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Cavitação

1 Cavitação

1.1 O fenômeno da cavitação

- fluido em escoamento (temperatura constante) passa por uma


região de baixa pressão, chegando a atingir pressões inferiores à
sua pressão de vapor e, por isso, parte dele vaporiza, formando
bolhas;

Figura 1 – Curva de pressão de vapor

- em geral na região de sucção da bomba;

Figura 2 – Região onde ocorre a formação das bolhas (www.ottosistemas.com.br)

- processo extremamente rápido, chegando à ordem de centésimos


de segundos.
1.2 Consequências diretas

- se pressão interna das bolhas for superior à externa, elas se


expandem até ocupar toda a seção: interrupção do escoamento;
- se as bolhas são carregadas para o interior da bomba, onde a
pressão é maior, elas tendem a implodir e, se a explosão ocorrer

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Cavitação

próxima às superfícies sólidas da bomba, estas podem ser


erodidas;
- golpe de aríete: efeito da cavitação repetido continuamente por
inúmeras bolhas, acompanhado de ondas acústicas audíveis
(também chamado martelagem);
- queda de rendimento da bomba;
- excesso de ruídos;
- vibrações contínuas do equipamento e sistema acoplado;
- erosão interna de partes da bomba, exigindo manutenção
periódica e dispendiosa.

pt.wikipedia.org www.manutençãoesuprimentos.com.br

Figura 3 – Erosão em equipamentos devido à cavitação

1.3 Explicações do fenômeno

Não há um consenso sobre o assunto:


- a introdução e expulsão contínua do líquido nos poros do metal
promove a erosão, acentuada pelo aparecimento das limalhas
após o início da corrosão;
- corrosão química devido à liberação de oxigênio pelo líquido;
- cavitação induz vibrações às zonas mais extensas do metal e a
erosão acontece devido ao intenso fenômeno oscilatório que dá
origem a elevadas pressões internas.

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1.4 Como evitar o fenômeno

Embora não se tenha conhecimento exato do mecanismo segundo


o qual se processa a cavitação, é possível projetar, com grande
segurança, uma instalação na qual em todos os pontos do

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Cavitação

percurso do líquido a pressão interna é maior que a sua pressão


de vapor, em certa temperatura.
Aplicando a equação de Bernoulli entre os pontos (0) e (1)
definidos na figura 4:

+ + − + + = ∆ℎ → +
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Figura 4 – Instalação elevatória típica (adaptado de www.ebah.com.br)

Considerando o DATUM no ponto (0):


=0→ = ℎ
=
= 0 → ! "#$% !% $ & $'(#ó$*%
= 0 → ("# & !( +%,+(
∆ℎ → = ∆ℎ -.çã1 + ∆ℎ∗

Em que ∆h* é a perda de carga na sucção da bomba, entre o fim


da tubulação e a entrada do rotor da bomba.
E a equação de Bernoulli passa a:

− ℎ + + = ∆ℎ -.çã1 + ∆ℎ∗
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Observe que dos termos desta equação, o único que facilita o
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processo de sucção é 9
; os demais termos tendem a dificultar o
processo de sucção.

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Cavitação

Separando os termos que dependem da instalação elevatória ou


do fluido dos que dependem da bomba:

− ℎ + + ∆ℎ -.çã1 = + ∆ℎ∗
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:;< => 3 = :;< ?@A

Sendo:
- NPSH – Net Positive Suction Head, ou, em bom português, carga
líquida para sucção;

:;< => 3 = − ℎ + + ∆ℎ -.çã1

- NPSHdisp – carga existente, ou disponível, na instalação


elevatória para permitir a sucção do líquido;
- NPSHdisp tem seu valor máximo quando p1abs=pvapabs;

:;< ?@A = + ∆ℎ∗


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- NPSHreq – carga energética mínima que a bomba necessita para
succionar o fluido sem cavitar;
- é curva característica fornecida pelo fabricante da bomba;
- é função da velocidade e, portanto, da vazão (aumenta com o
aumento da vazão).

Análise final:
- quando

NPSHreq ≥ NPSHdisp ⇒ CAVITAÇÃO


porque o sistema não oferece o mínimo que a bomba requer para
funcionar sem cavitar.

- para evitar a cavitação:

NPSHdisp > NPSHreq

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Na falta da curva característica de NPSH da bomba, pode-se


trabalhar com a seguinte aproximação:

EG
:;< ?@A = ∆ℎ∗ = 0,0012 ∙ " F ∙H GF
[,]
Em que:
- n é a rotação nominal da bomba (RPM);
- Q é a vazão no ponto de rendimento máximo da bomba (m³/s).

EXERCÍCIOS

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