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Princípios de Máquinas Elétricas

ADNP
Aula 6 – Fundamentos das Máquinas
Elétricas
Prof. Thiago dos Santos Cavali
Agenda da aula

• Introdução;
• Máquina rotativa elementar;
• Gerador CC;
• Motor CC;
• Geração de tensões unidirecionais.

2
Introdução
• Máquinas CC:
– Conversão energia elétrica CC em energia
mecânica (motor CC);
– Conversão energia mecânica em energia elétrica
CC (gerador CC).
• Até agora: máquinas lineares;
• Na prática: máquinas rotativas;
• Máquinas lineares e rotativas apresentam os
mesmos princípios de funcionamento.
3
Máquina rotativa elementar
• Uma única espira girando
em torno de um eixo fixo;
• Parte rotativa: rotor;
• Parte estática: estator;
• Campo magnético gerado
por um imã permanente
• Fluxo magnético constante
em todos os pontos abaixo
do imã. Fonte: [1]

4
Máquina rotativa elementar

• Espira encaixada em uma ranhura no rotor;


• Rotor de ferro forma um entreferro de ar
entre o rotor e o estator;
• Relutância uniforme (densidade de fluxo
constante em todos os pontos).

5
Fonte: [1]
Máquina rotativa elementar

Fonte: [6]
6
Máquina rotativa elementar
• Aplica-se uma força que faz com que a espira gire;
• Espira girando em campo tem tensão induzida em
seus terminais;
• Tensão varia conforme a posição da espira.

7
Fonte: [5] Fonte: [1]
Máquina rotativa elementar

• Em A e C a espira não se encontra


sob ação do campo, então a
tensão é nula;
• Em B há uma corrente circulando
cujo sentido é dado pela regra da
mão direita de Fleming;
• Em D há uma corrente circulando
no sentido contrário da observada
em B (o que também inverte o
sentido da tensão resultante nos
terminais!)
• Esse processo resulta na curva
Fonte: [5]
mostrada na Figura ao lado (uma
tensão alternada).
8
Máquina rotativa elementar
• Matematicamente (para a
posição na qual a espira
se encontra):
• Segmento ab:
– Velocidade tangencial à
trajetória da espira e
perpendicular a B;
– Pela regra da mão direita:
𝑒𝑏𝑎 = 𝒗𝑥𝑩 ∙ 𝒍 = 𝑣𝐵𝑙
(+ para dentro da página)
Fonte: [1] 9
Máquina rotativa elementar
• Segmento bc:
– Produto de 𝒗𝑥𝑩 é
perpendicular ao campo;
– 𝑒𝑐𝑏 = 𝑣𝐵𝑙 cos 90 = 0
• Segmento cd:
– Análise similar à ab;
– Vetor v muda de sentido;
– 𝑒𝑑𝑐 = 𝑣𝐵𝑙 (+ para fora da
página)
Fonte: [1] 10
Máquina rotativa elementar

• Segmento da:
– Similar à bc;
– 𝑒𝑎𝑑 = 𝑣𝐵𝑙 cos 90 = 0
• A tensão total induzida
na espira é a soma de
todas as contribuições!
𝑒𝑖𝑛𝑑 = 𝑒𝑏𝑎 + 𝑒𝑐𝑏 + 𝑒𝑑𝑐 + 𝑒𝑎𝑑
= 𝑣𝑏𝑙 + 0 + 𝑣𝑏𝑙 + 0 = 2𝑣𝑏𝑙

Fonte: [1] 11
Máquina rotativa elementar

Fonte: [1]

Na continuação do giro da espira os segmentos ab e cd invertem


suas posições em relação ao campo. Isso faz com que o sentido da
tensão se inverta nesses segmentos, sendo igual a −𝑣𝑏𝑙! 12
Máquina rotativa elementar
• Podemos escrever a tensão
em função de 3 grandezas:
– Velocidade angular de
rotação (𝑣 = 𝑟𝜔𝑚 );
– Fluxo magnético (ϕ = 𝐵𝐴)
– Aspectos construtivos da
máquina (𝐴 = 𝜋𝑟𝑙).
• Após alguma matemática
sobre 𝑒 = 𝑣𝑏𝑙 temos:
2
𝑒 = ϕ𝜔𝑚
𝜋 Fonte: [1]

13
Gerador CC
• Geração de uma tensão alternada no giro da espira;
• Como obter CC?
• Adaptação da máquina!
• Dois dispositivos: comutador e escovas;

14
Fonte: [1]
Gerador CC

Fonte: [6] 15
Gerador CC
• Conforme a espira gira, os comutadores entram em contato
com as escovas (conectadas ao circuito externo);
• Na inversão da polaridade os comutadores entram em
contato com a escova oposta, evitando o semiciclo negativo!

Fonte: [1]
16
Gerador CC

• A máquina produz CA, mas obtemos CC!


• Princípio de funcionamento de um gerador CC;
• Vídeo explicativo (em inglês):
https://www.youtube.com/watch?v=Ylgb8FFM
gd4

17
Motor CC

• Bateria conectada ao conjunto rotor-estator;


• Espira é percorrida por corrente quando a
chave se fecha;
• Passagem de corrente induz um conjugado!

Fonte: [1]
18
Motor CC
• Matematicamente (para a
posição na qual a espira se
encontra):
• Segmento ab:
– Corrente sai da página devido
a polaridade da fonte 𝑉𝐵 ;
– Pelo produto vetorial:
𝐹𝑎𝑏 = 𝑖 𝒍𝑥𝑩 = 𝑖𝑙𝐵(↑)
– Para um conjugado:
𝜏𝑎𝑏 = 𝑟𝐹𝑎𝑏 𝑠𝑒𝑛 𝜃 =
𝑟 𝑖𝑙𝐵 𝑠𝑒𝑛 90 = 𝑟𝑙𝑖𝐵 (↺)
Fonte: [1] 19
Motor CC
• Segmento bc:
– 𝒍 e 𝑩 são paralelos, então
não há produto vetorial;
– 𝐹𝑏𝑐 = 0 e 𝜏𝑏𝑐 = 0
• Segmento cd:
– Análise similar à ab;
– corrente muda de sentido;
𝐹𝑐𝑑 = 𝑖 𝒍𝑥𝑩 = 𝑖𝑙𝐵(↓) e
𝜏𝑐𝑑 = 𝑟𝑙𝑖𝐵 (↺)
Fonte: [1] 20
Motor CC

• Segmento da:
– Similar à bc;
– 𝐹𝑑𝑎 = 0 e 𝜏𝑑𝑎 = 0
• O conjugado resultante
é a soma de todas as
contribuições!
𝜏𝑖𝑛𝑑 = 𝜏𝑎𝑏 + 𝜏𝑏𝑐 + 𝜏𝑐𝑑 + 𝑒𝑑𝑎
= 𝑟𝑙𝑖𝐵 + 0 + 𝑟𝑙𝑖𝐵 + 0
= 2𝑟𝑙𝑖𝐵
Fonte: [1] 21
Motor CC
• Podemos escrever a
tensão em função de 2
grandezas:
– Aspectos construtivos da
máquina (𝐴 = 𝜋𝑟𝑙);
– Fluxo magnético ( ϕ =
𝐵𝐴).
• Após alguma matemática
sobre 𝜏 = 2𝑟𝑙𝑖𝐵 temos:
2
𝜏 = ϕ𝑖
𝜋 Fonte: [1]
22
Exemplo (7-1 Chapman)
A figura abaixo mostra uma espira simples girando entre as faces curvadas de dois polos e está conectada a uma
bateria, um resistor e uma chave. O resistor mostrado na figura modela a resistência total da bateria e do fio da
máquina. As dimensões físicas e características dessa máquina são:
𝑟 = 0,5 𝑚; 𝑅 = 0,3 Ω; 𝑉𝐵 = 120 𝑉; 𝑙 = 1 𝑚; 𝐵 = 0,25 𝑇
(a) O que acontece quando a chave é fechada?
(b) Qual é a corrente de partida máxima da máquina? Qual é a sua velocidade angular a vazio, sem carga, em
regime permanente?
(c) Suponha que uma carga seja aplicada à espira e que o conjugado de carga resultante seja 10 𝑁 ∙ 𝑚. Qual
seria a nova velocidade de regime permanente? Quanta potência é fornecida ao eixo da máquina? Quanta
potência está sendo fornecida pela bateria? Essa máquina é um motor ou um gerador?
(d) Suponha que a carga seja novamente retirada da máquina e um conjugado de 7,5 𝑁 ∙ 𝑚 seja aplicado ao
eixo no sentido de rotação. Qual é a nova velocidade de regime permanente? Essa máquina é agora um
motor ou um gerador?
(e) Suponha que a máquina esteja operando a vazio. Qual seria a velocidade final em regime permanente do
rotor se a densidade de fluxo fosse reduzida a 0,20 T?

23
Fonte: [1]
Geração de tensões unidirecionais
• No gerador CC elementar, há pontos nos quais a tensão
cai a zero, o que não é desejado;
• Oscilação pode danificar a máquina;

Bobina = conjunto de espiras

Fonte: [1]
• Como evitar isso? Utilizar várias bobinas conectadas!
• Tensão total nas escovas é a soma da tensão em cada
espira. 24
Geração de tensões unidirecionais
• Ligação das bobinas
podem ser feitas de
diferentes maneiras,
formando o chamado
enrolamento de
armadura da máquina;
• Principais tipos de
enrolamentos:
imbricado (lap winding)
e ondulado (wave
winding). Fonte: [7]

25
Geração de tensões unidirecionais

• Partes mais importantes:


– Armature shaft (Eixo do
rotor);
– Winding coil (Enrolamento);
– Commutator Bar (Barra de
comutação).

Fonte: [8]

26
Geração de tensões unidirecionais
• Representação estendida Polo Sul é repetido para
melhor visualização!
de um enrolamento de
armadura ondulado;
• Máquina com dois polos
(N e S) e 8 ranhuras;
• Cada ranhura tem dois
lados de bobina (ou seja,
8 bobinas que geram 16
lados de bobina);
• Enrolamento de armadura
fecha completamente
sobre si mesmo; Fonte: [4]
• Duas escovas (B1 e B2);
27
Geração de tensões unidirecionais
• Partindo da escova B2,
temos dois lados de
bobina para a corrente
percorrer: 2 e 7;
• Saindo pelo lado 2 vemos
que entre B2 e B1 temos
4 bobinas ligadas: 2-9, 4-
11, 6-13 e 8-15;
• Há uma tensão induzida
em cada bobina
conforme a máquina gira
(representada por uma
pequena fonte de tensão
na Figura).
Fonte: [4] 28
Geração de tensões unidirecionais
• Pelo lado 7 também
temos 4 bobinas
ligadas (7-16, 5-14,
3-12 e 1-10) que
também aparecem
na representação;
• A tensão entre as
duas escovas é a
soma de todas as
tensões!
Fonte: [4] 29
Geração de tensões unidirecionais
• Conforme a máquina gira,
somam-se as tensões!
• Tensão praticamente
costante;
• Quanto mais bobinas,
menos ripple;
• Ripple pequeno não é
percebido pelas cargas que
esse gerador alimenta;
• É o que acontece nas
máquinas reais! Fonte: [4] 30
Referências
[1] CHAPMAN, S. J. Fundamentos de Máquinas
Elétricas. 5 ed. Porto Alegre: AMGH. 2013.
[2] SEN, P. C. Principles of Electric Machines and
Power Electronics. 3 ed. New Jersey: Wiley. 2013.
[3] UMANS, S. D. Máquinas Elétricas de Fitzgerald e
Kingsley. 7 ed. Porto Alegre: AMGH. 2014.
[4] DEL TORO, V. Fundamentos de Máquinas
Elétricas. 1 ed. Rio de Janeiro: LTC. 2013.
[5] ELECTRICIAN TRAINING. Direct Current
Generators. [s.l.]:[s.n.].20??.
31
Referências
[6] MACHADO, R. Máquinas CC – Parte II. Disponível em:
< https://docplayer.com.br/50695810-Maquinas-
eletricas-maquinas-cc-parte-ii.html>. Acesso em 03 set.
2020.
[7] ELECTRICAL MASTAR. Armature Winding and Types of
Armature Winding. Disponível em: <
http://www.electricalmastar.com/armature-winding-
types-armature-winding/>. Acesso em 03 set. 2020.
[8] ELECTRICAL 4 U. Armature: Definition, Function &
Parts (Electric Motor & Generator). Disponível em:
<https://www.electrical4u.com/armature-electric-motor-
generator/>. Acesso em 03 set. 2020.
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Dúvidas?
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