji and Boys debutou no canal de televisão MBC no ano
de 1992 com a música “Nan Arayo (I Know)” 12, que era muito diferente dos outros
estilos e trazia dinamismo e influências de músicas ocidentais como hip hop, soul, rock,
techno e punk.13 Apesar de a música receber a menor nota da história do programa, o
trio formado por Seo, o vocal principal, Yang Hyun-suk e Lee Juno, rappers e
dançarinos, obteve uma inesperada resposta afirmativa do público jovem e, por meio de
suas músicas e atitudes, o Seo Taiji and Boys pouco a pouco transformou a história da
música coreana. (SHIM, 2006)
12
Vídeo do debut do grupo “Seo Taiji and Boys” em 11 de abril de 1992 na MBC: Fonte: YouTube.
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=QjGacuy0eTU . Acessado em 29 mai. 2012.
13
Além de realizarem muitas vezes hibridismos com baladas e ppongjjak. (SHIM, 2005)
14
Cabe ressaltar que muitas outras banda também efetuavam hibridismos na época.
6
programas. No entanto, como a banda Seo Taiji and Boys já contava com dois de seus
integrantes como dançarinos e era dona de suas músicas e banda, não precisava das
facilidades de instrumentos, dançarinos ou diretores musicais oferecidos. Ao comandar
seus próprios meios de divulgação e produção, o grupo era livre para escolher em qual
programa de televisão iria comparecer. A partir desta mudança de atitude, a banda
colaborou para modificar a administração dos programas musicais e a reestruturar a
indústria musical da época. (SHIM, 2006; SIRIYUVASAK, SHIN, 2007)
Neste contexto, a banda Seo Taiji and Boys pode ser considerada a raiz do
k-pop 15 atual, pois modificou a visão da indústria musical sobre os jovens, trouxe
influências ocidentais para a música coreana, além de revolucionar o sistema do
entretenimento musical que passou a se preocupar com todas as formas de
entretenimento relativas à música - o que veio a auxiliar, posteriormente, a criação do
“sistema de ídolos”. (SHIN, 2009; SHIM, 2006)
Sobre o “sistema de ídolos” 16, Shin (2009, p.510, tradução nossa) coloca que:
15
O termo k-pop é a abreviação para: korean pop, ou pop coreano. Este conceito foi cunhado no começo
da “Hallyu” e é utilizado desde então para designar a música pop coreana contemporânea.
16
Ídolos geralmente passam muitos anos treinando músicas, coreografias, línguas estrangeiras além de
realizarem duros treinos físicos para poderem alcançar o sonho de se lançarem como artistas de K-pop e
muitas vezes têm que competir com outros trainees pela oportunidade. As audições das Agências
também são muito competitivas e com os anos tem ganhado imensa visibilidade. (KOCIS, 2011)
17
Original: […] the system was born in the early 1990s and consolidated in the mid-1990s, when record
sales were growing in the history of Korean popular music. […] It is generally believed that the system
was born in the early 1990s and consolidated in the mid-1990s, when record sales were growing in the
history of Korean popular music […] with recording studios, rehearsal rooms and conference rooms,
the staff and employees work as songwriter-arrangers, recording engineers, managers, choreographers,
costume designers, design coordinators etc.
7
18
imagens, e também habilidades de dança e canto.
18
Original: […] it is Lee Suman, founder of SM Entertainment in 1989, who is credited with the
industrialization of the stathe standard for Korean dance music that would later suit the tastes of Asian
fans, it is Lee Suman, founder of SM Entertainment in 1989, who is credited with the industrialization of
the star-making process in K-pop. The best representation of Lee’s products is H.O.T., a boy band that
debuted in 1996 […] Before manufacturing H.O.T., Lee conducted a survey of teenage girls to find out
what they wanted from their idols. Armed with knowledge from his research, Lee sifted through
thousands of raw audition tapes and selected aspiring idols based on their looks as well as on their
dancing and singing abilities.
19
Para saber um pouco mais sobre a crise de 1997, leia Shim (2005).
8
A Hallyu fez com que o k-pop também ganhasse popularidade. “[...] No final de
1990, um canal regional de televisão, ‘Channel V’ 20, transmitiu vídeo clipes de pop
coreano, o que criou uma legião de fãs de k-pop na Ásia” (SHIM, 2006, p.29, tradução
nossa)21. Com a crescente transmissão de k-pop por toda a Ásia, os artistas pioneiros na
Hallyu, representados pelos grupos Clone, H.o.T., Sechs Kies, Shinhwa, NRG, Baby
Vox, S.E.S., Fin KL, e por cantores solos como BoA, Lee Chong-Hyun, Park Ji Yoon e
Um Chong-Hwa, promoveram o começo das atividades do k-pop além da Coreia do Sul
e entraram nos mercados da Ásia, entre o final dos anos 1990 e o começo dos anos 2000.
(SHIM, 2006; SHIN, 2009; SIRIYUVASAK, SHIN, 2007).
Os artistas coreanos passaram a estar nas paradas das músicas mais tocadas nestes
países como a Oricon22 e também se apresentaram em shows regularmente, os quais
estavam sempre lotados.
20
O “Channel V” de Hong Kong.
21
Original: In the late 1990s, a regional music television channel, Channel V, featured Korean pop music
videos, creating a huge K-pop fan base in Asia.
22
株式会社オリコン
Oricon: Oricon Inc. ( Kabushiki-gaisha Orikon) (de Original Conference) é o nome
da parada oficial de álbuns, singles e vídeos musicais mais vendidos do Japão. É atualizado
semanalmente. Oricon Inc. (Kabushiki-gaisha Orikon) é um grupo incorporado japonês que provê
estatísticas e informação sobre música e a indústria de música no Japão, estabelecido por Soko Koike
em 1999. [...] Os rankings da Oricon são as paradas de música mais renomadas de Japão. [...] O grupo
também provê avaliações de popularidade para comerciais de televisão baseado em pesquisas de painel
no site da Web oficial deles. Fonte: Wikipédia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Oricon.
Acessado em 02 de Dezembro de 2012.
9
23
mercado japonês. (SHIM, 2006, p.29, tradução nossa)
Figura 4 - Cd de lançamento de artistas da segunda geração k-pop: Bi Rain com Bad Guy (2002)
Fonte: Google
23
Original: Following H.O.T.’s successful concert in Beijing in February 2000, many K-pop stars such as
Ahn Jae-wook (an actor-cum-singer who starred in Stars in My Heart), boy bands NRG and Shinhwa,
and girl band Baby V.O.X. have held concerts in China, attracting crowds of more than 30,000 Chinese
youth for each concert (Seoul Broadcasting System [SBS], 2001). In 2002, Korean teenage pop
sensation BoA’s debut album reached the number one spot on the Oricon Weekly Chart, Japan’s
equivalent of the American Billboard Charts; this firmly established BoA in the Japanese music market.
24
Original: Sechs Kies officially disbanded in 2000, H.O.T. in 2001, S.E.S. in 2002. The sextets Shinhwa
and g.o.d. have not announced their disbanding, but also haven’t performed together for some time.
25
Recentemente a banda Shinhwa voltou após seu hiato aos palcos coreanos com o cd “The Return” no
ano de 2012, o que reacendeu os debates sobre a volta de alguns destes grupos do passado.
10
Figura 5 - Cd de lançamento dos artistas da segunda geração k-pop: BoA com ID Peace B (2000)
Fonte: Google
26
A reestruturação foi à causa da maioria das separações das bandas pioneiras e esta ligada diretamente a
crise com os downloads e TI no geral, ver mais em: UBONRAT, SHIN, 2007.
27
Original: […] the Korean music industry has restructured, wherein only the three most profitable
production companies have survived: SM Entertainment, JYP Entertainment, and YG Entertainment.
28
Original: ‘Asian star,’ literally ‘Asia’s star’, began to be used around 2003–2004 when the Korean
Wave peaked. Among pop singers, BoA, Rain, Se7en (Seven), and TVXQ (Tongvangxinqi) have been
labeled as ‘Asian stars.’ The new terminology does not indicate that the pop star is from some place in
Asia but that it is someone who has become popularized in multiple places in the region
29
O fandom do grupo TVXQ está no Guinness Book por ser o fã clube com maior número de fãs do
mundo, as Cassiopéias.
11
Sudeste Asiático, fez com que o k-pop se consolidasse como gênero musical na Ásia,
dando início em meados de 2005 ao processo chamado de Terceira Onda Coreana.
(SIRIYUVASAK, SHIN, 2007)
A maior diferença entre o K-pop atual e aquele do final dos anos 1990 e
começo dos 2000 fica por conta das capacidades individuais entre os
membros dos grupos. Seguindo a linha estratégica de suas agências, os
membros passaram a desempenhar ainda mais suas características pessoais.
Além de adicionar artistas mais talentosos individualmente, outra estratégia
[...] tem sido a inclusão de membros de outros países. Nicole de KARA e
Tiffany e Jessica de Girls’ Generation são coreano-americanas. No grupo
feminino f(x), Amber é taiwanês-americana, e Victoria é chinesa. Nichkhun
do 2PM é tailandês-americano, e Jia e Fei da Miss A são chinesas;
representando assim o aspecto multicultural de seus grupos.31
30
Original: Although Korean pop music and singers started to enjoy meaningful international attention in
the late 1990s, the K-Pop boom was limited somewhat to East and Southeast Asia. But as social
networking services (SNS) hit the mainstream and enabled people to share music, photos, and videos
globally.
31
Original: The biggest difference between current K-Pop idols and those of the mid-1990s and early
2000s lies in the individual capabilities of the groups’ members. Following the strategic outlines of
their entertainment agencies, the individual members have played up their unique personality traits. In
addition to adding more talented performers, another strategy […] has been the inclusion of members
from other countries. Nicole from KARA and Tiffany and Jessica from Girls’ Generation are Korean-
12
Não só os artistas sofreram uma restruturação, mas a música também evoluiu com
os anos. Cada vez mais híbrida e com influências ocidentais, como eletrônica, hip hop,
pop, rock e R&B; a música k-pop vem se adequando ao mercado com divulgações fora
do país.
Já na Segunda Onda Coreana de artistas k-pop, durante as divulgações em outros
países, as Agências de Entretenimento modificaram o estilo de suas bandas e a
popularidade dos “Asian Stars” só foi ampliada após uma série de lançamento de
músicas em japonês, chinês e até tailandês. A partir das tentativas da SM Entertainment
com a cantora BoA e grupo TVXQ, lançando CDs totalmente em japonês com músicas
originais e não apenas versões, a barreira cultural foi quebrada e o mercado japonês
começou a ser explorado por inteiro. (SHIM, 2006)
Atualmente, a maioria dos grupos faz divulgação em terras nipônicas, muitas
vezes mudando totalmente ou parcialmente o conceito de seus grupos. Como exemplo
de grupo que modificou sua imagem para o mercado japonês está o grupo feminino
“KARA” da DSP Media, que recebeu positivo interesse dos fãs japoneses após a
mudança para um estilo mais “meigo” não muito abordado nas divulgações coreanas.
Embora existam aqueles que mudem o estilo para diferentes mercados, há também
os grupos que se transformam totalmente, no sentido de procurar uma nova identidade
como as bandas “CN Blue” e “FT. Island” da FNC Entertainment que ao receber grande
influência da música pop japonesa, em seus recentes trabalhos, conseguiram construir,
American. In the girl group f(x), Amber is Taiwanese-American, and Victoria is Chinese. Nichkhun
from 2PM is Thai-American, and Chinese Jia and Fei of miss A represents their group’s multicultural
aspect.
32
Original: KARA, broke a record with its fourth single, “Go Go Summer,” selling 114,000 copies within
the first week of its release on July 11, 2011. Just three weeks later, their single “Jet Coaster Love”
sold 123,000 copies within the first week, giving the girl group consecutive first-week single sales
exceeding 100,000 copies. It was the first time in the 44-year history of the Oricon singles chart that a
foreign female act had accomplished this.
13
Uma das características mais comuns no K-pop no final dos anos 2000 são os
repetitivos e viciantes refrões que ‘prendem’ as pessoas e as fazem ouvir a
música várias vezes. ‘Tell Me’ e ‘Nobody’ das Wonder Girls, ‘Lie’ do Big
Bang, ‘Sorry Sorry’ do Super Junior, ‘Ring Ding Dong’ do SHINee, além de
‘Gee’ e ‘Run Devil Run’ das Girls’ Generation tem curtos, porém, viciantes
35
refrões. (KIM, 2011, p. 33-34, tradução nossa)
33
Consulta ao Sarangingayo – The Community, Fonte: Facebook. Disponível em:
https://www.facebook.com/groups/sarangingayobr, discussão: “Vocês acham que os idols k-pop
perdem a identidade quando se lançam no Japão?” durante o período de 06 a 07 de novembro de 2012.
Acessado em 19 de Novembro de 2012.
34
Original: Meanwhile, Super Junior-M, a subunit of Super Junior targeting the Chinese music industry
with a mix of Korean and ethnically Chinese members, made its 2008 debut in Asian countries
including China. Released in Chinese in February 2011, its EP Taiwanmei (Perfection) was well
received by young people, and the group drew more than 6,000 fans to its ‘2011 Taiwanmei Taiwan
Fan Party’ on June 6, 2011.
35
Original: “One of the most common features of K-Pop in the late 2000s is the repetitive, addictive
chorus that ‘hooks’ people into listening to the song again and again. ‘Tell Me’ and ‘Nobody’ by the
Wonder Girls, ‘Lie’ by Big Bang, ‘Sorry Sorry’ by Super Junior, ‘Ring Ding Dong’ by SHINee, and
‘Gee’ and ‘Run Devil Run’ by Girls’ Generation all have brief but ear catching hooks”.
36
Original: The idol groups’ synchronized dance steps are also a selling point, leading overseas K-Pop
fans to copy them and upload videos of the resulting ‘cover dances’ on YouTube.
14
37
Original: K-pop is a carefully manufactured hybridized pop product that combines both East and
West as well as global and local cultural aspects. The main reason for such strategic cultural
hybridization is to meet the complex desires of various consumer groups, which maximizes capitalist
profit.
15
Devemos destacar o fato de que estes artistas nunca haviam divulgado seus
trabalhos em terras ocidentais, todavia, graças a seu público na Internet conseguiram
alcançar altos números em vendas. (KIM, 2011)
40
Original: “Accordingly, in recent years, most Korean Wave fans, too, have come into contact with
and/or consumed K-pop or Korean dramas for the first time through the Internet”.
41
O Brasil aparece na pesquisa como um dos países que mais acessou os vídeos na América do Sul, com
6.043.920 milhões de acessos.
42
O ato de inscrever-se significa que o usuário tem interesse no conteúdo de vídeos publicados por
determinado canal e gostaria de ser avisado sobre novos vídeos assim que os mesmos forem publicados.
(YouTube 2012).
43
Fonte: YouTube. Disponível em: “SMTOWN Official”:
http://www.youtube.com/user/smtown?feature=results_main; “YG Family”:
http://www.youtube.com/user/ygentertainment?feature=results_main; “JYPnation”:
http://www.youtube.com/user/jypentertainment?feature=results_main. Acessados em 25 de novembro
de 2012.
44
Fonte: YouTube. Disponível em: Super Junior:
http://www.youtube.com/user/superjunior?feature=results_main; Big Bang:
http://www.youtube.com/user/bigbang?feature=results_main; 2pm:
http://www.youtube.com/user/2pm?feature=results_main . Acessados em 25 de novembro de 2012.
17
45
O Clipe musical de Gee das Girl’s Generation foi passado em número de visualizações pelo sucesso de
2012 do cantor PSY, Gangnam Style. Fonte: YouTube. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=U7mPqycQ0tQ. Acessado em 22 de novembro de 2012.
46
Clipe musical de The Boys das Girl’s Generation. Fonte: YouTube. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=U7mPqycQ0tQ. Acessado em 28 de novembro de 2012.
47
Clipe musical de I am the Best da 2ne1, Fonte: YouTube. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=j7_lSP8Vc3o. Acesso em 25 de novembro de 2012.
48
Clipe musical de Mr. Simple do Super Junior. Fonte: YouTube. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=r6TwzSGYycM&feature=fvst. Acesso em 25 de Novembro de 2012.
49
Clipe musical de Step da KARA. Fonte: YouTube. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=zYoYoBtLqOY. Acesso em 25 de novembro de 2012.
50
Clipe musical de Hands Up do 2pm. Fonte: YouTube. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=KgrB2KBZws4. Acesso em 25 de novembro de 2012.
51
YouTube Launches Exclusive K-Pop Channel, Thunderstix, 16 de Dezembro 2011.
Disponível em: http://www.soompi.com/2011/12/16/youtube-launches-exclusive-kpop-channel.
Acesso em 17 de outubro de 2012.
52
Canal de K-pop no Youtube, link: http://www.youtube.com/music/kpop. Acessado em 04 de Dezembro
de 2012.
18
ponto de venda, fazendo com que fãs de Kpop no exterior passassem a copiá-los e fazer
upload de vídeos de dança resultante nas danças covers no YouTube” (KIM, 2011, p.
33-34, tradução nossa).53
54
No Twitter , as atividades dos fãs das bandas de K-pop também ganham
destaque: “[...] Em outubro de 2010, Super Junior, uma boy band de ídolos coreanos,
ficou em primeiro lugar nos trending topics do Twitter – ficando acima até mesmo da
história sobre os mineradores soterrados no Chile” (JUNG, 2011, online, tradução
nossa).55 As contas pessoais dos ídolos se tornaram um portal para a interação com os
fãs e muitos artistas são “seguidos” por milhões de usuários, entre estes artistas: Siwon
do Super Junior com 2.737.404 seguidores, Nichkhun do 2PM com 1.503.934
seguidores, Suzy da Miss A com 1.313.094 seguidores e BoA com 1.179.797
56
seguidores.
Os fãs também utilizam o Twitter com frequência para se atualizar sobre seus
ídolos e para marcar reuniões: “[...] Fãs de k-pop na América do Sul passam a marcar
reuniões regulares online e off-line para compartilhar informações sobre os álbuns mais
recentes, shows ou atividades promocionais de seus artistas favoritos” (KOCIS, 2011,
p.50, tradução nossa, grifo do autor).57
A participação e o ciberativismo efetuado pelos fãs de k-pop vêm ganhando
notoriedade nos estudos sobre fã58 e sobre o poder atual da Hallyu59, entre os exemplos
53
Original: “English mixing in K-Pop is prevalent and heterogeneous in its forms and functions. An
appreciation of heterogeneity and fluidity is present in K-Pop. English utilized in K-Pop goes beyond
titles and artist/band names. The size of a mixed English constituent in K-Pop lyrics varies from a
single word to an entire song. The idol groups’ synchronized dance steps are also a selling point,
leading overseas K-Pop fans to copy them and upload vídeos of the resulting ‘cover dances’ on
YouTube”
54
O Twitter é uma plataforma da Web 2.0 focada no micro blogging onde é possível efetuar a postagens
de chamadas “Tweets. Cada Tweet tem até 140 caracteres, mas não se deixe enganar pelo tamanho da
mensagem; você pode descobrir muita coisa em pouco espaço. Você pode ver fotos, vídeos e conversas
diretamente nos Tweets”. Fonte: Twitter, Disponível em: www.twitter.com. Acesso em: 11 de Outubro
de 2012.
55
Original: “In October 2010, Super Junior, a K-pop idol boy band, was ranked as the number one
worldwide trending topic on Twitter—ranking even higher than a sensational news story about trapped
Chilean miners”.
56
10 Idols With the Most Followed Twitter Accounts. Stefanel Lee, 17 de Outubro de 2012. Disponível
em: http://blog.ningin.com/2012/10/17/10-idols-with-the-most-followed-twitter-accounts. Acessado em
18 de Novembro.
57
Original: […] South American K-pop fans hold regular meetings online and offline to share
information about the most recent albums and concerts or promotional activities of their favorite
singers.
58
Ver mais em: Jung, Sun. 2012. "Fan Activism, Cybervigilantism, and Othering Mechanisms in K-pop
Fandom." In "Transformative Works and Fan Activism,". Disponível em:
http://journal.transformativeworks.com/index.php/twc/article/view/300/287. Acesso em 31 de Outubro
de 2012.
20
para ilustrar o poder dos fãs de k-pop no Ocidente está o evento efetuado pelos k-
poppers franceses como forma de protesto em frente ao Museu do Louvre em Paris,
França, em junho de 2010. O concerto “SM Town Live in Paris”, inicialmente
programado para ocorrer somente um dia, recebeu grande procura de toda a Europa e os
ingressos para o show foram vendidos em apenas 15 minutos.
Para reivindicar mais um dia de apresentação, os fãs franceses se mobilizaram
através de um Flashmob e conseguiram que a organização do concerto promovesse mais
um dia de apresentação. O show “SM Town Live in Paris” atraiu nos dois dias de
apresentação, 10 e 11 de junho, uma multidão de 14.000 fãs ao “Le Zénith de Paris
concert hall” e foi, então, que sucesso do k-pop na Internet foi trazido pelos fãs para o
plano off-line. (JUNG, 2012, KIM, 2011)
Após o sucesso do show “SM Town Live in Paris” em junho de 2011, foi marcado
para outubro o “SM Town Live in New York” no Madison Square Garden, que
alcançou lotação máxima com 15 mil ingressos vendidos. Com a grande resposta da SM
Entertainment, uma série de outros concertos foi realizada por outra agência, a Cube
Entertainment, em Londres, Moscou e São Paulo.60
O ano de 2011, além de ser histórico devido aos vários shows inéditos, também
foi representado pela série de prêmios no cenário da indústria musical mundial,
conquistados graças ao fandom k-popper: O grupo feminino Wonder Girls da JYP
Entertainment ganhou o prêmio de Melhor Mashup de 2011 da Billboard pela música
“Nothin’ on You” de Bruno Mars feat BoB; o grupo masculino Big Bang conquistou a
categoria “Worldwide Act” no “2011 MTV Europe Music Awards” e as garotas do
2ne1 foram eleitas a “Melhor Banda Nova do Mundo” no MTV Iggy.61
As divulgações de grupos em âmbito mundial no ano de 2012 foram frequentes
nos Estados Unidos, o grupo 2ne1 da YG Entertainment realizou parceria com o
produtor Will.I.Am do grupo norte-americano Black Eyed Peas e iniciou sua turnê “
59
As edições de livro sobre a Hallyu e o K-pop editados pelos KOCIS (Korean Culture and Information
Service) na mesma época e utilizados nesta pesquisa são exemplos.
60
‘United Cube Concert’ to be held in London in December! Por carolicity – 18 de Outubro de 2011.
Disponível: http://www.allkpop.com/2011/10/united-cube-concert-to-be-held-in-london-in-december.
Acesso em 17 de Fevereiro de 2012. Playback, rebolado e histeria marcam festival de k-pop no
Brasil. Por Lívia Machado em 14/12/2011. Disponível em: http://g1.globo.com/pop-
arte/noticia/2011/12/playback-rebolado-e-histeria-marcam-festival-de-k-pop-no-brasil.html. Acesso em
17 de Janeiro de 2012.
61
Retrospectiva K-pop 2011. Por AlexVIP em 31 de dezembro de 2011. Disponível em:
http://www.kpopstation.com.br/2011/12/31/retrospectiva-k-pop-2011. Acesso em 27 de Julho de 2012.
21
New Evolution” pelo país em agosto62, e outro grupo feminino Girl’s Generation fez
grande sucesso no “The Late Show with David Letterman” em Fevereiro 63 . Porém,
ninguém havia se preparado para a invasão k-pop trazida pelo cantor coreano PSY com
seu cd PSY 6 (Six Rules) Part 1, com a música Gangnam Style.
No ano de 2012, houve uma reviravolta no mundo do K-pop por meio do clipe do
artista PSY da YG Entertainment. Em alguns meses, o vídeo conseguiu bater três
recordes na história do YouTube. O primeiro como clipe de k-pop mais assistido em
todos os tempos ultrapassando as Girl’s Generation em Setembro, depois como vídeo
que mais recebeu “likes” em todos os tempos ganhando até mesmo um certificado do
Guinness Book no começo do mês de Novembro. Recentemente, tornou-se o clipe mais
assistido na história de todos os vídeos do YouTube, ultrapassando o sucesso do clipe
“Baby” do cantor Justin Bieber, lançado no dia 29 de fevereiro de 2010 atingindo após
33 meses a marca de 800 milhões de views. Ou seja, com aproximadamente cinco meses
de lançamento desde 15 de julho de 2012, o artista PSY conseguiu atingir o recorde que
Bieber levou mais que o dobro de tempo.64
O k-pop ultrapassou a Ásia nos últimos anos transformando-se em um fenômeno
mundial aclamado por dezenas de milhares de fãs ao redor do mundo. A partir da
participação por meio das redes sociais na Web 2.0, os k-poppers fizeram com que o
número visualizações no site YouTube crescesse de forma inacreditável, colocaram nos
“trending tops mundiais” do Twitter seus ídolos a frente de notícias como desastres
como o dos mineiros do Chile, aumentaram as vendas de seus artistas prediletos,
fizeram flashmobs para que shows de seus ídolos ocorressem em seus países e votaram
em concursos musicais reconhecidos para mostrar o poder do fandom de k-pop. Entre
esta legião de fãs, estão os k-poppers brasileiros, os quais apesar de não muito
significativos no passado, a partir de 2009 cresceram e hoje estão entre os maiores
62
2NE1′s ‘New Evolution’ U.S. tour dates announced. Por carolicity em 20 de Junho de 2012.
Disponível em: http://www.allkpop.com/2012/06/2ne1s-new-evolution-u-s-tour-dates-announced.
Acessado em 20 de Novembro.
63
Girls’ Generation brings “The Boys” out on ‘The David Letterman Show’. Por asphodel em 1 de
Fevereiro de 2012 Disponível em: http://www.allkpop.com/2012/02/girls-generation-brings-the-boys-
out-on-the-david-letterman-show. Acesso em 01 de Julho de 2012.
64
Consultas: Psy Passes Girls' Generation (SNSD) on YouTube Views. Em 01 de Setembro de 2012
Link: http://www.kpopstarz.com/articles/13505/20120901/psy-gangnam-style-youtube-girls-generation-
snsd-gee-surpass.htm#Pfs4xpfM60cgmcvb.99 ; PSY Receives Guinness World Records Certificate
for “Gangnam Style”, autor Thunderstix em 9 de Novembro de 2012, Link:
http://www.soompi.com/2012/11/09/psy-receives-guinness-world-records-certificate-for-gangnam-
style/. History Is Made as PSY’s “Gangnam Style” Becomes #1 Most Watched Video on YouTube,
por Jnkm em 24 de Novembro de 2012, Link: http://www.soompi.com/2012/11/24/history-is-made-as-
psys-gangnam-style-becomes-1-most-watched-video-on-youtube/. Acessados em 24 de novembro de
2012.
22
Figura 8 - Crescimento no Brasil do k-pop em comparação com o jpop de jan. 2009 a nov. 2012
Fonte: Google Trends
65
Fonte: Google. Disponível em: www.google.com.br. Acesso em 02 de Dezembro de 2012.
66
Acreditamos que estes números sobre o jpop também se deem devido a grande imigração japonesa e a
já bem estabelecida comunidade que já tem mais de 100 anos no país. Além é claro da grande
importação de desenhos animados do Japão ou animes os quais são famosos por suas trilhas sonoras e
por consequência fazem com que o assunto seja mais procurado. Sobre o assunto, veja mais sobre
otakus.
23
O poder dos fãs tem sido a maior fonte de divulgação do pop coreano
mundialmente, e no Brasil não seria diferente. O poder do fandom no Brasil pode ser
constatado através dos vários blogs e sites especializados em notícias sobre k-pop, como
o site SarangInGayo (www.sarangingayo.com.br), que recebe o apoio do Korean
Foundation for International Culture Exchange e é considerado um dos maiores (sua
página no Facebook 67 registrou mais de 9.000 “curtis” em outubro de 2012) e o mais
tradicional do gênero, criado em 2008, além de outros como: o K-POP Brasil
(www.kpopbrasil.com.br), o qual conseguiu em aproximadamente um ano de atividade
obter grande sucesso entre os k-poppers, trazendo um diferencial através da rádio online
voltada somente ao k-pop, a rádio “Debak” (www.radiodebak.com.br, que foi
recentemente filiada a MTV Brasil) e o site Kpop Station (www.kpopstation.com.br)
que organiza uma série de eventos off-line para a divulgação da cultura coreana.
No ramo editorial no país, o K-pop foi mencionado poucas vezes antes do sucesso
do cantor PSY. O caso mais conhecido entre a comunidade k-popper são as matérias da
revista “Capricho” em 2008 e 2009, sobre a banda TVXQ e sobre algumas bandas
coreanas. 68
O reconhecimento do k-pop no Brasil na TV veio primeiramente com o programa:
“Leitura Dinâmica” da Rede TV, o qual após solicitações de fãs na Internet divulgou o
estilo por meio de um programa especial e também divulgou os shows de k-pop no final
de 2011 e 2012 no país. Depois de realizar breves reportagens sobre k-pop ao longo de
suas programações, Maurício Varnum, editor de cultura do “Leitura Dinâmica”
anunciou aos k-poppers a confirmação de um especial sobre o K-pop no programa no
dia 28 de janeiro de 2011. A notícia foi celebrada pelos fãs, que se mobilizaram nas
redes sociais para divulgar o acontecimento e mostrar apoio à produção do programa,
criando eventos no Facebook, como também projetos de “Trendar” no Twitter a tag
67
Facebook é um site e serviço de rede social que foi lançada em 4 de fevereiro de 2004, operado e de
propriedade privada da Facebook Inc. Os usuários devem se registrar antes de utilizar o site, após isso,
podem criar um perfil pessoal, adicionar outros usuários como amigos e trocar mensagens, incluindo
notificações automáticas quando atualizarem o seu perfil. Além disso, os usuários podem participar de
grupos de interesse comum de outros utilizadores, organizados por escola, trabalho ou faculdade, ou
outras características, e categorizar seus amigos em listas como "as pessoas do trabalho" ou "amigos
íntimos" Fonte: Wikipédia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Facebook. Acesso em 22 de
Outubro de 2012.
68
TVXQ Na Revista Capricho! 29 de março de 2009. Acesso em 10 de Janeiro de 2010. Disponível em:
http://s2ingayo.wordpress.com/2009/03/29/tvxq-na-revista-capricho/
24
69
Evento do Facebook: Especial de KPOP no Leitura Dinâmica da REDE TV. Disponível em:
https://www.facebook.com/events/183730614992635/. Acesso em 20 de Setembro de 2012. Rede TV –
Leitura Dinâmica – Especial de Kpop 28/01. Por DBSKFANSBR em 26 de Janeiro de 2011.
Disponível em: http://dbskfansbr.com/noticias/rede-tv-leitura-dinamica-especial-de-kpop-2801. Acesso
em 22 de Setembro.
70
Vídeo da matéria disponível em: http://www.redetv.com.br/jornalismo/leituradinamica/. Acesso em 02
de Agosto de 2012.
71
Os Trending Topics ou TTs são uma lista em tempo real das frases mais publicadas no Twitter pelo
mundo todo. Valem para essa lista as hashtags (#) e nomes próprios. O recurso de Trending Topics usa
por padrão a abrangência total (worldwide), mas também é possível filtrar por países como Argentina,
Australia, Brasil, Canada, Estados Unidos, Itália, Alemanha, Espanha, Reino Unido e outros, ou cidades
como Boston, Londres, Los Angeles, Miami, Nova York, Rio de Janeiro, São Paulo e outras. Fonte:
Wikipédia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Twitter. Acesso em 13 de Outubro de 2012.
72
Explicação sobre a tag #kpopredetv. Disponível em: http://ttbr.info/t/%2523kpopredetv. Acesso em 02
de Agosto de 2012.
73
Tumblr é uma plataforma de blogging que permite aos usuários publicarem textos, imagens, vídeo,
links, citações, áudio e "diálogos", a maioria dos posts feitos no Tumblr são textos curtos, mas a
plataforma não chega a ser um sistema de microblog, estando em uma categoria intermediária entre o
Wordpress ou Blogger e o Twitter. Os usuários são capazes de "seguir" outros usuários e ver seus posts
em seu painel (dashboard). Também é possível "gostar" (favoritar) ou "reblogar" (semelhante ao RT do
Twitter) outros blogs. O sistema de personalização enfatiza a facilidade de uso e permite que os
usuários usem tags especiais do sistema para criar seus themes. Fonte: Wikipédia. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tumblr. Acesso em 13 de Novembro de 2012.
25
74
Tradução do Twitter: BOA NO ESPECIAL SOBRE KPOP NO LEITURA DINÂMICA DA
REDETV!. Por Rapha Hikaru em 30 de Janeiro de 2011. Disponível em: http://top-
japan.blogspot.com.br/2011/01/boa-no-especial-sobre-kpop-no-leitura.html. Acesso em 02 de Agosto
de 2012.
75
O evento fez parte de uma série de atividades efetuadas mundialmente pelo governo da Coreia do Sul,
devido às promoções relacionadas ao ano de visitação ao país. O Kpop Dance Cover Festival 2011 foi
realizado através de etapa online com a inscrição de vídeos pelo site: www.coverdance.org; até o dia 28
de Agosto de 2011, depois os escolhidos através de um esquema de seleção: pelo número de
visualizações: 30% da nota; pelo número de recomendações (uma ferramenta no próprio site para os que
estavam inscritos): 40% da nota; além da opinião de jurados do site com: 30% da nota, participaram da
segunda etapa regional onde os jurados e ídolos do k-pop escolheram o finalista para a terceira e última
etapa na Coreia.
26
76
Baseado em Diário de Campo em 2011 ao participar em algumas destas ações e acompanhar outras
pela Internet.
77
Consulta ao Twitter do grupo “Kolors Dance Group” @Kolors_Dance no período das postagens sobre
a participação no evento, no final de 2011.
27
As abordagens colocadas neste capítulo começam por buscar entender o que seria
a Internet e como ela foi desenvolvida ao longo dos anos, partindo de uma rede militar
focada no poder privado para uma rede pública focada no usuário e nos conteúdos que
este cria atualmente na Web 2.0 e, no segundo momento visa registrar os conceitos
teóricos do lazer atuais procurando verificar as relações entre ambos, Lazer e Internet e
suas possibilidades de criação de novas formas de lazer além dos desafios decorrentes
desta junção.
A extinção da rede pública deu chance à iniciativa privada de criar suas próprias
redes. Muitos provedores de serviços começaram a estabelecer suas próprias
possibilidades de conexão à Internet aproveitando as facilidades criadas pelo incentivo
prévio da construção dos computadores com acesso à rede pelo Governo. (CASTELLS,
2003)
Apesar do desenvolvimento da Internet, a partir desta iniciativa privada, nos anos
1990, a comunidade “não iniciada”, ou seja, a grande maioria da população ainda
encontrava dificuldades para entender o acesso às redes, sendo a troca e a localização de
informações difícil até mesmo para aqueles que já conheciam o sistema. (CASTELLS,
2003). Com isso, houve uma nova revolução tecnológica para expandir o uso da
Internet, a World Wide Web, que através de softwares (HTTP, MTML, URL e VRML)
criados para transformar o compartilhamento de informações via rede, transformou a
Internet em algo muito mais fácil e rápido de se acessar.
Os navegadores foram inventados para que mais pessoas pudessem ter acesso ao
conteúdo da Internet delineada através de uma série de códigos complexos, que passou a
ser fácil utilização por meio de ícones gráficos e aparência criada pelos navegadores.78
Esta facilidade de acesso para navegar na Internet foi o começo da identificação da
sociedade com esta forma de comunicação.
Consequentemente, podemos dizer que o processo de construção da Internet, que
começou em meados dos anos de 1960 e levou anos de pesquisa, somente na década de
1990 passou a ser algo “aberto” para a comunidade em geral. Como nova forma de
cultura “popular”, a Internet:
[...] deixa de ser ferramenta destinada apenas para a segurança e passa a ser
utilizada para vários fins, de acordo com cada interesse, tornando assim um
caminho de interação entre pessoas no mundo virtual. Pode-se compreender
esse tipo de interação como uma nova forma de cultura, sendo manifestada
virtualmente [...] (SILVA; FRAGA, 2010, p.6)
Conforme Santaella (2004), esta apropriação por parte dos usuários torna-se fácil
já que os mesmos só lidam com o ambiente virtual de forma superficial, pois não
precisam aprender muitas técnicas para realizar suas tarefas.
78
O primeiro navegador a ser mais utilizado foi o Netscape Navigator no ano de1994, seguido pelo
Internet Explorer (criado pela Microsoft, distribuído conjuntamente ao Windows 95). (CASTELLS,
2003).
31
Para o usuário, a execução dos protocolos da rede é até certo ponto fácil, na
medida em que não é necessário saber o que está por baixo da interface na
tela, muito menos como funcionam os programas computacionais e a
máquina em que esses programas são processados [...], basta memorizar um
plano técnico de indicações sumárias para que ele possa entrar na rede.
(SANTAELLA, 2004, p.39)
Web 2.0 refere-se não apenas a uma combinação de técnicas informáticas [...]
mas também a um determinado período tecnológico, a um conjunto de novas
estratégias mercadológicas e a processos de comunicação mediados pelo
computador.
O foco da Web 2.0 é o internauta e as formas pelas quais utiliza a rede. Ele
procura novas formas de interação, entre diversos dispositivos e serviços, que
proporcionem novas experiências online e que possam atualizar constante e
gratuitamente informações de suas ações na rede e fora dela. Desta maneira, o
internauta passa através desta interação a agregar conteúdos à cultura da Internet,
reforçando a inteligência coletiva deste meio de forma espontânea e conjunta.
(LACALLE, 2010)
O papel do internauta na Web 2.0 é imprescindível:
Não é por acaso que a revista Time tenha nomeado como o homem do ano de
2006 justamente o internauta, figurativizado em sua capa diante de um
computador com um espelho ao invés de tela, onde aparecia a palavra ‘You’.
O semanário norte-americano homenageava, dessa maneira, ‘todas as pessoas
que participaram da explosão da democracia digital’, utilizando a Internet
para difundir palavras e imagens, e contribuindo com o êxito planetário de
algumas páginas como YouTube ou MySpace. A incidência da Internet em
nossas vidas chega ao ponto de homologar nossa era como ‘a era da
sociedade da Rede’. (LACALLE, 2010, p. 84, grifo do autor)
Pelo fato de que cada vez mais os usuários se tornam familiarizados com a
Internet, uma vez que “[...] podemos notar que as sociedades aceitaram, na sua maioria,
a revolução tecnológica e a partir de então passaram a viver cada vez mais atreladas a
elas” (COSTA; ALMEIDA, 2009, p.3), o processo de revolução tecnológica levou as
pessoas a procurarem entrar em contato com meios de comunicação na rede que os
auxiliassem a manter suas relações sociais no âmbito do ciberespaço, o que nos ajuda a
compreender o crescimento dos blogs, redes sociais e outros adventos da Web 2.0.
33
O autor Neulizer (1967) contribuiu com De Grazia ao afirmar que o lazer mais
puro é aquele exercido só com a intenção de usufruir e se satisfazer daquela atividade,
sem pensar em possíveis implicações que derivem ou influenciem qualquer outra
atividade. Desse modo, para ambos os autores somente o tempo da atividade em si não
caracteriza o usufruto do lazer, pois devemos ter em mente a busca por satisfação
caracterizada pela intenção/motivação/atitude de qualquer atividade, seja ela trabalho ou
lazer. (SESSOMS; HENDERSON, 1999) 80 O autor Marcellino (2008) também reforça
a discussão sobre o trabalho ser um tipo de atividade de lazer ao passo que também
pode gerar satisfação.81
O lazer segundo a variável tempo é representada mais especificamente a partir da
era moderna e da separação dos tempos de trabalho e de lazer. (MELO; ALVES
JUNIOR, 2003; CAMARGO, 1986; MARCELLINO, 2002).
79
Original: “Leisure is freedom from the necessity of being occupied. This includes freedom from the
necessity to labor, but it could also embrace any activity one finds necessary to perform, but would fain
be free of…Leisure is a state of being in which activity is performed for its own sake or as its own end”
80
Desse modo pode-se dizer que até o trabalho seria um tipo de atividade de lazer, ao passo que o
trabalho também pode gerar satisfação. (MARCELLINO, 2008)
81
Discussão também efetuada por Padilha (2001, p.56) a cerca do “antilazer”, ao dizer que o mesmo pode
ser “[...] definido como uma atividade de lazer que se mescla com as finalidades de uma obrigação
institucional”.
35
Para o autor, o lazer deve ser escolhido pelo sujeito durante seu tempo livre, ou
sem obrigações, para que pratique atividades que visem à satisfação, o descanso, o
divertimento, o desenvolvimento e a sociabilidade de forma desinteressada.
Outros autores pioneiros na produção teórica do lazer no Brasil seguem a linha
teórica do autor referido, como Medeiros (apud SILVA et al., 2011, p.16), que define
lazer como “[...] o espaço de tempo não comprometido do qual podemos dispor
livremente porque já cumprimos nossas obrigações de trabalho e de vida”; e Requixa
(1980, p.35), que define o lazer como “[...] ocupação não obrigatória, de livre escolha
do indivíduo que a vive e cujos valores propiciam condições de recuperações de
recuperação psicossomáticas e de desenvolvimento pessoal e social”.
Internacionalmente existem aqueles que também conceituam o lazer através do
tempo livre, como Henderson, Bialeschki, Hemingwy, Hodges, Kivel e Sessons (2001,
p.16, tradução e grifo nosso), que adotam a mesma linha teórica ao definirem o lazer
através de suas pesquisas: “Nós aceitamos o tempo de lazer como período de não
trabalho e concordamos que ao passo que experiências de lazer sejam mais prováveis
de ocorrer durante o tempo livre, não são limitadas ao tempo ou atividades
específicas”82
Apesar de ser amplamente conhecida e aceita, a definição de “tempo livre” de
Dumazedier recebe algumas críticas. Segundo Padilha (2000), o lazer não é feito de
modo totalmente desinteressado, pois, atualmente, as obrigações e as atividades de lazer
se entrelaçam, o que invalidaria a afirmação de Dumazedier. Contribuindo com a
autora, Marcellino (2004) ressalta também o tempo das necessidades fisiológicas e o
tempo de não fazer nada, não compreendidos na definição de “tempo livre” de
Dumazedier (1980); e acaba por propor o termo “tempo disponível” ao invés de “tempo
livre” para denominar o tempo de lazer.
No que se refere às possibilidades de uso do tempo, segundo os autores Bulls,
Hoose e Weed (2003, p. 33-34, tradução nossa), o tempo entre obrigações e lazer pode
ser dividido em cinco categorias: “[...] obrigações do trabalho, necessidades
fisiológicas, obrigações não relacionadas ao trabalho e o lazer”.83 O conceito de “tempo
82
Original: “[…] We accept leisure time as nonwork time and agree that while a leisure experience is
more likely to occur during one´s free time, it is not limited to a specific time or activity […]”.
83
Original: those of work obligations, physiological needs, non-work obligations and leisure.
36
84
Para saber mais sobre Educação para e pelo lazer ver: Marcellino (2008) e Camargo (1998).
37
Embora acreditando que através das produções científicas, o lazer tenha sido
beneficiado com uma série de conceitos e definições, ainda é difícil indicar um único
85
Cabe ressaltar o foco de Gomes no espaço/tempo em que as atividades de lazer ocorrem, já que poucos
estudiosos abordam o lazer por meio desta perspectiva, além do lazer na Internet ter forte ligação com a
abordagem desenvolvida pela autora.
38
entendimento sobre o lazer. Todavia, reconhecermos que Silva et al. (2011, p.32) possa
ter uma direção teórica nesse sentido:
86
Original: the biggest information center available in our society.
39
propor o interesse turístico, esta proposta parece ousada, no entanto a nosso ver, uma
vez que as formas de se relacionar com o lazer mudaram de modo significativo após a
Internet a proposta parecer ser aplicável.
Com a disseminação do uso da Internet no âmbito do lazer, surgiram formas de
interagir, outras manifestações culturais, promovendo maior interatividade e integração
permeadas por novos interesses. (SCHWARTZ, 2007; ANTUNES; PIRES, 2007). As
autoras Fraga e Silva (2010) destacam a utilização da Internet e a forma pela qual as
pessoas participam de novas interações e, consequentemente, criam interesses neste
espaço, os quais levam à procura de novos hábitos e práticas na sociedade.
em algumas pesquisas. Por exemplo, a crítica que coloca a Internet como um espaço
somente de consumo, onde seus usuários realizariam de forma instrumental suas
atividades, o que vai ao encontro do que a autora Santaella (2004) aborda quando fala
sobre os usuários da Internet.
Por outro lado, a autora supracitada destaca que o ambiente virtual contribuiu para
um lazer além daquele fornecido pela mídia de massa. “Em suma, as novas tecnologias
começaram a descentralizar a comunicação massiva, afetando a recepção de massa ao
permitir ao usuário maior controle sobre o processo de comunicação” (SANTAELLA,
2004, p.62).
Quer dizer, a cultura virtual não brotou diretamente da cultura de massas,
mas foi sendo semeada por processos de produção, distribuição e consumo
comunicacionais a que chamo de “cultura das mídias”. Esses processos são
distintos da lógica massiva e vieram fertilizando gradativamente o terreno
sociocultural para o surgimento da cultura virtual ora em curso.
(SANTAELLA, 2004, p.24)
Com este “controle”, realçado por Santaella (2004), o usuário pode ampliar seus
interesses, construindo o seu próprio repertório de mensagens a serem recebidas.
Ao abordar a relação entre o consumo de alguma cultura (ligado muitas vezes à
passividade) em relação à prática, Marcellino (2008, p.68) expõe que: “A distinção
entre a prática e o consumo é acompanhada, via de regra, por juízos de valor. À
apologia da prática, frequentemente colocada, opõem-se os perigos da passividade do
consumo”. Sobre as atividades de lazer, Dumazedier (1976, p. 257) esclarece que não
existem atividades ativas e passivas e que “[...] será pela atitude que o indivíduo assumir
com relação às atividades decorrentes do próprio lazer” que poderemos verificar a sua
relação com a atividade em si mesma, ou seja, cada atividade tem um fim em si. Nesse
caso, “[...] tanto a prática quanto o consumo poderão ser ativos ou passivos”
(MARCELLINO, 2008, p.68-69).
Sobre as atitudes que um participante ativo deveria ter, Dumazedier (1976, p.262)
destaca “[...] todas as possibilidades de sua sensibilidade e inteligência para refazer, do
melhor modo possível e a seu modo, o caminho percorrido pelo criador”. Todavia,
como ressalta Marcellino (2008, p.69), não podemos “[...] deixar de considerar que as
barreiras sócio-econômicas e o baixo nível educacional criam todo um clima favorável
para indústria cultural”.
Portanto, no que se refere à Internet e a suas possibilidades como atividade de
lazer, é possível afirmar que esta pode ser uma atividade ativa ou passiva dependendo
41
Com o tempo, outras pesquisas sobre a Internet trouxeram análises mais coerentes
sobre este fenômeno, porém, as questões que “[...] dominam o debate público
continuam sendo expressos em dicotomias simplistas, ideológicas, que dificultam uma
87
Para lazer doméstico ver: Camargo (1998).
42
[...] não há indícios, a partir dos dados, de que indivíduos que têm agora
acesso à Internet em casa e o utilizam estejam gastando menos tempo
assistindo televisão, lendo livros, ouvindo rádio ou envolvidos em atividade
social na casa se comparados a indivíduos que não têm (ou não têm mais)
acesso à Internet em casa. As únicas mudanças que podem ser associadas ao
ganho de acesso à Internet são um aumento do tempo dedicado ao e-mail e ao
surfe na web – um resultado espantosamente óbvio. (ANDERSON;
TRACEY apud CASTELLS, 2003, p. 101)
Colaborando com os estudos dos autores, Baym (apud CASTELLS, 2003, p.100)
realizou uma pesquisa sobre “[...] o comportamento de comunidades on-line com base
em seu estudo etnográfico dos r.a.t.s (um news groups que discutia telenovelas)”,
analisando que “[...] a realidade parece ser que muitos, provavelmente a maioria, dos
usuários sociais da comunicação mediada por computador criam personalidades on-line
compatíveis com suas identidades off-line”.
Entre os estudos realizados, existiram levantamentos de dados que revelaram
perda na sociabilidade de alguns usuários da Internet, ao passo que “[...] embora os
usuários da Internet não mostrem sociabilidade declinante, após certo limiar de
atividade on-line eles de fato substituem outras atividades, como serviços domésticos, o
cuidado da família ou o sono” (CASTELLS, 2003, p.104). Consequentemente, podemos
dizer que por mais que o possível isolamento provocado pela Internet seja amplamente
difundido pelos críticos, através de pesquisas empíricas, constatou-se que na maioria
das vezes os usuários utilizam a Internet de forma a manter seus laços de
relacionamento e, eventualmente existem aqueles que tendem, após certo limiar,
sacrificar seu período off-line pelo on-line.
Neste contexto, existem também os debates sobre os usuários que ultrapassam os
limites de conduta e/ou realizam a corrupção do lúdico88 em suas práticas de lazer na
Internet. No entanto, ao passo que a Internet apresenta-se somente como “[...] uma
88
Aqui abordamos a corrupção do lúdico tal qual o faz Camargo (1998) em “Educação para o Lazer”. No
livro o autor fala sobre a violência, os jogos de azar, a fantasia que pode vir a tornar-se esquizofrenia ou
paranoia. No âmbito da Internet podemos citar os mesmos exemplos só que no mundo virtual.
43
extensão da vida como ela é em todas as suas dimensões e sob todas as modalidades”
(CASTELLS, 2003, p.100), a possibilidade de existirem condutas incorretas no meio
virtual são as mesmas que fora da Internet. Contudo, as abordagens dos aspectos
negativos da Internet devem ser tratadas para que o lazer na Internet possa ser
compreendido de forma ampla e multifacetada, já que toda atividade pode apresentar
um viés negativo.
Ao tratar das interações sociais na Internet, Schwartz et al. (1998 apud
SCHWARTZ, 2007, p.161) apontaram que o lazer tem como “[...] principais fatores de
aderência [..] a procura por diversão e de interação social como objetivos que motivam
o acesso dos sujeitos à Internet”.
O primeiro autor que definiu as agregações no ciberespaço foi Rheingold (apud
FREIRE, 2010, p.49), que cunhou a expressão comunidade virtual que seria formada
por “[...] agregações sociais oriundas da net quando inúmeras pessoas participam com
bastante sentimentos humanos formando teias relações interpessoais no ciberespaço”.
Na base da formação das comunidades virtuais, destacam-se duas características:
a primeira característica diz respeito ao fato de que estas agregações são fruto e nascem
a partir de uma comunicação livre, que surge da espontaneidade dos envolvidos e que
pode ser entendida como uma prática fundamental dentro da rede, visto que em uma era
globalizada dominada por conglomerados de mídia e burocracias governamentais,
reunir-se para criar um conteúdo original voltado para suas próprias necessidades e
anseios seja algo difícil. É o caso das iniciativas dos próprios hackers que, com suas
criações em um movimento de contracultura, auxiliaram de baixo para cima o
desenvolvimento da Internet. (CASTELL, 2003; LEVY 2010).
A segunda característica diz respeito à “formação autônoma de rede”, já que todo
usuário tem a possibilidade de “[...] encontrar sua própria destinação na Net, e, não a
encontrando, de criar e divulgar sua própria informação, induzindo assim a formação de
uma rede” (CASTELLS, 2003, p.49). Segundo Côrrea (2005, p.3), outra especificação
importante no surgimento de uma comunidade virtual é o fato de ser “[...] capaz de
aproximar, de conectar indivíduos que talvez nunca tivessem oportunidade de se
encontrar pessoalmente.” Por se tratar de um ambiente que ignora definitivamente a
noção de tempo e espaço como barreiras. Por sua vez, Almeida, Gutierrez e Marquez
(2007) colaboram com a autora ao especificarem a Internet como um local onde
atividades sequer imagináveis no passado podem ser criadas, ou seja, não só pessoas
podem ser conectadas, mas também diferentes experiências.
44
A apropriação das ferramentas da Web 2.0 e sua relação com a expansão das
experiências de lazer começou a ser discutida por alguns autores, como Vianna (2007) e
Corrêa (2004; 2005), porém poucas são as pesquisas de lazer nesta área – no campo dos
estudos de mídias já existem trabalhos há muito tempo. As possibilidades para o lazer
criadas na Internet são muitas, sendo destacadas geralmente aquelas as quais ajudam na
construção de comunidades de interesse e também na identidade dos indivíduos, como é
abordado por Maffesoli (apud GAMA, 2005, p. 56)
89
Orkut: é uma rede social filiada ao Google, criada em 24 de Janeiro de 2004 com o objetivo de ajudar
seus membros a conhecer pessoas e manter relacionamentos. Seu nome é originado no projetista chefe,
Orkut Büyükkökten, engenheiro turco do Google. O alvo inicial do orkut era os Estados Unidos, mas a
maioria dos usuários são do Brasil e da Índia. Fonte: Wikipedia. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Orkut#cite_note-2. Acesso em 4 de Dezembro de 2012.
45
Deste modo, podemos dizer que o ambiente virtual trouxe novas formas e
atividades de lazer, que fazem parte de uma cibercultura, como coloca Levy (2010),
onde à interação entre os usuários faz com que este espaço multifacetado tome forma e
seja possível.
3. MÉTODOS E TÉCNICAS
92
Fanbases é o nome que se dá originalmente aos fãs clubes ou base dos fãs.
49
93
Original: When I write about fan culture, then I write both as an academic (who has access to certain
theories of popular culture, certain bodies of critical and ethnographic literature) and as a fan (who has
access to the particular knowledge and traditions of that community). My account exists in a constant
movement between these two levels of understanding which are not necessarily in conflict but are also
not necessarily in perfect alignment.
51
94
Original: Fans engage in a range of activities related to their passion: they write derivative literature
called fan fiction, they create artworks, they write what’s known as meta (analyses of fandom itself, or
analysis of analysis), they play role-playing games, they blog, they make fan vids, and they organize
and attend conventions. Not least, they create and pass along a culture, with its attendant rules of
behavior and acceptability.
95
Original: Fandom involves a particular set of critical and interpretive practices […] Fandom
possesses particular forms of cultural production, aesthetic traditions and practices. Fan artists, writers,
videomakers, and musicians create works that speak to the special interests of the fan community. Ther
work appropriate raw materials from the commercial culture but use them as the basis for the creation
of a contemporary folk culture.
52
96
Avatar é uma imagem utilizada na Web em redes sociais ou espaço de relacionamento pelos usuários
para se identificarem no meio. Geralmente os usuários utilizam uma foto a qual trás o off-line para o
online, ou seja, uma foto de si mesmo, contudo, existe também a opção de optar por uma imagem do
imaginário fandom como uma foto de um ídolo ou símbolo / código deste universo.
54
As conexões dentro desse grupo de fãs são construídas através dos laços
97
Noob é uma palavra inglesa que signigica novo e é utilizada para se referir àqueles que são novos
dentro do fandom.
55
sociais, que por sua vez são formados através da interação social entre os
atores [...]. Dentro de um fandom, a interação é essencial para um
crescimento de qualidade do fórum. E dessa forma, graças a maior
proximidade dos membros, os laços entre eles ficam cada vez mais fortes.
Contudo, existem “noobs” que podem ser mal interpretados como “posers”,
aqueles que não sabem nada sobre k-pop, mas fingem serem fãs devotos ou utilizam a
“imagem” ou identidade dos fãs para se autopromover sem ao menos saberem algo
sobre as bandas. A discussão sobre “posers” e “haters” dentro do fandom é intensa
online e off-line, pois alguns fãs rotulam outros muitas vezes por abordarem assuntos
tidos como dispensáveis por alguns ou por mesmo exagerarem no repúdio aos mesmos,
gerando discussões e até mesmo gifs/memes98 fervorosas sobre o assunto.
Figura 11 - Troca de informação entre a fanbase do grupo Infinite através de ferramentas das redes
sociais. 99
Fonte: YouTube, gravação dezembro de 2012.
98
Gifs e memes são imagens “animadas” ou não que são elaboradas pelos fãs sobre assuntos do próprio
fandom. Alguns fanpages no Facebook e alguns Tumblr se dedicam a este tipo de comunicação como:
VidadeKpopLover e Kpopteria.
99
Neste vídeo do grupo Infinite, da música The Chaser (em inglês e hangul, a escrita coreana) postado no
site Youtube pela LOEN empresa de divulgação de entretenimento coreano, para entender o significado
das funções veja o Anexo 1, (lembrando que nesta figura não estão especificados os Main Vocal ou
Main Rapper )
56
Discussões sobre este tipo de assunto foram frequentes no ano de 2012 em duas
comunidades dedicadas ao k-pop no Facebook, Boteco do Kpop Station e
SarangInGayo – The Community100; e alguns dos tópicos levantados sobre condutas
“não corretas” dentro das práticas k-poppers foram mais corriqueiros como: fãs que
começam a se achar “especiais” por gostarem de k-pop; k-poppers que se referem
àqueles que não gostam de k-pop como “mortais”, utilizar a Timeline do Facebook para
postar assuntos relacionados de k-pop “24h por dia”, briga entre fandoms; entre outros.
Não cabe aqui ressaltar o que está certo ou errado nestas discussões, mas sim analisar
alguns comportamentos tidos como não corretos por alguns dentro do próprio fandom.
Sobre estas discussões, elas ocorrem muitas vezes para colocar em questão
algumas práticas dos fãs, a fundadora do site SarangInGayo, Nathália Pak (2012)
ressalta que os k-poppers “[...] gostam de criar assuntos, discussões que possam levar
em consideração a maioria das opiniões”; mesmo que isso seja difícil, pois entrar em
um consenso em um fandom tão grande muitas vezes pode ser um desafio.
Este lado não tão positivo do fandom de k-pop vai ao encontro das palavras de
Castells (2003), posto que toda atividade cultural seja multifacetada, as possibilidades
de condutas “incorretas” podem ocorrer tanto online como off-line.
Dado o fato de que o k-pop é uma cultura asiática, poderíamos considerar que os
imigrantes de asiáticos estivessem entre a maioria étnica dos k-poppers - pois no Brasil
predomina a maior representação de japoneses fora do Japão e se comemore os 50 anos
de imigração coreana em 2012 / 2013 - porém, a grande miscigenação brasileira fez
com que o resultado fosse bem distribuído. Podendo responder através de múltipla
escolha, os k-poppers seguiram as tendências do “Censo 2010” 101
, com a etnia
“Caucasiana” como maior representante, “Afrodescendente” como segunda, mas
curiosamente “Indígena” e “Asiática” empataram, ao contrário da pesquisa nacional.
100
Estas discussões ocorreram durante o ano de 2012 com pouca frequência, mas foram presentes em
algumas semanas no primeiro semestre. Quando estes grupos eram mais fechados e os membros
costumavam a discutir mais assuntos e postarem notícias para divulgação do universo kpop. Com o
tempo ambos os grupos cresceram muito em pouco tempo e os temas abordados passaram a serem
outros, os quais devido às atualizações constantes por dia fizeram com que a possibilidade de seguir e
até mesmo discutir estes assuntos mais “reacionários” cai-se em desuso ou diminui-se drasticamente.
Atualmente os assuntos mais discutidos são: divulgação de grupos covers, fanfics, fanpages e outros
grupos, além de outros assuntos os quais eram discutidos mais profundamente no começo como:
videoclipes, comebacks e debuts aguardados, scandals, eventos de k-pop e alguma discussão mais
profunda de tempos em tempos.
101
Censo 2010: população do Brasil deixa de ser predominantemente branca. Por Alessandra Duarte
em 29 de Abril de 2011. Disponível em: http://oglobo.globo.com/politica/censo-2010-populacao-do-
brasil-deixa-de-ser-predominantemente-branca-2789597#ixzz2EMbaB0dq. Acesso em 04 de Dezembro
de 2012.
57
Entre algumas das opções colocadas no campo “Outros” estão: europeia, latina e parda.
No que se refere ao gênero, o feminino representa a maioria entre os fãs com 85%,
enquanto o masculino fica com 15%. Procurando verificar a faixa etária entre os fãs,
revelou-se que a maioria deles se encontra entre a idade de 16 anos a 18 anos com 46%.
Logo, em segundo lugar estão aqueles com 19 a 22 anos com 28%, sendo menor de 16
anos com 14% em terceiro lugar, ou seja, podemos inferir que a maioria dos k-poppers
que utiliza a Web 2.0 para praticar suas atividades de lazer encontra-se na adolescência
ou juventude. Entre outras faixas etárias ficaram: 23 a 25 anos com 8%, quase a metade
do terceiro lugar; e de 26 a 29 anos e mais de 30 anos, verificamos as menores
porcentagens com 3% e 1% respectivamente.
Ao verificarmos que a maioria dos fãs está na fase da juventude recorremos a
Uvinha (2001), o qual definiu a juventude e os esportes radicais, para analisarmos a
paixão por parte dos jovens pela música e a relação com a construção de uma identidade
de tribo. Embora sejam duas tribos diferentes, k-poppers e praticantes de esportes
radicais, têm algumas características em comum: o objeto dos fãs proporciona uma
quebra de barreiras, além de dar possibilidades à inovação, no caso dos esportes radicais
a própria atividade em si, e no k-pop a música e cultura asiáticas totalmente diferentes
da brasileira. Neste sentido a música pop coreana tem o poder de dar aos jovens uma
ferramenta importante na busca de sua identidade, criando um ambiente onde o jovem
58
102
Loja Virtual – KoreanIn Store. Disponível em: http://koreainmz.wix.com/lojakoreain. Acesso em 03
de Abril de 2012.
103
Aqui coloco também a minha própria influência sobre minha irmã e conhecimento sobre meus
próprios amigos os quais costumam compartilhar kpop com seus irmãos e irmãs.
59
Uma das matérias mais significativa 104 na época foi exibida pelo “Fantástico” 105
da Rede Globo por aproximadamente 3 minutos. A matéria tratou o k-pop
holisticamente abordando a fama dos ídolos na Coreia e a paixão dos fãs brasileiros na
fila do show e, apesar de tratar de forma simplista o fenômeno e ser muito curta, a
matéria foi satisfatória no sentido de ressaltar a existência do fandom no país. Contudo,
salvo as exceções, outras matérias 106 fizeram críticas ao estilo a partir de uma visão
minimalista do fenômeno, fazendo com que os fãs se mobilizassem enviando e-mails
como também lotando os comentários das matérias com palavras de objeção, apontando
os erros e também o sensacionalismo do conteúdo.
Ao falarmos sobre eventos de cultura asiática, 16%, podemos nos referir aos
104
Aqui colocamos a palavra significativa devido ao grande índice de audiência do programa.
105
Matéria: Música pop sul-coreana faz sucesso entre grupos de jovens brasileiros. Audiovisual
produzido por: Evelyn Kuriki, editado por: Wagner Suzuki e Fernando Nakajato. Exibido dia 18 de
Dezembro de 2011. Disponível em: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1677314-
15605,00-MUSICA+POP+SULCOREANA+FAZ+SUCESSO+ENTRE+GRUPOS+DE+
JOVENS+BRASILEIROS.html. Acesso em: 24 de Abril de 2012.
106
As matérias abaixo foram criticadas pelo fandom por serem baseadas em um jornalismo no mínimo
simplista e sensacionalista.
Lívia Machado, 14 de Dezembro de 2011. Playback, rebolado e histeria marcam festival de k-pop no
Brasil. Disponível em: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2011/12/playback-rebolado-e-histeria-
marcam-festival-de-k-pop-no-brasil.html. Acesso em 17 de Dezembro de 2011.
Claudia Sarmento, 30 de Abril de 2012. Com refrãos grudentos em inglês, as bandas de K-pop viram
fenômeno além da Ásia. Disponível em: http://oglobo.globo.com/cultura/com-refraos-grudentos-em-
ingles-as-bandas-de-pop-viram-fenomeno-alem-da-asia-4724856#ixzz2IbkOWVXx. Acesso em 20 de
Junho de 2012.
Carlos Albuquerque, 25 de Abril de 2012. Crítica: K-pop tenta reinventar o chiclete musical.
Disponível em: http://oglobo.globo.com/cultura/critica-pop-tenta-reinventar-chiclete-musical-
4725625#ixzz1vz39HsN5. Acesso em: 20 de Junho de 2012.
60
eventos da comunidade coreana, os quais ocorrem com mais frequência em São Paulo,
devido ao número significativo de imigrantes, como o: “Festival da Cultura Coreana”,
que desde sua 6º edição em maio de 2011 no bairro do Bom Retiro passou a ter o k-pop
como parte da programação, através de apresentações de grupos de fãs covers e também
a participação do DJ MASA107, reconhecido internacionalmente por fazer remixes com
músicas coreanas. No entanto, também podemos nos referir a eventos consagrados pelo
público fã da cultura de entretenimento asiático como Anime Friends, Anime Party que
acontecem em todo Brasil 108 , focados na tribo dos otakus (fãs de mangá e anime
japoneses), os quais deram início a estas grandes reuniões e aos poucos deram espaço
para os k-poppers.
No passado, relacionados exclusivamente à cultura asiática, estes eventos
começaram há alguns anos a receber outros fandons como: amantes de séries de TV e
também amantes de livros de ficção como Harry Potter e Senhor dos Anéis, os quais
não tinham muitos eventos para se promoverem. Aos poucos os eventos foram cedendo
lugar para o k-pop em suas convenções, e, em suas edições no ano de 2012, muitos
eventos passaram a ter expositores com produtos de kpop e também a realizar concursos
de covers, uma das práticas mais recorrentes dentro do fandom.109 Apesar de abrigarem
o k-pop, ainda há muitos otakus que não aceitam os k-poppers apesar de já estarem
acostumados com outros fandons.
Entre as opções “Outros”, 7%, apareceram uma série de atividades e produtos da
Hallyu, sendo Pump It 110 (uma máquina de dança coreana) e Doramas (drama asiático)
os dois mais mencionados, além de: Anime, Video Game, Revistas, Taekwondo e
Sozinho.
107
O DJ MASA ou Carlos Henrique Brandão construiu sua carreira como DJ desde 2005 e entrou na cena
do kpop por ser fã e, através de seus mashups tornou-se referência na Internet após milhares de
visualizações. Para saber mais acesse www.masamixes.com. Acesso em 17 de Maio de 2012.
108
Disponíveis em: http://www.animefriends.com.br/ e http://www.animeparty.com.br/. Acesso em 14 de
Outubro de 2012.
109
Estes depoimentos são parte do diário de campo dos eventos referidos no ano de 2011 e 2012 em São
Paulo.
110
A máquina Pump It Up já tinha muita fama antes mesmo da Hallyu que vivemos atualmente e, alguns
artistas da primeira geração como BoA, 1TYM, H.O.T eram conhecidos entre aqueles que dançavam.
(Mii, Rádio Blast, 19 de Setembro de 2011. Disponível em:
hhttp://www.radioblast.com.br/popdrops/2011/09/introducao-ao-k-pop-parte-1). Acessado em 10 de
Novembro de 2012.
61
Acredito que muitos fãs de k-pop utilizam a maior parte de seu tempo
procurando novas informações sobre suas bandas ou ídolos favoritos, são
praticamente devoradores de notícias. Assim como também existem aqueles
que não utilizam a web com tanta frequência, são usuários normais. (HUGO,
62
online, 2012)
Q. 97: No Brasil não há muita divulgação do K-Pop sendo que as fontes que
começaram a divulgar (como o Leitura Dinamica) foram justamente por
causa da internet. Na internet não tem um lugar próprio, apenas gente que
fala o mesmo idioma, por isso acontece do k-pop se espalhar mais fácil (pois
a cultura coreana é extremamente diferente e não são muitos que aceitam e
se interessam por ela, na internet essas pessoas ficam mais próximas).
Q. 174: Sem a internet, e principalmente a web 2.0, acredito que o Kpop não
teria praticamente força nenhuma, no Brasil e no mundo. Até por que a
mídia convencional mostra super pouco de Kpop, e o que mostra é por causa
da fama na internet, portanto seria MUITO difícil para conhecer e adquirir
material de artistas.
63
Q. 242: A Web 2.0 tem ajudado bastante na divulgação do kpop, a cada dia
páginas e páginas são criadas com o intuito de mostrar ao mundo esse
grande estilo. Redes sociais estão cada vez mais acessadas e com isso, a
transmissão de informações acelera e muito. Antes no Brasil, pouco se ouvia
falar sobre kpop. Hoje em dia é difícil encontrar alguém que não conheça,
principalmente depois do hit Gangnam Style do PSY estourar pelo mundo.
ela certamente, não haveria meios para que o público tivesse acesso a essa
cultura. A chance de que a mídia impressa e a televisão, por exemplo, desse
visibilidade a esse assunto é mínima. (PARK, 2012, online)
Entendi o que era “k-pop” em 2007, 2008 quando percebi que a música
coreana estava começando a atingir o mundo ocidental. Mas já era fã desse
movimento sem saber desde 1990 e alguma coisa. (PAK, online, 2012)
65
Ao pesquisarmos uma das primeiras redes sociais da Web 2.0 de sucesso entre os
internautas no Brasil, o Orkut - apesar de não ser de grande expressão entre as redes
sociais atualmente - verificamos o que pode ser colocado como o começo do fenômeno
do k-pop na Internet brasileira. Com os anos, o Orkut viu sua popularidade decrescer e a
maioria dos brasileiros começou a utilizar outros tipos de rede como o Facebook.
111
Comunidades no Orkut: Shinhwa, http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=124258; H.O.T,
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=104920; S.E.S,
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=206369;Baby V.O.X,
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=344647. Acesso em 01 de dezembro de 2012.
112
Comunidades no Orkut: Korean Music, http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=666965; J-
pop e K-pop, http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=135263. Acesso em 01 de dezembro
de 2012.
66
sua descrição as datas em que foi alcançando mais membros em sua comunidade),
podemos inferir que apesar de ter começado com pouca participação, a comunidade de
fãs de k-pop foi crescendo gradativamente.
entendido desde o ano de criação em 2004 até a última atualização dentro dos tópicos
dos fóruns em meados de 2011. 113
Além de se organizarem por comunidades, muitos fãs se reuniam para
desenvolverem sites e fóruns com seus amigos sobre suas bandas preferidas nos
primeiros anos de 2000, ultrapassando o limiar de fãs espectadores para uma
participação ativa. Divulgando a cultura do k-pop e Hallyu, como podemos ver no
depoimento dos entrevistados:
Quando conheci o k-pop, havia poucas pessoas que conheciam até mesmo os
artistas mais conhecidos na Coreia. Foi logo de início que parti para a
divulgação, abrindo sites como o TVXQ Brasil, o Super Junior Brasil, dentre
outros. (PARK, online, 2012)
113
Comunidades no Orkut: BoA, http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=56527; Dong Bang
Shin Ki; http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=495801; SE7EN,
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=641236; Rain / Jung JiHoon,
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=688778. Acesso em 01 de dezembro de 2012.
114
Atualmente utilizado como back-up do site SarangInGayo.
68
com os anos. Atualmente, o site figura como um dos maiores portais de notícias sobre
k-pop e cultura coreana no Brasil, tornando-se referência ao conseguir integrar várias
redes sociais como YouTube, Twitter e Facebook.
Com o tempo a divulgação por parte dos fãs foi aumentando em todas as redes
disponíveis e novos projetos de sites de notícias foram efetuados por “fãs mais recentes”
como Vitor Hugo (aka iChiGo), fundador do site Kpop Brasil.
Por amor a ambos, tanto a música quanto a cultura, conheci a cultura através
da musica, e por ser uma cultura incrivelmente diferente da nossa, é válido
mostrar para quem não conhece, assim o preconceito deixa de existir e tanto a
cultura, quanto o k-pop ganham mais seguidores. (SOARES, online, 2012)
Entre as três atividades acima, podemos destacar o cover das coreografias das
músicas de k-pop como a produção cultural que mais se diferencia de todos os outros
fandoms de entretenimento.
O K-cover é uma prática bastante exercida pelos fãs, que se reúnem para ensaiar
coreografias, chegando a formar grupos que se apresentam regularmente em eventos e
concursos como os citados, os quais podem ser produzidos pelo próprio Governo da
Coreia do Sul, por Agências em atividades promocionais de seus artistas e também por
115
Original: The number of “cover dance” videos by K-pop fans being uploaded onto YouTube far
exceeds the number of videos by K-pop singers themselves. The “cover dance” is an extraordinary
cultural phenomenon in which fans imitate the dances of their favorite singers […]. Sometimes, there
are even dance teams that show more skill than the original artists themselves, and teams that
reinterpret dances on their own.
71
116
Curiosidade: Doramas coreanos são exibidos na América Latina. Giuliano Peccilli, 17 de março
de 2010. Disponível em: http://www.jwave.com.br/2010/03/curiosidade-doramas-coreanos-sao.html.
Acesso em: 14 de Novembro de 2012.
117
Blog do Canal: http://tvcoreia.blogspot.com.br/. Acesso em 14 de Novembro de 2012.
118
Os quais podem ser “roubados” e vendidos como dvds em bairros como Liberdade na cidade São
Paulo por exemplo.
72
119
Verificado empiricamente através de diário de campo off-line e online dentro do período de 2011 e
2012.
74
O objetivo final é ser capaz de ler as respostas de seus ídolos '. [...] eles se
juntam os fã-clubes. Esta é a melhor solução para obter informações, troca de
opiniões e artefatos, e acima de tudo, ter um grupo de fãs com quem podem
compartilhar as mesmas experiências. (SIRIYUVASAK; SHIN, 2007, p.
122-123, tradução nossa)120
Podemos perceber a partir destes dados que o k-popper ainda está conhecendo
mais sobre seus ídolos e sobre a cultura coreana e consumindo produtos relacionados ao
k-pop do que efetuando atitudes de produção cultural. As possibilidades de participação
também são inúmeras posto que somente fique restrita a imaginação dos fãs e aos meios
de comunicação que utilizem. Sobre isso, cabe ressaltar a nova forma de comunicação
que proporcionou aos k-poppers crescessem em todo o mundo, seja na construção da
identidade, na organização ou no número de atividades realizadas pelos fãs, a Web 2.0.
De acordo com Castells (2003) existem dois tipos de usuários: os quais podem ser
considerados como consumidores/usuários, e os produtores/usuários e é através da
Web 2.0, que iremos neste capítulo descobrir esta dinâmica entre os k-poppers e
verificar como os mesmos estão se apropriando das novas plataformas da Internet de
modo a maximizar suas atividades como fãs no tempo de lazer, reforçando, segundo
Lacalle (2010) a inteligência coletiva do fandom.
4.5.1 Blogs
120
Original: They want to know all the news and gossip first hand if possible. The ultimate aim is to be
able to read their idols’ responses to the fans. For those who cannot afford to take the lessons, either
for lack of time or money, they join the fan clubs. This is the best solution to get information, exchange
opinions and artifacts, and most of all, to have a group of fans with whom one can share the same
experiences.
75
grupos específicos.
A progressão geométrica do número de blogs é uma recorrente ilustração da
Web 2.0. Muito embora a imprensa insista em descrevê-los com meros
diários online, reduzindo-os a uma ferramenta de publicação individual e de
celebração do ego, os blogs transformaram-se em um importante espaço de
conversação [...]. Os blogs tampouco podem ser analisados a partir de uma
perspectiva massiva [...]. Através dos blogs, pequenas redes de amigos ou de
grupos de interessados em nichos muito específicos podem interagir. Já a
interconexão entre esses grupos pode gerar significativos efeitos em rede.
Os sites e blogs de fãs para fãs são a maior fonte de informações sobre o universo
k-pop. No Brasil a maioria dos k-poppers (84%) “lê e acompanha blogs/sites em
português e outras línguas (espanhol, inglês, coreano)”, porém menos da metade (47%)
“comenta e compartilha artigos de blogs/sites”.
Q.257: Sigo alguns sites como o AllKpop para ver as notícias e ficar
121
atualizada.
Q.104: A ferramenta que mais utilizo são os sites e blogs, pois neles encontro
tudo que preciso sobre k-pop.
121
Ao colocarmos a citação dos motivos, iremos utilizar “Q” para nos referir ao Questionário e o
“número” se refere ao respondente anônimo.
76
Fonte: B2stBR
Entre alguns destes sites / blogs destacam-se aqueles dedicados a grupos como:
Beast - B2st Brasil (www.b2stbr.com) desde 2010; 2PM - Bestof2PM
(www.bestof2pm.com) desde 2009. Porém verificamos que somente uma pequena
parcela dos k-poppers dedica-se como “proprietário individual ou em grupo de um blog
e/ou site (qualquer assunto relacionado ao kpop)”.
Q.365: Como tenho um blog sobre k-pop é o que mais uso frequêntemente e
lá divulgo mais sobre os grupos, como perfis do grupo/integrantes, facts,
videos e também faço posts especiais.
122
Como exemplo de uma seleção veja mais em: http://sarangingayo.com.br/2012/10/03/sarangingayo-
abre-novas-vagas-para-equipe-do-site-venha-fazer-parte-da-nossa-familia/. Acesso em 30 de Novembro
de 2012.
123
Esta conclusão foi retirada a partir de conhecimento empírico como fã lendo notícias por mais de um
ano e meio nestes três sites.
77
frequência, sendo algumas delas resultado muitas vezes de ocasiões especiais como:
viagens para shows, viagens para a Coreia, presença em eventos e reuniões, além de
eventos da cultura asiática. Na imersão no fandom, analisamos que entre os que
blogueiam sobre moda coreana, k-drama ou alguma fanbase, os conteúdos originais a
partir de suas visões são possíveis já que tratam de assuntos mais específicos.
Q.190: Blogs e sites são os que mais utilizo,porque a partir deles acompanho
as notícias referentes ao mundo k-pop, k-dramas...
4.5.2 Twitter
Por ser simples e rápido para se comunicar, o Twitter veio crescendo desde sua
criação e, de acordo com a Semiocast (2012), os brasileiros são mais de 33,3 milhões de
usuários, ocupando o segundo lugar entre os países que mais acessam a rede de
microblog no mundo.126
Entre as principais razões pelas quais os k-poppers dizem utilizar mais o Twitter
124
Jenkins (2011)
125
A “Hato Brazil” é uma das maiores fanbases do grupo Super Junior no Brasil e uma das poucas que
utiliza a plataforma Fórum para suas atividades, onde é necessário se cadastrar para poder ter acesso ao
conteúdo. Disponível em: http://www.hatobrazil.com/forum. Acesso em: 10 de Novembro de 2012.
126
Brasil é o Segundo em Número de Usuários no Twitter. Por Vinicius Aguiari, 02 de fevereiro de 2012.
Disponível em: http://info.abril.com.br/noticias/internet/brasil-e-segundo-em-numero-de-usuarios-no-
twitter-02022012-11.shl. Acesso em 17 de Outubro de 2012.
78
estão:
Q. 266: Eu uso mais Twitter porque é o que eu mais gosto, é simples cabe
pouca coisa em um só tweet, mas da pra entender e é muito prático, e
acompanho muito as notícias do SaranginGayo. Também prefiro twitter
porque é o único em que podemos seguir nossos k-idols.
Q. 65: Pois consigo mais informacões de kpop, também vê o que meus bias
79
Q. 67: Porque me sinto ‘mais próxima’ dos ídolos coreanos, já que os tweets
são eles mesmos que escrevem.
Q. 245: Utilizo mais o twitter para ficar informada sobre novidades no meio
kpop (fotos, vídeos, notícias, etc) e também para ver o que os artistas twittam
também.
Pouco foi o número de k-poppers que “criou uma conta com amigos com o
propósito de divulgar exclusivamente algum assunto de k-pop (banda/artista, do
blog/site proprietário), humor, fandom, grupo cover etc.” com 18%. No entanto, apesar
de não serem tão participativos, podemos ver que a resposta dos seguidores deste tipo
de página, como a @JewelsBrazil com 2.394 Followers, é muito grande. Como
verificado ao publicar algo em seu próprio Twitter, o k-popper “retweeta” os twittes de
outros usuários que escrevem sobre assuntos relacionados ao k-pop, com 65%.
colocar em votação o texto que será utilizado na #hashtag. Este tipo de atividade pode
ser nacional, utilizado para demonstrar o interesse de determinada fanbase ou mesmo
para algum tipo de assunto de interesse do fandom brasileiro como um todo, como no
caso da #kpopredetv.
Os k-poppers também estão em contato direto com os trending topics das fanbases
internacionais e procuram participar das #hashtags promovidas por fãs de todo o
mundo, que ocorrem quase que sempre 12 pm (horário da Coreia do Sul) do dia de um
comeback, debut (ver Anexo 1) ou aniversário da banda/integrante.
Acontece com mais frequência no Twitter, aparentemente, uma relação de
amizade entre os k-poppers com fãs de outros países ou de outros estados do Brasil.
Q.57: Porque consigo interagir mais com k-poppers de outros países e com
os artistas.
Q. 68: Acho que é a mais fácil de ser usada, e é bem melhor para se
comunicar com kpoppers do mundo todo. :3
Q. 88: Uso com mais frequência o Twitter, pois a comunicação com outros
kpoppers (inclusive de fora do meu estado de origem) é mais rápida e ágil, e
é onde se concentram a maioria dos meus contatos que também gostam de
kpop. Então meu twitter é quase todo relacionado a kpop, desde o layout, bio,
bg, username, etc. A maioria das pessoas que sigo são kpoppers ou k-idols e
a maioria dos meus seguidores são kpoppers também.
Q. 204: Porque é onde fiz mais amigos e acho o jeito mais fácil de me
127
Especial sobre K-pop no Leitura Dinâmica. Por S2ingayo em 31 de Janeiro de 2012. Disponível
em: http://emporioasianworld.blogspot.com.br/2011/01/especial-sobre-k-pop-no-leitura.html . Acesso
em 10 de Dezembro de 2012.
81
Q. 107: Twitter, porque lá tem muitas pessoas apaixonadas por k-pop e são
pessoas legais e que sempre postam atualizações das bandas de k-pop,
principalmente super junior e DBSK XD E pelo menos pra mim, eu não me
sinto ofendida pelo o que eu escrevo, se fosse por exemplo no facebook,
tenho certeza que teria muita critica e eu prefiro evitar isso.
4.5.3 Tumblr
uma parcela de fãs, o Tumblr. Em quarto lugar entre as plataformas utilizadas pelos
k-poppers, esta ferramenta une os benefícios de um Blog com as facilidades de um
Twitter e talvez por isso esteja ganhando fama entre o público.
Dentre as atividades mais praticadas estão aquelas muito mencionadas nas outras
duas plataformas, “lê posts em português e outras línguas sobre kpop e favorita, gosta"
com 51%. As opções “segue / acompanha Tumblrs que falam somente sobre kpop” com
52% e “reblogueia posts de outros Tumblrs sobre assuntos relacionados ao kpop”, com
53%, complementam a maioria.
Q. 235: E o tumblr que eu uso para reblogar fotos de bandas e atores, videos
e frases.
Podemos destacar uma atividade que ocorre com mais frequência nesta plataforma,
à produção gif, “cria gifs e imagens relacionadas a bandas, músicas, MV’s, vídeos etc.”
com 19 %. O autor Sachs (2011, p. 194) descreve o processo de se criar uma gif: “a
partir da organização de algumas imagens em uma sequência que se repete
ininterruptamente na tela, gerando algo comparável a um pequeno vídeo com duração
de apenas alguns segundos”. O ato de “escrever conteúdo original relacionado ao k-pop
em sua dashboard” também são utilizados com frequência, 18%.
Q.43: Tumblr.Sigo vários tumblr que podem ser considerados oficiais, e tem
atualizado de fotos e vídeos com mais freqüência. Além de ter gifs.
Alguns dos usuários também divulgam o k-pop no Tumblr, “criou uma conta
somente para falar sobre fandoms, gravadoras, artistas/bandas, sites de notícias e outras
relacionadas ao k-pop (em português ou em outras línguas)” com 16%.
Contudo, foi verificado que uma boa parcela de kpoppers ainda não está
acostumada com essa rede social, pois 39% “não tem conta no Tumblr”. Outras opções
foram apresentadas pelos fãs para explicar o porquê o Tumblr não faz muito sucesso
como: “falta coragem pra criar e ficar atualizando... kkk” e “tenho conta, mas não entro
faz tempo”.
Apesar de ainda não estar em ascensão e muitos ainda não conhecerem o mesmo,
o Tumblr já indica uma nova forma de participação dos fãs, algo tão dinâmico quanto o
Twitter e tão informativo quanto os Blogs, que utiliza um recurso ainda não muito
explorado, as gifs. A possibilidade de personalização extrema desta plataforma, sendo
possível colocar músicas de fundo e outros, também faz a diferença.
84
4.5.3 Facebook
Q: 83: Facebook, pois a rede social é considerado um dos canais que mais
ligam as pessoas no mundo, todos tem acesso ao facebook, é popular, e isso
facilita receber notícias de outros países como da coréia do sul e japão.
Q. 142: pois é o que eu uso mais e onde eu passo maior parte do meu tempo.
Lá,eu compartilho, curto e comento posts de várias páginas relacionadas á
k-pop e afins.
Q: 38: Facebook, devido aos grupos fica mais fácil de encontrar outros
kpoppers.
Q: 145: Facebook por ser possível criar grupos (SHINee Brasil, Girls'
Generation Brasil, etc) e ser mais fácil compartilhar mídias (fotos/vídeos)
dentro da rede social.
Q: 58: Facebook, porque nele possuo muitos amigos Kpoppers (que conheci
através do face) e comentamos, curtimos e falamos muito sobre o mundo
Kpop
Q: 18: Facebook, porque é mais fácil encontrar kpoppers por lá, e saber
sobre encontros, promoções e outras coisas.
Uma pequena parcela respondeu moderar ou que “criou uma conta de perfil” no
Facebook ou “criou uma página” para divulgar o kpop com 10% e 15%
respectivamente, porém, muitos informaram divulgar o k-pop ao responderem
86
Fonte: Facebook
Entre a opção “Outros” apareceram: “Tenho uma fanbase específica sobre kpop,
Ajudo fanbase de Kpop (BIGBANG), não criei, mas eu ajudo em uma página no
Facebook”.
Apesar de ser a plataforma mais utilizada, o Facebook ainda é pouco explorado
pelos k-poppers no sentido de aprofundarem suas vivências de lazer, ficando muitas
vezes presos a atividades de rotina, como: compartilhar e ler posts, não comentando de
forma representativa. Contudo, há um crescimento no número de páginas sobre k-pop as
quais acabaram por elevar o nível de participação dos fãs – lembrando que aqui não
estamos levando em conta a qualidade ou quantidade de conteúdo produzido pelas
mesmas.
4.5.4 YouTube
128
Original: YouTube’s role in promoting K-Pop is not confined to promotion and the spreading of music.
In an era when YouTube is a major source of music, musical content includes not only audio aspects but
also visuals that flow and tell a story. Instead of depending solely on the lyrics, which present
limitations owing to language differences, the K-Pop of today puts more weight on visual components
like choreography and fashion. [...] People no longer simply watch music videos by pop stars; they
copy them and make their own content to upload to the Internet.
88
Q. 327: youtube esculto varias bandas de kpop e vejo vídeos para aprender
a pronunciar os nomes dos integrantes.
Q. 387: YouTube, pois além de ter acesso aos MV's, tbm consigo assistir
vários programas relacionados a Coreia.
Ao estarem inscritos nos canais das gravadoras, os fãs podem ter acesso mais
rápido ao conteúdo postado.
Q. 289: [...] Muitas vezes fico esperando pelo lançamento dos mvs nos
canais oficiais das agências coreanas.
Sendo assim, a maioria das práticas é restrita quando falamos sobre a produção
cultural, a qual é incipiente e está relacionada majoritariamente ao aprendizado de
coreografias, pois 21% “faz upload de vídeos originais no seu canal pessoal (gravação
de evento kpopper, fancans, coreografias cover etc.)”.
Conforme Jenkins (2011, p.216) a atividade de produzir vídeos relacionados ao
fandom é muito comum entrem os fãs, “[...] há muito tempo as mulheres produzem
“clipes musicais” editados com imagens de filmes, programas de televisão e música
pop”. O k-popper também gera conteúdo relacionado ao audiovisual de seus ídolos,
15%, “produz vídeos para seu canal pessoal (seleção de fotos temáticas, MV’s fanmades,
paródias etc.)” e 11% “cria um canal específico para conteúdo de vídeos originais (vlogs,
grupo cover, blog/sites, fansub de mv’s e programas de variedade)”.
Entre as opções relacionadas a estas práticas, são citados os vlogs que geralmente
expõem uma visão pessoal sobre k-pop ou atividade de participação como: desembalar
cds e reações para um mv, debut ou comeback; contudo, os vídeos mais frequentes são
aqueles que dizem respeito à barreira de lazer provocada pela língua, como os k-covers,
já que não conseguindo compreender a língua muitas vezes seria “mais fácil” aprender
os movimentos das coreografia das músicas.
Os k-ccovers são amplamente divulgados entre a comunidade k-popper, porém o
número de canais específicos e o envio de covers ainda não são tão significativos. Após
a pesquisa, podemos inferir que este tipo de atividade está diretamente ligado à
exposição dos dançarinos, ao contrário de outras atividades como: vídeos, blogs, e
fansubbers, os quais podem utilizar de outras identidades (e que geralmente o fazem), e
por isso o número de participantes ainda não seja tão grande.
Por meio dos fansubers (os quais podem ser equipes ou mesmo individuais), os
fãs de k-pop ajudam a divulgação por meio da tradução (do espanhol, inglês ou coreano
assim como nos blogs) de MV’s, shows e programas de variedade. O suporte desta
atividade ocorre entre os fãs, seja para aprender letras ou saber o significado do que os
ídolos estão falando.
Apesar de ser colocada como terceira plataforma da Web 2.0 mais utilizada,
acreditamos que a importância do YouTube na divulgação do k-pop no Brasil seja
tremenda. Como abordado no primeiro capítulo, somente através do Youtube, é que o
gênero o k-pop cresceu. Ao passo que muitos conheceram o k-pop por meio desta
plataforma, como alguns dos nossos entrevistados por e-mail ressaltaram, podemos
analisar que apesar de estar na terceira posição no que se refere à participação dos
usuários em produção ou rede social, esta plataforma seja a primeira em divulgação no
país e no mundo.
91
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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97
SOARES, Lívia Soares. Fundadora do JYJ Brasil e Asian Mix Store. Entrevista Online.
2012.
ANEXOS
Dicionário K-pop por SarangInGayo
Como qualquer outra “tribo”, o K-Popper tem seu próprio dicionário. O SarangInGayo
separou algumas das palavras mais usadas pelos fãs de K-Pop hoje em dia e foi atrás de
cada significado para quem quiser entender melhor essa “nova mania”.
● AeGyo (애교애교 É o ato de fazer expressões fofas para conquistar ou cativar alguém ou
애교):
algo. Muito presente em dramas coreanos e programas de TV. A palavra deriva dos
caracteres chineses “Amor (ae)” e “Belo (gyo)”.
Se lê como ÉGUIÔ.
● Aigo (아이고
아이고 – expressão que principalmente mostra frustração e exaustão, algo
아이고)
com o efeito de “Ai, e agora?”.
Se lê como AIGÔ.
● Bias – Palavra em inglês para definir seu favoritismo quanto a um grupo ou integrante.
Não é um termo exclusivo dos fãs de música coreana. Exemplo: “A minha bias do
SNSD é a TaeYeon!” ou “O meu grupo bias é o 2NE1!”
Se lê como BÁIAS
● Daebak (대박
대박 – termo usado para indicar uma grande vitória ou grande sucesso, mas
대박)
também tem o significado geral de “Muito bom”, “Incrível” ou “O melhor”. Geralmente
quando se fala Daebak, se ergue os dedos polegares para expressar melhor a felicidade.
Se lê DÊBAK (mas quase não se pronuncia o K no final, sendo DÊBÁ falando rápido)
● Debut – é o termo usado para indicar a estreia de um grupo. Exemplo: “O BTOB fez
seu debut recentemente”.
Se lê como DEBÍ em coreano.
● DongSaeng (동생
동생 termo usado para chamar a pessoa que é mais nova que você, se
동생)-
99
● Fandom – Palavra muito usada por fãs de todo mundo, inclusive os de música
coreana. É derivada de “Fan Kingdom” e se refere a um grupo de fãs, sendo de um
cantor, programa de TV ou série de livros. Exemplo: “Meu fandom é Cassiopeia!”
● Fanfic – a abreviação do termo em inglês fan fiction, ou seja, “Ficção Criada por Fãs”.
São histórias que os fãs escrevem sobre seus ídolos. O estilo de fanfic mais comum é o
romance, que envolve o ídolo e outros artistas, e até mesmo o próprio leitor ou o autor.
● Hallyu (한류
한류 - também conhecido como “Onda Hallyu“, é um termo usado para
한류)
designar a expansão que da cultura coreana pelo mundo. Quando alguém fala “Hallyu
Star” leva o significado de “Artista Internacional/Global (fazem fama fora da Coreia)“.
Se lê como RANLIÚ.
● Hyung (형 형) – Termo usado por garotos para designar outros garotos que forem mais
velhos. O significado original é “Irmão mais velho”.
Se lê como RIÓN.
● Hwaiting/Fighting (화이팅
화이팅/파이팅파이팅 é uma forma de incentivo. Significa algo com o
화이팅 파이팅)-
efeito de “Boa sorte!” ou “Você Consegue!“. Similar ao japonês “Ganbare”.
● Lead vocal – Membro que canta maior parte das músicas graças ao seu talento
vocal. Exemplos:SeungHo (MBLAQ), Hyosung (Secret).
● Main Dancer- Integrante que se destaca pela capacidade de dança. Pode auxiliar na
elaboração das coreografias e as realiza com maior precisão. Durante a apresentação
ocupa uma posição de destaque como no centro ou à frente em alguns passos. Algumas
vezes possui um solo na coreografia. Dependendo da execução de seu trabalho, alguns
dancers recebem o apelido de “dance machine” (máquina de dança). Também pode
haver uma divisão entre main dancer e lead dancer, sendo ambos os termos para
principais dançarinos.
● Main vocal – Vocalista principal: membro capaz de alcançar mais notas. Canta
bastante, mas ganha essa posição por se destacar mais. Exemplos: JiEun (Secret), G.O
(MBLAQ), Sunggyu e Woohyun (Infinite).
● MakNae (막내막내 – Significa “Caçula”, é usado para o integrante mais novo do grupo.
막내)
Entre os maknaes estão: SungJong (Infinite), Mir (MBLAQ), Sunhwa (Secret).
Se lê como MANNÉ (se força o som do N no meio por causa da força que o K
reproduz)
● Noona/Nuna (누나
누나 – Termo usado por garotos para designar garotas mais velhas.
누나)
Também significa “irmã mais velha“.
Se lê como NUNÁ.
● Noraebang (노래방
노래방 – Termo coreano para karaokê.
노래방)
Se lê como NORÉBÁN.
● Omona (어머나어머나 – Expressão que significa espanto, algo com o efeito de “Ah meu
어머나)
Deus!”. Omona vem acompanhado das duas mãos ou apenas uma mão no rosto, como
ato de surpresa.
Se lê como OMONÁ.
● Oppa (오빠
오빠 – Termo usado por garotas para designar garotos mais velhos. Também
오빠)
101
● Otoke/ottoke (어떻게
어떻게 – Expressão que significa dúvida, algo semelhante à “E agora,
어떻게)
o que fazer?” ou “O que devo fazer?”.
Se lê como ÓTÓKÉ.
● Sasaeng (사생사생 – palavra usada para descrever um grupo particular de fãs que
사생)
persegue seus ídolos em todos os momentos de seu dia-a-dia, com uma atitude que
ultrapassa a de um fã normal, expondo a privacidade dos ídolos e colocando-os em risco,
uma vez que esses fãs vão atrás e têm acesso, bem como expõem informações
particulares, como número de telefone, endereço de seus familiares e códigos-chave de
quarto de hotéis.
Se lê como SASÊN.
● Selca (샐카
샐카 – Junção das palavras em inglês “Self” e “Capture”. São fotos que os
샐카)
ídolos/celebridades tiram de si mesmas e compartilham na internet. Sendo conceitos
muito diferentes de uma sessão de fotos
● Ship/OTP – São usados pra designar uma mesma situação. A admiração por um par
de amigos, namorados ou até personagens distintos de ficção ou não. OTP é o acrônimo
de “One True Pairing”. Fãs brasileiros têm como costume usar “Ship” como verbo. No
caso do K-Pop esse termo é utilizado principalmente por fãs que imaginam um casal de
ídolos, sendo entre homem e mulher, entre homens ou entre mulheres. Exemplo: “Eu
shippo o Taecyeon do 2PM e YoonA do SNSD!”
● Showcase – Uma apresentação que pode ser comparada a um show normal, porém
menos extenso e para poucas pessoas. Geralmente ele é realizado com o intuito de
apresentar os artistas ao público ou aos fãs pela primeira vez antes da estreia oficial.
Mas também pode ser realizado por grupos em determinadas situações, como
aniversário de estreia ou de algum integrante do grupo, etc.
● Ssanti (싼티
싼티 - É um jargão usado na Coreia para denominar algo barato, ou comédia
싼티)
barata. Algo que não deveria ter tanta graça, mas pelo fato de ser tão tosco acaba sendo
engraçado. Exemplo: “A dança ssanti de WooYoung fez com que todo mundo caísse na
102
gargalhada“.
● Trainee – Termo usado pra designar uma pessoa que está em treinamento sob uma
companhia, tendo aulas de dança, canto, atuação, língua, entre outros, mas que ainda
não fez sua estreia oficia. Integrantes de grupo ídolo sempre se referem ao seu tempo de
treinamento, falando das dificuldades e curiosidades que enfrentara por meses e até por
mais de anos.
● Trot – Antiga estilo tradicional pop sul-coreana. Hoje em dia, os artistas vêm criando
mais musicas metade pop e metade trot, como ‘Rokkugo’ do Super Junior-T.
Se lê como TRÔTU.
● Unni/Eonni (언니
언니 – Termo usado por garotas para designar outras garotas mais
언니)
velhas. Também significa “Irmã mais velha”.
Se lê como ÓNNI.
● Ulzzang/Uljjang (얼짱) – Termo para designar alguém que é conhecido por ser
extremamente bonito. Também pode significar alguém que ficou famoso na internet por
conta de suas fotos, que são normalmente editadas, principalmente nos olhos, para os
fazerem ficar maiores ou mudá-los de cor.
Se lê como ÓLTCHÁN.
APÊNDICES
Termo de consentimento
Eu li e reconheço que estou ciente dos objetivos desta pesquisa e também de meu papel
como voluntário na mesma. Eu compreendo que minhas respostas serão utilizadas pelos
autores anônima e confidencialmente e que os resultados serão divulgados de forma
pública. Sei que posso a qualquer momento não concluir este questionário.
o Eu Concordo
o Não Concordo
As perguntas abaixo estão separadas por tipos de ferramentas da WEB 2.0* utilizadas
neste estudo. Assinale as afirmações relacionadas ao kpop com as quais você se
identifica.
*A Web 2.0 é caracterizada principalmente por apresentar plataformas de interação online que
permitem ao usuário novas formas de participação.
Escolha todas as repostas com as quais você se identifica, lembrando que existem
opções que anulam as outras.
Escolha todas as repostas com as quais você se identifica, lembrando que existem
opções que anulam as outras
15. Dentre as ferramentas acima mencionadas, cite somente aquela que você mais
utiliza e explique o por quê:
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16. Quais outras atividades relacionadas ao kpop você pratica na Internet / Web 2.0?
Escolha todas as repostas com as quais você se identifica, lembrando que existem
opções que anulam as outras.