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XXIX Congresso Nacional de Pesquisa em Transporte da Anpet

OURO PRETO, 9 a 13 de novembro de 2015

LOGÍSTICA NA CADEIA DO PETRÓLEO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Regina Meyer Branski


Universidade de São Paulo
Escola Politécnica – Departamento de Engenharia de Minas e Petróleo

RESUMO
O interesse dos pesquisadores pela logística do petróleo vem crescendo nos últimos anos. Uma busca nas bases
de dados mantidas pela CAPES mostrou que enquanto entre 1990 e 1996 foram publicados 106 artigos sobre o
tema, este número saltou para quase 500 nos últimos dez anos. O objetivo do trabalho é levantar o estado da arte
da pesquisa na área de logística na cadeia do petróleo, identificando os estudos já feitos e apontando novos
caminhos para desenvolvimento da área. A metodologia utilizada foi revisão sistemática da literatura,
abrangendo artigos publicados entre 2001 e 2014 nos mais importantes periódicos científicos. A maioria dos
artigos busca resolver problemas pontuais na cadeia utilizando ferramentas matemáticas. Pesquisas mais
abrangentes, voltadas para uma visão integrada da cadeia e com abordagem multidisciplinar são, portanto, bem
vindas.

ABSTRACT
Research interest by the oil logistics has been growing in recent years. A search in databases maintained by
CAPES has shown that between 1990 and 1996 were published 106 articles, and that this number jumped to
nearly 500 over the past decade. The objective is to identify the state of the art in logistics and the petroleum
chain research. The methodology used was the systematic review of articles published in scientific journals
between 2001 and 2014. Most articles uses operations research to solve specific problems. Research aimed to an
integrated view of the chain and multidisciplinary approaches are welcome.

1. INTRODUÇÃO
A cadeia de suprimentos do setor de petróleo é complexa, com inúmeras plantas, processos,
mão de obra e tecnologias altamente especializadas, além de um grande número de
fornecedores de materiais, componentes e serviços. O interesse dos pesquisadores pela
logística do petróleo vem crescendo nos últimos anos. Uma busca nas bases de dados
mantidas pela CAPES mostrou que enquanto entre 1990 e 1996 foram publicados 106 artigos
sobre o tema, este número saltou para próximo a 500 nos últimos dez anos.

O objetivo do trabalho é levantar o estado da arte da pesquisa na área de logística na cadeia


do petróleo, identificando os estudos já feitos e apontando novos caminhos para o seu
desenvolvimento. A metodologia utilizada foi revisão sistemática, abrangendo artigos
publicados entre 2001 e 2014 em periódicos científicos selecionados. O artigo tem a seguinte
estrutura: cadeia e logística do petróleo, metodologia, principais resultados e caminhos para o
desenvolvimento de futuras pesquisas.

2. CADEIA DE SUPRIMENTOS DO PETRÓLEO


O petróleo pode ser encontrado tanto em terra quanto no mar, sendo que a exploração de
jazidas em terra é denominada onshore e, no mar, offshore. Tradicionalmente a cadeia de
suprimentos do petróleo é classificada em dois segmentos: upstream (a montante) e
downstream (a jusante). No upstream estão as atividades de exploração, desenvolvimento e
produção e, no downstream, refino e distribuição. A Figura 1 representa uma cadeia de
suprimentos de petróleo.

Logística Logística e Meio Ambiente 915


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UPSTREAM
Exploração Desenvolvimento Produção Transporte Terminais Transporte

DOWNSTREAM
Dutos Postos de
Mistura
Refino Transporte Terminais Combustíveis
com Caminhões
Etanol e
Aeroportos
Aditivos Trens
Petroquímica
Plástico

Borracha

Fibra Sintética

Tintas

Fertilizantes

Figura 1: Cadeia de Suprimentos do Petróleo

No upstream, a atividade de exploração tem início com levantamentos sísmicos (estudos


geológicos e geofísicos) que avaliam as áreas e identificam possíveis jazidas. Esta atividade
envolve muitos custos e riscos, já que os investimentos em capital e mão de obra
especializada são altos e os resultados podem ser poços de baixo ou mesmo de nenhum
potencial econômico. Os estudos apontam os locais com maior probabilidade de ocorrência
do petróleo, mas sua existência só pode ser efetivamente comprovada com a perfuração dos
poços exploratórios (Almeida, 2004).

Na etapa de desenvolvimento, os poços são perfurados e preparados. As atividades para


preparação do poço são denominadas completação. Simultaneamente, são instalados
equipamentos para extração, tratamento e estocagem e, ainda, preparado um sistema para
escoamento do óleo e do gás (Almeida, 2004; Thomas, 2001).

Finalmente, na etapa de produção, é iniciada a extração do óleo. Os fluídos produzidos pelos


poços (água, óleo e gás) são, então, separados, tratados e armazenados para serem depois
transportados (através de dutos, navios petroleiros, caminhões ou trens) para as refinarias.

Na exploração offshore, as plataformas (muitas delas adaptadas a partir de antigos


petroleiros) possuem todos os equipamentos necessários para a exploração dos poços e
processamento do óleo bruto, além de alojamento para as pessoas, geradores de energia,
depósitos para materiais etc. O óleo extraído é armazenado na própria plataforma para,
depois, ser transferido para o navio aliviador. Finalmente, já em terra, o óleo é levado dos
terminais para as refinarias por meio de dutos.

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No downstream, o processo de refino envolve três etapas: destilação, conversão e tratamento.


Inicialmente, o petróleo é aquecido a temperaturas elevadas até sua evaporação para, em
seguida, ser resfriado e voltar ao estado líquido. Neste processo é feita a separação dos
diferentes tipos de hidrocarbonetos que compõe o óleo cru. No processo de conversão, as
partes mais pesadas e de menor valor são transformadas em moléculas menores que resultam
em produtos mais nobres. E finalmente, no tratamento, as impurezas ou substâncias
indesejadas são removidas, adequando os refinados à qualidade exigida pelo mercado. Os
produtos são então armazenados em terminais de onde, finalmente, irão abastecer postos de
combustíveis ou empresas do setor petroquímico e de fertilizantes (Machado, 2012; Kuo,
Chang, 2008).

3. LOGÍSTICA DO PETRÓLEO
Na cadeia de petróleo, a logística é essencial em todas as etapas, tanto na exploração,
desenvolvimento e produção quanto nas etapas de refino e distribuição. Mas, cada etapa têm
particularidades e enfrenta seus próprios desafios logísticos. Assim, é preciso estudar cada
uma delas de forma isolada sem, contudo, perder de vista o entendimento da cadeia como um
todo.

No upstream, o projeto de rede é determinado a partir da localização da jazida. Em jazidas


localizadas em terra, as instalações para armazenamento (terminais) estão próximas à área de
exploração. Na offshore, o petróleo extraído do fundo do mar é armazenado nas plataformas
fixas ou flutuantes e, em seguida, transferido para navios aliviadores para, finalmente, ser
transportado para armazenamento nos terminais em terra.

Estoques são estratégicos nesta etapa. O estoque de óleo cru tem demanda volátil, de difícil
previsão, comercializado em grandes lotes e alto valor agregado (Jacoby, 2012). Mas, para
operar as plataformas, é preciso também equipamentos e materiais para manutenção, reparo e
operação (MRO). Nos MRO estão incluídos todos os materiais necessários para apoiar o
desenvolvimento das atividades fins de uma indústria. No caso particular do petróleo, são
centenas de itens, dos mais simples aos mais complexos. A gestão de materiais para MRO
difere da de outros tipos de estoque porque sua demanda é imprevisível, já que é difícil
prever quando uma máquina ou equipamento vai falhar.

Finalmente, para o transporte do óleo cru são utilizados dutos, petroleiros, caminhões ou
trens. A escolha do modal de transporte depende da distância, tipo de óleo, custo e recursos
disponíveis (Chu et al., 2012).

No downstream, a refinaria é composta por terminais para armazenamento de matéria prima,


unidades de produção e de mistura, terminais intermediários e terminais para armazenamento
dos produtos finais. O projeto de rede é fundamental porque questões como configuração da
planta, capacidade das instalações, distâncias das fontes de petróleo e das áreas de consumo,
infraestrutura existente (rodovias, dutos, etc.) é que irão garantir uma operação eficiente
(Shah e Ierapetritou, 2011). Se a capacidade de armazenamento for insuficiente, por exemplo,
pode ser necessário utilizar instalações externas, aumentando custos (Jacoby, 2012).

A etapa mais complexa no processo de refino é o planejamento da produção. O óleo cru pode
ser transformado em diversos produtos. O planejamento da produção define quando, como e
quanto será produzido de cada derivado. O planejamento envolve, também, outras variáveis

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como: capacidade das refinarias e dos terminais, tamanho dos lotes, processamentos
intermediários, tratamento dos dejetos envolvidos nos processos etc. (Shah e Ierapetritou,
2011).

O transporte dos derivados também tem grande complexidade. Os refinados são


transportados geralmente por dutos. Um duto simples tem apenas uma origem, um destino e
um tipo de produto para transportar. Mas os dutos podem ter múltiplos destinos e, mais ainda,
transportar os diversos produtos resultantes do processo de refino (Sasikumar, Prakash, Patil
e Ramani, 1997).

Um dos principais desafios na operação dos dutos é planejar a sequencia de produtos


bombeados. Nos dutos os produtos são bombeados lado a lado, sem qualquer separação física
nas interfaces, tornando inevitáveis as contaminações. Estas misturas são denominadas
transmix e não podem ser descartados sem passar por reprocessamento nas refinarias (Herran
e Andres, 2010). O programador do transporte, a partir da disponibilidade dos produtos e da
demanda por refinados, envia pedidos em lotes sequenciais evitando ao máximo a mistura de
fluídos e contaminação.

Finalmente, na etapa de distribuição da cadeia, os combustíveis ficam armazenados em


terminais primários, localizados próximos às refinarias de onde, em seguida, são transferidos
para terminais secundários, geralmente próximos aos mercados consumidores. São
transportados por caminhões para os postos de combustíveis ou para os grandes
consumidores como, por exemplo, a indústria aeronáutica. A complexidade é atender uma
rede logística dispersa e de grande capilaridade, composta de inúmeros pequenos clientes.

4. PROCEDIMENTOS DE INVESTIGAÇÃO
A metodologia adotada para o desenvolvimento do trabalho foi revisão sistemática da
literatura. Esta metodologia permite sumarizar conhecimento acumulado em um campo de
interesse, identificar os métodos de pesquisa que predominam na área e, ainda, determinar
onde existem lacunas para futuras pesquisas (Chrochane Libray, 2014).

Revisão sistemática difere da revisão bibliográfica tradicional porque exige uma sequencia de
etapas, com técnicas padronizadas, e que podem ser replicáveis. A Figura 2 mostra as
principais etapas cumpridas: definição dos objetivos e das estratégias de busca (seleção das
bases, período, palavras-chave, critérios de inclusão e exclusão dos artigos), identificação e
seleção dos trabalhos e, finalmente, análise criteriosa da literatura levantada.

Estabelecimento das
Definição Estratégias de Identificação e Análise e Síntese dos
dos objetivos Busca: definição das Seleção dos Classificação Resultados
da pesquisa bases, palavras- trabalhos dos trabalhos
chave e período.

Figura 2: Etapas da Revisão Sistemática


Fonte: Adaptado do Centre for Reviews and Dissemination (2009)

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No caso deste trabalho, o objetivo é levantar o estado da arte da pesquisa na área de logística
na cadeia do petróleo e identificar as principais lacunas a serem exploradas.
Quanto as bases consultadas, a busca foi realizada no portal de periódicos mantido pela
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que abrange mais
de 37 mil publicações de bases de dados como Science Direct, ProQuest, Academic OneFile,
Emerald, Sage Journals, Science Electronic Library Online (SciELO), SciFinder,
SpringerLink etc.

A pesquisa ficou restrita aos artigos científicos em inglês publicados em periódicos revisados
por pares entre os anos de 2001 e 2014. O ano 2001 é o ponto inicial porque é a partir dai que
se observa um volume crescente de publicações no tema. A busca se encerra em 2014
incluindo, desta forma, publicações mais recentes. As palavras-chave utilizadas para a busca
foram definidas a partir da literatura e em consulta a especialistas. São elas: “petroleum and
supply chain”, petroleum and logistics”, “oil and supply chain” e “oil and logistics”.

9 9
7
6
5 5 5
3 3 3 3
1 0 2

Figura 3: Número de artigos publicados

Foram localizados 131 artigos que atendiam aos critérios de busca iniciais. Após leitura dos
resumos, 70 foram eliminados por não terem relação direta com o tema logística. Os 61
artigos restantes foram analisados criteriosamente e classificados em três categorias –
upstream, downstream e cadeia de suprimentos – incluídos nesta última os estudos que
abrangem toda a cadeia. Finalmente, dentro de cada categoria, os artigos foram classificados
nas três grandes áreas logísticas – rede, estoque e transporte. É importante ressaltar que
alguns trabalhos estão nas interfaces das áreas como estoque-transporte ou produção-estoque.

5. RESULTADOS DA REVISÃO SISTEMÁTICA


5.1 Análise das publicações
A maioria dos artigos foram publicados em periódicos da área de engenharia química
(Computers & Chemical Engineering e Industrial & Engineering Chemistry Research).
Poucos artigos foram direcionados para periódicos de gestão da produção/operações e de
logística/cadeia de suprimentos.

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OUTROS 24
AICHE JOURNAL 2
ENERGY POLICY 2
INTERNATIONAL JOURNAL OF … 2
ENERGY 2
EUROPEAN JOURNAL OF… 4
INDUSTRIAL & ENGINEERING … 10
COMPUTERS & CHEMICAL … 15

0 5 10 15 20 25 30

Figura 4: Principais periódicos


Quanto aos métodos utilizados nos estudos, prevaleceram modelos matemáticos, estatísticos
e os algoritmos computacionais. Os modelos foram classificados em determinísticos,
estocásticos e outras técnicas. Nos modelos determinísticos, todas as variáveis envolvidas são
constantes e conhecidas, o que resulta em uma única solução ótima. Nos estocásticos, são
utilizadas variáveis aleatórias com pelo menos uma de suas características operacionais
definida por uma função de probabilidade, o que resulta em diferentes cenários. Finalmente,
em outras técnicas, foram incluídos os modelos desenvolvidos a partir dos avanços da
computação como heurísticos, inteligência artificial etc. (Eum e Kim, 2006).

Dos 20 artigos voltados para o upstream, apenas 1 utilizou abordagem qualitativa (revisão
bibliográfica e entrevistas com especialistas). Todos os demais utilizaram ferramentas
matemáticas: 6 foram desenvolvidos a partir de modelos determinísticos, 3 utilizaram
modelos estocásticos e os 10 restantes utilizaram outras técnicas como inteligência artificial e
heurística. No downstream também prevalecem metodologias técnicas, sendo identificados
apenas 2 artigos qualitativos.

5.2 Análise dos Artigos


Os artigos foram classificados nos dois segmentos da cadeia – upstream e downstream – e
em uma terceira categoria – cadeia de suprimentos – quando abrangiam toda a cadeia do
petróleo. Dentro de cada categoria, foram ainda organizados de acordo com as três grandes
áreas da logística – rede, estoque e transporte. Esta classificação foi ampliada já que muitos
artigos tratam de questões que estão nas interfaces das áreas, como estoque-transporte ou
produção-estoque, ou de temas altamente correlacionados à logística como suprimentos,
previsão da demanda e produção.

Dos 61 artigos selecionados, 20 tratavam de questões relativas à exploração e produção


(upstream); 38 de refino (downstream); e apenas 3 estavam voltados para a cadeia do
petróleo como um todo (upstream e downstream). Assim, a área de refino é a mais explorada
pelos pesquisadores, havendo espaço para estudos mais abrangentes que englobam toda a
cadeia.

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1
1 3
7 2
2 2
1 1 6 5 5
3 1 3 3 4 3
1 1 2 2 2
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
UP/DOWN 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0
DOWN 1 3 0 1 2 3 1 6 2 7 3 2 5 2
UP 0 0 0 1 0 0 2 0 3 2 5 4 0 3

UP DOWN UP/DOWN

Figura 5: Artigos por segmento da cadeia de petróleo


No segmento upstream (Tabela 1), o tema predominante foi transporte com 8 artigos. Destes,
5 buscavam otimização do transporte de óleo cru por petroleiros (Shen, Chu e Chen (2011);
Chu et al. (2012); Aizemberg et al. (2014); Kobayashi e Kubo (2010); Hennig (2012)); e os
outros 3 abordavam questões voltadas para o planejamento do transporte das atividades de
apoio à instalações offshore (Kaiser (2010); Aas, Gribkovskaia, Sr e Shlopak (2007) e Qian,
Gribkovskaia e Sr (2011)). A técnica mais utilizada pelos autores foi o modelo
determinístico, especialmente programação linear inteira.

Outro tema explorado foi o de previsão da produção de óleo, com 4 artigos voltados para a
análise e/ou aplicação de modelos de previsão (MirHassani e Noori. (2011); Jakobsson et al.
(2014); Szklo, Machado e Schaeffer (2007) e Reynolds (2014)). O único artigo voltado para a
produção buscava otimizar, por meio de um modelo determinístico, a estratégia frente as
limitações de processamento do óleo (Huseby e Haavardsson, 2009).

No estoque foram identificados somente 2 artigos. O de Zhu, Liu e Wang (2012) cujo
objetivo era otimizar as reservas de petróleo da China (modelo estocástico) e o de Saharidis e
Ierapetritou (2009) (modelo determinístico) voltado para a programação de carga e descarga
de óleo cru em tanques de armazenagem intermediários entre portos e refinarias.

Nas interfaces entre as áreas, Arreola-Risa, Giménez-García e Martínez-Parra (2011)


testaram um modelo para otimização do sistema produção-estoque em uma empresa de
petróleo; e Ghatee e Hashemi (2009) e Cheng e Duran (2004) propuseram ferramentas para
otimizar o sistema de estoque-transporte de óleo cru.

No segmento downstream (Tabela 2) as áreas mais estudadas foram produção e transporte


com 11 artigos cada um. Dos 11 voltados para a produção, 10 aplicavam ferramentas para
otimização do processo. A única exceção – artigo de Shah, Li e Ierapetritou (2010) – fez uma
revisão das metodologias para programação, planejamento e gestão da cadeia de refino. Dos
artigos de transporte, 8 abordavam planejamento do transporte por dutos multiprodutos, 6
deles utilizando modelos determinísticos para chegar a solução ótima.

Dos 4 artigos na área de rede, 3 estavam voltados para o planejamento da rede de distribuição
de derivados (Gill, 2011; Fernandes, Relvas e Barbosa-Póvoa, 2013 e Rocha, Grossmann e

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Poggi de Aragão 2009), e um único para identificar a localização ótima das instalações de
refino (Oliveira e Hamacher, 2012).

Finalmente, 9 artigos tratavam de questões que envolviam a cadeia de refino como um todo.
Entre eles Koo et al. (2008), planejamento e operação da cadeia de refino; Carneiro, Ribas e
Hamacher (2010), modelo estocástico para otimizar o valor nas cadeias de refino; Pitty et al.
(2008) e Julka, Srinivasan e Karimi (2002), modelos para integração da cadeia; Julka, Karimi
e Srini (2002), estrutura para modelar, monitorar e gerenciar a cadeia; Basu, Dubey e
Gaujwad (2006), solução de planejamento integrado implantada em uma empresa de petróleo
na Índia e, finalmente, Russell et al. (2009), integração do etanol na cadeia.

Três trabalhos abordavam a cadeia de petróleo integralmente, do upstream até o downstream


(Tabela 3). Al-Othman et al. (2008), modelo para o planejamento da cadeia de suprimentos
de petróleo; Neiro e Pinto (2004), estrutura geral para modelar a cadeia de suprimento de
petróleo e Sinha et al. (2011), modelo multiagente para tornar a cadeia de petróleo mais ágil.

6. CONCLUSÃO
O objetivo do trabalho era levantar o estado da arte da pesquisa na área de logística na cadeia
do petróleo, identificando os estudos já feitos e apontando novos caminhos para o seu
desenvolvimento. A maior parte das publicações foca no uso de métodos de pesquisa
operacional para apoiar a solução de problemas pontuais dos processos logísticos. Estes
métodos, através da organização e tratamento dos dados, geram informações precisas para o
suporte ao processo de tomada decisão. Algumas poucas publicações abordam aspectos
econômicos. Mas faltam estudos que adotem uma abordagem sistêmica da cadeia, com a
integração das diferentes etapas (desenho da rede logística, planejamento do estoque,
programação das unidades de processamento, otimização da produção de campo, cadeia do
óleo cru etc.).

Embora não existam dúvidas quanto à importância das ferramentas matemáticas para a
solução de problemas logísticos, abordagens qualitativas também podem ser importantes.
Métodos qualitativos descrevem, com riqueza de detalhes, os processos e seus elementos, e
ajudam no desenvolvimento de novas ideias e teorias apoiadas na prática. Muitas dos
problemas logísticos são práticos, ligados ao cotidiano, têm natureza multidisciplinar e
exigem uma abordagem sistêmica. Além disto, envolvem atividades humanas e estão sujeitas
a diferentes percepções e influências.

Assim, devem ser estimuladas buscas por uma visão integradora da cadeia e interações
interdisciplinares para que os avanços na área ocorram mais rápido e na direção certa.
Finalmente, ressalto a oportunidade para o desenvolvimento de pesquisas na logística
offshore, campo com grande potencial para ser explorado.

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Tabela 1: Upstream – Exploração, Pprodução e desenvolvimento


Área Autores Periódicos Técnicas Metodologia Objetivo
Estudar fatores organizacionais que
Human Factors and Ergonomics
Parkes, Hodkiewicz e Outras Revisão Bibliográfica contribuem para a confiabilidade dos
Suprimentos in Manufacturing & Service
Morrison (2012) Técnicas e Entrevistas sistemas utilizados em águas profundas
Industries
(offshore)
Analisar a expansão da capacidade de
MirHassani e Noori. Journal of Petroleum Science Modelo Programação
fornecimento e distribuição de petróleo
(2011) and Engineering Estocástico Dinâmica Estocástica
sob incerteza
Comparar nove modelos bottom-up e
Previsão da Jakobsson et al. Outras Modelo de Produção
Energy Policy analisar o mais apropriado para previsão
Produção (2014) Técnicas Bottom-up
da produção de petróleo
Szklo, Machado e Outras Realizar previsão da produção de
Energy Policy Curva de Hubbert
Schaeffer (2007) Técnicas petróleo no Brasil
Outras Curva de Hubbert Analisar diferentes tipos de previsão da
Reynolds (2014) Ecological Economics
Técnicas Modificada produção de petróleo
Huseby e Haavardsson European Journal of Operational Modelo Otimizar estratégia de produção frente as
Produção Programação Linear
(2009) Research Determinístico limitações de processamento do óleo
Arreola-Risa, Testar o modelo para otimização do
Produção e European Journal of Operational Outras Heurística baseada em
Giménez-García e sistema produção-estoque em uma
Estoque Research Técnicas simulação e regressão
Martínez-Parra (2011) empresa de petróleo
Zhu, Liu e Wang Computers & Industrial Modelo Programação Otimizar reserva de petróleo estratégico
(2012) Engineering Estocástico Dinâmica Estocástica para a China
Estoque Programar carga e descarga de óleo cru
Saharidis e Ierapetritou Industrial & Engineering Modelo Programação Linear
em tanques de armazenagem
(2009) Chemistry Research Determinístico Inteira Mista
intermediários entre portos e refinarias
Identificar exportadores de petróleo com
International Journal of Energy Outras
Hilmola (2011) DEA maior potencial para se desenvolver no
Sector Management Técnicas
segmento logístico
Estoque e Otimizar a gestão do estoque e
Ghatee e Hashemi Engineering Applications of Outras
Transporte Inteligência Artificial planejamento de transporte em uma rede
(2009) Artificial Intelligence Técnicas
de distribuição de petróleo
Investigar e aprimorar o sistema
Computers & Chemical Modelo
Cheng e Duran (2004) Simulação estoque-transporte em uma cadeia
Engineering, Estocástico
mundial de óleo cru.
Determinar o número de petroleiros em
Shen, Chu e Chen, H. Computers & Chemical Modelo Programação Linear cada rota para minimizar o custo
(2011) Engineering Determinístico Inteira Mista logístico na exportação para outros
países
Automation Science and Outras Programação Otimizar remessa de óleo cru por navio
Chu et al. (2012)
Engineering Técnicas Dinâmica Polinomial para diversos clientes
Quantificar viagens das embarcações de
Modelo Programação Linear
Kaiser (2010) Energy serviço feitas a partir de portos em apoio
Determinístico Inteira
às atividades offshore
Programar transporte de óleo cru por
Transporte Aizemberg et al. Outras
Journal of Operational Research Heurística petroleiros para terminais em terra
(2014) Técnicas
(offshore)
Modelo Programação Linear Planejar e Roteirizar a recolha e entrega
Hennig (2012) Naval Research Logistics
Determinístico Inteira de óleo cru por petroleiros.
Kobayashi e Kubo Japan Journal of Industrial Outras Planejar e Desenvolver a programação
Geração de colunas
(2010) Applied Mathematics Técnicas de um petroleiro no Japão
Aas, Gribkovskaia, Sr International Journal of Physical Modelo Programação Linear Roteirizar navios de suprimento para
e Shlopak (2007) Distribution & Logistics Determinístico Inteira Mista instalações offshore
International Journal of Physical
Qian, Gribkovskaia e Modelo Planejar transporte com helicópteros
Distribution & Logistics Programação Inteira
Sr (2011) Determinístico para minimizar fatalidades (offshore)
Management

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Tabela 2: Downstream – Refino e distribuição


Área Autores Periódicos Técnicas Metodologia Objetivo
Programação
Planejamento Oliveira, Grossmann e Computers & Modelo Desenvolver soluções de planejamento dos
Dinâmica
Investimento Hamacher (2014) Operations Research Estocástico investimentos considerando incertezas
Estocástica
European Journal of
Easton, Murphy e Outras Propor modelo de avaliação de compras para
Suprimentos Purchasing & Supply DEA
Pearson (2002) Técnicas as refinarias
Management
Previsão de Parikh, Purohit e Outras Modelos Apresentar dois cenários para a demanda por
Energy
Demanda Maitra (2007) Técnicas Econométricos combustíveis
Industrial &
Modelo Programação Linear Coordenar decisões de planejamento e
Kuo e Chang (2008) Engineering Chemistry
Determinístico Inteira Mista programação
Research
Industrial & Tratar da questão da incerteza e risco
Lakkhanawat e Modelo
Engineering Chemistry Modelo Estocástico financeiro no planejamento das operações
Bagajewicz (2008) Estocástico
Research das refinarias
Industrial & Programação Otimizar a cadeia de suprimentos de
Yang, Gu e Rong Modelo
Engineering Chemistry Dinâmica derivados com múltiplos modos de operação
(2010) Estocástico
Research Estocástica e com incerteza dos rendimentos
Determinar as decisões de controle capazes
Yüzgeç, Palazoglu e Computers & Outras Modelo de Controle
de manter as operações em um nível ótimo
Romagnoli (2010) Chemical Engineering Técnicas Preditivo
na ocorrência de distúrbios
Apresentar revisão da literatura das
Industrial &
Shah, Li e Ierapetritou Outras Revisão metodologias para r programação,
Engineering Chemistry
(2010) Técnicas Bibliográfica planejamento e gestão da cadeia nas
Research
refinarias
Produção
Industrial &
Tong, Feng e Rong Outras Diversas Planejar produção de uma refinaria sob
Engineering Chemistry
(2011) Técnicas Metodologias condições de incerteza
Research
Modelo Programação não Planejar a produção das refinarias em
Neiro e Pinto (2005) Chem. Eng. Comm
Determinístico Linear Inteira Mista múltiplos períodos
Modelo de
Shah e Ierapetritou Outras Programar unidades de produção e mistura
AIChE Journal Otimização
(2011) Técnicas de produtos finais das refinarias.
Integrado Amplo
Lasschuit e Thijssen Computers & Modelo Programação Não Alinhar as diversas etapas do processo de
(2004) Chemical Engineering Determinístico Linear Inteira Mista refino
Programação Determinar a compra de óleo cru e decidir o
Pongsakdi et al. Journal of Production Modelo
Dinâmica nível de produção de diferentes produtos
(2006) Economics Estocástico
Estocástica dada a previsão de demanda
Industrial & Modelo Programação Linear Integrar planejamento tático e operacional
Leiras et al. (2013) Engineering Chemistry Determinístico e Estocástica de dois em uma rede de refinarias com múltiplos
Research e Estocástico estágios sites
Planejar sistema de transporte por dutos
Modelo Programação Linear multiprodutos conectando refinaria a tanques
Relvas et al. (2013) Omega
Determinístico Inteira Mista de armazenamento.

Applied Mathematics Modelo Programação Linear Programar transporte de derivados em duto


MirHassani (2008)
and Computation Determinístico Inteira multiprodutos
Planejar a sequencia ótima de transporte de
Herrán, Cruz e Andrés Computers & Outras
Metaheurística derivados por dutos para atender a demanda
(2012) Chemical Engineering Técnicas
Planejar sistemas de multidutos para
Herrán, Cruz e Andrés Computers & Modelo Programação Linear
produtos derivados
(2010) Chemical Engineering Determinístico Inteira Mista
Modelo baseado em Desenvolver modelo para planejamento de
Banaszewski et al. Computers & Outras
Protocolo transporte de produtos derivados em uma
(2013) Chemical Engineering Técnicas
Multiagentes rede logística multimodal
Transporte Clean Technologies Modelo Programar transporte de líquidos por rede de
Heckl et al. (2010) Simulação
and Environmental Estocástico dutos
Planejar o embarque através da roteirização
Persson e Göthe- European Journal of Outras
Geração de colunas da frota e da definição de quais produtos
Lundgren (2005) Operational Research Técnicas
transportar
Outras Metodologia Analisar risco (para acidentes) e roteirização
Iakovou (2001) Safety Science
Técnicas Multicritério com diversos produtos derivados
Computers & Modelo Programação Linear Programar rede de dutos unidirecional com
Cafaro e Cerdá (2010)
Chemical Engineering Determinístico Interia Mista injeção simultânea de lotes
Propor uma estrutura temporal contínua para
Computers & Modelo Programação Linear
Cafaro e Cerdá (2008) programação dinâmica de dutos
Chemical Engineering Determinístico Interia Mista
Relvas (2006) Industrial & Modelo Programação Linear Programar a operação de dutos e gestão do
Engineering Chemistry Determinístico Inteira Mista suprimentos de sistema de distribuição
Research multiprodutos

Logística Logística e Meio Ambiente 924


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Tabela 2: Downstream – Refino e distribuição


International Journal of
Planejar rede para distribuição de
Gill (2011) Business Research and Outras Técnicas Heurística
derivados para varejistas
Management
Fernandes, Relvas e
Chemical Engineering Modelo Programação Linear Planejar e desenhar rede da cadeia
Barbosa-Póvoa
Research and Design Determinístico Inteira Mista de derivados
(2013)
Rede Rocha, Grossmann e
Computers & Chemical Modelo Programação Linear Identificar a localização ótima
Poggi de Aragão
Engineering Determinístico Inteira Mista para as instalações de refino
(2009)
Planejar o investimento na
Industrial &
Oliveira e Hamacher Modelo Programação Dinâmica infraestrutura logística de
Engineering Chemistry
(2012) Estocástico Estocástica distribuição de derivados de
Research
petróleo
International
Fiorencio e Oliveira Modelo Programação Linear Avaliar diferentes alternativas de
Transactions in
(2014) Determinístico Inteira Mista investimento em redes logísticas
Operational Research
Computers & Chemical Modelo Planejar e operar uma cadeia de
Koo et al. (2008) Simulação
Engineering Estocástico suprimentos de uma refinaria
Andersen, Soledad e Modelo Programação Linear Desenvolver uma rede com todos
AIChe Journal
Grossmann (2013) Determinístico Inteira Mista os componentes da cadeia
Industrial &
Carneiro, Ribas e Modelo Modelo de Simulação Otimizar o valor presente líquido
Engineering Chemistry
Hamacher (2010) Estocástico com Incertezas das cadeias de refino
Research
Computers & Chemical Modelo Programação Dinâmica Desenvolver modelo dinâmico de
Pitty et al. (2008)
Engineering Estocástico Estocástica integração da cadeia de refino
Integração
Descrever solução de
Julka, Srinivasan e Computers & Chemical
Outras Técnicas Inteligência Artificial planejamento integrado da cadeia
Karimi (2002) Engineering
de refino
Propor estrutura para modelar,
Julka, Karimi e Srini Computers & Chemical
Outras Técnicas Inteligência Artificial monitorar e gerenciar a cadeia de
(2002) Engineering
refino
Descrever uma solução de
Basu, Dubey e Desenvolvimento de planejamento integrado
Systems Management Outras Técnicas
Gaujwad (2006) software implantada em uma empresa de
petróleo na Índia
Investigar a integração do etanol
Russell et al. (2009) Transportation Journal Outras Técnicas Grounded Theory
com a cadeia de petróleo

Tabela 3: Cadeia de suprimentos do petróleo (Upstream – Downstream)


Área Autores Periódicos Técnicas Metodologia Objetivo
Programação Desenvolver e implementar um
European Journal of Modelos
Al-Othman et al. Dinâmica modelo para o planejamento da
Operational Determísticos e
(2008) Determinística e cadeia de suprimentos de
Research Estocático
Estocástica petróleo
Computers & Propor uma estrutura geral
Integração Modelo Programação Não
Neiro e Pinto (2004) Chemical para modelar a cadeia de
Determinístico Linear Inteira Mista
Engineering suprimento de petróleo
Desenvolver um modelo
Expert Systems with Tecnologia
Sinha et al. (2011) Outras Técnicas multiagente para agilizar a
Applications Multiagente/Heurístico
cadeia de petróleo

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