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CENTRO UNIVERSITÁRIO ALVES FARIA (UNIALFA)

COMUNICAÇÃO SOCIAL - PUBLICIDADE E PROPAGANDA


PESQUISA MERCADOLÓGICA E DE OPINIÃO

STEPHANIE GOMES RIBEIRO

A MAGREZA NOS IDOLS DE K-POP AFETA A PERCEPÇÃO CORPORAL


DOS SEUS FÃS?

Goiânia
2023
STEPHANIE GOMES RIBEIRO

A MAGREZA NOS IDOLS DE K-POP AFETA A PERCEPÇÃO CORPORAL DOS


SEUS FÃS?

Projeto de Pesquisa apresentado como requisito parcial para obtenção do título de nota formal
N2 da matéria Pesquisa Mercadológica e de Opinião, 3° período do Curso de Publicidade e
Propaganda do Centro Universitário Alves Faria (UNIALFA).

Orientador(a): Prof.ª Dra. Aiane de Oliveira Vieira

Goiânia
2023
1. Definição do propósito

Nas décadas de 1990 e 2000, desenrolou-se uma crescente compreensão da


percepção do corpo como um fenômeno multidimensional, que envolve tanto a
percepção sensorial quanto a cognitiva. Os pesquisadores têm se concentrado em como
a percepção do corpo é influenciada por fatores como a cultura, a idade, o gênero e a
experiência pessoal. Além disso, a tecnologia avançou muito, permitindo a utilização de
técnicas sofisticadas de imagem para medir a percepção do corpo e suas alterações.
Infelizmente, a magreza excessiva é um problema que também afeta muitos
artistas do K-pop. Em alguns casos, a pressão da indústria para se encaixar em um
padrão estético específico pode levar a comportamentos alimentares prejudiciais, como
dietas extremamente restritivas e até mesmo distúrbios alimentares. Alguns artistas
podem até mesmo ser ridicularizados ou punidos por não atenderem às expectativas de
imagem corporal estabelecidas.
Em suma, o K-pop é um gênero musical originário da Coreia do Sul que tem se
popularizado em todo o mundo. A história do K-pop remonta aos anos 90, quando
surgiram os primeiros grupos de música pop sul-coreanos, como Seo Taiji and Boys,
H.O.T e S.E.S. No entanto, foi na década de 2000 que o K-pop começou a ganhar mais
destaque com o surgimento de grupos como TVXQ, Super Junior e Girls' Generation.
Esses grupos se destacaram não apenas na Coreia do Sul, mas também em outros países
da Ásia.
Em Goiânia, há uma crescente comunidade de jovens que se interessam pelo
K-pop e acompanham os artistas e grupos coreanos. Dito isso, o objetivo desta pesquisa
é entender como a magreza dos ídolos de K-pop afetam os fãs que estão até aqui em
Goiânia. Buscamos responder à pergunta: Os ídolos de K-pop podem influenciar seus
fãs em Goiânia?
Para tanto, os objetivos específicos incluem:
○ Investigar se a gravidade do problema é séria a ponto de acabar com
vidas de jovens que são fãs de K-pop.
○ Apurar se os artistas do K-pop têm responsabilidade em relação à
imagem corporal dos fãs

2. Planejamento
2.1 Hipóteses:

○ Hipótese 1: Até mesmo os fãs de Kpop que moram em Goiânia são


afetados pela saúde corporal dos artistas de K-pop.
○ Hipótese 2: Os corpos magros dos artistas da indústria do K-pop podem
afetar de uma maneira até mesmo drásticas a vida e a saúde destes jovens
fãs de K-pop
○ Hipótese 3: Os artistas do k-pop têm responsabilidade em relação à
imagem corporal dos fãs

2.2 Metodologia

● Estruturação do instrumento de coleta de dados:


○ Pesquisa exploratória
○ Abordagem qualitativa
○ Os dados foram obtidos através de uma sondagem de quem são essas
pessoas (pesquisa exploratória para encontrar o público); conversando
com os fãs de kpop que moram em Goiânia por meio do Instagram
(@bigorangeent & @bounce62dancestudio) as mulheres foram
procuradas nos seguidores destas contas então foi conversado com cada
uma delas para saber se aceitarem fazer parte da pesquisa. No final,
apenas duas participaram do grupo focal.
○ O texto a seguir foi enviado para as possíveis participantes a respeito da
pesquisa que foi realizada: “Oii, bom dia, tudo bem? Meu nome é
Stephanie, e sou fã de K-pop. Eu estudo na Unialfa Setor Bueno e estou
fazendo uma pesquisa na qual precisava de algumas mulheres para
conversar sobre o seguinte tema: Magreza nos idols de K-pop afeta a
percepção corporal dos fãs? Você toparia participar de um grupo focal
online na qual eu faria algumas perguntas para você e outras 5 mulheres?
Caso a resposta seja positiva, que dia e horário ficaria melhor para você
para participar?”
○ A partir desse contato foi realizado o grupo focal online via Google
Meet, na qual foi mediado e observado por outra pessoa que não possui
envolvimento no tema pesquisado; foi pedido a permissão para gravar o
áudio da conversa antes de começar. E assim foram feitas as perguntas
abertas de acordo com o roteiro apresentado à frente.
● Delineamento do plano amostral:
○ Mulheres entre 18 e 24 anos;
○ Que são de Goiânia;
○ Selecionadas por meio dos seguidores dos perfis de Instagram:
@bigorangeent e @bounce62dancestudio
● Levantamento dos dados:
○ O levantamento de dados foi feito por meio do Instagram e do grupo
focal.
● Processamento e análise dos dados
○ Primeiramente foram transcritas as respostas do grupo focal em formato
de texto.
○ Depois foi lido atentamente todas as respostas para a familiarização com
o conteúdo delas. Assim, foram feitas anotações e destaques dos trechos
mais relevantes ou interessantes.
○ Terceiramente, foram codificadas as respostas através de ideias centrais e
conceitos recorrentes. Logo após a codificação inicial, foram feitas as
codificações sistemáticas manualmente, utilizando marcadores de cores
diferentes para cada ideia e conceito diferente.
○ Em seguida foi feito o agrupamento e análise das respostas obtidas com
base em semelhanças temáticas ou conceituais.
○ Posteriormente à análise dos temas, cada tema foi examinado
individualmente, revisando-se as respostas codificadas relacionadas a
ele: explorando as variações, nuances e padrões presentes nas respostas
para obter uma compreensão mais aprofundada dos temas.
○ Mais tarde, foi realizada a documentação dos resultados, na qual foram
registradas e documentadas as descobertas da análise, destacando
exemplos relevantes de citações ou trechos das respostas para ilustrar os
temas identificados. Também foram anotadas observações adicionais ou
insights que surgiram durante a análise.
○ Por fim, foi efetuada a interpretação, a contextualização e o relatório dos
resultados, que consistiu na interpretação dos resultados, relacionando-os
ao contexto da pesquisa e às questões de investigação. Foi preparado um
relatório que descreveu os temas identificados, fornecendo exemplos e
citações das respostas dos participantes para respaldar as conclusões.
● Perguntas - Grupo Focal:

Entrevistador (apresentação sobre mim e sobre o tema): Olá, meu nome é


Stephanie, tenho 22 anos, estudo Publicidade e Propaganda e sou fã de K-pop desde o
começo de 2017, meu grupo favorito é BTS, porém sou Stay, baby Atiny, Reveluv,
Blink, Neverland e baby Bunnie. Enfim, sou multi, e como uma fã desses grupos,
resolvi que queria compreender se a magreza no K-pop afeta a percepção corporal dos
fãs.

Entrevistador (sobre os participantes): Agora, me falem um pouco sobre vocês.

Entrevistador (sobre os participantes): E suas relações com o K-pop? Há quanto


tempo vocês gostam? Vocês preferem escutar Girl Groups ou Boy Groups? Quais seus
grupos preferidos?

Entrevistador (sobre os grupos de K-pop): O que vocês mais gostam neles? Quais
são as qualidades destes grupos?

Entrevistador (introdução ao tema): Em relação ao que vocês gostam nesses grupos,


o estereótipo corporal deles (as) é uma dessas coisas? (caso não seja mencionado à
questão corporal na resposta anterior)

Entrevistador (questão um): Vocês acreditam que a magreza é valorizada na indústria


do K-pop?

Entrevistador (questão dois): Vocês acham que os idols sofrem pressão para serem
magros?

Entrevistador (questão três): Sobre essa pressão que os idols sofrem, ela acaba
afetando os fãs?

Entrevistador (questão quatro): A relação com a alimentação que vocês possuem,


podem ser influenciados pelo padrão de beleza imposto pela Coreia do Sul?

Entrevistador (questão cinco): Você já teve algum tipo de distúrbio alimentar ou


conhece alguma amiga fã de K-pop que já teve? Se a resposta for positiva: Foi antes ou
depois de conhecer o K-pop? Se a resposta for negativa: Você acredita que isso possa
acontecer com alguém?

Entrevistador (questão seis): Vocês acreditam que os artistas de K-pop tem


responsabilidade em relação à imagem corporal dos fãs? Se sim: Como você acredita
que eles deveriam se responsabilizar em relação a isso? Se não: Então quem é
responsável quanto a isso?

3. Processamento e análise dos dados coletados

A presente pesquisa tem como objetivo geral entender como a magreza dos
ídolos de K-pop afeta os fãs que residem em Goiânia. Para atingir esse objetivo, foram
estabelecidos os seguintes objetivos específicos: investigar se a gravidade do problema
é séria a ponto de acabar com vidas de jovens que são fãs de K-pop e apurar se os
artistas do K-pop têm responsabilidade em relação à imagem corporal dos fãs. A
pesquisa foi conduzida por meio de um grupo focal, com a participação de dois
entrevistados.

As pessoas que participaram deste grupo focal foram selecionadas por sondagem
(pesquisa exploratória para encontrar o público), considerando a disponibilidade dos
participantes em Goiânia e seu interesse em K-pop. Os entrevistados foram convidados
a participar voluntariamente da pesquisa e concordaram que poderia ser utilizado seu
áudio na pesquisa. As entrevistas foram realizadas de forma online, com duração média
de 37 minutos. Foi utilizado um roteiro de perguntas semiestruturado, que permitiu
explorar as percepções e experiências dos participantes em relação ao tema.

● Análise dos Resultados

Com base nas respostas dos entrevistados, foram identificadas as seguintes percepções:

○ Os entrevistados concordam que a magreza é valorizada na indústria do


K-pop e consideram isso uma questão supervalorizada. Isso indica que
há uma consciência da influência da magreza nos ídolos sobre os fãs.
○ Um dos entrevistados menciona casos em que os próprios membros de
grupos de K-pop são criticados por estarem acima do peso, mesmo sendo
magros, o que evidencia uma pressão intensa em relação à magreza. Isso
sugere que a expectativa de magreza é elevada e pode ser prejudicial à
saúde mental dos artistas.
○ O primeiro entrevistado destaca que essa questão da magreza é mais
presente nos grupos femininos, mencionando casos específicos em que
as integrantes enfrentam críticas dos fãs por estarem acima do peso ou
por serem magras demais. Isso indica uma pressão desigual em relação
aos corpos femininos na indústria do K-pop.
○ Ambos os entrevistados concordam que os idols sofrem pressão para
serem magros, especialmente as mulheres. Um dos entrevistados
menciona o caso de Momo, do grupo Twice, que foi pressionada a perder
peso para poder debutar. Isso revela a existência de expectativas rígidas
de aparência na indústria.
○ Os entrevistados acreditam que os idols são tratados de forma normal em
relação à pressão pela magreza, uma vez que, após o debut, esse assunto
é tratado com naturalidade e até mesmo com piadas entre eles. Isso
sugere que a pressão pela magreza é internalizada e vista como parte da
cultura do K-pop.
○ O segundo entrevistado menciona que, em relação aos grupos
masculinos, a pressão é mais voltada para ter um corpo definido, que é
valorizado pelos fãs durante as apresentações. Isso indica que as
expectativas de aparência variam entre os gêneros dentro da indústria.
○ Ambos os entrevistados acreditam que a pressão sofrida pelos idols pode
afetar os fãs. Um dos entrevistados menciona o caso de sua prima, que
desenvolveu uma preocupação excessiva com o peso devido à influência
do K-pop. Isso sugere que a imagem corporal dos idols pode ter um
impacto negativo na saúde mental dos fãs.
○ Em relação à alimentação, o segundo entrevistado menciona que já foi
afetado pela influência do padrão de beleza imposto na Coreia do Sul,
levando a uma alimentação mais consciente e à preocupação com dietas.
Isso indica que os padrões de beleza do K-pop podem influenciar o
comportamento alimentar dos fãs.
○ O primeiro entrevistado menciona que já teve distúrbios alimentares,
mas não diretamente relacionados ao K-pop. No entanto, sua irmã, que é
fã de K-pop, desenvolveu bulimia em algum momento. Isso sugere uma
associação entre o fandom de K-pop e problemas alimentares, embora
não necessariamente de causa direta.
○ Ambos os entrevistados concordam que a responsabilidade pela pressão
em relação à imagem corporal dos fãs recai mais sobre as empresas e a
indústria do K-pop do que sobre os próprios idols. Isso indica uma
percepção de que as empresas têm influência significativa na
perpetuação dos padrões de beleza.

● Conclusão

Com base na análise das respostas do grupo focal, pode-se concluir que as
hipóteses formuladas foram parcialmente confirmadas. A hipótese 1 foi confirmada,
mostrando que os fãs de K-pop em Goiânia também são afetados pela saúde corporal
dos artistas. A hipótese 2 foi confirmada, revelando que os corpos magros dos artistas
de K-pop podem afetar drasticamente a vida e a saúde dos jovens fãs. A hipótese 3
também foi confirmada, indicando que os artistas do K-pop têm responsabilidade em
relação à imagem corporal dos fãs, embora a responsabilidade recaia mais sobre as
empresas e a indústria do K-pop.

Esses resultados sugerem a necessidade de maior conscientização sobre os


impactos negativos dos padrões de beleza do K-pop e a importância de promover uma
imagem corporal saudável entre os fãs. As empresas e a indústria do K-pop devem ser
incentivadas a adotar práticas mais responsáveis em relação à saúde mental e à imagem
corporal de seus artistas e fãs. Medidas como a promoção da diversidade corporal e o
apoio a programas de educação sobre saúde mental podem ser consideradas para
abordar essa questão.

4. Anexos

● ANEXO A - TRANSCRIÇÃO DO GRUPO FOCAL

ENTREVISTADOR: A gente pode começar?


ENTREVISTADO 01: Pode pode sim.
ENTREVISTADOR: É, primeiramente eu vou pedir a permissão de todas vocês para
utilizar o áudio de vocês que eu vou precisar gravar. Se não puderem eu tento
transcrever tudo já no papel agora nesse momento.
ENTREVISTADO 01: Pode sim
ENTREVISTADO 02: Pode sim
ENTREVISTADOR: Muito obrigada. Bom começar, me apresentando eu sou
ENTREVISTADOR. Eu tenho 22 anos estudo Publicidade e Propaganda da Unialfa e
eu sou fã de K-pop desde 2017 e por conta desse motivo que eu resolvi aprofundar
nesse tema nesta pesquisa que é [compreender a magreza] se a magreza no K-pop afeta
a percepção corporal dos fãs. Aí sobre vocês, eu queria que vocês me falassem um
pouco sobre vocês. Qual a relação de vocês com K-pop? A quanto tempo vocês
gostam? Vocês preferem ouvir que tipo de grupo? Quais são os grupos favoritos, coisas
sobre vocês mesmo.
ENTREVISTADO 02: Eu me chamo ENTREVISTADO 02, tenho X anos e eu faço Y
na Z. Eu escuto k-pop desde 2019 e eu tenho uma afinidade maior com boy groups. Eu
gosto muito de girl groups também, só que gosto mais do boy group pelos conceitos e
tudo. Gosto [pausa], mas ultimamente eu tenho estado até um pouco fora do fandom
porque eu acho que querendo ou não, chega um momento que fica meio desgastante. É
muita correria, né? Mas hoje eu escuto, mas assim de acompanhar de verdade é o NCT
e o Shinee, são os dois grupos que eu acompanho bastante.
ENTREVISTADOR: E você, ENTREVISTADO 01?
ENTREVISTADO 01: É ENTREVISTADO 01, na verdade. Eu tenho X anos. Eu sou
formada em Y e atuo na área. Eu [pausa]. Ouvir k-pop, eu ouço desde 2015, mas assim
porque minha irmã é k-popper desde 2015, minha irmã mais nova. Mas eu me considero
k-popper desde 2019 que foi quando eu entrei realmente para um fandom e quando eu
comecei a acompanhar essa questão do k-pop. Eu também tenho mais afinidades com o
boy groups e por conta do trabalho acaba, realmente a gente vai se afastando um pouco,
mas os que eu mais acompanho são o Pentagon e o Stray Kids.
ENTREVISTADOR: Certinho! Bom, o que que vocês mais gostam neles? Quais são
as qualidades destes grupos que te interessam/te atraem? Podem começar na mesma
ordem, por favor.
ENTREVISTADO 02: Eu acho que no NCT é justamente o conceito de pluralidade.
De nacionalidades né? Tipo assim, eles são muito experimentais então, eu gosto muito
que sempre vem algo muito novo, muito “panelaço”, eu gosto disso. E do Shinee, eu
acho que é a questão do “Old School”, sabe eu gosto muito dessa questão da segunda
geração e tudo [pausa] eu gosto que eles ainda permanecem muito nisso. Me chama
atenção.
ENTREVISTADOR: Certo e você, ENTREVISTADA 01?
ENTREVISTADO 01: Eu comecei com o Pentagon por conta da minha irmã, eu tenho
muita influência da minha irmã na minha trajetória no k-pop. Porque teve o show deles
em 2019 em São Paulo e eu fui para esse show para acompanhar minha irmã e foi
quando eu comecei assim no k-pop. Do Pentagon, eu gosto bastante dessa questão de
multinacionalidade deles: tem integrante japonês, tem integrante chinês e tem integrante
coreano. E eu falo que o Pentagon me ajudou muito em várias fases da minha vida,
porque assim a questão de eles serem muito divertidos, aquele estilo assim meio caótico
deles me ajudou bastante em fases complicadas que eu passei. Do Stray Kids eu tô me
tornando fã agora mais recentemente, mas é mais ou menos esse mesmo estilo assim
uma coisa mais caótica mais para diversão mesmo para distrair um pouco a cabeça
também, porque, de complicado, já basta as coisas do trabalho e coisas da vida normal.
ENTREVISTADOR: Sim, compreendo. Em relação ao que vocês gostam desses
grupos: tem alguma coisa a ver com estereótipo corporal deles ou vocês acham que não
tem nada a ver?
ENTREVISTADO 02: Eu acho que na minha visão não.
ENTREVISTADO 01: Para mim também não, eu me apaixonei mesmo pela música no
início e foi o que fez eu ficar nos fandoms.
ENTREVISTADOR: Certo, vocês acreditam que a magreza é valorizada na indústria
do k-pop?
ENTREVISTADO 02: Sim!
ENTREVISTADO 01: Com certeza!
ENTREVISTADOR: Certo, me fale um pouco mais sobre isso. O que vocês pensam
sobre essa questão da magreza com k-pop?
ENTREVISTADO 02: Eu acho que algo supervalorizado, né? Assim algo muito
valorizado muito cobrado assim tem até muitos exemplos no próprio NCT né? Que
pegam muito no pé assim os próprios membros, eles pegam muito no pé de um membro
que é o Haechan, ele é acima do “peso”, tipo assim, ele é magro, mas para eles ele é
gordo. Ele tá gordo e não sei o quê e tipo ficam, se faz muita piada, sabe sempre com
isso. Eu gosto muito dos grupos da SM, então eu acompanho bastante e assim já teve
muita treta disso de chamar outro de porco sabe? Ah, não vai comer isso não. Não sei o
quê, você tá muito gordo. Então isso é algo muito persistente. Até entre eles.
ENTREVISTADO 01: Assim para mim, eu não vejo tanto nos grupos masculinos, eu
vejo mais essa questão da magreza nos grupos femininos. Eu sinto que esse problema é
maior para as mulheres tanto que tal integrante, eu não vou lembrar certinho o grupo, eu
não sei se ela é do (G) I-dle, que ela é realmente acima do peso e a crítica de fora, eu
acho que não sei nem dentro do grupo, mas a crítica dos fãs é muito grande para cima
dela. E existem casos, por exemplo, na verdade tem até opostos, né? Que criticam, por
exemplo, a Lisa por ser magra demais. Aí você tem que estar ali dentro daquele padrão
extremamente estrito. A Hyunah também, ela também é criticada por ser magra demais,
aí fica ali aquele: você tem que ser magra, mas magra dentro de um de um patamar,
você não pode ser magra demais, nem acima do peso demais é muito específico isso na
Coreia.
ENTREVISTADOR: Certo, e vocês acham que, bom eu acho que essa pergunta já foi
respondida basicamente, mas eu quero que vocês se aprofundem um pouco mais [pausa]
vocês acham que os Idols sofrem essa pressão para serem magros?
ENTREVISTADO 02: Com certeza assim, eu concordo até com a ENTREVISTADO
01 que principalmente as mulheres. Assim eu lembro muito da Momo do Twice
contando como era a rotina dela pré-debout, que chegaram nela e falaram assim: “Ah,
você só vai debutar se você perder x quilos em uma semana.” Aí ela fala isso na maior
naturalidade assim que ela fazia muita academia e tipo ela não comia nada
praticamente, só chupava gelo. E ela tinha muito medo, isso me marcou muito, que ela
tinha muito medo de não acordar no outro dia quando ela ia dormir ela tinha muito esse
medo de estar muito fraca. Então é algo que é muito cobrado e é doido isso! Que é
muito cobrado pelas empresas pela indústria em si, mas depois que eles debutam, e
estão no auge ali é meio que tratado no riso na normalidade, sabe? Eles conversam disso
assim como se não fosse nada demais.
ENTREVISTADOR: Certo. ENTREVISTADO 01, você tem algum comentário quanto
a isso?
ENTREVISTADO 01: Assim, é só essa questão mesmo das mulheres. Eu eu tenho
uma visão dos grupos masculinos que eu acho que no caso deles não seria nem tanto a
magreza, mas aquele corpo mais voltado para algo de academia que eu sinto que eles
eles fazem muito academia e muito exercícios físicos para ter uma definição no corpo
porque tem que ter aquele fã service, né? Tem que tirar a camisa e tem que estar com
corpo bonito para tirar a camisa. Eu sinto muito que no caso dos homens não é tanto a
cobrança da magreza, mas de um corpo perfeito para os fãs.
ENTREVISTADOR: Entendi. Sobre essa pressão que os Idol sofrem: vocês acreditam
que ela pode acabar afetando algum fã?
ENTREVISTADO 02: Com certeza!
ENTREVISTADO 01: Eu digo que até eu me senti um pouco afetada no início assim
que eu entrei para o k-pop que eu pensava assim: “Gente eles estão ali magros, com
corpos perfeitos e eu? Eu não me sinto encaixada assim, né?” Eu fiquei preocupada. Eu
comecei a fazer dietas mais restritivas. Comecei a fazer mais exercícios, porque eu
sentia que eu não estava dentro de um padrão que é um padrão até inalcançável.
ENTREVISTADOR: Eu queria perguntar outra coisa também em relação à
alimentação que vocês possuem: ela foi ou pode ser afetada pela influência que tem um
padrão de beleza imposto na Coreia do Sul?
ENTREVISTADO 02: Por mim sim. Já teve uma época que eu fui muito afetada por
isso até conscientemente, mas hoje eu meio que larguei disso. Mas a questão de dietas,
alimentação, tem até dietas que soltaram tipo a dieta da “fulana”, sabe? Como que ela
perdeu, não sei quantos quilos na semana e tinha aquelas tabelas assim que são algo
facilmente difundido entre a comunidade, sabe?
ENTREVISTADOR: Certo, você pode se aprofundar um pouco mais nesse assunto.
ENTREVISTADO 02: Assim eu já fui, eu sempre fui de comer pouco. Eu nunca fui
uma pessoa de comer muito, mas depois do k-pop eu meio que comecei a olhar para
alimentação de forma mais consciente eu não comia só tipo: “Ah, tô almoçando”, sabe?
Eu olhava tipo “Velho isso aqui pode me engordar”, “Isso aqui pode fazer eu não ter a
barriga que eu quero ter”, sabe? “Que é como a das meninas que são bonitinhas assim.”
Então, tem essa questão de você olhar para comida de forma mais consciente,
consciente até demais.
ENTREVISTADOR: E você, ENTREVISTADA 01?
ENTREVISTADO 01: Eu estava aqui pensando. Eu refleti que eu consegui dois pontos
nessa questão da magreza e do excesso de exercícios dos idols na minha vida. No início,
eu tinha essa ideia de que tem que ser magra que nem as idols de k-pop, porque esse é o
padrão de lá, que a gente tem aquela ideia de fã, né? Se um dia eu quiser ir para lá, se eu
conhecer um deles eu tenho que estar dentro do padrão deles. Assim eu já vivi em dietas
a minha vida quase toda porque é uma coisa que já faz parte da minha rotina há muito
tempo. Eu fui uma adolescente com sobrepeso e uma adulta com princípio de
obesidade, então isso sempre fez parte da minha vida tantos exercícios, quanto a dieta
só que teve uma época em que realmente foi mais sério foi mais restritivo e na minha
cabeça era por conta disso. “Aí eu não posso comer tal coisa porque tal coisa vai me
engordar e eu não quero engordar porque eu quero ter um padrão de uma idol coreana”.
Mas teve também o ponto positivo que eu falo que eu via meus ídolos exercitando, e
ficava: “Eu quero ser saudável. Eu quero fazer exercícios também, hoje eu vou me
exercitar…”, eu até brincava: “Eu vou me exercitar porque meu idol está se exercitando
e ele é a minha motivação para eu ir lá me exercitar e ter uma vida saudável também”.
Então eu consegui sair desse ponto de “Eu não vou comer porque eu tenho que chegar
nesse padrão contanto não vou fazer tal coisa por conta da minha saúde, porque meu
idol está fazendo algo para saúde dele também e eu quero ir para o lado da saúde não
para um padrão inalcançável.”
ENTREVISTADOR: Vocês já tiveram algum tipo de distúrbio alimentar ou conhece
alguma amiga que é fã de k-pop que já teve?
ENTREVISTADO 02: Não.
ENTREVISTADO 01: No meu caso eu tenho compulsão alimentar. Mas é uma coisa
que não se desenvolveu por conta do k-pop, já é desde a infância por outras questões,
não não tem essa relação por conta do k-pop. Mas a minha irmã é k-pop há mais tempo,
desde 2015 e teve épocas em que inclusive ela desenvolveu bulimia. E uma idol que
ajudou muito ela, que ela viu o corpo dela e pensava assim “Meu corpo é parecido com
o dela” era o da Hwasa que é a Hwasa, ela tem um corpo mais curvilíneo, né? Mas a
minha irmã chegou a ter épocas que ela teve bulimia e anorexia por conta disso, eu
acredito que tenha tido um pouco de influência dessa questão do k-pop.
ENTREVISTADOR: E você acredita que isso pode acontecer com alguém,
ENTREVISTADA 02?
ENTREVISTADO 02: Com certeza, eu tenho uma prima que tem 13 anos e ela
também já foi muito ativa no k-pop e ela tem problemas com o peso dela. Ela tem uma
preocupação excessiva e eu penso assim, e eu vejo que o k-pop piorou isso um pouco
para ela. Porque justamente por conta dessa questão, às vezes nem é algo oficial nem
nada, mas ficam divulgando tipo as listas do que a IU fazia para emagrecer. E ela se
espalhava muito nisso, sabe assim através do k-pop, ela chegou em canais coreanos de
exercícios completamente pesados que não tem nada a ver com a idade dela. Então ela
meio que ficou “bitolada” nisso.
ENTREVISTADOR: E para fechar, vocês acreditam que os artistas de k-pop tem
alguma responsabilidade em relação a imagem corporal de seus fãs?
ENTREVISTADO 02: Não.
ENTREVISTADO 01: Eu também acredito que não, acho que é mais algo das
empresas mesmo o k-pop ele tem esse problema, né? O problema do k-pop não são os
idols. São as empresas que estão ali por trás deles e a indústria, né?
ENTREVISTADOR: Então a responsabilidade, por essa questão da magreza, é das
empresas que vocês acreditam? As duas acreditam nisso, ou você tem alguma
percepção diferente, ENTREVISTADA 02?
ENTREVISTADO 02: Acredito que seja da indústria no total também, são os velhos
carecas, sabe? Que mandam isso tudo! Eles, que eu penso, que se aproveitam tanto da
questão do padrão coreano de beleza e tudo, eles se aproveitam disso e replicam isso
nos idols, que replicam isso não só na população coreana, porque eles têm uma
preocupação muito grande com que é bom para o coreano, com o que é bonito para o
coreano, mas hoje o k-pop já é algo muito mais Global, né? Então isso afeta outras
culturas com pessoas que não tem dietas, né? Correspondente às do pessoal da Coreia.
Então eu penso que são dos pessoal de cima mesmo.
ENTREVISTADOR: Entendo. Bom na verdade as minhas perguntas são essas e eu
queria agradecer vocês por terem participado. É bom é isso, eu acho na verdade. Eu não
sei nem como posso terminar essa entrevista, mas eu acho que é isso mesmo. Muito
obrigado por terem participado, terem me ouvido e por terem respondido às suas
respostas vão ser de grande ajuda.
ENTREVISTADO 01: Nada obrigada pelo convite.
ENTREVISTADOR: Imagina, MEDIADORA, você acabou não se apresentando para
a ENTREVISTADA 01, se você quiser falar alguma coisa.
MEDIADORA: Oi, ENTREVISTADA 01, eu sou a MEDIADORA, tenho X anos, eu
faço Y e a ENTREVISTADORA me convidou para fazer um papel de mediadora na
entrevista, porque eu não tenho envolvimento nenhum com o mundo do k-pop todos os
nomes que vocês falaram eu não conheço eu não faço ideia de quem são. Mas ela me
chamou isso por isso porque ela já tem um envolvimento muito grande nesse mundo do
k-pop, então ela queria me chamar para ela acabar se não sendo tão parcial quanto
entrevistadora necessita. E aí eu poderia fazer interferência para fazer com que ela
voltasse para postura de entrevistadora imparcial, o que não foi necessário, né? Porque
ela se manteve aí imparcial durante a entrevista toda e foi isso meu papel aqui.
ENTREVISTADO 01: Foi uma pessoa para ficar imparcial nas coisas, ou juíza
praticamente.
MEDIADORA: Até porque eu não tenho envolvimento algum com o K-pop, eu só
conheço algumas músicas que ficam famosas, mas eu nem sabia que eram deles então
assim ela me convidou para eu poder interferir caso necessário, mas não foi.
ENTREVISTADOR: Bom, obrigado novamente e eu vou deixar vocês livres para
fazer o que quiserem agora, se vocês quiserem conversar entre vocês ou não sei se
vocês quiserem já sair também da conversa. Vocês podem ficar à vontade.
ENTREVISTADO 02: Eu acho que eu tenho assim um comentário que eu queria fazer
que eu anotei. Assim, uma pessoa que me influenciou muito essa questão do peso foi a
Ryunjin que na época de Wannabe ela, eu acho ela maravilhosa, tipo assim ela tinha as
coxas grossas assim bonitas, ela era uma mulher bonita assim. Era magra, na nossa
visão aqui do ocidental, ela é uma pessoa magra, né? Ela não é uma pessoa gorda. Ao
passar do tempo ela ficou muito muito magra e assim foi algo muito perceptível que eu
falo isso da coxa dela que eu lembro que o pessoal comparava muito ela nas
coreografias iniciais para depois que ela foi performando sabe? Foi algo que mexeu
muito comigo que eu comecei a olhar para minhas pernas, porque eu tenho as pernas
mais grossas e eu passava no espelho, olhava e eu comecei a notar meu corpo e olha
para o meu corpo dessa forma, ainda mais porque eu gosto de fazer cover de k-pop,
então na hora que você vê seu corpo dançando e você vai ver a idol que é tipo muito
mais magra que você dançando, você já acha que você não tá certo, você já acha que
você tá dançando errado, sabe? Essa questão de não pertencimento na sua própria pele,
isso daí é algo que pega bastante.
ENTREVISTADOR: Entendi, muito obrigado pelo seu comentário, vai ser de grande
ajuda também, eu adicionei ele aqui tá bem? Muito obrigada gente e você tem algum
comentário também ENTREVISTADO 01?
ENTREVISTADO 01: Eu só achei interessante ela ter falado do cover de k-pop,
porque geralmente quando aparece algum cover para mim, eu gosto muito de seguir
uma uma moça no Tik Tok, eu não vou lembrar o nome dela, mas ela tem justamente o
corpo oposto do K-pop. Ela tem coxas extremamente grossas e assim ela recebe muita
crítica por conta disso porque ela tá ali fazendo cover de k-pop e as pessoas querem que
até quem faz o covers tem aquele corpo parecido com o dos idols e quando eu vejo ela
dançando eu me sinto até representada porque é algo que você geralmente não vê no dia
a dia.
● ANEXO B - DIVISÃO POR TEMAS:

GIRL GROUPS SÃO MAIS AFETADAS QUE BOY GROUPS:


ENTREVISTADO 01: “Eu não vejo tanto nos grupos masculinos, eu vejo mais essa
questão da magreza nos grupos femininos” [...] “ela é realmente acima do peso e a
crítica de fora [...], mas a crítica dos fãs é muito grande para cima dela”
ENTREVISTADO 02: “[...] principalmente as mulheres. Assim, eu lembro muito da
Momo do Twice contando como era a rotina dela pré-debout, que chegaram nela e
falaram assim: “Ah, você só vai debutar se você perder X quilos em uma semana”. Aí
ela fala isso na maior naturalidade.” [...] “ela não comia nada praticamente, só chupava
gelo” “isso me marcou muito, que ela tinha muito medo de não acordar no outro dia que
ia dormir ela tinha muito medo de estar muito fraca.
ENTREVISTADA 02: “uma pessoa que me influenciou muito nessa questão do peso foi
a Ryunjin que na época de Wannabe, ela, eu acho ela maravilhosa, tipo assim ela tinha
coxas grossas, ela era uma mulher bonita” “Ao passar do tempo ela ficou muito magra e
assim foi algo muito perceptível que eu falo isso da coxa dela que eu lembro que o
pessoal comparava muito ela nas coreografias iniciais para depois que ela foi
performando, sabe?”

DISTÚRBIOS ALIMENTARES EM PRÉ-ADOLESCENTES E


ADOLESCENTES:
ENTREVISTADO 01: “Eu comecei a fazer dietas mais restritivas. Comecei a fazer
mais exercícios, porque eu sentia que eu não estava dentro de um padrão”
ENTREVISTADO 02: “Mas a questão de dietas, alimentação, tem até dietas que
soltaram tipo a dieta de “fulana”, sabe? Como ela perdeu não sei quantos quilos e tinha
aquelas tabelas assim que são algo facilmente difundido entre a comunidade, sabe?”
depois do K-pop eu meio que começar a olhar para alimentos de forma mais
consciente" [...] “Eu olhava tipo: “Velho isso aqui pode me engordar”
ENTREVISTADO 01: “minha irmã é kpopper há mais tempo, desde 2015 e teve épocas
em que inclusive ela desenvolveu bulimia.”
ENTREVISTADO 02: “uma prima que tem 13 anos e ela também já foi muito ativa no
K-pop e ele tem problemas com o peso dela. Ela tem uma preocupação excessiva e eu
penso assim, e eu vejo que o K-pop piorou isso um pouco para ela” [...] “às vezes nem é
algo oficial nem nada, mas ficam divulgando tipo as listas do que a IU fazia para
emagrecer. E ela se espelhava muito nisso, sabe assim através do K-pop, ela chegou em
canais coreanos de exercícios completamente pesados que não tem nada a ver com a
idade dela”

PADRÃO DE BELEZA INALCANÇÁVEL E CORPOS PERFEITOS:


ENTREVISTADO 01: “tema até opostos, né? Que criticam, por exemplo, a Lisa por ser
magra demais. Aí você tem que estar ali dentro daquele padrão extremamente estrito. A
Hyuna também, ela é criticada por ser magra demais, aí fica aquele, você pode ser
magra, mas magra dentro de um padrão de um patamar, você não pode ser magra
demais, nem acima do peso demais” [...] “eu me senti um pouco afetada no início, assim
que eu entrei para o K-pop que eu pensava assim: “Gente eles estão ali magros, corpos
perfeitos e eu? Eu não me sinto encaixada assim, né?” [...] “Eu comecei a fazer dietas
mais restritivas. Comecei a fazer mais exercícios, porque eu sentia que eu não estava
dentro de um padrão que é um padrão até inalcançável”
ENTREVISTADO 02: “Isso aqui pode fazer eu não ter a barriga que eu quero ter” [...]
“Então tem essa questão de você olhar para comida de forma mais consciente,
consciente até demais.”
ENTREVISTADO 01: “ No início eu tinha essa ideia de que tem que ser magra que
nem as idols de K-pop, porque esse é o padrão de lá, que a gente tem aquela ideia de fã,
né? Se um dia eu quiser ir para lá, se eu conhecer um deles eu tenho que estar dentro do
padrão deles.” [...] “Ai não posso comer tal coisa porque tal coisa vai me engordar e eu
não quero engordar porque eu quero ter um padrão de uma idol coreana”
ENTREVISTADO 02: “[...] ela tem justamente o corpo oposto do K-pop. Ela tem coxas
extremamente grossas e assim ela recebe muita crítica por conta disso porque ela tá ali
fazendo cover de K-pop e as pessoas querem que até quem faz os covers tem aquele
corpo parecido com o dos idols e quando vejo ela dançando eu me sinto até
representada porque é algo que você geralmente não vê no dia a dia”

CULPA MAIS DAS EMPRESAS E DA INDÚSTRIA DO QUE DOS IDOL:


ENTREVISTADO 02: “Que é muito cobrado pelas empresas pela indústria em si”
ENTREVISTADO 01: “acho que é algo mais, algo mais das empresas mesmo o K-pop
tem esse problema, né? O problema do K-pop não são os idols. São as empresas que
estão ali por trás deles e a indústria, né?”
ENTREVISTADO 02: “Acredito que seja no total também, são os velhos carecas, sabe?
Que mandam isso tudo! Eles, que eu penso, que se aproveitam tanto da questão do
padrão coreano de beleza e tudo, eles se aproveitam disso e replicam isso nos idols, que
replicam isso não só na população coreana, porque eles têm uma preocuopação muito
grande com o que é bom para o coreano. [...] mas hoje o K-pop já é algo muito mais
Global, né? Então eu penso que são do pessoal de cima mesmo”

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