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Este texto tem a intenção de trazer um resumo sobre a EJA no Brasil, não em

toda a sua complexidade pois não seria possível, mas os principais pontos
abordados no primeiro semestre da disciplina de EJA da Universidade Federal De
Uberlândia, tais como seus fundamentos legais, seus sujeitos, currículo
pressupostos teóricos e a discrepância com o que se apresenta a realidade.
Vimos em um primeiro momento que esta modalidade de educação desde a
descoberta e colonização do Brasil, vem sendo tratada como uma política
compensatória, que emerge das lacunas do sistema educacional regular e busca
atender as demandas de mão de obra do sistema de produção vigente. Porém a
constituição de 1988 e a LDB de 1996 estabelece a educação fundamental como
direito e garante a EJA as mesmas condições de estrutura e investimentos que a
educação no tempo certo.
Fizemos também importantes reflexões sobre o currículo da modalidade,
sobre como este se apresenta como um preparo para a sociedade do trabalho
preparando o aluno para o mercado, porém de maneira tecnicista não formando o
cidadão trabalhador consciente do seu lugar de atuação na sociedade segundo
Arroyo “Os saberes sobre os mundos do trabalho são mais do que as competências
para enfrentar um concurso ou um emprego.” O autor salienta também que as
tentativas de fazer da EJA um espaço de preparação para um trabalho que não
existe se constitui um fracasso.
Analisamos profundamente os sujeitos da EJA, jovens e adultos que por
algum motivo, geralmente a necessidade de trabalhar ainda enquanto crianças ou
muito jovens, precisam trabalhar e sua sobrevivência se sobrepõe a sua formação
escolar. Entendemos que este espaço não é homogêneo, que seus usuários têm
diferentes demandas e que o direito mais uma vez é apresentado como um favor ou
caridade sem oferecer as condições mínimas para o aprendizado.
Aprendizado que pressupõe levar em consideração as vivencias do sujeito,
divulgação dos espaços de formação, políticas que garantam não só a inserção
como também a permanência dos alunos a formação que não negligencie o
currículo e que proporcione continuidade ao processo de formação.
Enfim, constatamos a grande disparidade entre o que pressupõe a lei e o que
se apresenta no dia a dia da sala de aula, a intencional falta de atenção dada a
modalidade pelos poderes políticos e a importância da modalidade que mesmo tão
sucateada consegue pela atuação heroica de seus sujeitos, professore e alunos
produzir um efeito transformador na sociedade.

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