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O governo Lula e os programas sociais – ECO 448 – Turma 2

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Políticas públicas são ações e planejamentos gerados e fiscalizados pelo governo com a
finalidade de garantir uma melhor distribuição de serviços públicos e gerar uma melhora do bem-
estar social. Programas sociais, por sua vez, são realizações do governo que prevêem distribuição
direta de renda, objetivando auxiliar os gastos com necessidades básicas, daqueles que são
considerados por ele como baixa renda. Assim, além do último ser conseqüência do primeiro,
aproximam-se ao direcionar suas atividades para o coletivo, não visando o indivíduo e, sim,
benefícios à sociedade.
A transferência de renda é parâmetro de classificação dos programas, havendo duas
situações: com contrapartida e sem contrapartida. A primeira é composta pela contribuição da
população e posterior retorno desse financiamento ao contribuinte. Enquanto que a sem
contrapartida refere-se ao recebimento do benefício sem a realização de um aporte para o Estado.
Desse modo, é válido ressaltar a diferença entre os termos assistência e assistencialismo. O
primeiro deseja proporcionar auxílio àqueles que forem considerados desprovidos das condições
básicas ou com poucas perspectivas de vida de acordo com a avaliação realizada pelo Estado. O
outro pressupõe uma doação de bens sem precedentes, acarretando certo tipo de dependência e um
não incentivo ao emprego como fonte de sustentação. Sendo assim, o assistencialismo gera uma
acomodação, já que o beneficiado tem o dinheiro garantido. Contudo, esse repasse financeiro faz-se
imprescindível por ser o complemento da renda das famílias de baixa renda para o seu sustento.
Para tanto, optou-se pela unificação dos programas, o que aumentou a quantidade de
pessoas atendidas e ampliou os benefícios para estes. Ou seja, um mesmo indivíduo que recebia
apenas o auxílio gás, agora recebe o Bolsa Família, por exemplo. Essa alteração pode ser observada
a partir da razão da renda e da variação do índice de gini que mede o grau de desigualdade existente
na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0, quando
não há desigualdade (a renda de todos os indivíduos tem o mesmo valor), a 1, quando a
desigualdade é máxima (apenas um indivíduo detém toda a renda da sociedade e a renda de todos os
outros indivíduos é nula).
No governo Lula, ainda verifica-se um aumento na população de analfabetos e uma menor
redução da mortalidade infantil causada por doenças infecciosas e parasitárias; uma vez que se
diminui o investimento na educação e na saúde.
Isso demonstra que a política do governo Lula apresenta caráter imediatista, pois o aumento
de renda das famílias carentes não garante que estas terão as mesmas oportunidades de
desenvolvimento e melhorias nos indicadores sociais.
Também, percebe-se que aumento do poder de compra da população carente, por meio da
transferência direta de renda, prioritariamente, é dedicado para o consumo alimentício. Essa renda
veio complementar as necessidades básicas da população, podendo verificar uma das implicações
desse tipo de política através da significativa redução (47,12% entre 2003 e 2004) da desnutrição
infantil.
Ressalta-se, igualmente, que o valor da transferência de renda é fixo e, por isso, o poder de
compra aumenta em curto prazo. Além disso, nesse período, também houve uma queda progressiva
da taxa de inflação. Nessa linha, a pressão sobre a demanda não é expressiva; o índice geral dos
preços é acessível ao consumidor comum.
Outro fator positivo da posição econômica assumida pelo governo Lula é a questão do
desemprego - no Brasil houve uma redução de 4,35% (entre 2003 e 2004) no número de
desempregados no país. Isso é explicado pela promoção de programas como o PNPE, além de se
efetivar uma maior estabilidade econômica, aumentando a produtividade e uma conseqüente busca
por mão-de-obra.
Por outro lado, existem entraves que dificultam o desenvolvimento dessas políticas, como: a
não existência de uma repartição proporcional à carência de cada estado; a falta de integração entre
programas semelhantes; a ausência de informações a respeito dos programas e a padronização dos
programas federais, com a desvalorização das necessidades locais.
Além disso, tendo em vista que a pobreza é um problema de dimensões globais, mas sua
solução deve ser definida na escala local, orienta-se que não devem existir medidas padronizadas,
uma vez que cada área tem suas especificidades.
Do mesmo modo, a orientação dada à população carente é superficial por não transcender a
barreira do assistencialismo. É dever da União convencê-las a construir um planejamento financeiro
na busca de uma melhora do bem estar familiar.
Nesse sentido, Lula acerta em dedicar seu governo aos mais necessitados. O desafio agora é
estabelecer uma estrutura básica para o País, consolidando a política financeira e, em conjunto com
outros setores da sociedade, almejar um patamar ideal para o desenvolvimento unilateral de toda
população.

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