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OS PENSADORES DA EDUCAÇÃO
OS PENSADORES DA EDUCAÇÃO
Trabalho apresentado em
cumprimento as exigências
da Disciplina de Didática Geral
do Curso de Letras / História.
Este trabalho insere-se no campo da didática e fala sobre o pensador Paulo Freire,
mostrando sua visão na educação, suas obras e sua biografia.
O pensamento de Freire (1921-1997) surge como uma consequência das
condições histórico-sociais em que vivia o Brasil e o Chile na década dos 60, lugares
onde realizou sua prática educativa mais relevante. Ele achava que o problema central do
homem não era o simples alfabetizar, mas fazer com que o homem assumisse sua
dignidade enquanto homem. E, desta forma, detentor de uma cultura própria, capaz de
fazer história.
Ao contrário da concepção tradicional de escola, que utiliza-se de métodos
centrados na autoridade do professor; Paulo Freire comprovou que os métodos em que
os alunos e professores aprendem juntos, são mais eficientes.
Quando se fala em Educação Popular, buscar as ideias de Paulo Freire, é de
extrema relevância já que durante toda a sua vida dedicou-se com a questão do educar
para a vida, através de uma educação preocupada com a formação do indivíduo crítico,
criativo e participante na sociedade. O ser humano é um sujeito que deve fazer parte do
mundo, não apenas vivendo, mas construindo sua própria identidade e intervindo no
melhoramento de suas condições enquanto cidadão e buscando o direito de construir
uma cidadania igualitária e justa.
Com o objetivo de demonstrar como Paulo Freire tornou-se uma inspiração para
gerações de professores com os conteúdos aqui apresentados, e refletindo sobre sua
ideologia de forma a levar a uma compreensão da importância de seu legado para
educação no Brasil.
Sua trajetória de vida
Paulo Reglus Neves Freire, foi um educador brasileiro, nasceu dia 19 de setembro
de 1921 em Recife, no Pernambuco.
Paulo Freire tornou-se uma inspiração para gerações de professores, pelo seu
desempenho em ensinar às classes mais pobres. Foi um dos motivos o qual o levou a ser
perseguido pelo regime militar no Brasil (1964-1985), foi preso e forçado ao exílio.
Criou o método Paulo Freire, e um dos seus primeiros trabalhos foi alfabetizar
cerca de trezentos cortadores de cana em quarenta e cinco dias, e com esses resultados
conseguiu fazer com que João Goulart, então presidente, aprovasse o método no Plano
Nacional de Alfabetização. O objetivo na época era alfabetizar dois milhões de pessoas,
porém após alguns meses o golpe militar extinguiu todo o esforço do projeto.
Durante os dezesseis anos de exílio que viveu no Chile trabalhou no Movimento de
Reforma Agrária da Democracia Cristã, foi neste período também que escreveu seu
primeiro livro: Educação como prática da liberdade.
Em 1969 lecionou na Universidade de Harvard (Estados Unidos), também foi
consultor do Conselho Mundial das Igrejas (CMI), em Genebra (Suíca) na década de
1970, deu consultoria educacional ao governo de países pobres, a maioria no continente
africano, que passavam por um processo de independência.
Em 1980 retornou ao Brasil e escreveu dois livros que se tornaram fundamentais
em sua obra, que foram: Pedagogia da esperança e À sombra desta mangueira.
Lecionou também na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em 1989, foi secretário de
Educação do Município de São Paulo, sob a prefeitura de Luíza Erundina.
Freire teve cinco filhos com a professora Elza Maia Costa Oliveira, e após sua
morte, casou-se com uma ex-aluna, Ana Maria Araújo Freire. Com esta viveu até sua
morte em 1997, vítima de infarto em São Paulo.
Sua visão da relação do homem e do mundo quer nos mostrar que o homem vai
mudando o mundo de acordo com suas necessidades, diferente dos animais que estão no
mundo e não percebem a realidade a sua volta, já o ser humano vive para criar e recriar o
mundo da cultura.
Freire nos diz que o ser humano é um ser que busca se completar, onde “A
consciência de ser inacabado dá às pessoas a possibilidade de irem além delas” e esta é
uma das marcas dos seres humanos.” (BARRETO, 1998, p.55), e que também é um ser
transcendente que busca em seu criador uma relação de liberdade, e que é o sujeito de
sua própria história quando diz que:
“Ao perceber o ontem, o hoje e o amanhã, o ser humano percebe a conseqüência
da sua ação sobre o mundo, nas diferentes épocas históricas. Se torna o sujeito da
sua história e por isso responsável por ela. Faz hoje o que se tornou possível pelo
ontem. Fará amanhã o que está semeando hoje.” (BARRETO, 1998, p.55)
A alfabetização de adultos
• 4ª fase: Criação das “fichas-roteiro” que funcionam como roteiro para os debates,
devem constituir apenas sugestões nunca uma regra rígida para ser obedecida.
Proposta uma situação problema, inicia-se uma análise ou uma descodificação,
quando o grupo termina essa análise, o educador volta o foco para a palavra
geradora, isso faz com que a palavra seja visualizada e não apenas memorizada
de forma mecânica.
Paulo Freire ao escrever o livro “Educação e Mudança” na sua volta ao exílio, não
estava apenas preparado para mudança e sim vivendo-a, de tanto que ele queria uma
sociedade conscientizada. Ele sabia que o instrumento mais poderoso que ele tinha nas
mãos era a educação, logo ele alegava que esta era possível para o homem, porque este
é inacabado e sabe-se inacabado. Isto leva-o à sua perfeição. O homem deve ser o
sujeito da sua própria educação(pois é capaz de alto-refletir). E não objeto dela. Não há
seres educados e não educados, todos nós estamos educando.
Freire acredita que o saber se faz através de uma superação constante. Há
somente uma relativização do saber ou da ignorância. Não podemos nos colocar na
posição de ignorantes e sim um humilde que comunica um saber relativo a outros que
possuem outro saber relativo.
Há diversos tipos de sociedade (sociedade alienada, sociedade fechada) e várias
maneiras de estar inserido nelas. Quando uma sociedade está em constante mudança de
seus valores, pode-se afirmar que o homem está em transição, ou seja, temos de saber o
que fomos, o que somos para saber o que seremos.
O trabalhador social que opta pela mudança não teme a liberdade, não prescreve,
não manipula, não foge da comunicação, pelo contrário, a procura e a vive. O trabalhador
social que opta pela mudança não vê nesta uma ameaça.
Segundo Freire qualquer que seja o momento histórico em que a sociedade esteja,
seja o da variável ou do invariável, o papel do trabalhador social que optou pela mudança
não pode ser outro senão o de atuar e refletir com os indivíduos com quem trabalha para
conscientizar-se junto com ele das reais dificuldades da sua sociedade. A mudança da
percepção distorcida do mundo pela conscientização é algo mais que a tomada de
consciência, que pode inclusive ser ingênua, é a ideia principal a ser passada por ele, que
no trabalho social necessita-se de consciência, logo educação para mudar todo uma
sociedade. A mudança de uma sociedade de oprimidos para uma sociedade de iguais.
Bibliografia do autor
Ação cultural para a liberdade e outros escritos. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1976.
Aprendendo com a própria história. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987, 168 p
A educação na cidade. São Paulo, Cortez, 1991, 144 p. Com prefácio de Moacir
Gadotti.
Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo, Olho D´Àgua,
1993, 127 p.
.........
& CECCON; Claudius OLIVEIRA, Rosiska Darcy de, OLIVEIRA, Miguel
Darcy de. Vivendo e Aprendendo. Experiências do IDAC em educação popular. São
Paulo,Brasiliense, 1980, 127p.
.........& GUIMARÃES, S. Sobre educação (Diálogos), Vol 11. Rio de Janeiro, Paz e
Terra,1984.
........ & BETO, Frei. Essa escola chamada vida: depoimentos ao repórter
RicardoKotscho. São Paulo, Ática, 1985, 95p.
......... & FAUNDEZ, Antonio. Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro,
Paz e Terra,1985, 158p.
BARRETO, Vera. Paulo Freire para educadores. São Paulo: Arte & Ciência, 1998