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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

Atividade sobre o livro “Educação como prática da liberdade” autor


Paulo Freire

Daniela Pereira Batista


Késsia Gonçalves
Ronan Farias

Uberlândia
2020
Educação como prática da liberdade

FREIRE, Paulo. Educação como Prática da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.

Na obra, Freire expõe o método de alfabetização de adultos contextualizando


historicamente os pressupostos filosóficos e políticos. No primeiro capítulo é apresentada
uma contextualização sobre as forças políticas que estavam no poder em 1960 que
levaram a interrupção dos trabalhos de Paulo Freire e seu posterior exilio. Traz também
o entendimento do altor sobre o caráter existencial, o existir não é individual, freire fala
que transcender, discernir, dialogar são exclusividades do existir, fazendo com que o
homem seja integrado dentro de um contexto histórico cultural.

Freire acredita que a integração na sociedade não é uma forma de acomodar mais
sim uma capacidade de se ajustar a realidade, assim podendo fazer parte de
transformações. O homem integrado é um sujeito, desta forma o indivíduo consegue se
adaptar em uma sociedade que está sujeita a mudanças, de forma que criando e recriando
é que o homem participa das épocas históricas. Porém a visão que o autor tem é que os
homens se encontram diminuídos e acomodados que se alonga como “medo da
liberdade”.

A década de 1960 viveu um tempo de extrema mudança, a sociedade estava totalmente


fechada e sendo comandada por um mercado externo, haviam índices de analfabetismo
que chegava a cinquenta porcento da população. Para Freire essa época de mudança que
se denomina como “trânsito”, a educação se fazia uma tarefa extremamente importante,
pois seria através de uma educação de diálogo voltada para a responsabilidade social
indissociavel da realidade política, que chegariam à transitividade crítica do problema,
que levaria a verdadeira democracia.

Uma das grandes, se não a maior, tragédia do homem moderno,


está em que é hoje dominado pela força dos mitos e comandado
pela publicidade organizada, ideológica ou não, e por isso vem
renunciando cada vez, sem o saber, à sua capacidade de decidir.
Vem sendo expulso da órbita das decisões. As tarefas de seu tempo
não são captadas pelo homem simples, mas a ele apresentadas por
uma “elite” que as interpreta e lhas entrega em forma de receita, de
prescrição a ser seguida. E, quando julga que se salva seguindo as
prescrições, afoga-se no anonimato nivelador da massificação, sem
esperança e sem fé, domesticado e acomodado: já não é sujeito.
Rebaixa-se a puro objeto. Coisifica-se. (FREIRE, p.43, 1967).

Se for pensar em um ideal de mundo mais justo, sério um pelo qual traz uma
educação mais democrática e humanizadora desta forma, pensar em um mundo onde os
homens amem, pois a educação democrática não se faz sem amor, como não se faz
homens em outro homem, um mundo democrático consiste em pensar o homem como ser
reflexivo, conhecedor de sua própria histórica enquanto ser social.

No capítulo dois, Paulo Freire faz uma reflexão regatando a história e as


características do brasil no período colonial e na fase do império de forma que esclarece
a inexistência da participação popular.

Freire enfatiza a ausência da participação da população quando o Brasil passa pelo


período de transição citado no capítulo anterior, analisando o período colonial e a fase
imperial situando historicamente o leitor.

Ele fala que a democracia antes de ser uma forma política, é uma forma de vida,
ressaltando a reponsabilidade social e política do homem, o diálogo se faz fundamental,
e no desenvolvimento do Brasil o que mais faltou foi diálogo, tendo em vista que dês do
período colonial o poder político de alguns se sobrepôs a participação popular, subtendo
ao homem a não interação, e com isso aceitando tudo que lhe era imposto sem questionar.

Para Freire o diálogo se faz fundamental em relação à responsabilidade social e


política do homem, e afirma que no desenvolvimento do Brasil não houve esse diálogo.
Desde o período colonial o poder político de alguns se sobrepôs à participação popular,
submeteu o homem ao ajustamento, acomodação e não à integração. O homem foi
aceitando tudo que lhe era imposto, sem questionar. Assim o povo foi sendo
marginalizado ao longo da história.

A democracia que, antes de ser forma política, é forma de vida, se


caracteriza sobretudo por forte dose de transitividade de
consciência no comportamento do homem. Transitividade que não
nasce e nem se desenvolve a não ser dentro de certas condições em
que o homem seja lançado ao debate, ao exame de seus problemas
e dos problemas comuns. Em que o homem participe. (FREIRE, p.
81, 1967).
No capítulo três, Freire faz uma crítica ao ensino á educação tradicional que na época
era a prática metodológica aplicada na escola. O autor aponta a necessidade de eliminar
essa prática e lutar para construção de potencialidade do homem se educar como sujeito
histórico.

O autor se preocupa com a educação, e sentia a necessidade de mudanças no processo


educacional brasileiro nesse período de transitividade, desta forma o autor entedia que
seria necessária uma educação para a decisão, para responsabilidade social e política, pois
a democracia leva ocorrer mudanças.

Freire critica as práticas pedagógicas utilizadas pelos professores da época, pois eles
trabalham em cima de teorias e não buscavam fazer estudos científicos, e ressalta que a
escola tradicional falta ter o gosto por invenções, comprovações e pesquisa. O autor fala
que quanto menos criticidade os educadores tem na sua prática, mais ingenuamente tratam
os problemas, e isso torna superficial os assuntos, esse ato intensifica as características
da educação brasileira dentro de uma sociedade fechada.

Não podíamos compreender, numa sociedade dinamicamente em


fase de transição, uma educação que levasse o homem a posições
quietistas ao invés daquela que o levasse à procura da verdade em
comum,” ouvindo, perguntando, investigando”. Só podíamos
compreender uma educação que fizesse do homem um ser cada vez
mais consciente de sua transitividade, que deve ser usada tanto
quanto possível criticamente, ou com acento cada vez maior de
racionalidade. (FREIRE, p. 90, 1967)

No capítulo quatro, Freire compartilha suas experiencias e métodos de alfabetização


de adultos, cita vários exemplos dessas experiencias no Brasil, apesar do golpe militar ter
impedido a continuidade do método no território brasileiro, mais no exilio Paulo
estabeleceu trabalhos da mesma natureza em diversos países.

Em 1960, no Brasil o número de crianças em idade escolar, sem estudar aproximou-


se de 4 milhões, e de analfabetos, a parti da faixa etária de 14 anos, 16. milhões.

Paulo freire fala de uma equipe em que participou por mais de 15 anos, pelo qual
acumularam muitas experiencias no campo da educação de adultos, os professores que
faziam parte desta equipe instituíam debates de grupos, através de entrevistas que
mantinham com eles e de que resultava a enumeração de problemas que os alfabetizados
gostariam de debater, e com isso grandes resultados foram sidos gerados, numa das
experiencias, um dos participantes escreveu com “Eu já estou espantado comigo mesmo”.

Paulo freire é reconhecido mundialmente pela sua vasta e densa obra sobre educação.
este livro em especial se faz extremamente atual se tratando educação de jovens e adultos
mas também da educação em geral. Ainda hoje um dos grandes desafios da educação
brasileira é a erradicação do analfabetismo, e mesmo se baseando em pesquisas e vendo
que o número de analfabetos está menor, a educação emancipatória, conscientizadora e
dialógica está sobre constante ameaça.

O tempo dos governantes mito voltou e educação se configura como ferramenta urgente
de resistência, talvez por isso tem sido tratada de forma tão displicente e sofrendo
constantes ataques apelativos ao que o senso comum tem de mais visceral, ao ponto de
um pensador como Paulo Freire ser colocado como um mal digno de expurgo. Se bem
que o é, pois ele foi em vida e sua obra continua sendo uma heresia e blasfêmia ao modelo
político e educacional imposto.

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