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Química Geral

Prof. Ricardo Bocus

Material de apoio

Capitulo: 4 Ligações Químicas

Prof.: Ricardo Bocus FAC 3 Engenharia Produção, Elétrica e Controle de Automação 1ª e 2ª Séries Ano 2014
LIGAÇÕES QUÍMICAS

Ligação química: é o termo usado para caracterizar uma


interação entre dois ou mais átomos que resulta na
redução da energia livre para o sistema, relativo aos
átomos isolados. Para haver uma ligação química é
necessário que no mínimo dois átomos aproximem-se e
que, além disso, cada um deles sofra algum tipo de
alteração na sua população de elétrons, em função dessa
aproximação. Tudo isso significa que um mesmo átomo
pode ligar-se de maneira diferente, em função do outro
átomo que forma o par de átomos ligados.

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LIGAÇÕES QUÍMICAS

Ligação química:

Exemplo: H+ cátion; H- ( ânion hidreto ) e H2 (molécula)

Para explicar como os elementos se unem formando as


substâncias foram criadas três modelos de ligações:

1) Ligações iônicas;
2) Ligações covalentes;
3) Ligações metálicas.

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LIGAÇÕES QUÍMICAS

Ligações Iônicas: o modelo de ligação iônica é o


resultado da transferência de elétrons de um metal para
um ametal (Walter Kossel ). Em outras palavras podemos
dizer que a ligação iônica é a interação entre íons
positivos ( cátions) e negativos (ânions ), ou ainda a
interação entre as forças eletrostáticas existentes entre
os íons de cargas opostas, sem qualquer vínculo relativo
à origem de cada íon.

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Ligações Iônicas:
Exemplo: Na ( Z = 11): 1s22s22p63s1
Cl ( Z = 17): 1s22s22p63s23p5

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Retículo cristalino iônico: São interações entre os íons,


distribuídas ao redor de cada íon, proporcionando a
formação de um retículo cristalino, agrupando-se de
modo tridimensional, com uma geometria definida e
distância média constante entre os íons vizinhos.
Considerando a presença de íons Na+ e íons Cl- e as forças
atrativas existentes entre íons de cargas opostas e as
forças repulsivas entre íons de mesma carga irão se
organizar de modo a minimizar as forças repulsivas. Esse
arranjo no qual haverá um número máximo possível de
íons ao redor de cada íon de carga oposta, esse número é
denominado: número de coordenação NC.

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Estrutura iônica: Quando todos os íons têm aproxima-


damente o mesmo tamanho, eles podem formar uma
estrutura iguais chamada cúbica de face-centrada ( cfc ),
mas, quando os íons tem tamanhos diferentes, a
estrutura é geralmente cúbica de corpo-centrado ( ccc ).

Retículo cristalino ( ccc ) NC = 8

Reticulo cristalino ( cfc ) NC = 6

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Retículo cristalino iônico

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Estrutura de Lewis:

Elementos que formam compostos iônicos mais freqüentes


1
2 13 14 15 16 17
1+ 2-
Li O F1-
Na1+ Cl1-
K1+ Br1-
Rb1+ I1-
Cs1+

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Energia reticular: ( U0 ): representa a soma das energias


de interação eletrostática entre os íons do cristal, sendo
uma medida da força de interação da ligação iônica no
sólido cristalino. Por convenção é a quantidade de
energia que deve ser fornecida para quebrar um sólido
iônico em seus íons individuais na forma gasosa

A formação de um composto iônico: O Ciclo de Haber


Born ( Cálculo na energia do cristal iônico )

∆Hf = ∆Hs + ½ ∆Hd + ∆Hi + ∆Hae + ∆U0

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∆Hf = ∆Hs + ½ ∆Hd + ∆Hi + ∆Hae + ∆U0


∆Hf = entalpia padrão de formação do sólido iônico. A entalpia padrão de
formação de uma substância é o calor (à pressão constante) liberado ou
consumido na formação de 1 mol da substância a partir de substâncias simples
no estado padrão. Por convenção, substâncias elementares têm entalpia padrão
igual à zero.

∆Hs = entalpia de sublimação (ou vaporização) do metal.

∆Hd = energia de dissociação - energia necessária pra dissociar (X2 → 2X) 1 mol
de moléculas de gás. Também chamada energia de atomização.

∆Hi = potencial de ionização.

∆Hae = variação de entalpia associada ao processo de afinidade eletrônica


(A.E.) (energia de eletroafinidade).

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Vamos considerar a formação do cloreto de sódio a partir
de sódio e cloro gasosos. O processo global é favorecido
energeticamente. O processo pode ser dividido em cinco
etapas
ETAPA PROCESSO ENERGIA DESCRIÇÃO DO CICLO
Vaporização do sódio metálico, que é sólido à temperatura ambiente
SUBLIMAÇÃO Na (s) → Na (g) (ΔHs = +107,8 kJ/mol)
( endotérmica )

Quebra homogênea da molécula diatômica de Cl2, gerando átomos


DISSOCIAÇÃO ½ Cl (g) → Cl (g) (ΔHd = +119,9 kJ/mol)
de cloro ( endotérmica )

IONIZAÇÃO Na (g) → Na
+
(g) + 1e
-
(ΔHi = +495,4 kJ/mol) Ionização do sódio em fase gasosa ( endotérmica )

Formação de Cl- em fase gasosa. Afinidade eletrônica é a energia


AFINIDADE ELETRÔNICA Cl (g) + 1e → Cl
-
(g) (ΔHae = - 348,8 kJ/mol) liberada pela adição de um elétron a um átomo no estado gasoso (
exotérmica )

FORMAÇÃO Na+(g) + Cl-(g) → NaCl(s) (U0 = - 786,2 kJ/mol) Formação do cristal a partir de seus íons ( exotérmica )

Reação heterogênea de formação do sal a partir das substâncias


TOTAL Na(s) + ½ Cl2(g) → NaCl(s) o
(ΔH f = - 411,1 kJ/mol) simples.( exotérmica )

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Exemplo:
Calcule a U0 para o CsCl ( cloreto de césio ):
∆Hf = - 432,6 kJ/mol;
∆Hs = + 78,6 kJ/mol;
½ ∆Hd = + 119,1 kJ/mol,
∆Hi = + 375,8 kJ/mol e
∆Hae = - 348,6 kJ/mol

∆U0 = ∆Hf - ∆Hs - ½ ∆Hd - ∆Hi - ∆Hae


∆U0 = - 657,5 kJ/mol

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Importante:
Quanto maior o raio, mais fraca a atração, menor é a
energia de reticulo.
Quanto maior a carga, maior a atração, maior é a energia
de retículo

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Propriedades dos compostos iônicos:
1) Ductibilidade:
• Um composto iônico e duro, rígido e quebradiço;
• As forças atrativas mantêm os íons em posições
especificas;
• Mover os íons para fora de suas posições requer
superaras forças atrativas, por isso os cristais não são
perfurados ou dobrados.

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2) Ponto de fusão e ebulição:
• Para levar um sólido iônico ao estado líquido é
necessário separar os íons do retículo;
• Os íons do reticulo não precisam estar totalmente
separados, apenas o suficiente para superar parte das
atrações eletrostáticas;
• Líquido resultante é de natureza viscosa e os íons
possuem mobilidade superior quando comparados aos
compostos sólidos;
• Para passar para o estado gasoso, é necessária energia
ainda maior para que a ordem do retículo seja
totalmente desfeita;

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3) Ponto de fusão e ebulição:
• Portanto os compostos iônicos apresentam altos pontos
de fusão e ebulição quando comparados com compostos
de outra natureza de ligação;
• Quanto mais forte a atração ( maior energia de reticulo ),
mais alto é o ponto de fusão.
Temperaturas ( °C )
Substância Fórmula
fusão ebulição
cloreto de sódio NaCl 808 1413

cloreto de potássio KCl 790 1500

fluoreto de lítio LiF 870 1670

sulfato de bário BaSO4 1350 1580

óxido de alumínio Al2O3 2054 3000

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4) Condutividade elétrica:
• A condutividade elétrica requer movimentos de
elétrons ou de cargas;
• Os sólidos iônicos não apresentam qualidades
estruturais que tornem condutores de eletricidade;
• Ao passarem pelo processo de fusão, os íons tornam-
se livres e aumenta a mobilidade eletrônica;
• Isso faz com que o composto passe a ser condutor

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4) Condutividade elétrica:

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Ligações covalentes: o modelo de ligação covalente é


um tipo de ligação química caracterizada pelo
compartilhamento de um ou mais pares de elétrons
entre átomos, causando uma atração mútua entre eles,
que mantêm a molécula resultante unida. Átomos
tendem a compartilhar elétrons de modo que suas
camadas eletrônicas externas sejam preenchidas e eles
adquiram uma distribuição eletrônica mais estável.
Ligações covalentes normalmente ocorrem entre
átomos com eletronegatividades similares e altas
(geralmente entre dois ametais, hidrogênio e ametais e
hidrogênio com hidrogênio.).

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A menor porção de uma substância resultante de ligação


covalente é chamada de molécula. Então o H2 é uma
molécula ou um composto molecular. Um composto é
considerado composto molecular ou molécula quando
possui apenas ligações covalentes

Elementos que formam ligação covalente


quando interagem entre si
1
H 2 13 14 15 16 17
Be B C N O F
Si P S Cl
As Se Br
Te I

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1) Ligações covalente simples ou normal: o par
eletrônico compartilhado é formado por um elétron de
cada átomo ligante. Nas ligações covalentes, os átomos
podem estar ligados por meio de uma, duas ou três
ligações covalentes (o carbono pode fazer até quatro
ligações covalentes, mas, com o mesmo átomo,
somente três). De acordo com o número dessas
ligações entre os átomos, dizemos que a ligação
covalente é simples (1 ligação), dupla (2 ligações) ou
tripla (3 ligações).

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Nas Ligações carbono-carbono sob o ponto de vista dos
orbitais, as ligações duplas ou triplas há uma interação
lateral dos orbitais, originando a ligação PI (π). A
densidade eletrônica neste tipo de ligação está limitada
entre os átomos unindo-os.
A figura abaixo ilustra as interpolações laterais dos
orbitais representadas na vertical, que originam as
ligações π
a) C=C b) C≡C

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1) Ligações covalente simples ou normal:
Exemplo: formação do cloro – Cl2.
Cl ( Z = 17): 1s2) 2s2, 2p6) 3s2, 3p5
Configuração dos Átomos: Atração Quântica:

Nuvem Eletrônica ou Orbital Molecular:

Cl Cl

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Regra do octeto:
• Quando átomos se ligam, eles tendem a ganhar,
perder ou compartilhar elétrons de modo a resultar em
8 elétrons na camada de valência;
• Metais formam cátions perdendo elétrons suficientes
para obter a configuração do gás nobre anterior;
• Ametais formam ânions ganhando elétrons para
obterem a configuração do gás nobre seguinte;
• A configuração de um gás nobre é sempre estável

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Regra do octeto:
Exemplo:

Cl Cl Cl2 ou Cl - Cl

Fórmula de Lewis Molecular Estrutural

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Exemplos de Ligações Covalentes Simples

O O O2 ou O = O

N N N2 ou N  N

H O H H2O ou H - O - H

H Cl HCl ou H - CL

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Representações das ligações covalentes:

a) Fórmula molecular b) Fórmula estrutural c) Fórmula eletrônica ( estrutura


de Lewis )

H2O, H2 e O2

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Exceções da regra do octeto: Alguns compostos não


precisam ter oito elétrons na camada de valência para
atingir a estabilidade:

BeF2 F Be F F - Be - F

BF3 F B F F-B-F
F
F

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2) Ligações covalente coordenadas ou dativa:


• Um tipo especial de ligação covalente é a ligação
covalente dativa, também conhecida como ligação
covalente coordenada, que ocorre quando um único
átomo fornece ambos os elétrons da ligação.
• É importante lembrar que só acontece uma ligação
coordenada se não for mais possível realizar uma
ligação covalente molecular.
• A ligação covalente coordenada é representada por
uma flecha (-->).

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2) Ligações covalente coordenadas ou dativa:


• Em outras palavras, dizemos que a ligação dativa ou
coordenada é formada por um par de elétrons
compartilhado por dois átomos, no qual os dois
elétrons são fornecidos apenas por um dos átomos
participantes da ligação.
• Forma-se quando um dos átomos já tem o seu octeto
completo e o outro ainda não.

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Exemplo de Ligações covalente coordenadas ou dativa :


Formação do SO2

O
S O + O
S O
S=O + O  S=O
O

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Teoria da repulsão dos pares de elétrons da camada de


valência ( VSEPR ):
Segunda a teoria da repulsão dos pares de elétrons da
camada de valência, a disposição dos átomos no espaço
ao redor do átomo central, é dada a partir da repulsão
existente entre os pares de elétrons que ficam na
camada de valência do átomo central. Desta forma os
pares de elétrons se localizam o mais afastado possível,
uns dos outros, para evitar uma repulsão brusca

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Observe abaixo, como estão organizados os pares de


elétrons ao redor de um determinado átomo:
a) Dois pares de elétrons b) Três pares de elétrons

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c) Quatro pares d) Cinco pares


de elétrons de elétrons

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e) Seis pares de elétrons

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Geometria molecular: É a disposição espacial das


moléculas ou de íons determinada por:
A estrutura deve ter o maior número possível de
ligações entre os átomos;
Todos os pares de elétrons de valência devem
permanecer o mais distante possível uns dos outros,
para que as repulsões entre eles sejam mínimas, ou
seja, eles devem estar localizados nos lados opostos do
núcleo, isso vale também para as duplas e para as
triplas ligações, segundo a teoria RPECV.

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Exemplos de geometria das moléculas:

a) Moléculas lineares:
Para que a molécula seja linear, ela irá depender do tipo
do átomo central (A). Observe os tipos abaixo:

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b) Moléculas planas triangulares

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c) Moléculas angulares

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d) Moléculas piramidais trigonais

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e) Moléculas tetraédricas

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f) Moléculas com forma de bipirâmide trigonal

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g) Moléculas octaédrica

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Polaridade das ligações:
• Acúmulo de cargas elétricas iguais em regiões distintas
da ligação “ pólos”
• Quanto maior a diferença de eletronegatividade entre
os átomos, maior a polarização.
• As ligações covalentes são classificadas em polar e
apolar

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Ligação covalente apolar: quando a ligação covalente
ocorre entre dois átomos iguais (O2, H2, N2, etc.),
dizemos que ela é apolar, pois esses átomos terão a
mesma eletronegatividade e as pequenas diferenças de
carga, que ocorrem porque os elétrons se movimentam
mais em uma zona espacial do que na outra, anulam-se,
fazendo com que a ligação entre os átomos seja
simétrica
Ligação covalente apolar:

H H
H2 

Ligação
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covalente polar:
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Ligação covalente polar: quando a ligação covalente
ocorre entre átomos diferentes, haverá entre eles uma
diferença de eletronegatividade. O átomo mais
eletronegativo atrairá mais fortemente para si o elétron
compartilhado, gerando uma diferença de carga que
deixará a ligação entre os átomos assimétrica, ou seja,
com uma polaridade. Por exemplo: AB, sendo B mais
eletronegativo, logo ele possui mais densidade
eletrônica, desta forma podemos considerar B como um
pólo negativo, consequentemente, A será positivo,
portanto podemos considera-lós um dipolo elétrico, por
conter uma partícula com dois pólos

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H2 

Ligação covalente polar:

+ -
H Cl
HCl 

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Polaridade das moléculas: É acúmulo de cargas elétricas
em regiões distintas da molécula, sua força depende da
polaridade das ligações e da geometria molecular.
Momentum dipolar: é o vetor que orienta e define a
polaridade da ligação ou molécula, a seta aponta para a
região que em que há a maior concentração eletrônica,
ou seja, do pólo positivo para o negativo.
A grandeza dipolar é feita por μ. : é considerada a soma
vetorial dos instantes dipolares, que estão presentes
entre os átomos que compõe a molécula

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No exemplo, a molécula de CO2 é linear,
geometricamente simétrica e nesta forma ela é apolar,
mesmo contendo duas ligações polares

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Molécula apolar: momentum dipolar ( µr ) = zero, sendo
esta uma molécula eletricamente simétrica, ou seja,
possui os centros de cargas (positivo e negativo)
simultâneos.
Exemplo: molécula do gás carbônico – CO2.

O=C=O  O

C 

O  r = Zero

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Molécula polar: momentum dipolar ( µr ) ≠ zero, sendo
esta molécula eletricamente assimétrica, ou seja, cada
carga (positiva e negativa) possui o seu centro.
Exemplo: molécula da água – H2O

O  O  r  Zero (polar)
H H H H

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A molécula tetraédrica pode ser apolar e polar:
a) Metano e Tetracloreto de Carbono
Molécula apolar;
Simetria tetraédrica;
µr = 0

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b) Dicloreto de etila
Molécula polar;
Simetria tetraédrica;
µr ≠ 0

Nos dois exemplos, a molécula é apolar quando os


quatro ligantes forem idênticos e polares quando os
quatro não forem diferentes um dos outros.
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c) Trifluoreto de boro - BF3
Molécula apolar;
Simetria trigonal;
µr = 0

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d) Difluoreto de berílio - BeF2(gasoso).
Molécula apolar;
Simetria linear
µr = 0

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Forças intermoleculares: são forças de atração
existentes entre as moléculas. Essas forças podem
formam entre as moléculas de substâncias no estado
sólido ou líquido e através da atração gravitacional,
forças de Van Der Waals ou Ponte de hidrogênio.

Atração gravitacional: as massas das moléculas


individuais são minúsculas, por isso, desconsideraremos
essa atração.

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Forças de Van der Waals; são divididos em dois tipos:

a) Forças entre dipolos permanentes ( dipolo-dipolo) ou


(F.D.P): essa força está presente entre moléculas
polares (μ ≠ 0), contêm dipolo permanente, a força
varia de acordo com o seu tamanho e quanto maior
ele for, maior a força será.
b) Forças entre dipolos induzidos Flutuantes (Força de
London): essa força está relacionada à força de
atração existente entre as extremidades positivas e
negativas dos dipolos. Essa força pode acontecer, por
exemplo, no hélio liquido, no CO2 e no metano.

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Os átomos de hélio estão simétricos, em um espaço de
tempo mais longo, portanto podemos concluir que os
elétrons estão localizados simetricamente em torno do
núcleo

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Subitamente, ocorre uma colisão que resulta em um
distanciamento entre os elétrons e o núcleo, desfazendo
a simetria, o que resulta em uma pequena atração do
átomo

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Ponte de hidrogênio: é uma força intermolecular
extremamente alta, que ocorre pela interação dipolo-
dipolo, essa ponte serve como um tipo de “elo” entre os
átomos que se interaram. Para a formação da ponte de
hidrogênio é preciso que ocorra com elementos muito
eletronegativos (F,O,N), e além disso esses elementos
devem possuir pares eletrônicos não- compartilhados e
também um átomo de hidrogênio que esteja ligado ao
átomo.

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Características dos Compostos Moleculares:
• Sólidos, líquidos ou gasosos a temperatura ambient;
• Ponto de Fusão e Ebulição inferiores aos dos
compostos iônicos.
• Bons isolantes: térmico e elétrico

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Forças Intermoleculares e as Propriedades PF e PE:
Dois fatores influem nos PF e PE:
1) Ligações intermolecular: quanto maior a intensidade
das forças de ligação, maiores os PF e PE da substância .

Ordem crescente da intensidade de interação:


Dipolo induzido < dipolo – dipolo < pontes de H
2) O tamanho das moléculas: quanto maior o tamanho
das moléculas, maiores o PF e PE da substância.
Forças Intermoleculares e as Propriedades PF e PE

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Forças Intermoleculares e as Propriedades PE:

PE PE
SnH4 100 H2 O

GeH4

SeH4 0 H2Te

H2 S H2Se
CH4

- 100
Tamanho da molécula Tamanho da molécula

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Ressonância ou mesomeria (deslocalização de elétrons):
São a representações mais possível de um mesmo
composto por fórmulas os seus núcleos na mesma
posição, porém com a posição dos elétrons de valência
diferente. Cada uma das estruturas possíveis desse
composto é chamada de estrutura ressonante ou
canônica, não havendo existência física dessas estruturas.
Portanto podemos concluir que não ocorre um equilíbrio
dinâmico entre as estruturas. Observe abaixo as possíveis
estruturas de benzeno

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Ressonância ou mesomeria:
A) B)

A seta de duas pontas apresentada na figura acima,


mostra que as duas estruturas (A e B), são consideradas
estruturas canônicas, indicando assim um fenômeno da
ressonância.
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Considerações importantes:
• A estrutura verdadeira do benzeno é o que há de
intermediário entre A e B e não A e B e não há uma
oscilação entre as estruturas A e B;
• O benzeno se baseia diretamente em uma estrutura
intermediária existente entre as estruturas A e B.
• É importante sabermos que não é necessário que as
propriedades das estruturas intermediárias sejam
médias aritméticas das estruturas canônicas

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Ligações metálicas: Consiste de uma série de átomos do
metal que doaram todos os seus elétrons de valência
para uma nuvem de elétrons que permeia a estrutura (
mar de elétrons ). Para entender melhor o modelo de
ligação metálica, segue algumas considerações:
• Todos os átomos metálicos tornam-se cátions idênticos
e por não estarem associados a nenhuma ligação iônica,
estes cátions recebem o nome de núcleos.
• O modelo da ligação metálica ilustra o metal como uma
formação de íons positivos situados em certas posições
da rede cristalina imersa em um “mar de elétrons” de
valência deslocalizados.

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• O mecanismo que mantêm unido os átomos de metais
é a atração entre os núcleos positivos e o “mar de
elétrons” negativos.
• A força de uma ligação metálica deriva primeiramente
das cargas no sistema.
• Um fator a ser considerar na formação da ligação
metálica é a carga do íon a atração que este tem pelos
elétrons de valência.
• Metais alcalinos têm um elétron de valência e baixa
energia de ionização, baixa atração pelo elétron de
valência.

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• O alumínio tem um valor de energia de ionização mais
alto, fazendo com que a ligação metálica no alumínio seja
mais forte do que a que ocorre nos metais alcalinos e
alcalinos terrosos

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A força da ligação metálica:
• As ligações entre átomos dos metais podem variar
entre fraca e muito forte sendo o ponto de fusão uma
medida aproximada da força de ligação;
• De modo geral, a força da ligação metálica tende a
aumentar à medida que passamos da esquerda para a
direita ao longo de um período na tabela periódica;
• Metais de transição tem elétrons d e apresentam um
grande número de elétrons disponíveis para ligações no
metal;
• A força de ligação nos metais de transição não apenas
originam altos valores de ponto de fusão, mas também
grandes forças de tensão e dureza
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Propriedades físicas mais características dos metais:
Maleabilidade: os metais são maleáveis, e são capazes
de se transformar em lâminas;
Ductibilidade: os metais são dúcteis, e são capazes de
se transformar em fios;
Alta Condutibilidade térmica: os metais são bons
condutores de calor;
Alta Condutibilidade elétrica: os metais são bons
condutores de eletricidade;
Brilho metálico característico: os metais refletem quase
toda a luz, pelo fato de serem opacos à luz;
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Propriedades físicas mais características dos metais:
Alta Densidade: os metais possuem alta densidade;
Resistência à tração;
Ponto de fusão elevado;
Ponto de ebulição elevado

1A
2A 3A 4A 5A 6A 7A
C
8B
3B 4B 5B 6B 7B 1B 2B

Variação de PF e PE

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Entre outras propriedades, e é importante lembrar que
nem todas as propriedades se aplicam a todos os metais .

Ligas metálicas
As ligas metálicas são compostas por dois ou mais
metais, e pode conter também elementos não metálicos,
porém a maior quantidade desses elementos deve ser
metálica. Para formar uma liga é necessário fundir os
metais, para que eles atinjam um estado líquido
propenso para serem misturados.

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Exemplos da composição das ligas mais comuns em nosso
cotidiano.
Aço: constituído por Fe (ferro) e C (carbono).
Aço inoxidável: constituído por Fe (ferro), C (carbono), Cr
(cromo) e Ni (níquel).
Ouro 18k: constituído por 75% de Au (ouro) e 25% de Ag
(prata) e/ou Cobre. Já o ouro 24K é constituído 100% de
ouro.
Amálgama: constituída por Hg (mercúrio),
Bronze: constituído por Cu (cobre) e Sn (estanho).
Latão: constituído por Cu (cobre) e Zn (zinco);
Zamac: Constituído por Zn ( zinco), Al ( alumínio), Mg
( magnésio) e Cu ( cobre )
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