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O trabalho de campo: uma

experiência sobre
instrumentos e métodos
Eduardo Ramirez Meza (eramirezmeza@gmail.com)
Mestrando em Estudos Culturais/UFMS
Campo Grande, 8 de setembro de 2021
Etapas (gerais) da prática científica
1. Definição do tema a ser pesquisado
2. Pesquisa bibliográfica sobre o tema
3. Escrita do projeto de pesquisa:
• Objetivos geral e específicos;
• Definição dos sujeitos da pesquisa;
• Escolha de métodos e técnicas.
4. E agora, ao trabalho de campo!
O que é o trabalho de campo?
Experiência e observação metódica por meio do contato direto
do/a pesquisador/a com situações, cenários, fenômenos, práticas,
pessoas, grupos, comunidades, instituições e/ou sociedades que se
deseja estudar (parte empírica da investigação). Levantamento de
evidências, diálogo entre teoria e vida vivida.
Sujeitos de pesquisa:
• Quem são?
• De onde são?
• Qual o recorte temporal e quantidade de potenciais sujeitos?
• Como conseguir seus contatos?
• Como e quando abordá-los?
Quais foram meus objetivos de pesquisa?
Geral: Analisar, sob um olhar interseccional, as relações entre pessoas
idosas e jovens participantes da atividade de extensão “Pessoa Idosa na
Formação Acadêmica”, com atenção especial aos marcadores sociais da
diferença que, eventualmente, se articulem contextualmente em
relações de poder.
Específicos:
1. mapear a percepção e o significado de categorias geracionais para
pessoas idosas e jovens a partir do contexto estudado;
2. analisar interseccionalmente, a partir dos discursos destes sujeitos,
as dinâmicas destas relações, e
3. levantar possibilidades de poder e de agência a partir das
experiências relatadas e das contribuições teóricas.
Quais foram minhas etapas do trabalho de campo
1) obtenção dos contatos das pessoas idosas e jovens
participantes do projeto;
2) seleção das pessoas idosas e adultos jovens que foram
convidadas a participarem da pesquisa;
3) apresentação da pesquisa e formalização de convite para
participação das pessoas idosas e adultos jovens;
4) aplicação dos instrumentos (questionário estruturado e
entrevista semiestruturada) específicos para levantamento de
impressões e depoimentos dos sujeitos selecionados, e
5) análise das informações levantadas.
Sujeitos da minha pesquisa
Quem são?
• Pessoas Idosas e Adultos/as Jovens (estudantes de graduação)
De onde são?
• UnAPI/UFMS
Qual o recorte temporal e quantidade de potenciais sujeitos?
• 2015.1 a 2019.2; 197 pessoas idosas e 1.759 estudantes
Como consegui seus contatos?
• DIPEX/PROECE e DIGAC/PROGRAD
Como ficou a amostra?
• 15 pessoas idosas e 15 estudantes de graduação
Como e quando abordá-los?
• Após finalização dos instrumentos e aprovação do CEP/UFMS
Quais foram as etapas específicas do campo
A participação dos sujeitos da pesquisa se dividiu em duas etapas,
realizadas integralmente via remota (Internet e/ou contatos
telefônicos/WhatsApp):
1) responder a um questionário via Google Forms com dados
sobre o perfil e contendo perguntas fechadas e
2) participar de uma entrevista on-line agendada, realizada e
gravada via Google Meet, seguindo roteiro semiestruturado
com perguntas abertas.
Como medida adicional relativa ao TCLE, até devido à ausência de
assinatura física do sujeito no Termo, a primeira questão da
entrevista (gravada) foi a confirmação do aceite.
Roteiro de Questionário

https://forms.gle/EdCfaFCfYMyoS8UCA
Roteiro de Entrevista Semi-Estruturada
Caro participante, você tem plena liberdade para desistir da pesquisa a
qualquer momento, sem prejuízo ou penalização alguma, ou ainda poderá
deixar de responder a(s) questão(ões) ou pergunta(s) que desejar.
1. O que significa juventude e quais seriam as principais
características de uma pessoa jovem?
2. Como a sociedade se relaciona com os mais jovens?
3. O que significa velhice e quais seriam as principais
características de uma pessoa velha ou idosa?
4. Como a sociedade se relaciona com os mais velhos?
5. Você se define como uma pessoa jovem, adulta ou idosa? Por
quê?
Roteiro de Entrevista Semi-Estruturada
6. O projeto “Pessoas Idosas na Formação Acadêmica” permitiu
que pessoas idosas cursassem disciplinas isoladas de graduação
presencial, e você participou de uma destas disciplinas. Qual foi
a sua reação e como você se sentiu no primeiro contato
intergeracional jovem/idoso em sala de aula proporcionado por
este projeto?
7. Nesta experiência de contato entre jovens/idosos em sala de
aula, você se recorda de ter tido alguma dificuldade pessoal
para o relacionamento intergeracional? Justificar para ambos
(sim e não).
Roteiro de Entrevista Semi-Estruturada
8. Caso tenha respondido afirmativamente à questão anterior,
esta(s) dificuldade(s) foi(ram) superada(s)? Se sim, como?
9. No decorrer das aulas, você percebeu alguma mudança, para
melhor ou para pior, na dinâmica do contato intergeracional
jovem/idoso em sala de aula? Explique sua resposta.
10.De maneira geral, e a partir da sua perspectiva de vida, o que
significou esta experiência de inclusão de pessoas idosas em
sala de aula?
11.Utilize este tempo caso queira dizer algo que não foi
contemplado no questionário.
Algumas fontes
GEERTZ, Clifford. Uma descrição densa: por uma teoria interpretativa da
cultura. In: GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro:
LTC, 1989, p. 13-41.
MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Abril
Cultural, 1984.
RAYMUNDO, Rafael Tourinho. Pesquisa de campo: o que é, como fazer e
exemplos. In: ViaCarreira, dez. 2020. Disponível em:
https://viacarreira.com/pesquisa-de-campo/
SANTOS, Leandro José Santos. O que é trabalho de campo? In: BODART,
Cristiano das Neves (Org.). Conceitos e categorias fundamentais do Ensino
de Antropologia. Maceió: Editora Café com Sociologia, 2021. p.125-127.
Grato!

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