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Alimentação Natural:

Um Guia para Cães e Gatos

Fabíola Donadão & Jacquelyne Motta


Alimentação Natural: Um Guia para Cães e Gatos

ÍNDICE
Introdução 1
Qual a composição? 2
Já ouviu falar na dieta BARF? 3
DIETA NATURAL 6
Como saber se seu animal está preparado? 7
O Que Oferecer? 7
Ossos Recreativos 9
Carne de miúdos 9
Arroz e outros grãos 9
Tripas 10
Carne de músculo 10
Ovos 10
Frutas e vegetais 10
Quando Alimentar? 11
Quantidades 12
Modelo de Dieta Natural 12
Alimento Mínimo e Máximo 14
Dicas 14
Órgãos 14
Vegetais 14
Frutas 15
O dia da presa inteira 15
Suplementos 16
Filhotes 16
RECEITAS 18
E os gatos? 19
O que você precisa saber sobre Ômega 3 20
O que você precisa saber sobre peixes 23
Posso retirar os ossos da dieta? 24
E a casca de ovo moída? 24
Perguntas & Respostas 25
Qual a melhor maneira de iniciar meu animal na dieta natural? 25

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Ossos são perigosos? 26


O cocô do meu cachorro diminuiu. É normal? 27
Minha família pode ficar doente com as bactérias da carne que meu 27
gato come?
Posso dar um pedaço ou os restos da minha comida para meu animal 28
de estimação?
Comida natural causa gases? 28
Meu animal quase não bebe água, por quê? 29
Meu bichinho tem alguns problemas de saúde, ele pode comer carne 29
crua?
Como faço para viajar com meu amigão na dieta natural? 29
Esqueci de descongelar a comida, e agora? 29
O que fazer se meu animal de estimação apresentar fezes 30
amolecidas?
Preparando o caldo de carne. 32
REFERÊNCIAS 32

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Introdução
Há um movimento muito positivo na atualidade acerca desse assunto e nós fazemos parte dele.

Ainda assim, você sabia que o Brasil é o segundo país, seguido dos EUA, que mais oferece
comida processada para seus animais de estimação?

Todos temos nossos medos quando o assunto é a oferta de alimentos frescos para nossos
animais. É compreensível.

Eu tive cães a minha vida inteira e minha mãe sempre os alimentou com restos da nossa própria
comida. Eles sempre viveram tanto!

Mais tarde, em minha vida adulta, adotei uma mascote e claro, a indústria da ração já dominava o
mundo e minha mini schnauzer passou a comer “a melhor ração”.

Não demorou muito para seu sistema imune ficar fraco, e em apenas quatro anos destruí- la
completamente. Silenciosamente o câncer se instalou no baço, no fígado e quando percebi já era
tarde demais.

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Tive que dizer adeus para a minha Lola, enquanto ela me dizia que estava tudo bem porque tinha
me ensinado a viver um dia por vez e sabia que eu havia entendido a mensagem.

Voltei para a escola, a Lola sempre em meu pensamento. E hoje sou uma louca desvairada
apoiadora da dieta natural para carnívoros. Tenho meus motivos e não estou sozinha.

A Dra. Jacquelyne e eu somos a favor de um estilo de vida mais natural à espécie carnívora de
nossos animais de estimação e, entre outras coisas, defendemos uma alimentação mais simples
e apropriada. Você leu bem, eu disse “simples”.

A dieta crua para carnívoros é defendida por diversos autores como a melhor e mais completa. O
balanço de nutrientes nesse tipo de dieta é tão perfeito que se feita de modo ancestral, com a
oferta de presas inteiras, a suplementação é praticamente desnecessária.

Mas, o que é essa dieta, afinal?

Para tornar as nomenclaturas mais fáceis de compreender, vamos, a partir de agora, chamar
simplesmente de dieta natural.

Qual a composição?
Pense numa presa para o gato. Aposto que você pensou num rato.

O rato é um mamífero roedor. Ele come praticamente de tudo, mas principalmente grãos e restos
de comida humana. Insetos, vegetação, fungos e sementes também fazem parte de sua dieta.
Um rato pode comer um terço do seu peso corporal por dia.

Ratos bebem muita água. E assim como acontece no nosso organismo, aproximadamente 70%
do seu corpo é composto por água, boa parte dela reservada dentro das células.

Ossos, músculos, órgãos, gordura, pele e pelos estão distribuídos nos outros 30%.

Pois bem, o gato comeu o rato. Que delícia! Por favor não torça o nariz, o seu felino só ganha com
isso.

Veja: refeição completa, além de fornecer carne de músculo, vísceras e ossos, cujo balanço entre
cálcio e fósforo é perfeito, seu bichano ainda se beneficia de toda a umidade que a presa fornece.

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Pode ser que ele dispense o conteúdo das tripas, chacoalhando-a de um lado para outro, mas, a
depender do conteúdo, ele vai preferir ingerir esse “alimento” processado riquíssimo em enzimas
digestivas.

Já sei, você nunca vai deixar seu gato comer um rato. Tudo bem, apenas saiba que isso não tira
do seu felino a natureza dele de caçador e comedor de ratos por excelência.

Ainda estamos falando da composição da dieta natural. Você, a essa altura, já entendeu, copie a
presa que o seu animal poderia eventualmente caçar. Não tem erro.

Pense de modo simples. Lembra lá no começo quando disse que era simples?

Mas, como gosto de escrever, vou esmiuçar o assunto.

Já ouviu falar na dieta BARF?


BARF é o acrônimo em inglês para biological appropriate raw food (comida crua biologicamente
apropriada) ou seria bones and raw food (ossos e comida crua)?

Seja qual for, quem já está acostumado com o termo, provavelmente acompanhou a evolução
desse modelo de dieta com o tempo.

Quando seu autor, Dr. Ian Billinghurst publicou seu primeiro livro, ele defendeu a oferta de ossos
exaustivamente.

Na América do Norte, é comum encontrar lojas de comida natural para cães, e a maioria delas
segue a ideia do Dr. Ian, em triturar os ossos junto das outras partes da presa, em proporções tais
que imitem a presa.

Quando a Dora chegou, comecei assim, com a carne crua moída com os ossos. Depois, fui
introduzindo ossos de aves íntegros em pequenas quantidades.

Não sei se o volume de ossos na dieta ou apenas predisposição genética, o fato é: ela tem as
patas traseiras ligeiramente curvadas para dentro, provavelmente por algum desajuste ósseo na
formação de seus joelhos.

Nunca saberei ao certo, mas tenho para mim que alimentar um cão bebê com 85% de carne com
ossos não foi a coisa mais inteligente que fiz.

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Eu estava e, sempre estarei, aprendendo. Eu tinha e tenho um ser único em minhas mãos.

Eu me sentia só.

Não se iludam com a ideia de que os EUA, Canadá ou mesmo Europa sejam melhores nessa
questão.

O melhor sempre será você. Porque você é quem conhece de fato o seu animal de estimação.

Eu conhecia a minha cachorra! Mesmo assim, confesso que mudei o balanço da dieta dela várias
vezes até chegar num plano dietético que, acredito, seja o melhor para ela e com o qual hoje me
sinto super confortável.

Nunca vou esquecer a ansiedade e terror que senti na primeira vez que ofertei carne crua com
ossos.

Sei que as pessoas fazem a mesma pergunta que eu fazia: o que exatamente devo oferecer?

A propaganda é danada, ela amedronta para vender. A Internet nem sempre ajuda e é duro ganhar
confiança sem muitas ferramentas para se apoiar. Por fim, se o estilo de vida do tutor não for
natural, por que o do seu cão ou gato seria?

Vejo com frequência e entusiasmo, uma mudança significativa no estilo de vida dos tutores que
adotam a dieta natural para seus animais.

Todos ganhamos com uma vida mais simples e mais próxima de nossa natureza. Sem
embalagens para abrir e poluir, com muita saúde.

Espero que o que vem adiante não seja encarado como uma receita a ser seguida à risca, mas
sim, como o que aprendemos com nossa experiência prática, estudo e observação.

Essa é a maneira como eu escolhi alimentar a minha Dora e, por sorte, Dra. Jacquelyne e eu
concordamos com essa forma. Certamente, não existe “jeito certo”. Novamente, cada animal é
único.

Você viverá as suas próprias experiências nessa jornada e, logo perceberá que, quanto mais
aprende, mais parece não saber. Exatamente por isso, por favor, não deixe de ser curioso, de
procurar boas fontes, de fazer sua própria pesquisa e o mais importante, de colocar o seu
coração nessa busca.

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Nosso método não segue uma categoria ou autor específico.

Somos a favor da longevidade com qualidade de vida. Essa é a nossa meta.

Estamos aqui para melhorar a vida do seu animal de estimação e te dar uma mão quando as
pessoas o chamarem de maluco com essa mania de oferecer carne crua para seu melhor amigo.

Queremos te dar a segurança necessária para que você trilhe esse maravilhoso caminho natural
sem receios e com muita confiança porque a Natureza nunca falha.

Sejam bem-vindos.

Fabíola e Jackie.

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DIETA NATURAL
Este guia traz a nossa experiência, juntamente com informações obtidas e adaptadas de livros e
publicações de autores estrangeiros.

Lembre-se sempre: O balanço dos nutrientes é adquirido com o tempo.

Se um dia você ofertou mais carne do que osso, no outro pode oferecer mais carne com ossos e
se faltou um peixinho aqui ou ali, mas ele entrou no cardápio ao longo da semana, está tudo bem.

Desde que você saiba o que é necessário para seu amigão, e faça a oferta com o tempo, o
balanço vai se estabelecer naturalmente.

Cálcio e fósforo precisam obedecer a relação 1:1. Carnes, em geral, têm bastante fósforo, ossos têm
bastante cálcio. Presas e peixes inteiros, ovos e tripas possuem relação perfeita. 

Coração, língua e moela são considerados na porção de carne.  

As carnes de miúdos não devem exceder 15% do total da dieta. Ofereça fígado uma vez por semana ou
pequenas porções fracionadas durante a semana. A porção diária deve contemplar 5% de fígado
juntamente com 10% da oferta de outro órgão. O fígado é um dos órgãos responsáveis por filtrar toxinas.
Seja criterioso na escolha. 

Sinta-se à vontade em alimentar seu carnívoro com o que chamo de “eca e meleca”, como: pé de frango,
traqueia, rabos, pulmão, testículos e pênis. A traqueia do boi, assim como os pés das aves são fontes
naturais de condroitina e glucosamina, importantes na formação e manutenção das articulações. 

NUNCA ofereça ossos cozidos. O cozimento altera a estrutura do colágeno e por consequência a
consistência dos ossos tornando-os armas letais. Ossos crus são seguros, mesmo assim, esteja com seu
cão ou gato na hora da comida e supervisione sempre. 

Tente achar carnes de animais jovens ou que não receberam tratamento à base de hormônios ou vacinas
em excesso. 

Lembre-se de congelar carnes de porco e peixe por 20 dias antes de oferecer. As demais podem ser
congeladas seguramente por 10 dias. Essa medida é necessária para reduzir o risco de contaminação por
parasitos.

Um parêntese importante aqui. Veja, eu disse “reduz” e não elimina. Isso porque micro-
organismos como vírus e bactérias, foram os primeiros habitantes do Planeta Terra. A NASA diz
que eles estão até no espaço. Então, sejamos razoáveis, convivemos com eles.

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O segredo aqui não é o extermínio, mas sim a convivência saudável como já abordado no artigo
Há males que vem para o bem. É essa convivência que prepara o seu carnívoro para receber a
alimentação natural como ela tem que ser.

Como saber se seu animal está preparado?


Cães e gatos são equipados por natureza para lidarem com bactérias e parasitos. A acidez de
seus estômagos, cujo pH é menor que 3 (podendo chegar a 1), garante a eles a ingestão segura
de qualquer micro-organismo. A flora intestinal e também a bucal são equipadas para dar conta
do recado.

Ainda assim, a rotina humana a que são submetidos, como por exemplo, a oferta de carboidratos
contido nas rações ou nos grãos, como o arroz, muitas vezes contribui para a elevação desse pH,
tornando-o alcalino. Alimentar um animal saudável várias vezes ao dia - e aqui vale ressaltar o
péssimo hábito de ofertar petiscos sem restrição ou a ração que passa o dia todo fermentando
na panelinha - também contribui com o aumento do pH estomacal.

PH refere-se ao "potencial Hidrogeniônico", uma escala logarítmica que mede o grau de acidez,
neutralidade ou alcalinidade de uma determinada solução.

Todo organismo e suas partes têm o seu pH característico. O pH do estômago de nossos cães e
gatos idealmente deve ser sempre menor do que 3, já o da pele deve ser em torno de 6.5.

Por que esse número existe?

Graças à ele podemos controlar “ambientes” ácidos (<7), neutros (7) e alcalinos (>7).

Quanto mais alcalina a flora intestinal, mais suscetível à entrada de bactérias e parasitos. Quanto
mais ácida, mais protegida.

O Que Oferecer?
O que oferecer para garantir uma dieta natural completa e balanceada?

O receio é tanto que a indústria de suplementação faz a festa e o que era simples ficou confuso.

Vamos aos fatos. O que é balanço e o que faz de uma refeição completa?

Balanço é coerência e ele vem com o tempo. Não existe regra, percentual ou mágica para isso.

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Muitos autores sugerem percentuais e se você fizer sua pesquisa verá que todos eles, sem
exceção, em algum momento, concordam com a mesma ideia: refeição completa é aquela que
você oferece imitando a presa com simplicidade e carinho.

Ossos de aves são, geralmente, mais seguros para cães pequenos e gatos. Cachorros maiores,
como bulls, huskies e pastores dão conta de costelas de boi, pescoço de porco ou cordeiro,
carcaças de aves inteiras, coelhos e pequenas presas.

A lista de carne com ossos é vasta.

Pense assim: um osso com bastante carne grudada. Essa é a carne com ossos. Nem muito
grande tampouco duro para o porte de seu animal, mas num tamanho seguro para que seja
triturado e não engolido inteiro. Um osso que tem que ser trabalhado.

Comece devagar, observando e, se preciso, segurando o pedaço até que o hábito de triturar e
engolir com calma seja desenvolvido. Pedaços serão engolidos com frequência.

É assim mesmo, mantenha a calma. O suco gástrico vai dar conta do recado.

Se preferir usar um triturador, sem problemas, escolha as porções e capriche.

Dica: uma presa inteira nunca terá mais da metade do seu corpo composto por ossos.

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Ossos Recreativos
Ossos grandes, duros, às vezes com o tutano, são considerados recreativos, eles podem lascar e
machucar a gengiva ou até mesmo o aparelho digestivo. São ótimas distrações, mas pedem
cuidado. Às vezes, possuem articulações que podem escorregar goela abaixo sem trituração
causando obstrução.

É preciso supervisão quando da oferta de ossos recreativos. Escolha sempre os grandes, de


preferência maiores que a cabeça do seu cão ou gato. Confesso que não ofereço com
frequência.

Carne com ossos são diferentes.

Carne de miúdos
Carne de miúdos ou vísceras, incluindo fígado de presas variadas devem ser ofertadas com
frequência. Coração, por ser um músculo, entra na porção de carnes sem ossos, mas isso não faz
dele uma carne de pouca oferta. Ele precisa figurar no prato, pelo menos uma vez na semana. Faz
parte do balanço, lembra?

Nunca passo de 10% de miúdos (sendo metade da porção composta por carne de fígado e a
outra metade de outras vísceras, geralmente rins, baço ou pâncreas). Como vísceras nem sempre
são bem toleradas, prefiro dar diariamente. Se não tenho variedade, acabo oferecendo apenas a
pequena porção de fígado, aumentando a quantidade quando a variedade surgir.

Arroz e outros grãos


Não ofereço e prescrevo, nem mesmo em petiscos. Prefiro usar aveia sem glúten, farinha de coco
e o meu favorito: bucho (pulmão) seco no forno.

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Aprendi que grãos não fazem parte da dieta natural dos carnívoros. Compreendo que cães
podem digeri-los, entretanto, o excesso me preocupa porque acaba exigindo demais de órgãos
como pâncreas e fígado, além de serem basicamente carboidratos.

Tripas
Já falamos das tripas em outra ocasião no texto sobre a importância das enzimas.

Tripa é geralmente a primeira, das quatro cavidades que compõem o estômago dos ruminantes.
Quando falamos em tripas, não nos referimos às lavadas e tratadas para consumo humano,
referimo-nos às frescas. A tripa fresca tem o balanço perfeito entre cálcio e fósforo, é rica em
enzimas digestivas e Lactobacillus acidophilus, vitamina B, ácidos graxos, linoleico e linolênico
na proporção adequada. Tripas de ruminantes alimentados com capim são as mais nutritivas e
atuam como probiótico natural.

Não existe regra na medida, eu dou mais ou menos uma colher de sopa.

Carne de músculo
Variedade. Prefira peças pouco comuns para consumo humano como língua, moela, coração, e
outras, tomando o cuidado de balancear bem o prato com carnes de músculo.

Por exemplo, não exagere na oferta de corações, pois certamente seu carnívoro não comeria
mais do que sete, com muita sorte, numa semana.

Ovos
Ovos inteiros crus com casca possuem a proporção perfeita de fósforo e cálcio. Alguns autores
defendem a alimentação duas ou mais vezes por semana.

As gemas são uma excelente fonte de magnésio, cálcio, ferro, folato, vitaminas A, E e B6.

Ovos vendidos em supermercados são pulverizados com cera e outros produtos químicos para
melhorar sua aparência. Estes produtos químicos são prejudiciais, então, se não conseguir
encontrar ovos de fazenda, alimente com os ovos comerciais sem a casca e conte-os na porção
de carne.

Frutas e vegetais
Frutas e vegetais podem ser benéficos como alimentação suplementar.

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Legumes devem ser processados ou ligeiramente cozidos no vapor. Gatos dispensam frutas e
vegetais, se aceitarem, melhor que sejam dados como petiscos, sem compor o prato principal. Já
para os cães, apesar de haver uma linha de autores defensores da dieta estritamente carnívora, a
oferta é aceitável desde que não ultrapasse 25% do total do prato.

Vegetais precisam ser pré-digeridos (triturados, processados ou cozidos no vapor). Os de folhas


verde-escura são ricos em vitamina B. Frutos maduros são mais facilmente digeridos por cães e
também repletos de vitaminas.

Costumamos antropomorfizar nossos animais de estimação os distanciando de suas raízes.


Frutas e vegetais são extremamente saudáveis para nós, mas totalmente dispensável para os
nossos carnívoros, que, numa dieta natural apropriada para a espécie são capazes de obter todos
os nutrientes que precisam.

Cães e gatos dispensam alimentos ricos em açúcar porque ganham energia através das gorduras
da carne que comem. Eles são capazes até de produzir vitamina C, enquanto o organismo
humano não possui a mesma habilidade.

Vegetais podem ser misturados no prato. As frutas merecem atenção especial, porque elas
atravessam o sistema digestivo muito rapidamente e quando misturadas à carne

acabam permanecendo no estômago por tempo demais (esperando a digestão da carne) e


fermentam. A oferta de fruta deve ser baixa, não mais do que 10% do total diário e sempre com 3
horas de diferença da oferta de proteína.

Quando Alimentar?
Muitas pessoas alimentam seus cães duas vezes ao dia.

Cães são totalmente adaptados para períodos de jejum. Eles se beneficiam e alguns chegam até
a jejuar por conta. O jejum ajuda na limpeza de toxinas e no balanço saudável das bactérias do
trato intestinal, pois ele favorece um ambiente mais ácido.

Gosto do jejum pelo menos uma vez ao mês, porque sei que o sistema imune ganha muito com
esse hábito. Essa “folga” é extremamente saudável.

Filhotes e gatos não podem jejuar de forma alguma.

O osso recreativo pode ser uma boa pedida no dia do jejum. A ideia é manter o trabalho digestivo
menos intenso, não significa, no entanto, que seu amigão não pode se divertir.

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Quantidades

Como ponto de partida, tenha em mente as seguintes quantidades diárias de comida para um
animal adulto saudável.

Cães de médio e grande porte florescem com 3% do total de seu peso, alimentados uma vez ao
dia. Os miniaturas comem 3 a 4% do total de seus pesos e, se não acostumados desde cedo, por
terem um metabolismo mais acelerado, podem exigir duas refeições ao dia.

Gatos se dão bem com duas a três refeições diárias contendo 3 a 4% do total de seu peso.

Filhotes e idosos exigem cuidado especial na formulação de suas dietas. Ambos necessitam ter
suas refeições fracionadas. Filhotes comem mais, idosos, geralmente, comem menos.

Modelo de Dieta Natural


Dora pesa 6,9 kg. Ela tem comido 3.5% do seu peso, ou seja, 240 g por dia.

Lembro que ela é ativa, muito ativa. E portanto, usa bem a energia que consome. Você tem que
começar aos poucos e ir percebendo a silhueta do seu amigão. As costelas precisam ser
percebidas ao toque com facilidade, e a cintura, quando olhando seu cão por cima, tem que
figurar de alguma forma.

Se você gosta de números, aqui vai a composição aproximada da dieta dela hoje:
50% carne de músculo
30% carnes com ossos
5% fígado
5% outro órgão
10% vegetais

A oferta de ossos crus é crucial para o desenvolvimento e manutenção da saúde de seu animal.
Ossos garantem o balanço ideal entre fósforo e cálcio, além de magnésio e manganês.

Pelo menos 10% da dieta de um animal adulto deve ser composta por ossos.

Como saber esse percentual quando não se pode pesar apenas os ossos?

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De uma maneira geral, para ter certeza de que a dieta inclui entre 10% a 25% de ossos, basta
oferecer entre 25% a 60% de carne com ossos. Isso significa que a proporção sugerida aqui pode
ser aumentada, pois ela irá sofrer oscilações de acordo com a carne com ossos escolhida.

Mais importante do que seguir à risca números percentuais, é entender alguns limites.

Com isso em mente, tudo fica mais fácil.

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Alimento Mínimo e Máximo


Miúdos 5% a  15%

Carne com ossos 25% a 60%

Vegetais Não estabelecido a 25%

É o seu cão ou gato quem vai dizer, por meio da digestão bem feita, fezes durinhas e sem cheiro,
disposição e aceitação dos alimentos oferecidos, qual o melhor balanço para ele.

O seu papel é conhecer os limites para cuidar do equilíbrio.

Dicas
Na balança

Se ainda não tem uma balança na sua cozinha, por favor, considere adquirir uma. No começo é
bom pesar os alimentos, apenas para garantir boas proporções.

Com o tempo, desenvolverá o olhar.

Imite a presa

Considere sempre o porte de seu animal.

Por exemplo, um cão pequeno é capaz de comer uma galinha inteira? Talvez, pois bem, galinhas
não têm quatro patas, dois pescoços, nem cinco corações.

Imite a presa... Esse será seu mantra daqui para a frente.

Órgãos
Se tenho variedade, oferto 10%, se só tenho fígado, fico com os 5% dessa carne.

Vegetais
Meus favoritos são folhas de couve manteiga, espinafre, brócolis, couve-flor, beterraba e outras
refogados ou no vapor, abobrinha, chuchu, pimentão amarelo, brócolis, aspargos, couve-flor e
couve de bruxelas bem triturados ou cozidos no vapor.

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E a cenoura, a mandioquinha e a beterraba? São hortaliças com índice calórico mais alto,
precisam ser oferecidas com cautela. A digestão dessa turma é mais pesada para nossos bichos,
a prova são os pedaços inteiros que aparecem nas fezes.

Embora também calóricos, purê de batata-doce e abóbora são excelentes para indigestão.

Não deixo faltar ervas bem picadinhas, e aqui tem uma infinidade: salsinha, coentro, manjericão,
sálvia, menta, hortelã, alecrim, camomila, dentes de leão, brotinhos diversos e por aí vai.

Se não vou compor o prato com vegetais, aumento a porção de carne de músculo.

Frutas
Considero fruta um petisco.

Ofereço bem pouco, tão pouco que nem considero no volume total de comida. Diria que não
passo de 10% do total de comida em frutas diariamente, o que, em outras palavras seriam mais
ou menos 25g de acordo com o peso de minha cachorra, traduzindo: três a cinco mirtilos ou um
morango grande inteiro ou, ainda, um bom pedaço de melancia e pronto.

Nem todo dia é dia de fruta e eu prefiro frutas vermelhas, porque são mais selvagens, a lista
inclui: mirtilo, framboesa, morango (cuidado, alguns cães podem apresentar alergia), amora,
cranberry, kiwi, romã, melão e melancia.

Podemos oferecer coco e abacate que contém gorduras de excelente qualidade.

Posso oferecer maçã, mamão e banana? Pode. São seguras e... doces. Você já entendeu.

Modere na oferta de frutas muito doces.

Cítricas são bem toleradas pela maioria dos cães. Não ofereça para gatos.

O coco é uma excelente opção por ser rico em gorduras saudáveis. Adicione pequenas porções
gradualmente na dieta, se o cão apresentar diarreia diminua a quantidade.

Carambola e uva são tóxicas, estão proibidas.

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O dia da presa inteira


Peixe, codorna ou galeto (geralmente sem a coxas), no caso da Dora. Um cachorro grande dá
conta de um coelho inteiro tranquilamente.

Se conseguir a peça com os miúdos, perfeito. Se não, ofereça um pedacinho de fígado ou outro
órgão e pronto. Esse dia dispensa vegetais.

Suplementos
São realmente necessários?

Se estivéssemos falando de uma alimentação orgânica, com apenas presas inteiras, íntegras e
preferencialmente selvagens, a resposta seria não.

Alguns nutrientes, infelizmente, ficam deficientes na dieta, e é por isso que a variação é
importante.

Ômega 3 é um óleo essencial e altamente volátil. Peixes de cativeiro não oferecem quantidades
suficientes desse óleo. Além disso, peixe certamente não será a única fonte de proteína da dieta,
por isso, é importante complementar o prato com um bom óleo de peixe rico em Ômega 3 por,
pelo menos, três vezes por semana.

Probiótico é fundamental para o balanço saudável das bactérias no trato intestinal. Se estiver
oferecendo tripas alguns dias da semana, não precisa completar o prato com probióticos. Caso
não esteja oferecendo tripas, tente incluir kefir ou queijo cottage algumas vezes na semana.
Iogurte é a minha última escolha como alimento probiótico porque a pasteurização mata quase
que a totalidade das bactérias boas.

Sal, de preferência o rosa do Himalaia é fonte de minerais. Minerais contribuem para o bom
funcionamento da glândula tireoide e, por conseguinte, para o equilíbrio das funções hormonais.
Uma pitada na primeira refeição e só. Simples assim.

Óleo de coco e azeite extra virgem. Apesar de serem produtos de origem vegetal, são dois óleos
reconhecidamente potentes e saudáveis para nossos bichos. Um fiozinho opera milagres na
composição da dieta.

Suplementos vitamínicos e minerais merecem atenção. Somente usaria em caso de


recomendação médica para terapia e de modo pontual.

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O metabolismo de nossos animais é diferente do nosso, eles assimilam as vitaminas e minerais


dos alimentos com uma rapidez incrível. Confie na variação dos alimentos frescos.

Filhotes
Filhotes devem comer mais vezes ao dia em proporções adequadas mês a mês, porque estão e
desenvolvendo. Você pode calcular a quantidade de acordo com o peso ideal da raça, mas eu
acho arriscado, porque nem sempre dá para garantir que seu filhote vai seguir o padrão. Prefiro
seguir a regrinha 10% do peso do desmame aos três meses, 8% dos quatro aos seis meses, 6%
dos seis aos oito meses, 4% dos nove meses a um ano aproximadamente e 3% a partir de um ano
e meio em diante.

Cada filhote é um filhote. Cada raça, uma raça.

Prefira ter acompanhamento profissional, pois não somente as porções, mas os alimentos
(carnes) a serem ofertados precisam garantir excelentes balanços entre vitaminas e minerais.
Nessa fase, o cálcio precisa ser cuidadosamente calculado (cerca de 60% de carnes com ossos),
porque se faltar na dieta, o corpo acaba tirando dos ossos em crescimento.

Uma boa dica é observar a largura dos pulsos de seu filhote, que devem sempre acompanhar o
comprimento da perna. O ângulo também deve seguir o desenho das pernas, quando
aumentados podem ser indicativo de deficiência de cálcio.

Filhotes podem ser apresentados à carne crua logo que desmamarem, a oferta de ossos, no
entanto, pede assistência contínua dos tutores. Alguns autores indicam a introdução de carne
com ossos somente após os dentes permanentes, mais ou menos aos seis meses, a depender
da raça e do porte. Saiba mais aqui.

A primeira carne com ossos que podemos oferecer é o pescoço de frango, aos quatro meses,
ainda com os dentinhos de leite.

Com o tempo, você vai ganhando confiança, seu animal vai demonstrando interesses, mostrando
o que é melhor para ele. Você vai ver fezes mais firmes, com menos cheiro, pelos brilhantes,
dentes brancos e hálito saudável, e o mais importante, muita disposição e um apetite voraz.

Fatores genéticos sempre existirão, não estamos livres deles, ou mesmo livres da depreciação
que os nossos solos sofreram e ainda sofrem. Todos vivemos as consequência dessa
“destruição”, mas as nossas escolhas ainda falam mais alto.

Escolha a Natureza.

Alimentação Natural: Um Guia para Cães e Gatos


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Confie e não olhe para trás. A sua vida e a vida de seu animal de estimação estão prestes a
mudar e nós temos certeza de que essa será uma experiência incrível.

RECEITAS

As receitas a seguir são apenas sugestões. Elas foram compiladas de artigos de autores especialistas
internacionais.

Por favor, lembre-se também que elas foram adaptadas para a maioria dos animais saudáveis. Se
o seu cão ou gato tem alguma necessidade específica, consulte o veterinário nutrólogo de sua
confiança.

Você pode escolher os ingredientes com antecedência e prepará-los para o mês ou para a
semana. Pode mantê-los congelados em porções ou separar a quantidade para três dias, por
exemplo, mantendo o restante dos alimentos frescos no freezer.

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Embora pratique e recomende a porção de 10% do total de comida diário em vegetais, autores
como a conceituada Dra. Karen Becker aceitam bem 25% diários para cães. Se você optar por
mais vegetais, tire esse percentual da carne de músculo.

Para os cães, com a proporção de 25% de vegetais, as proporções ficariam mais ou menos assim
(3 partes de carne para 1 de vegetais):

 35% carne de músculo


 30% carne com ossos
 10% vísceras (5% fígado e 5% outro órgão)
 25% vegetais

Como saber se estará ofertando ossos demais?

Observe as fezes. Elas são importantes nessa fase de adaptação. Se estiverem brancas e muito
duras, é sinal de muito osso. Melhor reduzir um pouco a oferta.

Essa preciosidade será o seu parâmetro. Confie nela!

E os gatos?
Bichanos dispensam vegetais, mas se o seu for adepto, sugiro manter-se firme na proporção 7
para 1, sendo sete partes de carne para uma de vegetais, como eu faço com a Dora, assim:
50% carne de músculo
30% carne com ossos
10% vísceras (5% fígado e 5% outro órgão)
10%vegetais

Se decidir seguir sem vegetais, distribua o percentual destes, aumentando a oferta de vísceras e
carnes de músculo. Procure ofertar carnes em pedaços, porque a taurina, amino

ácido essencial para gatos presentes nas moléculas da carne é praticamente destruída quando a
carne é moída ou processada.

É por isso que a indústria de ração adiciona taurina sintética às suas fórmulas. A deficiência pode
causar degeneração da retina, cegueira, queda de pelos e cáries.

Outro ponto importantíssimo quanto aos gatos. Ômega 3 (EPA e DHA) e Ômega 6 não podem
faltar de maneira alguma em suas dietas.

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Diferentemente dos cães, gatos não são capazes de produzir ácido araquidônico (Ômega 6 poli-
insaturada) a partir do ácido linoleico, e requerem, portanto, esse óleo em suas dietas.

A relação deve ser sempre próxima de 1:1, ou seja para 1 g de Ômega 6 teremos 1 g de Ômega 3.

Acontece que essa relação só perfeita na carne de peixe. Todas as outras apresentam grande
quantidade de Ômega 6. O frango por exemplo, contém, em média, 19 g de Ômega 6 para 1 g de
Ômega 3.

Por isso, é fundamental complementar a refeições, que não contemplam peixe no cardápio, com
um bom óleo de peixe.

O que você precisa saber sobre Ômega 3


Dosagem: 500 mg de Ômega 3 para cada 10 kg

Escolha os de origem animal. Ômega de origem vegetal não são assimilados da mesma forma
pelo organismo de nossos bichos.

Sardinhas, arenque e salmão do Oceano Atlântico costumam ser boas fontes. O krill, um pequeno
crustáceo encontrado principalmente no Oceano Antártico, também tem sido bastante usado na
fabricação de óleos de boa qualidade.

Fique de olho na procedência.

Vitamina E faz parte da composição de alguns óleos para prevenir a oxidação.

Mix de vegetais para cães e gatos

Pode servir cru bem picado (triturado) ou cozido levemente no vapor. Todas as receitas vão bem
com brotos e folhas bem picadinhos de coentro, estragão, tomilho, cheiro-verde e por aí vai.
Capriche nas ervas.

Receita n. 1 – Brócolis

3 partes de brócolis com folhas e talos


½ parte de salsão com folhas e talos
½ parte de pimentão laranja pequeno

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Receita n. 2 - Abobrinha

2 partes de abobrinha italiana com casca


1 parte de couve manteiga
1 parte de couve-flor com folhas e talos

Receita n. 3 - Batata doce

2 partes de batata doce cozida no vapor


1 ½ partes de chuchu com casca
½ parte de aspargos

Batata doce pode ser substituída por abóbora ou mandioquinha, sempre cozidas. Espinafre
refogado pode entrar no lugar da couve e coração de alcachofra cozido substitui bem os
aspargos.

Brócolis e couve-flor podem ser substituídos por couve de bruxelas. Cenoura e beterraba (sempre
cozidas) vão bem com chuchu e abobrinha italiana. Pimentões vermelhos ou laranjas são
seguros e nutritivos.

Obs.: O aspargo cru é bem duro e o cão pode apresentar dificuldade para digeri-lo, portanto
cozinhe um pouco (não use óleo ou manteiga apena água).

Faltou um dos ingredientes? Tudo bem, prepare a receita com dois deles ou faça substituições.
Seja criativo.

Mix de carnes para cães e gatos

Você não precisa preparar o cardápio com uma proteína apenas. Se não estiver oferecendo uma
presa inteira, capriche nas combinações.

Qualquer carne é carne! Vale até rã.

Lembre-se de incluir ovos (galinha, pata, codorna etc.) e peixes em pelo menos duas refeições
semanais.

Acrescente os vegetais aos pratos nas proporções adequadas ao peso do seu animal.

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Galinha com boi

Língua de boi e moela de galinha


Rins de galinha e fígado de boi
Ponta das asas e pescoço de galinha para cães pequenos ou asas e costas para cães grandes.

Cordeiro com coelho (evite cordeiro para gatos com sensibilidade gástrica)

Coração de cordeiro e qualquer corte de coelho


Baço e fígado (cordeiro ou coelho)
Costelas de cordeiro (mais adequada para cães de médio e grande porte). Para cães pequenos,
substitua por pés de galinha.

Porco com codorna 

Qualquer peça de carne de porco


Pâncreas + fígado de porco
Uma codorna inteira. Se o seu gato ou cachorro não der conta da codorna inteira, tire as peças
mais complicadas como coxas e asas.

Peru com boi 

Tripa verde, coração e carne de boi.


Fígado de peru + cérebro de boi
Rabo + pescoço de peru (cães miúdos e gatos dão-se melhor com pescoço de galinha)

Boi e galinha com ovo

Coxão duro, ovo de galinha, pata ou codorna com ou sem casca e tripa verde
Pâncreas e fígado de boi
Ponta dos rabos de novilho e asas de galinha para cães pequenos. Rabos e asas inteiras para
cães grandes. Considere moer as carnes com ossos para o seu gato nesse caso.

Pato e peru com ovo (mais adequado para cães) 

Carne de pato, ovo de galinha, pata ou codorna com ou sem casca


Fígado de pato
Ossos de patos são densos. Prefira pescoço de galinha para cães pequenos e pescoço de peru
para os maiores.

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Peixe e boi

Peixe
Fígado de boi
Se estiver oferecendo peixe inteiro, dispense a carne com ossos. Caso contrário, escolha o osso
carnudo que o seu amigão adora e faça a combinação necessária.

Importante:

Nunca cozinhe carne com ossos. Ossos de boi e porco não são recomendados na porção de
ossos com carne. Prefira ossos de aves ou animais pequenos, pois são mais macios.

A veterinária Lew Olson, autora do livro Raw and Natural Nutrition for dogs, recomenda a oferta de
até 25% da porção de carne de músculo em tripa verde duas vezes por semana.

O que você precisa saber sobre peixes


Peixe. O alimento que deveria ser dos mais simples, acabou ganhando um espaço só para ele.

Isso porque é impossível, hoje em dia, fechar os olhos para a contaminação de mercúrio nos
mares e para os problemas que envolvem a produção em cativeiro, onde os peixes comem ração,
nada natural para eles e ainda, muitas delas geneticamente modificadas.

Esses peixes, sem uma alimentação natural, sequer produzem Ômega 3.

Mesmo assim, peixe ainda é crucial no cardápio de nossos carnívoros, para garantir ácidos
graxos e vitamina D. Salmão e sardinhas são campeões em vitamina D.

Você pode oferecer sardinha em lata. Verifique a procedência e escolha as conservadas em água.
Sardinhas são selvagens e pequenas, duas boas vantagens sobre contaminação e criadouros.
Podem ser servidas diretamente da lata. Os ossos desse peixinho não representam perigo.

Se oferecer salmão, cozinhe-o.

O salmão carrega um parasita (Nanophyetus salmincola), que por sua vez carrega uma bactéria
(Neorickettsia helminthoeca) fatal para cães. O congelamento mata o parasito, mas não a
bactéria, que sobrevive às baixas temperaturas. É ela o problema.

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Esse parasita é mais encontrado no salmão das águas do Pacífico, mas não dá para ter certeza.
Então, melhor cozinhar todos eles.

Nada de mais em misturar o peixe cozido às carnes cruas no prato. Capriche!

Posso retirar os ossos da dieta?


Sem ossos é necessário suplementar com cálcio e é aí que mora o perigo.

Somente o alimento completo em seu estado natural oferece nutrição perfeita. A variedade de
nutrientes que compõe os alimentos nunca será substituída por um suplemento sintético.

Ossos crus fornecem cálcio, fósforo, magnésio e uma variedade de outros nutrientes em perfeito
balanço. Suplementos à base de cálcio carecem desses nutrientes.

Optar apenas pela suplementação de cálcio, desconsiderando os ossos na dieta, pode gerar
problemas no longo prazo e afetar até a saúde do sistema músculo esquelético de seu animal.

E a casca de ovo moída?


Segundo padrões estabelecidos pela Associação Americana dos Oficiais de Controle de

Comida Animal, a AAFCO, a relação entre cálcio e fósforo deve ser 1:1 ou 2:1. No pó da casca do
ovo essa relação é de 5,2:1, ou seja, muito alta em cálcio e deficiente em fósforo.

Vitaminas e minerais trabalham em sinergia. O excesso de cálcio pode interferir na absorção de


ferro, zinco e magnésio. Já o excesso de zinco pode interferir na absorção de ferro e cobre.
Algumas vitaminas como as vitaminas A e D podem se acumular nos tecidos corporais causando
doenças quando administradas em excesso.

Todo cuidado é pouco na hora de administrar vitaminas e minerais.

Em outras palavras, o melhor sempre será a oferta da carne com ossos, pois dificilmente
conseguiremos substituir todos os nutrientes dos ossos crus. Mas, se o seu cão ou gato não se
der bem com a oferta ou tiver dificuldade em rasgar a carne e triturar os ossos, não desista,
procure pelo próprio osso moído, ou bone meal em inglês.

Com a facilidade da Internet, já é possível importar esse suplemento, caso não o encontre no
Brasil. Tome o cuidado de escolher o de consumo humano ou especial para animais de
estimação.

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Faça a sua pesquisa e discuta com o seu veterinário nutricionista ou especialista em nutrição
animal os ajustes necessários na dieta com a utilização do pó de osso.

Geralmente, a substituição é simples, mas ainda dependerá das necessidades individuais de seu
amigão.

Agora, se você ficar sem carne com ossos, não faça disso um pesadelo, nada de mais pular uma,
ou até duas, refeições com ossos na semana.

O dia da oferta de peixe ou ovos podem ser boas opções para isso. Com a Dora, faço assim
quando não tenho carne com ossos: No dia do peixe. Se não acho um peixe inteiro, cozinho o
que tiver, ofereço uma porção maior de carne, que pode ser do próprio peixe ou outra para
completar o prato, sem esquecer os miúdos, e aumento um pouco a oferta dos vegetais com o
acréscimo de purê de batata doce ou abóbora; No dia do ovo. Ofereço carne, miúdos, um ovo
cru inteiro com casca (nesse caso, a casca acompanha o ovo sem arruinar o balanço dos
minerais), e novamente aumento um pouco a oferta dos vegetais com o acréscimo de purê de
batata doce ou abóbora.

Nota: não uso suplementação de cálcio nesses dias porque a Dora tem uma variedade grande de
carne com ossos na semana e o balanço se estabelece. Se optar por fazer mais refeições sem
ossos, então vale o que já foi dito: “discuta com o profissional de sua confiança e considere
acrescentar o pó de osso”.

Perguntas & Respostas


Qual a melhor maneira de iniciar meu animal na dieta natural?
O jejum é a melhor maneira de dar um tempo para o organismo e prepará-lo para uma nova dieta.

O animal saudável se adapta bem dessa forma. Um ou dois dias de jejum, acredite, fará muito
bem. É como se você estivesse de mudança, a casa vazia está limpa e preparada para receber os
moradores novos.

Animais maduros que sempre comeram ração podem apresentar fezes amolecidas no início. É
preciso observar para gerenciar essas situações. A oferta de vegetais como batata doce e
abóbora ajudam a aliviar desconfortos, além de adicionar fibras à digestão. Mais refeições ao dia,
em porções menores também podem ajudar durante a fase de adaptação.

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O jejum não é recomendado para animais idosos, filhotes e gatos. Nesse caso, o melhor caminho
a seguir é fracionar uma parte da nova comida pela manhã, seguida de duas partes da comida
antiga à tarde e à noite nos dois primeiros dias.

Do terceiro dia em diante, duas refeições, a crua no almoço e a antiga no jantar por uma semana
até que se consiga fazer duas refeições cruas completas.

Probióticos e enzimas, além de Ômega 3 são fundamentais durante a transição.

Se o seu gato resiste firmemente, por favor, não desista. Existe um estudo falando que gatos
desenvolvem um senso de segurança com a comida e, por isso, resistem às mudanças com
todas as suas forças. Talvez você fique um tempo maior do que o esperado nesse processo, não
há nada de errado nisso.

Gatos acostumados à comida seca são mais resistentes. Nesse caso, você pode começar
adicionando apenas água sobre a ração, para que ele se acostume com a umidade. Aos poucos,
pode colocar um pedacinho muito pequeno de carne sem osso misturada à ração.

Se ele comer, mantenha a proporção por um tempo e considere-se vitorioso. Aos poucos, vá
colocando mais pedaços até que ele aceite a carne crua. Carnes mais úmidas e em temperatura
ambiente são mais aceitas. Tripas e miúdos são boas pedidas.

Ossos são perigosos?


Cães e gatos podem sim se engasgar com ossos, assim como você pode se engasgar com água!
O segredo é a correta introdução desses alimentos. Prefira carnes com ossos que podem ser
trabalhados e não engolidos, porque o seu amigão não foi feito para mastigar e sim morder e
engolir, portanto, já viu, se o pedaço couber na goela, é para lá que vai. Siga as orientações
contidas nesse manual. Segure as carnes nos primeiros dias e esteja presente durante as
refeições.

Cães são seres sociais, por que acha que o seu amigão te espera para comer? Eles apreciam a
nossa companhia. Não é demais?

Nunca, em hipótese alguma, ofereça ossos cozidos. Somente ossos crus são macios o suficiente
para digestão de nossos carnívoros.

Salvo sob condições extremas de saúde, como cirurgia de estômago, determinados tratamentos
e doenças, cães e gatos são equipados por Natureza para comerem carne com ossos e carcaças
tranquilamente.

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Além de promover dentes mais limpos, o exercício da trituração ajuda a musculatura da


mandíbula e proporciona tranquilidade para os animais.

O cocô do meu cachorro diminuiu. É normal?


Sim. Completamente normal e esperado. Deve estar mais durinho também. Isso é sinal de que ele
está aproveitando muito mais a sua alimentação e, portanto, não tem mais tanto “lixo” para
dispensar.

Se notar muito esforço na hora de ir ao banheiro, talvez a glândula anal de seu bichinho esteja
sobrecarregada. Seu veterinário pode ajudar a aliviar esse desconforto, comprimindo-a
corretamente. Com o tempo e a passagem de fezes com uma textura mais adequada, o problema
se resolve.

Minha família pode car doente com as bactérias da carne que meu gato
come?
Higiene é a palavra. Assim como você prepara as carnes para sua família, prepare a do seu
animal de estimação. Depois que tiver as porções, leve tudo para o congelador para o período de
profilaxia. Descongele sempre na prateleira da geladeira.

Você pode ter utensílios separados apenas para a preparação da dieta natural. Seja como for,
lave tudo com água morna e sabão. Se preferir uma desinfecção mais completa, enxague com
um pouco de vinagre.

A vasilha do seu amigão vai ter que ser lavada a cada refeição, assim como você faz com o seu
prato.

Nada fica fermentando. Não comeu, retira e reserva na geladeira. Se ele tocou na comida, mas
parece não querer mais, depois de um tempo, melhor descartar.

Com esses cuidados básicos não há o que temer.

Você pode estar pensando: “mas e se ele me lamber?”

Já falamos da importância do equilíbrio das bactérias. Pois bem, a boca (a sua também!), assim
como o estômago, é um microambiente de bactérias. Esse ambiente é protegido pelo conjunto de
microrganismos responsáveis por manter o pH ideal da saliva e, assim, impedir a invasão de
microrganismos nocivos.

Lambidas não farão à sua saúde.

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Posso dar um pedaço ou os restos da minha comida para meu animal de


estimação?
Não. E não me faça debater a questão, por favor.

digestão. Não queremos isso, certo?

Comida natural causa gases?


Está bem, vou dar uma chance. Se você preparou uma carne apenas com sal e ervas (sem
cebola!

Cebolas são tóxicas), e não quer comê-la no dia seguinte, faça cubinhos bem pequenos e reserve
na geladeira para ofertar um ou outro, como petisco. Repetindo: “um ou outro, não o pote inteiro!”.
Combinado?

Não é proibido dar pedacinhos de carne cozida como petisco. Eu faço isso quando preciso treinar
a Dora nos passeios. Não posso carregar carne crua, quer dizer, eu já fiz isso, mas não é muito
seguro.

Só não faça disso uma rotina porque senão esse alimento cozido vai começar a interferir na

Gases são muito mais comuns em animais alimentados com ração. O tempo da alimentação diz
muito nesse caso. A ração é praticamente aspirada. Por ser um alimento seco, acaba permitindo
a passagem de ar durante a ingestão. Cai no estômago e estufa.

Já a comida crua leva um tempo para ser processada, pois ela é trabalhada antes de ser
engolida. Lembre-se que seu amigão terá ossos para triturar.

Esse tempo permite ao corpo preparar-se naturalmente, produzindo enzimas e acidez


necessárias para a digestão. Pouco ar é ingerido junto do alimento e ele não estufa quando
chega no estômago.

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Meu animal quase não bebe água, por quê?


Por que a comida dele tem muita água! Falo mais adiante*.

Meu bichinho tem alguns problemas de saúde, ele pode comer carne
crua?
Na maioria dos casos, sim. Na verdade, Dra. Jacquelyne e eu, pessoalmente, acreditamos que
muitos desses problemas desaparecem com a introdução da dieta natural.

Como faço para viajar com meu amigão na dieta natural?


Se tiver uma geladeira portátil, basta carregá-la com as porções congeladas. Se não puder levar
esse tipo de bagagem, tente comprar carnes congeladas no local e preparar as refeições em
casa. Ovos e peixes são excelentes opções para os dois primeiros dias em que a carne deverá
descongelar.

Se não for viável dessa forma, procure por comidas desidratadas. São opções melhores do que a
ração.

Esqueci de descongelar a comida, e agora?


Faça desse o dia do jejum! Pode ser também o dia do peixe, do ovo ou do osso recreativo.

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Por favor, não use micro-ondas. Além da radiação, as micro-ondas destroem as moléculas do
alimento e ainda podem cozinhar os ossos, tornando-os perigosos.

A dieta natural é muito proteica. O veterinário não recomenda para meu animal com problemas
renais.

É um tremendo equívoco achar que a dieta natural é altamente proteica. Isso não é verdade.
*Lembra quando falamos da composição de uma presa? Cerca de 60% a 70% do corpo da presa é
composto por água. Oxigênio, hidrogênio, carbono e uma porção enorme de outros elementos
químicos, além da gordura e dos ossos, ajudam a formar os seres vivos.

No balanço final de todos esses elementos, uma presa oferece cerca de 15% a 22% de proteína.

Para informações sobre os nutrientes da dieta natural, você pode acessar a tabela de
composição química de alimentos da Escola Paulista de Medicina, criada com base na tabela
norte-americana do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

O que fazer se meu animal de estimação apresentar fezes amolecidas?


Primeiro é preciso entender que fezes são essas. Ele começou a dieta e está com as fezes
amolecidas? Ele já está acostumado com a dieta e vez ou outra apresenta fezes amolecidas? Ou
ele está claramente passando por uma crise com sintomas intestinais?

No primeiro caso, a dieta acabou de ser introduzida. Fezes amolecidas são esperadas por conta
da mudança. Toda a flora intestinal está sendo reconstruída com a introdução de novos
alimentos, e é por isso que nessa fase não podem faltar tripas e probióticos.

Se conseguir alimentar seu amigão com pequenas porções de pâncreas algumas vezes na
semana, não se intimide. A carne do pâncreas das presas fornece enzimas naturais benéficas
para os carnívoros. Mas é uma carne de difícil manuseio e nem sempre fácil de encontrar. Neste
caso, o seu veterinário pode indicar um suplemento enzimático.

Fezes amolecidas esporadicamente. Pode ter sido algum alimento na composição da dieta?
Pode ter sido um petisco fora de hora? Uma situação de estresse?

De uma maneira geral, nem sempre fezes amolecidas é sinal de doença. Na Natureza, esse é um
mecanismo de defesa importantíssimo.

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Todas as toxinas expostas ao corpo são processadas no fígado. O fígado as joga nos rins para
que sejam filtradas e depois transportadas pelo sistema linfático para a corrente sanguínea até
serem expelidas pelas fezes.

Se vez ou outra este trabalho está sendo feito sem sinais de desconforto ou doença, ajude seu
animal oferecendo uma folga entre as refeições, com algumas horas de jejum, afinal a digestão é
um trabalho intenso para o organismo.

Não descarte a água. Dê preferência à filtrada.

Esse “descanso” vai aliviar a passagem das toxinas, e ele estará pronto para a próxima refeição
com mais disposição.

Deixei de jejum, as fezes continuam amolecidas e agora meu bichinho está vomitando. Se a
quantidade de toxinas for grande demais para ser eliminada através das fezes, o corpo tem que
procurar outra forma para se livrar da sujeira.

Na medicina natural esse processo de limpeza é chamado de “crise da cura”. Essa “crise” é
passageira, mas vivenciá-la pode ser desesperador.

Você pode monitorar os sintomas da seguinte forma:

1. Suspenda a alimentação. Lá vem jejum de 12 ou 24h! Se os sintomas cessarem, siga adiante.


Caso contrário, é hora de conversar com seu médico veterinário para eliminar a hipótese de
alguma doença;

2. Depois de 12 ou 24h ofereça um caldinho de carne. Somente o líquido bem coado.

Seu animal precisa de hidratação e nutrientes, mas pode não estar preparado para a introdução
de alimento sólido;

3. Mantenha-o hidratado. Ofereça água e o caldo pelo menos três vezes no dia.

Monitore as fezes e a presença de vômito. Se pararem por completo, desfie a carne, cuidando
para que não contenham nenhum pedaço de osso (esse osso tem que ser descartado no lixo,
pois foi cozido e não é seguro), e ofereça o caldo com a carne.

4. Continue monitorando. Conforme for melhorando, mantenha a sopinha com os pedaços de


carne e comece introduzir a alimentação crua em refeições alternadas.

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Não dê junto. Prefira duas ou três refeições distintas.

Probiótico e Ômega 3 são sempre bons adjuvantes nesses casos. Aqui também podem entrar as
enzimas e as tripas.

Preparando o caldo de carne.


Lembra da canja de galinha da vovó?

Pois é isso mesmo. Você pode usar um peito inteiro de galinha com ossos ou pedaços de carne
de vaca com ossos.

Cubra a carne com água, uma colher de vinagre de maçã e leve ao fogo brando por algumas
horas. Isso vai fazer com que os minerais e nutrientes contidos nos ossos e carnes sejam
incorporados ao caldo. Junte duas ou três raízes de gengibre, um punhado de manjericão e
alecrim, excelentes digestivos com ação anti-inflamatória.

Coe o caldo nas primeiras vezes que servir. As ervas e o gengibre picadinhos podem ser
oferecidos junto dos pedaços de carne desfiada sem ossos nas refeições seguintes.

REFERÊNCIAS
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http://www.dogsnaturallymagazine.com/enzymes-and-your-dog/

Brown, Steve. (2009). Unlocking the canine ancestral diet – Healthier dog food from ABC way. (p.
16-19). Wenatchee, Washington USA: Dogwise Publishing.

Fiumarelli, Emy. (n.d). Raw Green Tripe. IVC Journal. Integrative Veterinary Care. Retrieved from:
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cats. Alberta, Canada: Lulu.

Lonsdale, T. (2005). Work Wonders: Feed your dog raw meaty bones. Australia. Retrieved

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Olson, Lew PhD (2015). Raw and Natural Nutrition for Dogs: The Definitive Guide to

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Taylor, Beth & Becker, Karen. (2013). Real Food for healthy dogs & cats. Simple Homemade

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Ubiome.com (n.d). A Vital Part of our Gut Health. Retrieved November 1st, 2016 from:
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