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Psicologia do Esporte

e do Lazer
Material Teórico
Temas Contemporâneos e Novos desafios
da Psicologia do Esporte, do Exercício e do Lazer

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Me. Vivian de Oliveira

Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Temas Contemporâneos e Novos
desafios da Psicologia do Esporte,
do Exercício e do Lazer

• Introdução;
• Mídias, Redes Sociais e Novas Tecnologias
Aplicadas ao Esporte e ao Exercício Físico;
• Os Atletas Expatriados e as Implicações Psicológicas;
• Questões de Gênero e Sexo Aplicados ao Esporte.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Lidar com os temas atuais e emergentes dentro do campo da Psicologia do Esporte
e do Lazer, levantando questões pertinente e buscando novas formas de pensá-los
e abordá-los.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Temas Contemporâneos e Novos desafios da
Psicologia do Esporte, do Exercício e do Lazer

Introdução
A Psicologia do Esporte, muitas vezes, é lembrada quando se trata de seus te-
mas mais tradicionais: motivação, ansiedade, estresse, entre outros. Porém, alguns
temas contemporâneos surgem no esporte, exigindo novos olhares.

A relação dos atletas com a mídia tem mudado ao longo dos anos, especialmente
após o surgimento das redes sociais. Como afirma Pierre Lévy (1999), ferramentas
como a internet e seus recursos não são boas, não são más e tampouco neutras;
tudo depende do uso que fazemos delas. Esse uso, quando mal feito, pode acarretar
consequências psicológicas negativas e, em muitos casos, os usuários não estão
suficientemente informados sobre isto.

Como uma consequência de um mundo globalizado, aumenta-se o número de


atletas que trocam os seus países de origem e tentam o sucesso em uma carreira
esportiva no exterior. Para muitos, isso é visto como algo positivo, mas mudar-se de
país pode ser algo mais complicado do que parece. A adaptação requer cuidados,
tem de ser feita da melhor forma possível para que se possa colher os frutos do
processo de expatriação.

Também é frequente vermos discussões acerca da participação de mulheres nos


esportes e nas atividades físicas. Não podemos negar que cada vez mais as atletas
conquistam seu espaço e a luta por igualdade de gênero ganha força. Neste sen-
tido, um maior número de atletas LGBTs aparecem em competições e eventos
esportivos, demandando adequações de todo o sistema esportivo, que é marcado
historicamente por um viés machista e heterossexual.

Como encarar todas essas mudanças? Como enfrentar esse mundo em constan-
te evolução? Por isso, questões como estas também pedem um olhar cuidadoso da
Psicologia do Esporte, que buscará entender quais contribuições ela pode trazer à
temática. Bons estudos!

Mídias, Redes Sociais e Novas Tecnologias


Aplicadas ao Esporte e ao Exercício Físico
Pense bem: qual é o papel da mídia? Talvez, frente a essa pergunta, você des-
taque ações como informar, esclarecer fatos, trazer conhecimento, entreter, mas o
papel da mídia vai muito além. A mídia também é responsável por promover pes-
soas e produtos, estimular comportamentos, regular formas de pensamentos etc.

Nesse sentido, é possível discutirmos sobre o papel ético da mídia, que se re-
laciona diretamente com a sociedade para qual ela atua. Não podemos esquecer
que a mídia é feita por pessoas que, muitas vezes, cedem a pressões econômicas
e sociais e os profissionais que com ela trabalham só poderão agir eticamente se
possuírem valores pessoais pautados na ética.

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É importante dizer também que, ao longo dos anos, o esporte tem mudado.
Após a década de 70, dá-se o nome de esporte espetáculo ao modo como os
eventos esportivos são apresentados e consumidos, ou seja, como um produto de
entretenimento que é transmitido pelos meios de comunicação, com objetivo de
gerar lucro (PRONI, 1998).

Como exemplo destas mudanças, analisaremos o Super Bowl, que é o nome


dado ao jogo final da temporada da NFL (National Football League), principal liga
de futebol americano dos Estado Unidos.

Dados publicados em 2016, pela Folha de São Paulo, mostram que na edição
de 2015 o Super Bowl foi o evento mais assistido na história dos Estados Unidos,
com 114,4 milhões de espectadores. A partida foi captada por 70 câmeras insta-
ladas no estádio para a final. A empresa que pretendesse anunciar o seu produto
ou marca no intervalo comercial do evento, com um vídeo de 30 segundos, deveria
desembolsar um valor de 4,8 milhões de dólares.

Outros dados interessantes referentes ao Super Bowl são sobre quais aspectos do
evento o público gosta. Da maioria dos americanos que assistem ao Super Bowl,
58% dizem gostar do jogo em si, mas o interessante é que 48% dizem gostar do
Super Bowl por causa dos comerciais e 18% gostam pelo show do intervalo que tra-
dicionalmente conta com apresentações de grandes artistas da música (McCARTHY,
2018). Esse é, literalmente, um exemplo do esporte transformado em show!

Figura 1
Fonte: Getty Images

Com a mudança na dinâmica, o atleta ganha status de “superstar” e torna-se


valorizado comercialmente como espaço publicitário, um meio para a veiculação
da mensagem dos patrocinadores. Junto com a imagem de campeão, símbolo de
saúde, força, poder, dinheiro e vitória, valores estes que as marcas querem trazer
para si.

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Psicologia do Esporte, do Exercício e do Lazer

Para Kenski (1995), a mídia explora a imagem do atleta de sucesso do momento


e a consome como um produto descartável. Por outro lado, os patrocinadores in-
vestem no sucesso das equipes e jogadores bem-sucedidos para divulgar e vender
os seus produtos. Para as equipes esportivas e para os atletas, esta é também uma
chance de aparecerem e se tornarem mais populares, garantirem patrocínio e al-
cançarem maiores lucros.

Por esses motivos, a mídia esportiva também seleciona. O esporte feminino e o


esporte paraolímpico, por exemplo, ganham destaque muito menor. Isso faz com
que estas categorias tenham menos audiência e público em eventos e competições,
menores patrocínios e menores salários para os atletas.

Por falar em esporte feminino, há uma diferença muito grande no tratamento


que é dado para homens e mulheres que vivem do esporte por parte da mídia.
Os homens são veiculados à imagem de heróis, enquanto as mulheres, principal-
mente as que são consideradas belas, recebem o status de musas.

Além das chamadas mídias tradicionais, temos hoje as novas mídias que são
a soma de novas tecnologias e métodos de comunicação para se diferenciar dos
canais de comunicação tradicionais, como a TV, a imprensa e o rádio. Dentre as
chamadas novas mídias estão as redes sociais.

A expressão “rede social” é usualmente empregada para definir as grandes


plataformas de interação virtual (como Facebook, Twitter, Instagram etc.) e seu
significado está baseado no conceito de virtualidade, além de também estar implí-
cita a interação entre os sujeitos (PIZA, 2012). A rede social pode ser considerada
um espaço dinâmico, onde existe um fluxo intenso de pessoas e de informações,
além de trocas de conhecimento, ideias, contatos etc. (TOMAÉL; ALCARÁ; DI
CHIARA, 2005).

A presença das redes sociais muda a dinâmica entre mídia, atletas e torcedores.
Para Rebustini et al. (2011), as mídias digitais permitem novas possibilidades de
interação, fazendo com que torcedores, fãs e demais usuários compartilhem expe-
riências, mensagens e outras formas de postagens.

Gonçalves et al. (2015) ajudaram a explicar esses fenômenos, identificando a


motivação virtual dos torcedores de uma equipe de futebol profissional do Estado
de São Paulo. Os autores concluíram que a maioria dos torcedores (78%) declara-
ram utilizar a rede social para coletar informações ou apoiar o clube, sendo que
muitas vezes utilizam mais de uma rede social. Por outro lado, essas novas possi-
blidades trazidas pelas redes sociais abrem espaço para os casos de atletas que já
foram desafiados, desvalorizados, perseguidos, ofendidos e até mesmo ameaçados
por espectadores, que muitas vezes utilizam perfis fakes para insultar ou provocar
o outro, já que assim é mais difícil a identificação do autor da mensagem.

Os clubes sabem do uso cada vez mais frequente das redes sociais por parte
de seus torcedores e aproveitam desses recursos. Contratações são anunciadas,
campanhas são divulgadas e hashtags são lançadas pelas redes. Vimieiro (2015)

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chama atenção para o fato de esta nova dinâmica ser fruto da visão mercadológica
do esporte que compreende a internet e outros meios de comunicação como parte
do contexto, que cria o que ele chama de “identificação fria” entre os torcedores
e seus clubes formados por meio de relacionamentos virtuais despersonalizados e
regidos pelo mercado.

As redes sociais também mudaram a dinâmica da própria mídia tradicional, pois


alteram as funções do trabalho dos jornalistas, em especial, os esportivos.

Segundo Nöelleke, Grimmer e Horky (2017), os jornalistas esportivos percebem


os perfis dos atletas nas redes sociais como fontes benéficas de notícias, especial-
mente para coletar informações privilegiadas. Se antes o jornalista precisava “cor-
rer atrás” da notícia, hoje ele só precisa estar conectado.

Assim, para os atletas, as redes sociais surgem como uma oportunidade de ig-
norar o jornalismo esportivo e divulgar informações diretamente aos grupos-alvo.
Não é mais necessária uma coletiva de imprensa para divulgar uma notícia aos
torcedores, por exemplo, já que é possível fazer com que o mundo saiba de uma
notícia apenas com um celular em mãos.

Por outro lado, o atleta não pode mais culpar o veículo de mídia de ter distorcido
suas falas quando uma declaração não é bem aceita, visto que ele mesmo é o res-
ponsável por sua expressão por meio das redes.

O media training, ou treinamento de imprensa, têm como função no esporte preparar os


Explor

atletas para o enfrentamento com os jornalistas, instruindo sobre a postura que devem as-
sumir. Atualmente, esse tipo de treinamento também visa preparar os indivíduos para o re-
lacionamento com as novas mídias digitais, ensinando estratégias para evitar ou minimizar
o envolvimento de atletas em situações polêmicas e discussões, como postagens com con-
teúdo que possam ser mal interpretadas pelos usuários, gerando consequências negativas à
vida profissional e pessoal do esportista (MORÃO, 2017).

As novas mídias possuem suas vantagens, permitem maior proximidade entre


os atletas e seus fãs, exposição do atleta como alguém “normal”, promovem a sua
imagem e facilita o surgimento de novos patrocínios, permitem a divulgação de mo-
dalidades menos conhecidas e a comunicação com seu público sem a intermedia-
ção de jornalistas ou canais de comunicação, que podem eventualmente distorcer
uma notícia, como dissemos anteriormente (MORÃO; DE OLIVEIRA, 2018).

De outro modo, em especial, há cuidados que devem ser tomados com relação
ao conteúdo postado. Apesar do mundo ciber parecer bastante volátil e de nos
criar a ilusão de termos o controle sobre ele, isso não é verdade. Rebustini (2012)
afirma que não se pode garantir que aquilo que um dia foi publicado na rede possa
desaparecer por completo, mesmo que o usuário apague algum conteúdo que pos-
tou anteriormente. É possível que existam cópias da publicação, “flutuando” pelo
ciberespaço em razão das conexões desenvolvidas e de ferramentas como a tecla
printscreen, que nos permite “fotografar” a tela e salvá-la.

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Também é difícil prever até onde uma postagem irá chegar e, se considerarmos
o grande número de seguidores que possuem os atletas famosos, as possíveis con-
sequências de uma postagem errada podem ser devastadoras.

Um dos casos esportivos que deixa claro o nosso descontrole sobre o destino de nossas pu-
Explor

blicações foi o que envolveu dois jogadores da Seleção Brasileira de Futebol: o atacante Hulk
e o goleiro Diego Cavalieri.
Após a conquista da Copa das Confederações de 2013, Hulk publicou em seu Instagram uma
foto ao lado do zagueiro Réver, onde os dois exibem o troféu dentro do vestiário. Porém, ao
fundo da imagem, o goleiro Diego Cavalieri aparece de toalha com o pênis à mostra. Hulk
percebeu o problema e apagou a imagem cerca de 20 minutos depois de publicá-la, mas isso
não foi suficiente para evitar que ela se espalhasse pela rede. A foto trouxe consequências
negativas para o jogador exposto, tanto do ponto de vista profissional quanto pessoal.

Mas não são apenas os atletas profissionais que compartilham suas vidas pessoais­
e seus feitos esportivos nas redes. Cada vez mais surgem aplicativos e ferramentas
tecnológicas para serem utilizados por qualquer pessoa.

Aplicativos de corrida, de ciclismo e outros exercícios possuem interface com as


redes sociais e permitem o compartilhamento dos resultados e feitos do usuário,
oferecendo também a possibilidade de criar redes com outros indivíduos; com o
uso de smartphones são apontados inclusive como ferramentas para o ensino e
vivência de alguns conteúdos na Educação Física escolar e apontados como uma
estratégia para deixar o exercício físico mais atrativo e combater o sedentarismo
(TAHARA; CAGLIARI; DARIDO, 2017; MEIRA; PIRES, 2018).

Figura 2
Fonte: Getty Images

Mas, você deve estar se perguntado: onde entra a Psicologia do Esporte nisso
tudo? Tanto a mídia tradicional quanto as ferramentas da internet e das redes so-
ciais podem gerar situações que interferem nos estados emocionais dos atletas e
praticantes de atividades física.

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Muitas vezes, os comentários que aparecem sobre um atleta em seu perfil, a
repercussão de uma atitude ou outra situação podem fazer com que esse indivíduo
sofra com distúrbios de ansiedade, nervosismo, insegurança, medo, desequilibran-
do-o emocionalmente e causando danos ao rendimento. Em alguns casos, podem
levar o atleta a abandonar o esporte. Por isso, não só a Psicologia do Esporte, mas
também outras áreas do esporte têm discutido sobre a utilização das redes sociais
e aparelhos com acesso à internet em diferentes contextos, como em treinos, com-
petições, intervalos de jogos e concentração.

E você, o que pensa sobre isso? Imagine que você é o treinador da Seleção Bra-
sileira de Futebol e está viajando para um país distante com seus atletas para dis-
putar a Copa do Mundo. Proibiria seus atletas de utilizar os smartphones? Afinal,
será que deixá-los sem notícias da família não geraria ansiedade? Então, liberaria
o uso de forma total? Mas, e se saísse na imprensa alguma notícia crítica quanto
a atuação, poderia gerar estresse? Difícil decisão! Por isso, faz-se necessário que a
Psicologia do Esporte esteja preparada também para questões como essa, fazendo
com que os atletas aprendam estratégias para lidar com essas situações da melhor
maneira possível.

Os Atletas Expatriados
e as Implicações Psicológicas
Atualmente, a expatriação no esporte é um dos temas que vem ganhando
destaque, atraindo os olhares da Psicologia do Esporte. A partir da profissionali-
zação, da globalização e das mudanças sofridas pelo esporte ao longo dos anos,
clubes passaram a ser considerados empresas, dando origem a uma nova con-
cepção de gestão, onde o esporte é um produto, uma forma de levantar receitas
(TERTULIANO, 2016).

Os estudos sobre expatriação, inicialmente, pesquisam os funcionários de empre-


sas, em especial as multinacionais que transferem seus trabalhadores de países por
motivos profissionais. Por isso, Certo (1997) define o expatriado como um membro
de uma organização que vive e trabalha em um país no qual ele não possui cidada-
nia. No esporte, o termo é utilizado para descrever o atleta que troca de país tem-
porariamente, acarretando em uma mudança de cultura (BRANDÃO et al., 2013).

Há alguns anos, no campo esportivo, o Brasil tornou-se um dos grandes fornece-


dores de emigrantes para o mundo, principalmente quando falamos do futebol, gra-
ças a valorização de seus jogadores no mercado exterior (RIAL, 2008; BRANDÃO
et al., 2013). Esse é um processo que ocorre desde a década de 30, pois, de acordo
com Pontes et al. (2018), foi logo após a Copa do Mundo do Uruguai que ocorreu a
primeira emigração de atletas brasileiros e possuíam como principal destino a Itália.

Esse fluxo migratório tornou-se uma importante fonte de recursos para os clubes
brasileiros (BRANDÃO et al., 2013).

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Para as empresas que estão cada vez mais globalizadas, expatriar seus trabalha-
dores significa garantir uma melhor desenvoltura em seus processos no exterior,
transferindo conhecimento para o país-alvo (TERTULIANO, 2016). No esporte,
expatriar um jogador significa maior receita para um clube. Do ponto de vista do
atleta, Rial (2008) afirma que a emigração de jogadores é multifatorial, mas aponta
como principais fatores os aspectos econômicos e sociais relacionados também às
condições de trabalho.

Brandão et al. (2013) apontam que ser expatriado, para o jogador, carrega sig-
nificado simbólico considerável. Para os autores, jogar no exterior é um sonho para
boa parte dos atletas, além de uma forma de ascensão social. Os próprios torcedo-
res, a imprensa e os dirigentes veem uma transferência para o exterior como uma
vitória do jogador, uma “promoção” em sua carreira.

Para Pontes et al. (2018), os fatores que influenciam fluxo migratório dos atletas
envolvem a necessidade de desenvolvimento profissional (através do reconhecimen-
to por meio da ascensão social, consequência dos melhores salários recebidos),
como também o desenvolvimento de suas qualidades técnicas, maturidade como
atleta que a experiência proporciona.

Questões pessoais como conhecer outros países e culturas também são considera-
das pelos atletas na hora de saírem do país, assim como somar experiências e melho-
rar o currículo pessoal e profissional. Carvalho (2016) também aponta as melhorias
salariais, de condições de carreira e a busca por conhecimento de novas culturas etc.

Apesar de um sonho, o processo de expatriação pode ser mais complicado do


que parece. Afinal, mudar de país significa enfrentar normas, crenças e os padrões
comportamentais diferentes, além, também, das divergências políticas, econômi-
cas e históricas que podem existir entre duas nações. Desta forma, quanto maior
a diferença entre o país de origem e o de destino, mais complicada e difícil será
a adaptação, assim como a construção de relações sociais, em especial, se o país
para onde o atleta irá passe por guerras ou possua uma cultura religiosa bastante
rígida (BRANDÃO et al., 2013). Além disso, os autores afirmam que:
A habilidade para se adaptar a novas culturas é um dos elementos mais
importantes para o sucesso de um jogador de futebol expatriado. Morar
em outro país é ter que se acostumar com outra língua, outra cultura, outro
clima e, muitas vezes, com a distância da família, é ter que se estabelecer
rapidamente no novo país e começar a jogar por uma equipe formada
por jogadores e técnico desconhecidos. Além do mais, perspectivas irreais
sobre a nova equipe associadas com uma carência de informações sobre o
país podem criar problemas reais. (BRANDÃO et al., 2013, p. 178)

É importante entender que o expatriado não está sozinho e o processo acaba


envolvendo todas as pessoas que estão em contato com o expatriado, como a famí-
lia, amigos etc. (TERTULIANO, 2016). Um exemplo da influência da família é que,
em estudo realizado com jogadores de futebol, as esposas aparecem como o fator
mais determinante para o sucesso ou o fracasso de um expatriado no novo país.

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Porém, enquanto os expatriados criam novas relações e redes sociais em seus
novos ambientes de trabalho, as esposas, que quase em sua maioria não trabalham,
ficam isoladas do ponto de vista social (BRANDÃO et al. 2013).

O idioma diferente também figura entre as dificuldades encontradas por atletas


brasileiros no exterior. Muitos atletas não sabem o idioma falado no país de des-
tino e isso passa a ser um problema (BRANDÃO et al., 2013). Diante das dificul-
dades, “viver em outro país pode tornar-se um fardo para alguns, uma obrigação
a cumprir, um desafio para além de suas capacidades psíquicas” (TERTULIANO,
2016, p.43).

Para Brandão et al. (2013), o expatriado pode sentir os impactos psicológicos


destas mudanças, como o desconforto emocional, a exaustão mental e o estresse fi-
siológico, além de apresentar problemas do ponto de vista físico, distúrbios do sono
e do apetite, ansiedade, tristeza, ou até mesmo a depressão. Todos esses fatores
poderão acarretar consequências negativas para o seu desempenho e o sucesso na
nova equipe.

Além disso, para Brandão et al. (2013), a falta de equilíbrio psicológico faz com
que muitos atletas desejem voltar para os países de origem, retornando precoce-
mente e gerando possíveis prejuízos financeiros, além do sentimento de derrota,
fracasso, menos-valia, vergonha, culpa, entre outros, causando sofrimento.

Diante disso, os autores afirmam que, de forma geral, os atletas brasileiros não
são preparados para recomeçar a carreira em um novo país e, por isso, encontram
dificuldades na adaptação, sentem falta de casa e querem regressar, formando um
grande número de repatriados (BRANDÃO et al., 2013).

Um dos ramos da Psicologia que tem tentado ajudar a entender melhor o proces-
so da expatriação é chamado de Psicologia Intercultural. A Psicologia Intercultural
“preocupa-se em estudar indivíduos de duas ou mais culturas através do emprego
de métodos de medida que sejam equivalentes para as várias culturas considera-
das”. (ANGELINI, 2007, p. 40).

Os estudos da Psicologia intercultural buscam compreender as relações entre a


cultura e o comportamento individual, já que se acredita que os diferentes contextos
socioculturais em que um indivíduo está inserido influenciam o seu comportamen-
to (ANGELINI, 2007). Os pesquisadores deste ramo da Psicologia indicam que
muitos dos sintomas e sentimentos negativos sofridos pelos atletas, no processo de
expatriação, são frutos do estresse que surge frente às expectativas e incertezas em
relação à nova cultura (BRANDÃO et al., 2013).

Portanto, o ajustamento intercultural é um dos fatores determinantes para o su-


cesso do processo de expatriação (PEREIRA; PIMENTEL; KATO, 2005). Tertu-
liano (2016) também aponta para a necessidade de um trabalho prévio com os
atletas que irão para o exterior, visando diminuir o impacto negativo das mudanças
que consequentemente ocorrerão. Para o autor, esse tipo de treinamento é de vital
importância, não só para o expatriado, mas também para sua família, pois, desta

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f­orma, ela terá condições de oferecer suporte ao atleta expatriado, para que ele pos-
sa adaptar-se melhor ao novo país e a nova equipe, alcançando melhores resultados.
Nesse trabalho prévio, a contribuição do Psicólogo do Esporte é imprescindível.

A Aculturação é definida como o entendimento de uma cultura, por meio do contato con-
Explor

tínuo e direto com indivíduos e grupos que são parte desta (TUNG, 1998). Quanto maior a
aculturação do indivíduo, melhor é a sua inserção em uma nova cultura (DOWNES; VARNER;
HEMMASI, 2010).

Questões de Gênero e
Sexo Aplicados ao Esporte
As questões relacionadas ao gênero estão ganhando espaço para debate no
contexto do esporte e do exercício físico. Mas, antes de falarmos sobre este tema
é importante diferenciar dois conceitos: gênero e sexo. Sexo diz respeito a um
conjunto de características biológicas, tanto em animais quanto em seres humanos,
associados com traços físicos e fisiológicos, como cromossomos, expressão gênica,
função hormonal e formação genital

Para seres humanos, o sexo geralmente é classificado como feminino ou mascu-


lino. Já o gênero refere-se aos papéis, comportamentos e identidades socialmente
construídos, influenciando como as pessoas percebem a si mesmas e umas às
outras, como se comportam e interagem, além da distribuição de poder e recursos
na sociedade (COEN; BANISTER, 2012, BIANCHI, 2017; HARPER et al., 2018;
HEIDARI et al., 2017)

Para o esporte, a separação em categorias é feita pelo sexo, isto é, equipes mas-
culinas e femininas. Porém, as questões de gênero (ou seja, de caráter mais social
do que biológico) estão vinculadas a isso, como veremos ao longo deste capítulo.
E sobre o esporte, este continua sendo um terreno predominantemente masculino.

Apesar da evolução do esporte feminino ao longo dos anos, a diferença ainda


é evidente. Na visão de Camargo, Bragion e Vendite (2007), o esporte feminino,
especialmente no Brasil, cedeu e ainda cede a pressões sociais e culturais. As au-
toras afirmam que desde cedo os seres humanos são estimulados para certos com-
portamentos e desestimulados para outros, deixando claro o que é “de homens” e
o que é “de mulheres”, delineando quais são os papéis de cada um na sociedade,
garantindo padrões e também oportunidades diferenciadas entre eles.

Massimino (2011) complementa dizendo que os valores sexistas estão presentes


em nossas sociedades, mantendo códigos de conduta específicos do comportamen-
to feminino, criando e perpetuando as desigualdades de gênero, que também estão
presentes na prática esportiva.

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Diante disso, poderíamos perguntar: existem esportes para homens e outros
para mulheres? Parece que sim, pois, para Camargo, Bragion e Vendite (2007),
acredita-se que alguns esportes caracterizados como violentos e de grande impacto
são exclusivos para os indivíduos do sexo masculino, enquanto aqueles que envol-
vem graça, beleza e leveza são reservados para as mulheres. Dessa forma, mu-
lheres e homens que se arriscam em práticas contrapostas ao seu gênero acabam
sofrendo discriminação e preconceito (PEREIRA, 2016).

As razões para as diferenças entre homens e mulheres no esporte têm raízes his-
tóricas. Para o ser masculino, a atividade física sempre foi parte integrante de seus
hábitos diários e isso não se aplica às mulheres (PEREIRA; PONTES; RIBEIRO,
2014). Na Grécia antiga, por exemplo, os principais jogos tinham a participação
das mulheres na competição proibida, possuindo esta um papel coadjuvante, como
ser amuleto de sorte ou então de consagrar pela vitória com a coroa do triunfo
(MIRAGAYA, 2002; ROMERO et al., 2014).

Pierre de Coubertin, que organizou e liderou o processo para a criação das


Olimpíadas da Era Moderna, era contrário à participação das mulheres nas com-
petições esportivas, especialmente nos Jogos Olímpicos. No Brasil, leis como a
de Rui Barbosa, em 1882, e a de Getúlio Vargas, em 1941, limitavam a parti-
cipação das mulheres em alguns tipos de atividades físicas. Nestes documentos,
proibia-se que mulheres praticassem esportes incompatíveis com as condições de
sua natureza.

Justificava-se a proibição dizendo que as mulheres eram frágeis por causa de seu
papel reprodutor e eram instruídas por profissionais da saúde a praticarem ativi-
dades físicas que valorizassem sua graça, suavidade e beleza, como a dança e a gi-
nástica. Já os homens deveriam preferir as atividades de características exatamente
opostas, como as agressivas e competitivas. As restrições das práticas corporais
para as mulheres vigoraram até 1975.

Essa diferença entre masculino e feminino no meio esportivo deixa heranças até
os dias de hoje e gera diferenças na aderência à sua prática. Castejón e Giménez
(2015) conduziram um estudo com professores espanhóis, em que se percebeu que
meninos e meninas não demonstram o mesmo interesse pelas aulas de Educação
Física. Para os professores pesquisados, a participação masculina nas aulas é maior
que a feminina. Além disso, os garotos preferem os esportes e atividades de pre-
dominância física, enquanto as garotas mostram maior interesse por atividades de
característica expressiva, em especial a dança.

Mas este cenário não se restringe apenas aos atletas ou à prática esportiva pro-
priamente dita. A responsabilidade sobre a gestão esportiva, o campo administra-
tivo, incluindo os cargos de chefia, de direção e de tomadas de decisão no esporte
são dominados por homens (FERREIRA et al., 2013). Também há mais equipes
masculinas participando de competições, mais treinadores, mais comentaristas,
mais repórteres especializados do sexo masculino do que feminino (CAMARGO;
BRAGION; VENDITE, 2007; FERREIRA et al., 2013).

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Além disso, como já falamos nesta unidade, existem diferenças também no tra-
tamento que é dado pela mídia para homens e mulheres que atuam como atletas.
Para Romero et al. (2014), as mulheres são frequentemente retratadas na mídia,
seja em textos escritos, imagens ou até mesmo em comentários como objetos se-
xuais e não como atletas competitivas, visando atender o público masculino, que
ainda é o maior consumidor de esporte.

Figura 3
Fonte: Getty Images

Mas, não são apenas as mulheres que enfrentam problemas para a aceitação no
esporte competitivo. O esporte é também um ambiente fortemente marcado pelo
viés heterossexual, priorizando a participação de atletas que estão alinhados a iden-
tidade sexual e não a identidade de gênero. Logo, espera-se dos homens os com-
portamentos característicos do ser masculino. Os atletas que não se enquadram
nesse perfil, enfrentarão problemas de aceitação ou até mesmo punição do grupo
e, portanto, dificilmente assumirão sua orientação sexual publicamente. Os atletas,
em geral, enfrentam dificuldades em admitir a existência da homossexualidade no
esporte (MOIOLI, 2013; MOIOLI et al., 2014).
Expor esta situação [a homossexualidade] e expor-se a ela implica em as-
sumir uma orientação sexual que não combina com o mundo carregado
simbolicamente pela virilidade e agressividade, estilos dos homens que
atuam em um ambiente como esse e valorizados socialmente por uma
cultura falocêntrica. (MOIOLI, 2013, p. 182)

Quando um atleta se assume como homossexual, enfrenta consequências so-


ciais, econômicas e também psicológicas. Estas últimas costumam ser inquietantes,
acarretando o desequilíbrio emocional, com consequências negativas ao desem-
penho, problemas de relacionamento com os outros profissionais do clube, com
os patrocinadores, com os torcedores, podendo gerar até mesmo o abandono da
prática esportiva e, em casos mais graves, ao suicídio.

A violência e a agressão direcionadas para os atletas gays, lésbicas ou transgê-


nero não acontecem de forma tão direta: acontecem por meio do não reconheci-
mento do seu desempenho, pelo questionamento dos seus resultados e a imposição

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de guardar para si uma orientação sexual não aceita pelo público (MOIOLI, 2013;
MOIOLI et al., 2014).

Além disso, Habowski e Conte (2017) afirmam que os homossexuais são his-
toricamente ridicularizados. Por falta de espaço no esporte, em geral, são criados
eventos alternativos, como os Jogos Gay (Gay Games). Segundo a Federação dos
Jogos Gay, tanto os Jogos como a Federação existem para servir às necessidades
de atletas, artistas e ativistas. Sua missão é promover igualdade para todos, espe-
cialmente para lésbicas, gays, bi e trans em todo o mundo. Originalmente, chama-
dos de Olimpíadas Gays, os Gay Games começaram em 1982, na cidade de São
Francisco, nos Estados Unidos.

Figura 3
Fonte: Getty Images

Dentro das questões de gênero, outro assunto que têm ganhado destaque nos
últimos anos são os atletas transgêneros. No Brasil, o caso mais recente e emble-
mático é de Tifanny, atleta do voleibol. Tifanny Abreu foi a primeira mulher trans a
disputar uma partida oficial da Superliga de Vôlei.

No esporte, a discussão maior sobre os atletas transgêneros recaem sobre aque-


les que fizeram a transição do masculino para o feminino, amparando-se sobre
as questões biológicas. Para os críticos, estes atletas possuem vantagens sobre as
demais, por possuírem maiores capacidades físicas, como força, velocidade e resis-
tência (SCHULTZ, 2011, BIANCHI, 2017; LJUNGQVIST, 2018).

Desde 2003, o Comitê Olímpico Internacional (COI) reúne especialistas que


tentam elaborar diretrizes para resolver essa questão, como integrar os atletas
transgênero em competições únicas, mas os resultados não têm sido satisfatórios
(LJUNGQVIST, 2018).

É difícil quantificar o tamanho da vantagem que a atleta transgênero levaria


sobre as outras atletas e este acaba sendo o centro das discussões ao longo dos
anos. Desde as Olimpíadas de 2016, disputadas no Rio de Janeiro, para as mulhe-
res trans, o COI não exige mais a cirurgia de mudança de sexo, mas determina a

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UNIDADE Temas Contemporâneos e Novos desafios da
Psicologia do Esporte, do Exercício e do Lazer

comprovação da realização de um tratamento hormonal por no mínimo um ano e


níveis de testosterona abaixo de 10nmol/L. Os homens transgênero podem parti-
cipar sem restrições de provas e competições masculinas.

Mesmo com as mudanças ao longo dos anos, os procedimentos para garantir a


participação, como os longos processos nos comitês e federações, além da expo-
sição, podem acarretar no abandono da carreira esportiva dos atletas. Vale dizer
que as diretrizes do COI para atletas transgênero não é obrigatoriamente adotada
fora dos Jogos Olímpicos. Desse modo, são as próprias federações que se respon-
sabilizam pelas normas nos torneios que organizam, entidades essas que também
sofrem pressão de alguns e a opinião da sociedade como um todo sobre o assunto.

Trocando ideias... Importante!


E você, o que pensa sobre isso? As atletas transgênero devem participar de competições fe-
mininas? Aferir o nível de testosterona de um/uma atleta é suficiente para determinar a sua
participação em uma competição? Veja o material complementar para embasar suas ideias.

O fato é que existe um aumento significativo de atletas assumidamente LGBTs


nos esportes. Nos Jogos Olímpicos de 2016, um total de 43 atletas lésbicas, gays,
bissexuais, travestis e transexuais participaram do evento, enquanto na edição de
2012, em Londres, este número era de 22 atletas (DELCOLLI, 2016). E como a
Psicologia do Esporte se encaixa nisso tudo?

Das temáticas que vimos nesta unidade até aqui, muitas delas podem ser anali-
sadas partindo do ponto de vista das questões de gênero, a vergonha é uma delas.
Como dissemos anteriormente, a exposição do corpo pode ser um dos gatilhos
para a vergonha, imagine então quando uma pessoa não enxerga o seu corpo
como dentro de um padrão. As vestimentas exigidas para determinadas práticas,
como a natação ou a ginástica, por exemplo, podem ser reveladoras e acabarem
gerando desconforto. Ou então, diante de tantas dificuldades impostas, de onde
tirar a motivação que move os atletas homossexuais ou transgênero dentro dos es-
portes? Como garantir a coesão de uma equipe, diante da diversidade de indivíduos
com orientações sexuais e identidades de gênero diferentes, onde a discriminação
frequentemente surge? Como administrar as questões de vestiário e alojamento?

Hargie, Mitchell e Somerville (2017) conduziram um estudo com 10 transgênero


praticantes de esportes e verificaram no relato dos entrevistados que eles tiveram
experiências diferentes em relação ao esporte. O vestiário como um ambiente inti-
midador, a alienação do esporte na escola, a restrição do uso de espaços públicos
para a prática de esporte e atividades físicas por causa do medo, além da recorrente
negação dos aspectos sociais, de saúde e bem-estar do esporte são estressores que
acabam impactando sobre a vida e o futuro esportivo dos transgênero, sejam eles
atletas ou praticantes regulares de atividades físicas.

Frente a isso, as questões de gênero são um grande desafio a ser vencido por
pesquisadores e profissionais da Psicologia do Esporte.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
Tiffany: Polêmica na Superliga a primeira atleta transgênero (Esporte Espetacular)
https://youtu.be/2ju99xuU05A

Leitura
Processo de Expatriação de Voleibolistas: Concepções Bioecológicas
TERTULIANO, I. W. Processo de expatriação de voleibolistas: concepções
bioecológicas. 2016. 285f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Humano e
Tecnologias) – Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2016.
http://bit.ly/2NzbI6V
Os Esportes e as Novas Tecnologias
MORÃO, K. G.; DE OLIVEIRA, V. A exposição dos atletas diante das novas mídias
digitais In.: ARONI, A. L.; MORÃO, K. G.; BAGNI, G.; MACHADO, A. A. (Orgs.). Os
esportes e as novas tecnologias. São Paulo: Hipótese, 2018. p. 139-153.
http://bit.ly/2Nv9yoI
Leva vantagem? Consultora do COI não acredita em reviravolta do caso Tifanny
https://glo.bo/2NHBgyS
Atletas transgêneros: tabu, representatividade, minorias e ciências do esporte
http://bit.ly/2Nv5u7P

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UNIDADE Temas Contemporâneos e Novos desafios da
Psicologia do Esporte, do Exercício e do Lazer

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