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A Pedagogia de Paulo

Freire como forma de


emancipação, libertação e
conscientização
Rafael Torres
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Aug 7, 2019 · 3 min read

Paulo Freire (1921–1997) é um autor, mas, de forma correta,


um educador, de extrema importância, não política, que
fique claro, suas obras não expressam caráter político, mas,
o gera de acordo com a vivência do indivíduo submetido à
sua pedagogia. Por sinal, um autor citado em diversos
lugares do mundo, utilizado para expressar o que a
verdadeira prática pedagógica democrática significa. A
prática de alfabetização estabelecida por ele, gera, ao passo
que uma leitura e escrita, a conscientização em massa de
uma classe operária subjugada por um Estado elitista, logo,
que não foi feito para o proletário. A dita conscientização
das massas, começa através de uma auto-reflexão, essa auto-
reflexão os leva a consciência de sua real situação, já que, o
indivíduo só se torna senhor de si, ou, entende a História,
quando se vê inserido na mesma, de forma que supere suas
contradições.
É interessante a maneira do autor em abordar o papel do
homem no mundo. Temos que reconhecer a participação
corpórea, incorpórea, visível, não visível, e toda a relação
subjetiva do homem no espaço que está. O homem, como
nos diz Freire, não está no mundo, mas sim, está com o
mundo, logo, precisa de despertar de um conceito levantado
na obra, unidimensionalidade. Isso significa entender o
ontem, o hoje e o amanhã como sendo parte de si, ou seja
temporalizar-se. Esse processo de “emancipação de si e do
mundo “ faz o homem ser inserido, não só nos campos que
lhe estão sujeitos como ser humano, o biológico e cultural,
mas sim, adentrando em domínios que lhe são pertencentes,
como o da História.
A questão em relação à falha do homem moderno condizer
seu pensar de acordo com a realidade, é o mal do sujeito
moderno. Este sujeito moderno, rebaixado a ser
subordinado de, por exemplo, propagandas ideológicas, ou
não, como Freire nos diz, perde seu poder de decisão, já que,
não estando inserido num processo histórico, ou seja, na
realidade que está em constante transmutação e
contradição, fecha seus olhos para a verdade, que não é
subjetiva, logo, não pode ser interpretada de diversas
formas. Por conseguinte, o modernismo traz consigo o
sentimento de comodidade, além disso, impotência, onde
não há o que fazer.
Freire cita a necessidade de “funções cada vez mais
intelectuais, e cada vez menos instintivas e emocionais “.
Esse debate entre o ontem, com seu aspecto para conservar-
se, e um amanhã que traz consigo a percepção de uma
mudança, que causa a dualidade humanitária.

Tendo em vista que, o papel do educador numa sociedade


transmutável, também é subjetivo, já que, o indivíduo está
inserido no que Freire chama de sociedade fechada. Ou seja,
o papel da alienação é fundamental nessa transição que
possibilita a atuação efetiva de uma educação popular, mas
não como papel principal, mas, um meio para a
democratização pedagógica. A análise do autor dessa
sociedade fechada, já citada, é em relação a um mercado
financeiro externo, ou seja, a alienação faz parte do processo
econômico de um capitalismo dependente, sendo a
sociedade o reflexo concreto da economia. Logo, a
obviedade, logicamente, seria a emancipação democrática
desta sociedade, através de sua abertura homogênea.
Nesse processo, o surgimento de forças reacionárias e
progressistas são inevitáveis. Porém, de acordo com o clima
e o aprofundamento dessas críticas, a radicalização surge
como critica, mas, uma crítica satisfatória e democrática. O
radical não é antidemocrático em suas ideias, já que, o
aprofundamento da crítica de uma sociedade fechada para
o amanhã, o faz ter convicção de suas ideias.
É importante salientar a ideia de que a argumentação
ridícula de reacionários acerca da ideologização em
ambientes culturais, como a escola, não é válida.
Conscientização, através de uma prática pedagógica
verdadeiramente democrática, não assume ideologia
política, mas sim, abre as portas da mente para uma crítica
da verdade social, com isso, o indivíduo não assume mais o
papel de espectador que lhe foi mostrado por uma
burguesia, mas sim, empenha-se em superá-las.

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