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Um homem,
três adolescentes
e um cão
em passeio pela
costa belga
FUGAS | Público N.º 11.411 | Sábado 24 Julho 2021 Aveleda Escape Garden
É preciso seguir as pistas
para encontrar
uma garrafa perdida
Desenhar Portugal
em bicicleta
De Monsaraz a Elvas,
à procura do equilíbrio
2 | FUGAS | Sábado, 24 de Julho de 2021
Costa belga
Sábado, 24 de Julho de 2021 | FUGAS | 3
As voltas que
um passeio dá
Um homem, três adolescentes e uma cadela em a Numa terra em que, feitas as con-
tas de cabeça e andando pelas ruas,
riores. Só voltarão a ver-se Æsica-
mente, diga-se de passagem, quando
viagem de Bruxelas até à estância de Knokke-Heist, por cada dez carros topo de gama
(BMW, Audi, Mercedes, especial-
as circunstâncias da vida e dos luga-
res assim o permitirem. Durante
banhada pelo mar do Norte. Cinco dias cheios de mente a versão jipe AMG), há cinco
Porsche e por cada cinco destes há
cinco dias resolvi folgar-lhes as cos-
tas depois dos exames e antes dos
Costa belga
NUNO FERREIRA SANTOS
A
Bruxelas
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LEM
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Na página ao BÉLGICA
BÉLG
GICA
A
A
H
lado, pai e filho 694
numa paragem
para descanso; FRANÇA
em baixo, os três
adolescentes 589
33km LUX.
Costa belga
Knokke-Heist é uma
parede de betão de
uma dezena de
quilómetros
entremeada por um ou
outro sobrevivente
edifício de “art déco”
Eólicas
(Re)moinhos na paisagem
a A meio de uma visita à Feira Aero- estética. As suas formas são em si ínÆma parte deste gigantismo na hora de energia renovável por ano,
náutica de Paris de 1912 na compa- uma obra de arte que vale também contraluz do sol poente. Só a teleob- o que representa 9% do consumo
nhia de Fernand Léger, o pintor que pela sua pintura – um branco ima- jectiva da minha máquina fotográ- total belga e “ilumina” dois milhões
deu ao cubismo uma expressão culado que o tempo matiza. Por isso Æca consegue captar o cargueiro de belgas.
“tubista”, e de Marcel Duchamp, me chocam as turbinas pintadas que parece navegar em gincana len- Perdi entretanto neste caminho
que fez de um urinol uma obra de com as cores do arco-íris que a ta. FotograÆas aéreas suavizam a civilizacional a minha capacidade
arte, o não menos célebre escultor gigantesca petrolífera francesa monstruosidade industrial de 400 de me aventurar à descoberta das
romeno Constantin Brâncusi parou Total anda a anunciar em publici- turbinas divididas em oito parques. traseiras do horizonte marítimo.
à frente da hélice de um avião e dade de página inteira nos grandes No entanto, vista do ar em fotogra- Não me importo de ver os moinhos
exclamou: “É a isto que eu chamo jornais internacionais. É como tra- Æas, as dezenas de hectares ocupa- ao longe, acho-lhes até uma certa
escultura!”. Na versão de Léger des- vestir a turbina com as roupas de dos pela grelha de turbinas de geo- graça, mas não quero estar perto
sa visita, Duchamp, que por ali uma palmeira, um disfarce inten- metria variável surgem como um deles. A sua enormidade inquieta-
andava entre motores e hélices sem cional e desnecessário. hino ao génio humano, uma pintura me e assusta-me. Agora sei que nes-
dizer palavra, virou-se de repente As turbinas eólicas são uma intru- pontilhista a azul e branco. A com- se limite está uma instalação indus-
para Brâncusi e disse: “Acabou-se a são na paisagem, mas anteriores posição do quadro revela uma ines- trial. É aquilo a que os americanos
pintura! Quem é que pode fazer intrusões são todas as que, ao longo perada beleza, mas essa beleza chamam a atitude NIMBY (Not In My
melhor do que uma hélice? Diz-me, do tempo, têm sustentado o pro- deve-a também à sua utilidade. Ser- Back Yard).
és capaz de o fazer?” gresso da humanidade. Desde que ve vários propósitos ambientais, Perdi também a visão do mistério
Mais de um século depois, con- é gente, o homem sempre interveio ecológicos, económicos e geoestra- da noite quando vejo no limite do
templo as hélices das turbinas eóli- na paisagem e se assim não fosse tégicos. Nada mais nobre do que alcance do meu olhar centenas de
cas com a perplexidade de um boi ainda hoje andávamos a cavar bata- contribuir para a substituição dos luzinhas vermelhas intermitentes.
frente a um palácio do futuro. A tas. Perdeu-se o romantismo asso- hidrocarbonetos, nada mais nobre São avisos à navegação que me pare-
modernidade artística saída daque- ciado aos quase extintos moinhos do que contribuir para combater o cem semáforos para um trânsito
la visita, vejo-a agora em todo o lado dos moleiros ou aos moinhos metá- aquecimento global, nada mais engarrafado por posições extrema-
na sua variante industrial – no cimo licos de água no midwest americano, nobre do que diminuir a dependên- das de defensores e atacantes de
ir à Holanda no dia seguinte. Com a das colinas, nas planícies, nos ocea- mas continua o mesmo espírito cia energética europeia do gás natu- uma solução que irá contribuir, até
Luna entregue à companhia do nos. Atrai-me a pureza das suas for- empreendedor. Perdeu-se sobretu- ral russo, nada mais nobre do que que a Tecnologia queira, para a sal-
labrador da porteira do prédio, alu- mas, o seu gigantismo industrial do a escala humana. Um homem em fornecer energia limpa a preços vação do mundo.
gámos bicicletas eléctricas (30€) e perturba-me. pé anda à vontade no interior de acessíveis. As futuras gerações verão outras
passámos umas boas quatro horas a Estes moinhos são indubitavel- uma pá, um Airbus 380 “cabe” no luzinhas no mar. Em criança, no
pedalar sem esforço por um cami- mente mais belos do que os postes diâmetro das pás em movimento, a Floresta de metal Alentejo, fascinavam-me as luzinhas
nho percorrido por dezenas de ciclis- de alta tensão que encaro como um torre Eièel é mais ou menos da mes- na planície tremeluzindo com a
tas, num ritual quotidiano de passa- mal necessário. O design dos ma altura da torre de sustentação A partir deste ano, o gracioso movi- reverberação do vento suão – aldeias
gem entre horários de trabalho e o modernos moinhos apenas me pro- do moinho com uma pá na verti- mento das 1200 pás de 50 metros de com pessoas que eu gostaria de
descanso, um exercício físico que voca um arranhão na delicadeza cal. comprimento construídas em Æbra conhecer e saber como vivem. Par-
descontrai o corpo e educa o olhar. das paisagens que o olhar humano A mais de 40 quilómetros de dis- de vidro ou de carbono muito difícil tir à sua descoberta. Num futuro
Cada curva tem sempre o mesmo sempre busca, uma ligeira ferida tância apenas mal vislumbro uma de reciclar, produzem 8 terawatt/ próximo, os vizinhos ribeirinhos
ângulo mas é sempre visto de manei- WESTEND61/GETTY IMAGES
também verão essas luzinhas –
ra diferente. aldeias Çutuantes com pessoas que
A derradeira prova da tamanha também eles gostarão de conhecer
distracção coletiva surgiu já em Bru- e de partir à sua descoberta.
xelas, quando estávamos a descarre- Serão lugares instalados em pla-
gar o carro. “A minha mochila?!, A taformas modelares de dois hecta-
minha mochila?!”, gritei desespera- res com capacidade para 300 pes-
do. Não fui eu, não fui eu. Deve ter soas dispostas a aí viverem e traba-
Æcado esquecida quando andávamos lharem. Ligadas entre elas irão
outra vez às voltas para encontrar o formar comunidades autónomas de
cacifo onde deixar as chaves. Feliz- 10.000 habitantes. A energia ser-
mente a porteira viu-a no chão e lhes-á fornecida pelo Sol, vento e
guardou-a. ondas. Usarão água do mar dessali-
No dia seguinte voltei de comboio nizada, produzirão frutas e legumes
à costa. Agradeci mil vezes à senhora a partir de culturas hidropónicas,
e fui apanhar o tram que liga o litoral desenvolverão quintas subaquáticas
belga – 68 paragens em 67 quilóme- sem pesticidas para criar peixes e
tros. Não vi grande coisa porque crustáceos. Com o apoio da ONU e
dormi o sono dos justos ao longo de com tecnologias privadas, os pri-
quase todo o trajecto. Desci em meiros quarteirões Çutuantes come-
Ostende a meio da tarde, cirandei çarão a aparecer nas costas africa-
pelo passeio marítimo que, tal como nas e asiáticas já em 2025.
o de Knokke-Heist, é mais uma feira Em terra, vejo mais a árvore (tur-
de naturalidades do que de vaidades. bina) plantada por aqui e por ali,
Às seis e meia da tarde estava a jantar sem uma uniformidade que confor-
mexilhões com batatas fritas que se te. No mar vejo a Çoresta de metal.
vão molhando na maionese, o prato E Æco dividido sem saber o que vale
típico belga. Na Bélgica, sê belga, na mais: a paisagem da natureza ou a
Amazónia sê índio. natureza da paisagem?
8 | FUGAS | Sábado, 24 de Julho de 2021
Terras de Bouro
Eles querem
fazer do
Gerês
um lugar que
não é (só) para
turista ver a Da primeira vez que tentamos con- a Keen Tours, que foi criada pelo taurante Cantinho do Antigamente e
há oito anos. Por coincidência, locais que quer ser mais do que isso.
O objectivo é que seja utilizado por
“Começámos por ser clientes no res- região”, Adelaide tem a “capacidade
Crónica
HUMBBERTO LOPES
Costa Blanca,
um destino
para viver a
felicidade mais
mediterrânica
E
scolher um destino é, gumas das mais belas montanhas
por vezes, uma questão que se possam imaginar. Desde os
de palpite e outras, uma miradouros de qualquer um dos
complexa lista de requisi- seus quatro parques naturais – El
tos. A Costa Blanca, mar- Montgó, El Marjal Oliva-Pego, o
ca que identifica a costa Peñón de Ifach e as Lagunas de la hecimentos de qualidade e ser- de paisagens. Em chave verde en-
que banha a província de Alicante, Mata y Torrevieja – a água mostra viços identificados em 74 praias e contramos o Palmeiral de Elche,
é um lugar que envolve milhares de o seu lado mais atrativo e sedutor. 15 portos desportivos. Património da Humanidade com-
sensações. E é assim porque a sua posto por mais de 200 000 pal-
terra e o seu mar estão desenhados É a beleza que nos dá o palpite Sentidos meiras. Descobre-se também uma
pela felicidade mais mediterrânica. que necessitamos para ir e são as Costa Blanca singular através dos
suas 89 bandeiras azuis as que nos A riqueza das suas paisagens vai a centros históricos de casas bran-
Entre os 244 quilómetros de seixos, dão as razões. A Costa Blanca é o par com a variedade de atividades cas como o de Altea ou coloridas
dunas e falésias, encontram-se al- destino turístico com mais recon- e os seus espaços de relaxamento. como o de La Vila.
Em menos de uma hora podemos
passar de praias urbanas repletas A Costa Blanca é mundialmente
de vida e ambiente, como as de Be- conhecida pela sua gastronomia.
nidorm, a enseadas paradisíacas Só nesta terra poderá degustar
desenhadas diante das costas de mais de 300 receitas de arrozes
Dénia, Jávea ou Benissa. A meio diferentes e só aqui poderá recon-
do caminho também poderemos hecer os sabores tradicionais e ino-
desfrutar das dunas de Guarda- vadores de chefs que representam
mar del Segura. um total de 16 Estrelas Michelin.
De Monsaraz
a Se na primeira semana testámos
os nossos limites e o das bicicletas,
na segunda semana andámos à pro-
cura de um equilíbrio. A bicicleta
acelerava-nos e o desenho ajudava-
a Elvas,
nos a ter tempo para descansar. De
Monsaraz a Elvas foram 189 quiló-
metros de estradas pouco movimen-
tadas e alguns caminhos de terra
batida. Durante esses sete dias, o
à procura de
nosso olhar percorreu vales doura-
dos, salpicados de sobreiros. Cego-
nhas a planar no céu ou recolhidas
nos inúmeros ninhos feitos nos pos-
tes de electricidade. Passámos por
um equilíbrio
campos de vinhas, searas, azeitonas
e girassóis. E, para adoçar a viagem,
conseguimos ir à chinchada de sucu-
lentos Ægos e ameixas. Sabe bem
viajar pelo interior do Alentejo.
Monsaraz Évora
22 de Junho, 16km 24 de Junho, 67km
Quanto mais entrávamos para o
O nosso dia mais curto a andar em interior do Alentejo, mais quente
bicicleta foi de Mourão a Monsa- andava o tempo. De caminho para
raz. Mas nem por isso demorámos Évora, fomos confrontados com 42
menos tempo. O imponente graus de temperatura e uma
Alqueva “obrigou-nos” a parar enchente de moscas, enquanto pas-
inúmeras vezes para apreciar sávamos por hectares e hectares de
os reÇexos do verde envolven- vinhas. Colocámos um pano molha-
te montanhoso, em contraste do na cabeça para refrescarmos até
com os lagos. A subida de chegarmos ao próximo chafariz. Já
150m até ao castelo fez-nos em Évora, cedo percebemos que
apreciar ainda mais o facto de todos os caminhos iam dar a recan-
termos escolhido uma e-bike tos com história.
para a viagem. Quando se
chega, o tempo parece que
ganha mais horas de tranqui-
lidade. Sobressai o branco
das casas, a inÆnita paisagem
e as tortas ruas forradas a
pedra, já muito polida.
Sábado, 24 de Julho de 2021 | FUGAS | 13
Motores
Cupra Formentor
e-Hybrid
Estilo desportivo,
condução poupada
a No meio de um mar de marcas que ler e difusor, salta à vista a linha lumi- rado pelas empresas: além do direito
navegam pela indústria automóvel, a nosa que, de ponta a ponta, cria uma à dedução do IVA, podem beneÆciar
aÆrmação de um novo emblema é expressiva largura visual. Mas talvez de uma redução nas taxas de tribu-
habitualmente custosa. Mas, há sem- o que mais faça girar cabeças sejam tação autónoma e de uma redução
pre a excepção para conÆrmar a regra. os detalhes em cobre, como no de 25% no ISV.
E esse parece ser o caso da Cupra. emblema ou nas jantes, num carro Mas deixemos de parte a parte Æs-
É certo que, quando surgiu, apre- que veste bem a cor cinza mate. cal e voltemos ao carro, que se apre-
sentando no seu catálogo um Ateca, Mas a Cupra sabe que não se pode senta com um bloco de quatro cilin-
terão surgido dúvidas sobre o que aÆrmar sem criar alternativas em dros a gasolina sobrealimentado, com
distinguiria um Seat apimentado pela linha com a tendência de electriÆca- 1,4 litros, a desenvolver 150cv, asso-
divisão Cupra de um modelo com ção, mais ainda numa altura em que ciado a um motor eléctrico de 85 kW
origem nesta como marca. A respos- a Europa já deliberou que não irá per- (116cv), para uma potência conjunta
ta chegou, logo no ano a seguir, com mitir a comercialização de carros de 245cv, apoiada por um binário
os protótipos Formentor e Tavascan. novos movidos a combustíveis fósseis máximo de 400 Nm. Resultado: ace-
E, quando o primeiro saiu à rua, Æcou no Velho Continente a partir de 2035. lera de 0 a 100 km/h em sete segun-
provado que a Cupra tem argumentos Por isso, não é de estranhar que tenha dos, valor que pode estar bem acima
para vingar, tendo sabido descolar-se integrado na gama Formentor ver- das versões mais apimentadas, mas
da casa-mãe. sões electriÆcadas, que de desporti- que compensa largamente quando se
O Cupra Formentor, lançado em vas têm mais o aspecto do que pro- veriÆca o consumo médio: 1,5 l/100
2020, é um carro desportivo de ponta priamente o comportamento. km, haja carga na bateria.
a ponta (e, com a mecânica 2.0 TSI É o caso do 1.4 e-Hybrid com uma Também a conta mensal em com-
com prestáveis e audíveis 310cv, que potência combinada de 245cv, cujas bustível deve ser considerada quando
permitem prestações impressionan- credenciais passam muito pela pos- se sentir falta do ronco aÆnado dos
tes — 4,9 segundos para ir de 0 a 100 sibilidade de se sentir algumas emo- motores mais potentes. Mas, neste
km/h —, conquistou o título relaciona- ções de um desportivo sem que para ponto, há solução: bastará activar o
do nos prémios Volante de Cristal). tal se tenha de manchar o ambiente: modo Cupra para ouvir o motor can-
E a emoção começa logo pelo garante, em modo exclusivamente tar (apenas não conte que o desempe-
design, de linhas esculpidas que tan- eléctrico, ou seja, sem lançar CO2 ou nho seja condizente — já dissemos que
to remetem para um porte atlético partículas para a atmosfera, 55 qui- é poupadinho e que pode ser amigo
quanto para um que se distinga pela lómetros, ligeiramente mais do que do ambiente?) e, ao mesmo tempo,
elegância. Neste SUV, a frente é mar- se atribui às necessidades médias de sentir o carro mais agarrado à estrada,
cada por uma grande grelha e pelos um condutor europeu. No que diz graças a uma direcção e suspensões
faróis Full-LED, sob os quais surgem respeito a emissões, em ciclo WLTP um pouco mais duras, sem que,
as entradas de ar, determinantes para foi registada uma média de 33 g/km. porém, se torne desconfortável.
arrefecer os travões quando se puxa No caso português, signiÆca, em ter- O conforto é, aliás, um dos trunfos
mais pelo motor. Atrás, além do spoi- mos práticos, que pode ser ponde- do Formentor, que é, assim, capaz de
Sábado, 24 de Julho de 2021 | FUGAS | 15
Doce Meu
Doce Meu,
a As vistas são aprazíveis, a sala acu- doido por doces, não pode passar ao
sa uma boa dose de requinte, mas é a
montra quem nos rouba a atenção.
i lado do café bombom, que junta leite
condensado ao café espresso.
Doces de ovos, macarons, bolos à Outra das estrelas da casa são os
fatia, biscoitos dos mais variados Doce Meu bolos (vendidos inteiros ou à fatia).
haverá alguém
privilegiado – no Ænal da Rua Viscon- coimbra@gmail.com “Só trabalhamos com os melhores
de da Luz, mesmo em frente à Praça Horário: de segunda a sábado, produtos. O mel que usamos no Mor-
8 de Maio – e com o saber fazer de 8h30 às 19h30 (encerra ao gado do Bussaco é do Valle das Coru-
uma reconhecida confeitaria da “vizi- domingo). jas, a amêndoa é de Moncorvo e nas
nha” cidade de Aveiro. Por isso mes- Preços: Santa Cruz a 2,50€ nossas receitas só usamos chocolate
do que eu?
para a Doce Meu, o Santa Cruz. artesanais a partir de 6,50€ cia desta nova confeitaria de Coimbra
“É um doce com pêra conÆtada, (embalagem de 250 gramas), depois de passarem vários anos a dar
amêndoa, gema de ovo e açúcar”, café a 0,80€, capuccino a 2,50€ formação na área da restauração e
desvenda Gonçalo Santos, gerente do e café bombom a 2€. hotelaria – o primeiro já colaborava
espaço, a par com Francisco Coelho, com a Flor de Aveiro, ainda que pon-
antes de nos dar a provar essa doce como bem empregado todo este tualmente, há 15 anos. Gonçalo e
tentação baptizada com o nome do tempo de espera. Conseguiu-se criar Francisco trocaram as salas de aulas
mosteiro que está ali mesmo ao lado. um salão de chá amplo e confortável, pelo serviço de balcão e, até ao
A receita foi criada de propósito para com janelas rasgadas para a praça e momento, ainda não se arrepende-
a abertura da Doce Meu e conta com um tecto em madeira trabalhada. “Foi ram da decisão. “É um grande desaÆo
a assinatura de Pedro Ferrão e Milu uma bela surpresa, descoberta duran- estar a abrir uma nova casa. Um desa-
Borralho, mestres pasteleiros da mul- te as obras. Este tecto estava tapado Æo que começou na escolha do arqui-
tipremiada Flor de Aveiro – os seus com pladur, mas Æzemos questão de tecto, dos materiais, da decoração”,
Morgado do Bussaco e Bolo-Rei já o recuperar e de o colocar à vista de destacam. E nem os condicionalismos
foram várias vezes distinguidos –, e todos”, realça Gonçalo Santos. que tiveram que enfrentar por esta-
My Green Pastry
com o coração
coco e manga. Marthe chama-lhes família”, uma herança que é uma
“bolos do dia” e mesmo que quises- cápsula de recordações com os
se não conseguiria dizer o que vai pedacinhos de madeira do lado do
ser no dia de amanhã. “Não tenho pai, as plantas do lado da mãe, o
carta física — algo raro em 2021”, gato Poupouille, as fotograÆas tira-
assume. “Cozinho com o meu cora- das pelo namorado, a arte de STRA
ção. Acordo e apetece-me fazer um e os gémeos traquinas por ali pen-
cheesecake de manga. Ou um pain durados. “Tentei colocar o máximo
au chocolat. Ou um bolo de matcha. aqui”, diz Marthe, vegana desde os
Marthe-Alexandrine Lemoine abriu a pastelaria Não há carta. Não gosto de coisas
pré-deÆnidas. Passamos toda a nos-
20 anos — tem 26 — e muitas frases
(”A paz mundial começa na cozi-
My Green Pastry na Praça da República há coisa de sa vida à volta de coisas pré-deÆni-
das. Acordo de manhã com ideias.
nha”, “Os casacos de pele são usa-
dos por animais bonitos e pessoas
um ano. Um certo dia, a mãe fez-se passar pela chef Ou não. A montra reÇecte-se.” feias” e “Os animais são meus ami-
Marthe-Alexandrine Lemoine diz- gos. Eu não como os meus amigos”)
e enviou um email à Fugas. Et voilà! se “poveira”. “Alors”, a mãe é portu- entre molduras douradas para que
guesa, o pai francês e ela, nascida em ninguém venha ao engano, como
Luís Octávio Costa (texto) e Adriano Miranda (fotos) “Paris 77”, chegou a Portugal com que a dizer “all is vegan and me
seis anos. O pai apaixonou-se pelo too”.
Algarve e largou tudo. O resto da “Alors. Decidi ser vegetariana
família (Cristina e os três Ælhos) vol- quando comecei a ver as coisas”,
tou a França, de onde Marthe voltou conta. Já não havia carne em casa e
há dois anos. Queria trabalhar em peixe só “em dias de festa”. Como
moda, mas não gostou “do sistema produz muito colesterol (e o pai é
pré-deÆnido” que encontrou. “Tem natural da Normandia), tornou-se
que se pensar assim e fazer assim”, logo vegana. Diz-se “vegetariana por
explica. Sentiu falta de “personalida- questões animais” e “vegana pela
de” nessa arte e por isso deixou os saúde”. “Quando tinha 15 anos ria-
estudos. Disse à mãe “vou cozinhar” me dos veganos. Agora sou porque
e a sua vontade acabou por ser mais quero.”
forte do que os conselhos maternos. Vai fazendo crescer o conceito
“’Tanto esforço e sacrifício...’ Não gourmet à base de plantas. E de pre-
ouvi a minha mãe, como sempre. E ferência fugindo ao consumismo
foi a melhor coisa que Æz na minha (declara-se anti) dos shoppings, do
vida. Faço o que gosto”, conta à turismo e até da Baixa do Porto. “Não
Fugas. queria estar na Baixa. Não queria
Tirou um curso de pastelaria em viver só do turismo. Quero clientes
Paris, outro em Barcelona. Na sua regulares.”
cozinha aprendeu a enganar-se. Pela vitrina anda a manteiga de
“Ainda hoje me engano nas coisas”, cacau, as farinhas “de boa qualida-
diz, apontando para o contorno do de” francesas (”mais leves”), a amên-
bolo de chocolate, também “um doa “pura” para cremes e bases, a
engano” que veio para Æcar. E apro- quiche sem glúten, o chocolate e os
veita todos os momentos da conver- chás biológicos franceses e o jarro de
sa para recorrer à mãe, que sempre sumo do mês (de maçã, gengibre,
lhe ensinou tudo, que a levou a pêra e cenoura). As Çores que usa
conhecer o mundo (Austrália, Bali, nos bolos, trá-las consigo da horta
Brasil...) e que nunca quis nem tele- que cultiva na Póvoa. “Sei em fran-
visão, nem smartphone em casa. cês”: amor-perfeito, capucine (capu-
“Ainda não tenho televisão. Estou chinhos), bourrache (Çor de borra-
sempre a ler. Quando viajávamos, a gem), paederia lanuginosa (folha de
minha mãe queria que aprendêsse- planta de queijo), entre muitas
i mos a cultura e a comida dos sítios.
Et voilà, foi assim.”
outras pétalas.
Tatuadas pelo corpo, Marthe con-
O espaço My Green Pastry abriu serva outras sensações, das viagens,
My Green Pastry na Praça da República a 14 de Julho das conchas do mar, dos animais e
Praça da República 195, Porto de 2020. E, quase um ano depois, das plantas. “Marco tudo o que pos-
Tel.: 221 155 976 foi a mãe da chef quem “raptou” o so marcar”, sorri.
De terça a sexta (das 12h às computador da Ælha para enviar um Desde que abriu, em plena pande-
19h); sábado (das 10h às 20h) e-mail à redacção da Fugas. “Bom mia, a pastelaria só esteve fechada
Facebook: https://www. dia, o meu nome é Marthe, acabei durante duas semanas devido a um
facebook.com/mygreenpastry/ de abrir uma pastelaria 100% vega- problema de saúde que deixou em
Instagram: https://www. na, orgânica, sem glúten e tudo coma um dos seus irmãos. “Não con-
instagram.com/mygreenpastry/ caseiro, sem aditivos ou substitutos segui fazer bolos. Queimava tudo.
Preços: Bolos do dia + café/chá químicos.” Et voilà, foi assim. Quando ele acordou Æz a montra
(3€); Sumo do mês (2,80€) Marthe vive na Póvoa de Varzim e mais gira da minha vida.”
18 | FUGAS | Sábado, 24 de Julho de 2021
Relacionar as pistas
riência de jogo de fuga ao ar livre do
mundo”. Desenvolvido em torno dos
150 anos de história deste produtor,
o jogo pede passo apressado e pen-
samento ágil. A quinta promove a
desaparecida
propriedade, onde estão assinaladas
várias construções e/ou locais de
interesse do belíssimo jardim de oito
hectares, classiÆcado como Jardim
Sábado, 24 de Julho de 2021 | FUGAS | 19
Histórico em Portugal, e é-lhes dito pontos. E está disponível em portu- geração da família, descobriu as expe- O Aveleda Escape Garden surge
que “está tudo no mapa”. Está, mas
é preciso chegar lá, numa hora.
guês e inglês.
À medida que os participantes vão
i riências que o pai Æzera com destila-
ções e decidiu engarrafar esse vinho
enquadrado numa estratégia de
dinamização do enoturismo na
Outros conselhos preciosos? reunindo e relacionando as pistas numa elegante garrafa antiga. quinta, iniciada em 2017 e que
Comunicar, comunicar, comunicar. deixadas pela Escape Challenge, o Quinta da Aveleda Outras datas destacadas pelo encontrou na pandemia um percal-
A equipa deve dividir-se em duas e parceiro da Aveleda na implementa- Rua da Aveleda, 2, “argumento” deste jogo são os anos ço que levou a equipa liderada por
usar bem os telemóveis fornecidos ção deste jogo de fuga, contactam 4560-570 Penafiel de 2017, quando os primos António Paula Sousa a olhar mais para o
na partida – sim, porque os partici- com a história da quinta. Ficam, por Tel.: 255 718 242 e Martim Guedes, quinta geração, potencial das actividades ao ar livre.
pantes têm de deixar todos os seus exemplo, a saber que foi Manoel E-mail: enoturismo@aveleda. expandiram o negócio da família Desse programa in progress já
pertences com a organização antes Pedro Guedes quem, a partir de 1870, pt (de segunda a sexta, das 9h para lá da região dos Vinhos Verdes, fazem parte os piqueniques no jar-
de iniciarem a “fuga”. Os participan- impulsionou a construção do jardim às 18h) começando pelo Douro, com a com- dim, os almoços e os petiscos pano-
tes também devem prestar atenção romântico, com árvores raras e cen- Horário: o Escape Garden pra da Quinta Vale D. Maria, e de râmicos na Varanda do Roseiral, os
aos detalhes nos pontos assinala- tenárias, um aprazível lago, uma jane- acontece diariamente, às 10h30 2019, quando a Aveleda cele- petiscos na esplanada do terreiro da
dos, na hora podem não fazer sen- la manuelina, uma casa de chá, duas e às 14h30, por marcação; as brou 150 anos e foi reconhecida loja, as visitas botânicas com João
tido mas noutro ponto do jardim ou fontes – a de Nossa Senhora da Van- visitas standard decorrem como a Empresa do Ano pela espe- Almeida, ex-director do Parque de
para a outra metade da equipa doma e a das Quatro Estações – e a diariamente, às 10h, 11h30, 15h cializada Revista de Vinhos. Serralves, as Noites de Verão – no
podem ganhar signiÆcado. E devem, fotogénica torre das cabras. e 16h30, por marcação. último sábado de cada mês, até
dentro do possível, andar com ligei- Aprendem que a primeira vinha da Preços: o Escape Garden custa Dinamizar o enoturismo Setembro – e caminhadas em parce-
reza, porque uma hora passa a voar. Aveleda foi plantada em 1878, em 12,50€ por pessoa (gratuito até ria com a Rota dos Vinhos Verdes.
E o relógio que recebem no arran- ramada como mandava então a tra- aos quatro anos, dos cinco aos Em breve, para além de descobrir a Mais: em 2022, a quinta ganhará
que está lá para os lembrar disso dição minhota, e que o icónico Casal 12 anos há 50% de desconto); a história do produtor, os visitantes “um local de paragem autorizada
mesmo. Garcia nasceu em 1939, pelas mãos visita standard custa 13€ por vão poder saber mais sobre as espé- para helicópteros logo abaixo da
O jogo é só um, para já, mas tem do enólogo francês Eugène Hélis- pessoa (inclui prova de três cies botânicas que se encontram nos vinha, quase junto ao rio Sousa”,
dois percursos distintos – assinalados se e seguindo novos métodos de vinhos). jardins da Aveleda, já que, à boleia antecipou a directora de enoturismo
a verde e a vermelho –, sendo possí- viniÆcação. E que a primeira Adega da candidatura à Rede Europeia de aquando da apresentação do Esca-
vel ter mais do que um grupo a rea- Velha, uma das primeiras aguarden- Jardins Históricos, “será colocada pe Garden aos jornalistas.
lizar a actividade sem que as duas tes de Vinho Verde, foi lançada em informação nas árvores mais notá- A mais básica das experiências, a
equipas se cruzem nos diferentes 1971, quando António Guedes, quarta veis”, explica a directora de enotu- visita standard, inclui sempre os
rismo, Paula Sousa. Como o cedro jardins e a vinha, para além de passar
japonês, o cipreste dos pântanos ou na Adega Velha e na linha de engar-
a sequóia americana. rafamento, antes de terminar na
Se a “garrafa perdida” convencer renovada loja, enoteca e sala de
os visitantes, os jardins poderão vir provas, uma obra com assinatura do
a ser cenário de outros jogos de fuga. arquitecto Diogo Aguiar que
Para já, há intenção de instalar, pos- está nomeada para o Prémio da
sivelmente no futuro welcome cen- União Europeia para Arquitectura
ter, um dos projectos em curso e Contemporânea Mies van der
previsto para 2022, um scoreboard. Rohe 2022.
É nos belíssimos
jardins da Quinta
da Aveleda que
decorre este jogo
de fuga pensado
para toda a família
20 | FUGAS | Sábado, 24 de Julho de 2021
Vinhos
Vinhos
Os vinhos aqui apresentados são, na sua maioria, novidades que chegaram recentemente
ao mercado. A Fugas recebeu amostras dos produtores e provou-as de acordo
com os seus critérios editoriais. As amostras podem ser enviadas para a seguinte morada:
Fugas — Vinhos em Prova, Rua Júlio Dinis, n.º 270, bloco A, 3.º 4050-318 Porto
55 a 70 71 a 85 86 a 94 95 a 100
93 Do Dão 90 86
Dona Sancha Vinha da
continuam Morgado de Santa Adega de Ponte da Barca
Avarenta 2019
Quinta de Dona Sancha,
a vir boas Catherina 2019
Sogrape, Avintes
Grande Escolha 2020
Adega Cooperativa
Silgueiros
Castas: Touriga Nacional, Jaen notícias Castas: Arinto
Região: Bucelas
de Ponte da Barca
Castas: Loureiro, Arinto,
Região: Dão Graduação: 13% vol Trajadura e Alvarinho
Graduação: 14% vol Preço: 12,90€ (em Região: Vinho Verde
Preço: 14,95€ (em cavelusa.pt) a Há muitos anos que se diz que o Dão garrafeiranacional.com) Graduação: 12% vol
será a próxima coisa grande da moder- Preço: 3,23€ (em
na história do vinho de Portugal. E O que é particularmente curioso portugalvineyards.com)
também há anos que se reconhece que (e atraente) neste vinho é a
esse destino que há-de acontecer nun- coexistência entre uma acidez Um Verde com a expressividade
ca mais chega, que terá de esperar fresca e retemperadora e uma aromática da casta Loureiro e
pelo seu momento. Ou porque o teci- sensação de doçura que tende a uma preocupação em acentuar a
do empresarial é débil. Ou porque, sonegar a vitalidade que se dimensão da fruta e do volume
apesar de ter excelentes empresas, o exige a um branco. Mas a em detrimento da acidez e da
seu exemplo custa a irradiar numa cremosidade, a riqueza tensão dos vinhos da região. O
viticultura ainda muito rural. Ou por- aromática, a qualidade da fruta e resultado é um vinho que deixa
que a modernidade por vezes se mani- a preocupação da enologia em na boca uma indelével sensação
festou em excesso pela padronização criar um Arinto que fosse para lá de doçura e macieza que o
da consultadoria em detrimento da da sua principal característica tornam fácil de gostar e de
exploração da magníÆca diversidade garantem essa estranha e beber. O seu preço é
da região. É por isso que quando se deliciosa harmonia. Um branco surpreendente. M.C.
regista a chegada de novos actores vivaz e amplo, que se
como a Quinta de Dona Sancha se tor- recomenda particularmente na
na legítima a crença de que mais uma companhia de comida. M.C.
Proposta barreira de atavismos e obstáculos foi
da semana demolida. E que mais um passo na
direcção certa foi tomado.
Situada na icónica zona de Silguei-
ros, com uma área total de 47 hecta-
90
res, Dona Sancha chega ao mercado
com um portefólio de brancos, tintos Parceiros na Criação
e um rosé que denunciam ambição. O DOTE Branco 2018
seu site na Internet, o design das suas Quinta do Monte Travesso de
garrafas ou a escolha da sua equipa de
enologia mostram proÆssionalismo e
88 Cima, Casa da Esteira, Tabuaço
Castas: Vinhas velhas e Fernão
exigência. Nomear Mafalda Perdigão Pires
(ex-Quinta do Perdigão e Madre de Falua Reserva Unoaked Região: Douro e Tejo
Água) como enóloga residente e o Tinto 2018 Graduação: 12% vol
consagrado Paulo Nunes (Passarella) Falua, Vinhos, SA Preço: 20€ (vivaovinho.shop/
como consultor é em si mesmo um Castas: Touriga Nacional parceiros-na-criacao)
programa. Há nesta estratégia uma Região: Regional Tejo
única falha: os tintos, da vindima de Graduação: 14,5% vol O dote de João e Joana, o casal
2019, estão ainda demasiado crus para Preço: 14,49€ (em adega.com) de produtores, junta uvas das
chegarem ao mercado. respectivas origens. Do Douro, de
O caso deste Vinha da Avarenta é, Intenso, fresco e muito floral, uma vinha com mais de 40 anos,
ainda assim, um bom manifesto do tem nesta trilogia a grande e do Tejo, com a Fernão Pires, que
que Dona Sancha poderá ser no futu- virtude de lhe esconder por é a rainha da região. É um vinho
ro. Um tinto imponente, rico, com os completo o grau alcoólico. É que destaca sempre a frescura,
aromas Çorais da Touriga, fruta de também profundo e denso no com boca fina e elegante, corpo
bagos bem desenhada, uma nota de paladar frutado, com evidência com estrutura e complexidade.
caruma e um toque de barrica muito para as notas de violeta típicas No nariz, as notas florais
discreto – 30% do lote estagiou oito da casta. Na boca destaca a cruzam-se ainda com a madeira,
meses em tonéis de 500 litros. Con- intensidade frutada – ameixas e que na boca se revela já muito
sistente e longo na boca, com garra cerejas negras –, a textura bem integrada, favorecendo o
tânica, mas com aquela textura ele- macia, taninos vivos e algumas corpo redondo que destaca o
gante do Dão que, com uns anos de notas balsâmicas. Boa estrutura, carácter mineral, textura cremosa
garrafa, lhe hão-de garantir harmonia com final frutado, fresco e e um final fresco, fino e
e elegância. Gastronómico e muito prolongado. J.A.M. persistente. Belo dote! Com o
bem desenhado, é mais um daqueles rótulo Casa da Esteira, engarrafam
tintos do Dão que podem puxar a também um Vinhas Velhas
região para o lugar cimeiro que pro- intenso, guloso e refrescante, cuja
cura e merece. Produziram-se seis mil prova igualmente bem se
garrafas. Manuel Carvalho recomenda. J.A.M.
22 | FUGAS | Sábado, 24 de Julho de 2021
Serra de
Montesinho
vista desde o
castelo de
Bragança, um
dos mais bem @ maria_fernandes_e
preservados Maria Fernandes leva-nos até São Bento
do país da Porta Aberta, no Gerês.
Sábado, 24 de Julho de 2021 | FUGAS | 23
FUGAS N.º 1096 FICHA TÉCNICA Foto da capa: Miguel Calado Lopes Direcção Manuel Carvalho Edição Sandra Silva Costa Edição fotográfica Nelson Garrido Directora de Arte Sónia Matos Designers Joana Lima e José Soares
Infografia Cátia Mendonça, Célia Rodrigues, José Alves e Francisco Lopes Secretariado Lucinda Vasconcelos Fugas Rua Júlio Dinis, nº270, Bloco A, 3º, 2, 4050-318 Porto. Tel.: 226151000. E-mail: fugas@publico.pt. www.publico.pt/fugas
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