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Profa.

Aline dos Reis Souza


aline.souza@ufop.edu.br
DECIV - UFOP
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1. Introdução
 Importância: Adequação das características qualitativas da água,
dos pontos de vista físico, químico, bacteriológico e organoléptico ao
consumo. Efetuado na ETA;

 Deve atender a critérios rigorosos de qualidade;

 Deve atender aos padrões de potabilidade estabelecidos na portaria


de Consolidação do Ministério da Saúde;

 Prevenir o aparecimento de doenças de veiculação hídrica,


protegendo a saúde da população;

 Tornar a água adequada a serviços domésticos;

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1. Introdução
 Prevenir o aparecimento da cárie dentária nas crianças, através da
fluoretação (Lei no 6050/1974)  Propostas de revogação nos últimos
anos;

https://www.camara.leg.br/noticias/437690-proposta-revoga-uso-obrigatorio-de-fluor-na-agua-
tratada/#:~:text=A%20C%C3%A2mara%20analisa%20o%20Projeto,de%20prevenir%20as%20c%C3%A1ries%20dent%C3%A1rias. 3
1. Introdução
 Finalidade estética: Correção da cor, odor e sabor (organolépticas);

 Finalidade higiênica: Remoção de microrganismos patogênicos,


substâncias nocivas, teores elevados de compostos orgânicos e redução
do excesso de impurezas;

 Finalidade Econômica: Redução da corrosividade, dureza, cor,


turbidez, ferro, manganês, odor e sabor.

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2. Água para abastecimento
2.1. Definições

 Água Bruta: Água na forma como ela é encontrada na natureza;

 Água Tratada: Água que tenha sido submetida a algum tipo de


tratamento;

 Água Potável: Água que pode ser ingerida sem causar danos a
saúde ou objeções de caráter organoléptico.

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2. Água para abastecimento
2.1. Definições

 Tratamento simplificado: Clarificação por meio de filtração e


desinfecção e correção de pH quando necessário;

 Tratamento convencional: Clarificação com utilização de


coagulação e floculação seguida de desinfecção e correção de pH;

 Tratamento avançado: Técnicas de remoção e/ou inativação de


constituintes refratários aos processos convencionais de
tratamento, os quais podem conferir à água características, tais
como: cor, odor, sabor, atividade tóxica ou patogênica.

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2. Água para abastecimento
2.2. CONAMA 357/2005
 Classificação x nível de tratamento:
• Classe especial: Água destinada ao abastecimento público, com
simples processo de desinfecção;
• Classe 1: Água destinada ao abastecimento público por tratamento
simplificado;
• Classe 2: Água destinada ao abastecimento público após tratamento
convencional;
• Classe 3: Água destinada ao consumo humano após tratamento
convencional ou avançado.
Portaria de Consolidação no 5/ 2017: Art. 24:
Parágrafo Único. As águas provenientes de manancial superficial devem ser
submetidas a processo de filtração. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 24,
Parágrafo Único) 7
2. Água para abastecimento
2.3. Portaria de Consolidação no 5/2017
Consolidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde do
Sistema Único de Saúde.

 Anexo XX: Dispõe sobre o controle e vigilância da qualidade da água


para consumo humano e seu padrão de potabilidade;

 Parágrafo Único. As águas provenientes de manancial superficial


devem ser submetidas a processo de filtração (Origem: PRT MS/GM
2914/2011, Art. 24, Parágrafo Único).

 O Anexo XXI: Aprova as normas e padrões sobre fluoretação da água


dos sistemas públicos de abastecimento, destinada ao consumo
humano.
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2. Água para abastecimento
2.4. Decreto 5.440/2005
“Estabelece definições e procedimentos sobre o controle de qualidade
da água de sistemas de abastecimento e institui mecanismos e
instrumentos para a divulgação de informação ao consumidor sobre a
qualidade da água para consumo humano”

 É assegurado ao consumidor, receber nas contas mensais:

• Orientação sobre os cuidados necessários em situações de risco à


saúde;

• Resumo mensal dos resultados das análises de qualidade da água;

• Características e problemas do manancial que causem riscos à


saúde;
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2. Água para abastecimento
2.4. Decreto 5.440/2005

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2. Água para abastecimento
2.4. Decreto 5.440/2005

 “Receber relatório do prestador de serviço, contendo:

• Locais de divulgação dos dados sobre a qualidade da água;

• Identificação dos mananciais de abastecimento;

• Descrição do processo de tratamento e distribuição;

• Resumo dos resultados da qualidade da água;

• Particularidades próprias da água do manancial.

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3. Tratamento

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3. Tratamento
Depende:

 Características da água bruta;

 Custos de implantação, manutenção e operação;

 Manuseio e confiabilidade dos equipamentos;

 Flexibilidade operacional;

 Localização geográfica da comunidade;

 Disposição final do lodo.

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3. Tratamento
Depende:

 A eficiência (operacional e financeira) de um sistema de


tratamento de água é diretamente relacionada com a qualidade da
água no manancial utilizado (ou água bruta);

 A qualidade da água bruta determina o tipo de sistema de


tratamento a se adotado, e, consequentemente, os custos
envolvidos.

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3. Tratamento
Processos Objetivos
Remoção de turbidez, de microrganismos e de alguns
Clarificação
metais pesados.
Desinfecção Remoção de microrganismos patogênicos.
Fluoretação Proteção da cárie dentária infantil.
Controle de corrosão e/ou Evitar efeitos corrosivos ou incrustantes no sistema
de incrustação abastecedor e nas instalações domiciliares (prediais);
Remoção da dureza, remoção de alguns contaminantes
Abrandamento
Menos frequentes

inorgânicos.
Remoção de contaminantes orgânicos e inorgânicos
Adsorção
(sabor e odor)
Aeração Remoção de contaminantes orgânicos e Fe e Mn;
Oxidação Remoção de contaminantes orgânicos e Fe e Mn;
Tratamento com membranas Remoção de contaminantes orgânicos e inorgânicos;
Troca iônica Remoção de contaminantes inorgânicos.

Fonte: Barros et al. (1995) 15


3. Tratamento
ÁGUA BRUTA
Oxidante químico/ Coagulante
Aeração

Alcalinizante
Mistura
Pré-oxidação
rápida/coagulação

“Desinfetante”

Mistura
Desinfecção Filtração Decantação lenta/floculação

Correção de
Fluoretação Abrandamento Auxiliar de
pH
floculação

Flúor Alcalinizante Abrandadores


ÁGUA
TRATADA
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3.1. Clarificação
Objetivos:

 Remoção de sólidos;

 Proporcionar aparência esteticamente adequada à água;

 Proporcionar quantidades reduzidas de microrganismos  direta


(remoção) e indiretamente (aumento na eficiência da desinfecção);

 Etapas: Coagulação, Floculação, Decantação/Sedimentação e


Filtração. (Micropeneiramento pode aparecer em algumas ETAs).

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3.2. Desinfecção
Objetivos:

 Remoção de microrganismos patogênicos;

 Mecanismos: Processos químicos e físicos.

Cloração
Ozonização
Químicos Outros
Processos de
desinfecção
Físicos Radiação UV
Radiação Gama
Membranas filtrantes
Outros
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3.3. Fluoretação
Objetivos:

 Proteção contra cárie infantil;

 Flúor não reativo, não sendo afetado pelas diversas fases do


tratamento;

 Químicos:
• Fluorssilicato de sódio;
• Fluoreto de sódio;
• Ácido fluorssilícico;
• Fluoreto de cálcio (fluorita).

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3.4. Controle de pH
Objetivos:
 Evitar efeitos corrosivos e incrustantes;

 Aumentar a eficiência dos processos químicos de tratamento;

 Químicos:
• Cal hidratada;
• Carbonato de cálcio;
• Carbonato de sódio (soda ou barrilha);
• Hidróxido de sódio ou de cálcio (Geocálcio);
• Gás carbônico; Produto Geocálcio, utilizado na
correção de pH.
• Ácido clorídrico;
• Ácido sulfúrico.
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3.5. Aeração ou arejamento
Objetivos:

 Introdução de ar, por meio de aeradores;

 Remoção de gases dissolvidos em excesso;

 Remoção de substâncias voláteis indesejáveis;

 Introdução de outros gases nas águas (O2 e N2);

 Aumentar a eficiência dos processos químicos de tratamento;

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3.5. Aeração ou arejamento
Aplicabilidade:

 Águas naturais apresentam gases dissolvidos (N2, O2 e CO2)


• Em excesso (COV; CH4; Cl2)  afeta propriedades organolépticas 
aeração  remoção;

 Ambiente redutor: Fe e Mn reduzidos;


• Introdução de O2  Fe e Mn oxidados  remoção.

 Elevados teores de:


 CO2  corrosão  redução do pH;
 H2S  prejudiciais à saúde  gás tóxico;
 aeração  remoção.
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3.5. Aeração ou arejamento
Tipos:

a) Aeradores de queda por gravidade

• Tipo cascata (remoção de CO2 e substâncias


voláteis) remove entre 20 e 45 % de CO2

• Taxa de aplicação = Q/A = 800 a 1000 m3 m-2 d-1.

Série de quedas que proporcionam o contato da massa


líquida com ar, removendo substâncias voláteis,
principalmente o CO2.
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3.5. Aeração ou arejamento
Tipos:
a) Aeradores de queda por gravidade

• De tabuleiros (adição de oxigênio e oxidação de


Fe e Mn) remove até 90 % de CO2

• Taxa de aplicação = Q/A = 540 a 1630 m3 m-2 d-1;

• Constituído por 3 a 9 bandejas;

A água a ser aerada é impulsionada (pressão ou por gravidade) até a bandeja


superior, passando pela camada de coque ou (outro material) e pela tela
caindo sobre a bandeja imediatamente inferior até chegar a última bandeja.
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3.5. Aeração ou arejamento
Tipos:
a) Aeradores de queda por gravidade
Fonte: Souza (2007).

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3.5. Aeração ou arejamento
Tipos:
b) Aeradores de repuxo
• Compreende tubulações sobre um tanque de coleta de água dotadas
de uma série de bocais de aspersão;

• Água impulsionada sob pressão para bocais, sob a forma de jato


que sobe até certa altura, se aerando no contato com ar e caindo no
tanque de coleta.

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3.5. Aeração ou arejamento
Tipos:

b) Aeradores de repuxo

• Remoção de CO2 superior a 70%;

• Mais eficiente no intercambio de gases e substâncias voláteis;

• Pode ser aplicado em grandes instalações;

• Taxa de aplicação = Q/A = 300 a 1000 m3 m-2 d-1.

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3.5. Aeração ou arejamento
Tipos:

c) Aeradores por borbulhamento

Tanques retangulares, nos quais se instalam tubos perfurados,


placas ou tubos porosos difusores, que servem para distribuir o
ar em forma de pequenas bolhas.

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3.6. Outras técnicas
Remoção de algas
• Micropeneiramento: Remover material grosseiro em suspensão (e
algas), malhas 25 e 50 micrometros;

• Flotação;

• Sulfato de cobre  Se houver proliferação de cianobactérias, não


é permitido sua aplicação (risco de lise e liberação de
cianotoxinas);

• Filtração em membranas;

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3.6. Outras técnicas Eletrodiálise

Remoção da salinidade
• Osmose reversa;
• Destilação;
• Eletrodiálise;
Destilação
Osmose reversa

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3.6. Outras técnicas
Adsorção
• Carvão ativado;
• Sílica ativada.

http://www.naturaltec.com.br/Carvao-
Oxidação Ativado.html

• Cloro e derivados  Risco de formação de THM;


• Oxigênio;
• Aeradores;
• Ozônio (risco em contato com Br)  Risco de formação de
substâncias tóxicas;
• Permanganato de Potássio;
• H2O2 (Peróxido de hidrogênio).
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3.6. Outras técnicas
Compostos orgânicos emergentes
(Hormônios, pesticidas, fármacos)

• Ultra e nanofiltração;

• Carvão ativado e Oxidação avançada (UV).

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4. Sistemas de tratamento
Tipos
I) Tratamento Convencional:

• Coagulação + Floculação + Decantação + Filtração + Desinfecção


• Indicado para tratamento de águas de qualidade insatisfatória ou grande
variação de qualidade.

II) Filtração direta ascendente/descendente:

• Coagulação + Filtração direta + Desinfecção


• Indico quando há pequena variação na qualidade de água.

III) Filtração lenta:

• Pré-filtração + Filtração lenta + desinfecção.


• Indicado para águas brutas com baixa turbidez.
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