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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................13
COMPREENSÃO DE TEXTOS.............................................................................................................. 13

ORTOGRAFIA OFICIAL........................................................................................................................ 16

CLASSE E EMPREGO DE PALAVRAS................................................................................................. 18

EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE CRASE.............................................................................. 35

SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO............................................................................................... 37

EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO......................................................................................... 48

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL............................................................................................ 51

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL........................................................................................................ 56

COLOCAÇÃO PRONOMINAL DOS PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS (PRÓCLISE,


MESÓCLISE E ÊNCLISE)..................................................................................................................... 58

REDAÇÃO............................................................................................................................................. 59

LÍNGUA INGLESA................................................................................................................89
CONHECIMENTO DE UM VOCABULÁRIO FUNDAMENTAL PARA A COMPREENSÃO
DE TEXTOS........................................................................................................................................... 89

CONHECIMENTO DOS ASPECTOS GRAMATICAIS BÁSICOS PARA A COMPREENSÃO


DE TEXTOS........................................................................................................................................... 96

MATEMÁTICA.................................................................................................................... 123
NÚMEROS INTEIROS, RACIONAIS, REAIS E PROBLEMAS DE CONTAGEM................................123

SISTEMA LEGAL DE MEDIDAS.........................................................................................................129

RAZÕES E PROPORÇÕES, DIVISÃO PROPORCIONAL, REGRAS DE TRÊS SIMPLES


E COMPOSTAS, PORCENTAGENS...................................................................................................130

LÓGICA PROPOSICIONAL................................................................................................................140

NOÇÕES DE CONJUNTOS................................................................................................................146

RELAÇÕES E FUNÇÕES, FUNÇÕES POLINOMIAIS, FUNÇÕES EXPONENCIAIS


E LOGARÍTMICAS..............................................................................................................................151

MATRIZES..........................................................................................................................................168
DETERMINANTES.............................................................................................................................171

SISTEMAS LINEARES.......................................................................................................................174

SEQUÊNCIAS.....................................................................................................................................178

PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS.............................................180

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO........................................................ 187


INTRODUÇÃO....................................................................................................................................187

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO.........................................................................................................................187

OS BANCOS NA ERA DIGITAL: ATUALIDADES, TENDÊNCIAS E DESAFIOS................................187

INTERNET BANKING/BANCO DIGITAL...........................................................................................................188

MOBILE BANKING............................................................................................................................................188

OPEN BANKING E OS NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS..............................................................................188

SEGMENTAÇÃO E INTERAÇÕES DIGITAIS....................................................................................................189

ARRANJOS DE PAGAMENTOS .......................................................................................................................191

PIX - PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS............................................................................................................192

MATEMÁTICA FINANCEIRA....................................................................................... 195


CONCEITOS GERAIS - O CONCEITO DO VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO, CAPITAL,
JUROS, TAXAS DE JUROS, CAPITALIZAÇÃO E REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO.........................195

JUROS SIMPLES - DOS JUROS, DA TAXA DE JUROS, DO PRINCIPAL E DO PRAZO DA OPERAÇÃO


FINANCEIRA, EQUIVALÊNCIA FINANCEIRA..................................................................................................195

JUROS COMPOSTOS - CÁLCULO DO MONTANTE, DOS JUROS, DA TAXA DE JUROS, DO PRINCIPAL


E DO PRAZO DA OPERAÇÃO FINANCEIRA....................................................................................................196

FLUXOS DE CAIXA E DIAGRAMAS DE FLUXO DE CAIXA..............................................................................198

SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO - SISTEMA PRICE, SISTEMA SAC..............................................204

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS............................................................................... 209


INTRODUÇÃO....................................................................................................................................209

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO.........................................................................................................................209

POLÍTICAS ECONÔMICAS................................................................................................................210

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.................................................................................................217

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS.........................................................................................................224
MERCADO DE CRÉDITO – OPERAÇÕES ATIVAS E GARANTIAS..................................................231

PRODUTOS E SERVIÇOS BANCÁRIOS............................................................................................242

MERCADO DE CAPITAIS...................................................................................................................257

MERCADO DE CÂMBIO.....................................................................................................................267

CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO/CAPITAIS E LEGISLAÇÕES..................................................270

AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA......................................................................................................279

LEI COMPLEMENTAR 105/2001......................................................................................................280

LEI N° 13.709/2018 – LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS........................................................283

LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO.....................................................................................................289

SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO N° 4.658, DE 26 DE ABRIL DE 2018.........................298

ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTUDES; NOÇÕES DE ÉTICA


EMPRESARIAL E PROFISSIONAL. A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E
PRIVADAS..........................................................................................................................................303

CÓDIGO DE ÉTICA E POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DO BANCO


DO BRASIL (ON-LINE).......................................................................................................................308

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA................................................................... 313


NOÇÕES DE SISTEMAS OPERACIONAIS – WINDOWS 10 (32-64 BITS) E AMBIENTE LINUX
(SUSE SLES 15 SP2)..........................................................................................................................313

EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES (AMBIENTES MICROSOFT


OFFICE – WORD, EXCEL E POWERPOINT - VERSÃO O365)..........................................................327

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO .....................................................................................................374

FUNDAMENTOS, CONCEITOS E MECANISMOS DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO DE ESTAÇÕES


DE TRABALHO..................................................................................................................................................374

Controle de Dispostivos Usb, Hardening, Antimalware e Firewall Pessoal.................................................386

CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES, ARQUIVOS,


PASTAS E PROGRAMAS...................................................................................................................389

REDES DE COMPUTADORES............................................................................................................403

CONCEITOS BÁSICOS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INTERNET


E INTRANET.....................................................................................................................................................403

NAVEGADOR WEB (MICROSOFT EDGE VERSÃO 91 E MOZILLA FIREFOX VERSÃO 78 ESR),


BUSCA E PESQUISA NA WEB...........................................................................................................404

CORREIO ELETRÔNICO, GRUPOS DE DISCUSSÃO, FÓRUNS E WIKIS..........................................407


REDES SOCIAIS (TWITTER, FACEBOOK, LINKEDIN, WHATSAPP, YOUTUBE, INSTAGRAM
E TELEGRAM)....................................................................................................................................414

VISÃO GERAL SOBRE SISTEMAS DE SUPORTE À DECISÃO E INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIO


E FUNDAMENTOS SOBRE ANÁLISE DE DADOS.............................................................................415

CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.....................................................................................438

CONCEITOS DE TECNOLOGIAS E FERRAMENTAS MULTIMÍDIA, DE REPRODUÇÃO


DE ÁUDIO E VÍDEO.............................................................................................................................440

FERRAMENTAS DE PRODUTIVIDADE E TRABALHO A DISTÂNCIA (MICROSOFT TEAMS,


CISCO WEBEX, GOOGLE HANGOUT, GOOGLE DRIVE E SKYPE)...................................................443

VENDAS E NEGOCIAÇÃO............................................................................................. 449


NOÇÕES DE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL.....................................................................................449

ANÁLISE DE MERCADO, FORÇAS COMPETITIVAS, IMAGEM INSTITUCIONAL, IDENTIDADE E


POSICIONAMENTO..........................................................................................................................................449

SEGMENTAÇÃO DE MERCADO........................................................................................................454

AÇÕES PARA AUMENTAR O VALOR PERCEBIDO PELO CLIENTE................................................455

GESTÃO DA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE.........................................................................................456

APRENDIZAGEM E SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL......................................................457

CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS...............................................................................................459

INTANGIBILIDADE, INSEPARABILIDADE, VARIABILIDADE E PERECIBILIDADE..........................................459

GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS ........................................................................................459

TÉCNICAS DE VENDAS.....................................................................................................................460

DA PRÉ-ABORDAGEM AO PÓS-VENDAS.......................................................................................................461

NOÇÕES DE MARKETING DIGITAL..................................................................................................462

GERAÇÃO DE LEADS, TÉCNICA DE COPYWRITING, GATILHOS MENTAIS E INBOUND MARKETING.......462

ÉTICA E CONDUTA PROFISSIONAL EM VENDAS .........................................................................462

PADRÕES DE QUALIDADE NO ATENDIMENTO AOS CLIENTES....................................................462

UTILIZAÇÃO DE CANAIS REMOTOS PARA VENDAS.....................................................................463

COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E SUA RELAÇÃO COM VENDAS E NEGOCIAÇÃO .......464

POLÍTICA DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE......................................................................464

RESOLUÇÃO N°. 4.539 DE 24 DE NOVEMBRO DE 2016................................................................................464


RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE OUTUBRO DE 2020..........................................................466

RESOLUÇÃO CMN Nº 3.694/2009 E ALTERAÇÕES.......................................................................470

LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (ESTATUTO DA PESSOA


COM DEFICIÊNCIA)...........................................................................................................................471

LEI Nº 13.146, DE 06 DE JULHO DE 2015.......................................................................................................471

CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR..................................................................477

LEI Nº 8.078/1990)..........................................................................................................................................477
INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO

A inferência é uma relação de sentido conhecida


desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre
interpretação de texto. Interpretar é buscar ideias,
LÍNGUA PORTUGUESA pistas do autor do texto, nas linhas apresentadas.
Apesar de, aparentemente, parecer algo subjetivo,
existem “regras” para se buscar essas pistas. A primei-
ra e mais importante delas é identificar a orientação
do pensamento do autor do texto, que fica perceptível
COMPREENSÃO DE TEXTOS quando identificamos como o raciocínio dele foi expos-
to, se de maneira mais racional, a partir da análise de
INTRODUÇÃO dados, informações com fontes confiáveis ou se de
maneira mais empirista, partindo dos efeitos, das con-
A interpretação e a compreensão textual são aspec- sequências, a fim de se identificar as causas.
tos essenciais a serem dominados por aqueles candida-
A seguir, apresentamos estratégias de leitura que
tos que buscam a aprovação em seleções e concursos
focam nas formas de inferência sobre um texto. Inicial-
públicos. Pelo fato de as questões de provas abordarem
mente, é fundamental identificar como ocorre o pro-
conteúdos diversos, muitas vezes, possuir competência
para interpretar e compreender aquilo que leu pode ser cesso de inferência, que se dá por dedução ou por
o grande diferencial entre o “quase” e a aprovação. indução. Para entender melhor, veja esse exemplo:
Além disso, seja a compreensão textual, seja a
interpretação textual, ambas guardam uma relação de O marido da minha chefe parou de beber.
proximidade com um assunto pouco explorado pelos
cursos de português: a semântica, que incide suas rela- Observe que é possível inferir várias informações
ções de estudo sobre as relações de sentido que a forma a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do enun-
linguística pode assumir. ciador é casada (informação comprovada pela expres-
Neste material, você encontrará recursos para são “marido”), a segunda é que o enunciador está
solidificar seus conhecimentos em interpretação e trabalhando (informação comprovada pela expressão
compreensão textual, associando a essas temáticas as “minha chefe”) e a terceira é que o marido da chefe do
relações semânticas que permeiam todo amontoado enunciador bebia (expressão comprovada pela expres-
de palavras. Vale lembrar que qualquer aglomeração são “parou de beber”). Note que há pistas contextuais
textual é, atualmente, considerada texto e, dessa for- do próprio texto que induzem o leitor a interpretar
ma, deve ter um sentido que precisa ser reconhecido essas informações.
por quem o lê. Tratando-se de interpretação textual, os processos
Vamos começar nosso estudo fazendo uma breve
de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
diferença entre os termos compreensão e interpreta-
tem de uma certeza prévia para a concepção de uma
ção textual. Para muitos, essas palavras expressam o
interpretação construída pelas pistas oferecidas no
mesmo sentido, mas, como pretendemos deixar claro,
ainda que existam relações de sinonímia entre pala- texto junto da articulação com as informações aces-
vras do nosso vocabulário, a opção do autor por um sadas pelo leitor do texto. A seguir, apresentamos um
termo ao invés de outro reflete um sentido que deve fluxograma que representa como ocorre a relação
ser interpretado no texto, uma vez que a interpreta- desses processos:
ção realiza ligações com o texto a partir das ideias que
o leitor pode concluir com a leitura. DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR
Já a compreensão busca a análise de algo exposto no
texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou uma INFERÊNCIA
expressão, além de apresentar mais relações semânti- INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA
cas e sintáticas. A compreensão textual estipula aspectos
linguísticos essencialmente relacionados à significação
das palavras e, por isso, envolve uma forte ligação com A partir desse esquema, conseguimos visualizar
a semântica. melhor como o processo de interpretação ocorre. Agora,
Sabendo disso, é importante separarmos os con- iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estra-
teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou tégias que compõem cada maneira de inferir informa-
compreensivo. Neste material, você encontrará um ções de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos
forte conteúdo que relaciona semântica e interpreta- seguintes como usar estratégias de cunho dedutivo, indu-
ção, contendo questões sobre os assuntos: inferência; tivo e, ainda, como articular o nosso conhecimento de
figuras de linguagem; vícios de linguagem e intertex- mundo na interpretação de textos.
LÍNGUA PORTUGUESA

tualidade. No que se refere aos estudos que focam na


compreensão e semântica, os principais tópicos são: A INDUÇÃO
semântica dos sentidos e suas relações; coerência e
coesão; gêneros textuais (mais abordados em provas As estratégias de interpretação que observam
de concursos); tipos textuais e, ainda, as variações lin- métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto
guísticas e suas consequências para o sentido. oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certe-
Todos esses assuntos completam o estudo basilar za na interpretação. Dessa forma, é fundamental bus-
de semântica com foco em provas e concursos, sem- car uma ordem de eventos ou processos ocorridos no
pre de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos texto e que variam conforme o tipo textual.
você a estudar com afinco e dedicação. Não se esqueça Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos iden-
de praticar seus conhecimentos realizando os exercí- tificar uma organização cronológica e espacial no desen-
cios de cada tópico, bem como, a seleção de exercícios volvimento das ações marcadas, por exemplo, pelo uso do
finais. pretérito imperfeito; na descrição, podemos organizar as 13
ideias do texto a partir da marcação de adjetivos e demais leitura que fará em seguida. Uma outra dica impor-
sintagmas nominais; na argumentação, esse encadea- tante é ler as questões da prova antes de ler o texto,
mento de ideias fica marcado pelo uso de conjunções e pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme
elementos que expõem uma ideia/ponto de vista. um objetivo mais definido.
No processo interpretativo indutivo, as ideias são O processo de interpretação por estratégias de dedu-
organizadas a partir de uma especificação para uma ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento:
generalização. Vejamos um exemplo:
z Conhecimento Linguístico;
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa z Conhecimento Textual;
espécie de animal. O que observei neles, no tempo em z Conhecimento de Mundo.
que estive na redação do O Globo, foi o bastante para
não os amar, nem os imitar. São em geral de uma las- O conhecimento de mundo, por se tratar de um
timável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de assunto mais abrangente, será abordado mais adiante.
receitas, só capazes de colher fatos detalhados Os demais iremos abordar detalhadamente a seguir.
e impotentes para generalizar, curvados aos for-
tes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um Conhecimento Linguístico
infantil fetichismo do estilo e guiados por conceitos
obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. Esse é o conhecimento basilar para a compreen-
(BARRETO, 2010, p. 21) são e decodificação do texto, pois envolve o reco-
nhecimento das formas linguísticas estabelecidas
O trecho em destaque na citação do escritor Lima socialmente por uma comunidade linguística, ou seja,
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías envolve o reconhecimento das regras de uma língua.
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento É importante salientar que as regras de reconhe-
indutivo compõe a interpretação e decodificação de cimento sobre o funcionamento da língua não são,
um texto. Para deixar ainda mais evidente as estraté- necessariamente, as regras gramaticais, mas, sim, as
gias usadas para identificar essa forma de interpretar, regras que estabelecem, por exemplo, no caso da lín-
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- gua portuguesa, que o feminino é marcado pela desi-
ção cronológica de um texto. nência -a, que a ordem de escrita respeita o sistema
sujeito-verbo-objeto (SVO) etc.
Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento
A propriedade vocabular linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento
leva o cérebro a aproxi- sobre como pronunciar português, passando pelo conhe-
PROCURE SINÔNIMOS mar as palavras que têm cimento de vocabulário e regras da língua, chegando até
maior associação com o o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
tema do texto Um exemplo em que a interpretação textual é preju-
Os conectivos (conjunções, dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir:
preposições, pronomes)
ATENÇÃO AOS
são marcadores claros de
CONECTIVOS
opiniões, espaços físicos e
localizadores textuais

A DEDUÇÃO

A leitura de um texto envolve a análise de diversos


aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou
de maneira implícita no enunciado. Em questões de
concurso, as bancas costumam procurar nos enuncia-
dos implícitos do texto aspectos para abordar em suas
provas.
No momento de ler um texto, o leitor articula seus
conhecimentos prévios a partir de uma informação
que julga certa, buscando uma interpretação; assim,
ocorre o processo de interpretação por dedução. Con-
forme Kleiman (2016, p. 47):

Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo


temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o tema;
ele estará também postulando uma possível estru-
tura textual; na predição ele estará ativando seu
conhecimento prévio, e na testagem ele estará enri-
quecendo, refinando, checando esse conhecimento.
Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acesso em: 22/09/2020.
Atente-se a essa informação, pois é uma das pri-
meiras estratégias de leitura para uma boa inter- Como é possível notar, o texto é uma peça publici-
pretação textual: formular hipóteses, a partir da tária escrita em inglês, portanto, somente os leitores
macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura ini- proficientes nessa língua serão capazes de decodificar
cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual e entender o que está escrito; assim, o conhecimento
ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano, linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas
entre outras informações que podem vir como “aces- são algumas estratégias de interpretação em que
14 sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a podemos usar métodos dedutivos.
Conhecimento Textual Indução é um processo lógico que parte do particular
para o geral, como ocorre no seguinte raciocínio:
Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci-
mento linguístico e desenvolve-se pela experiência a) Todos os dias o metrô está cheio; hoje deve estar
leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de também;
textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhe- b) Após as chuvas, as ruas ficam alagadas; hoje deve ter
cimento, o leitor desenvolve sua habilidade, porque chovido durante toda a noite;
prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que c) A torcida do Corinthians está presente em todos os
está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê jogos; domingo não deve ser diferente;
uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma d) O estacionamento do restaurante está cheio de carros;
reportagem como se lê um poema. o lucro desse restaurante deve ser alto;
Em outras palavras, esse conhecimento se relacio-
e) Os carros brasileiros ainda mostram deficiências; o
na com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de
meu automóvel enguiçou ontem.
discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais.
Indução é um processo lógico que parte do particu-
Conhecimento de Mundo
lar para o geral. Se houver alguma dúvida na reso-
lução, basta realizar a exclusão das alternativas
O uso dos conhecimentos prévios é fundamental
para a boa interpretação textual, por isso, é sempre a) Todos os dias.../ hoje...
importante que o candidato a cargos públicos reserve b) as ruas/ toda a noite
um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes c) em todos os jogos/ domingo...
de informações fidedignas, para, dessa forma, aumen- d) Resposta certa
tar seu conhecimento de mundo. e) Os carros.../ meu automóvel... Resposta: Letra D.
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso
conhecimento de mundo que é relevante para a com- 2. (CESPE-CEBRASPE – 2014) Julgue o item, relativo à
preensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso dedução e indução.
cérebro associar informações, a fim de compreender A conclusão de um argumento dedutivo é uma con-
o novo texto que está em processo de interpretação. sequência necessária da verdade da conjunção das
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer- premissas, o que significa que, sendo verdadeiras
cício para atestarmos a importância da ativação do as premissas, é impossível a conclusão ser falsa.
conhecimento de mundo em um processo de interpre-
tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede: ( ) CERTO  ( ) ERRADO

Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa- O pensamento dedutivo parte do conhecimento
fiou valentemente todos os risos desdenhosos que geral, visando ao conhecimento particular, assim,
tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga-
para a lógica dedutiva, as premissas verdadeiras não
nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam
corretamente esse planeta inexplorado.” Então as podem gerar enunciados falsos. Resposta: Certo.
três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de
provas, abrindo caminho, às vezes através de imen- 3. (UFPE – 2018 - Adaptada) Na temática da Lógica,
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e leia o texto a seguir sobre os tipos de inferência:
vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24). A dedução e a indução são conhecidas com o nome
de inferência, isto é, concluir alguma coisa a partir
Agora, tente responder as seguintes perguntas de outra já conhecida. Sobre a indução e a dedu-
sobre o texto: ção, entende-se como inferências mediatas.
Quem é o herói de que trata o texto? (CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1996, p. 68.)
Quem são as três irmãs? Adaptado.
Qual é o planeta inexplorado?
Certamente, você não conseguiu responder nenhu- A autora acima enfatiza a singularidade dos tipos de
ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des- inferência no âmbito da razão discursiva. Sobre isso,
se texto, sua compreensão sobre essas perguntas será observe a seguinte inferência:
afetada. O texto chama-se “A descoberta da América Sócrates é homem e mortal 
por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque Platão é homem e mortal 
responder às questões; certamente você não terá mais Aristóteles é homem e mortal  
as mesmas dificuldades. Logo, todos os homens são mortais.  
LÍNGUA PORTUGUESA

Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar


A inferência expressa o raciocínio:
seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo do
que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento pré-
a) Dialético.
vio que é essencial para a interpretação de questões.
b) Disjuntivo.
c) Indutivo.
d) Conjuntivo.
EXERCÍCIOS COMENTADOS e) Argumentativo.

1. (FGV – 2019) “Quando se julga por indução e sem o O raciocínio é indutivo, porque parte de premissas
necessário conhecimento dos fatos, às vezes chega- particulares para outras mais genéricas. Resposta:
-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores”. Letra C. 15
USO DOS PORQUÊS
ORTOGRAFIA OFICIAL
É muito comum haver confusão com os usos das
As regras de ortografia são muitas e, na maioria dos formas dos porquês, pois no contexto de uso discursi-
casos, contraproducentes, tendo em vista que a lógica vo (fala) não necessitamos distinguir foneticamente.
da grafia e da acentuação das palavras, muitas vezes, é Porém, existem quatro formas de escrita dos porquês,
derivada de processos históricos de evolução da língua.
as quais se distinguem por função sintática, morfo-
Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno cra-
lógica e pela sua posição no período. Veja a tirinha a
que em ortografia: leia sempre! Somente a prática de
leitura irá lhe garantir segurança no processo de gra- seguir e como são realizadas essas distinções:
fia das palavras.
Em relação à acentuação, por outro lado, a maior
parte das regras não são efêmeras, porém, são em
grande número. Neste material, iremos apresen-
tar uma forma condensada e prática de nunca mais
esquecer os acentos e os motivos pelos quais as pala-
vras são acentuadas.
Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portu-
guesa, é importante estarmos atentos ao uso de letras Disponível em: https://bit.ly/3oIvkDs
cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto
à escrita correta. Veja:
Os tipos de porquês:
z É com X ou CH? Empregamos X após os ditongos.
Ex.: ameixa, frouxo, trouxe. � Porque: conjunção causal ou explicativa (igual a
“pois”, “uma vez que”).
Jogava vôlei porque os amigos o chamavam.
USAMOS X: USAMOS CH:
� Porquê: substantivo abstrato com propósito de
� Depois da sílaba em, se � Depois da sílaba em, se justificar. Pode ser acompanhado de artigo, prono-
a palavra não for derivada a palavra for derivada de me, adjetivo ou numeral. Pode vir no singular e no
de palavras iniciadas por palavras iniciadas por CH: plural.
CH: enxerido, enxada encher, encharcar Ex.: Não sabia o porquê de ela ter ido embora.
� Depois de ditongo: cai- � Em palavras derivadas Ele não entendeu os porquês de tantas brigas.
xa, faixa de vocábulos que são gra-
� Depois da sílaba ini- fados com CH: recauchu- � Por que: inicia perguntas diretas ou está presen-
cial me se a palavra não tar, fechadura te no interior de perguntas indiretas, podendo
for derivada de vocábulo ser substituído por “por qual razão” ou “por qual
iniciado por CH: mexer, motivo”. Pode ser também que tenha o significado
mexilhão de “pelo qual” e suas flexões.
Ex.: Quero saber por que você não visitou seu primo.
Fonte: instagram/academiadotexto. Acesso em: 10/10/2020. Os lugares por que passei são incríveis.

z É com G ou com J? Usamos G em substantivos termi- � Por quê: aparecerá sempre no final de uma fra-
nados em: -agem; igem; -ugem. Ex.: viagem, ferrugem; se, podendo ser substituído por “por qual motivo”,
Palavras terminadas em: ágio, -égio, -ígio, -ógio, “por qual razão”.
-úgio. Ex.: sacrilégio, pedágio; Ex.: Você não me falou nada, por quê?
Verbos terminados em -ger e -gir. Ex.: proteger, fugir; Ela escutou tudo isso sem saber por quê.
Usamos J em formas verbais terminadas em -jar ou
-jer. Ex.: viajar, lisonjear;
Termos derivados do latim escritos com j.
z É com Ç ou S? Após ditongos, usamos, geralmente, EXERCÍCIO COMENTADO
Ç quando houver som de S, e escrevemos S quando
houver som de Z. Ex.: eleição; Neusa; coisa. 1. (FCC – 2012) Está correto o emprego de ambos os
z É com S ou com Z? palavras que designam nacio- elementos destacados em:
nalidade ou títulos de nobreza e terminam em -ês
e -esa devem ser grafadas com S. Ex.: norueguesa; a) Se o por quê da importância primitiva de Paraty estava
inglês; marquesa; duquesa. na sua localização estratégica, a importância de que
Palavras que designam qualidade, cuja termina- goza atualmente está na relevância histórica porque é
ção seja -ez ou -eza, são grafadas com Z: reconhecida.
Embriaguez; lucidez; acidez. b) Ninguém teria porque negar a Paraty esse duplo mereci-
mento de ser poesia e história, por que o tempo a esco-
Essas regras para correção ortográfica das pala- lheu para ser preservada e a natureza, para ser bela.
vras, em geral, apresentam muitas exceções; por isso é c) Os dissabores por que passa uma cidade turística
importante ficar atento e manter uma rotina de leitu- devem ser prevenidos e evitados pela Casa Azul, por-
ra, pois esse aprendizado é consolidado com a prática. que ela nasceu para disciplinar o turismo.
Sua capacidade ortográfica ficará melhor a partir da d) Porque teria a cidade passado por tão longos anos
leitura e da escrita de textos, por isso, recomendamos de esquecimento? Criou-se uma estrada de ferro, eis
que se mantenha atualizado e leia fontes confiáveis de porque.
informação, pois além de contribuir para seu conhe- e) Não há porquê imaginar que um esquecimento é sem-
cimento geral, sua habilidade em língua portuguesa pre deplorável; veja-se como e por quê Paraty acabou
16 também aumentará. se tornando um atraente centro turístico.
O “por que” na sentença da alternativa C está correta- Cessão
mente empregado, pois possui sentido de “pelo qual”.
O “porque” logo em seguida também está correto, pois Tem sentido de “ceder”, “repartir”.
tem função de explicar o nascimento da Casa Azul: Ex.: O governo autorizou a cessão de livros para
para disciplinar o turismo. Resposta: Letra C. as escolas.

DEMAIS E DE MAIS AO ENCONTRO DE / DE ENCONTRO A

Demais Ao encontro de

Advérbio de intensidade. Assume também a fun- Significa “ser favorável a” e “aproximar-se de”.
ção de pronome indefinido. Ex.: A opinião dos estudantes ia ao encontro das
Ex.: Gritamos demais no jogo, por isso estamos nossas. (sentido de “corresponder”)
roucos. (advérbio) Ele foi ao encontro dos amigos. (sentido de
Eu amo essa cantora, ela é demais! (advérbio) “encontrar-se com”)
Sabemos o motivo principal, os demais não foram
divulgados. (pronome indefinido) De encontro a

De mais Indica “oposição”, “confronto”, “colisão”.


Ex.: A sua maneira de agir veio de encontro à
minha. (sentido de “confronto”)
Locução adjetiva que manifesta quantidade. Para
O caminhão foi de encontro ao poste. (sentido de
diferenciá-la de “demais”, basta trocar pelo antônimo,
“colisão”)
“de menos”; se der certo, escreve-se “de mais”.
O que ele fez foi de encontro ao que havia dito.
Ex.: Essa sobremesa tem açúcar de mais para o (sentido de oposição”)
meu paladar.
Preparei comida de mais, vou precisar congelar. SENÃO / SE NÃO
É só uma injeção, não tem nada de mais.
Senão
A CERCA DE / ACERCA DE / HÁ CERCA DE
Significa “do contrário, caso contrário”, “mas sim,
A cerca de mas”, “a não ser, exceto, mais do que”, “mas também”,
“falha, defeito, obstáculo (como substantivo)”.
Quando se referir a algo ou alguém, com ideia de Ex.: Saio cedo, senão chego atrasado.
quantidade aproximada. Não era diamante nem rubi, senão cristal.
Ex.: Ele falou a cerca de mil ouvintes. Ninguém, senão os convidados, podia entrar na festa.
O aprendizado não depende somente do professor,
Acerca de senão do esforço do aluno.
Não encontrei um senão em seu texto. (substanti-
Equivale a “sobre”, “a respeito de”, “em relação a”. vo com sentido de “falha”)
Ex.: O professou dissertou acerca dos progressos
científicos. Se não

Há cerca de Formado de uma conjunção condicional se e do


advérbio de negação não, tem valor de “caso não”,
Quando se trata de uma média de tempo passado. “quando não”.
Ex.: Há cerca de trinta dias, foi feita essa proposta. Ex.: Se não fizer sol, não lavarei roupas.
Havia duas pessoas interessadas, se não três.
Dica Para não errar mais:
Para evitar redundância, não se deve usar o “há Se não (separado): Caso não
cerca de” com outro termo que dê ideia de pas- Ex.: Se não estudar, será reprovado.
Senão (junto): Caso contrário
sado numa mesma sentença.
Ex.: Estude, senão será reprovado.
Ex.: Há cerca de trinta dias atrás. (inadequado)
Há cerca de trinta dias. (adequado) HÁ / A (EXPRESSÃO DE TEMPO)
LÍNGUA PORTUGUESA

SEÇÃO / SESSÃO / CESSÃO Há

Seção Usa-se para espaço de tempo referente ao passado.


Ex.: Ela saiu de casa há duas horas.
Tem sentido de “parte”, “divisão”, “segmento”. Saiba que o verbo há pode ser substituído também
Ex.: A seção onde trabalho é muito requisitada. por faz, sendo invariável, sempre no singular.
Ex.: Ela saiu de casa faz meia hora. / Ela saiu de
Sessão casa faz duas horas.

Tem sentido de “reunião”, “encontro”, “espaço de A


tempo”.
Ex.: Os ingressos para a sessão de estreia estão Usa-se para espaço de tempo referente ao futuro.
disponíveis. Ex.: Ele chegará daqui a duas horas. 17
MAL / MAU
EXERCÍCIO COMENTADO
Mal
1. (TJ-SC - 2010) “As eleições vão acontecer daqui ___
três meses, mas as discussões intrapartidárias come- Conjunção ou substantivo. Como substantivo,
çaram ____ bastante tempo. Entretanto, não ___ como refere-se a uma desgraça, calamidade, dano, doença,
deixar de constatar o irrealismo da legislação eleitoral, enfermidade, pesar, aflição, sofrimento, defeito, pro-
que cria certas restrições a pretexto de proporcionar blema, maldade. O substantivo mal forma o plural
igualdade de oportunidades a todos quantos dispu- males. Como conjunção subordinativa temporal,
tem mandato eletivo mas tenham pouco ou nada _____ tem sentido de “assim que” e “logo que”.
com a dinâmica do processo político.” Ex.: Todos sabem que essa personagem é do mal.
A sequência que preenche corretamente as lacunas (substantivo)
do texto é: Não temos como fugir dos males do mundo.
(substantivo)
a) a – há – há – haver Mal ele chegou, ela saiu da sala. (conjunção)
b) há – há – a – há ver Mal você possa, venha falar comigo. (conjunção)
c) a – a – a – haver
d) a – a – há – a ver Mau
e) a – há – há – a ver
Adjetivo. Indica alguém ou alguma coisa que: faz
A lacuna “daqui a três meses” representa tempo maldades, não é de boa qualidade, faz grosserias, traz
futuro, logo o “a” é uma preposição; “há bastante infortúnio, não tem competência, é pouco produtivo,
tempo” se refere ao que já passou, então se usa o é inconveniente e impróprio, é contrário aos bons cos-
verbo “há”; “não há como deixar” tem que ser com- tumes, é travesso e desobediente.
pletado com o verbo “haver” conjugado (“há”); em Ex.: Que chato! Sempre de mau humor!
“pouco ou nada a ver com a dinâmica”, utiliza-se “a Ele seguiu por maus caminhos.
ver”, e não “haver”, pois não se pode usar o verbo Desculpa o mau jeito! Eu estava nervoso!
nessa situação. Resposta: Letra E. Você está fazendo mau uso desse equipamento.

EM VEZ DE / AO INVÉS DE Para não errar mais, faça a seguinte operação sem-
pre que em dúvida: Mal é antônimo de Bem / Mau é
Em vez de
antônimo de Bom.
Significa “substituição”, “troca”.
Ex.: Em vez de estudar, ficou brincando com os
amigos.
CLASSE E EMPREGO DE PALAVRAS
Ao invés de
INTRODUÇÃO
Indica “algo inverso”, “oposição”.
Ex.: Ao invés de ligar o som, desligou-o.
A palavra morfologia refere-se ao estudo das for-
TRAZ / TRÁS / ATRÁS mas; por isso, o termo é usado pelos linguistas e tam-
bém pelos médicos que estudam as formas dos órgãos
Traz e suas funções.
Analogamente, para compreender bem as funções
Do verbo “trazer”, conjugado na terceira pessoa do de uma forma, seja ela uma palavra, seja um órgão,
singular. precisamos conhecer como essa forma se classifica
Ex.: Ele sempre me traz flores quando vem me ver. e como se organiza. Por isso, em língua portuguesa,
estudamos as formas das palavras na morfologia, que
Trás
organiza as classes das palavras em dez categorias.
Significa “na parte posterior” e é sempre precedi- A seguir, iremos estudar detalhadamente cada uma
do de preposição. delas e também acrescentamos um “bônus” para seus
Ex.: Ele estava por trás disso tudo desde o começo. estudos: as palavras denotativas, atualmente, muito
Ande mais depressa, senão ficará pra trás. cobradas por bancas exigentes.

Atrás ARTIGOS

Advérbio de lugar. Os artigos devem concordar em gênero e número


Ex.: O ponto de ônibus fica atrás do shopping. com os substantivos. São, por isso, considerados deter-
minantes dos substantivos.
Dica Essa classe está dividida em artigos definidos e arti-
Na frase “Ele estava atrás de mim quando tudo gos indefinidos. Os primeiros funcionam como deter-
aconteceu”, o advérbio atrás pode apresentar minantes objetivos, individualizando a palavra e os
dois significados: no sentido literal, “estar atrás” segundos funcionam como determinantes imprecisos.
é localizar-se atrás de alguém, mas o “estar
z Artigos definidos: o, os; a, as.
atrás” também apresenta um sentido figurado
18 de “estar buscando” ou “procurando”. z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas.
Os artigos podem ser combinados às preposições: Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos
são as chamadas contrações. Algumas contrações atentos com a aparição das expressões adverbiais, o
comuns na língua são: em + a = na; a + o = ao; a + a = que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral.
à; de + a = da. Sobre o numeral milhão/milhares, importa desta-
Toda palavra determinada por um artigo torna-se car que sua forma é masculina, logo, o artigo que pre-
um substantivo! Ex.: o não, o porquê, o cuidar etc. cede será sempre no masculino

z Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje.

EXERCÍCIO COMENTADO z Correto: Os milhares de vacina chegaram hoje.

1. (SCT – 2020) Marque a alternativa cujo período apre- Dica


senta apenas artigos indefinidos:
A forma 14 por extenso apresenta duas for-
a) Uma das vantagens de ser garçonete é que acabo mas aceitas pela norma gramatical: catorze e
conhecendo todas as pessoas. quatorze.
b) A garota prefere lutar por ele, pois o considera uma
boa pessoa.
c) A família está em festa com a chegada do bebê.
d) Poderia me passar a colher, por favor? EXERCÍCIO COMENTADO
e) Mariana é uma mulher com um coração de ouro.
1. (CONSESP – 2018) Analise os itens a seguir:
Os artigos indefinidos são “um/uma” e suas flexões
de plural. A única opção que apresenta somente I. A quadragésima quinta Feira do Livro foi um sucesso (45ª).
artigos indefinidos é a e Resposta: Letra E. II. Pela milésima vez ele acenou positivamente (1000ª).
III. Há uma década que não o vejo (10 anos).
NUMERAIS
Os numerais entre parênteses foram grafados correta-
Palavra que se relaciona diretamente ao substanti-
mente, conforme apresentados em destaque, em:
vo, inferindo ideia de quantidade ou posição.
Os numerais podem ser:
a) 1 e 2, apenas.
z Cardinais: indicam quantidade em si. Ex.: dois b) 2 e 3, apenas.
potes de sorvete; zero coisas a comprar; ambos os c) 1 e 3, apenas.
meninos eram bons em português. d) 1, 2, e 3.

z Ordinais: indicam a ordem de sucessão de uma Todas as frases colocam adequadamente os nume-
série. Ex.: foi o segundo colocado do concurso; che- rais nas frases, por extenso, e entre parênteses. Res-
gou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar.
posta: Letra D.
z Multiplicativos: indicam o aumento proporcio-
nal de uma quantidade. Ex.: Ele ganha o triplo no SUBSTANTIVOS
novo emprego.
z Fracionários: indicam a diminuição proporcio- Os substantivos classificam os seres em geral. Uma
nal de uma quantidade. Ex.: Tomou um terço característica básica dessa classe é admitir um deter-
de vinho; o copo estava meio cheio; ele recebeu minante, artigo, pronome etc. Os substantivos flexio-
metade do pagamento. nam-se em gênero, número e grau.

Um numeral ou um artigo? Tipos de Substantivos

A forma um pode assumir na língua a função de A classificação dos substantivos admite nove tipos
artigo indefinido ou de numeral cardinal; então, como diferentes de substantivos. São eles:
podemos reconhecer cada função? É preciso observar
o contexto em uso. z Simples: Formados a partir de um único radical.
Durante a votação, houve um deputado que se Ex.: vento, escola;
posicionou contra o projeto.
z Composto: Formados pelo processo de justaposi-
LÍNGUA PORTUGUESA

z Durante a votação, apenas um deputado se posi- ção. Ex.: couve-flor, aguardente;


cionou contra o projeto. z Primitivo: Possibilitam a formação de um novo
substantivo. Ex.: pedra, dente;
Na primeira frase, podemos substituir o termo um
por uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e z Derivado: Formados a partir dos primitivos. Ex.:
o sentido será mantido, pois o que se pretende defen- pedreiro, dentista;
der é que a espécie do indivíduo que se posicionou z Concreto: Designam seres com independência
contra o projeto é um deputado e não uma deputada, ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde-
por exemplo. pendente da sua conotação espiritual ou real. Ex.:
Já na segunda oração, a alteração do gênero não Deus, fada, carro;
implicaria em mudanças no sentido, pois o que se
pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por UM z Abstrato: Indica estado, sentimento, ação, quali-
deputado, marcando a quantidade. dade. Ex.: coragem, Liberalismo; 19
z Comum: Designam determinados seres e lugares. Além disso, algumas palavras na língua causam
Ex.: homem, cidade; dificuldade na identificação do gênero, pois são usa-
das em contextos informais com gêneros diferentes, é
z Próprio: Designam uma determinada espécie. Ex.: o caso de: a alface; a cal; a derme; a libido; a gênese;
Maria, Fortaleza; a omoplata / o guaraná; o catolicismo; o formicida; o
z Coletivo: Usados no singular, designam um conjun- telefonema; o trema.
to de uma mesma espécie. Ex.: pinacoteca, manada. Algumas formas que não apresentam, necessaria-
mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no
É importante destacar que a classificação de um masculino quanto no feminino: O personagem / a per-
substantivo depende do contexto em que ele está inse- sonagem; O laringe / a laringe; O xerox / a xerox.
rido. Vejamos:
Judas foi um apóstolo (Judas = Próprio). Flexão de Número
O amigo se mostrou um judas (judas = traidor/
comum). Os substantivos flexionam-se em gênero, de manei-
ra geral, pelo acréscimo do morfema -s: Casa / casas.
Flexão de Gênero Porém, podem apresentar outras terminações: males,
reais, animais, projéteis etc. Geralmente, devemos acres-
Os gêneros do substantivo são masculinos e femi- centar -es ao singular das formas terminadas em R ou Z,
ninos. Porém, alguns admitem apenas uma forma como: flor / flores; paz / pazes. Porém, há exceções, como
para os dois gêneros, são, por isso, chamados de uni- mal/males.
formes. Os substantivos uniformes podem ser: Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL
fazem plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral
z Comuns-de-dois-gêneros: designam seres huma- / corais; papel / papéis; anzol / anzóis. Mas também
nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: o há exceções. Ex.: a forma mel apresenta duas formas
pianista / a pianista; o gerente / a gerente; o cliente aceitas meles e méis.
/ a cliente; o líder / a líder. Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem
plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es.
z Epicenos: designam animais ou plantas que apre-
Ex.: capelães, capitães, escrivães. Contudo, há subs-
sentam distinção entre masculino e feminino; a tantivos que admitem até três formas de plural:
diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho
ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; onça z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães.
macho / onça fêmea; gambá macho / gambá fêmea;
girafa macho / girafa fêmea. z Ancião: anciãos, anciões, anciães.
z Sobrecomuns: designam seres de forma geral que z Vilão: vilãos, vilões, vilães.
não são distinguidos por artigo ou adjetivo, o gêne-
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.: Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas
A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo. que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão /
órgãos; órfão / órfãos.
Os substantivos biformes, como o nome indi-
ca, designam os substantivos que apresentam duas Plural dos Substantivos Compostos
formas para os gêneros masculino ou feminino. Ex.:
professor/professora. Os substantivos compostos são aqueles formados
Destacamos que alguns substantivos apresentam por justaposição; o plural dessas formas obedece às
formas diferentes nas terminações para designar for- seguintes regras:
mas diferentes no masculino e no feminino:
z Variam os dois elementos:
Ex.: Ator/atriz; Ateu/ ateia; Réu/ré.
substantivo + substantivo:
Outros substantivos modificam o radical para
Ex.: mestre-sala / mestres-salas;
designar formas diferentes no masculino e no femini-
no, estes são chamados de substantivos heteroformes:
Substantivo + adjetivo:
Ex.: Pai/mãe; Boi/vaca; Genro/nora. Ex.: guarda-noturno / guardas - noturnos;

Gênero e Significação Adjetivo + substantivo:


Ex.: boas-vindas;
É importante salientar que alguns substantivos
uniformes podem aparecer com marcação de gênero Numeral + substantivo:
diferente, ocasionando uma modificação no sentido. Ex.: terça-feira / terças - feiras.
Veja, por exemplo:
z Varia apenas um elemento:
z A testemunha: pessoa que presenciou um crime;
z O testemunho: relato de experiência, associado a
Substantivo + preposição + substantivo.
religiões.
Ex.: canas-de-açúcar;
Algumas formas substantivas mantêm o radical,
mas a alteração do gênero interfere no significado: Substantivo + substantivo (com função adjetiva).
Ex.: navios-escola.
z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo;
z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais; Palavra invariável + palavra invariável.
20 z O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão. Ex.: abaixo-assinados.
Verbo + substantivo. Terra seca árvore seca
Ex.: guarda-roupas. E a bomba de gasolina
Casa seca paiol seco
Redução + substantivo. E a bomba de gasolina
Ex.: bel-prazeres. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
Destacamos, ainda, que os substantivos compostos A palavra “seco” no contexto mencionado não é
formados por verbo + advérbio e verbo + substan- substantivo, e sim funciona como adjetivo. Respos-
tivo plural ficam invariáveis. Ex.: Os bota-fora; os ta: Errado.
saca-rolha.
ADJETIVOS
Variação de Grau
Os adjetivos associam-se aos substantivos garan-
A flexão de grau dos adjetivos exprime a variação
tindo a estes um significado mais preciso. Os adjetivos
de tamanho dos seres, indicando um aumento ou uma
diminuição. podem indicar:

z Grau aumentativo: quando o acréscimo de sufi- z Qualidade: professor chato.


xos aos substantivos indicar um grau aumentativo. z Estado: aluno triste.
Ex.: bocarra, homenzarrão, gatalhão, cabeçorra, z Aspecto, aparência: estrada esburacada.
fogaréu, boqueirão, poetastro.
Locuções Adjetivas
z Grau diminutivo: quando o acréscimo de sufi-
xos aos substantivos indicar um grau diminutivo. As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor
Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta, dos adjetivos, indicando as mesmas características
pequenina, papelucho. deles.
Elas são formadas por preposição + substantivo,
Dica referindo-se a outro substantivo ou expressão subs-
tantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo.
O emprego do grau aumentativo ou diminutivo A seguir, colocamos algumas locuções adjetivas
dos substantivos pode alterar o sentido das pala- com valores diferentes ao lado da forma adjetiva,
vras, podendo assumir um valor: importantes para seu estudo:
Afetivo: filhinha;
Pejorativo: mulherzinha / porcalhão. z Voo de águia / aquilino;
z Poder de aluno / discente;
O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas
z Cor de chumbo / plúmbeo;
O novo acordo ortográfico estabelece novas regras z Bodas de cobre / cúprico;
para o uso de substantivos próprios, exigindo o uso
da inicial maiúscula. Dessa forma, devemos usar com z Sangue de baço / esplênico;
letra maiúscula as iniciais das palavras que designam: z Nervo do intestino / celíaco ou entérico;

z Nomes de instituições. Ex.: Embaixada do Brasil; z Noite de inverno / hibernal ou invernal.


Ministério das Relações Exteriores; Gabinete da
Vice-presidência. É importante destacar que mais do que “decorar”
formas adjetivas e suas respectivas locuções, é fun-
z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás
Cubas. Caso a obra apresente em seu título um damental reconhecer as principais características de
nome próprio, este também deverá ser escrito com uma locução adjetiva: caracterizar o substantivo e
inicial maiúscula. apresentar valor de posse. Ex.: Viu o crime pela aber-
tura da porta; A abertura de conta pode ser realiza-
z Nomenclatura legislativa especificada deve ser
da on-line.
escrita com inicial maiúscula. Ex.: Lei de Diretri-
Quando a locução adjetiva é composta pela pre-
zes e Bases da Educação (LDB).
posição “de”, ela pode ser confundida com a locução
z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da adverbial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importan-
Vacina; Guerra Fria. te perceber que a locução adjetiva apresenta valor de
posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para
Em palavras com hífen, podemos optar pelo uso
de maiúsculas ou minúsculas, portanto, são aceitas as ver “o crime”, indicado na frase, foi pela abertura da
formas: Vice-Presidente; Vice-presidente e vice-pre- porta. Além disso, a locução destacada está caracteri-
LÍNGUA PORTUGUESA

sidente, porém é preciso manter a mesma forma em zando o substantivo “abertura”.


todo o texto. Já nomes próprios compostos por hífen Já na segunda frase, a locução destacada é adver-
devem ser escritos com as iniciais maiúsculas: Grã- bial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “con-
-Bretanha, Timor-Leste. ta”, o que indica o valor de passividade da locução,
demonstrando seu caráter adverbial.
As locuções adjetivas também desempenham fun-
ção de adjetivo e modificam substantivos, pronomes,
EXERCÍCIO COMENTADO numerais, oração substantiva. Ex.: amor de mãe, café
com açúcar.
1. (FCC – 2018) Julgue o item a seguir: Já as locuções adverbiais desempenham função
Organiza-se o sentido, nos versos 1 e 3, por meio de de advérbio. Modificam advérbios, verbos, adjetivos,
sequências verbais, das quais se destaca o uso recor- orações adjetivas com esses valores. Ex.: morreu de
rente do substantivo “seco” devidamente flexionado. fome; agiu com rapidez. 21
Adjetivo de Relação O candidato é o mais humilde dos concorren-
tes? (Superlativo relativo de superioridade).
No estudo dos adjetivos, é fundamental estudar O candidato é o menos preparado entre os con-
o aspecto morfológico designado como “adjetivo de correntes à prefeitura (Superlativo relativo de
relação”, muito cobrado por bancas de concursos. inferioridade).
Para identificar um adjetivo de relação, observe as
seguintes características: Ao compararmos duas qualidades de um mesmo
ser, devemos empregar a forma analítica (mais alta,
z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apre- mais magra, mais bonito etc.).
sentar meios de subjetividade. Ex.: Em “Menino
bonito”, o adjetivo não é de relação, já que é sub- Ex.: A modelo é mais alta que magra.
jetivo, pois a beleza do menino depende dos olhos
de quem o descreve.
Porém, se uma mesma característica se referir
z Posição posterior ao substantivo: os adjetivos de a seres diferentes, empregamos a forma sintética
relação sempre são posicionados após o substanti- (melhor, pior, menor etc.).
vo. Ex.: casa paterna.
z Derivado do substantivo: derivam-se do substan- Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria.
tivo por derivação prefixal ou sufixal.
Formação dos Adjetivos
z Não admitem variação de grau: os graus compa-
rativo e superlativo não são admitidos. Os adjetivos podem ser primitivos, derivados,
simples ou compostos.
Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presiden-
te americano (não é subjetivo; posicionado após o z Primitivos: são os Adjetivos que não derivam de
substantivo; derivado de substantivo; não existe a outras palavras e, a partir deles, é possível formar
forma variada em grau “americaníssimo”); platafor- novos termos. Ex.: útil, forte, bom, triste, mau etc.
ma petrolífera; economia mundial; vinho francês; z Derivados: são formados a partir dos adjetivos pri-
roteiro carnavalesco. mitivos. Ex.: bondade, lealdade, mulherengo etc.
z Simples: Os adjetivos simples apresentam um
Variação de Grau único radical. Ex.: português, escuro, honesto etc.
z Compostos: são formados a partir da união de
O adjetivo pode variar em dois graus: Compara-
dois ou mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-bra-
tivo ou superlativo. Cada um deles apresenta suas
sileiro, amarelo-ouro etc.
respectivas categorias.
Dica
z Grau comparativo: exprime a característica de
um ser, comparando-o com outro da mesma classe O plural dos adjetivos simples é realizado da
nos seguintes sentidos: mesma forma que o plural dos substantivos.

„ Igualdade: igual a, como, tanto quanto, tão Plural dos adjetivos compostos
quanto;
O plural dos adjetivos compostos segue as seguin-
„ Superioridade: mais do que; tes regras:
„ Inferioridade: menos do que.
z Invariável: adjetivos compostos como azul-mari-
Ex.: Somos tão complexos quanto simplórios
nho, azul-celeste, azul-ferrete; locuções formadas
(comparativo de igualdade);
de cor + de + substantivo, como em cor-de-rosa,
O amor é mais suficiente do que o dinheiro cor-de-cáqui; adjetivo + substantivo, como tape-
(comparativo de superioridade); tes azul-turquesa, camisas amarelo-ouro.
Homens são menos engajados do que mulhe-
res (comparativo de inferioridade). z Varia o último elemento: 1º elemento é palavra
invariável, como em mal-educados, recém-forma-
dos; adjetivo + adjetivo, como em lençóis verde-
z Grau superlativo: em relação ao grau superlati- -claros, cabelos castanho-escuros.
vo, é importante considerar que o valor semântico
desse grau apresenta variações, podendo indicar: Adjetivos Pátrios

„ Característica de um ser elevada ao último Os adjetivos pátrios também são conhecidos como
grau: Superlativo absoluto, que pode ser analí- gentílicos e designam a naturalidade ou nacionalidade
tico (associado ao advérbio) ou sintético (asso- dos seres.
ciação de prefixo ou sufixo ao adjetivo); O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de
um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: ama-
„ Característica de um ser relacionada com zonense, fluminense, cearense.
outros indivíduos da mesma classe: Superla- Uma outra curiosidade sobre os adjetivos pátrios diz
tivo relativo, que pode ser de superioridade (O respeito ao adjetivo brasileiro, formado com o sufixo
mais) ou de inferioridade (O menos) -eiro, costumeiramente usado para designar profissões.
Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo O gentílico que designa nossa nacionalidade teve
absoluto analítico). origem com as pessoas que comercializavam o pau-
O candidato é humílimo (Superlativo absoluto -brasil, esse ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”,
22 sintético). termo que passou a indicar os nascidos em nosso país.
Veja abaixo alguns deles:

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (FGV – 2017) Há, em língua portuguesa, um grupo de adjetivos chamados “adjetivos de relação”, que possuem marcas
diferentes de outros adjetivos, como a de não poder ser empregado antes do substantivo a que se refere, nem receber
grau superlativo. Assinale a opção que indica o adjetivo do texto que não está incluído nessa categoria:

a) Herói nacional.
b) Guerra mundial.
c) Diferença social.
LÍNGUA PORTUGUESA

d) Povo cordial.
e) Traço cultural.

Como vimos, uma outra característica dos adjetivos de relação é a objetividade. Esses adjetivos não denotam
questões subjetivas, tal qual o adjetivo “cordial”, na letra D, a única sem adjetivo de relação. Resposta: Letra D

ADVÉRBIOS

Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Em alguns
casos, os advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância.
Os grandes cientistas da gramática da língua portuguesa apresentam uma lista exaustiva com as funções dos
advérbios. Porém, decorá-las além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na resolução de questões
de concurso. 23
Dessa forma, atente-se às principais funções designadas por um advérbio e, a partir delas, consiga interpretar
a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:

z Dúvida: Talvez, caso, porventura, quiçá etc.


z Intensidade: Bastante, bem, mais, pouco etc.
z Lugar: Ali, aqui, atrás, lá etc.
z Tempo: Jamais, nunca, agora etc.
z Modo: Assim, depressa, devagar etc.

Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio; por isso, para identificar com mais pro-
priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Como? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou
orações adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:

z O homem morreu... de fome (causa); com sua família (companhia); em casa (lugar); envergonhado (modo).
z A criança comeu... demais (intensidade); ontem (tempo); com garfo e faca (instrumento); às claras (modo).

Locuções dverbiais

As locuções adverbiais, como já mostramos anteriormente, são bem semelhantes às locuções adjetivas. É
importante saber que as locuções adverbiais apresentam um valor passivo.

Ex.: Ameaça de colapso.

Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se inverter-
mos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Vejamos:

Colapso foi ameaçado: essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destaca-
da anteriormente é adverbial.

Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:

Nação foi característica*: essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
passiva em termos com função de posse, caso das locuções adjetivas. Isso torna tal estrutura agramatical, por
isso, inserimos um asterisco (*) para indicar essa característica.

Dica
Locuções adverbiais apresentam valor passivo.
Locuções adjetivas apresentam valor de posse.

Com essa dica, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões; ademais, buscamos
desenvolver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu valioso tempo decorando listas de locuções
adverbiais. Lembre-se: o sentido está no texto.

Advérbios Interrogativos

Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.

Exs.:
Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?

De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.

Grau do Advérbio
Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
24 Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
GRAU COMPARATIVO
NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE
Bem Melhor (mais bem*) - Tão bem
Mal Pior (mais mal*) - Tão mal
Muito Mais - -
Pouco menos - -

Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.

GRAU SUPERLATIVO

NORMAL ABSOLUTO SINTÉTICO ABSOLUTO ANALÍTICO RELATIVO


Bem Otimamente Muito bem Inferioridade
Mal Pessimamente Muito mal Superioridade
Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais
Pouco Pouquíssimo - Superioridade: o menos

Advérbios e Adjetivos

O adjetivo é, como vimos, uma classe de palavras variável, porém, quando se refere a um verbo, ele fica inva-
riável, confundindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural; caso
a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.

Ex.: A cerveja que desce redondo/ As cervejas que descem redondo.


Nesse caso, trata-se de um advérbio.

Palavras Denotativas

São termos que apresentam semelhança aos advérbios, em alguns casos são até classificados como tal, mas
não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
Sobre as palavras denotativas, é fundamental que você saiba identificar o sentido a elas atribuído, pois, geral-
mente, é isso que as bancas de concurso cobram.

z Eis: sentido de designação;


z Isto é, por exemplo, ou seja: sentido de explicação;
z Ou melhor, aliás, ou antes: sentido de ratificação;
z Somente, só, salvo, exceto: sentido de exclusão;
z Além disso, inclusive: sentido de inclusão.

Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente compostas pela forma ser
+ que (é que). A principal característica dessas palavras é que podem ser retiradas sem causar prejuízo sintático
ou semântico na frase. Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.

Algumas Observações Interessantes

z O adjunto adverbial deve sempre vir posicionado após o verbo ou complemento verbal, caso venha deslocado,
em geral, separamos por vírgulas.
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
nação destacada.
LÍNGUA PORTUGUESA

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (SCT – 2020) Assinale a opção em que as palavras denotativas não foram bem classificadas:

a) A palavra SE, por exemplo, pode ter muitas funções (explicação).


b) Todos saíram exceto o vigia (exclusão).
c) O pároco, isto é, o vigário da nossa paróquia, esteve aqui (de adição).
d) Mesmo eu não sabia de nada (exclusão).
e) Ele também participou da homenagem (inclusão).

A expressão “isto é” designa explicação, portanto, o item incorreto é a alternativa C. Resposta: Letra C. 25
2. (FCC – 2018) Julgue o item a seguir: Os pronomes oblíquos tônicos são pronunciados
O antônimo de “bem-estar” se constrói com o adjetivo com força e precedidos de preposição. Costumam ter
mau. função de complemento:

( ) CERTO  ( ) ERRADO z 1ª pessoa: Mim, comigo (singular); nós, conosco


(plural).
O contrário de “bem-estar” é “mal-estar”, admitin-
do-se apenas a forma adverbial da palavra. Respos- z 2ª pessoa: Ti, contigo (singular); vós, convosco
ta: Errado. (plural).

PRONOMES z 3ª pessoa: Si, consigo (singular ou plural); ele (s), ela (s)

Pronomes são palavras que representam ou acom- Importante lembrar que não devemos usar prono-
panham um termo substantivo. Dessa forma, a função mes do caso reto como objeto ou complemento ver-
dos pronomes é substituir ou determinar uma pala- bal, como em: “mate ele”. Contudo, o gramático Celso
vra. Os pronomes indicam: pessoas, relações de pos- Cunha destaca que é possível usar os pronomes do
se, indefinição, quantidade, localização no tempo, no caso reto como complemento verbal, desde que ante-
espaço e no meio textual, entre tantas outras funções. cedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou
Destacamos, ainda, que os pronomes exercem “numeral”. Ex.: Encontrei todos eles na festa; Encon-
papel importante na análise sintática e também na trei apenas ela na festa.
interpretação textual, pois colaboram para a comple- Após a preposição “entre”, em estrutura de reci-
mentação de sentido de termos essenciais da oração, procidade, devemos usar os pronomes oblíquos tôni-
além de estruturar a organização textual, contribuin- cos. Ex.: Entre mim e ele não há segredos.
do para a coesão e também para a coerência de um
texto. Pronomes de Tratamento
Pronomes Pessoais
Os pronomes de tratamento são formas que expres-
Os pronomes pessoais designam as pessoas do dis- sam uma hierarquia social institucionalizada linguis-
curso; algumas informações relevantes sobre eles são: ticamente. As formas de pronomes de tratamento
apresentam algumas peculiaridades importantes:

PRONOMES PRONOMES z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo a


PESSOAS DO CASO DO CASO 2ª pessoa), apesar disso, os verbos relacionados a
RETO OBLÍQUO esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa
do singular. Ex.: Vossa excelência deve conhecer a
1ª pessoa do Me, mim,
EU Constituição.
singular comigo
z Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo
2ª pessoa do a 3ª pessoa). Ex.: Sua excelência, o presidente do
TU Te, ti, contigo
singular Supremo Tribunal, fará um pronunciamento hoje
à noite.
3ª pessoa do Se, si, consigo,
ELE/ELA
singular o, a, lhe
Como mencionamos anteriormente, os pronomes
1ª pessoa do de tratamento estabelecem uma hierarquia social na
NÓS Nos, conosco. linguagem, ou seja, a partir das formas usadas, pode-
plural
mos reconhecer o nível de discurso e o tipo de poder
2ª pessoa do instituídos pelos falantes.
VÓS Vos, convosco
plural Por isso, é eficaz reconhecer que alguns pronomes
de tratamento só devem ser utilizados em contextos
3ª pessoa do Se, si, consigo, cujos interlocutores sejam reconhecidos socialmen-
ELES/ELAS
plural os, as, lhes te por suas funções, como juízes, reis, clérigos, entre
outras. Dessa forma, apresentamos alguns pronomes
Os pronomes pessoais do caso reto costumam de tratamento com as funções sociais que designam:
substituir o sujeito. Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito.
Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcio- z Vossa Alteza (V. A.): Príncipes, duques, arquidu-
nar como complemento verbal ou adjunto. Ex.: Eu a vi ques e seus respectivos femininos;
com o namorado; Maura saiu comigo.
z Vossa Eminência (V. Ema.): Cardeais;
z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto
direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Infor- z Vossa Excelência (V. Exa.): Autoridades do governo
mei-o sobre todas as questões. e das Forças Armadas membros do alto escalão;

z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: z Vossa Majestade (V. M.): Reis, imperadores e seus
Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados respectivos femininos;
por preposição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): Sacerdotes;
a ele).
z Vossa Senhoria (V. Sa.): Funcionários públicos gra-
Devemos lembrar que todos os pronomes pessoais duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento
são pronomes substantivos; além disso, é importan- cerimonioso a comerciantes importantes;
te saber que eu e tu não podem ser regidos por pre-
z Vossa Santidade (V. S.): Papa;
posição e que os pronomes ele(s), ela (s), nós e vós
podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.):
26 que exercem. Bispos.
Os exemplos acima fazem referência a pronomes z Referência ao tempo presente. Ex.: Esta semana
de tratamento e suas respectivas designações sociais começarei a dieta; Neste mês, pagarei a última
conforme indica o Manual de Redação Oficial da Pre- prestação da casa.
sidência da República; portanto, essas designações
devem ser seguidas com atenção quando o gênero z Referência ao espaço textual. Ex.: Encontrei Joana
textual abordado for um gênero oficial. e Carla no shopping, esta procurava um presente
Sobre o uso das abreviaturas das formas de trata- para o marido (o pronome refere-se ao último ter-
mento, é importante destacar: mo mencionado).
O plural de algumas abreviaturas é feito com letras
dobradas, como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Usamos esse, essa, isso para indicar:
Porém, na maioria das abreviaturas terminadas
com a letra a, por exemplo, o plural é feito com o z Referência ao espaço físico, indicando o afasta-
acréscimo do s: V. Exa. / V. Exas.; V. Ema. / V.Emas. mento de algo de quem fala. Ex.: Essa sua gravata
O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri- combinou muito com você.
tíssimo Juiz. O tratamento dispensado ao Presidente
da República nunca deve ser abreviado. z Pode indicar distância que se deseja manter. Ex.:
Não me fale mais nisso; A população não confia
Pronomes Indefinidos nesses políticos.
z Referência ao tempo passado. Ex.: Nessa semana,
Os pronomes indefinidos indicam quantidade de eu estava doente; Esses dias estive em São Paulo.
maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª
pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala.
variar e podem ser invariáveis, vejamos: Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter
falado sobre isso; Sinto uma energia negativa nes-
z Variáveis: Algum, Alguma / Alguns, Algumas; sa sua expressão.
Nenhum, Nenhuma / Nenhuns, Nenhumas; Todo,
Toda/ Todos, Todas; Outro, Outra / Outros, Outras; Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar:
Muito, Muita / Muitos, Muitas; Tanto, Tanta / Tan-
tos, Tantas; Quanto, Quanta / Quantos, Quantas; z Referência ao espaço físico, indicando afastamen-
Pouco, Pouca / Poucos, Poucas etc. to de quem fala e de quem ouve. Ex.: Margarete,
quem é aquele ali perto da porta?
z Invariáveis: Alguém; Ninguém; Tudo; Outrem;
Nada; Cada; Quem; Menos; Mais; Que. z Referência a um tempo muito remoto, um passado
muito distante. Ex.: Naquele tempo, podíamos dor-
As palavras certo e bastante serão pronomes mir com as portas abertas; Bons tempos aqueles!
indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
serão adjetivos quando vierem depois. Ex.: Busco cer- z Referência a um afastamento afetivo. Ex.: Não
to modelo de carro (Pronome indefinido) / Busco o conheço aquela mulher.
modelo de carro certo (adjetivo). z Referência ao espaço textual, indicando o primeiro
A palavra bastante frequentemente gera dúvida termo de uma relação expositiva. Ex.: Saí para lan-
quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefini- char com Ana e Beatriz, esta preferiu beber chá,
do, por isso, fique atento: aquela, refrigerante.
z Bastante (advérbio): será invariável e equivalen-
te ao termo “muito”. Ex.: Elas são bastante famosas. Dica
z Bastante (adjetivo): será variável e equivalente O pronome “mesmo” não pode ser usado em
ao termo “suficiente”. Ex.: A comida e a bebida não função demonstrativa referencial, veja:
foram bastantes para a festa. O candidato fez a prova, porém o mesmo esque-
ceu de preencher o gabarito. ERRADO.
z Bastante (Pronome indefinido): “Bastantes ban-
cos aumentaram os juros”
O candidato fez a prova, porém esqueceu de
preencher o gabarito. CORRETO.
Pronomes Demonstrativos

Os pronomes demonstrativos indicam a posição e


apontam elementos a que se referem as pessoas do EXERCÍCIO COMENTADO
discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designa-
LÍNGUA PORTUGUESA

da por eles no tempo, no espaço físico ou no espaço 1. (FCC – 2018) “Tratando do estado de solidão ou da
textual. necessidade de convívio, Sêneca vê no estado de soli-
dão uma contrapartida da necessidade de convívio,
z 1ª pessoa: Este, Estes / Esta, Estas. assim como vê na necessidade de convívio uma aber-
z 2ª pessoa: Esse, Esses / Essa, Essas. tura para encontrar satisfação no estado de solidão.”
z 3ª pessoa: Aquele, Aqueles / Aquela, Aquelas. Evitam-se as viciosas repetições do texto acima subs-
z Invariáveis: isto, isso, aquilo. tituindo-se os elementos grifados, na ordem dada, por:

Usamos este, esta, isto para indicar: a) naquele – desta – nesta – naquele.
b) nisso – daquilo – naquela – deste.
z Referência ao espaço físico, indicando a proximi- c) este – do outro – na primeira – no último.
dade de algo ao falante. Ex.: Esta caneta aqui é d) nisto – disso – naquela – desse.
minha; Entreguei-lhe isto como prova. e) na primeira – do segundo – numa – noutra. 27
Devemos lembrar das regras de proximidade e dis- z Emprego de o qual: o pronome relativo o qual e
tância que organizam o uso dos pronomes demons- suas variações (os quais, a qual, as quais) é usa-
trativos. Resposta: Letra A. do em substituição a outros pronomes relativos,
sobretudo o que, a fim de evitar fenômenos lin-
Pronomes Relativos guísticos, como queísmo. Ex.: O Brasil tem um pas-
sado do qual (que) ninguém se lembra.
Uma das classes de pronomes mais complexas, os
pronomes relativos têm função muito importante na O pronome o qual pode auxiliar na compreensão
língua, refletida em assuntos de grande relevância textual, desfazendo estruturas ambíguas.
em concursos, como a análise sintática. Dessa forma,
é essencial conhecer adequadamente a função desses Pronomes Interrogativos
elementos a fim de saber utilizá-los corretamente.
Os pronomes relativos referem-se a um substantivo São utilizados para introduzir uma pergunta ao tex-
ou a um pronome substantivo, mencionado anterior- to e se apresentam de formas variáveis (Que? Quais?
mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio- Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que? Quem?). Ex.:
nado anteriormente) chamamos de antecedente. O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade? Quantos
São pronomes relativos: anos tem seu pai?
O ponto de exclamação só é usado nas interrogati-
z Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto, vas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção
quantos / A qual, as quais, cuja, cujas, quanta, interrogativa, indicada por um verbo como: pergun-
quantas. tar, indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela.
Os pronomes interrogativos que e quem são pro-
z Invariáveis: Que, quem, onde, como.
nomes substantivos.
z Emprego do pronome relativo que: pode ser asso-
ciado a pessoas, coisas ou objetos. Ex.: Encontrei Pronomes Possessivos
o homem que desapareceu; O cachorro que esta-
va doente morreu; A caneta que emprestei nunca Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do
recebi de volta. discurso e indicam posse:

Em alguns casos, há a omissão do antecedente do


relativo que. Ex.: Não teve que dizer (não teve nada 1ª pessoa Meu, minha, meus, minhas
que dizer). SINGULAR 2ª pessoa Teu, tua, teus, tuas
3ª pessoa Seu, sua, seus, suas
z Emprego do relativo quem: seu antecedente deve 1ª pessoa Nosso, nossa, nossos, nossas
ser uma pessoa ou objeto personificado. Ex.: Fomos PLURAL 2ª pessoa Vosso, vossa, vossos, vossas
nós quem fizemos o bolo. 3ª pessoa Seu, sua, seus, suas
O pronome relativo quem pode fazer referência a algo
subentendido: Quem cala consente (aquele que cala). Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o,
z Emprego do relativo quanto: seu antecedente a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo
deve ser um pronome indefinido ou demonstra- a uma coisa. Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ain-
tivo, pode sofrer flexões. Ex.: Esqueci-me de tudo da que o pronome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a
quanto foi me ensinado; Perdi tudo quanto pou- relação do pronome é com o objeto da posse.
pei a vida inteira. Outras funções dos pronomes possessivos:
z Emprego do relativo cujo: deve ser empregado
z Delimitam o substantivo a que se referem;
para indicar posse e aparecer relacionando dois
termos que devem ser um possuidor e uma coisa z Concordam com o substantivo que vem depois dele;
possuída. Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua z Não concordam com o referente;
portuguesa (o relativo cuja está ligando aula (pos-
z O pronome possessivo que acompanha o substan-
suidor) a matéria (coisa possuída).
tivo exerce função sintática de adjunto adnominal.
O relativo cujo deve concordar em gênero e núme-
VERBOS
ro com a coisa possuída.
Jamais devemos inserir um artigo após o pronome
cujo: Cujo o, cuja a Certamente, a classe de palavras mais complexa e
Não podemos substituir cujo por outro pronome importante dentre as palavras da língua portuguesa é
relativo; o verbo. A partir dos verbos, são estruturados as ações
O pronome relativo cujo pode ser preposiciona- e os agentes desses atos, além de ser uma importante
do. Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri. classe sempre abordada nos editais de concursos; por
Para encontrar o possuidor faça-se a seguinte per- isso; fique atento às nossas dicas.
gunta: “de quem/do que?” Ex.: Vi o filme cujo dire- Os verbos são palavras variáveis que se flexionam
tor ganhou o Óscar (diretor do que? Do filme.); Vi o em número, pessoa, modo e tempo, além da designação
rapaz cujas pernas você se referiu (pernas de quem? da voz que exprime uma ação, um estado ou um fato.
Do rapaz.) As flexões verbais são marcadas por desinências
que podem ser: número-pessoal, indicando se o
z Emprego do pronome relativo onde: empregado verbo está no singular ou plural, bem como em qual
para indicar locais físicos. Ex.: Conheci a cidade pessoa verbal foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª); modo-tem-
onde meu pai nasceu. poral, que indica em qual modo e tempo verbais a
Em alguns casos, pode ser preposicionado, assumin- ação foi realizada; iremos apresentar estas desinên-
do as formas aonde e donde. Ex.: Irei aonde você for. cias a seguir. Antes, porém, de abordarmos as desi-
O relativo onde pode ser empregado sem antece- nências modo-temporais, precisamos explicar o que
28 dente. Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém. são o modo e o tempo verbais:
Modos
MODO MODO
TEMPO
Indica a atitude da ação/sujeito frente a uma rela- INDICATIVO SUBJUNTIVO
ção enunciada pelo verbo. Futuro -rá e -re -r
z Indicativo: exprime atitude de certeza. Ex.: Estu- Futuro do
-ria *
dei muito para ser aprovado. pretérito

z Subjuntivo: exprime atitude de dúvida, desejo ou * Nem todas as formas verbais apresentam desi-
possibilidade. Ex.: Se eu estudasse, seria aprovado. nências modo-temporais.
z Imperativo: designa ordem, convite, conselho, súpli-
ca ou pedido. Ex.: Estuda! Assim, serás aprovado. Flexões Modo-Temporais – Tempos Compostos
(Indicativo)
Tempos
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: TER
O tempo designa o recorte temporal em que a ação (presente do indicativo) + verbo principal particí-
verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar pio. Ex.: Tenho estudado.
o tempo dessa ação no Passado, Presente ou Futuro.
z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxi-
Porém, existem ramificações específicas.
liar: TER (pretérito imperfeito do indicativo) + ver-
bo principal no particípio. Ex.: Tinha passado.
z Presente: pode expressar não apenas um fato
atual, como também uma ação habitual. Ex.: z Futuro composto: Verbo auxiliar: TER (futuro do
Estudo todos os dias no mesmo horário. indicativo) + verbo principal no particípio. Ex.:
Uma ação passada. Terei saído.
Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
z Futuro do pretérito composto: Verbo auxiliar: TER
Uma ação futura.
(futuro do pretérito simples) + verbo principal no
Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei)
particípio. Ex.: Teria estudado.
z Pretérito perfeito: ação realizada plenamente no
passado. Ex.: Estudei até ser aprovado. Flexões Modo-Temporais – Tempos Compostos
Pretérito imperfeito: ação inacabada, que pode (Subjuntivo)
indicar uma ação frequentativa, vaga ou durativa.
Ex.: Estudava todos os dias. z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: TER
Pretérito mais-que-perfeito: ação anterior à ou- (presente o subjuntivo) + Verbo principal particí-
tra mais antiga. Ex.: Quando notei, a água já trans- pio. Ex.: (que eu) Tenha estudado.
bordara da banheira.
z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxi-
z Futuro do presente: indica um fato que deve ser liar: TER (pretérito imperfeito do subjuntivo) +
realizado em um momento vindouro. Ex.: Estuda- verbo principal no particípio. Ex.: (se eu) Tivesse
rei bastante ano que vem. estudado
z Futuro do pretérito: expressa um fato posterior
z Futuro composto: Verbo auxiliar: TER (futuro sim-
em relação a outro fato já passado. Ex.: Estudaria
ples do subjuntivo) + verbo principal no particípio.
muito, se tivesse me planejado.
Ex.: (quando eu) tiver estudado.
A partir dessas informações, podemos também iden-
tificar os verbos conjugados nos tempos simples e nos Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais
tempos compostos. Os tempos verbais simples são for-
mados por uma única palavra, ou verbo, conjugado no As formas nominais do verbo são as formas infi-
presente, passado ou futuro; já os tempos compostos são nitiva, particípio e gerúndio que eles assumem em
formados por dois verbos, um auxiliar e um principal, determinados contextos. São chamadas nominais pois
nesse caso, o verbo auxiliar é o único a sofrer flexões. funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais
dos tempos simples e compostos, respectivamente: z Gerúndio: é marcado pela terminação -NDO, seu
valor indica duração de uma ação e, por vezes,
Flexões modo-temporais – tempos simples pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo.
Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se
compadeceu.
MODO MODO
TEMPO z Particípio: é marcado pelas terminações -ado,
INDICATIVO SUBJUNTIVO
-ido, -do, -to, -go, -so, corresponde nominalmente
LÍNGUA PORTUGUESA

-e (1ª conjugação) ao adjetivo, pode flexionar-se, em alguns casos, em


e número e gênero.
Presente *
-a ( 2ª e 3ª Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
conjugações)
z Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação
Pretérito do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno desig-
-ra (3ª pessoa do plural) *
perfeito nado. Pode ser pessoal ou impessoal.
Pretérito -va (1ª conjugação)
-sse „ Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de con-
imperfeito -ia (2ª e 3ª conjugações)
jugação, pois está ligado às pessoas do discurso.
Pretérito
É usado na formação de orações reduzidas. Ex.:
mais-que -ra *
Comer eu; Comermos nós; É para aprenderem
-perfeito que ele ensina. 29
„ Impessoal: não é passível de flexão. É o nome z Anômalos: esses verbos apresentam profundas
do verbo, servindo para indicar apenas a con- alterações no radical e nas desinências verbais,
jugação. Ex.: Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª consideradas anomalias morfológicas, por isso,
conjugação; Partir - 3ª conjugação. recebem essa classificação. Um exemplo bem
usual de verbos dessa categoria é o verbo ser. Na
O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou língua portuguesa, apenas dois verbos são classi-
orações reduzidas. ficados dessa forma, os verbos ser e ir. Vejamos a
conjugação do verbo ser:
„ Locuções verbais: sequência de dois ou mais ver-
bos que funcionam como um verbo. Ex.: Ter de
+ verbo principal no infinitivo: Ter de trabalhar PRETÉRITO PERFEITO
para pagar as contas; Haver de + verbo principal PRESENTE INDICATIVO
INDICATIVO
no infinitivo: Havemos de encontrar uma solução.
Eu sou Fui
Não confunda locuções verbais com tempos com-
Tu és Foste
postos. O particípio formador de tempo composto na
voz ativa não se flexiona. Ex.: O homem teria realiza- Ele/ você é Foi
do sua missão.
Nós somos Fomos
Classificação dos Verbos
Vós sois Fostes
Os verbos são classificados quanto a sua forma de Eles/ vocês são Foram
conjugação e podem ser divididos em: regulares, irre-
gulares, anômalos, abundantes, defectivos, pronomi-
nais, reflexivos, impessoais e os auxiliares, além das Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresen-
formas nominais. Vamos conhecer as particularida- tam uma forma específica de irregularidade, que oca-
des de cada um a seguir: siona uma anomalia em sua conjugação, por isso, são
classificados como anômalos.
z Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis
de compreender, pois apresentam regularidade no z Abundantes: são formas verbais abundantes os
uso das desinências, ou seja, as terminações ver- verbos que apresentam mais de uma forma de
bais. Da mesma forma, os verbos regulares man- particípio aceitas pela norma culta gramatical.
têm o paradigma morfológico com o radical, que Geralmente, apresentam uma forma de particípio
permanece inalterado. Ex.: Verbo cantar. regular e outra irregular; falaremos disso poste-
riormente, quando trataremos das formas nomi-
PRETÉRITO PERFEITO nais do verbo. Vejamos alguns verbos abundantes:
PRESENTE INDICATIVO
INDICATIVO
Eu canto Cantei PARTICÍPIO PARTICÍPIO
INFINITIVO
Tu cantas Cantaste REGULAR IRREGULAR
Ele/ você canta Cantou Acender Acendido Aceso
Nós cantamos Cantamos Afligir Afligido Aflito
Vós cantais Cantastes
Corrigir Corrigido Correto
Eles/ vocês cantam Cantaram
Encher Enchido Cheio
z Irregulares: os verbos irregulares apresentam
alteração no radical e nas desinências verbais, por Fixar Fixado Fixo
isso recebem esse nome, pois sua conjugação ocor-
re irregularmente, seguindo um paradigma pró- � Defectivos: são verbos que não apresentam algu-
prio para cada grupo verbal. Perceba como ocorre mas pessoas conjugadas em suas formas, gerando
uma sutil diferença na conjugação do verbo estar um defeito na conjugação, por isso o nome. São
que utilizamos como exemplo, isso é importante defectivos os verbos colorir, precaver, reaver.
para não confundir os verbos irregulares com os Esses verbos não são conjugados na primeira pes-
verbos anômalos. Ex.: Verbo estar.
soa do singular do presente do indicativo. Bem
como: Aturdir, exaurir, explodir, esculpir, extor-
PRETÉRITO PERFEITO quir, feder, fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir,
PRESENTE INDICATIVO computar, colorir, carpir, banir, brandir, bramir,
INDICATIVO
soer.
Eu estou Estive Verbos que expressam onomatopeias ou fenôme-
nos temporais também apresentam essa caracte-
Tu estás Esteves
rística, como latir, bramir, chover.
Ele/ você está Esteve
� Pronominais: esses verbos apresentam um pro-
Nós estamos Estivemos nome oblíquo átono integrando sua forma verbal;
é importante lembrar que esses pronomes não
Vós estais Estiveste apresentam função sintática. Predominantemen-
te, os verbos pronominas apresentam transitivida-
Eles/ vocês estão Estiveram
30 de indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se
„ Particípio: terminações: -ADO, -IDO, -DO, -TO,
PRETÉRITO PERFEITO -GO, -SO. Apresenta valor adjetivo e pode ser
PRESENTE INDICATIVO
INDICATIVO
classificado em particípio regular e irregular,
Eu me sento Sentei-me sendo as formas regulares finalizadas em -ADO
e -IDO.
Tu te sentas Sentaste-te
A norma culta gramatical recomenda o uso do par-
Ele/ você se senta Sentou-se
ticípio regular com os verbos ter e haver, já com os
Nós nos sentamos Sentamo-nos verbos ser e estar, recomenda-se o uso do particípio
irregular. Ex.: Os policiais haviam expulsado os ban-
Vós vos sentais Sentastes-vos didos / Os traficantes foram expulsos pelos policiais.
Eles/ vocês se sentam Sentaram-se
„ Infinitivo: marca as conjugações verbais.
AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (AmAR,
z Reflexivos: são os verbos que apresentam pro- PasseAR);
nome oblíquo átono reflexivo, funcionando sinta- ER: verbos que compõem a 2ª conjugação (ComER,
ticamente como objeto direto ou indireto. Nesses
pÔR);
verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao
IR: verbos que compõem a 3ª conjugação (Par-
mesmo tempo. Ex.: Ela se veste mal; Nós nos cum-
tIR, SaIR)
primentamos friamente.
O verbo pôr corresponde à segunda conjuga-
z Impessoais: são verbos que designam fenômenos ção, pois origina-se do verbo poer, o mesmo
da natureza, como chover, trovejar, nevar etc. acontece com verbos que deste derivam.

O verbo haver com sentido de existir ou marcando Vozes verbais


tempo decorrido também será impessoal. Ex.: Havia
muitos candidatos e poucas vagas; Há dois anos, fui As vozes verbais definem o papel do sujeito na
aprovado em concurso público. oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação
Os verbos ser e estar também são verbos impes- verbal ou se ele recebe a ação verbal.
soais, quando designam fenômeno climático ou tempo.
Ex.: Está muito quente!; Era tarde quando chegamos.
z Ativa: O sujeito é o agente, praticando a ação ver-
O verbo ser para indicar hora, distância ou data
bal. Ex.: O policial deteve os bandidos.
concorda com esses elementos.
O verbo fazer também poderá ser impessoal, z Passiva: O sujeito é paciente, sofre a ação verbal.
quando indicar tempo decorrido ou tempo climáti- Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial – pas-
co. Ex.: Faz anos que estudo para concursos; Aqui faz siva analítica; Detiveram-se os criminosos – pas-
muito calor. siva sintética.
Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sin- z Reflexiva: O sujeito é agente e paciente ao mesmo
taticamente, classificamos como sujeito inexistente. tempo, pois o sujeito pratica e recebe a ação ver-
bal. Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia.
Dica z Recíproca: O sujeito é agente e paciente ao mesmo
O verbo ser será impessoal quando o espaço tempo, porém percebemos que há uma ação com-
sintático ocupado pelo sujeito não estiver preen- partilhada entre dois indivíduos. Ex.: Os bandidos
se olharam antes do julgamento.
chido: “Já é natal”. Segue o mesmo paradigma
do verbo fazer, podendo ser impessoal, tam-
A voz passiva é realizada a partir da troca de
bém, o verbo IR: “vai uns bons anos que não vejo
funções entre sujeito e objeto da voz ativa; falamos
Mariana” melhor desse processo no capítulo funções do SE em
verbos transitivos direto.
z Verbos Auxiliares: os verbos auxiliares são Só podemos transformar uma frase da voz ativa
empregados nas formas compostas dos verbos e para a voz passiva se o verbo for transitivo direto ou
também nas locuções verbais. Os principais verbos transitivo direto e indireto, logo, só há voz passiva
auxiliares dos tempos compostos são ter e haver. com a presença do objeto direto.
A voz reflexiva indica uma ação praticada e rece-
Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a bida pelo sujeito ao mesmo tempo; essa relação pode
concordância verbal, porém, o verbo principal deter- ser alcançada com apenas um indivíduo que pratica e
mina a regência estabelecida na oração.
LÍNGUA PORTUGUESA

sofre a ação. Ex.: O menino se agrediu.


Apresentam forte carga semântica que indica Ou a ação pode ser compartilhada entre dois ou mais
modo e aspecto da oração; tratamos mais desse assun- indivíduos que praticam e sofrem a ação. Ex.: Apesar
to no tópico verbos auxiliares no final da gramática. do ódio mútuo, os candidatos se cumprimentaram.
São importantes na formação da voz passiva No último caso, a voz reflexiva é também chamada
analítica. de recíproca, por isso, fique atento.
Não confunda os verbos pronominais com as
z Formas Nominais: na língua portuguesa, usamos vozes verbais. Os verbos pronominais que indicam
três formas nominais dos verbos: sentimentos, como arrepender-se, queixar-se, dignar-
-se, entre outros acompanham um pronome que faz
„ Gerúndio: terminação -NDO. Apresenta valor parte integrante do seu significado, diferentemente
durativo da ação e equivale a um advérbio ou das vozes verbais que acompanham o pronome SE
adjetivo. Ex.: Minha mãe está rezando. com função sintática própria. 31
Outras funções do “SE” O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais
Como vimos, o SE pode funcionar como item essen- que terminam em -iar. Os verbos com essa termina-
cial na voz passiva; além dessa função, esse elemento ção são, predominantemente, regulares.
também acumula outras atribuições. Vejamos:

z Partícula apassivadora: a voz passiva sintética é PRESENTE - INDICATIVO


feita com verbos transitivos direto (TD) ou transiti-
Eu Crio
vos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos o SE
junto ao verbo, por isso o elemento SE é designado Tu Crias
partícula apassivadora, nesse contexto. Ex.: Busca-
-se a felicidade (voz passiva sintética) – SE (partícu- Ele/Você Cria
la apassivadora)
O SE exercerá essa função apenas: Nós Criamos

Vós Criais
„ Com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI;
„ Verbos concordam com o sujeito; Eles/Vocês Criam
„ Com a voz passiva sintética.
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral-
Lembramos que na voz passiva nunca haverá objeto
direto (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente. mente, são irregulares e apresentam alguma modi-
ficação no radical ou nas desinências. Assim como o
z Índice de indeterminação do sujeito: o SE fun- verbo passear, são derivados dessa terminação os
cionará nessa condição quando não for possível verbos:
identificar o sujeito explícito ou subentendido.
Além disso, não podemos confundir essa função PRESENTE - INDICATIVO
do SE com a de apassivador, já que para ser índi-
ce de indeterminação do sujeito a oração precisa Eu Passeio
estar na voz ativa.
Outra importante característica do SE como índi- Tu Passeias
ce de indeterminação do sujeito ocorre em verbos
transitivos indiretos, verbos intransitivos ou verbos Ele/Você Passeia
de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá estar
Nós Passeamos
na 3ª pessoa do singular. Ex.: Acredita-se em Deus.
z Pronome reflexivo: na função de pronome refle- Vós Passeais
xivo, a partícula SE indicará reflexão ou recipro-
Eles/Vocês Passeiam
cidade, auxiliando a construção dessas vozes
verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-
cipais características são: Conjugação de Alguns Verbos
„ Sujeito recebe e pratica a ação;
Vamos, agora, conhecer algumas conjugações de
„ funcionará, sintaticamente, como objeto direto
ou indireto; verbos irregulares importantes, que sempre são obje-
„ o sujeito da frase poderá estar explícito ou to de questões em concursos.
implícito. Ex.: Ele se via no espelho / Deu-se um Fazem paradigma com o verbo aderir, mantendo
presente de aniversário. as mesmas desinências desse verbo, as formas

z Parte integrante do verbo: nesses casos, o SE será PRESENTE - INDICATIVO


parte integrante dos verbos pronominais, acompa-
nhando-o em todas as suas flexões. Quando o SE Eu Adiro
exerce essa função, jamais terá uma função sin-
tática. Além disso, o sujeito da frase poderá estar Tu Aderes
explícito ou implícito. Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da
mãe, quando olhou a filha. Ele/Você Adere
z Partícula de realce: será partícula de realce o SE Nós Aderimos
que puder ser retirado do contexto sem prejuízo no
sentido e na compreensão global do texto. A partícu- Vós Aderis
la de realce não exerce função sintática, pois é desne-
cessária. Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos. Eles/Vocês Aderem
z Conjunção: o SE será conjunção condicional,
quando sugerir a ideia de condição. A conjunção
SE exerce função de conjunção integrante, ape- PRESENTE - INDICATIVO
nas ligando as orações e poderá ser substituída
Eu Ponho
pela conjunção caso. Ex.: Se ele estudar, irá ser
aprovado. Tu Pões
Ele/Você Põe
Conjugação de Verbos Derivados
Nós Pomos
Vamos conhecer, a seguir alguns verbos cuja con- Vós Pondes
jugação apresenta paradigma derivado, auxiliando a
Eles/Vocês Põem
32 compreensão dessas conjugações verbais.
São conjugados da mesma forma os verbos: dispor, Em vez de comer lanches gordurosos, coma frutas
interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor, en- = substituição. / Ao invés de chegar molhado, chegou
trepor, supor. cedo = oposição.
Fonte: instagram.com/academiadotexto. Acessado em: 19/11/2020.

EXERCÍCIO COMENTADO Combinações e Contrações


1. (FCC – 2018) “Uma tendência que já coroava as edi-
ções anteriores do prêmio”. As preposições podem ser contraídas com outras
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo do que classes de palavras, veja:
se encontra acima está sublinhado em:
z Preposição + artigo:
a) Por meio do qual definia uma suposta obra de arte. A + a, as, o, os: à, às, ao, aos.
b) O novo prêmio atenderia o mercado. De + a, as, o, os, um, uns, uma, umas: da, das, do,
c) Ou o que o contraria. dos, dum, duns, duma, dumas.
d) O leitor elegerá títulos apenas entre os finalistas. Por + a, as, o, os: pela, pelas, pelo, pelos.
e) Ele contempla os títulos com mais chance. Em + a, as, o, os, um, uns, uma, umas: na, nas, no,
nos, num, nuns, numa, numas.
“Coroava”, assim como “definia”, está conjugado no
pretérito imperfeito do indicativo. Resposta: Letra A. z Preposição + pronome demonstrativo:
A + aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo: àque-
PREPOSIÇÕES le, àqueles, àquela, àquelas, àquilo.
Em + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses,
Conceito essas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aqui-
lo: neste, nesta, nestes, nestas, nisto, nesse, nes-
São palavras invariáveis que ligam orações ou sa, nesses, nessas, nisso, naquele, naquela, na-
outras palavras. As preposições apresentam funções queles, naquelas, naquilo.
importantes tanto no aspecto semântico quanto no De + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses, es-
aspecto sintático, pois complementam o sentido de sas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo:
verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado deste, desta, destes, destas, disto, desse, dessa,
sem a presença da preposição, modificando a transiti- desses, dessas, disso, daquele, daquela, daque-
vidade verbal e colaborando para o preenchimento de les, daquelas, daquilo.
sentido de palavras deverbais1.
As preposições essenciais são: a, ante, até, após, z Preposição + advérbio:
com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran- De + aqui, ali, além: daqui, dali, dalém.
te, por, sem, sob, trás. z Preposição + pronomes pessoais:
Existem, ainda, as preposições acidentais, assim
Em + ele, ela, eles, elas: nele, nela, neles, nelas.
chamadas pois pertencem a outras classes gramaticais,
De + ele, ela, eles, elas: dele, dela, deles, delas.
mas, ocasionalmente, funcionam como preposições.
Eis algumas: afora, conforme (quando equivaler a z Preposição + pronome relativo:
“de acordo com”), consoante, durante, exceto, salvo, A + onde: aonde.
segundo, senão, mediante, que, visto (quando equi-
valer a “por causa de”). z Preposição + pronomes indefinidos:
De + outro, outras: doutro, doutros, doutra, doutras.
Locuções Prepositivas
Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por
São grupos de palavras que equivalem a uma pre- Preposições
posição. Ex.: Falei sobre o tema da prova; Falei acerca
do tema da prova. É importante ressaltar que as preposições podem
A locução prepositiva na segunda frase substitui apresentar valor relacional ou podem atribuir um
perfeitamente a preposição sobre. As locuções pre- valor nocional. As preposições que apresentam um
positivas sempre terminam em uma preposição, e há valor relacional cumprem uma relação sintática
apenas uma exceção: a locução prepositiva com sen- com verbos ou substantivos, que, em alguns casos, são
tido concessivo “não obstante”. A seguir, elencamos chamados deverbais, conforme já mencionamos ante-
alguns exemplos de locuções prepositivas: riormente. Essa mesma relação sintática pode ocorrer
Abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito
com adjetivos e advérbios, os quais também apresen-
LÍNGUA PORTUGUESA

de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de;


tarão função deverbal.
graças a; junto de; perto de; por entre; por trás de; quan-
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida
to a; a fim de; a respeito de; por meio de; em virtude de.
Algumas locuções prepositivas apresentam seme- pela regência do verbo concordar).
lhanças morfológicas, mas significados completamen- Tenho medo da queda (preposição exigida pelo
te diferentes, como: complemento nominal).
A opinião dos diretores vai ao encontro do pla- Estou desconfiado do funcionário (preposição exi-
nejamento inicial = Concordância. / As decisões do gida pelo adjetivo).
público foram de encontro à proposta do programa = Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo
Discordância. advérbio).
1  Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.
Exemplo: A filmagem, O pagamento, A falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o
termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal. 33
Em todos esses casos, a preposição mantém uma Conjunções Coordenativas
relação sintática com a classe de palavras a qual se liga,
sendo, portanto, obrigatória sua presença na sentença. As conjunções coordenativas são aquelas que
De modo oposto, as preposições cujo valor nocio- ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não
nal é preponderante apresentam uma modificação fazem parte de uma outra ou, em alguns casos, essas
no sentido da palavra a qual se liga. Elas não são conjunções ligam núcleos de um mesmo termo da ora-
componentes obrigatórios na construção da senten- ção. As conjunções coordenadas podem ser:
ça, divergindo das preposições de valor relacional.
As preposições de valor nocional estabelecem uma z Aditivas: E, nem, bem como, não só, mas também,
noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo não apenas, como ainda, senão (após não só). Ex.:
etc. Vejamos algumas: Não fiz os exercícios nem revisei. O gato era o pre-
ferido, não só da filha, senão de toda família.
z Adversativa: Mas, porém, contudo, todavia, entre-
VALOR NOCIONAL DAS tanto, não obstante, senão (equivalente a mas). Ex.:
SENTIDO
PREPOSIÇÕES Não tenho um filho, mas dois. A culpa não foi a
Posse Carro de Marcelo população, senão dos vereadores (equivale a “mas
sim”).
O cachorro está sob a
Lugar
mesa „ Importante: a conjunção E pode apresentar
Votar em branco, chegar valor adversativo, principalmente quando é
Modo antecedido por vírgula: Estava querendo dor-
aos gritos
mir, e o barulho não deixava.
Causa Preso por estupro
z Alternativas: Ou, ou...ou, quer...quer, seja...seja,
Assunto Falar sobre política
ora...ora, já...já. Ex.: Estude ou vá para a festa. Seja
Descende de família por bem, seja por mal, vou convencê-la.
Origem
simples
„ Importante: a palavra senão pode funcionar
Olhe para frente! Iremos
Destino como conjunção alternativa: Saia agora, senão
a Paris
chamarei os guardas! (podemos trocá-la por ou).

z Explicativas: Que, porque, pois, (se vier no início


da oração), porquanto. Estude, porque a caneta é
EXERCÍCIO COMENTADO mais leve que a enxada!

1. (FCC – 2018) Observe as seguintes passagens: „ Importante: Pois com sentido explicativo ini-
cia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois
I. Para o comitê, Brasília era um marco do desenvolvi- sinto saudades.
mento moderno.
II. Mas, para ganhar o título de patrimônio mundial, preci- Pois conclusivo fica após o verbo, deslocado entre
sava de leis... vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará, pois, a
III. Criadas por Lucio Costa para organizar o sítio urbano... subir.
IV. Para muitos, o Plano Piloto lembra um avião.
z Conclusiva: Logo, portanto, então, por isso, assim,
Considerando-se o contexto, o vocábulo para exprime por conseguinte, destarte, pois (deslocado na fra-
ideia de finalidade em: se). Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui
aprovado.
a) I e III, apenas.
b) I, II e IV, apenas. As conjunções e, nem não devem ser empregadas
c) III e IV, apenas. juntas (e nem), tendo em vista que ambas indicam a
d) II e III, apenas. mesma relação aditiva o uso concomitante acarreta
e) I, II, III e IV. em redundância.

A preposição “para” indicará finalidade quando puder Conjunções Subordinativas


ser substituída pela locução “a fim de”, como ocorre
nos itens II e III. Resposta: Letra D. Tal qual as conjunções coordenativas, as subor-
dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias
CONJUNÇÕES apresentadas em um texto; porém, diferentemente
daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
Assim como as preposições, as conjunções também subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
são invariáveis e também auxiliam na organização para terem o sentido apreendido.
das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora-
ções. Por manterem relação direta com a organização z Causal: Haja vista, que, porque, pois, porquanto,
das orações nas sentenças, as conjunções podem ser: visto que, uma vez que, como (equivale a porque)
34 coordenativas ou subordinativas. etc. Ex.: Como não era vaidosa, nunca se arrumava.
z Consecutiva: Que (depois de tal, tanto, tão), de Nem precisamos ler o texto mencionado pela ques-
modo que, de forma que, de sorte que etc. Ex.: tão para sabermos que o item está errado, pois
Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça. conquanto, assim como embora, é uma conjunção
concessiva. Resposta: Errado.
z Comparativa: Como, que nem, que (depois de
mais, menos, melhor, pior, maior) etc. Ex.: Corria
como um touro. INTERJEIÇÕES

z Conformativa: Conforme, como, segundo, de As interjeições também fazem parte do grupo de


acordo com, consoante etc. Ex.: Tudo ocorreu con- palavras invariáveis, tal como as preposições e as con-
forme o planejado. junções. Sua função é expressar estado de espírito e
z Concessiva: Embora, conquanto, ainda que, mes- emoções, por isso, apresenta forte conotação semânti-
mo que, em que pese, posto que etc. Ex.: Teve que ca; ademais, uma interjeição sozinha pode equivaler
aceitar a crítica, conquanto não tivesse gostado. a uma frase. Ex.: Tchau!
As interjeições, como mencionamos, indicam rela-
z Condicional: Se, caso, desde que, contanto que, ções de sentido diversas; a seguir, apresentamos um
a menos que, somente se etc. Ex.: Se eu quisesse quadro com os sentimentos e sensações mais expres-
falar com você, teria respondido sua mensagem.
sos pelo uso de interjeições:
z Proporcional: À proporção que, à medida que,
quanto mais...mais, quanto menos...menos etc. Ex.:
VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO
Quanto mais estudo, mais chances tenho de ser
aprovado. Advertência Cuidado! Devagar! Calma!
z Final: Final, para que, a fim de que etc. Ex.: A pro- Alívio Arre! Ufa! Ah!
fessora dá exemplos para que você aprenda!
Alegria/satisfação Eba! Oba! Viva!
z Temporal: Quando, enquanto, assim que, até que,
mal, logo que, desde que etc. Ex.: Quando viajei Desejo Oh! Tomara! Oxalá!
para Fortaleza, estive na Praia do Futuro. Mal che-
guei à cidade, fui assaltado. Repulsa Irra! Fora! Abaixo!

Dor/tristeza Ai! Ui! Que pena!


Os valores semânticos das conjunções não se
prendem às formas morfológicas desses elementos. Espanto Oh! Ah! Opa! Putz!
O valor das conjunções é construído contextualmen-
te, por isso, é fundamental estar atento aos sentidos Saudação Salve! Viva! Adeus! Tchau!
estabelecidos no texto. Ex.: Se Mariana gosta de você, Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh!
por que você não a procura? (SE = causal = já que);
Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto ar
puro no campo. (quando = causal = já que). É salutar lembrar que o sentido exato de cada
interjeição só poderá ser apreendido diante do con-
Conjunções Integrantes texto; por isso, em questões que abordem essa classe
de palavras, o candidato deve reler o trecho em que a
As conjunções integrantes fazem parte das orações interjeição aparece, a fim de se certificar do sentido
subordinadas e, na realidade, elas apenas integram expresso no texto.
uma oração principal à outra, subordinada. Existem Isso acontece pois qualquer expressão exclamati-
apenas dois tipos de conjunções integrantes: que e se. va que expresse sentimento ou emoção pode funcionar
como uma interjeição. Lembrem-se dos palavrões, por
z Quando é possível substituir o que pelo pronome exemplo, que são interjeições por excelência, mas, depen-
isso, estamos diante de uma conjunção integrante. dendo do contexto, podem ter seu sentido alterado.
Ex.: Quero que a prova esteja fácil. Quero = isso. Antes de concluirmos, é importante ressaltar o
papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras
z Sempre haverá conjunção integrante em orações que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus!
substantivas e, consequentemente, em períodos
Ora bolas! Valha-me Deus!
compostos. Ex.: Perguntei se ele estava em casa.
Perguntei = isso.
z Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver-
bo e uma conjunção integrante. Ex.: Sabe-se, que
LÍNGUA PORTUGUESA

EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE


o Brasil é um país desigual (errado). Sabe-se que o
Brasil é um país desigual (certo). CRASE
Outro assunto que causa grande dúvida é o uso da
crase, fenômeno gramatical que corresponde à junção
EXERCÍCIO COMENTADO da preposição a + artigo feminino definido a, ou da
junção da preposição a + os pronomes relativos aque-
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O uso da conjunção le, aquela ou aquilo. Representa-se graficamente pela
“embora” pela conjunção “conquanto” prejudicaria o marcação (`) + (a) = (à).
sentido original do texto:
Ex.: Entregue o relatório à diretoria.
( ) CERTO  ( ) ERRADO Refiro-me àquele vestido que está na vitrine. 35
Regra geral: haverá crase sempre que o termo � Antes de forma verbal infinitiva
antecedente exija a preposição a e o termo conse- Ex.: Os produtos começaram a chegar.
quente aceite o artigo a. “Os homens, dizendo em certos casos que vão falar
Ex.: Fui à cidade (a + a = preposição + artigo) com franqueza, parecem dar a entender que o
Conheço a cidade (verbo transitivo direto: não exi- fazem por exceção de regra.” (MM)
ge preposição).
Vou a Brasília (verbo que exige preposição a + � Antes de expressão de tratamento
palavra que não aceita artigo). Ex.: O requerimento foi direcionado a Vossa
Essas dicas são facilitadoras quanto à orientação Excelência.
no uso da crase, mas existem especificidades que aju-
dam no momento de identificação: � No a (singular) antes de palavra no plural, quando
a regência do verbo exigir preposição
Casos Convencionados Ex.: Durante o filme assistimos a cenas chocantes.
z Locuções adverbiais formadas por palavras � Antes dos pronomes relativos quem e cuja
femininas: Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem entregamos
Ex.: Ela foi às pressas para o camarim. o pacote.
Entregou o dinheiro às ocultas para o ministro. Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prêmio.
Espero vocês à noite na estação de metrô.
Estou à beira-mar desde cedo.
� Antes de pronomes indefinidos alguma, nenhu-
z Locuções prepositivas formadas por palavras ma, tanta, certa, qualquer, toda, tamanha
femininas: Ex.: Direcione o assunto a alguma cláusula do
Ex.: Ficaram à frente do projeto. contrato.
z Locuções conjuntivas formadas por palavras Não disponibilizaremos verbas a nenhuma ação
femininas: suspeita de fraude.
Ex.: À medida que o prédio é erguido, os gastos vão Eles estavam conservando a certa altura.
aumentando. Faremos a obra a qualquer custo.
A campanha será disponibilizada a toda a comunidade.
� Quando indicar marcação de horário, no plural
Ex.: Pegaremos o ônibus às oito horas. � Antes de demonstrativos
Fique atento ao seguinte: entre números teremos Ex.: Não te dirijas a essa pessoa
que de = a / da = à, portanto:
Ex.: De 7 as 16 h. De quinta a sexta. (sem crase) � Antes de nomes próprios, mesmo femininos, de
Das 7 às 16 h. Da quinta à sexta. (com crase) personalidades históricas
Ex.: O documentário referia-se a Janis Joplin.
� Com os pronomes relativos aquele, aquela ou
aquilo: � Antes dos pronomes pessoais retos e oblíquos
Ex.: A lembrança de boas-vindas foi reservada Ex.: Por favor, entregue as frutas a ela.
àquele outono. O pacote foi entregue a ti ontem.
Por favor, entregue as flores àquela moça que está
sentada. � Nas expressões tautológicas (face a face, lado a
Dedique-se àquilo que lhe faz bem. lado)
� Com o pronome demonstrativo a antes de que ou Ex.: Pai e filho ficaram frente a frente no tribunal
de: de justiça.
Ex.: Referimo-nos à que está de preto. � Antes das palavras casa, Terra ou terra, distância
Referimo-nos à de preto. sem determinante
� Com o pronome relativo a qual, as quais: Ex.: Precisa chegar a casa antes das 22h.
Ex.: A secretária à qual entreguei o ofício acabou Astronauta volta a Terra em dois meses.
de sair. Os pesquisadores chegaram a terra depois da
As alunas às quais atribuí tais atividades estão de expedição marinha.
férias. Vocês o observaram a distância.
Casos Proibitivos
Crase Facultativa
Em resumo, seguem-se as dicas abaixo para melhor
orientação de quando não usar a crase. Nestes casos, podemos escrever as palavras das
duas formas: utilizando ou não a crase. Para entender
� Antes de nomes masculinos
detalhadamente, observe as seguintes dicas:
Ex.: “O mundo intelectual deleita a poucos, o mate-
rial agrada a todos.” (MM)
O carro é movido a álcool. � Antes de nomes de mulheres comuns ou com quem
Venda a prazo. se tem proximidade
Ex.: Ele fez homenagem a/à Bárbara.
� Antes de palavras femininas que não aceitam
artigos � Antes de pronomes possessivos no singular
Ex.: Iremos a Portugal. Ex.: Iremos a/à sua residência.

Macete de crase: � Após preposição até, com ideia de limite


Se vou a; Volto da = Crase há! Ex.: Dirija-se até a/à portaria.
Se vou a; Volto de = Crase pra quê? “Ouvindo isto, o desembargador comoveu-se até
Ex.: Vou à escola / Volto da escola. às (ou “as”) lágrimas, e disse com mui estranho
36 Vou a Fortaleza / Volto de Fortaleza. afeto.” (CBr. 1, 67)
Casos Especiais Justificativa do erro no item II: a palavra “desde”
é uma preposição que “designa o ponto de partida
Veremos a seguir alguns casos que fogem à regra. de um movimento ou extensão (no espaço, no tem-
Quando se relacionar a instrumentos cujos nomes po ou numa série), para assinalar especialmente a
forem femininos, normalmente a crase não será utili- distância” (ROCHA LIMA, 1997). Portanto, a forma
zada. Porém, em alguns casos, utiliza-se a crase para
correta é “desde as 8h”.As outras alternativas estão
evitar ambiguidades.
corretas: na I, cabe crase antes do pronome relativo;
Ex.: Matar a fome. (Quando “fome” for objeto direto)
Matar à fome. (Quando “fome” for advérbio de na III, há paralelismo – no primeiro termo, “a pista”
instrumento) tem artigo, no segundo, deverá ter também, além da
Fechar a chave. (Quando “chave” for objeto direto) preposição a, originando a crase.
Fechar à chave. (Quando “chave” for advérbio de
instrumento)

Quando Usar ou Não a Crase em Sentenças com


Nomes de Lugares SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
z Regidos por preposições de, em, por: não se usa crase CONCEITOS BÁSICOS DA SINTAXE
Ex.: Fui a Copacabana. (Venho de Copacabana,
moro em Copacabana, passo por Copacabana) Ao selecionar palavras, nós as escolhemos entre
os grandes grupos de palavras existentes na língua,
� Regidos por preposições da, na, pela: usa-se crase
Ex.: Fui à Bahia. (Venho da Bahia, moro na Bahia, como verbos, substantivos ou adjetivos. Esses são gru-
passo pela Bahia) pos morfológicos. Ao combinar as palavras em frases,
nós construímos um painel morfológico.
Macetes As palavras normalmente recebem uma dupla
classificação: a morfológica, que está relacionada à
z Haverá crase quando o “à” puder ser substituído classe gramatical a que pertencem, e a sintática, rela-
por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre a, contra cionada à função específica que assumem em deter-
a, com a, à moda de, durante a; minada frase.
z Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase.
Quando o da ocorre paralelo ao à, há crase; Frase

z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder Frase é todo enunciado com sentido completo.
ser substituído por às duas, há crase. Quando o a Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um
uma equivaler a a duas, não ocorre crase; conjunto de palavras.
z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àqui- Ex.: Fogo!
lo quando tais pronomes puderem ser substituídos Silêncio!
por a este, a esta e a isto; “A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano
Ramos)
z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e
nomes de cidades quando esses termos estiverem Oração
acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à dis-
tância de 200 metros do pico da montanha.
Enunciado que se estrutura em torno de um verbo
(explícito, implícito ou subentendido) ou de uma locu-
A compreensão da crase vai muito além da estética ção verbal. Quanto ao sentido, a oração pode apresen-
gramatical, pois serve também para evitar ambigui- tá-lo completo ou incompleto.
dades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão. Ex.: Você é um dos que se preocupam com a
Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”, poluição.
pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto, não exi-
“A roda de samba acabou” (Chico Buarque)
ge preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações
como “Pintura feita à mão”, já que “à mão” seria o
advérbio de instrumento da ação de pintar. Período

Período é o enunciado constituído de uma ou mais


orações.
EXERCÍCIO COMENTADO Classifica-se em:

� Simples: possui apenas uma oração.


1. (TJ-SC – 2010) Quanto ao uso da crase:
Ex.: O sol surgiu radiante.
LÍNGUA PORTUGUESA

Ninguém viu o acidente.


I. O anúncio foi feito por meio da rede de miniblogs Twirter, � Composto: possui duas ou mais orações.
à qual ele aderiu duas semanas atrás. Ex.: “Amou daquela vez como se fosse a última.”
II. Estou esperando por você desde às 8 horas da manhã. (Chico Buarque)
III. Alguns investigadores preferiram seguir a pista do Chegou Em Casa E Tomou Banho.
dinheiro à da honra.
IV. Cabe a cada um decidir o rumo que dará à sua vida. PERÍODO SIMPLES – TERMOS DA ORAÇÃO

a) Somente as proposições II e IV estão corretas. Os termos que formam o período simples são dis-
b) Estão corretas somente as proposições I, III e IV. tribuídos em: essenciais (Sujeito e Predicado), inte-
c) Estão corretas somente as proposições II, III e IV. grantes (complemento verbal, complemento nominal
d) Estão corretas somente as proposições I, II e III. e agente da passiva) e acessórios (adjunto adnominal,
e) Todas as proposições estão corretas. adjunto adverbial e aposto). 37
Termos Essenciais da Oração Tipos de Sujeito

São aqueles indispensáveis para a estrutura básica Quanto à função na oração, o sujeito classifica-se em:
da oração. Costuma-se associar esses termos a situa-
ções analógicas, como um almoço tradicional brasi-
leiro constituído basicamente de arroz e feijão, por Simples
exemplo. São eles: Sujeito e Predicado. Veremos a
seguir cada um deles. DETERMINADO Composto

SUJEITO Elíptico

É o elemento que faz ou sofre a ação determinada Com verbos flexionados na 3ª


pelo verbo. pessoa do singular
O sujeito pode ser: INDETERMINADO Com verbos acompanhados do
se (índice de indeterminação do
� o termo sobre o qual o restante da oração diz algo;
sujeito)
� o elemento que pratica ou recebe a ação expressa
pelo verbo; Usado para fenômenos da
� o termo que pode ser substituído por um pronome INEXISTENTE natureza ou com verbos
do caso reto; impessoais
� o termo com o qual o verbo concorda.
Ex.: A população implorou pela compra da vacina z Determinado: quando se identifica a pessoa, o
da COVID-19. lugar ou o objeto na oração. Classifica-se em:

No exemplo anterior a população é: „ Simples: quando há apenas um núcleo.


Ex.: O [aluguel] da casa é caro.
z O elemento sobre o qual se declarou algo (implo- Núcleo: aluguel
rou pela compra da vacina); Sujeito simples: O aluguel da casa
z O elemento que pratica a ação de implorar; „ Composto: quando há dois núcleos ou mais.
z O termo com o qual o verbo concorda (o verbo Ex.: Os [sons] e as [cores] ficaram perfeitos.
implorar está flexionado na 3ª pessoa do singular); Núcleos: sons, cores.
Sujeito composto: Os sons e as cores
z O termo que pode ser substituído por um pronome
do caso reto. „ Elíptico, oculto ou desinencial: quando não
(Ele implorou pela compra da vacina da COVID-19.) aparece na oração, mas é possível de ser identifi-
cado devido à flexão do verbo ao qual se refere.
Núcleo do sujeito Ex.: Vi o noticiário hoje de manhã. Sujeito: (Eu)

O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal z Indeterminado: quando não é possível identificar
porque é a respeito dela que o predicado diz algo. O o sujeito na oração, mas ainda sim está presente.
núcleo indica a palavra que realmente está exercen- Encontra-se na 3ª pessoa do plural ou representa-
do determinada função sintática, que atua ou sofre do por um índice de indeterminação do sujeito, a
a ação. O núcleo do sujeito apresentará um substan- partícula “se”.
tivo, ou uma palavra com valor de substantivo, ou
pronome. „ Colocando-se o verbo na 3ª pessoa do plural,
não se referindo a nenhuma palavra determi-
z O sujeito simples contém apenas um núcleo. nada no contexto.
Ex.: O povo pediu providências ao governador. Ex.: Passaram cedo por aqui, hoje.
Sujeito: O povo Entende-se que alguém passou cedo.
Núcleo do sujeito: povo
„ Colocando-se verbos sem complemento direto
z Já o sujeito composto, o núcleo será constituído (intransitivos, transitivos diretos ou de ligação)
de dois ou mais termos. na 3ª pessoa do singular acompanhados do pro-
As luzes e as cores são bem visíveis. nome se, que atua como índice de indetermina-
Sujeito: As luzes e as cores ção do sujeito.
Núcleo do sujeito: luzes/cores Ex.: Não se vê com a neblina.
Entende-se que ninguém consegue ver nessa
Dica condição.
Para determinar o sujeito da oração, colocam-se
as expressões interrogativas quem? ou o quê?
Antes do verbo. EXERCÍCIO COMENTADO
Ex.: A população pediu uma providência ao
governador. 1. (CONSESP – 2018) Assinale a alternativa em que
quem pediu uma providência ao governador? temos sujeito indeterminado.
Resposta: A população (sujeito).
Ex.: O pêndulo do relógio iria de um lado para o a) Levaram-me para uma casa velha.
outro. b) Era uma tarde maravilhosa.
o que iria de um lado para o outro? c) Vendem-se espetos de carne aqui.
38 Resposta: O pêndulo do relógio (sujeito). d) Alguns assistiram ao filme até o final.
A construção verbal “Levaram-me”, da alternativa
A, indica que o sujeito está na 3ª pessoa do plural EXERCÍCIO COMENTADO
e é indeterminado porque não se sabe quem levou.
Resposta: Letra A. 1. (FURB – 2019) Assinale a alternativa que contém
a classificação correta do sujeito da oração “Neste
Sujeito Inexistente ou Oração sem Sujeito primeiro momento, foram entregues 30 aparelhos
auditivos”.
Esse tipo de situação ocorre quando uma oração
a) Sujeito composto.
não tem sujeito mas tem sentido completo. Os verbos
b) Oração sem sujeito.
são impessoais e normalmente representam fenôme-
c) Sujeito oculto (desinencial).
nos da natureza. Pode ocorrer também o verbo fazer d) Sujeito indeterminado.
ou haver no sentido de existir. e) Sujeito simples.
Geia no Paraná.
Fazia um mês que tinha sumido.
Basta de confusão. O sujeito da oração é “30 aparelhos auditivos”. Na
Há dois anos esse restaurante abriu. ordem direta, a sentença fica: “30 aparelhos audi-
tivos foram entregues neste primeiro momento”.
Como o sujeito é formado por apenas um núcleo, o
sujeito é simples. Resposta: Letra E.
EXERCÍCIO COMENTADO
PREDICADO
1. (FEPESE – 2016) Na oração “Uma partícula extrema-
mente quente e pesada começou a se ‘contorcer’”, o É o termo que contém o verbo e informa algo sobre
núcleo do sujeito é a palavra: o sujeito. Apesar de o sujeito e o predicado serem ter-
mos essenciais na oração, há casos em que a oração
a) quente. não possui sujeito. Mas, se a oração é estruturada em
torno de um verbo e ele está contido no predicado, é
b) pesada.
impossível existir uma oração sem sujeito.
c) partícula.
d) contorcer
O predicado pode ser:
e) extremamente.
z Aquilo que se declara a respeito do sujeito.
“Partícula” corresponde ao termo central do sujei- Ex.: “A esposa e o amigo seguem sua marcha.”
to “uma partícula extremamente quente e pesada”. (José de Alencar)
Portanto, tem função de núcleo do sujeito. Resposta: Predicado: seguem sua marcha
Letra C. z Uma declaração que não se refere a nenhum sujei-
to (oração sem sujeito):
Classificação do Sujeito Quanto à Voz Ex.: Chove pouco nesta época do ano.
Predicado: Chove pouco nesta época do ano.
z Voz ativa (sujeito agente)
Ex.: Cláudia corta cabelos de terça a sábado. Para determinar o predicado, basta separar o
Nesse caso, o termo “Cláudia” é a pessoa que exer- sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito, o predica-
ce a ação na frase. do abrangerá toda a declaração. A presença do verbo
é obrigatória, seja de forma explícita ou implícita:
z Voz passiva sintética (sujeito paciente) Ex.: “Nossos bosques têm mais vidas.” (Gonçalves
Dias)
Ex.: Corta-se cabelo.
Sujeito: Nossos bosques. Predicado: têm mais vida.
Pode-se ler “Cabelo é cortado”, ou seja, o sujeito
Ex.: “Nossa vida mais amores”. (Gonçalves Dias)
“cabelo” sofre uma ação, diferente do exemplo do Sujeito: Nossa vida. Predicado: mais amores.
item anterior. O “-se” é a partícula apassivadora da
oração. Classificação do Predicado

Importante notar que não há preposição entre A classificação do predicado depende do significa-
o verbo e o substantivo. Se houvesse, por exemplo, do e do tipo de verbo que apresenta.
LÍNGUA PORTUGUESA

“de” no meio da frase, o termo “cabelo” não seria mais


sujeito, seria objeto indireto, um complemento verbal. z Predicado nominal: ocorre quando o núcleo sig-
Precisa-se de cabelo. nificativo se concentra em um nome (corresponde
a um predicativo do sujeito).
Assim, “de cabelo” seria um complemento verbal,
O verbo deste tipo de oração é sempre de ligação.
e não um sujeito da oração. Nesse caso, o sujeito é
O predicado nominal tem por núcleo um nome
indeterminado, marcado pelo índice de indetermina- (substantivo, adjetivo ou pronome).
ção “-se”. Ex.: “Nossas flores são mais bonitas.” (Murilo
Mendes)
z Voz passiva analítica (sujeito paciente) Predicado: são mais bonitas.
Ex.: A minha saia azul está rasgada. Ex.: “As estrelas estão cheias de calafrios.” (Olavo
O sujeito está sofrendo uma ação, e não há presen- Bilac)
ça da partícula -se. Predicado: estão cheias de calafrios. 39
É importante não confundir: z Verbo transitivo direto e indireto (VTDI): é o
verbo de sentido incompleto que exige dois com-
z Verbo de ligação: quando não exprime uma ação, plementos: objeto direto (sem preposição) e objeto
mas um estado momentâneo ou permanente que indireto (com preposição).
relaciona o sujeito ao restante do predicado, que é Ex.: “Ela contava-lhe anedotas, e pedia-lhe ou-
o predicativo do sujeito. tras.” (Machado de Assis)
z Predicativo do sujeito; função exercida por subs- Verbo transitivo direto e indireto 1: contava
tantivo, adjetivo, pronomes e locuções que atri- Objeto direto 1: anedotas
buem uma condição ou qualidade ao sujeito. Objeto indireto 1: lhe
Ex.: O garoto está bastante feliz. Verbo transitivo direto e indireto 2: pedia
Verbo de ligação: está. Objeto direto 2: outras
Predicativo do sujeito: bastante feliz. Objeto indireto 2: lhe.
Ex.: Seu batom é muito forte.
Verbo de ligação: é. z Verbo intransitivo (VI): É aquele capaz de cons-
Predicativo do sujeito: muito forte. truir sozinho o predicado, que não precisa de com-
plementos verbais, sem prejudicar o sentido da
oração.
EXERCÍCIO COMENTADO Ex.: Escrevia tanto que os dedos adormeciam.
Verbo intransitivo: adormeciam.
1. (AMEOSC – 2019) “Elas são diferentes uma da outra,
[...]”. Na oração, os termos destacados exercem fun-
ção sintática de: EXERCÍCIO COMENTADO
a) Predicado nominal. 1. (CRESCER CONSULTORIAS – 2019) Ocorre predicado
b) Predicado verbal. verbal em:
c) Predicado verbo-nominal.
d) Predicativo do sujeito. a) “O rapaz foi condenado a dez anos de liberdade vigia-
da e terapia”.
O verbo “são” é de ligação, o que confere uma b) “Mesmo se formos todos bem intencionados”.
característica do sujeito com os termos posteriores c) “Crianças ricas são mais vulneráveis a problemas de
“diferentes uma da outra”, que são o predicativo do abuso de substâncias”.
sujeito. Portanto, a alternativa correta é a A, consi- d) “Filhos de pais ricos não estão necessariamente livres
derando que o predicado da oração é nominal. Res- de problemas de adequação”.
posta: Letra A.
O predicado “foi condenado a dez anos de liberdade
Predicado Verbal vigiada e terapia” contém um verbo intransitivo dire-
to (“foi”) e, consequentemente, um complemento de
Ocorre quando há dois núcleos significativos: um mesmo valor sintático. Resposta: Letra A
verbo (transitivo ou intransitivo) e um nome (predi-
cativo do sujeito ou, em caso transitivo, predicativo do Predicado Verbo-Nominal
objeto). Da natureza desse verbo é que decorrem os
demais termos do predicado. Ocorre quando há dois núcleos significativos:
O verbo do predicado pode ser classificado em um verbo nocional (intransitivo ou transitivo) e um
transitivo direto, transitivo indireto, verbo transi- nome (predicativo do sujeito ou, em caso de verbo
tivo direto e indireto ou verbo intransitivo. transitivo, predicativo do objeto).

z Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que exi- Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes)
ge um complemento não preposicionado, o objeto Verbo intransitivo: parou
direto. Predicativo do sujeito: atento
Ex.: “Fazer sambas lá na vila é um brinquedo.”
Noel Rosa Repare que no primeiro exemplo o termo “atento”
Verbo Transitivo Direto: Fazer. está caracterizando o sujeito “O homem” e, por isso, é
Ex.: Ele trouxe os livros ontem. considerado predicativo do sujeito.
Verbo Transitivo Direto: trouxe.
z Verbo transitivo indireto (VTI): o verbo transiti- Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bilac)
vo indireto tem como necessidade o complemen- Verbo intransitivo: marchou
to acompanhado de uma preposição para fazer Predicativo do sujeito: desorientado
sentido.
Ex.: Nós acreditamos em você. No segundo exemplo, o termo “desorientado” indi-
Verbo transitivo indireto: acreditamos ca um estado do termo “Fabiano”, que também é sujei-
Preposição: em to. Temos mais um caso de predicativo do sujeito.
Ex.: Frida obedeceu aos seus pais.
Verbo transitivo indireto: obedeceu Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Macha-
Preposição: a (a + os) do de Assis)
Ex.: Os professores concordaram com isso. Verbo transitivo direto: achou
Verbo transitivo indireto: concordaram Objeto direto: o raciocínio
40 Preposição: com Predicativo do objeto: exato
No terceiro exemplo, o termo “exato” caracteriza um Complementos Verbais
julgamento relacionado ao termo “o raciocínio”, que é o
objeto direto dessa oração. Com isso, podemos concluir São termos que completam o sentido de verbos
que temos um caso de predicativo do objeto, visto que transitivos diretos e transitivos indiretos.
“exato” não se liga a “Ptolomeu”, que é o sujeito.
O que é o predicativo do objeto? z Objeto direto: revela o alvo da ação. Não é acom-
É o termo que confere uma característica, uma panhado de preposição.
qualidade, ao que se refere. Ex.: Examinei o relógio de pulso.
A formação do predicativo do objeto se dá por um Gostaria de vê-lo no topo do mundo.
adjetivo ou por um substantivo. O técnico convocou somente os do Brasil. (os =
Ex.: Consideramos o filme proveitoso. aqueles)
Predicativo do objeto: proveitoso
Ex.: Chamavam-lhe vitoriosa, pelas conquistas. Pronomes e sua relação com o objeto direto
Predicativo do objeto: vitoriosa Além dos pronomes oblíquos o(s), a(s) e suas
Para facilitar a identificação do predicativo do variações lo(s), la(s), no(s), na(s), “que” quase sem-
objeto, o recomendável é desdobrar a oração, acres- pre exercem função de objeto direto, os pronomes
centando-lhe um verbo de ligação, cuja função especí- oblíquos me, te, se, nos, vos também podem exercer
fica é relacionar o predicativo ao nome. essa função sintática.
O filme foi proveitoso. Ex.: Levou-me à sabedoria esta aula. (= “Levaram
Ela era vitoriosa.
quem? A minha pessoa”)
Nessas duas últimas formas, os termos seriam pre-
Nunca vos tomeis como grandes personalidades.
dicativos do sujeito, pois são precedidos de verbos de
(= “Nunca tomeis quem? Vós”)
ligação (foi e era, respectivamente).
Convidaram-na para o almoço de despedida. (=
“Convidaram quem? Ela”)
Depois de terem nos recebido, abriram a caixa. (=
EXERCÍCIOS COMENTADOS “Receberam quem? Nós”)
Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem
1. (SERCTAM – 2016) Na oração “Este homem parece ser objetos diretos. Normalmente, aparecem antes do
uma criança”, o termo destacado é: pronome relativo que.
Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo:
a) sujeito. esse algo é o objeto direto)
b) predicado verbal. Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome
c) predicativo do objeto. feminino definido)
d) predicado nominal.
e) predicado verbo-nominal. z Objeto direto preposicionado
O verbo “parece” é transitivo direto, e “uma crian-
ça” tanto complementa o sentido do verbo como Mesmo que o verbo transitivo direto não exija
caracteriza o sujeito “Este homem”. Portanto, o tre- preposição no seu complemento, algumas palavras
cho “parece uma criança” corresponde a um predi- requerem o uso da preposição para não perder o sen-
cado nominal. Resposta: Letra D. tido de “alvo” do sujeito.
Além disso, há alguns casos obrigatórios e outros
2. (FUMARC – 2012) Há oração sem sujeito em: facultativos.
a) “Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno.”
b) “Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade [...]” Exemplos com ocorrência obrigatória de preposição:
c) “Com certeza, já haviam tomado café da manhã em
casa [...]” Não entendo nem a ele nem a ti.
d) “É muito grave esse processo de abstração da lingua- Respeitava-se aos mais antigos.
gem, de sentimentos [...]” Ali estava o artista a quem nosso amigo idolatrava.
Amavam-se um ao outro.
Oração sem sujeito acontece quando não há um ele- “Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher
mento ao qual se atribui o predicado. Ocorre, por feita.” (Ciro dos Anjos)
exemplo, quando temos o verbo “haver” no sentido
de existir, acontecer, pois o mesmo não tem sujei-
to. Na alternativa B, temos o verbo falar na 3º pes- Exemplos com ocorrência facultativa de preposição:
LÍNGUA PORTUGUESA

soa do singular + SE, indicando indeterminação do


sujeito. Na alternativa C, temos o verbo haver, mas Eles amam a Deus, assim diziam as pessoas daque-
no sentido de ter, por isso, o mesmo encontra-se no le templo.
plural; temos, portanto, Sujeito indeterminado. Na A escultura atrai a todos os visitantes.
letra D, temos como sujeito “esse processo de abs- Não admito que coloquem a Sua Excelência num
tração da linguagem, de sentimentos”. Resposta: pedestal.
Letra A. Ao povo ninguém engana.
Eu detesto mais a estes filmes do que àqueles.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
No caso “Você bebeu dessa água?”, a forma “des-
São vocábulos que se agregam a determinadas sa” (preposição de + pronome essa) precisa estar pre-
estruturas para torná-las completas. De acordo com sente para indicar parte de um todo, quando assim
a gramática da língua portuguesa, esses termos são for o contexto de uso. Logo, a pergunta é se a pessoa
divididos em: bebeu uma porção da água, e não ela toda. 41
z Objeto direto pleonástico: É a dupla ocorrência Agente da Passiva
dessa função sintática na mesma oração, a fim de
enfatizar um único significado. É o complemento de um verbo na voz passiva ana-
lítica. Sempre é precedido da preposição por, e, mais
Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond de raramente, da preposição de.
Andrade) Forma-se essencialmente pelos verbos auxiliares
ser, estar, viver, andar, ficar.
z Objeto direto interno: Representado por palavra
que tem o mesmo radical do verbo ou apresenta Termos Acessórios da Oração
mesmo significado.
Ex.: Riu um riso aterrador.
Há termos que, apesar de dispensáveis na estrutu-
Dormiu o sono dos justos.
ra básica da oração, são importantes para compreen-
são do enunciado porque trazem informações novas.
Como diferenciar objeto direto de sujeito?
Esses termos são chamados acessórios da oração.
Já começaram os jogos da seleção. (sujeito)
Ignoraram os jogos da seleção. (objeto direto)
O objeto direto pode ser passado para a voz passi- Adjunto Adnominal
va analítica e se transforma em sujeito.
Os jogos da seleção foram ignorados. São termos que acompanham o substantivo,
núcleo de outra função, para qualificar, quantificar,
z Objeto indireto: É complemento verbal regido de especificar o elemento representado pelo substantivo.
preposição obrigatória, que se liga diretamente a Categorias morfológicas que podem funcionar
verbos transitivos indiretos e diretos. Representa como adjunto adnominal:
o ser beneficiado ou o alvo de uma ação.
Ex.: Por favor, entregue a carta ao proprietário da z Artigos
casa 260. z Adjetivos
Gosto de ti, meu nobre. z Numerais
Não troque o certo pelo duvidoso. z Pronomes
Vamos insistir em promover o novo romance de z Locuções adjetivas
ficção.
Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo
Objeto indireto e o uso de pronomes pessoais ficaram esquecidos no quarto.
Iam cheios de si.
Pode ser representado pelos seguintes pronomes
Estava conquistando o respeito dos seus.
oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe, lhes. Os pro-
O novo regulamento originou a revolta dos
nomes o, a, os, as não exercerão essa função.
funcionários.
Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor.
Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim, O doutor possuía mil lembranças de suas viagens.
comigo, te, ti, contigo) podem funcionar como objeto
indireto, já que sempre ocorrem com preposição. z Pronomes oblíquos átonos e a função de ajunto
Ex.: Você escreveu esta carta para mim? adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos, vos, lhes
exercem essa função sintática quando assumem
z Objeto indireto pleonástico: Ocorrência repetida valor de pronomes possessivos.
dessa função sintática com o objetivo de enfatizar Ex.: Puxaram-me o cabelo (Puxam meu cabelo).
uma mensagem.
Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda. z Como diferenciar adjunto adnominal de com-
plemento nominal?
COMPLEMENTO NOMINAL
Quando o adjunto adnominal for representado
Completa o sentido de substantivos, adjetivos e por uma locução adjetiva, ele pode ser confundido
advérbios. É uma função sintática regida de preposi- com complemento nominal. Para diferenciá-los, siga
ção e com objetivo de completar o sentido de nomes. A a dica:
presença de um complemento nominal nos contextos
de uso é fundamental para o esclarecimento do senti- „ Será adjunto adnominal: se o substantivo ao
do do nome. qual se liga for concreto.
Ex.: Tenho certeza de que tu serás aprovado. Ex.: A casa da idosa desapareceu.
Estou longe de casa e tão perto do paraíso.
Se indicar posse ou o agente daquilo que
Para melhor identificar um complemento nomi-
expressa o substantivo abstrato.
nal, siga a instrução:
Ex.: A preferência do grupo não foi respeitada.
Nome + preposição + quem ou quê
Como diferenciar complemento nominal de com-
plemento verbal? „ Será complemento nominal: se indicar o alvo
Ex.: Naquela época, só obedecia ao meu coração. daquilo que expressa o substantivo.
(complemento verbal, pois “ao meu coração” liga-se Ex.: A preferência pelos novos alojamentos não
diretamente ao verbo “obedecia”) foi respeitada.
Naquela época, a obediência ao meu coração pre- Notava-se o amor pelo seu trabalho.
valecia. (complemento nominal, pois “ao meu cora- Se vier ligado a um adjetivo ou a um advérbio:
42 ção” se liga diretamente ao nome “obediência”). Ex.: Manteve-se firme em seus objetivos.
O verbo “estava” é seguido de um adjunto adverbial
EXERCÍCIO COMENTADO de lugar; neste caso, temos um adjunto adverbial.
Resposta: Letra E.
1. (NOVA CONCURSOS – 2021) Identifique os adjuntos
adnominais das orações abaixo. Aposto

a) Os inscritos atrasados não puderam entrar. Estruturas relacionadas a substantivos, pronomes


b) As consequências serão graves. ou orações. O aposto tem como propósito explicar,
c) Os alunos calados estiveram atentos. identificar, esclarecer, especificar, comentar ou apon-
d) Os funcionários da recepção continuaram calados. tar algo, alguém ou um fato.
e) O romance da jovem escritora foi publicado. Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma
bicicleta.
a) “atrasados”, qualificando o termo “inscritos” Aposto: filha de D. Raimunda
b) “As”, artigo relacionado do termo “consequências” Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu gran-
d) “calados”, qualificando o termo “alunos” des obras.
d) “da recepção”, indicando quais são os funcionários Aposto: Machado de Assis.
e) “da jovem escritora”, indicando de quem é o
romance. Resposta. Classifica-se nas seguintes categorias:

Adjunto Adverbial z Explicativo: usado para explicar o termo anterior.


Separa-se do substantivo a que se refere por uma
Termo representado por advérbios, locuções pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões
adverbiais ou adjetivos com valor adverbial. Relacio- ou dois-pontos.
na-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram
circunstâncias. ontem, acabaram de voltar de férias.
Jéssica uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos.
z Tempo: Quero que ele venha logo;
� Enumerativo: usado para desenvolver ideias que
z Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida;
foram resumidas ou abreviadas em um termo ante-
z Modo: O dia começou alegremente; rior. Mostra os elementos contidos em um só termo.
z Intensidade: Almoçou pouco; Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e
z Causa: Ela tremia de frio; riachos.
Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber,
z Companhia: Venha jantar comigo;
preconceito, antipatia e arrogância.
z Instrumento: Com a máquina, conseguiu lavar as z Recapitulativo ou resumidor: É o termo usado
roupas; para resumir termos anteriores. É expresso, nor-
z Dúvida: Talvez ele chegue mais cedo; malmente, por um pronome indefinido.
z Finalidade: Vivia para o trabalho; Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos
z Meio: Viajou de avião devido à rapidez; estavam empolgados com a feira.
Irei a Macau, Cabo Verde, Angola e Timor-Leste,
z Assunto: Falávamos sobre o aluguel; países africanos onde se fala português.
z Negação: Não permitirei que permaneça aqui;
� Comparativo: Estabelece uma comparação implícita.
z Afirmação: Sairia sim naquela manhã; Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem
z Origem: Descendia de nobres. rumo.

Não confunda! � Circunstancial: Exprime uma característica


Para conseguir distinguir adjunto adverbial de circunstancial.
adjunto adnominal, basta saber se o termo relacio- Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas
nado ao adjunto é um verbo ou um nome, mesmo que apropriadas.
o sentido seja parecido. � Especificativo: É o aposto que aparece junto a um
Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui substantivo de sentido genérico, sem pausa, para
é um adjunto adnominal) especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por
Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um substantivos próprios.
adjunto adverbial) Exs.: O mês de abril.
O rio Amazonas.
LÍNGUA PORTUGUESA

Meu primo José.

EXERCÍCIO COMENTADO z Aposto da oração: É um comentário sobre o


fato expresso pela oração, ou uma palavra que
1. (NOVA CONCURSOS – 2021) O termo grifado em: condensa.
“Watson estava  numa sala ao lado” exerce a função Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua
sintática de: preocupação.
O noticiário disse que amanhã fará muito calor –
ideia que não me agrada.
a) Adjunto adnominal
b) Objeto direto � Distributivo: Dispõe os elementos equitativamente.
c) Predicativo Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra
d) Complemento nominal para as perguntas.
e) Adjunto adverbial Sua presença era inesperada, o que causou surpresa. 43
Dica z Para distinguir vocativo de aposto: o vocati-
vo não se relaciona sintaticamente com nenhum
� O aposto pode aparecer antes do termo a que outro termo da oração.
se refere, normalmente antes do sujeito. Ex.: Lufe, faz um almoço gostoso para as crianças.
Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Sen- O aposto se relaciona sintaticamente com outro
na marcou uma geração. termo da oração.
� Segundo “o gramático” Cegalla, quando o apos- A cozinha de Lufe, cozinheiro da família, é impecável.
to se refere a um termo preposicionado, pode ele Sujeito: a cozinha de lufe.
vir igualmente preposicionado. Aposto: cozinheiro da família (relaciona-se ao
Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de sujeito).
tudo ele tinha medo.
� O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial. PERÍODO COMPOSTO
Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas.
(adjetivos, apostos do predicativo do sujeito) Observe os exemplos a seguir:
Falou comigo deste modo: calma e maliciosa- A apostila de Português está completa.
mente. (advérbios, aposto do adjunto adverbial Um verbo: Uma oração = período simples
de modo). Português e Matemática são disciplinas essen-
ciais para ser aprovado em concursos.
z Diferença de aposto especificativo e adjunto Dois verbos: duas orações = período composto
adnominal: Normalmente, é possível retirar a O período composto é formado por duas ou mais
preposição que precede o aposto. Caso seja um orações. Num parágrafo, podem aparecer misturado
adjunto, se for retirada a preposição, a estrutura períodos simples e período compostos.
fica prejudicada.
Ex.: A cidade Fortaleza é quente.
PERÍODO SIMPLES PERÍODO COMPOSTO
(aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade)
O clima de Fortaleza é quente. O povo levantou-se cedo
(adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?) Era dia de eleição
para evitar aglomeração
z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: O
aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo Para não esquecer:
adjetivo. Período simples é aquele formado por uma só
oração.
Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle. Período composto é aquele formado por duas ou
(predicativo do sujeito; núcleo: desesperado – ad- mais orações. Classifica-se nas seguintes categorias:
jetivo)
Homem desesperado, João sempre perde o con-
z Por coordenação: orações coordenadas assindéticas;
trole.
(aposto; núcleo: homem – substantivo)
„ Orações coordenadas sindéticas: aditivas, adver-
sativas, alternativas, conclusivas, explicativas.
EXERCÍCIO COMENTADO z Por subordinação:
1. (CESPE-CEBRASPE – 2014) No trecho, as vírgulas iso-
lam segmento – “Sua vocação eminentemente hídrica „ Orações subordinadas substantivas: subjeti-
impõe, ao longo dos séculos, a necessidade do deslo- vas, objetivas diretas, objetivas indiretas, com-
camento...” com função de aposto explicativo. pletivas nominais, predicativas, apositivas;
„ Orações subordinadas adjetivas: restritivas,
( ) CERTO  ( ) ERRADO explicativas;
„ Orações subordinadas adverbiais: causais,
O trecho “ao longo dos séculos” não é um aposto e comparativas, concessivas, condicionais, con-
não sugere explicação. Na verdade, ele é um adjunto formativas, consecutivas, finais, proporcionais,
adverbial de tempo deslocado na frase, intercalado temporais.
por vírgulas. Se trouxéssemos esse trecho para o iní-
cio do período, ficaria: “Ao longo dos séculos, sua z Por coordenação e subordinação: orações for-
vocação eminentemente hídrica impõe a necessida- madas por períodos mistos;
de do deslocamento.” Resposta: Errado. z Orações reduzidas: de gerúndio e de infinitivo.

Vocativo Período Composto por Coordenação

O vocativo é um termo que não mantém relação As orações são sintaticamente independentes. Isso
sintática com outro termo dentro da oração. Não per- significa que uma não possui relação sintática com
tence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para verbos, nomes ou pronomes das demais orações no
chamar ou interpelar a pessoa que o enunciador dese- período.
ja se comunicar. É um termo independente, pois Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”
não faz parte da estrutura da oração. (Fernando Pessoa)
Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha Oração coordenada 1: Deus quer
consulta. Oração coordenada 2: o homem sonha
44 Ela te diz isso desde ontem, Fábio. Oração coordenada 3: a obra nasce.
Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da Orações Subordinadas Substantivas
sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M. de Assis)
Oração coordenada assindética: Subi devagarinho São classificadas nas seguintes categorias:
Oração coordenada assindética: colei o ouvido à
porta da sala de Damasceno z Orações subordinadas substantivas conectivas:
Oração coordenada sindética: mas nada ouvi são introduzidas pelas conjunções subordinativas
Conjunção adversativa: mas nada integrantes que e se.
Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de
Orações Coordenadas Sindéticas impostos.
Não sei se poderei sair hoje à noite.
As orações coordenadas podem aparecer ligadas z Orações subordinadas substantivas justapos-
às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra- tas: introduzidas por advérbios ou pronomes
vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome interrogativos (onde, como, quando, quanto,
sindética. Veremos agora cada uma delas: quem etc.)
z Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias
z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou roubadas.
simultaneidade. Não sei quem lhe disse tamanha mentira.
Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam-
bém, mas ainda, bem como, como também, se- z Orações subordinadas substantivas reduzidas:
não também, que (= e). não são introduzidas por conectivo, e o verbo fica
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos. no infinitivo.
Os convidados não compareceram nem explica- Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras.
ram o motivo. z Orações subordinadas substantivas subjetivas:
exercem a função de sujeito. O verbo da oração
z Adversativas: exprimem ideia de oposição, con-
principal deve vir na voz ativa, passiva analítica
traste ou ressalva em relação ao fato anterior.
ou sintética. Em 3ª pessoa do singular, sem se refe-
Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia, rir a nenhum termo na oração.
contudo, entretanto, no entanto, senão, não obs- Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito)
tante, ao passo que, apesar disso, em todo caso. Foi importante que você regressasse. (sujeito ora-
Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas. cional) (or. sub. subst. subje.)
“A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a z Orações subordinadas substantivas objetivas
morte.” (Laurindo Rabelo) diretas: exercem a função de objeto direto de um
z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi-
se excluem. reto da oração principal.
Ex.: Desejo o seu regresso. (OD)
Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ...
Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub.
ora), (que ... quer), (seja ... seja), (já ... já), (talvez
subst. obj. dir.)
... talvez).
Ex.: Ora responde, ora fica calado. z Orações subordinadas substantivas completi-
Você quer suco de laranja ou refrigerante? vas nominais: exercem a função de complemento
nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio
z Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica da oração principal.
sobre um raciocínio. Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple-
Conjunções constitutivas: logo, portanto, por con- mento nominal)
seguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início Tenho necessidade de que você me apoie. (com-
de frase). plemento nominal oracional) (or. sub. subst. com-
Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima pl. nom.)
semana.
z Orações subordinadas substantivas predicati-
“Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo
vas: funcionam como predicativos do sujeito da
Mendes Campos)
oração principal. Sempre figuram após o verbo de
z Explicativas: justificam uma opinião ou ordem ligação ser.
expressa. Conjunções constitutivas: que, porque, Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do
porquanto, pois. sujeito)
Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do
a “pois”) sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.)
Vamos almoçar de novo porque ainda estamos
LÍNGUA PORTUGUESA

z Orações subordinadas substantivas apositivas:


com fome. funcionam como aposto. Geralmente vêm depois
de dois-pontos ou entre vírgulas.
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata. (aposto)
Só quero uma coisa: que você volte imediata-
Formado por orações sintaticamente dependentes, mente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.)
considerando a função sintática em relação a um ver- z Orações subordinadas adjetivas: desempenham
bo, nome ou pronome de outra oração. função de adjetivo (adjunto adnominal ou, mais
Tipos de orações subordinadas: raramente, aposto explicativo). São introduzidas
por pronomes relativos (que, o qual, a qual, os
z Substantivas; quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas etc.) As
z Adjetivas; orações subordinadas adjetivas classificam-se em:
z Adverbiais. explicativas e restritivas. 45
z Orações subordinadas adjetivas explicativas: � Orações subordinadas adverbiais finais: indicam
não limitam o termo antecedente e, sim, acres- um objetivo a ser alcançado. São introduzidas por:
centam uma explicação sobre o termo anteceden- para que, a fim de que, porque e que (= para que).
te. São consideradas termo acessório no período, Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos
podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isola- tivessem bom estudo.
das por vírgulas.
� Orações subordinadas adverbiais proporcio-
Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos,
nais: são introduzidas por: à medida que, à pro-
cria trinta gatos.
porção que, quanto mais, quanto menos etc.
z Orações subordinadas adjetivas restritivas: Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas a
especificam ou limitam a significação do termo aprecio.
antecedente, acrescentando-lhe um elemento
� Orações subordinadas adverbiais temporais:
indispensável ao sentido. Não são isoladas por
são introduzidas por: quando, enquanto, logo que,
vírgulas.
depois que, assim que, sempre que, cada vez que,
Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é
agora que etc.
incurável.
Ex.: Assim que você sair, feche a porta, por favor.

Dica Para separar as orações de um período composto, é


Como diferenciar as orações subordinadas adje- necessário atentar-se para dois elementos fundamen-
tivas restritivas das orações subordinadas adjeti- tais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos
vas explicativas? (conjunções ou pronomes relativos). Após assinalar
esses elementos, deve-se contar quantas orações ele
Ele visitará o irmão que mora em Recife.
representa, a partir da quantidade de verbos ou locu-
(restritiva, pois ele tem mais de um irmão e vai
ções verbais. Exs.:
visitar apenas o que mora em Recife)
Ele visitará o irmão, que mora em Recife. [“A recordação de uns simples olhos basta] – 1ª oração
(explicativa, pois ele tem apenas um irmão que [para fixar outros] – 2ª oração
mora em Recife) [que os rodeiam] – 3ª oração
[e se deleitem com a imaginação deles]. – 4ª ora-
� Orações subordinadas adverbiais: exprimem ção (M. de Assis)
uma circunstância relativa a um fato expresso em
outra oração. Têm função de adjunto adverbial. Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo
São introduzidas por conjunções subordinativas basta pertencente a 1ª (oração principal).
(exceto as integrantes) e se enquadram nos seguin- A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém
tes grupos: ambas dependentes do pronome outros da 2ª oração.
� Orações subordinadas adverbiais causais: são
introduzidas por: como, já que, uma vez que, por- Orações Reduzidas
que, visto que etc.
Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé por- z Apresentam o mesmo verbo em uma das formas
que ficamos sem gasolina. nominais (gerúndio, particípio e infinitivo);
� Orações subordinadas adverbiais comparati- z As que são substantivas e adverbiais: nunca são
vas: são introduzidas por: como, assim como, tal iniciadas por conjunções;
qual, como, mais etc.
Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do) z As que são adjetivas: nunca podem ser iniciadas
que a importada. por pronomes relativos;

� Orações subordinadas adverbiais concessivas: z Podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses
indica certo obstáculo em relação ao fato expres- conectivos;
so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São
z Podem ser iniciadas por preposição ou locução
introduzidas por: embora, ainda que, mesmo que,
prepositiva.
por mais que, se bem que etc.
Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã. Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.
O. S. Adv. reduzida de particípio: não começa com
� Orações subordinadas adverbiais condicionais: conjunção
são introduzidas por: se, caso, desde que, salvo se, Quando terminou a prova, fomos ao restaurante.
contanto que, a menos que etc. (desenvolvida)
Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para tal. O. S. Adv. Desenvolvida: começa com conjunção
� Orações subordinadas adverbiais conformati-
vas: são introduzidas por: como, conforme, segun- Orações Reduzidas de Infinitivo
do, consoante.
Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos. Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
� Orações subordinadas adverbiais consecutivas: Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar normalmente.
são introduzidas por: que (precedido na oração
anterior de termos intensivos como tão, tanto, z Substantivas: Ex.: É preciso trabalhar muito. (O.
tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de forma S. substantiva subjetiva reduzida de infinitivo)
que, sem que. Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva
Ex.: A garota rio tanto, que se engasgou. direta reduzida de infinitivo)
“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per- A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva
46 fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles) predicativa reduzida de infinitivo)
Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva Resumindo: período composto por coordenação e
completiva nominal reduzida de infinitivo) subordinação.
Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S. As orações subordinadas são coordenadas entre si,
substantiva apositiva reduzida de infinitivo) ligadas ou não por conjunção.
z Adjetivas: Ex.: João não é homem de meter os pés
pelas mãos. z Orações subordinadas substantivas coordena-
O meu manual para fazer bolos certamente vai das entre si
agradar a todos. Ex.: Espero que você não me culpe, que não culpe
z Adverbiais: Ex.: Apesar de estar machucado, meus pais, nem que culpe meus parentes.
continua jogando bola. Oração principal: Espero
Sem estudar, não passarão. Oração coordenada 1: que você não me culpe
Ele passou mal, de tanto comer doces. Oração coordenada 2: que não culpe meus pais
Oração coordenada 3: nem que culpe meus
Orações Reduzidas de Gerúndio parentes.

Podem ser coordenadas aditivas, substantivas apo-


sitivas, adjetivas, adverbiais. Importante!
z Coordenada aditiva: Ex.: Pagou a conta, ficando O segredo para classificar as orações é per-
livre dos juros. ceber os conectivos (conjunções e pronomes
z Substantiva apositiva: Ex.: Não mais se vê amigo relativos).
ajudando um ao outro. (subjetiva)
Agora ouvimos artistas cantando no shopping.
(objetiva direta) � Orações subordinadas adjetivas coordenadas
entre si
z Adjetiva: Ex.: Criança pedindo esmola dói o
Ex.: A mulher que é compreensiva, mas que é
coração.
cautelosa, não faz tudo sozinha.
z Adverbial: Ex.: Temendo a reação do pai, não Oração subordinada adjetiva 1: que é compreensiva
contou a verdade. Oração subordinada adjetiva 2: mas que é
cautelosa
Orações Reduzidas de Particípio
� Orações subordinadas adverbiais coordenadas
Podem ser adjetivas ou adverbiais. entre si
Ex.: Não só quando estou presente, mas também
� Adjetiva: Ex.: A notícia divulgada pela mídia era falsa. quando não estou, sou discriminado.
Nosso planeta, ameaçado constantemente por Oração subordinada adverbial 1: quando estou
nós mesmos, ainda resiste. presente
� Adverbiais: Ex.: Aceitas as condições, não have- Oração subordinada adverbial 2: quando não
ria problemas. (condicional)
estou
Dada a notícia da herança, as brigas começaram.
(causal/temporal) � Orações coordenadas ou subordinadas no mes-
Comprada a casa, a família se mudou logo. mo período
(temporal) Ex.: Presume-se que as penitenciárias cumpram
seu papel, no entanto a realidade não é assim.
O particípio concorda em gênero e número com os
Oração principal: Presume-se
termos referentes.
Essas orações reduzidas adverbiais são bem fre- Oração subordinada subjetiva da principal: as
quentes em provas de concurso. penitenciárias cumpram seu papel
Oração coordenada sindética adversativa da ante-
Períodos Mistos rior: no entanto a realidade não é assim.

São períodos que apresentam estruturas oracio-


nais de coordenação e subordinação.
Assim, às vezes aparecem orações coordenadas EXERCÍCIOS COMENTADOS
dentro de um conjunto de orações que são subordina-
das a uma oração principal. 1. (UEPA – 2013) No trecho: “Até hoje, os prédios resi-
LÍNGUA PORTUGUESA

denciais no Brasil têm dois elevadores: o social, para


os patrões e aqueles no topo da hierarquia social, e
1ª oração 2ª oração 3ª oração
o elevador de serviço, apropriado para empregados
O homem entrou na sala e pediu que todos calassem. e pobres”. A repetição do conectivo “e” tem efeito de
marcar uma:
verbo verbo verbo
a) descontinuidade de fatos.
1ª oração: oração coordenada assindética. b) sequência cronológica dos fatos.
2ª oração: oração coordenada sindética aditiva em c) coordenação entre as ideias principais.
relação a 1ª oração e principal em relação a 3ª oração. d) implicação natural de consequência dos dois últimos
3ª oração: coordenada substantiva objetiva direta fatos em relação ao primeiro.
em relação a 2ª oração. e) subordinação entre a sequência dos fatos. 47
O conectivo “e” junta duas ideias coordenadas “o Ontem choveu o esperado para o mês todo. / Ontem,
[elevador] social” e “o elevador de serviço”. Respos- choveu o esperado para o mês todo.
ta: Letra C. Ela acordou muito cedo. Por isso ficou com sono
durante a aula. / Ela acordou muito cedo. Por isso, ficou
2. (CEPERJ – 2013) “É razoável que as pessoas tenham com sono durante a aula.
medo de assaltos”. Abaixo estão cinco (5) formas Irei à praia amanhã se não chover. / Irei à praia
de reescrever-se essa frase. Assinale a única forma amanhã, se não chover.
errada.
Não se Usa Vírgula nas Seguintes Situações
a) É razoável as pessoas temerem assaltos.
b) É razoável que as pessoas temessem assaltos. � Entre o sujeito e o verbo
c) É razoável que as pessoas tenham medo de ser assaltadas. Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende-
d) É razoável que assaltos causem medo às pessoas. ram a explicação. (errado)
e) É razoável que assaltos sejam temidos pelas pessoas. Muitas coisas que quebraram meu coração, con-
sertaram minha visão. (errado)
A forma “que as pessoas temessem” está também � Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre-
no subjuntivo, mas pertence a tempo verbal diferen- dicativo do sujeito:
te da frase original, alterando o sentido. Resposta: Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explica-
Letra B. ção. (errado)
Os alunos precisam de, que os professores os aju-
dem. (errado)
Os alunos entenderam, toda aquela explicação.
(errado)
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO
� Entre um substantivo e seu complemento nominal
PONTUAÇÃO ou adjunto adnominal.
Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida
Outro tópico que gera dúvidas é a pontuação. Vere- pelos alunos. (errado)
mos a seguir as regras sobre seus usos. � Entre locução verbal de voz passiva e agente da
passiva:
Uso de Vírgula Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele
professor para a feira. (errado)
A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três
funções básicas: marcar as pausas e as inflexões da � Entre o objeto e o predicativo do objeto:
voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado)
orações; e esclarecer o significado da frase, afastando Considero interessantes, as suas aulas. (errado)
qualquer ambiguidade.
Quando se trata de separar termos de uma mesma
oração, deve-se usar a vírgula nos seguintes casos:
EXERCÍCIO COMENTADO
� Para separar os termos de mesma função
Ex.: Comprei livro, caderno, lápis, caneta. 1. (TJ-SC – 2011) Indique o período que não apresenta
erro de pontuação:
z Usa-se a vírgula para separar os elementos de
enumeração. a) Morte de florestas; chuvas ácidas, e animais marinhos
Ex.: Pontes, edifícios, caminhões, árvores... tudo foi cobertos por petróleo, são questões ambientais que
arrastado pelo tsunami. teriam suficiente relevância para alarmar a população,
e automaticamente, motivar encontros e discussões.
� Para indicar a elipse (omissão de uma palavra que b) Ao final, conclui o autor, que todos esses elementos
já apareceu na frase) do verbo apontados são faces de uma nova abordagem meto-
Ex.: Comprei melancia na feira; ele, abacate. dológica para a proteção do meio ambiente.
Ela prefere filmes de ficção científica; o namorado, c) Não é justo e razoável que o servidor tenha que des-
filmes de terror. pender recursos financeiros com o recolhimento das
� Para separar palavras ou locuções explicativas, custas judiciais – que serão destinadas ao seu deve-
retificativas dor – para obter o que lhe é devido e, depois, reclamar
Ex.: Ela completou quinze primaveras, ou seja, 15 a restituição, se julgada procedente a sua pretensão.
anos. d) Outra providência muito recomendada, é evitar polari-
zação entre os setores de planejamento e produção,
� Para separar datas e nomes de lugar privilegiando o trabalho em equipe, realizado de forma
Ex.: Belo Horizonte, 15 de abril de 1985. coordenada.
� Para separar as conjunções coordenativas, exceto e) Segundo Meirelles o ato administrativo – vinculado ou
e, nem, ou. discricionário –, há que ser praticado com a observân-
Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem. cia formal e ideológica da lei.

A vírgula também é facultativa quando a expres- No trecho “o que lhe é devido e, depois, reclamar a
são de tempo, modo e lugar não for uma expressão, restituição, se julgada procedente a sua pretensão”,
mas uma palavra só. Exemplos: as duas primeiras vírgulas isolam o advérbio de
Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar. tempo “depois”, que está deslocado; a última vírgula
Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço justifica-se pela condicional “se julgada procedente
48 em casa. a sua pretensão”. Resposta: Letra C.
Uso de Ponto e Vírgula Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui-
na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”.
É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto
e vírgula (;): Parênteses

� Nos contrastes, nas oposições, nas ressalvas Têm função semelhante à dos travessões e das
Ex.: Ela, quando viu, ficou feliz; ele, quando a viu, vírgulas no sentido que colocam em relevo certos ter-
ficou triste. mos, expressões ou orações.
� No lugar das conjunções coordenativas deslocadas Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca)
Ex.: O maratonista correu bastante; ficou, portan- vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
to, exausto. Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos
jantar. (oração intercalada)
� No lugar do e seguido de elipse do verbo (= zeugma)
Ex.: Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o Ponto-final
ouvinte.
Prefiro brigadeiros; minha mãe, pudim; meu pai,
É o sinal que denota maior pausa.
sorvete.
Usa-se:
� Em enumerações, portarias, sequências
Ex.: São órgãos do Ministério Público Federal: � Para indicar o fim de oração absoluta ou de
o Procurador-Geral da República; período.
o Colégio de Procuradores da República; Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.”
o Conselho Superior do Ministério Público Federal. Carlos Drummond de Andrade

Dois-pontos � Nas abreviaturas


Ex.: apart. ou apto. = apartamento
Marcam uma supressão de voz em frase que ainda sec. = secretário
não foi concluída. a.C. = antes de Cristo
Servem para:
Dica
� Introduzir uma citação (discurso direto):
Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um Símbolos do sistema métrico decimal e elemen-
homem mais pelas suas perguntas que pelas suas tos químicos não vêm com ponto final:
respostas”. Exemplos: km, m, cm, He, K, C
� Introduzir um aposto explicativo, enumerativo, Ponto de Interrogação
distributivo ou uma oração subordinada substan-
tiva apositiva
Ex.: Em nosso meio, há bons profissionais: profes- Marca uma entonação ascendente (elevação da
sores, jornalistas, médicos. voz) em tom questionador.
Usa-se:
� Introduzir uma explicação ou enumeração após
expressões como por exemplo, isto é, ou seja, a � Em frase interrogativa direta:
saber, como. Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia?
Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens,
Filosofia, Ciências... � Entre parênteses para indicar incerteza:
z Marcar uma pausa entre orações coordenadas Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho
(relação semântica de oposição, explicação/causa que havia palavra melhor no contexto.
ou consequência)
� Junto com o ponto de exclamação, para denotar
Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um
surpresa:
homem culto.
Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou !?)
Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com
cautela. � E interrogações retóricas:
� Marcar invocação em correspondências Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro
Ex.: Prezados senhores: que não jogaremos comida fora à toa”).
Comunico, por meio deste, que...
Ponto de Exclamação
Travessão
� É empregado para marcar o fim de uma frase com
LÍNGUA PORTUGUESA

� Usado em discursos diretos, indica a mudança de entonação exclamativa:


discurso de interlocutor: Ex.: Ex.: Que linda mulher!
– Bom dia, Maria! Coitada dessa criança!
– Bom dia, Pedro! � Aparece após uma interjeição:
Ex.: Nossa! Isso é fantástico.
� Serve também para colocar em relevo certas
expressões, orações ou termos. Pode ser subs- � Usado para substituir vírgulas em vocativos enfáticos:
tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou
Ex.: “Fernando José! onde estava até esta hora?”
colchetes:
Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario- � É repetido duas ou mais vezes quando se quer
ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo) marcar uma ênfase:
Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50
vamos jantar. (oração intercalada) metros em 20 segundos!!! 49
Reticências � Para indicar os sons da fala, quando se estuda
Fonologia:
São usadas para: Ex.: mel: [mɛw]; nem: [bẽy]
� Para suprimir parte de um texto (assim como
� Assinalar interrupção do pensamento:
parênteses)
Ex.: ― Estou ciente de que...
Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois
― Pode dizer...
desceu as escadas apressadamente. ou
� Indicar partes suprimidas de um texto: Na hora em que entrou no quarto (...) e depois des-
Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois ceu as escadas apressadamente. (caso não preferí-
desceu as escadas apressadamente. (Também pode vel segundo as normas da ABNT)
ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e
depois desceu as escadas apressadamente.) Asterisco
� Para sugerir prolongamento da fala:
Ex.: ―O que vocês vão fazer nas férias? � É colocado à direita e no canto superior de uma
― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar... palavra do trecho para se fazer uma citação ou
comentário qualquer sobre o termo em uma nota
� Para indicar hesitação: de rodapé:
Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo
vergonha. triste acrescido do sufixo -eza*.
� Para realçar uma palavra ou expressão, normal- *-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjeti-
mente com outras intenções: vo, o que origina um novo substantivo.
Ex.: ― Ela é linda...! Você nem sabe como...! � Quando repetido três vezes, indica uma omissão
ou lacuna em um texto, principalmente em substi-
Uso das Aspas tuição a um substantivo próprio:
Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encami-
São usadas em citações ou em algum termo que nhado aos responsáveis.
precisa ser destacado no texto. Pode ser substituído
por itálico ou negrito, que têm a mesma função de � Quando colocado antes e no alto da palavra, repre-
destaque. senta o vocábulo como uma forma hipotética, isto
Usam-se nos seguintes casos: é, cuja existência é provável, mas não comprovada:
Ex.: Parecer, do latim *parescere.
� Antes e depois de citações: � Antes de uma frase para indicar que ela é agrama-
Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”, tical, ou seja, uma frase que não respeita as regras
afirma Dad Squarisi, 64. da gramática.
� Para marcar estrangeirismos, neologismos, arcaís- * Edifício elaborou projeto o engenheiro.
mos, gírias e expressões populares ou vulgares,
conotativas: Uso da Barra
Ex.: O home, “ledo” de paixão, não teve a fortuna
que desejava. A barra oblíqua [ / ] é um sinal gráfico usado:
Não gosto de “pavonismos”.
Dê um “up” no seu visual. � Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser
substituída pela conjunção “ou”:
� Para realçar uma palavra ou expressão imprópria, Ex.: Poderemos optar por: carne/peixe/dieta.
às vezes com ironia ou malícia Poderemos optar por: carne, peixe ou dieta.
Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão.
Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” � Para indicar inclusão, quando utilizada na separa-
sonoro. ção das conjunções e/ou.
Ex.: Os alunos poderão apresentar trabalhos orais
� Para citar nomes de mídias, livros etc. e/ou escritos.
Ex.: Ouvi a notícia do “Jornal Nacional”.
� Para indicar itens que possuem algum tipo de rela-
Colchetes ção entre si.
Ex.: A palavra será classificada quanto ao número
Representam uma variante dos parênteses, porém (plural/singular).
tem uso mais restrito. O carro atingiu os 220 km/h.
Usam-se nos seguintes casos:
� Para separar os versos de poesias, quando escritos
seguidamente na mesma linha. São utilizadas duas
� Para incluir num texto uma observação de nature-
barras para indicar a separação das estrofes.
za elucidativa:
Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que
Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de
passa perto,/meu peito é puro deserto./Subo mon-
Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”.
te, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noi-
� Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”), te./Mas a estrela é minha.” Cecília Meireles
a fim de indicar que, por mais estranho ou errado � Na escrita abreviada, para indicar que a palavra
que pareça, o texto original é assim mesmo: não foi escrita na sua totalidade:
Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga- Ex.: a/c = aos cuidados de;
50 do.” (Machado de Assis) s/ = sem
� Para separar o numerador do denominador nos Popularmente, usa-se “do que” no lugar de “a”,
números fracionários, substituindo a barra da o que tornaria a oração da seguinte forma: “Prefiro
fração: natação do que futebol”. Porém, segundo a norma-pa-
Ex.: 1/3 = um terço drão, a forma correta é como consta no exemplo.

� Nas datas: Concordância Verbal com o Sujeito Simples


Ex.: 31/03/1983
� Nos números de telefone: Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do
Ex.: 225 03 50/51/52 sujeito.
Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário
� Nos endereços: exorbitante.
Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232
Diferentes situações:
� Na indicação de dois anos consecutivos:
Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso. z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de
� Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua: sentido coletivo, o verbo fica no singular. Ex.: A
Ex.: /s/ multidão gritou entusiasmada.
z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o ver-
Embora não existam regras muito definidas sobre bo posterior ao pronome relativo concorda com o
a existência de espaços antes e depois da barra oblí- antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do
qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu- Brasil que se situam mais próximos do Meridiano?
lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo. z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o
verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós
quem resolveu a questão.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL Por questão de ênfase, o verbo pode também con-
cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos
nós quem resolvemos a questão.
Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se
umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede-
z Quando o sujeito é um pronome interrogativo,
cem a alguns princípios: um deles é a concordância.
demonstrativo ou indefinido no plural + de nós /
Observe o exemplo: de vós, o verbo pode concordar com o pronome no
plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resol-
A pequena garota andava sozinha pela cidade. viam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos
A: Artigo, feminino, singular; essa questão.
Pequena: Adjetivo, feminino, singular;
z Quando o sujeito é formado por palavras plurali-
Garota: Substantivo, feminino, singular.
zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias,
Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou-
Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos ver artigo definido antes de uma palavra plura-
adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse
número (singular) do substantivo. artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados
Na língua portuguesa, há dois tipos de concordân- Unidos continuam uma potência.
cia: verbal e nominal. Estados Unidos continua uma potência.
Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida-
CONCORDÂNCIA VERBAL de de Santos fica em São Paulo.”)

É a adaptação em número – singular ou plural –


e pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo Importante!
sujeito. Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o
“De todos os povos mais plurais culturalmente, o verbo fica no singular ou no plural.
Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as quais
Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões.
insistem em desmentir que nosso país é cheio de ‘bra-
sis’ – digamos assim –, ganha disparando dos outros,
pois houve influências de todos os povos aqui: euro- z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais
peus, asiáticos e africanos.” de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de,
Esse período, apesar de extenso, constitui-se de
LÍNGUA PORTUGUESA

obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.:


um sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo cor- Mais de um aluno compareceu à aula.
respondente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no Mais de cinco alunos compareceram à aula.
singular.
Destrinchando o período, temos que os termos A expressão mais de um tem particularidades:
essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo
“[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predi- recíproco se), se houver coletivo especificado ou se
cado verbal. a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.:
Veja um caso de uso de verbo bitransitivo: Mais de um irmão se abraçaram.
Ex.: Prefiro natação a futebol.
Verbo bitransitivo: Prefiro Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa.
Objeto direto: natação Mais de um aluno, mais de um professor esta-
Objeto indireto: a futebol vam presentes. 51
z Quando o sujeito é formado por um número per- Concordância Verbal com o Sujeito Composto
centual ou fracionário, o verbo concorda com o
numerador ou com o número inteiro, mas pode � Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama-
concordar com o especificador dele. Se o numeral ticais diferentes
vier precedido de um determinante, o verbo con- Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos.
cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3
� Núcleos do sujeito ligados pela preposição com
das pessoas do mundo sabe o que é viver bem.
Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che-
garam ontem.
Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é
viver bem. � Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada
Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem. ou nenhum
Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem. Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man-
Os 30% da população não sabem o que é viver mal. ter o espírito esportivo.
� Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no
EXERCÍCIO COMENTADO singular
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju-
davam. (preferencialmente no singular)
1. (FGV – 2008) “... mostram que um terço dos pagamen-
tos realizados por intermédio de instituições financei- � Gradação entre os núcleos do sujeito
ras foi tributado apenas por aquela contribuição...” Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para
Assinale a alternativa em que, ao se alterar o termo me acalmar. (preferencialmente no singular)
“um terço”, não se tenha mantido a concordância em
� Núcleos do sujeito no infinitivo
conformidade com a norma culta. Desconsidere a
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde.
possibilidade de concordância atrativa.
� Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu-
a) mostram que 0,27% dos pagamentos realizados por mitivo (nada, tudo, ninguém)
intermédio de instituições financeiras foi tributado Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu.
apenas por aquela contribuição.
� Sujeito constituído pelas expressões um e outro,
b) mostram que menos de 2% dos pagamentos realiza-
nem um nem outro
dos por intermédio de instituições financeiras foram
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui.
tributados apenas por aquela contribuição.
c) mostram que grande parte dos pagamentos realiza- � Núcleos do sujeito ligados por nem... nem
dos por intermédio de instituições financeiras foi tribu- Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu
tado apenas por aquela contribuição. foco nos estudos.
d) mostram que três quartos dos pagamentos realizados
� Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras
por intermédio de instituições financeiras foram tribu-
como, menos, inclusive, exceto ou as expressões
tados apenas por aquela contribuição.
bem como, assim como, tanto quanto
e) mostram que 1,6 milhão dos pagamentos realizados
Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na
por intermédio de instituições financeiras foi tributado
final.
apenas por aquela contribuição.
z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas
Em “grande parte dos pagamentos realizados... aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim
foi tributado”, não houve concordância adequada, como; não só... mas também etc.)
deveria ser “foi tributada”, para concordar com o Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua
núcleo do sujeito, “parte”. Resposta: Letra C. popularidade em alta.
z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni-
� Os verbos bater, dar e soar concordam com o
co núcleo, o verbo fica no singular concordando
número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a
com o núcleo único. Mas, se houver determinante
palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não
após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o
chegou. (Duas horas deram...)
sujeito passa a ser composto.
Bateu o sino duas vezes. (O sino bateu)
Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis
Soaram dez badaladas no relógio da sala. (Dez
aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos
badaladas soaram)
combustíveis aumentaram.
Soou dez badaladas o relógio da escola. (O relógio
da escola soou dez badaladas)
Concordância Verbal do Verbo Ser
z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o
verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven- � Concorda com o sujeito
dem-se casas de veraneio aqui. Ex.: Nós somos unha e carne.
Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
� Concorda com o sujeito (pessoa)
interessada.
Ex.: Os meninos foram ao supermercado.
z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
� Em predicados nominais, quando o sujeito for
verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa
representado por um dos pronomes tudo, nada,
Majestade está preocupada?
isto, isso, aquilo ou “coisas”, o verbo ser concor-
Suas Excelências precisam de algo?
dará com o predicativo (preferencialmente) ou
z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou com o sujeito
52 exclamativas. Ex.: Vivam os campeões! Ex.: No início, tudo é/são flores.
� Concorda com o predicativo quando o sujeito for � Concordância do verbo parecer
que ou quem Flexiona-se ou não o infinitivo.
Ex.: Quem foram os classificados? Pareceu-me estarem os candidatos confiantes. (o
equivalente a “Pareceu-me que os candidatos esta-
� Em indicações de horas, datas, tempo, distância
vam confiantes”, portanto o infinitivo é flexionado
(predicativo), o verbo concorda com o predicativo
de acordo com o sujeito, no plural)
Ex.: São nove horas.
Eles parecem estudar bastante. (locução verbal,
É frio aqui.
logo o infinitivo será impessoal)
Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas?
� Concordância dos verbos impessoais
� O verbo fica no singular quando precede termos
São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica
como muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais,
sempre na 3ª pessoa do singular.
menos etc. junto a especificações de preço, peso,
Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
quantidade, distância, e também quando seguido
Fazia quinze anos que ele havia se formado.
do pronome o
Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo
Ex.: Cem metros é muito para uma criança.
auxiliar fica no singular)
Divertimentos é o que não lhe falta.
Trata-se de problemas psicológicos.
Dez reais é nada diante do que foi gasto.
Geou muitas horas no sul.
� Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora-
� Concordância com sujeito oracional
ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o
ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o
verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do
verbo concordará com o termo não preposiciona-
singular.
do entre eles.
Ex.: Ainda vale a pena investir nos estudos.
Ex.: Eles é que sempre chegam cedo.
Sabe-se que dois alunos nossos foram aprovados.
São eles que sempre chegam cedo.
Ficou combinado que sairíamos à tarde.
É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons-
Urge que você estude.
trução adequada)
Era preciso encontrar a verdade
São nessas horas que a gente precisa de ajuda.
(construção inadequada)
Casos mais frequentes em provas
CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL
Veja agora uma lista com os casos mais abordados
em concursos:
Concordância do Infinitivo
� Sujeito posposto distanciado
z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal: Ex.: Viviam o meio de uma grande floresta tropical
Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei- brasileira seres estranhos.
to esclarecido)
Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito � Verbos impessoais (haver e fazer)
implícito “nós”) Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte.
Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site. Havia problemas no setor.
(dois pronomes implícitos: eu, nós) Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir
Até me encontrarem, vocês terão de procurar vai ter sujeito “problemas”, e vai ser variável)
muito. (preposição no início da oração)
� Verbo na voz passiva sintética
Para nós nos precavermos, precisaremos de luz.
Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta.
(verbos pronominais)
Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser � Verbo concordando com o antecedente correto
indicando tempo) do pronome relativo ao qual se liga
Estudo para me considerarem capaz de aprova- Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que
ção. (pretensão de indeterminar o sujeito) tinham experiência.
Para vocês terem adquirido esse conhecimento,
� Sujeito coletivo com especificador plural
foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com-
Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram.
posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no
particípio) � Sujeito oracional
Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no
z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal:
singular)
Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu-
� Núcleo do sujeito no singular seguido de adjun-
LÍNGUA PORTUGUESA

ção verbal)
Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono to ou complemento no plural
sendo sujeito do infinitivo) Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar
atrito. (verbo no singular)
Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo
no plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto o Casos Facultativos
impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”.
z A multidão de pessoas invadiu/invadiram o
Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo estádio.
com valor genérico)
z Aquele comediante foi um dos que mais me fez/
São casos difíceis de solucionar. (infinitivo prece-
fizeram rir.
dido de preposição de ou para)
Soldados, recuar! (infinitivo com valor de imperativo) z Fui eu quem faltou/faltei à aula. 53
z Quais de vós me ajudarão/ajudareis? Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar
os adjetivos (também no singular), antepor um artigo
z “Os Sertões” marcou/marcaram a literatura
a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a
brasileira.
língua inglesa, a francesa e a alemã.
z Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a
ciência. (1,5% corresponde ao singular) z Com função de predicativo do sujeito
z Chegaram/Chegou João e Maria. Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará
z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram com a soma dos elementos.
aqui. Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados.

z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política Com o verbo antes do sujeito o predicativo do su-
brasileira. jeito acompanhará a concordância do verbo, que por
sua vez concordará tanto com a soma dos elementos
z O problema do sistema é/são os impostos. quanto com o nome mais próximo.
z Hoje é/são 22 de agosto. Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Esta-
vam abandonados a casa e o quintal.
z Devemos estudar muito para atingir/atingirmos
a aprovação. Como saber quando o adjetivo tem valor de adjun-
to adnominal ou predicativo do sujeito? Substitua os
z Deixei os rapazes falar/falarem tudo. substantivos por um pronome:
Ex.: Existem conceitos e regras complicados.
Silepse de Número e de Pessoa (substitui-se por “eles”)
Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles
Conhecida também como “concordância irregular,
existem complicados”.
ideológica ou figurada”. Vejamos os casos:
Como o adjetivo desapareceu com a substituição,
então é um adjunto adnominal.
z Silepse de número: usa-se um termo discordando
do número da palavra referente, para concordar z Com função de predicativo do objeto
com o sentido semântico que ela tem. Ex.: Flor tem
vida muito curta, logo murcham. (ideia de plurali- Recomenda-se concordar com a soma dos substan-
dade: todas as flores) tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor-
z Silepse de pessoa: o autor da frase participa do dância com o termo mais próximo.
processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa do plu- Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados.
ral. Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e
diversas etnias, somos multiculturais. seus subordinados.

Algumas convenções
CONCORDÂNCIA NOMINAL
� Obrigado / próprio / mesmo
Define-se como a adaptação em gênero e número Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”.
que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como A própria enfermeira virá para o debate.
o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes, Elas mesmas conversaram conosco.
adjetivos, numerais).
O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em Dica
gênero e número com o nome a que se referem.
Ex.: Parede alta. / Paredes altas. O termo mesmo no sentido de “realmente” será
Muro alto. / Muros altos. invariável.
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação.
Casos com adjetivos
z Só / sós
z Com função de adjunto adnominal: quando o Variáveis quando significarem “sozinho” /
adjetivo funcionar como adjunto adnominal e esti- “sozinhos”.
ver após os substantivos, poderá concordar com Invariáveis quando significarem “apenas,
as somas desses ou com o elemento mais próximo. somente”.
Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. / Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas
Encontrei colégios e faculdades ótimos. apenas queriam ficar sozinhas.)
A locução “a sós” é invariável.
Há casos em que o adjetivo concordará apenas Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de
com o nome mais próximo, quando a qualidade per-
ficar a sós.
tencer somente a este.
Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira. � Quite / anexo / incluso
Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho Concordam com os elementos a que se referem.
Ex.: Estamos quites com o banco.
Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno- Seguem anexas as certidões negativas.
minal e estiver antes dos substantivos, poderá con- Inclusos, enviamos os documentos solicitados.
cordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.:
Existem complicadas regras e conceitos. � Meio
Quando houver apenas um substantivo qualifica- Quando significar “metade”: concordará com o
do por dois ou mais adjetivos pode-se: elemento referente.
Colocar o substantivo no plural e enumerar o ad- Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa.
jetivo no singular. Ex.: Ele estuda as línguas inglesa, Quando significar “um pouco”: será invariável.
54 francesa e alemã. Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora).
� Grama Na alternativa A, a frase enunciada pela menina
Quando significar “vegetação”, é feminino; quan- deveria flexionar no feminino o adjetivo “obrigada”,
do significar unidade de medida, é masculino. portanto está incorreta. Na alternativa B, o adjeti-
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha. vo “inclusa” deve concordar em gênero e número,
“A grama do vizinho sempre é mais verde.” havendo a necessidade do plural, o mesmo ocorre
� É proibido entrada / É proibida a entrada em C, portanto mais duas alternativas incorretas.
Se o sujeito vier determinado, a concordância do Na alternativa D a palavra “meia” é um advérbio,
verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou pois modifica o adjetivo tonta, sendo, portanto,
seja, tanto o verbo quanto o predicativo concorda- invariável, acarretando o erro dessa alternativa. Já
rão com o determinante. na alternativa E termos “bastantes” corretamente
Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta cami- empregado, pois assume valor de “muitos”. Respos-
nhada está boa. ta: Letra E
É proibido entrada de crianças. / É proibida a
entrada de crianças. 2. (TJ-SC – 2010) Assinale a frase correta em termos de
Pimenta é bom? / A pimenta é boa? concordância nominal:
� Menos / pseudo
São invariáveis. a) Por essa razão se faz necessária a agilização de pro-
Ex.: Havia menos violência antigamente. cedimentos como a apuração da base de cálculos.
Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen- b) Julgo procedente em parte os pedidos promovidos
to é pseudo-objetivo. por Maria e José.
c) As duplicatas apenso não foram resgatadas.
� Muito / bastante d) O veículo estará à sua disposição no local e hora
Quando modificam o substantivo: concordam com aprazado.
ele. e) Embora meia tonta, a moça conseguiu dizer “muito
Quando modificam o verbo: invariáveis. obrigado”.
Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito
irritados.
O trecho “[...] se faz necessária a agilização” está
Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bas-
correto porque o termo “necessária” concorda com
tante irritados.
o artigo definido feminino singular “a”. Resposta:
Se ambos os termos puderem ser substituídos por
“vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substi- Letra A
tuídos por “bem”, ficarão invariáveis.
3. (TJ-SC – 2010) “Ao meio-dia e ____ , encontrando a
� Tal qual porta da lancheria _____ aberta, Joana entrou e pediu
Tal concorda com o substantivo anterior; qual, ____ grama de sal e _____ porção de sanduíche.” O tex-
com o substantivo posterior. to fica gramaticalmente correto com a inserção de:
Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os
pais. a) meia – meio – meia – meia
Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais
b) meio – meia – meio – meia
quais os pais.
c) meia – meia – meia – meia
Silepse (também chamada concordância figurada)
d) meia – meio – meio – meia
É a que se opera não com o termo expresso, mas o
e) meio – meio – meio – meio
que está subentendido.
Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é linda!)
Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos Ao meio-dia e [meia hora], [...] a porta da lancheria
com o estabelecimento aberto no final de semana.) [meio = um pouco] aberta, [...] pediu [meio = meta-
Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi- de do termo masculino grama] grama de sal e meia
leiros, estamos esperançosos.) porção [...]. Resposta: Letra D

� Possível PLURAL DE COMPOSTOS


Concordará com o artigo, em gênero e número, em
frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”.
Substantivos
Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. /
Conheci crianças as mais belas possíveis.
O adjetivo concorda com o substantivo referen-
te em gênero e número. Se o termo que funciona
como adjetivo for originalmente um substantivo fica
EXERCÍCIOS COMENTADOS invariável.
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: Rosas vermelhas e jasmins pérola. (pérola


1. (FAFIPA – 2020) Para que haja concordância, todos os também é um substantivo; mantém-se no singular)
elementos que compõem a oração precisam estar em Ternos cinza e camisas amarelas. (cinza também é
harmonia. A partir disso, assinale a alternativa em que um substantivo; mantém-se no singular)
NÃO há erro de concordância nominal:
Adjetivos
a) Sempre educada e prestativa, a menina olhou para
todos os convidados e disse: “Muito obrigado!” Quando houver adjetivo composto, apenas o últi-
b) As taxas inclusa no pacote de viagem são muito altas. mo elemento concordará com o substantivo referente.
c) Os diretores mesmo realizaram a campanha na escola. Os demais ficarão na forma masculina singular.
d) Bebi meia garrafa de vinho e fiquei meia tonta. Se um dos elementos for originalmente um subs-
e) Gosto muito de ler Clarice Lispector. Na biblioteca há tantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável.
bastantes livros de sua autoria. Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo. 55
No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o � Nos substantivos compostos em que há repeti-
plural, pois ambos são adjetivos. ção do primeiro elemento:
No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece no zum-zum – zum-zuns;
singular, assim como “verde”, por ser substantivo. tico-tico – tico-ticos;
Nesse caso, o termo composto não concorda com o lufa-lufa – lufa-lufas;
plural do substantivo referente, “folhas”. reco-reco – reco-recos.
Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar. � Nos substantivos compostos grafados ligada-
O termo “claro” fica invariável porque “rosa” tam- mente, sem hífen:
bém pode ser um substantivo. girassol – girassóis;
O termo “mar” fica invariável por seguir a mesma pontapé – pontapés;
lógica de “musgo” do exemplo anterior. mandachuva – mandachuvas;
fidalgo – fidalgos.
Dica � Nos substantivos compostos formados com
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual- grão, grã e bel:
grão-duque – grão-duques;
quer adjetivo composto iniciado por “cor-de” são
grã-fino – grã-finos;
sempre invariáveis.
bel-prazer – bel-prazeres.
O adjetivo composto pele-vermelha tem os dois ele- Não flexão dos elementos
mentos flexionados no plural (peles-vermelhas).
� Em alguns casos, não ocorre a flexão dos elementos
Lista de Flexão dos dois elementos formadores, que se mantêm invariáveis. Isso ocor-
re em frases substantivadas e em substantivos
compostos por um tema verbal e uma palavra
� Nos substantivos compostos formados por pala-
invariável ou outro tema verbal oposto:
vras variáveis, especialmente substantivos e
o disse me disse – os disse me disse;
adjetivos:
o leva e traz – os leva e traz;
segunda-feira – segundas-feiras; o cola-tudo – os cola-tudo.
matéria-prima – matérias-primas;
couve-flor – couves-flores;
guarda-noturno – guardas-noturnos;
primeira-dama – primeiras-damas.
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
� Nos substantivos compostos formados por
temas verbais repetidos: Regência é a maneira como o nome ou o verbo se
corre-corre – corres-corres; relacionam com seus complementos, com ou sem pre-
pisca-pisca – piscas-piscas; posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou
pula-pula – pulas-pulas. advérbio) exige complemento preposicionado, esse
Nestes substantivos também é possível a flexão nome é um termo regente, e seu complemento é um
apenas do segundo elemento: corre-corres, pisca- termo regido, pois há uma relação de dependência
-piscas, pula-pulas. entre o nome e seu complemento.
O nome exige um complemento nominal sempre ini-
Flexão apenas do primeiro elemento ciado por preposição, exceto se o complemento vier em
forma de pronome oblíquo átono.
z Nos substantivos compostos formados por subs- Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe foram
tantivo + substantivo em que o segundo termo leais.
limita o sentido do primeiro termo: Observação: Complemento de “lhe”: predicativo do sujei-
decreto-lei – decretos-lei; to (desprovido de preposição)
cidade-satélite – cidades-satélite; Pronome oblíquo átono: lhe
público-alvo – públicos-alvo; Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do
elemento-chave – elementos-chave. sujeito (desprovido de preposição).
Nestes substantivos também é possível a flexão
dos dois elementos: decretos-leis, cidades-satélites, REGÊNCIA VERBAL
públicos-alvos, elementos-chaves.
Relação de dependência entre um verbo e seu
z Nos substantivos compostos preposicionados: complemento. As relações podem ser diretas ou indi-
cana-de-açúcar – canas-de-açúcar; retas, isto é, com ou sem preposição.
pôr do sol – pores do sol;
fim de semana – fins de semana; Há verbos que admitem mais de uma regência
pé de moleque – pés de moleque. sem que o sentido seja alterado.

Flexão apenas do segundo elemento Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos.
V. T. D: esquecia
� Nos substantivos compostos formados por tema Objeto direto: os favores recebidos.
verbal ou palavra invariável + substantivo ou Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos.
adjetivo: V. T. I.: se esquecia
bate-papo – bate-papos; Objeto indireto: dos favores recebidos.
quebra-cabeça – quebra-cabeças;
arranha-céu – arranha-céus; No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos
ex-namorado – ex-namorados; que, mudando-se a regência, mudam de sentido,
56 vice-presidente – vice-presidentes. alterando seu significado.
Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos. � Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo
(aspiramos = sorvemos) direto e indireto
V. T. D.: aspiramos Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo)
Objeto direto: ar poluídos. A jovem não queria casar com ninguém. (transiti-
Os funcionários aspiram a um mês de férias. vo indireto)
(aspiram = almejam) O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire-
V. T. I.: aspiram to e indireto)
Objeto indireto: a um mês de férias � Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de
predicativo do objeto
A seguir, uma lista dos principais verbos que Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire-
geram dúvidas quanto à regência: to com sentido de “convocar”)
Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre-
� Abraçar: transitivo direto dicativo do objeto com sentido de “denominar,
Ex.: Abraçou a namorada com ternura. qualificar”)
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço � Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi-
� Agradar: transitivo direto; transitivo indireto reto; intransitivo
Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire- Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo
to com sentido de “acariciar”) indireto com sentido de “ser difícil”)
A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti-
vo direto e indireto: sentido de “acarretar”)
no sentido de “ser agradável a”)
Este vinho custou trinta reais. (intransitivo)
� Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto;
� Esquecer: admite três possibilidades
transitivo direto e indireto
Ex.: Esqueci os acontecimentos.
Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não Esqueci-me dos acontecimentos.
personificado) Esqueceram-me os acontecimentos.
Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto
personificado) � Implicar: transitivo direto; transitivo indireto;
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi- transitivo direto e indireto
reto: refere-se a coisas e pessoas) Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria.
(transitivo direto com sentido de “acarretar”)
� Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto Mamãe sempre implicou com meus hábitos.
Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da (transitivo indireto com sentido de “mostrar má
preposição a, rege indiferentemente objeto direto disposição”)
e objeto indireto. Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo
Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto) direto e indireto com sentido de envolver-se”)
Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo � Informar: transitivo direto e indireto
indireto) Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à
Se o infinitivo preposicionado for intransitivo, coisa: objeto indireto, com as preposições de ou
rege apenas objeto direto: sobre
Ajudaram o ladrão a fugir. Informaram o réu de sua condenação.
Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto Informaram o réu sobre sua condenação.
direto: Referente à pessoa: objeto direto; referente à coi-
Ajudei-o muito à noite. sa: objeto indireto, com a preposição a
Informaram a condenação ao réu.
� Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto
� Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi-
Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (tran- reto, com as preposições em e por
sitivo direto com sentido de “angustiar”) Ex.: Ela interessou-se por minha companhia.
Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com
sentido de “desejar muito” – não admite “lhe” � Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi-
como complemento) tivo direto e indireto
Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran-
� Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto sitivo com sentido de “cortejar”)
Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transiti- Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo
vo direto com sentido de “respirar”) indireto com sentido de “desejar muito”)
Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo “Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar-
LÍNGUA PORTUGUESA

indireto no sentido de “desejar”) ret) (transitivo direto e indireto com sentido de


“encantar-se”)
� Assistir: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de � Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos
“prestar assistência” Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito.
O médico assistia os acidentados. Não desobedeçam à sinalização de trânsito.
O médico assistia aos acidentados. � Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi-
- Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar” tivo direto e indireto
Não assisti ao final da série. Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto)
Você pagou ao dono do armazém? (transitivo
O verbo assistir não pode ser empregado no particípio. indireto)
É incorreta a forma “O jogo foi assistido por milha- Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo
res de pessoas.” direto e indireto) 57
� Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto; c) A pesquisa da qual foram submetidos revelou infor-
transitivo direto e indireto mações novas.
Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto) d) As objeções contra as quais se levantaram não tinham
A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto) qualquer fundamento.
Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e e) As leis às quais se referem foram julgadas pela
indireto) pesquisa.
� Suceder: intransitivo; transitivo direto
Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no O correto é “A pesquisa à qual foram submetidos”,
sentido de “ocorrer”) para respeitar a regência do nome “submetidos”.
A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido Faz-se a pergunta: “Submetidos a quem ou a quê?”.
de “vir depois”) Resposta: Letra C.
REGÊNCIA NOMINAL
2. (TJ-SC – 201) Analise as proposições sob o aspecto
da regência verbal:
Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér-
bios) exigem complementos preposicionados, exceto
quando vêm em forma de pronome oblíquo átono. I. Comunique aos candidatos de que as provas serão
realizadas em outro local.
Advérbios Terminados em “mente” II. Fundação, pilares, lajes, vigas, caixas-d’água, escadas
em concreto armado devem obedecer às normas da
Os advérbios derivados de adjetivos seguem a ABNT.
regência dos adjetivos: III. Essa mudança de percepção dos riscos ambientais
implica maior influência da participação popular nos
análoga / analogicamente a projetos industriais.
contrária / contrariamente a
IV. Esperamos que cheguem logo a nossas mãos os
compatível / compativelmente com
documentos visando a instruir o processo.
diferente / diferentemente de
favorável / favoravelmente a
paralela / paralelamente a a) Estão corretas somente as proposições II, III e IV.
próxima / proximamente a/de b) Estão corretas somente as proposições I, II e III.
relativa / relativamente a c) Estão corretas somente as proposições I, III e IV.
d) Estão corretas somente as proposições I, II e IV.
Preposições Prefixos Verbais e) Todas as proposições estão corretas.
Alguns nomes regem preposições semelhantes a
A forma correta de I seria: “Comunique aos candida-
seus “prefixos”:
tos que as provas serão realizadas em outro local”.
dependente, dependência de O verbo “comunicar” é transitivo direto e indireto,
inclusão, inserção em e, no contexto, o objeto direto é a oração subordina-
inerente em/a da substantiva “que as provas serão realizadas em
descrente de/em outro local”. Resposta: Letra A.
desiludido de/com
desesperançado de
desapego de/a
convívio com
convivência com
COLOCAÇÃO PRONOMINAL DOS
demissão, demitido de PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS
encerrado em (PRÓCLISE, MESÓCLISE E ÊNCLISE)
enfiado em
imersão, imergido, imerso em
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
instalação, instalado em
interessado, interesse em Estudo da posição dos pronomes na oração.
intercalação, intercalado entre
supremacia sobre Próclise

Pronome posicionado antes do verbo.

EXERCÍCIOS COMENTADOS Casos que atraem o pronome para próclise:

1. (CEPERJ – 2013) “...não passa de uma manifestação z Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.: Não
de racismo, do qual, aliás, o brasileiro gosta de decla- me submeto a essas condições.
rar-se isento”. Nessa oração, o emprego da forma “do z Pronomes indefinidos, demonstrativos, relati-
qual” está ligado à presença do termo “isento”, que vos. Ex: Foi ela que me colocou nesse papel.
solicita a presença da preposição de. A frase criada z Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se apre-
apresenta desvio da norma culta nesse mesmo tipo de sente como um rico investidor, ele nada tem.
estrutura em: z Gerúndio precedido da preposição em. Ex: Em se
tratando de futebol, Maradona foi um ídolo.
a) Os assaltos dos quais falam são cotidianos na cidade z Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na espe-
de São Paulo. rança de sermos ouvidos, muito lhe agradecemos.
b) Os crimes contra os quais lutam os policiais oferecem z Orações interrogativas, exclamativas, optati-
58 perigo à sociedade. vas (exprimem desejo). Ex.: Como te iludes!
Mesóclise a aceitação mútua de erros e desvios da norma culta
escrita: “ele escreve tudo errado, mas eu aceito para
Pronome posicionado no meio do verbo. não ser cobrado por ele da mesma forma quando
errar”. Usam-se imagens, símbolos gráficos, abrevia-
Casos que atraem o pronome para mesóclise: ções que mais se assemelham a códigos criptografa-
Os pronomes devem ficar no meio dos verbos que dos do que à própria língua portuguesa.
estejam conjugados no futuro, caso não haja nenhum O maior problema é que isso gera um reforço nega-
motivo para uso da próclise. Ex.: “Dar-te-ei meus bei- tivo: treina-se uma escrita que não promove a prática
jos agora...” ideal da comunicação verbal normatizada. O resul-
tado é que, quando ocorre a exigência da produção
Ênclise escrita, a prática que se tem não promove a eficiência
nessa categoria de comunicação.
Pronome posicionado após o verbo.
Como, em pouco tempo, desenvolver a habilidade da
Casos que atraem o pronome para ênclise: escrita em quem tem dificuldade de passar para o
papel o que tem na sua cabeça?
z Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me muito
honrada com esse título. Inicialmente, em um procedimento tradicional
z Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por favor. de produção de textos, começa-se pela apresentação
z Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o quan- de exemplos de textos bem escritos, mostra-se sua
to sou importante. estrutura, apresentam-se as partes que o compõem.
Depois disso, inicia-se a identificação dessas partes e
Casos proibidos: Início de frase: Me dá esse cader- de como elaborá-las separadamente: como se constrói
no! (errado) / Dá-me esse caderno! (certo). um parágrafo; quais são as fases de sua elaboração;
Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lembrou quais são os diferentes tipos de parágrafos. Também é
de nada (errado) / Falou pouco; lembrou-se de nada mostrado como podem ser os parágrafos que introdu-
(correto). zem, desenvolvem e concluem um texto dissertativo.
Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato E só depois de exercitar esses primeiros procedimen-
(errado) / Tinha se lembrado do fato (correto). tos é que se passa à produção de um trabalho comple-
to, buscando a eficiência do todo por intermédio do
agrupamento de cada uma das partes estudadas até a
formação de um bloco contínuo e completo.

REDAÇÃO
Importante!
REDAÇÃO DISCURSIVA
O truncamento desse trabalho ocorrerá certa-
Alunos, vamos trabalhar nesse material a redação mente se o aprendiz não se dispuser a praticar
discursiva. Aqui, apresentaremos a vocês um projeto esses conceitos. É aí que começa a frustração
de redação dissertativa. Você irá estudar algumas dos potenciais autores, pois muitas vezes só vão
características inovadoras no conceito de produção de tentar praticar a escritura da sua redação após
textos para quem quer atingir um melhor resultado terem terminado o estudo do livro didático e
em provas que exijam do candidato a habilidade de sentem muita dificuldade no momento do agru-
produzir um texto. pamento, isto é, de fazer virar o todo, aquilo que
Neste material serão apresentados os aspectos aprendeu a fazer por partes. Se o resultado não
gerais da redação discursiva em sua estrutura textual, for satisfatório, eles simplesmente assumirão a
bem como todos os passos para a sua produção com dificuldade como uma inabilidade pessoal.
eficiência. Porém, é importante dar atenção às dúvi-
das que geralmente são apresentadas pelos alunos
para que se possa dar solução aos principais proble- Como proposta de solução para essa dificulda-
mas que eles relatam. de, vamos partir de um princípio inverso em que se
começa da materialização do texto eficiente, satisfa-
Por que é tão difícil produzir um texto eficiente? zendo os anseios dos nossos alunos: começamos pelo
todo para depois estudarmos as partes. Esse trabalho
Sempre se ouvem os temores de alunos quanto consiste na elaboração de máscaras de redação, o que
LÍNGUA PORTUGUESA

às provas que cobram dos candidatos habilidades na proporciona a você um ponto de partida concreto na
produção de questões discursivas. Alguns dizem se produção de redações eficientes a partir de modelos
sentirem tão despreparados que terminam por desis- prontos e que poderão ser reproduzidos e adaptados
tir dos concursos que trazem a redação como critério para qualquer tema proposto pela banca organizado-
de classificação. ra do concurso, respeitando ainda o caráter da origi-
Tem de se reconhecer que o hábito de escrever não nalidade e da criatividade de cada autor.
está na prática do cotidiano da maioria das pessoas e As máscaras de redação garantem a eficácia sobre
que, hoje em dia, quando se dispõem a fazê-lo, exerci- os principais quesitos exigidos pelas bancas organiza-
tam essa habilidade normalmente em ambientes vir- doras dos critérios de correção dos textos, tais como
tuais como sites de comunicação e na elaboração de progressão textual e sequencialização, coesão e conse-
e-mail. Nesses expedientes ocorre o que chamam de quentemente coerência, além de atender naturalmen-
“pacto da mediocridade”, sem intenção ofensiva, que te à estrutura própria dos textos dissertativos. Outro
caracteriza a postura displicente de como se escreve e ponto importante é o de permitir ao candidato uma 59
projeção bem aproximada da extensão do seu texto Se tiver de pôr título, qual palavra dele deve-se pôr
em número de linhas. em maiúscula?
Outra finalidade dessa proposta é também a de
desenvolver uma maior agilidade na projeção e na Há duas possibilidades:
construção da redação, otimizando o tempo de sua
elaboração durante a prova. Então vamos lá! z A primeira forma convencionada diz que só a pri-
meira palavra do título deve ser iniciada por letra
maiúscula, como em:
DÚVIDAS FREQUENTES QUANTO À REDAÇÃO PARA
CONCURSOS PÚBLICOS
É bom fazer redação com o Nélson!
Selecionamos dúvidas que frequentemente apare-
z A segunda forma permite que você coloque todas
cem sobre as redações para concursos públicos e que as palavras com iniciais maiúsculas, com exceção
certamente pode ser a sua dúvida. Vejamos: dos vocábulos monossilábicos e átonos (sem senti-
do próprio), como preposições e artigos:
Qual o peso ou a importância da redação em um
concurso público? É bom fazer Redação com o Nélson!

O peso da redação é muito grande, por isso, ela „ Nomes próprios são sempre com iniciais
faz a diferença na aprovação. Nos concursos atuais, maiúsculas.
a redação se tornou o passaporte para o ingresso em „ Use pontuação significativa se for necessário,
grande parte das carreiras públicas, pois de nada vale como interrogação e exclamação. O ponto final
um resultado positivo na prova objetiva se não obti- é dispensável.
ver sucesso em sua redação.
É preciso usar letra cursiva ou pode ser de forma?
Os candidatos costumam dedicar seu tempo de
estudos à prova objetiva e deixar a redação por últi-
Como já dissemos, a letra cursiva (letra de mão)
mo. Na maioria das vezes, passam naquela e repro-
só será necessária se for uma exigência do edital. De
vam nesta. Não dá para subestimar a redação, é uma maneira geral, o que se pede é a legibilidade.
preciso exercitar sempre. Nesse caso você pode até misturar tudo:
Caligrafia / Caligrafia / CALIGRAFIA / CaliGrAfia
O que conta mais para um bom resultado: ter bons É importante sempre se lembrar de respeitar as
conhecimentos sobre o assunto apresentado na regras de caixa alta e caixa baixa, ou seja, maiúscula e
proposta ou ter bons conhecimentos em língua minúscula devem ser diferenciadas:
portuguesa? Caixa alta <CALIGRAFIA>, caixa baixa <caligrafia>.

Em verdade, os dois aspectos são equivalentes em O que é texto em prosa?


importância. No que diz respeito aos conhecimentos
de língua portuguesa, estamos nos referindo à estru- Como já dissemos, mas vale a pena repetir, texto
em prosa é aquele que naturalmente usamos para
tura e à linguagem do texto dissertativo. Subentende-
escrever um bilhete, uma carta, nos comunicarmos
-se que quem domina estes dois aspectos não tenha
em “e-mail” etc. Ele se constrói em estrutura linear
dificuldades com a ortografia e outros aspectos gra- (linha cheia) por meio de parágrafos. É a forma
maticais que, em prova, inclusive, pouco peso tem. comum de escrever. É contrária ao verso, que exige
uma elaboração estrutural e demonstra preocupação
Qual é a diferença entre tema e título? com rimas e arranjos vocabulares alheios à sintaxe.
Veja um exemplo de texto em verso:
Tema é o assunto proposto pela instituição. Tem
caráter geral e abrangente, e propõe questões que A rosa de Hiroxima
devem ser abordadas obrigatoriamente com objeti- Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
vidade pelo candidato. Essa objetividade é um fator
Pensem nas meninas
determinante para que sua composição fique delimita- Cegas inexatas
da àquilo que é possível desenvolver em sua redação. Pensem nas mulheres
E o que é a delimitação do tema? É simples. É a Rotas alteradas
elaboração de sua tese que, por sua vez, é seu posi- Pensem nas feridas
cionamento sobre esse tema. Na maioria das vezes, o Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
número de linhas que é proposto para se desenvolver
Da rosa da rosa
o tema é limitado. Geralmente não passa de 30 linhas, Da rosa de Hiroxima
por isso é preciso ser claro e direto no desenvolvimen- A rosa hereditária
to da argumentação. A rosa radioativa
Título é o nome que você dá a sua redação. Ele tem Estúpida e inválida
a função de apresentar e chamar a atenção sobre o A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
assunto desenvolvido. Porém, é importante lembrar
Sem cor sem perfume
que são poucas as instituições que solicitam que o Sem rosa sem nada.
candidato dê um título ao texto. Se ele não for pedido,
60 não é para colocá-lo. (http://www.revista.agulha.nom.br/vm.html/rosa)
Agora um exemplo de texto em prosa: A introdução deve ser clara e chamar a atenção
para dois itens básicos: os objetivos do texto e o pla-
“Hiroshima ou Hiroxima (em japonês: 広島市) é no do desenvolvimento. Sem ter medo de apresentar
uma cidade japonesa localizada na província de alguma previsibilidade de seu projeto, você, autor,
Hiroshima. Fica no rio Ota (Otagawa), cujos seis deve expor os caminhos por que percorrerá em sua
canais dividem a cidade em ilhas. Cresceu em tor- explanação. Lembre-se de que o leitor, corretor de seu
no de um castelo feudal do século XVI. Recebeu o trabalho, é um professor experiente e é a organização
estatuto de cidade em 1589. Serviu de quartel-gene-
que mais o impressionará nesse momento. Por isso,
ral durante a guerra sino-japonesa (1894-95). Em 6
não tenha medo de ser objetivo e previamente ilustra-
de agosto de 1945 foi a primeira cidade do mundo
arrasada por uma bomba atômica: 250 mil pessoas
tivo quanto aos seus propósitos de trabalho.
foram mortas ou feridas.” Ex.: Parágrafo de introdução
Todos sabem o quanto a tecnologia vem imple-
mentando novos valores à vida do homem moder-
Importante! no principalmente no que diz respeito a sua vida
em sociedade (1). É notório o desenvolvimento da
Não se esqueça! Redação para concurso é em tecnologia em campos como o da educação (2) e o
prosa. dos serviços sociais (3). Essas inovações vão ainda
muito além disso, atingindo vários outros espaços
(http://pt.ikipedia.org/wiki/Hiroshima/28cidade/29 do cotidiano (4) da maioria das pessoas.
(1) A tese: a tecnologia vem implementando novos
O que eu faço se errar uma palavra quando estiver valores à vida do homem moderno principalmente no
passando a limpo minha redação? que diz respeito a sua vida em sociedade;
(2), (3), (4) Os argumentos são levantados a fim
Erro é erro, não dá para voltar no tempo. Porém, de sustentar a tese: o desenvolvimento da tecnologia
muitas instituições orientam os candidatos a passar um em campos como o da educação (2) / o dos serviços
traço simples sobre a palavra e continuar escrevendo sociais (3) / inovações atingindo vários outros espaços
como se nada houvesse acontecido. Geralmente, nesses do cotidiano (4).
casos, o erro não é considerado. Sendo assim, não perca
tempo sofrendo e faça como no exemplo a seguir: Desenvolvimento
Vamos começar nossa dedação redação agora.
Entendeu? O desenvolvimento é a parte em que você deve
expor os elementos que vão fundamentar sua tese que
ESTRUTURA DISSERTATIVA – COESÃO, pode vir especificada por intermédio de argumentos,
PARALELISMO E PROGRESSÃO DISCURSIVA de pormenores, de exemplos, de citações, de dados
estatísticos, de explicações, de definições, de confron-
Neste assunto trabalharemos alguns elementos tos de ideias e contra argumentações. Você poderá
importantes para iniciarmos nossa produção de textos. usar tantos parágrafos quanto achar necessário para
Começaremos com a estrutura do texto dissertativo. desenvolver suas teorias, porém em redações de cur-
Como todos sabem, a dissertação é um tipo de tex- ta extensão o ideal é que cada parágrafo apresente
to que se caracteriza pela exposição e defesa de uma objetivamente apenas um dos argumentos a serem
ideia que será analisada e discutida a partir de um desenvolvidos, ou ainda, que esses argumentos sejam
ponto de vista. Para tal defesa o autor do texto dis- agrupados caso vários deles devam ser apresentados
sertativo trabalha com argumentos, com fatos, com para sustentar sua tese.
dados, os quais utiliza para reforçar ou justificar o Ex.: apresentação do primeiro argumento sobre “o
desenvolvimento de suas ideias. desenvolvimento da tecnologia em campos como o
Para atender a esse propósito, a dissertação deve da educação”
apresentar uma organização estrutural que conduza Alguns argumentam que é importante reconhecer
as informações ao leitor de forma a seduzi-lo quanto o papel das redes mundiais de informação para
ao reconhecimento da verdade proposta como tese. o favorecimento da construção do conhecimento.
Compreende-se como estrutura básica de uma disser- Hoje é possível visitar um museu, consultar uma biblio-
tação a divisão da exposição da argumentação em três teca e até mesmo estudar sem sair de casa. Por meio da
partes distintas: a introdução, o desenvolvimento e a internet, muito da sabedoria mundial pode ser alcança-
conclusão: da por qualquer pessoa que a deseje. Basta estar diante
A estrutura do texto dissertativo constitui-se de: de um computador, ou de posse de um desses modernos
aparelhos celulares para se ligar a qualquer momento
LÍNGUA PORTUGUESA

Introdução ao universo virtual. Hoje é possível ler qualquer livro a


qualquer momento em um desses dispositivos.
A introdução do texto dissertativo é a apresenta- Ex.: apresentação do segundo argumento sobre “o
ção de seu projeto. Ela deve conter a tese de sua dis- desenvolvimento da tecnologia em campos como o
sertação, ou seja, deve apresentar seu posicionamento dos serviços sociais”
sobre o tema proposto pela banca. Esse momento Outro aspecto que merece destaque especial é quan-
é muito importante para o leitor, pois é aí que será to ao atendimento oferecido ao cidadão pelos
mostrada a identificação de suas ideias com o tema. É órgãos do serviço público. Já é possível registrar
um bom momento para apresentá-lo aos argumentos um boletim de ocorrências via computador ou ainda
sequencialmente ordenados de acordo com a progres- agendar a emissão de passaportes junto às agencias da
são que você dará a sua redação (progressão textual). Policia Federal em qualquer lugar do Brasil. Consultas
médicas podem ser marcadas em hospitais públicos ou 61
privados e os exames realizados podem ser consultados z Elementos Catafóricos: Este, esta, isto, tal como,
diretamente do banco de dados dessas entidades. a saber...
Ex.: apresentação do terceiro argumento sobre “as
inovações em vários outros espaços do cotidiano” São palavras referentes a outras que irão aparecer
E isso não para por aí. Ainda convém lembrar que no texto:
de muitas outras formas a tecnologia interfere
positivamente em nossas vidas. As relações sociais
se intensificaram depois do surgimento das várias
redes de relacionamento tendo início com o Orkut e o Ex.: Este novo produto a deixará maravilhosa, é o
Facebook, permitindo que as pessoas se reencontrem xampu Ela. Use-o e você não vai se arrepender!
em ambientes virtuais, o que antigamente exigiria mui-
to esforço coletivo para tais eventos. Programas como O pronome demonstrativo este apresenta um ele-
o Zoom e o Google Meet possibilitam que as pessoas mento do qual ainda não se falou = o xampu.
conversem e interajam em diferentes partes do mundo
sem nenhum custo além dos já dispensados com seus z Coesão lexical: são palavras ou expressões
provedores residenciais. Uma mãe que mora longe dos equivalentes.
filhos já pode vê-los ou aos netos, pela tela de um note-
book ou celular, sempre que sentir saudade. A repetição de palavras compromete a qualidade
do texto, mostrando falta de vocabulário do redator.
Conclusão Assim, é aconselhável a utilização de sinônimos:
Ex.: Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase -
A conclusão é a retomada da ideia principal, que êxtase tão grande que sacrificaria o resto de minha
agora deve aparecer de forma muito mais convin- vida por umas poucas horas dessa alegria.
cente, uma vez que já foi fundamentada durante o Nesse caso a palavra alegria aparece como sinôni-
desenvolvimento da dissertação. Deve, pois, conter mo semântico da palavra amor, representando-a.
de forma sintética, o objetivo proposto na instrução, a
confirmação da hipótese ou da tese, acrescida da argu- z Coesão por elipse ou zeugma (omissão): é a
mentação básica empregada no desenvolvimento. omissão de um termo facilmente identificável.
Ex.: considerações finais
Tendo em vista esses aspectos observados sobre
Podemos ocultar o sujeito da frase e fazer o leitor
esse admirável mundo de facilidades técnicas, só nos
procurar no contexto quem é o agente, fazendo corre-
resta comentar que não foi só o computador que
lações entre as partes:
tornou a vida do cidadão mais simples e confor-
Ex.: O marechal marchava rumo ao leste. Não
tável, mas outros campos da tecnologia também
tinha medo, (?) sabia que ao seu lado a sorte também
contribuíram para isso. Os aparelhos de GPS, que
galopava.
nos orientam a qualquer direção, ou ainda diver-
A interrogação representa a omissão do sujeito
sos dispositivos médicos portáteis, garantem a
marechal que fica subentendido na oração.
melhora da qualidade de vida de todos os homens
do nosso tempo.
z Conectivos principais: preposições e suas locu-
ções: em, para, de, por, sem, com...
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS

Coesão Conjunções e suas locuções: e, que, quando, para


que, mas...
Coesão pode ser considerada a “costura” textual, Pronomes relativos, demonstrativos, possessivos,
a “amarração” na estrutura das frases, dos períodos pessoais: onde, que, cujo, seu, este, esse, ele...
e dos parágrafos que fazemos com palavras. Para Ex.: Os programas de TV, em que nós podemos ver
garantir uma boa coesão no seu texto, você deve pres- muitas mulheres nuas, são imorais. Desde seu iní-
tar atenção a alguns mecanismos. Abaixo, em negrito, cio, a televisão foi usada para facilitar o domínio da
há exemplos de períodos que podem ser melhorados sociedade. Como exemplo, podemos citar a chegada
utilizando os mecanismos de coesão: do homem à Lua, onde os EUA conseguiram com sua
propaganda capitalista frente a uma Guerra Fria, a
z Elementos Anafóricos: Esse, essa, isso, aquilo, simpatia de grande parte da população do planeta.
isso, ele...
Coerência
São palavras referentes a outras que apareceram
no texto, a fim de retomá-las. Coerência textual é uma relação harmônica que se
estabelece entre as partes de um texto, em um contex-
to específico, e que é responsável pela percepção de
Ela = Dolores seu = Ela uma unidade de sentido. Sendo assim, os principais
aspectos envolvidos nessa questão são:
Ex.: Dolores era beleza única. Ela sabia do seu
poder de seduzir e o usava z Coerência semântica

Refere-se à relação entre significados dos elemen-


tos da frase (local) ou entre os elementos do texto
o = poder
62 como um todo:
Ex.: Paulo e Maria queria chegar ao centro da Ex.: Passe-me essa jarra de suco, por favor. – pediu ela
questão. - Não caberia aqui pensar em centro como ao rapaz que sentara à sua frente.
bairro de uma cidade. Aquele (lá): pronome de 3ª pessoa: a referência
É nesse caso que entra o estudo da coesão por meio será ao ser que está distante do falante e do ouvin-
do vocabulário. te: As duas no portão não aguentavam de curiosidade,
quem seria aquele moço na esquina?
z Coerência sintática: refere-se aos meios sintáti-
cos que o autor utiliza para expressar a coerência z Indicando localização temporal:
semântica: “A felicidade, para cuja obtenção não
existem técnicas científicas, faz-se de pequenos Este (presente): Neste ano haverá Copa do Mundo.
fragmentos...” - como leitor do texto, você deve Esse (passado próximo: Nesse ano que passou, não
entender que o pronome cuja foi empregado para tivemos Copa do Mundo.
estabelecer posse entre obtenção e felicidade. Esse (passado futuro): A próxima copa será em
2014. Nesse ano poderemos ver todos os jogos aconte-
É nesse caso que entra o estudo da coesão com o cerem aqui em nosso país.
emprego dos conectivos. Aquele (passado distante ou bastante vago):
Naquela época, não havia iluminação elétrica.
z Coerência estilística: refere-se ao estilo do autor,
à linguagem que ele emprega para redigir. O lei- z Fazendo referências contextuais (funções anafó-
tor atento a isso consegue facilmente entender a rica e catafórica):
estrutura do texto e relacionar bem as informa-
ções textuais. Além disso, percebendo se a lin- Este: refere-se a um elemento sobre o qual ainda
guagem do texto é figurada ou não, seu raciocínio se vai falar no texto (referência catafórica). Ex.: Este
interpretativo deverá funcionar de uma determi- é o problema: estou dura. Pode também fazer uma
nada maneira, como podemos ver neste texto de referência de especificação a um elemento já expres-
Fernando Pessoa: so (ref. anafórica). Ex.: Ana e Bia saíram, esta foi ao
cinema.
Já sobre a fronte vã se me acinzenta Esse: refere-se a um elemento já mencionado no
O cabelo do jovem que perdi. texto (referência anafórica). Ex.: Comprei aspirina.
Meus olhos brilham menos. Esse remédio é ótimo.
Já não tem jus a beijos minha boca. Este: refere-se à última informação antecedente a
Se me ainda amas por amor, não ames: ele no texto;
Trairias-me comigo. Aquele: refere-se à informação mais distante dele
no texto. Ex.: Ana, João e Cris são irmãos; esta é quie-
(Ricardo Reis/Fernando Pessoa)
ta, esse fala pouco e aquela fala muito.
z Elementos importantes de coesão e coerência:
Período composto
para continuarmos o estudo de coesão e coerência,
devemos relembrar alguns elementos gramaticais
z Que, o/a (s) qual (s): referem-se à coisa ou pessoa.
importantes:
Ex.: O livro que li é ótimo. / O livro o qual li é ótimo.
z Pronome demonstrativo: indicam posição dos
z Quem – refere-se à pessoa, sempre preposiciona-
seres em relação às pessoas do discurso, situando-
do. Ex.: Esta é a aluna de quem falei.
-o no tempo e/ou no espaço (função dêitica destes
z Cujo (parecido com o possessivo): estabelece pos-
pronomes). Podem também ser empregados fazen-
se. Ex.: Este é o autor com cujas ideias concordo.
do referência aos elementos do texto (função ana-
z Onde (= em que): refere-se a lugar. Ex.: A rua onde
fórica ou catafórica). São eles:
(em que) moro é movimentada.

ESTE (A/S), ESSE (A/S), Têm função de pronome Atenção:


AQUELE (A/S) adjetivo. Observar a palavra a que se refere o pronome
ISSO, ISTO, AQUILO, O Têm função de pronome relativo para evitar erros de concordância verbal. Ex.:
(A/S) substantivo. Lemos os livros que foram indicados pelo professor
(que = os quais → livros)
MESMO, PRÓPRIO, Quando são demons- Respeitar a regência do verbo ou do nome, usando
SEMELHANTE, TAL (E trativos, são pronomes a preposição exigida quando necessário. Ex.: Este é o
LÍNGUA PORTUGUESA

FLEXÕES). adjetivos. livro a que me refiro.


O verbo referir-se pede a preposição a; por isso, ela
Empregos do pronome demonstrativo aparece antes do que.
Os pronomes como, quando e quanto também
z Indicando localização no espaço: podem ser relativos.
Os relativos compõem as orações subordinadas
Este (aqui): pronome de 1ª pessoa: o falante o adjetivas
emprega para referir-se ao ser que está junto dele. As orações adjetivas podem ser explicativas
Ex.: Este é meu casaco! – a moça avisou, enquanto o – cujo conteúdo é explicativo, genérico, uma infor-
segurava. mação a mais - ou restritivas – cujo conteúdo é de
Esse (aí): pronome de 2ª pessoa: o falante o empre- restrição, especificação, informação importante no
ga para referir-se ao ser que está junto do seu ouvinte. contexto. 63
As Orações Subordinadas Adjetivas e a Semântica z Conformidade: conforme, como, segundo, con-
soante. Ex.: Tudo aconteceu como eles imaginaram.
As orações adjetivas são iniciadas sempre por pro- z Consequência: (tão/tanto...) que, de modo que, de
nomes relativos e podem ser de dois tipos: maneira que, de sorte que. Ex.: Tanto lutou, que
progrediu muito na vida.
z Explicativa: O homem, que é racional, mata.  A z Finalidade: a fim de que, a fim de (+ infinitivo),
oração adjetiva deste caso não tem sentido restriti- que, porque, para que, para (+ infinitivo). Ex.:
vo, pois todos os homens são racionais. Faça bem a sua parte do projeto para que não haja
z Restritiva: O homem que fuma morre mais cedo. reclamações.
 A or. adj. deste caso reporta-se apenas ao homem z Proporcionalidade: à proporção que, à medi-
fumante. da que, na medida em que, quanto mais, quanto
menos, conforme. Ex.: À medida que o progresso
Emprego do cujo e do onde avança, o romantismo diminui.
z Tempo: quando (a ideia pode ser desdobrada em
ideia de condição), enquanto, mal, logo que, assim
Este é o prédio onde
ONDE Lugares. que, sempre que, desde que, conforme. Ex.: Mal ele
fica o 1º cartório.
chegou, todas o rodearam.
Concorda com
Esta é a jovem de
o substantivo cujo pai eu lhe falei.
Paralelismo
posterior e indica
SUBS . CUJO SUBS. que esse subs- Paralelismo pode ser entendido como equilíbrio da
tantivo pertence organização textual, promovendo no texto coerência
Este é o pai de cuja
POSSE a outro termo jovem eu lhe falei. em sua elaboração e, portanto, em seu sentido. Esse
substantivo an- mesmo equilíbrio deve assim ser entendido nos perío-
terior ao cujo. dos, pois sua redação também deve apresentar uma
sequência lógica para que ele tenha sentido claro e
Conjunções coordenativas, locuções conjuntivas, realmente dê a informação pretendida pelo seu autor.
preposições e locuções prepositivas Veja, como exemplo, o que diz o Professor Othon
Marques Garcia em seu livro Comunicação em Prosa
z Adição: e, nem, (não só...) mas também, mas ain- Moderna:
da, tampouco, (não só...) como também. Ex.: A água
cristalina brota da terra e busca seu caminho por “Se coordenação é, como vimos, um processo de
entre as pedras. encadeamento de valores sintáticos idênticos, é
justo presumir que quaisquer elementos da frase
z Adversidade/oposição: mas, porém, contudo, toda-
– sejam orações, sejam termos dela–, coordenados
via, entretanto, no entanto, não obstante. Ex.: Este
entre si, devam – em princípio, pelo menos – apre-
candidato não estudou muito, mas foi aprovado. sentar estrutura gramatical idêntica, pois –como,
z Alternância: ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja... aliás, ensina a gramática de Chomsky – não se
seja. Ex.: Ou estude, ou aguente a reprova. podem coordenar frases que não comportem cons-
z Conclusão: logo, portanto, pois (depois de verbo), tituintes do mesmo tipo. Em outras palavras: as
por isso, então. Ex.: Bebida alcoólica pode causar ideias similares devem corresponder forma verbal
vício, portanto sua venda deve ser considerada ilícita. similar. Isso é o que se costuma chamar paralelis-
z Explicação: que, porque, pois (antes do verbo), mo ou simetria de construção”.
porquanto. Ex.: Não se preocupe, que eu arruma-
rei toda esta bagunça. Vejamos agora alguns exemplos de construções
que apresentam erros de paralelismo:
Conjunções subordinativas adverbiais
z Paralelismo semântico: Em sua última via-
z Causa: porque, como (somente no início do perío- gem pela América Latina como representante do
governo brasileiro, o presidente visitou Havana, a
do), que, já que, visto que, por (+ infinitivo), graças
República Dominicana, Washington e o Presidente
a, na medida em que, em virtude de (+ infinitivo),
Barack Obama.
em face de, desde que, uma vez que. Ex.: Como
estava muito doente, foi ao médico.
Observem que nesse caso o verbo “visitou” está sen-
z Comparação: mais... que, menos... que, tão/tanto...
do empregado de maneira a sugerir que se pode visitar
como, assim como, como. Ex.: Ele sempre se posi-
uma cidade da mesma forma como se visita uma pessoa,
cionou como um líder. ou seja, está empregado de forma errada, já que ocorre
z Concessão: embora, conquanto, ainda que, mesmo um duplo sentido a esse verbo com essa construção.
que, se bem que, apesar de (+ infinitivo), em que pese Uma forma correta de representar a ideia preten-
a (+ infinitivo), posto que, malgrado. Ex.: Embora não dida pelo texto é: Em sua última viagem pela Améri-
esteja me sentindo bem, assistirei à aula até o final. ca Latina como representante do governo brasileiro,
z Condição: se (às vezes prevalece a ideia de causa, o presidente visitou Havana, a República Dominicana,
outras vezes de tempo, ou ainda de oposição), caso, Washington e nesta última cidade foi ver o Presidente
desde que, a não ser que, a menos que (a ideia Barack Obama.
pode ser desdobrada em de concessão), contanto
que, uma vez que. Ex.: Eles não conseguirão vaga z Paralelismo sintático: Nosso time se esforçou bas-
para esse ano letivo, a menos que haja alguma tante em todos os jogos, mas conseguiram se tornar
64 desistência. os campeões este ano.
Veja como a conjunção adversativa “mas” foi inde- os carboidratos no arroz com feijão, as proteínas no
vidamente empregada dando uma ideia de que ser bife com salada além da glicose no cafezinho preto
campeão é oposto ao fato de se esforçar para vencer. com açúcar fornecem um completo abastecimento de
O correto nesse caso seria empregar uma conjunção energia somada ao prazer.
que conduzisse logicamente a primeira oração à ideia
da vitória apresentada na segunda oração, como em: 2° Parágrafo
Nosso time se esforçou bastante em todos os jogos, por
isso (e, dessa forma, logo, consequentemente...) conse- É de fundamental importância o consumo de
guiu se tornar o campeão este ano. alimentos ricos no fornecimento de energia para a
movimentação do nosso corpo. Podemos mencionar,
Progressão textual por exemplo, o arroz com feijão que diariamente
abastece a nossa mesa, por causa de sua riqueza em
A progressão textual é o processo pelo qual o texto carboidratos. Esse complexo alimentar nos recompõe
se constrói a partir de elementos semânticos e grama- da energia própria consumida durante o dia.
ticais. Novas informações devem ser somadas e liga-
das às informações anteriores e não apenas repetidas. 3° Parágrafo
Deve haver a continuidade e a evolução dos concei-
tos já apresentados que podem ser conquistadas por Além disso, as proteínas da carne no bife que
intermédio dos elementos de coesão. comemos servem para repor a massa muscular per-
Veja uma simulação do projeto de máscaras de dida durante o trabalho. E somando-se a isso, há as
redação e observe na prática como a progressão tex- fibras das verduras e folhas que ajudam no proces-
tual ocorre: samento dos alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a
Muito se tem discutido ultimamente sobre (blá, blá, possibilidade de reafirmarmos o valor nutricional do
blá) por causa de (blá, blá, blá). Sabe-se que alguns conjunto de alimentos de nosso prato mais tradicional
fatores como (blá, blá, blá), (blá, blá, blá) e (blá, blá, e de justificarmos os hábitos desenvolvidos em nossa
blá) são a base do desenvolvimento desse problema. As
cultura culinária.
consequências imediatas de (blá, blá, bla´) só pode-
rão ser avaliadas quando (blá, blá, blá).
4° Parágrafo
O primeiro passo a se tomar é o de (blá, blá, blá).
Além de (blá, blá, blá), também se pode especular
Ainda convém lembrarmos outro hábito que
que (blá, blá, blá).
contribui para o sucesso do nosso bem elaborado
Ainda convém chamar a atenção para mais um
cardápio (que é): o de tomarmos um cafezinho após
ponto determinante sobre (blá, blá, blá) que é (blá,
as refeições. Esse conjunto da cafeína mais o açúcar
blá, blá).
O resultado de todo esse esforço é (blá, blá, blá) e reabastece nosso cérebro de energia desviada para os
é em busca de (blá, blá, blá) que se deve (blá, blá, blá). órgãos processadores da digestão no momento em que
Sendo assim (blá, blá, blá). comemos. Essas substâncias reprimem a sonolência
Você pode perceber que, mesmo não abordando típica da hora do almoço nos mantendo despertos.
assunto algum, há um encadeamento lógico da estru-
tura do texto que conduz a uma eficiência argumen- 5° Parágrafo
tativa que admite a idealização uma vasta margem de
desenvolvimentos sobre variados temas. Levando-se em consideração esses aspectos
práticos do prato do brasileiro somos levados a acre-
TEORIA DAS MÁSCARAS ditar que não é apenas por prazer que somos sedu-
zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o
Depois de observar as dificuldades que as pessoas que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde.
têm de se expressarem por meio da escrita, colocamos Sendo assim a falta de qualquer um desses ingredien-
aqui soluções para esses problemas, sem a pretensão tes nos causará debilidade além de insatisfação.
de criar fórmulas mágicas, mas sim de criar um refe- Observe o texto e a estrutura. Imaginemos que o
rencial mais concreto e imediato. tema proposto a nós fosse “A alimentação do brasileiro”
O método aqui utilizado refere-se ao método Teo- e que a partir desse tema tivéssemos que produzir uma
ria das Máscaras dissertação sobre ele. A primeira coisa a fazer seria a
Leia inicialmente o texto piloto desse projeto: delimitação do tema, ou seja, deveríamos buscar com
Projeto de dissertação: Exemplos arroz com objetividade uma tese, dentro desse tema, sobre a qual
feijão. fôssemos capazes de argumentar, como essa:
Tema: A alimentação do brasileiro. “A comida dos brasileiros é muito saudável e tem
LÍNGUA PORTUGUESA

Tese: A comida dos brasileiros é muito saudável tudo de que ele necessita para seu longo dia de trabalho”.
e tem tudo de que ele necessita para seu longo dia de O próximo passo seria o de levantar alguns argumen-
trabalho. tos que sustentassem a tese proposta com valor de ver-
Argumentos: carboidratos no arroz com feijão; dade. Veja como fizemos. Já que estávamos falando da
proteínas no bife com salada; glicose e cafeína do alimentação dos brasileiros, nada melhor do que falar-
cafezinho preto com açúcar. mos sobre seus pontos positivos, pontos estes reconhe-
cidos até por especialistas em alimentação mundial. O
1° Parágrafo valor nutricional que compõe o nosso prato mais popu-
lar. Isso mesmo, o “pf”, o “prato feito” que encontramos
Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida em bares, pequenos restaurantes e, principalmente, na
é saudável e tem tudo de que os brasileiros necessi- maioria das mesas do povo brasileiro: o arroz com fei-
tam para seu longo dia de trabalho. Verifica-se que jão, bife e salada, finalizado com um cafezinho preto. 65
Decompomos esse prato e identificamos seus prin- Veja agora uma coletânea de frases que podem
cipais ingredientes, aqueles merecedores de destaque auxiliá-lo na introdução de seus parágrafos iniciais:
como boa argumentação a favor de nossa tese. Marcamos
o “carboidrato”, presente no arroz e no feijão, como nosso É de conhecimento geral que ... Todos sabem que,
primeiro ponto positivo. Depois foi a vez das “proteínas” em nosso país, há tempos, observa- se...
presentes no bife com salada e chegamos, finalmente, à Cogita-se, com muita frequência, que...
“cafeína” e ao “açúcar” presentes no cafezinho. Pronto, já Muito se tem discutido, recentemente, acerca de...
temos a primeira parte de nosso projeto organizado. É de fundamental importância o (a)....
O próximo passo é juntar tudo no primeiro parágra- Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se desco-
fo, de maneira organizada, de forma que as ideias sejam brir as causas de....
Talvez seja difícil dizer o motivo pelo qual...
apresentadas em uma sequência que deixe claro ao leitor
sobre o que será falado e também qual será a sequência
Assim como no segundo parágrafo, o terceiro e o
de argumentos que será apresentado para dar credibili-
quarto também seguiram o mesmo princípio quanto
dade a nossa tese. Veja o modelo do primeiro parágrafo:
às relações de coesão. As conjunções foram posicio-
nadas para dar coerência a quase qualquer tipo de
Todos sabem o quanto, em nosso país, _____________ argumentação. Veja os parágrafos seguindo suas res-
____________________. Verifica-se que____________________(,) pectivas estruturas vazias:
___________________ além de _____________________ forne-
cem (ou - resultam, culminam, têm como consequência...) 3o Parágrafo:
_________________________________________________________.

Além disso, ______________________________. E soman-


do-se a isso,_________________________ que _____________.
Compare agora com o parágrafo preenchido com
Daí__________________________________________________e
a tese e com os argumentos e veja a amarração que de______________________________________________________.
conseguimos:
Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida é
saudável e tem tudo de que os brasileiros necessitam para
o seu longo dia de trabalho. Verifica-se que os carboidra- Teremos, após preencher o modelo:
tos no arroz com feijão, as proteínas no bife com salada Além disso, as proteínas da carne no bife que come-
além da glicose no cafezinho preto com açúcar fornecem mos servem para repor a massa muscular perdida
um completo abastecimento de energia somada ao prazer. durante o trabalho. E somando-se a isso, há as fibras
A partir daí, fizemos o mesmo para os parágrafos das verduras e folhas que ajudam no processamento dos
seguintes, impondo a eles estruturas programadas alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibilidade de
com relação lógica de coerência e coesão. Você perce- reafirmarmos o valor nutricional do conjunto de alimen-
berá que a continuidade e a progressão textual foram tos de nosso prato mais tradicional e de justificarmos os
sendo procuradas e construídas para dar evolução ao hábitos desenvolvidos em nossa cultura culinária.
texto e aos argumentos.
No segundo parágrafo, iniciamos com uma frase de 4o Parágrafo:
apresentação que valoriza o primeiro argumento, depois
fomos completando os espaços em branco que ligavam
os argumentos entre si com relações preestabelecidas Ainda convém lembrarmos_________________________
(que é): ________________________________________________
de: finalidade ― com a conjunção “para” ―; explicação
___________. Esse _________________________________ para
― com o “que” ― causa ― com a locução “por causa de”. ______________________________. Essa (s) _________________
Veja que, para manter a continuidade textual recupe- _________________________________________________________.
rando sempre a ideia central do parágrafo, nos preocu-
pamos em acrescentar o pronome demonstrativo “Esse”
fechando com uma conclusão sobre esse argumento.
Teremos, após preencher o modelo:
Ainda convém lembrarmos outro hábito que con-
É de fundamental importância o__________________ tribui para o sucesso do nosso bem elaborado cardápio
______________ para_____________________________________.
que é o de tomarmos um cafezinho após as refeições.
Podemos mencionar, por exemplo, ______________que____
______________________________, por causa de _____________ Esse conjunto da cafeína mais o açúcar reabastece
___________________________. Esse ________________________ nosso cérebro de energia desviada para os órgãos pro-
_________________________________________________________. cessadores da digestão no momento em que comemos.
Essas substâncias reprimem a sonolência típica da
hora do almoço nos mantendo despertos.
Para os parágrafos de desenvolvimento, também
Observe como ficou a sequência completa do podemos relacionar frases que você poderá escolher
segundo parágrafo: para dar originalidade ao seu texto:
É de fundamental importância o consumo de ali-
mentos ricos no fornecimento de energia para a movi- z Ao se examinarem alguns; verifica-se que;
mentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por z Pode-se mencionar, por exemplo,
exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece z Em consequência disso; vê-se; a todo instante;
a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidra- z Alguns argumentam que;
tos. Esse complexo alimentar nos recompõe da energia z Além disso;
66 própria consumida durante o dia. z Outro fator existente;
z Outra preocupação constante;
MÁSCARA 01
z Ainda convém lembrar;
z Por outro lado; 1o Parágrafo
z Porém; mas; contudo; todavia; no entanto;
entretanto. Todos sabem o quanto, em nosso país,_______________
______________Verifica-se que____________________________(,)
Lembramos que esses exemplos são apenas suges- __________________________ além de_____________________
tões e que você poderá desenvolver construções que _________ fornecem (ou - resultam, culminam, têm como
atendam sua necessidade a partir de quando você consequência)_________________________________________.
for adquirindo experiência com a produção de textos.
Tanto quanto podemos criar padrões para a introdu- 2o Parágrafo
ção e para o desenvolvimento de nossas redações, também
podemos criá-los para a conclusão de nossa dissertação. É de fundamental importância o_________________
_____________________ para ______________________________.
Acompanhe a organização de nosso último parágrafo.
Podemos mencionar, por exemplo,_______________________
que_________________________, por causa de________________
_______________. Esse______________________________________.
Levando-se em consideração esses aspectos __________
________________________ somos levados a acreditar que___
3o Parágrafo
_________________________________________________________
_______________________, mas também____________________.
Sendo assim ____________________________________________ Além disso,________________________________________. E
_________________________________________________________. somando-se a isso,________________________________que_____
_____________________________. Daí_________________________
____e de__________________________________________________.

Teremos, após preencher o modelo: 4o Parágrafo


Levando-se em consideração esses aspectos
práticos do prato do brasileiro somos levados a acre- Ainda convém lembrarmos__________________ (que é):______
ditar que não é apenas por prazer que somos sedu- _______________________. Esse______________________________
zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o _______________________para_______________________. Essa(s)
que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde. __________________________________________________________.
Sendo assim a falta de qualquer um desses ingredien-
tes nos causará debilidade além de insatisfação. 5o Parágrafo
Os aspectos conclusivos presentes nesse último
parágrafo garantem ao leitor a clareza de que se che- Levando-se em consideração esses aspectos____________
gou ao final do desenvolvimento da tese inicial. As somos levados a acreditar que___________________________,
mas também_______________________________________ Sendo
frases em destaque dão força conclusiva ao parágrafo,
assim_____________________________________________________.
conduzindo a sequência textual a uma possível solu-
ção para os problemas propostos, ou ainda, podem
gerar simples constatações das verdades idealizadas.
Você também pode contar com uma pequena lista de Muito bem, agora que vimos o processo de criação
frases que podem auxiliá-lo nessa tarefa. das máscaras, você poderá começar também seu traba-
lho de produção. Antes, porém, vamos apresentar mais
z Em virtude dos fatos mencionados; dois outros modelos de máscaras de redação que você
z Por isso tudo; poderá usar como base para suas próprias criações.
z Levando-se em consideração esses aspectos; Vá observando como as máscaras garantem o
z Dessa forma; encadeamento das ideias, a coesão entre as orações
z Em vista dos argumentos apresentados; e a coerência com as várias possibilidades argumen-
z Dado o exposto; tativas. A seguir temos mais um exemplo de máscara
z Por todos esses aspectos;
z Pela observação dos aspectos analisados; Portanto;
logo; então. MÁSCARA 02

Após a frase inicial, pode-se continuar a conclusão 1o Parágrafo


com as seguintes frases:
Entre os aspectos referentes a _______________.
z somos levados a acreditar que; ______________________ três pontos merecem desta-
LÍNGUA PORTUGUESA

z é-se levado a acreditar que; que especial. O primeiro é __________________________;


z entendemos que; o segundo ________________ e por fim________________
z entende-se que;
z concluímos que; 2o Parágrafo
z conclui-se que;
z é necessário que; Alguns argumentam que________________________
z faz-se necessário que. ______________________ para________________________.
Isso porque _______________________________. Dessa
Observe como fica, então, a soma dos parágrafos e forma______________________________________________.
como se deu a criação da primeira máscara:

67
MÁSCARA 02 5° (2º parágrafo) justificativas (por que isso
ocorre?): argumento “a)” + provas e exemplos
1o Parágrafo (mostre casos conhecidos ou dê exemplos seme-
lhantes ao seu argumento).
Entre os aspectos referentes a _______________.
6° Construa o parágrafo unindo as informa-
______________________ três pontos merecem desta-
ções anteriores ao argumento “a)”
que especial. O primeiro é __________________________;
_________________________________________________
o segundo ________________ e por fim________________
____________________________________________________.
2o Parágrafo
7° Faça o mesmo esquema no 3º e 4º parágra-
fos para os argumentos “b)” e “c)”
Alguns argumentam que________________________
_________________________________________________
______________________ para________________________.
___________________________________________________.
Isso porque _______________________________. Dessa
forma______________________________________________.
48° Elabore sua conclusão: (confirme sua tese
dizendo que, se algum dos argumentos não for
3 Parágrafo
o
considerado, a ideia inicial não poderá ser sus-
tentada, ou que os resultados propostos não serão
Outra preocupação constante é _______________
atingidos).
___________________________________, pois____________
_________________________________________________
________________________. Como se isso não bastasse,
___________________________________________________.
________________________ que _______________________
____________ Daí _______________________________ que
____________e que__________________________________.

4o Parágrafo APROFUNDAMENTO DA ELABORAÇÃO DO


PARÁGRAFO DISSERTATIVO
Também merece destaque ______________________
o (a) qual __________________________________________ Vamos agora aprofundar o nosso trabalho com
. Diante disso ________________________para que ____ a estrutura dos textos dissertativos. Para isso traba-
____________________________________________________. lharemos as várias modalidades de parágrafos que
podem ser utilizados para a elaboração de uma boa
5o Parágrafo dissertação. Mostraremos aqui a continuidade de nos-
so projeto de máscaras e os vários arranjos que são
Tendo em vista os aspectos observados __________ possíveis ao construí-las.
______________________ só nos resta esperar que ___
______________________________, ou quem saiba ______ z Parágrafo de introdução
____________________________________________________.
Consequentemente_________________________________. O parágrafo de introdução tem como uma de suas
funções mais importantes, a de apresentar a tese que
será defendida no decorrer da redação. É também
Sugerimos a você que faça suas primeiras redações possível e bastante didático que vocês façam uma pré-
baseadas em uma das máscaras prontas, e conforme via dos argumentos que serão trabalhados na susten-
forem avançando as aulas, você poderá construir a tação dessa tese. Assim, o leitor poderá ser orientado,
suas próprias máscaras personalizadas. logo de saída, a acompanhar o ritmo do pensamento
Por fim, preparamos uma máscara de organização de vocês e a sequência das suas argumentações.
sequencial para seu projeto de redação. Use-a para se
organizar. z Tipos diferentes de parágrafos de introdução:

„ Declaração inicial: na declaração afirma-se


PROJETO DE TEXTO (monte sua dissertação) ou nega-se algo de início para em seguida justi-
ficar-se e comprovar-se a assertiva com exem-
1° Tema: _______________________________________ plos, comparações, testemunhos de autores etc.
____________________________________________________ Vejamos um exemplo desse tipo de parágrafo
aplicado à nossa proposta básica que é o proje-
2° Tese: ________________________________________ to arroz-com-feijão. Mais uma vez colocamos a
estrutura já construída e em seguida a disposição
a) ___________________________ vazia do parágrafo que poderá ser utilizada por
vocês sempre que desejarem.
3°Argumentos
b)____________________________
Modelo nº 1
c) ____________________________
É fato notório que _____________________________
(1º parágrafo) tese + argumentos ___________________________________________________
_________________________________________________ ______________. Sabe-se que _______________________
____________________________________________________. ________________________, além da _______________.
68
Preenchendo o modelo, teremos: Usamos aqui como representação desse mode-
lo o conceito de silogismo (Um silogismo é um
É fato notório que a alimentação do brasileiro é boa termo filosófico com o qual Aristóteles designou
e tem tudo de que necessitamos para suprir os desgastes a argumentação lógica perfeita, constituída de
de um dia de trabalho. Sabe-se que os carboidratos do três proposições declarativas que se conectam
arroz e do feijão, as proteínas do bife e da salada, além de tal modo que a partir das primeiras duas,
da glicose do cafezinho preto com açúcar fornecem um chamadas premissas, é possível deduzir uma
completo abastecimento de energia somada ao prazer. conclusão.) A teoria do silogismo foi exposta por
Aristóteles em sua obra Analíticos Anteriores.
„ Definição: o parágrafo por definição é entendi-
do como um método preferencialmente didático,
Modelo nº 3
pois busca, por intermédio de uma explicação
_____________ pode ser representado de duas
clara e breve, a exposição do significado de uma
maneiras diferentes: ___________ que é ___________
ideia, palavra ou de uma expressão.  É a forma
____________ e ___________, que é __________________
de exposição dos diversos lados pelos quais se
_______________. Enquanto a primeira ___________se
pode encarar um assunto. Pode apresentar tan-
apresenta __________________. Esta, por sua vez, rea-
to o significado que o termo carrega no uso geral
liza-se por intermédio de _________________________
quanto aquele que o falante pretende determi-
____________________________________________________.
nar para o propósito do seu discurso.

Uma definição é um enunciado que descreve um


conceito, permitindo diferenciá-lo de outros conceitos Preenchendo o modelo, teremos:
associados.
Vejam como em nosso parágrafo de exemplo O silogismo pode ser representado de duas
exploramos o conceito global e generalizado sobre o maneiras diferentes: silogismo simples que é for-
assunto. mado por um único núcleo argumentativo e silogismo
Vocês perceberão como o modelo vazio que segue composto que é formado por diversos núcleos argu-
este exemplo traz a indução do assunto a ser defini- mentativos de elaboração complexa. Enquanto a pri-
do. Vale lembrar que, como se trata de uma definição, meira teoria se apresenta pela estrutura filosófica
a base dessa informação deve sustentar-se em uma básica consagrada pela antiguidade. Esta, por sua
verdade consagrada, diferentemente do que vimos vez, realiza-se por intermédio de vários silogismos
no exemplo anterior, já que a declaração inicial pode desenvolvidos para atender às novas perspectivas de
basear-se em uma posição pessoal a ser defendida. sedução e convencimento.
„ Alusão histórica: a elaboração de um parágra-
Modelo nº 2 fo por alusão histórica é um recurso que desperta
______________________________ é a denominação sempre a curiosidade do leitor por meio de fatos
dada a ________________________. Essa ____________ históricos, lendas, tradições, crendices, anedotas
___________________, mas a hipótese mais aceita é ou a acontecimentos de que o autor tenha sido
a de que __________________________________________ participante ou testemunha (desenvolve-se geral-
______. Outra versão afirma que esse ____________ mente por meio da comparação com o presente
____________, que tem origem ____________. O que se ou retorno a ele). A vantagem desse método é o
sabe é que _______________________________________. de podermos mostrar o desenvolvimento crono-
lógico de um assunto, expondo sua evolução no
tempo. Lembrem-se de que, ao se servirem de
Preenchendo o modelo, teremos: um fato histórico para sustentar uma tese, a His-
tória é a ciência que estuda o homem e sua ação
Arroz com feijão é a denominação dada a um pra-
no tempo e no espaço, concomitante à análise
to típico da América Latina. Essa receita não tem uma
de processos e eventos ocorridos no passado - e
origem certa, mas a hipótese mais aceita é a de
como ela é uma ciência, tem, por conseguinte, um
que seria fruto de uma combinação do arroz (de ori-
grande valor argumentativo.
gem oriental) trazido pelos portugueses ao Brasil com
o feijão, que já seria consumido no Brasil pelos índios. Observem como isso é simples:
Outra versão afirma que esse prato foi a união do
arroz com a feijoada, que tem origem africana ou por-
tuguesa. O que se sabe é que, ao longo dos séculos, Modelo nº 4
LÍNGUA PORTUGUESA

esse prato foi se popularizando por todo o país, passan- Desde a época da ________________ sabe-se que
do a ser uma parte quase que indispensável da refeição ___________________________________________________
dos brasileiros. para ____________________________________. Principal-
mente hoje em dia, reconhece-se que ____________
„ Divisão: o parágrafo de divisão, processo tam- _____________________________________________, além
bém quase que exclusivamente didático, por de________________________________________________
causa das suas características de objetividade ____________________________________________________.
e clareza, que consiste em apresentar o tópico
frasal (frase que introduz o parágrafo) sob a
forma de divisão ou discriminação das ideias Preenchendo o modelo, teremos:
a serem desenvolvidas (normalmente a divisão
vem precedida por uma definição, ambas no Desde a época da escravidão no Brasil sabia-se
mesmo parágrafo ou em parágrafos distintos). que a alimentação dada a esses novos brasileiros era 69
boa e tinha tudo de que eles necessitavam para suprir Preenchendo o modelo, teremos:
os desgastes de um longo dia de trabalho. Hoje em dia
principalmente, já se reconhece que os carboidratos A cidade (ou região) em destaque é Pindaíba da
do arroz e do feijão, as proteínas da carne e das verduras Serra, que fica localizada em Monte Mole, região
fornecem um completo abastecimento de energia soma- nobre de Pindorama. É aí onde se localiza uma das
da ao prazer, justificando os hábitos do passado como mais belas reservas naturais de paioca-rija, um cipó
responsáveis pela tradição alimentar que preservamos. medicinal e afrodisíaco muito cobiçado pelos morado-
„ Interrogação: A ideia núcleo do parágrafo por res dessa região. Cercada por uma densa floresta
interrogação é colocada por intermédio de uma de mambutis gigantes, foi bem no centro desse san-
pergunta a qual serve mais como recurso retó- tuário tropical que a próspera cidadezinha se tornou
rico, uma vez que a questão levantada deve ser uma espécie de centro cultural da região por preservar
respondida pelo próprio autor. Seu desenvolvi- até hoje um dos mais tradicionais rituais de nossa his-
mento é feito por intermédio da confecção de tória: a sagração da taioba-plus, entidade sagrada e
uma resposta à pergunta. reverenciada pelos devotos naobilicos.

Modelo nº 5 „ Desenvolvimento por exploração temporal:


Será possível determinar qual é ______________ nesse modelo o leitor é informado do momen-
para_____________________________? (Resposta) ______ to em que os fatos ocorreram com a indicação
____________________________________________________. de datas e outros aspectos temporais. Pode-se
recorrer nesse momento aos artifícios empre-
gados no próprio parágrafo de alusão histórica,
Preenchendo o modelo, teremos: já que este também se serve de referências cro-
nológicas como em:
Será possível determinar qual é a melhor combi-
nação de alimentos para atender às necessidades diá-
rias de nossa população? Qualquer nutricionista dirá Modelo nº 1
que sim, pois alimentos ricos em carboidratos e pro- A cidade (ou região) em destaque é ____________,
teínas devem compor essa alimentação e não há quase que fica localizada em ____________, região nobre de
nada mais apropriado do que nosso tradicional prato _________. É aí onde se localiza ____________________
de todos os dias. O arroz com feijão tem as proporções __________________ dessa região. Cercada por uma
perfeitas para satisfazer essa necessidade que todos densa floresta ____________________, foi bem no cen-
têm de recomposição de força e de energia. tro desse ___________________________________________
____________________________________________________.
z Parágrafos de desenvolvimento

Após o primeiro parágrafo que, como já vimos, Preenchendo o modelo, teremos:


pode apresentar a tese e também os argumentos prin-
cipais que serão desenvolvidos, chega a hora de abor- No passado, quando pensávamos em alimenta-
dar os elementos que sustentarão essas afirmações ção, notávamos que sua relação com a sobrevivência
iniciais. Os parágrafos seguintes deverão conter os era muito maior comparada à que vemos nos nos-
recursos argumentativos que articularão o convenci-
sos atuais. Hoje, por outro lado, a qualidade desses
mento do leitor quanto à tese apresentada.
alimentos e a qualidade da saúde que eles proporcio-
nam tornaram-se o foco desse pensamento. O resul-
„ Tipos diferentes de parágrafos de desenvol-
tado disso é que comer, na atualidade, tornou-se
vimento: as possibilidades de ordenação do
um ritual de bem viver.
parágrafo são várias: exploração de aspectos
espaciais e temporais, enumeração de porme-
nores, apresentação de analogia, ou contraste, „ Desenvolvimento por exploração de porme-
citação de exemplos, apresentação de causas e nores ou de enumerações: nesse modelo de
consequências. parágrafo, vocês têm por objetivo enumerar
„ Desenvolvimento por exploração espacial: características, relacionar aspectos importan-
ao argumentar, vocês podem se servir da expo- tes sobre algum assunto. A apresentação das
sição de informações relativas ao lugar em que ideias pode ser ou não ordenada segundo uma
os fatos ocorreram. ordem de importância. A ordem depende do
que vocês pretendem enfatizar.
Modelo nº 1
A cidade (ou região) em destaque é _____________, Modelo nº 3
que fica localizada em ____________, região nobre de Entre os aspectos referentes a__________________
________ É aí onde se localiza ______________________ _______________________ três pontos merecem desta-
_____________ dessa região. Cercada por uma densa que especial. O primeiro é _________________________
floresta ___________________, foi bem no centro desse __________; o segundo________________ e por fim ____
____________________________________________________. ____________________________________________________.

70
Ao preenchermos o modelo, teremos: verduras, por sua vez, oferecem as fibras que nos auxi-
liam no processamento dos alimentos pelo nosso orga-
Entre os aspectos referentes à alimentação dos nismo ajudando na absorção dos nutrientes.
brasileiros, três pontos merecem destaque especial. O
primeiro é quanto aos carboidratos presentes no arroz „ Desenvolvimento por exploração de causa
com feijão; o segundo diz respeito às proteínas pre- e consequência: Dentro de uma perspectiva
sentes no bife com salada e por fim a glicose somada à lógica e simples devemos compreender causa
cafeína no cafezinho preto com açúcar que fornecem um como um fator como gerador de problemas e
completo abastecimento de energia somada ao prazer. consequência como os problemas gerados pela
causa. Trabalhar com causas e consequências é
„ Desenvolvimento por exploração de contras-
apresentar os aspectos que levaram ao proble-
te de ideias: na ordenação do parágrafo por
ma discutido e as suas decorrências.
exposição de contrastes entre si, vocês podem se
servir de comparações, ideias paralelas, ideias
diferentes e ideias opostas.
Modelo nº 6
É de fundamental importância o ___________
Modelo nº 4 ___________________________________________________
Muitos acreditam que __________________________ __________ para___________________. Podemos men-
________________________________________________, por cionar, por exemplo, ____________________________
causa da _____________________________. Por outro que____________________, por causa ________________.
lado, sabe-se também que _________________________
____________________________________________________
________________, quando muitas vezes _____________ Ao preenchermos o modelo, teremos:
____________________________________________________.
É de fundamental importância o consumo de ali-
mentos ricos no fornecimento de energia para a movi-
Ao preenchermos o modelo, teremos: mentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por
exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece
Muitos acreditam que o cafezinho preto com açúcar a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidra-
pode causar excitação e ansiedade quando consumido em tos. Esse complexo alimentar nos recompõe da energia
excesso, por causa da cafeína e da glicose presentes nele. própria consumida durante o dia.
Por outro lado, sabe-se também que essas substâncias
fornecem uma carga suplementar de energia nos deixan- z Parágrafo de conclusão
do despertos logo após o almoço, quando muitas vezes
somos acometidos por uma sonolência indesejada. A conclusão de uma dissertação é o momento de
Desenvolvimento por exploração de ideias ana- se mostrar que o objetivo proposto na introdução foi
lógicas e comparação: para organização das ideias, atingido. É de fundamental importância que não ocor-
nossos redatores valem-se de expressões que indicam ra contradição com a tese proposta no início de sua
confronto valendo-se do artifício de contrapor ideias, redação, o que descaracterizaria toda a argumenta-
seres, coisas, fatos ou fenômenos. Tal confronto tanto ção. Vocês, nesse momento, devem fazer uma síntese
pode ser de contrastes como de semelhanças. Analo- geral; ou retomar a ideia inicial, reforçando os pon-
gia e comparação são também espécies de confronto:
tos de partida do raciocínio. Podem também demons-
“A analogia é uma semelhança parcial que sugere
trar que uma solução a um problema foi encontrada
uma semelhança oculta, mais completa. Na compara-
ou que uma proposta de solução pode ser alcança-
ção, as semelhanças são reais, sensíveis numa forma
verbal própria, em que entram normalmente os cha- da, ou ainda que uma resposta a uma pergunta foi
mados conectivos de comparação (quanto, como, do encontrada.
que, tal qual)”. – Comunicação em prosa Moderna – Esse momento pode também gerar um questio-
Othon M. Garcia. namento final, desde que não concorra com suas
Por exemplo: exposições anteriores. A satisfação do leitor deve ser
contemplada na conclusão para que ele não se sinta
frustrado pela expectativa criada quanto ao tema.
Modelo nº 5 Essa volta ao início do texto que a conclusão faz é algo
No caso das _______________________, porque cada que chamamos de circularidade. Esse caráter finaliza-
LÍNGUA PORTUGUESA

qual tem seus próprios valores __________________. dor da conclusão também colabora para a progressão
Enquanto a __________________________________, as e continuidade textual.
________, por sua vez, _____________________________.
„ Tipos diferentes de parágrafos de conclusão:
podemos enumerar alguns exemplos de con-
Ao preenchermos o modelo, teremos: clusões satisfatórias que todos poderão usar
em seus textos dissertativos.
No caso das proteínas do bife e da salada que „ Conclusão por síntese ou resumo: o primei-
comemos, seria melhor não generalizar, porque cada ro recurso com que trabalharemos será o do
qual tem seus próprios valores para a alimentação. resumo ou síntese geral. Nesse caso vocês reto-
Enquanto a carne é rica em proteínas que repõem mam, resumidamente, aquilo que exploraram
as perdas musculares pelo desgaste do dia-a-dia, as durante o texto: 71
Preenchendo o modelo, teremos:
Modelo nº 1
Levando-se em consideração esses aspectos Tendo em vista os aspectos observados sobre
__________________ somos levados a acreditar que nossa alimentação, só nos resta esperar que se
não é apenas por ____________________________, mas garanta a todo brasileiro o acesso a esse rico cardápio.
também _________________________________. Sendo Ou quem saiba ainda que se divulgue o sucesso de
assim_____________________________________________. nossa combinação alimentar para que o mundo saiba
que no Brasil se come bem. Consequentemente será
possível a qualquer um balancear com eficiência e bai-
xo custo do que se põe na mesa de sua casa.
Ao preenchermos o modelo, teremos: Agora, pessoal, é começar a criar seus próprios
arranjos e utilizar essas técnicas para compor reda-
ções eficientes que garantam seu sucesso em qualquer
Levando-se em consideração esses aspectos
tipo de concurso que peça a vocês um posicionamento
práticos do prato do brasileiro, somos levados a acre-
específico sobre qualquer tema.
ditar que não é apenas por prazer que somos sedu-
zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o Construindo as Máscaras de Redação
que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde.
Sendo assim, a falta de qualquer um desses ingredien- Vamos agora montar nosso quebra-cabeças? Veja
tes nos causará debilidade além de insatisfação. como arranjamos os modelos de maneiras diferentes.

„ Conclusão por questionamento: nesse mode- z Modelo n° 1: Introdução (declaração inicial)


lo vocês partem de um questionamento para
encerrar seu raciocínio. Mas não se esqueçam
de que vocês não devem colocar em dúvida os É fato notório que ____________________________
argumentos desenvolvidos em sua redação. __________________________________________. Sabe-se
que _____________________________________________,
além da __________________________________________.
Modelo Nº 2
O que mais há para ser tomado como _________
_________________________(?) _______________________ z Modelo n° 2: desenvolvimento (pormenores ou
acreditar que ____________________________________ de enumerações)
_______________, mas também ____________________
_______________________________(?) Certamente que
Entre os aspectos referentes a ___________________
sim, pois _________________________________________.
três pontos merecem destaque especial. O primei-
ro é ___________________________________; o segundo
_________________ e por fim ________________________.
Preenchendo o modelo, teremos:
Modelo nº 2: desenvolvimento (temporal)
O que mais há para ser tomado como positivo No passado, quando pensávamos em _______,
e prático no prato dos brasileiros? O que sabemos nos notávamos que ___________________. era ____________
leva a acreditar que não é apenas por prazer que comparada à que vemos recentemente . Hoje, por
somos seduzidos pela nossa culinária, mas tam- outro lado, _______________________________ torna-
bém por tudo o que ela nos oferece para a manutenção ram-se _____________. O resultado disso é que ______,
de nossa saúde. E a falta desses ingredientes mudará a na atualidade, tornou-se _________________________.
saúde de nossa população? Certamente que sim, pois
a carência de tais ingredientes nos causará debilidade
além de insatisfação. z Modelo n° 3: desenvolvimento (contraste de
ideias)
„ Conclusão por resposta, solução ou propos-
ta: vocês levantam uma (ou mais) hipóteses ou
sugestões do que se deve fazer para transfor- Muitos acreditam que ______________________
mar a história mostrada durante o desenrolar ___________________________________________, por
do texto. causa da ____________________________. Por outro
lado, sabe-se também que_____________________
________________________, quando muitas vezes
Modelo nº 3 _____________.
Tendo em vista os aspectos observados sobre
_________________, só nos resta esperar que
z Modelo n° 4: conclusão (síntese ou resumo)
____________________________. Ou quem saiba ainda
que ____________________________________ para que
______________________ Consequentemente ________
__________________________________________________. Levando-se em consideração esses aspectos
______________ somos levados a acreditar que não é
apenas por _________________________________, mas
também____________. Sendo assim________________.
72
Nova máscara
É fato notório que _____________________________________. Sabe-se que ___________________________, além da
____________________. Entre os aspectos referentes a ______________________________ três pontos merecem desta-
que especial. O primeiro é ___________________; o segundo_____________________ e por fim ______________________
______________. No passado, quando pensávamos em __________, notávamos que ___________________________ era
____________ comparada à que vemos recentemente. Hoje, por outro lado, _________________________ tornaram-
-se _________________. O resultado disso é que ______, na atualidade, tornou-se __________________________. Muitos
acreditam que ________________________________, por causa da __________________________. Por outro lado, sabe-
-se também que _________________, quando muitas vezes _______________. Levando-se em consideração esses
aspectos _________________ somos levados a acreditar que não é apenas por _______________________________, mas
também _____________________. Sendo assim _____________________________________.

Observe que fizemos a opção por abrir nossa redação com uma declaração inicial. Como abordamos um tema
geral, sem uma relevância científica notória e que representa na verdade um conhecimento cultural somado às
observações de médicos e nutricionistas, a declaração foi a melhor alternativa, já que não se compromete com a
obrigatoriedade de recorrência a uma fonte de conhecimento referencial.
Em seguida, arranjamos os parágrafos de desenvolvimento mesclando os vários modelos apresentados ante-
riormente. Ao mesmo tempo em que eles nos ofereciam diversas alternativas para a estruturação de nosso pro-
jeto, também nos orientavam dando caminhos a seguir na argumentação. É como se montássemos realmente um
quebra-cabeça.
Escolhemos três modelos diferentes de parágrafos de desenvolvimento para esse projeto. Por enumerações, o
temporal e o por contraste. Forçamos um pouco a barra, primeiro criando a máscara para, só depois, completar
nossa redação. Afinal de contas, essa é a vantagem do projeto de máscaras.
Vejam como ficou:

É fato notório que a comida dos brasileiros é muito boa e tem tudo de que eles necessitam para o seu longo dia de
trabalho. Sabe-se que o arroz-com-feijão nos fornece um completo abastecimento de energia somado ao prazer.
Entre os aspectos referentes a esse par considerado completo que é o arroz com feijão, três pontos mere-
cem destaque especial. O primeiro está na riqueza de carboidratos presentes nele e que nos reabastece repondo
a energia consumida durante o dia; o segundo nos reporta ao sabor exótico e marcante que o alimento oferece,
tornando-o sempre uma escolha positiva quanto ao prazer e por fim deve-se levar em conta a vantagem do baixo
custo dessa combinação se comparado a outros alimentos também computados como importantes para a com-
posição de uma alimentação rica.
No passado, quando pensávamos em alimentação, notávamos que sua relação com sobrevivência era mui-
to maior comparada à que vemos recentemente. Hoje, por outro lado, a qualidade desses alimentos e a quali-
dade da saúde que eles proporcionam tornaram-se o foco desse pensamento. O resultado disso é que comer, na
atualidade, tornou-se um ritual de bem viver.
Muitos acreditam que a comida presente em nossas mesas é uma das mais saudáveis do mundo, por cau-
sa da sua variedade e equilíbrio. Por outro lado, sabe-se também que poderá engordar, quando muitas
vezes for consumida sem medida, com inspiração apenas no sabor e no prazer que oferece.
Levando-se em consideração esses aspectos práticos do prato do brasileiro somos levados a acreditar
que não é apenas por prazer que somos seduzidos pela nossa culinária, mas também por tudo o que ela nos ofe-
rece para a manutenção de nossa saúde. Sendo assim, concluímos que a falta desse ingrediente em nossa mesa
nos causará debilidade além de insatisfação.

Com esses modelos apresentados, desejamos mostrar como é possível programar e treinar nossos trabalhos de
redação se exercitarmos essas habilidades. Porém, é de fundamental importância que você busque ou crie um
modelo de máscara com o qual você mais se identifique. Isso para que, no momento de produção de sua redação,
principalmente se ocorrer durante uma prova de concurso, você já esteja organizado. Com isso, espera-se que
vocês tenham a vantagem de partir direto para a elaboração de seu texto sem ter de ficar parados buscando ins-
piração em um momento em que todo segundo é importante.
LÍNGUA PORTUGUESA

PROJETO DE TEXTO – ANÁLISE DE PROPOSTAS E RESPECTIVOS PROJETOS POSSÍVEIS

Neste assunto trabalharemos com a análise de algumas propostas de variadas instituições para mostrar as
diferenças entre elas. Veremos também como vêm sendo apresentados os temas e como agir diante das diferentes
exigências feitas nas últimas provas de concursos. Depois passaremos ao trabalho de orientação de como evitar
erros comuns e como buscar soluções para alguns problemas que venhamos a enfrentar quando estivermos
escrevendo a nossa redação durante a prova.
Vejamos então a proposta feita a seguir. Observe que, antes de iniciar a apresentação do tema, há orientações
claras da instituição aos candidatos para que não incorram em erros que possam desclassificá-los ou que ainda
não percam pontuações significativas na avaliação de seu texto.

73
Veja a proposta abaixo: Como última informação eles alertam para que
não se usem parênteses com essa finalidade. Os
Prova Discursiva
parênteses são elementos gramaticais de pontuação e
como tal devem ser usados em sua indicação correta,
z Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso dese-
isolando termos pertinentes ao texto e é dessa forma
je, os espaço para rascunho indicado no presente
que será avaliado seu uso.
caderno.Em seguida, transcreva o texto para a folha
Observe agora os textos motivadores para essa pro-
de texto definitivo da prova discursiva, no local
posta e o tema que deve ser abordado obrigatoriamente:
apropriado, pois não será avaliado fragmento de
texto escrito em local indevido.
Direito à saúde
z Qualquer fragmento de texto além da extensão máxi-
ma de linhas disponibilizadas será desconsiderado.
O direito à saúde é parte do conjunto de direitos
z Na Folha de Texto Definitivo, a presença de qual-
chamados de direitos sociais, que têm como inspira-
quer marca identificadora no espaço destinado à
ção o valor da igualdade entre as pessoas. No Brasil,
transição do texto definitivo acarretará a anulação
esse direito apenas foi reconhecido na CF; antes disso,
da sua prova discursiva.
o Estado apenas oferecia atendimento à saúde para
z Ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 13,00
trabalhadores com carteira assinada e suas famílias; as
pontos, dos quais até 0,60 ponto será atribuído
outras pessoas tinham acesso a esses serviços como um
ao quesito apresentação (legibilidade, respeito às
margens e indicação de parágrafos) e estrutura tex- favor e não como um direito. Na Constituinte de 1988,
tual (organização das ideias em texto estruturado). as responsabilidades do Estado foram repensadas, e
promover a saúde de todos passou a ser seu dever: “A
saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
Inicialmente o candidato é orientado a usar a folha de
mediante políticas sociais e econômicas que visem à
rascunho e depois transcrevê-la para a folha definitiva.
redução do risco de doença e de outros agravos e ao
Por quê? Porque muitos candidatos deixam para
acesso universal e igualitário às ações e serviços para a
fazer suas redações ao término da prova objetiva,
promoção, proteção e recuperação” (CF, art. 196).
quando a prova discursiva ocorre concomitante-
A saúde é um direito de todos porque sem ela
mente a esta, e acabam administrando mal o tempo.
não há condições de uma vida digna, e é um dever
Quando isso ocorre, acabam fazendo suas redações
do Estado porque é financiada pelos impostos que são
diretamente na folha definitiva e têm de assumir os
pagos pela população. Dessa forma, para que o direi-
riscos de cometer erros que não podem ser revertidos.
Ou ainda, não conseguem passar o texto “a limpo” e to à saúde seja uma realidade, é preciso que o Estado
esperam que seja corrigido assim mesmo. crie condições de atendimento em postos de saúde,
É importante saber que, por determinação apresenta- hospitais, programas de prevenção, medicamentos
da geralmente nos editais, os rascunhos não serão lidos. etc., e, além disso, é preciso que esse atendimento seja
Dessa forma, os candidatos perdem a oportunidade universal (atingindo a todos os que precisam) e inte-
de disputar a vaga para esse concurso, pois são desclas- gral (garantindo tudo de que a pessoa precise).
sificados como se não houvessem feito sua redação. A criação do SUS está diretamente relacionada à
Como falam sobre um lugar apropriado para a tomada de responsabilidade por parte do Estado.
transcrição do texto e declaram que não considera- Organizado com o objetivo de proteger, o SUS deve
rão fragmentos de textos escritos em lugar indevido, promover e recuperar a saúde de todos os brasilei-
os candidatos deverão ficar atentos às margens e ao ros, independentemente de onde morem, de tra-
número de linhas disponibilizado. Ou seja, se ultrapas- balharem ou não e de quais sintomas apresentem.
sadas as trinta linhas da folha, certamente a conclusão Infelizmente, esse sistema ainda não está completa-
ficará fragmentada. Se a margem for ultrapassada, mente organizado e ainda existem muitas falhas, no
aquela parte da palavra não será lida. O resultado des- entanto seus direitos estão garantidos e devem ser
sas desatenções prejudicará toda a coerência do texto, cobrados para que sejam cumpridos. Internet: <nev.
além de comprometer a estrutura dissertativa. incubadora.fapesp.br> (com adaptações).
Por fim, vêm as orientações quanto ao erro de gra- A humanização é um movimento com crescente e
fia: que nem sempre aparecem nesse quadro inicial, disseminada presença, assumindo diferentes sentidos
mas que sempre servem como referência para todas as segundo a proposta de intervenção eleita. Aparece, à
provas. Lembrem-se sempre de que o corretor não é primeira vista, como a busca de um ideal, pois, sur-
um perito do serviço de inteligência nacional, que bus- gindo em distintas frentes de atividades e com signi-
ca meios científicos e investigativos para decodificar ficados variados, segundo os seus proponentes, tem
informações relevantes de uma mensagem secreta. Por representado uma síntese de aspirações genéricas
isso, se seu texto tiver problemas quanto à legibilidade, por uma perfeição moral das ações e relações entre
mais pontos serão perdidos, ou pior, serão desclassifi- os sujeitos humanos envolvidos. Cada uma dessas
cados caso não se possa ler o que foi escrito. frentes arrola e classifica um conjunto de questões
Veja como as bancas trabalham com o possível práticas, teóricas, comportamentais e afetivas que
erro na transcrição de uma palavra. Você deve apenas teriam uma resultante humanizadora.
passar um traço sobre a palavra, a frase, o trecho ou o Nos serviços de saúde, essa intenção humanizado-
sinal gráfico e escrever em seguida o respectivo subs- ra se traduz em diferentes proposições: melhorar a
tituto. Exemplo: relação médico-paciente; organizar atividades de
convívio, amenizadas e lúdicas, como as brinquedo-
Depois de hoje, iremos para nossas cag casas muito tecas e outras ligadas às artes plásticas, à música e ao
felizes. teatro; garantir acompanhante na internação da crian-
ERROU? ça; implementar novos procedimentos na atenção
CORRIGIU! psiquiátrica, na realização do parto — parto humani-
74 zado — e na atenção ao recém-nascido de baixo peso
— programa da mãe-canguru —; amenizar as condi- „ Unificar as informações sobre o oferecimen-
ções do atendimento aos pacientes em regime de to de serviços apropriados aos pacientes, bem
terapia intensiva; denunciar a “mercantilização” da como oferecer meios de locomoção contínua
medicina; criticar a “instituição total” e tantas outras aos que necessitam de buscar outras unidades
proposições. Internet: <www.scielo.br> que possam atendê-los;
„ Fiscalizar e avaliar continuamente a qua-
A NECESSIDADE DE HUMANIZAÇÃO DOS lidade dos serviços oferecidos expondo os
SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE resultados à população, além de apresentar
cronogramas dos projetos de evolução de
z Compreendendo a proposta desenvolvimento científico e tecnológico a
serem implementados em prol da saúde.
O primeiro passo, ao analisar os textos propostos,
é buscar os principais pontos de maior destaque por Feito isso, vamos usar o processo inverso com as
eles abordados. Destacamos para vocês as palavras- palavras-chave e organizar nosso projeto de texto.
-chave de cada parágrafo para construir uma síntese Observe:
sobre as principais ideias. Essa é uma atitude que tam- Já passou da hora de reconhecer no povo brasileiro
bém pode ser tomada durante a análise das propostas, o valor de homem vivente e não apenas de ver esse povo
pois é assim que poderá se construir a tese em sinto- como se fosse um coletivo impessoal; como se não res-
nia com o tema. pirassem, nem pensassem; como se fossem um núme-
O próximo passo é organizar essas informações, ro em um gráfico de estatística e não existissem. Para
relacionando-as ao tema, como se elas pudessem res- que o homem prevaleça com sua dignidade, deve-se
ponder a uma pergunta feita a partir do tema. Veja procurar treinar melhor os profissionais de saúde,
uma possibilidade: unificar as informações sobre o oferecimento de
serviços, além de fiscalizar e avaliar continuamen-
z Como humanizar os serviços públicos de saúde? te a qualidade dos serviços oferecidos.
Daqui para frente vocês já sabem... é o Arroz-com-
Vamos agora produzir algumas possíveis respostas -Feijão, ou seja, os modelos que apresentamos exten-
com as palavras que destacamos no texto: samente ao longo do material.
Demonstramos aqui algumas formas diferentes de
„ Cobrar dos governantes condições dignas de análise de propostas, mas que compreendem pratica-
atendimento por se tratar de um dever do esta- mente a forma básica de trabalho com todas as dife-
do reverter em benefícios à população os valo- rentes instituições e diferentes propostas, assim como
res arrecadados em impostos; dissemos que faríamos. Vamos passar agora para o aca-
„ Responsabilizar o governo pela proteção e bamento de nossa redação, pois alguns aspectos devem
recuperação da saúde de todos; ou ser observados antes que fechemos a nossa redação.

z Por que é necessário humanizar os serviços 20 DICAS COM SÍNTESE DE ALGUNS ASPECTOS DE
públicos? GRANDE RELEVÂNCIA

„ Para garantir a todos o direito à saúde, já que se Reunimos aqui algumas informações importantes
trata de uma determinação de nossa constituição, para a organização e revisão de seu trabalho. Algumas
prestando serviços de atendimento ao público; até já foram trabalhadas anteriormente, mas as retoma-
remos para criar um procedimento de observação geral.
„ Para destacar que a humanização dos serviços
públicos não é apenas uma aspiração de perfeição
moral, mas, antes de tudo, um programa de melho- z 1° Estética: grafia / alinhamento / paragrafação /
ria nas relações de convívio com os agentes de respeito às margens;
saúde, promovendo o desenvolvimento de novos Essa serve para qualquer prova de concurso. Já
procedimentos de atendimento aos pacientes; falamos a respeito disso, mas é importante reforçar.
A maioria das bancas exige que os candidatos apre-
„ Para poder denunciar as especulações e a mer-
sentem uma escrita que permita a leitura clara do tex-
cantilização dos serviços médicos e criticar a
to sem a preocupação com o tipo de letra, respeitando
instituição em sua totalidade e rejeitar proposi-
apenas questões de caixa alta (letra grande marcan-
ções que não atendam às aspirações populares.
do o início de frases e nomes próprios) e caixa baixa
(letra pequena compondo o restante da palavra).
Agora vamos criar uma tese que se encaixe com
A segunda parte desse item aborda o respeito às
essas respostas, como por exemplo:
LÍNGUA PORTUGUESA

margens. É de fundamental importância a disposição


Já passou da hora de reconhecer no povo brasileiro
do texto na folha definitiva. O texto deverá respeitar
o valor de homem vivente e não apenas de ver esse povo
os limites impostos pelas margens direita e esquerda,
como se fosse um coletivo impessoal; como se não res-
nunca ultrapassando seus limites nem se distancian-
pirassem, nem pensassem; como se fossem um número
do demasiadamente delas:
em um gráfico de estatística e não existissem.
Agora vamos buscar, nas respostas que elabora-
mos, ações que promovam essa proposta de humani-
zação, como, por exemplo:
Margens
„ Treinar os profissionais de saúde para que
recepcionam os pacientes com um atendimen-
to mais atencioso nesse momento carência; 75
Na margem esquerda da folha definitiva de reda- z 4° A ordem direta facilita na correta pontuação;
ção, deve-se iniciar a escrita imediatamente ao lado
da linha, sem deixar folga alguma entre a primeira Uma das importantes regras de pontuação que
letra e a demarcação da margem; determina o correto emprego da vírgula orienta que,
se a oração estiver em ordem direta (sujeito + verbo +
complementos), não se deve usar vírgula para sepa-
rar termos que se complementam sintaticamente. Ou
Margens seja, se estiverem com alguma dúvida quanto ao uso
de vírgula, reorganize a oração para ver se fica mais
fácil a compreensão da estrutura.
Exemplo:

Na margem direita, a preocupação do candidato Ordem com termo deslocado:


aumenta, pois além de se preocupar com as questões
de divisão silábica e o correto emprego do hífen para
essa função, ele também deverá se preocupar em não Termo deslocado Sujeito Verbo
ultrapassar a linha demarcatória da margem;
Hoje pela manhã, eu comprei um belo carro novo.

2 cm
Parágrafo Ordem direta:
Eu comprei um belo carro novo hoje pela manhã.
Margens
z 5° Colocação pronominal: qualquer palavra atrai
o pronome oblíquo, por isso não inicie orações e
períodos com verbo.

O último item desse quesito trata da paragrafação, Caso você esteja com qualquer dúvida em relação
ou seja, disposição dos parágrafos dentro da redação. à colocação pronominal, coloque uma palavra antes
O candidato deverá deixar bem clara a distância em do verbo e o pronome será atraído para trás do verbo.
que se iniciará a escritura do parágrafo para que se Assim a colocação pronominal sempre ficará correta.
faça a diferença com a escrita iniciada junto à mar-
gem. Um afastamento de aproximadamente 2 cm já Falaria-se muito sobre este assunto naquele dia.
é suficiente, ou ainda recorra à velha dica da escola, (errado)
pulando dois dedos.
Falar-se-ia muito sobre este assunto naquele dia.
z 2° O erro: apenas uma linha sobre as palavras (certo)
erradas;
Ou
Já falamos sobre isso, mas vou trazer esse item de
Muito se falaria sobre este assunto naquele dia.
volta:
(sempre certo)
Você deve apenas passar um traço sobre a palavra,
a frase, o trecho ou o sinal gráfico e escrever em segui-
z 6° Impessoalidade: as verdades gerais sempre
da o respectivo substituto.
têm maior valor.
Exemplo:
As opiniões pessoais pouco contribuem para a
Depois de hoje, iremos para nossas cag casas muito
sustentação de uma ideia. Por isso as afirmações
felizes.
apresentadas terão melhor aceitação se trouxerem
representações gerais de valor coletivo:
z 3° Faça períodos curtos: + ou - 3 períodos por
Acredita-se em vez de Acredito
parágrafo.
Sabe-se em vez de Sei
Com os modelos que lhes apresentamos, vocês
Ou outras expressões generalizantes como:
puderam observar que, para cada parágrafo de apro-
É de conhecimento geral... / Muitos entendem
ximadamente 5 linhas, usamos pelo menos 3 perío-
que... / Muito se tem discutido sobre...
dos. Com isso conseguimos algumas vantagens como
a de ser mais objetivos e diretos ao abordar uma ideia
e também a de isolar um possível erro dentro de um z 7° A tese: é aí que você apresenta o seu ponto de
período sem projetá-lo para o resto do parágrafo. vista, o seu posicionamento diante do tema;
z 8° Os argumentos: é comum a cobrança de temas
(1)É de fundamental importância o ........................ próprios às funções dos cargos disputados, por isso
........................ ........................ ........................ ........................ preste sempre atenção nos assuntos recorrentes
para........................ ........................./(2) Podemos mencio- dos textos da prova;
nar, por exemplo, ................................................................
que........................ ........................, por causa .................... z 9° Não se põe título nas redações para concursos: a
.........................../ (3) Esse ........................ ........................do menos que isso seja uma exigência do edital.
que........................ ......................... z 10° Evite a repetição das palavras: use sinôni-
76 mos e outros termos de recuperação.
que = o qual / a qual; anos. Um levantamento, por meio da Lei de  Acesso
onde = em que , no qual / na qual; à Informação, indicou mais de 1,7 milhão de autua-
ções, com crescimento contínuo desde 2008. O avanço
z 11° Vocabulário: procure sempre a clareza na das infrações nos últimos cinco anos ficou acima do
apropriação vocabular. A linguagem simples torna aumento da frota de veículos e de pessoas habilitadas:
o texto mais fluente: pense em explicar seus argu- o número de motoristas flagrados bêbados continua
mentos como se falasse a uma criança de 10 anos. crescendo, em vez de diminuir com o endurecimento
Não use erudições do tipo “hodiernamente”; diga: das punições ao longo desses anos. Internet: <g1.glo-
atualmente ou hoje em dia bo.com> (com adaptações).
z 12° Interferência positiva: se possível apresen- Nas estradas federais que cortam o estado de Per-
te propostas que dêem solução aos problemas nambuco, durante o feriadão de Natal, a PRF registrou
levantados na redação. Não fique apenas fazendo cento e três acidentes de trânsito, com cinquenta e
dois feridos e sete mortos. Segundo a corporação, seis
constatações óbvias. “Se é para falar bobagem, o
motoristas foram presos por dirigir bêbados e houve
melhor é ficar quieto.”
oitenta e sete autuações pela Lei  Seca. Os números
z 13° Não faça críticas ao governo: essa postura é são parte da Operação Integrada Rodovia, deflagrada
pobre e pouco criativa – é o que se chama de lugar pela PRF. Em 2017, foram registrados noventa aciden-
comum. É como se vocês fossem pedir emprego tes. No ano passado, a ação da polícia teve um dia a
em uma empresa e criticassem o patrão durante a menos. Internet: <g1.globo.com> (com adaptações).
entrevista. Isso é ser muito ingênuo. Considerando que os fragmentos de texto acima
z 14° O rascunho é importante: é a sua garantia de têm caráter unicamente motivador, redija um texto
poder fazer uma revisão eliminando erros, além dissertativo acerca do seguinte tema.
disso, o acabamento bem feito garante a você até O Combate às Infrações de Trânsito nas Rodo-
10 % da nota da redação se a estética for um dos vias Federais Brasileiras
critérios de pontuação. Vale sempre a pena capri- Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos:
char. Lembre-se de que é função de quem escreve
seduzir o leitor e o estímulo visual contribui para 1. Medidas adotadas pela PRF no combate às infra-
que haja uma boa impressão; ções; [valor: 7,00 pontos]
z 15° Atente para as expressões vagas ou de signifi- 2. Ações da sociedade que auxiliem no combate às
cado amplo e sua adequada contextualização. Ex.: infrações; [valor: 6,00 pontos]
conceitos como “certo”, “errado”, “democracia”, 3. Atitudes individuais para a diminuição das infra-
“justiça”, “liberdade”, “felicidade” etc. ções. [valor: 6,00 pontos]
z 16° Evite expressões como “belo”, “bom’, “mau”,
Tema 2
“incrível”, “péssimo”, “triste”, “pobre”, “rico” etc;
são juízos de valor sem carga informativa, impre-
Preâmbulo da Constituição Federal de 1988 (CF)
cisos e subjetivos.
dispõe que o Estado democrático se destina a asse-
z 17° Fuja do lugar-comum, frases feitas e expres- gurar o exercício dos direitos sociais e individuais,
sões cristalizadas: “a pureza das crianças”, “a sabe- a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvi-
doria dos velhos”. A palavra “coisa”, gírias e vícios mento, a igualdade e a justiça como valores supremos
da linguagem oral devem ser evitados, bem como de uma sociedade fraterna, pluralista e sem precon-
o uso de “etc” e as abreviações. ceitos, fundada na harmonia social e comprometida,
z 18° Não se usam entre aspas palavras estrangei- na ordem interna e internacional, com a solução pací-
ras sem correspondência na língua portuguesa: fica das controvérsias. A missão das forças policiais
hippie, status, dark, punk, chips etc. é garantir ao cidadão o exercício dos direitos e das
garantias fundamentais previstos na CF e nos instru-
z 19° Observe se não há repetição de ideias, falta de
mentos internacionais subscritos pelo Brasil (art. 5.º,
clareza, construções sem nexo (conjunções mal
§ 2.º, da CF).
empregadas), falta de concatenação (coesão) de
O cumprimento dessa missão exige preparo dos
ideias nas frases e nos parágrafos entre si, divaga-
integrantes das corporações policiais, que devem per-
ção ou fuga ao tema proposto.
seguir incansavelmente a verdade dos fatos sem se
z 20° Caso você tenha feito uma pergunta na tese afastar da estrita observância ao ordenamento jurí-
ou no corpo do texto, verifique se a argumenta- dico vigente, que deve ser observado por todos, em
ção responde à pergunta. Se você eventualmente respeito ao Estado democrático de direito. Wlamir
encerrar o texto com uma interrogação, esta pode Leandro Motta Campos. Polícia Federal e o Estado
estar corretamente empregada desde que a argu-
LÍNGUA PORTUGUESA

democrático. Internet: (com adaptações). O Brasil se


mentação responda à questão. Se o texto for vago, efetivou como um país.
a interrogação será retórica e vazia. O estado democrático de direito após a promulga-
ção da CF — também chamada de Constituição Cida-
TEMAS GERAIS DE REDAÇÃO dã, por contar com garantias e direitos fundamentais
que reforçam a ideia de um país livre e pautado na
Tema 1 valorização do ser humano. Com a ruptura do anti-
go sistema ditatorial, o Estado tinha a necessidade de
A Lei n.º 11.705/2008, conhecida como Lei Seca, resgatar a importância dos direitos humanos, negli-
por reduzir a tolerância com motoristas que  diri- genciados até então, porquanto, desde 1948, havia-se
gem embriagados, colocou o Brasil entre os países erigido a Declaração Internacional dos Direitos Huma-
com legislação mais severa sobre o tema. No  entan- nos no mundo. Já no art. 1.º da CF, afirma-se a condi-
to, a atitude dos motoristas pouco mudou nesses dez ção de Estado democrático de direito fundamentado 77
em cidadania e dignidade da pessoa humana. O Brasil, Tema 4
por ser signatário de tratados internacionais de direi-
tos humanos, tem como princípio, em suas relações Denominamos “cooperação descentralizada” as
internacionais, a prevalência dos direitos humanos. iniciativas de cooperação protagonizadas pelas admi-
Yara Gonçalves Emerik Borges. A atividade policial nistrações locais e regionais, especialmente governos
e os direitos humanos. Internet: (com adaptações). municipais e estaduais. Essa cooperação descentra-
A partir das ideias dos textos precedentes, que têm lizada expressa o surgimento, na América, de uma
caráter unicamente motivador, redija um texto dis- nova forma de cooperação, a partir do envolvimento
sertativo acerca do seguinte tema. da sociedade fronteiriça e de atores políticos locais.
O papel da Polícia Federal no aprimoramento
Nesse tipo de cooperação, vê-se alto nível de articu-
da democracia Brasileira
lação da comunidade fronteiriça em detrimento do
Em seu texto,
governo central.  
1. discorra sobre o papel constitucional e social da
Renata Furtado. 35 anos da lei da faixa de fronteira: avanços e
Polícia Federal e sua relação com os direitos huma-
desafios à integração sul-americana.
nos; [valor: 4,00 pontos] In: Revista Brasileira de Inteligência, n.º 9. ABIN, 2015 (com
2. cite contribuições da Polícia Federal relevantes adaptações).
para a manutenção do Estado democrático de
direito, especialmente relacionadas aos direitos
Tendo o fragmento de texto apresentado como
humanos; [valor: 4,00 pontos]
referência inicial, redija um texto dissertativo a res-
3. apresente sugestões de implantação de ações e(ou)
projetos que possam contribuir futuramente para peito do papel dos governos municipal, estadual e
o aprimoramento da democracia brasileira. [valor: federal nas relações políticas e sociais nas áreas de
4,40 pontos] fronteira do Brasil.  
Em seu texto, aborde os seguintes tópicos.
Tema 3
1. A fronteira como espaço geopolítico e espaço de
Sem abrigos, grupos de imigrantes venezuelanos relações sociais. [valor: 10,00 pontos]
voltaram a acampar na rodoviária e a ficar nas ruas de 2. Distintas relações do Brasil com os países vizinhos
Manaus. A crise política, econômica e social na Vene- e principais problemas presentes nas regiões fron-
zuela, que desencadeou um fluxo migratório para o teiriças. [valor: 18,00pontos]
Brasil, continua atraindo milhares de imigrantes para o 3. Papel da área de inteligência na análise das ques-
país. Em busca de sobrevivência, indígenas venezuela-
tões relacionadas às fronteiras. [valor: 10,00 pontos]
nos da etnia Warao começaram a migrar para Manaus
desde o início de 2017. Adultos, idosos e crianças se
abrigaram na rodoviária de Manaus e debaixo de um Considerando que os fragmentos de texto apresen-
viaduto na Zona Centro-Sul. Enquanto o maior abrigo tados têm caráter unicamente motivador, redija um
foi desativado no Amazonas, a chegada dos venezue- texto dissertativo acerca da entrada de imigrantes no
lanos não indígenas só aumentou. As condições pre- Brasil, discutindo estratégias para a prevenção de cri-
cárias de vida em solo brasileiro podem favorecer a mes e de violências envolvendo imigrantes no país,
ocorrência de situações degradantes. Órgãos federais e tanto na condição de agentes quanto na de vítimas.
entidades religiosas anunciaram medidas para cobrar
ações concretas da prefeitura da cidade e dos governos Tema 5
federal e estadual. Internet: (com adaptações).
Historicamente, instruir os que não sabem, alimen-
Lei n.º 13.445/2017 Art. 3.º tar os famintos e cuidar dos doentes têm sido algumas
das missões diárias indicadas aos devotos de dife-
A política migratória brasileira rege-se pelos
rentes religiões. Em tempos modernos, a essas mis-
seguintes princípios e diretrizes:
I – universalidade, indivisibilidade e interdependên- sões foi acrescentado um novo item: zelar pelo meio
cia dos direitos humanos; ambiente, como revela, por exemplo, uma mensagem
II – repúdio e prevenção à xenofobia, ao racismo e a escrita pelo Papa Francisco, exortando as sociedades,
quaisquer formas de discriminação; independentemente de suas crenças, a tomar medidas
III – não criminalização da migração; […] urgentes para frear as mudanças climáticas. Para o
VI – acolhida humanitária; […]
representante máximo do catolicismo, “o cuidado da
IX – igualdade de tratamento e de oportunidade ao
migrante e a seus familiares; casa comum requer simples gestos cotidianos, pelos
X – inclusão social, laboral e produtiva do migrante quais quebramos a lógica da violência, da exploração,
por meio de políticas públicas; do egoísmo, e manifestamos o amor em todas as ações
XI – acesso igualitário e livre do migrante a serviços, que procuram construir um mundo melhor”.
programas e benefícios sociais, bens públicos, educa-
ção, assistência jurídica integral pública, trabalho, O Globo, 2/9/2016, p. 29 (com adaptações).
moradia, serviço bancário e seguridade social;
XII – promoção e difusão de direitos, liberdades, Considerando que o fragmento de texto acima tem
garantias e obrigações do migrante;
caráter unicamente motivador, redija um texto dis-
XVII – proteção integral e atenção ao superior inte-
resse da criança e do adolescente migrante; sertativo acerca do seguinte tema:
Preservação do ecossistema: responsabilidade
78 (Internet – www.planalto.gov.br) do estado, da sociedade e de cada cidadão.
Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos: z 2 Descreva as características do IP. [valor: 4,00
pontos]
z Relação entre os cuidados com o meio ambiente z 3 Comente sobre o valor probatório do IP. [valor:
e a preservação das condições sanitárias; [valor: 2,00 pontos]
12,00 pontos] z 4 A instauração de IP é indispensável? [valor: 2,00
z Atitudes individuais que podem reduzir os efei- pontos]
tos da ação humana sobre o planeta; [valor: 13,00 z 5 Na situação considerada, a prisão temporária de
pontos] João, nos moldes em que foi decretada — de ofício
z Formas de atuação da sociedade para que os — foi legal? [valor: 4,00 pontos]
governos cumpram compromissos relacionados à z 6 Na situação considerada, há fundamento legal
preservação ambiental. [valor: 13,00 pontos] para o direito de acesso do defensor de João aos
elementos de prova no curso do IP? Em sua respos-
Tema 6 ta, destaque o entendimento do Supremo Tribunal
Federal a respeito. [valor: 5,00 pontos]
No curso de uma investigação policial, atendendo
a representação da autoridade policial, foi autorizada Tema 8
judicialmente medida de busca e apreensão de bens
e documentos, a ser realizada em endereço determi- Discorra sobre os princípios penais da reserva
nado, conforme descrito no competente mandado. legal; da anterioridade da lei penal e da intranscen-
De posse do mandado, os agentes de polícia, acompa- dência da pena, abordando o conceito de cada um, sua
nhados da autoridade policial, chegaram ao sobredito
natureza jurídica e seus objetivos.
imóvel somente no período noturno, devido a vários
contratempos havidos no decorrer das diligências.
Tema 9
Confirmado o endereço, constatou-se a presença de
várias pessoas no interior do imóvel, entre elas, o pro-
prietário da casa, indiciado no inquérito policial que Declaração Universal dos Direitos Humanos (…)
originou o mandado de busca e apreensão. Adicional- Art. 19 Todo ser humano tem direito à liberdade de
mente, constatou-se a existência de três veículos na opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de,
garagem do imóvel. sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber
Considerando a situação hipotética acima apresen- e transmitir informações e ideias por quaisquer meios
tada, redija um texto dissertativo acerca do instituto da e independentemente de fronteiras.
busca e apreensão no processo penal. Ao elaborar seu
texto, aborde, fundamentadamente, os seguintes tópicos Internet <www.unicef.org>

z 1 Natureza jurídica da busca e apreensão, seus Código Civil (…) Art. 187 Também comete ato ilí-
objetivos e suas características e normas gerais. cito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
[valor: 7,00 pontos] manifestamente os limites impostos pelo seu fim eco-
z 2 Requisitos para o cumprimento da busca e nômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
apreensão em suas modalidades domiciliar e pes-
soal. [valor: 6,00 pontos] Internet: .<www.planalto.gov.br>
z 3 Relativamente à situação hipotética apresenta-
da: possibilidade jurídica de realização da diligên- “Não podemos confundir liberdade de expressão
cia no horário noturno. [valor: 3,00 pontos] nas redes sociais com irresponsabilidade, senão o
z 4 Relativamente à situação hipotética apresenta- exercício dessa liberdade torna-se abuso de direito”,
da: possibilidade jurídica de realização de busca alerta a advogada Patrícia Peck Pinheiro, especialista
pessoal nas pessoas encontradas no interior do em direito digital. “O que mais prejudica a liberdade
imóvel, bem como no interior dos veículos estacio- de todos é o abuso de alguns, a ofensa covarde e anô-
nados na garagem. [valor: 3,00 pontos] nima, isso não é democracia”. Os chamados crimes
contra a honra na Internet — que envolvem ameaça,
Tema 7
calúnia, difamação, injúria e falsa identidade — têm
gerado cada vez mais processos judiciais. Um levan-
João foi indiciado em inquérito policial (IP), e, no
tamento divulgado pelo Superior Tribunal de Justi-
curso deste, o juiz competente, de ofício, decretou a pri-
ça lista sessenta e cinco julgamentos recentes que
são temporária do dito indiciado. Para defender seus
LÍNGUA PORTUGUESA

interesses, João constituiu um advogado que, na pri- resultaram em pagamento de indenizações, retirada
meira oportunidade, requereu ao delegado de polícia de páginas do ar, responsabilização de agressores e
responsável acesso a todos os elementos de prova no outras condenações em favor das vítimas. Na opinião
curso do IP, para permitir a ampla defesa de seu cliente, de Patrícia Peck, a falta de educação e a impunidade
de modo a se garantir, assim, o devido processo legal. contribuem para os excessos na Internet. Segundo
Acerca da situação hipotética acima apresentada ela, “Sem educação em ética e leis, corremos o risco
e do IP, redija um texto dissertativo que atenda, de de a liberdade de expressão e o anonimato digital se
modo fundamentado, às determinações e aos questio- converterem em verdadeiros entraves à evolução da
namentos seguintes. sociedade digital, pois tornarão o ambiente da Inter-
net selvagem e inseguro”.
z 1 Apresente o conceito e a finalidade do IP. [valor:
2,00 pontos] Internet< www.cartacapital.com.br> (com adaptações) 79
Considerando as ideias precedentes nos fragmen- uma finalidade ilícita, ao passo que, tratando-se de con-
tos textuais apresentados anteriormente, redija um duta culposa, a finalidade é quase sempre lícita. Nesse
texto dissertativo a respeito do seguinte tema: caso, os meios escolhidos e empregados pelo agente
O anonimato digital e o abuso do direito à liber- para atingir a finalidade lícita é que são inadequa-
dade de expressão dos ou mal utilizados. Rogério Greco. Curso de direito
Ao construir seu texto, apresente um exemplo de
penal – parte geral. p. 196 (com adaptações).
situação em que emissão de opinião no meio digital
Considerando que o fragmento de texto acima tem
pode significar abuso de direito e discuta maneiras de
prevenir ou coibir esse tipo de comportamento. caráter unicamente motivador, redija um texto dis-
sertativo acerca dos crimes culposos.
Tema 10 Seu texto deve conter, necessariamente,

Um tribunal regional eleitoral elaborou o seu pla- z 1. Os elementos do crime culposo e a descrição de pelo
no estratégico junto à cúpula de juízes. Do ponto  de menos dois desses elementos; [valor: 12,00 pontos]
vista administrativo, o plano foi bem elaborado, z 2. Os conceitos de culpa inconsciente, culpa consciente
no entanto a estratégia não está sendo alcançada.  A e dolo eventual e suas diferenças; [valor: 12,00 pontos]
maioria dos servidores não tem conhecimento da mis-
são, da visão de futuro, dos valores, nem sabe associar z 3. Os conceitos de culpa imprópria e tentativa.
ao plano estratégico as atividades que executa no dia [valor: 14,00 pontos]
a dia do órgão. O mapa estratégico passou  a ser um
mero cartaz sem significado nas paredes do tribunal. Tema 13
Considerando que o princípio constitucional da
eficiência vem ganhando cada vez mais destaque A foto de Aylan Kurdi, o menino sírio de três anos
nos processos de gestão judiciária  e administrativa de idade morto em uma praia da Turquia  quando
das cortes judiciais brasileiras; e considerando ainda sua família tentava imigrar para a Europa, comoveu
que, para o alcance da eficiência, é necessário que os o mundo todo. E serviu para vários países  europeus
órgãos do  Poder Judiciário revisem suas estruturas, ampliarem sua quota de refugiados — não todos,
sua forma de funcionamento e, sobretudo, dispo-
naturalmente — e para a opinião pública internacio-
nham de um plano bem estruturado para  executar
nal se conscientizar da magnitude do problema repre-
adequadamente a estratégia e garantir a qualidade
dos serviços prestados à população, redija um texto sentado pelas centenas de milhares, talvez  milhões,
dissertativo a respeito  do plano estratégico do tribu- de famílias que fogem da África e do Oriente Médio
nal do caso hipotético descrito. Ao elaborar seu texto, para o mundo ocidental, onde, acreditam,  encontra-
faça o que se pede a seguir: rão trabalho, segurança e uma vida digna e decente
que seus países não lhe oferecem.
z 1. Discorra sobre planejamento estratégico e sua Considerando que o fragmento de texto acima tem
finalidade. [valor: 10,00 pontos] caráter unicamente motivador, redija um texto dis-
z 2. Defina missão, visão e valores organizacionais. sertativo acerca do seguinte tema:
[valor: 10,00 pontos] As atuais correntes migratórias: o drama huma-
no que afronta a consciência universal
z 3. Explique o que são objetivos estratégicos. [valor: Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os
8,00 pontos]
seguintes aspectos:
z 4. Aponte as possíveis falhas na execução da estra-
tégia e as possíveis ações a serem adotadas para que z 1.Os fatores que levam milhares de pessoas a
a estratégia seja alcançada. [valor: 10,00 pontos] enfrentar a perigosa travessia do Mediterrâneo;
[valor: 3,50 pontos]
Tema 11
z 2. O dilema moral vivido pela Europa entre rece-
Considerando a integração da gestão da qualidade ber ou rejeitar os imigrantes; [valor: 3,00 pontos]
no cotidiano das organizações, redija um texto disser- z 3. O papel da opinião pública internacional na
tativo acerca do seguinte tema. sociedade contemporânea. [valor: 3,00 pontos]

Ciclo PDCA Tema 14

Ao elaborar seu texto, faça o que se pede a seguir. Na trajetória da administração pública brasileira,
destacam-se o modelo burocrático, associado ao poder
z 1.Conceitue o ciclo PDCA. [valor: 10,00 pontos] racional-legal, e o modelo gerencialista, representado
z 2. Cite e defina as quatro fases do ciclo PDCA.
pela nova administração pública. Discorra sobre os
[valor: 15,00 pontos]
seguintes tópicos, relacionados a esses dois modelos:
z 3. Apresente o detalhamento das etapas da primei-
ra fase do ciclo PDCA. [valor: 13,00 pontos]
z 1. Contextos em que esses modelos surgiram;
Tema 12 [valor: 9,00 pontos]
z 2. Propósito de cada um desses modelos; [valor:
Toda conduta dolosa ou culposa pressupõe uma 9,00 pontos]3. Princípios e práticas norteadores
finalidade. A diferença entre elas reside no fato de que, (apresente, ao menos, três para cada modelo).
80 em se tratando de conduta dolosa, como regra, existe [valor: 20,00 pontos]
Tema 15 z 3. Objetivos expressos na Lei do RDC; [valor: 2,50
pontos]
O comandante de determinado quartel instaurou
inquérito policial militar para apurar desvios de mate- z 4. Diretrizes relativas às licitações e aos contratos
riais na seção do almoxarifado. No curso do procedimen- administrativos. [valor: 3,00 pontos]
to, o encarregado indiciou um tenente, um sargento, um
cabo e um soldado, imputando-lhes a autoria dos fatos. Tema 18
No indiciamento, os quatro constituíram o mesmo advo-
gado para defende-los, o qual, de imediato, solicitou ao Quando não havia um Estado organizado, a
encarregado o acesso a todos os procedimentos realiza- solução dos conflitos se dava pela atuação dos pró-
dos, tenham sido eles documentados ou não, para possi- prios  interessados: a força vencia a disputa. No
bilitar a ampla defesa e o contraditório. entanto, com a consolidação do Estado, atribuiu-se
A respeito das informações descritas na situação ao Poder  Judiciário, imparcial, a função de aplicar a
hipotética acima e com base no entendimento do lei na busca da pacificação social. Assim, a jurisdição
Supremo Tribunal Federal e na legislação e doutrina garantiu ao Estado a legitimidade para agir em nome
pertinentes, redija um texto dissertativo acerca do do interesse público e, ao jurisdicionado, a segurança
pedido do advogado. jurídica para prosperar.
Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os Redija um texto dissertativo acerca do clean code.
seguintes aspectos: Seu texto deverá abordar, necessariamente,

z 1. Características do inquérito policial militar; z 1. A escolha de nomenclatura de variáveis, méto-


[valor: 14,00 pontos] dos e classes; [valor: 14,00 pontos]
z 2. Finalidade do inquérito policial militar e o cabi- z 2. A abrangência e parametrização de funções;
mento de alegações de nulidades nesse procedi- [valor: 12,00 pontos]
mento; [valor: 12,00 pontos]
z 3. A necessidade e tipos de comentários. [valor:
z 3. Possibilidade de deferimento do pedido do advo-
12,00 pontos]
gado. [valor: 12,00 pontos]

Tema 16

Nas últimas décadas, a administração pública bra- HORA DE PRATICAR!


sileira vem passando por algumas reformas, com vis-
tas ao aprimoramento do serviço público prestado e à Texto para as questões 1, 2, 3 e 4
modernização da gestão. Entre essas reformas, destaca-
-se o Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado Cartilha orienta consumidor
(PDRAE), implantado no ano de 1995, sob a supervisão
do então Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, como Lançada pelo SindilojasRio e pelo CDL-Rio, em parceria
forma de aproximar a administração pública brasileira com o Procon-RJ, guia destaca os principais pontos do
da chamada administração gerencial. Código de Defesa do Consumidor (CDC), selecionados a
A partir dessas informações, redija um texto dis- partir das dúvidas e reclamações mais comuns recebi-
sertativo, atendendo ao que se pede a seguir. das pelas duas entidades

z 1. Discorra sobre os aspectos da administração O Sindicato de Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro


pública e da prestação dos serviços públicos que (SindilojasRio) e o Clube de Diretores Lojistas do Rio
culminaram na implantação do PDRAE. [valor: de Janeiro (CDL-Rio) lançaram ontem uma cartilha
2,50 pontos] para orientar lojistas e consumidores sobre seus direi-
z 2. Aponte, no mínimo, três objetivos do PDRAE tos e deveres. Com o objetivo de dar mais transparên-
enquanto reforma de estado. [valor: 3,00 pontos] cia e melhorar as relações de consumo, a cartilha tem
z 3. Apresente, no mínimo, quatro características apoio também da Secretaria Estadual de Proteção e
da administração pública gerencial. [valor: 4,00 Defesa do Consumidor (Seprocon)/ Procon-RJ.
pontos] Batizada de Boas Vendas, Boas Compras! – Guia prá-
tico de direitos e deveres para lojistas e consumi-
Tema 17 dores, a publicação destaca os principais pontos do
Código de Defesa do Consumidor (CDC), seleciona-
No Brasil, a legislação sobre compras públicas
dos a partir das dúvidas e reclamações mais comuns
foi inovada com a introdução da Lei n.º 12.462/2011,
LÍNGUA PORTUGUESA

recebidas, tanto pelo SindilojasRio e CDL-Rio, como


conhecida como Lei do Regime Diferenciado de Con-
pelo Procon-RJ.
tratações Públicas (RDC), que foi regulamentada pelo
Decreto n.º 7.581/2011. “A partir da conscientização de consumidores e lojis-
Considerando essas informações, redija um texto tas sobre seus direitos e deveres, queremos contribuir
dissertativo sobre a introdução do RDC no ordena- para o crescimento sustentável das empresas, tendo
mento jurídico brasileiro, abordando, fundamentada- como base a ética, a qualidade dos produtos e a boa
mente, os seguintes aspectos: prestação de serviços ao consumidor”, explicou o pre-
sidente do SindilojasRio e do CDL-Rio, Aldo Gonçalves.
z 1. A motivação para sua criação; [valor: 2,00 Gonçalves destacou que as duas entidades estão
pontos] comprometidas em promover mudanças que pro-
z 2. Exigências aplicáveis ao objeto da licitação; piciem o avanço das relações de consumo, além do
[valor: 2,00 pontos] desenvolvimento do varejo carioca. 81
“O consumidor é o nosso foco. É importante informá- Texto para as questões 5, 6 e 7
-lo dos seus direitos”, disse o empresário, ressaltando
que conhecer bem o CDC é vital não só para os lojis- Moeda digital deve revolucionar a sociedade
tas, mas também para seus fornecedores.
Nas sociedades primitivas, a produção de bens era limi-
Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 08 abr. 2014, A-9. Adaptado.
tada e feita por famílias que trocavam seus produtos
de subsistência através do escambo, organizado em
1. (CESGRANRIO — 2015) No seguinte período, a palavra locais públicos, decorrendo daí a origem do termo “pre-
em destaque está grafada de acordo com a ortografia gão” da Bolsa. Com o passar do tempo, especialmente
oficial: na antiguidade, época em que os povos já dominavam
a navegação, o comércio internacional se modernizou
a) O sindicato se preocupa com o aspécto educativo da e engendrou a criação de moedas, com o intuito de
cartilha. facilitar a circulação de mercadorias, que tinham como
b) Várias entidades mantêm convênio conosco. lastro elas mesmas, geralmente alcunhadas em ouro,
c) O consumidor tem de ser consciênte de seu papel de prata ou bronze, metais preciosos desde sempre.
cidadão. A Revolução Industrial ocorrida inicialmente na Ingla-
d) O substântivo que traduz essa cartilha é “seriedade”. terra e na Holanda, por volta de 1750, viria a criar uma
e) No rítmo em que a sociedade caminha, em breve exer- quantidade de riqueza acumulada tão grande que
ceremos plena cidadania. transformaria o próprio dinheiro em mercadoria. Nas-
cia o mercado financeiro em Amsterdã, que depois se
2. (CESGRANRIO — 2015) No trecho “Batizada de Boas espalharia por toda a Europa e pelo mundo. A grande
inovação na época foi o mecanismo de compensação
Vendas, Boas Compras! - Guia prático de direitos e
nos pagamentos, mais seguro e prático, no qual um
deveres para lojistas e consumidores, a publicação
banco emitia uma ordem de pagamento para outro em
destaca os principais pontos do Código de Defesa do
favor de determinada pessoa e esta poderia sacá-la
Consumidor (CDC)”, são palavras de classes gramati- sem que uma quantidade enorme de dinheiro ou ouro
cais diferentes tivesse de ser transportada entre continentes. Essa
ordem de pagamento, hoje reconhecida no mundo
a) vendas e compras financeiro como “título cambial”, tem como instrumen-
b) prático e principais to mais conhecido o cheque, “neto” da letra de câm-
c) publicação e pontos bio, amplamente usada pela burguesia em transações
d) direitos e lojistas financeiras na alta idade média. A teoria nos ensina
e) deveres e destaca que são três as suas principais características: a car-
tularidade, a autonomia e a abstração.
3. (CESGRANRIO — 2015) De acordo com a norma-pa- Ora, o que isso tem a ver com bitcoins? Foi necessá-
drão, se fosse acrescentado ao trecho “disse o empre- ria essa pequena exegese para refletirmos que não
sário” um complemento informando a quem ele deu importa a forma como a sociedade queira se organi-
a declaração, seria empregado o acento indicativo de zar, ela é sempre motivada por um fenômeno humano.
crase no seguinte caso: Como nos ensina Platão, a necessidade é a mãe das
invenções. Considerando o dinamismo da evolução
da sociedade da informação, inicialmente revolucio-
a) a imprensa especializada
nada pela invenção do códex e da imprensa nos idos
b) a todos os presentes
de 1450, que possibilitou na Idade Média o armaze-
c) a apenas uma parte dos convidados namento e a circulação de grandes volumes de infor-
d) a suas duas assessoras de imprensa mação, e, recentemente, o fenômeno da internet, que
e) a duas de suas secretárias eliminou distâncias e barreiras culturais, transforman-
do o mundo em uma aldeia global, seria impossível
4. (CESGRANRIO — 2015) O emprego do verbo destaca- que o próprio mundo virtual não desenvolvesse sua
do no trecho “‘queremos contribuir para o crescimento moeda, não somente por questão financeira, mas
sustentável das empresas’” contribui para indicar uma sobretudo para afirmação de sua identidade cultural.
pretensão do presidente do Sindicato dos Lojistas, que Criada por um “personagem virtual”, cuja identidade
começa no presente e se estende no futuro. no mundo real é motivo de grande especulação, a bit-
Se, respeitando-se o contexto original, a frase indicas- coin, resumidamente, é uma moeda virtual que pode
se uma pretensão que começasse no passado e se ser utilizada na aquisição de produtos e serviços dos
estendesse no tempo, o verbo adequado seria o que mais diversos no mundo virtual. Trata-se de um título
se destaca em: cambial digital, sem emissor, sem cártula, e, portanto,
sem lastro, uma aberração no mundo financeiro, que,
não obstante isso, tem valor.
a) quisemos contribuir para o crescimento sustentável
No entanto, ao que tudo indica, essa questão do lastro
das empresas.
está prestes a ser resolvida. Explico. Grandes corpora-
b) quisermos contribuir para o crescimento sustentável
ções começam a acenar com a possibilidade de aceitar
das empresas. bitcoins na compra de serviços. Se a indústria pesada
c) quiséssemos contribuir para o crescimento sustentá- da tecnologia realmente adotar políticas reconhecendo
vel das empresas. e incluindo bitcoins como moeda válida, estará dado o
d) quereremos contribuir para o crescimento sustentável primeiro passo para a criação de um mercado financei-
das empresas. ro global de bitcoins. Esse assunto é de alta relevância
e) quisera poder contribuir para o crescimento sustentá- para a sociedade como um todo e poderá abrir as por-
82 vel das empresas. tas para novos serviços nas estruturas que se formarão
não somente no mercado financeiro, em todas as suas d) É preciso observar que a população interessa-se pelas
facetas — refiro-me à Bolsa de Valores, inclusive, bem formas de aprendizagem condizentes com a sua cultura.
como em novos campos do direito e na atividade esta- e) Os turistas tinham organizado-se para viajar quando
tal de regulação dessa nova moeda. as condições econômicas melhorassem.

Certamente a consolidação dos bitcoins não revogará Texto para as questões 8, 9, 10 e 11.
as outras modalidades de circulação de riqueza cria-
Ciência do esporte – sangue, suor e análises
das ao longo da história, posto que ainda é possível
trocar mercadorias, emitir letras de câmbio, transacio- Na luta para melhorar a performance dos atletas […],
nar com moedas e outros títulos. Ao longo do tempo o Comitê Olímpico Brasileiro tem, há dois anos, um
aprendemos também que os instrumentos se renova- departamento exclusivamente voltado para a Ciência
ram e se tornaram mais sofisticados, fato que consti- do Esporte. De estudos sobre a fadiga à compra de
tui um desafio para o mundo do direito. materiais para atletas de ponta, a chave do êxito é uma
AVANZI, Dane. UOL TV Todo Dia. Disponível em: <http://portal. só: o detalhamento personalizado das necessidades.
tododia.uol.com.br/_conteudo/2015/03/opiniao/65848-moeda- Talento é fundamental. Suor e entrega, nem se fala.
digital-deve-revolucionar-a-sociedade.php>. Acesso em: 09 ago. Mas o caminho para o ouro olímpico nos dias atuais
2015. passa por conceitos bem mais profundos. Sem distin-
Adaptado. ção entre gênios da espécie e reles mortais, a máqui-
na humana só atinge o máximo do potencial se suas
5. (CESGRANRIO — 2015) Para que a leitura de um texto características individuais forem minuciosamente
seja bem sucedida, é preciso reconhecer a sequência estudadas. Num universo olímpico em que muitas
em que os conteúdos foram apresentados. Esse texto, vezes um milésimo de segundo pode separar glória e
antes de explicar como eram realizadas as transações fracasso, entra em campo a Ciência do Esporte. Por-
financeiras na época medieval, refere-se que grandes campeões também são moldados atra-
vés de análises laboratoriais, projetos acadêmicos e
a) à importância da criação de novos serviços na área finan- modernos programas de computador.
ceira, o que é de grande relevância para a sociedade. A importância dos estudos científicos cresceu de tal
b) à possibilidade de criação de lastro para as moedas vir- forma que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) há dois
tuais devido à adesão de grandes empresas mundiais. anos criou um departamento exclusivamente dedica-
c) à invenção de um documento financeiro para evitar o do ao tema. [...]
transporte de valores entre grandes distâncias. — Nós trabalhamos para potencializar as chances de
d) à criação de instrumento a ser utilizado na aquisição resultados. O que se define como Ciência do Esporte
de produtos e serviços por meio eletrônico. é na verdade uma quantidade ampla de informações
e) ao surgimento do fenômeno da internet, responsável que são trazidas para que técnico e atleta possam uti-
pela transformação do mundo em uma aldeia global. lizá-las da melhor maneira possível. Mas o líder será
sempre o treinador. Ele decide o que é melhor para
6. (CESGRANRIO — 2015) De acordo com as regras de o atleta — ressalta o responsável pela gerência de
regência verbal estabelecidas pela norma-padrão da desenvolvimento e projetos especiais, que cuida da
Língua Portuguesa, o elemento destacado está ade- área de Ciência do Esporte no COB, Jorge Bichara.
quadamente empregado em: A gerência também abrange a coordenação médica do
comitê. Segundo Bichara, a área de Ciência do Esporte
a) Os inadimplentes infringem aos regulamentos estabe- está dividida em sete setores: fisiologia, bioquímica,
lecidos pelas financeiras ao deixar de cumprir os pra- nutrição, psicologia, meteorologia, treinamento espor-
zos dos empréstimos. tivo e vídeo análise.
b) Os comerciantes elogiaram aos bancos às medidas Reposição individualizada
tomadas a favor de seus empreendimentos.
c) Vários executivos procuram realizar cursos de espe- Na prática, o atleta de alto rendimento pode dispor
cialização porque cobiçam aos estágios mais avança- desde novos equipamentos, que o deixem em igual-
dos da carreira. dade de condições de treino com seus principais con-
d) Os funcionários mais graduados das grandes empre- correntes, até dados fisiológicos que indicam o tipo de
sas aspiram aos melhores cargos tendo em vista o reposição ideal a ser feita após a disputa.
aumento de seu poder aquisitivo. No futebol feminino, já temos o perfil de desgaste de
e) Algumas grandes empresas responsáveis pelas redes cada atleta e pudemos desenvolver técnicas individuais
sociais ludibriam aos princípios estabelecidos por lei de recuperação. Algumas precisam beber mais água,
ao permitir postagens agressivas. outras precisam de isotônico — explica Sidney Caval-
LÍNGUA PORTUGUESA

cante, supervisor de Ciência do Esporte do comitê. […]


7. (CESGRANRIO — 2015) A colocação do pronome des- As Olimpíadas não são laboratório para testes. É pre-
tacado atende às exigências da norma-padrão da Lín- ciso que todas as inovações, independentemente da
gua Portuguesa em: modalidade, estejam testadas e catalogadas com
antecedência. Bichara afirma que o trabalho da área
a) Os clientes mais exigentes sempre comportaram-se bem de Ciências do Esporte nos Jogos pode ser resumida
diante das medidas favoráveis oferecidas pelos bancos. em um único conceito:
b) Efetivando-se os pagamentos com moedas virtuais, Recuperação. Essa é a palavra-chave. […]
os clientes terão confiança para utilizar esse recurso CUNHA, Ary; BERTOLDO, Sanny. Ciência do esporte – sangue, suor e
financeiro. análises. O Globo, Rio de Janeiro, 25 maio 2012.
c) Os usuários constantes da internet não enganam-se a
respeito das vantagens do comércio on-line. O Globo Olimpíadas - Ciência a serviço do esporte, p. 6. 83
8. (CESGRANRIO — 2013) A leitura do texto indica que a uma hipótese. Mas, no caso, de acontecer, serei obri-
expressão o detalhamento personalizado das neces- gada mesmo a cumprir todas essas metas antes? Não
sidades diz respeito ao fato de que dá pra fechar por cinquenta em vez de cem?
Outro dia estava assistindo a um DVD promocional que
a) cada atleta precisa que uma só pessoa faça seu também mostra, como imaginei, as cem coisas que a
acompanhamento para evitar enganos. gente precisa porque precisa fazer antes de morrer.
b) cada atleta observe suas próprias necessidades e as Me deu uma angústia, pois, das cem, eu fiz onze até
detalhe para a comissão técnica.
agora. Falta muito ainda. Falta dirigir uma Ferrari, fazer
c) as necessidades comuns a todos os atletas sejam
um safári, frequentar uma praia de nudismo, comer
verificadas pessoalmente por alguém.
algo exótico (um baiacu venenoso, por exemplo), visi-
d) as necessidades de cada atleta, identificadas em cada
tar um vulcão ativo, correr uma maratona [...].
um deles, sejam analisadas cientificamente.
e) as necessidades de cada atleta deverão ser identifica- Se dependesse apenas da minha vontade, eu já teria
das coletivamente. um plano de ação esquematizado, mas quem fica com
as crianças? Conseguirei cinco férias por ano? E quem
9. (CESGRANRIO — 2013) Segundo o texto, o responsá- patrocina essa brincadeira?
vel pelos projetos especiais é o Hoje é dia de mais um sorteio da Mega-Sena. O prê-
mio está acumulado em cinquenta milhões de reais.
a) COB A maioria das pessoas, quando perguntadas sobre
b) atleta o que fariam com a bolada, responde: pagar dívidas,
c) técnico comprar um apartamento, um carro, uma casa na
d) treinador serra, outra na praia, garantir a segurança dos filhos e
e) Sr. Bichara guardar o resto para a velhice.
Normal. São desejos universais. Mas fica aqui um con-
10. (CESGRANRIO — 2013) Abaixo estão transcritos tre-
vite para sonhar com mais criatividade. Arranje uma
chos do texto, em que são propostas alterações da
dessas listas de cem coisas pra fazer e procure diver-
posição do adjetivo nas expressões em destaque.
Em qual delas a troca de posição altera o sentido? tir-se com as opções [...]. Não pense tanto em comprar
mas em viver.
a) “grandes campeões também são moldados através Eu, que não apostei na Mega-Sena, por enquanto sigo
de análises laboratoriais” - campeões grandes com a minha lista de cem coisas a evitar antes de mor-
b) “através de análises laboratoriais, projetos acadêmi- rer. É divertido também, e bem mais fácil de realizar,
cos e modernos programas de computador” - progra- nem precisa de dinheiro.
mas modernos de computador MEDEIROS, Martha. Doidas e santas. Porto Alegre: L&PM, 2008, p.
c) “Ciência do Esporte é na verdade uma quantidade 122-123. Adaptado.
ampla de informações” - ampla quantidade
d) “Na prática, o atleta de alto rendimento” - rendimento alto No fragmento “fazer um safári, frequentar uma praia
e) “igualdade de condições de treino com seus principais de nudismo, comer algo exótico (um baiacu venenoso,
concorrentes” - concorrentes principais por exemplo), visitar um vulcão ativo”, são palavras de
classes gramaticais diferentes
11. (CESGRANRIO — 2013) Faz o plural como palavra-
-chave, com dupla possibilidade de flexão, o composto a) “praia” e “ativo”
b) “venenoso” e “exótico”
a) lugar-comum c) “baiacu” e “nudismo”
b) guarda-roupa d) “ativo” e “exótico”
c) aço-liga e) “safári” e “vulcão”
d) amor-perfeito
e) abaixo-assinado Texto para as questões: 14 e 15.

12. (CESGRANRIO — 2013) Que forma verbal está empre- Dialética da mudança
gada no mesmo tempo e modo que pudemos?
Certamente porque não é fácil compreender certas
a) Forem questões, as pessoas tendem a aceitar algumas afir-
b) Cresceu
mações como verdades indiscutíveis(a) e até mesmo a
c) Será
irritar-se quando alguém insiste em discuti-las. É natu-
d) Deixem
ral que isso aconteça, quando mais não seja porque
e) Indicam
as certezas nos dão segurança e tranquilidade. Pô-las
em questão equivale a tirar o chão de sob nossos pés.
13. (CESGRANRIO — 2013)
Não necessito dizer que, para mim, não há verdades
indiscutíveis, embora acredite em determinados valo-
100 Coisas
res e princípios que me parecem consistentes. De fato,
É febre. Livros listando as cem coisas que você deve é muito difícil, senão impossível, viver sem nenhuma
fazer antes de morrer, os cem lugares que você deve certeza, sem valor algum.
conhecer antes de morrer, os cem pratos que você No passado distante, quando os valores religiosos se
deve provar antes de morrer. Primeiramente, me impunham à quase totalidade das pessoas, poucos
espanta o fato de todos terem a certeza absoluta de eram os que questionavam, mesmo porque, dependen-
84 que você vai morrer. Eu prefiro encarar a morte como do da ocasião, pagavam com a vida seu inconformismo.
Com o desenvolvimento do pensamento objetivo e da 15. (CESGRANRIO — 2013) No trecho do Texto “Introduzi-
ciência, aquelas certezas inquestionáveis passaram a ram-se as ideias não só de evolução como de revolu-
segundo plano, dando lugar a um novo modo de lidar ção.”, o verbo concorda em número com o substantivo
com as certezas e os valores. Questioná-los, reava- que o segue.
liá-los, negá-los, propor mudanças às vezes radicais O verbo deverá ser flexionado no plural, caso o subs-
tornou-se frequente e inevitável, dando-se início a uma tantivo destacado que o segue esteja no plural, EXCE-
nova época da sociedade humana. Introduziram-se as TO em:
ideias não só de evolução como de revolução(b).
Naturalmente, essas mudanças não se deram do dia a) Ao se implantar o uso do computador nas salas de
para a noite, nem tampouco se impuseram à maio- aula, corresponde-se à expectativa dos alunos de
ria da sociedade. O que ocorreu de fato foi um pro- estarem antenados com os novos tempos.
cesso difícil e conflituado em que, pouco a pouco, a b) Com o advento dos novos tempos, reafirma-se a tese
visão inovadora veio ganhando terreno e, mais do que relacionada à necessidade de mudança.
isso, conquistando posições estratégicas, o que tor-
c) Defende-se a visão conservadora do mundo com o
nou possível influir na formação de novas gerações,
argumento de que a sociedade não aceita mudanças.
menos resistentes a visões questionadoras.
d) Em outras épocas, valorizava-se a pessoa que não ques-
A certa altura desse processo, os defensores das tionava os valores religiosos impostos à população.
mudanças acreditavam-se senhores de novas ver- e) No passado, questionava-se a mudança de valores e
dades, mais consistentes porque eram fundadas no
crenças para não incentivar o caos social.
conhecimento objetivo das leis que governam o mun-
do material e social. Mas esse conhecimento era ain-
Texto para as questões 16 e 17
da precário e limitado.
Inúmeras descobertas reafirmam a tese de que a 100 Coisas
mudança é inerente à realidade tanto material quanto
espiritual(c), e que, portanto, o conceito de imutabilida-
É febre. Livros listando as cem coisas que você deve
de é destituído de fundamento.
fazer antes de morrer, os cem lugares que você deve
Ocorre, porém, que essa certeza pode induzir a outros conhecer antes de morrer, os cem pratos que você
erros: o de achar que quem defende determinados deve provar antes de morrer. Primeiramente, me
valores estabelecidos está indiscutivelmente errado.
espanta o fato de todos terem a certeza absoluta de
Em outras palavras, bastaria apresentar-se como ino-
que você vai morrer. Eu prefiro encarar a morte como
vador para estar certo. Será isso verdade? Os fatos
uma hipótese. Mas, no caso, de acontecer, serei obri-
demonstram que tanto pode ser como não.
gada mesmo a cumprir todas essas metas antes? Não
Mas também pode estar errado quem defende os valo- dá pra fechar por cinquenta em vez de cem?
res consagrados e aceitos. Só que, em muitos casos,
não há alternativa senão defendê-los. E sabem por quê? Outro dia estava assistindo a um DVD promocional que
Pela simples razão de que toda sociedade é, por defini- também mostra, como imaginei, as cem coisas que a
ção, conservadora, uma vez que, sem princípios e valo- gente precisa porque precisa fazer antes de morrer.
res estabelecidos, seria impossível o convívio social. Me deu uma angústia, pois, das cem, eu fiz onze até
Uma comunidade cujos princípios e normas mudassem agora. Falta muito ainda. Falta dirigir uma Ferrari, fazer
a cada dia seria caótica e, por isso mesmo, inviável. um safári, frequentar uma praia de nudismo, comer
Por outro lado, como a vida muda e a mudança é ine- algo exótico (um baiacu venenoso, por exemplo), visi-
rente à existência, impedir a mudança é impossível(d). tar um vulcão ativo, correr uma maratona [...].
Daí resulta que a sociedade termina por aceitar as Se dependesse apenas da minha vontade, eu já teria
mudanças(e), mas apenas aquelas que de algum modo um plano de ação esquematizado, mas quem fica com
atendem a suas necessidades e a fazem avançar. as crianças? Conseguirei cinco férias por ano? E quem
patrocina essa brincadeira?
GULLAR, Ferreira. Dialética da mudança. Folha de São Paulo, 6 maio
2012, p. E10. Hoje é dia de mais um sorteio da Mega-Sena. O prê-
mio está acumulado em cinquenta milhões de reais.
14. (CESGRANRIO — 2013) No Texto, o verbo atender exi- A maioria das pessoas, quando perguntadas sobre
ge a presença de uma preposição para introduzir o ter- o que fariam com a bolada, responde: pagar dívidas,
mo regido. comprar um apartamento, um carro, uma casa na
Essa mesma exigência ocorre na forma verbal desta- serra, outra na praia, garantir a segurança dos filhos e
cada em: guardar o resto para a velhice.
LÍNGUA PORTUGUESA

Normal. São desejos universais. Mas fica aqui um con-


a) “Certamente porque não é fácil compreender certas
vite para sonhar com mais criatividade. Arranje uma
questões, as pessoas tendem a aceitar algumas afir-
mações como verdades indiscutíveis.” dessas listas de cem coisas pra fazer e procure diver-
b) “Introduziram-se as ideias não só de evolução como tir-se com as opções [...]. Não pense tanto em comprar
de revolução.” mas em viver.
c) “Inúmeras descobertas reafirmam a indiscutível tese Eu, que não apostei na Mega-Sena, por enquanto sigo
de que a mudança é inerente à realidade tanto material com a minha lista de cem coisas a evitar antes de mor-
quanto espiritual,” rer. É divertido também, e bem mais fácil de realizar,
d) “Por outro lado, como a vida muda e a mudança é ine- nem precisa de dinheiro.
rente à existência, impedir a mudança é impossível.”
e) “Daí resulta que a sociedade termina por aceitar as MEDEIROS, Martha. Doidas e santas. Porto Alegre: L&PM, 2008, p.
mudanças,” 122-123. Adaptado. 85
16. (CESGRANRIO — 2013) O emprego do verbo obter está Quando comentassem que devia ser uma chatice tra-
adequado à norma-padrão apenas em: balhar em elevador, ele não responderia “tem altos e
baixos”, como esperavam. Responderia, “cripticamen-
a) Com as apostas, obtém-se recursos para diversas te”, que era melhor do que trabalhar em escada.
pesquisas científicas. Ou que não se importava, embora seu sonho fosse,
b) Quando o pessoal obtiverem êxito, o grupo que faz um dia, comandar alguma coisa que também andasse
aposta coletiva vai viajar pelo mundo. para os lados...
c) Caso obtenham êxito na Mega-Sena, os apostadores
E quando ele perdesse o emprego porque substituís-
farão as cem coisas possíveis antes de morrer.
sem o elevador antigo por um moderno, daqueles com
d) A procura das pessoas pelo enriquecimento rápido
música ambiental, diria:
obtêm bons recursos financeiros para o país.
e) Se obterem recursos, certamente as pessoas farão Era só me pedirem. Eu também canto!
mais de cem coisas antes de morrer. Mas, enquanto não o despedissem, continuaria inovando.
Sobe?
17. (CESGRANRIO — 2013) A seguinte frase está redigida
A ideia é essa.
com adequada grafia de palavras, correta acentuação
e pontuação de acordo com a norma-padrão: Desce?
Se ainda não revogaram a lei da gravidade, sim.
a) A raiz, geralmente subterrânea, não abdica de com- Sobe?
postos nitrogenados e outras substâncias orgânicas.
Faremos o possível.
b) As raízes geralmente subterrâneas, não abidicam de com-
postos nitrogenados e outras substâncias orgânicas. Desce?
c) As raízes, crescem abaixo da superficie da terra, mas Pode acreditar.
não abidicam de compostos nitrogenados e outras
substâncias orgânicas. VERISSIMO, L. F. Jornal O Globo, p. 15, 28 jun. 2015.
d) A raíz é o membro das árvores que cresce abaixo da
terra, mas não abdica de compostos nitrogenados e A palavra em destaque está grafada corretamente em:
outras substâncias orgânicas.
e) A raíz é o membro das árvores que, apesar de crescer a) É preciso reavaliar o prosesso.
abaixo da terra não abdica de compostos nitrogena- b) O bancos fortalecem a estrutura finançeira do país.
dos e outras substâncias orgânicas. c) O mercado é sencível ao consumo.
d) Sempre se deve fazer esse tipo de inspeção.
18. (CESGRANRIO — 2015) e) A tacha de juros será mantida nesse percentual.

19. (CESGRANRIO — 2013)


Texto II
É preciso mudar a mentalidade sobre a Amazônia
Sobe e desce
Trabalho no projeto Saúde e Alegria, que começou
Ascensorista é uma das profissões que desapare- com o apoio do BNDES em 1987, e hoje retomamos
ceram no mundo moderno. Era certamente a mais uma parceria com o Banco na área de saneamento,
tediosa das profissões, e não apenas porque o ascen- premiada pela Cepal, em Santiago do Chile.
sorista estava condenado a passar o dia ouvindo his- O tiro que eu daria seria na mudança de mentalidade.
tórias pela metade, anedotas sem desenlace, brigas O Brasil começaria a entender a Amazônia não como
sem resolução, só nacos e vislumbres da vida dos um ônus, mas como um bônus. Vivemos neste exato
passageiros. momento duas crises. Uma econômica internacional,
Pode-se imaginar que muitos ascensoristas tenham outra ambiental(a). Apesar de serem duas, a solução
tentado combater o tédio, variando a sua própria fala. para a saída de ambas é uma só: pensar um novo mode-
Dizendo “ascende”, em vez de “sobe”, por exemplo. lo de desenvolvimento que una a questão ambiental à
Ou “Eleva-se”. Ou “Para cima”. econômica. Sobretudo, que traga alegria, saúde, felici-
dade, com base não apenas no consumo desenfreado.
Para o alto.
A questão liga a Amazônia ao mundo não apenas pelo
Escalando.
aspecto da regulação climática, mas também pela
Quando perguntassem “Sobe ou desce?”, responderia motivação na busca de uma solução para aquelas duas
“A primeira alternativa”. Ou diria “Descendente”, “Ruma crises. Temos uma oportunidade única — principalmen-
para baixo”. “Cai controladamente”. E se justificaria te por ser o Brasil um país que agrega a maioria do ter-
dizendo: ritório amazônico — de construir, a partir da Amazônia,
Gosto de improvisar. um modelo de desenvolvimento “2.0” capaz de ofere-
Mas, como toda arte tende para o excesso, o ascenso- cer respostas em um sentido inverso ao atual. Em lugar
rista entediado chegaria fatalmente ao preciosismo. de importar um modelo de desenvolvimento do Sul,
Quando perguntassem “Sobe?”, responderia “É o que construído em outras bases, deveríamos levar adiante
veremos...” Ou então, “Como a Virgem Maria”. algumas iniciativas que podem ser, até mesmo, replica-
das em cidades como Rio de Janeiro ou São Paulo.
Ou recorreria a trocadilhos:
Esse seria o tiro ligado à mudança de mentalidade.
Desce?
Às vezes, pensamos na Amazônia como um proble-
Dei. ma, como o escândalo do desmatamento. Raramente
Nem todo mundo o compreenderia, mas alguns o chegam às regiões Sul e Sudeste ou a Brasília notícias
86 instigariam. boas da Amazônia.
O novo modelo de desenvolvimento — se fosse redu- c) Essa é a prática na Amazônia. / Essa, é a prática na
zido a alguns pilares — incluiria, obviamente, zerar o Amazônia.
desmatamento (já há programas para isso) e combater d) Às vezes, acho que o Brasil desconhece a Amazônia.”/
a pobreza, entendendo-se que a solução para o meio Às vezes, acho, que o Brasil desconhece a Amazônia.
ambiente passa, necessariamente, pela questão social. e) Outro ponto a ser levado em consideração é o ordena-
Se analisarmos as áreas que mais desmatam hoje no mento territorial. / Outro ponto a ser levado em consi-
mundo, constataremos que são áreas com menor Índi- deração, é o ordenamento territorial.
ce de Desenvolvimento Humano [IDH]. Portanto, há uma
necessidade premente de se criar um ambiente de negó- 20. (CESGRANRIO — 2013) A substituição do termo des-
cios sustentáveis, com uma economia ligada ao meio tacado pelo pronome oblíquo adequado está de acor-
ambiente. O investidor precisa ter segurança de investir, do com a norma-padrão em:
de gerar emprego com o mínimo de governança, para
que esses negócios se perpetuem ao longo do tempo. a) “Arranje uma dessas listas” – Arranje-lhes
Destaco outros pontos, como a política de proteção b) “fica aqui um convite” – fica-o aqui
e fiscalização. É preciso sair da cultura do ilegalismo c) “listando as cem coisas” – Listando-as
e entrar no legalismo. O normal lá é o ilegal. Vamos d) “Eu prefiro encarar a morte” – Encarar-lhe
imaginar que sou do Rio Grande do Sul, sou um cara e) “Falta muito ainda” – Falta-o ainda
do bem, quero investir em produção madeireira na
Amazônia. Faço tudo corretamente, plano de mane- 9 GABARITO
jo, obtenho as licenças necessárias, pago encargos
trabalhistas, etc. Vou enfrentar uma concorrência
desleal, e minha empresa fechará no vermelho. Como 1 B
posso concorrer com 99% dos empreendimentos, que
2 E
são ilegais?(b) Ou volto para o Rio Grande do Sul ou
mudo de lado. Essa é a prática na Amazônia(c). E essa 3 A
prática precisa acabar.
4 A
Além da necessidade de governança, de gestão públi-
ca, há a necessidade de políticas que atendam ao 5 C
fator amazônico. Às vezes, acho que o Brasil desconhece
a Amazônia(d). Lido com políticos municipais, principal- 6 D
mente nas áreas de saúde e educação. Evidentemen- 7 B
te, não podemos trabalhar com a mesma política de
municípios como Campinas ou Santarém, equivalen- 8 D
te ao tamanho da Bélgica. Na Amazônia, há comuni-
9 E
dades que ficam distantes 20 horas de barco e são
responsabilidade do gestor municipal. Imaginem um 10 A
secretário de Saúde tentando cumprir a Constituição,
o direito do cidadão, com o orçamento limitado, numa 11 C
situação amazônica, com as distâncias amazônicas.
12 B
Outro ponto a ser levado em consideração é o orde-
namento territorial(e). Também destaco os aspectos 13 A
social e de infraestrutura, as cadeias produtivas, o
14 A
crédito, o fomento e a construção de uma nova econo-
mia sobre REDD (do inglês Reducing Emissions from 15 A
Deforestation and Degradation, que significa reduzir
emissões provenientes de desflorestamento e degra- 16 C
dação) e o pagamento de serviços ambientais. 17 A
Em resumo, se começarmos a pensar na Amazônia
como uma oportunidade, acho que conseguiremos 18 D
efetivar soluções em curto espaço de tempo.
19 A
SCANNAVINO, Caetano. É preciso mudar a mentalidade sobre a
Amazônia. In: BNDES.
20 C
Amazônia em debate: oportunidades, desafios e soluções. Rio de
LÍNGUA PORTUGUESA

Janeiro: BNDES, 2010, p. 147-149. Adaptado.

A mudança de pontuação manteve o sentido original


do texto, bem como observou os preceitos da norma- ANOTAÇÕES
-padrão, em:

a) Vivemos neste exato momento duas crises. Uma


econômica internacional, outra ambiental.”/ Vivemos,
neste exato momento, duas crises: uma econômica
internacional, outra ambiental.
b) Como posso concorrer com 99% dos empreendimen-
tos, que são ilegais? / Como posso concorrer com 99%
dos empreendimentos? Que são ilegais? 87
ANOTAÇÕES

88
O objetivo, ou o propósito, do texto se encontra
em meio à leitura. Assim, para identificá-lo, é preci-
so realizar uma leitura atenta que vai além do que
está escrito. Bem como mencionado anteriormente, a

LÍNGUA INGLESA identificação de quem é o autor e o narrador, a quem


se destina o texto, o contexto nele presente, o assunto
tratado e a linguagem empregada são elementos cru-
ciais para o entendimento do serviço a que se presta
o texto.
CONHECIMENTO DE UM O propósito pode ser relatar um fato, contar novi-
VOCABULÁRIO FUNDAMENTAL PARA A dades, listar ou enumerar itens, reportar um crime,
expor uma opinião, entre muitas outras possibilida-
COMPREENSÃO DE TEXTOS des que deverão ser observadas no decorrer da lei-
tura. Alguns marcadores, como nomes, datas, locais,
Para realizar uma leitura bem-sucedida em outro
dados, estatísticas, números em geral, pronomes de
idioma, é preciso estar atento a alguns métodos e
tratamento, podem servir como indicativos do propó-
recursos capazes de auxiliar a interpretação textual.
sito do texto a partir da percepção do conteúdo pre-
sente e do teor da mensagem encontrada no texto.
COMPREENSÃO

Compreender é a capacidade de assimilar, inter- Compreensão escrita


pretar e perceber o significado de algo. Compreender
um idioma significa entender a coerência das infor- Quando se trata de compreender o sentido lexical,
mações de sua comunicação. O objeto da compreensão semântico e gramatical de um texto na língua inglesa,
da língua inglesa pode estar situado em diferentes for- utilizamos recursos que partem de princípios simples:
mas de comunicação, para cada qual existem manei- identificação dos principais elementos do idioma,
ras mais apropriadas e adequadas de identificar o ainda que partindo de um panorama básico de com-
sentido, o propósito, o contexto, o estilo, a técnica e as preensão e fluência no idioma. São eles:
informações presentes na mensagem.
Ao buscar compreender o sentido e o propósito z Gramática básica (tempos verbais, adjetivos, advér-
de um texto na língua inglesa, faz-se necessário iden- bios e pronomes);
tificar elementos chave capazes de sintetizar infor- z Vocabulário básico (substantivos);
mações, decodificar signos linguísticos, entender z Expressões idiomáticas (contexto cultural);
a semântica, ou seja, o sentido do texto, bem como
seu propósito. Esses elementos podem estar presen- A partir do conhecimento dos itens mencionados,
tes nos aspectos gramaticais do texto, um dos tópicos é possível partir para uma leitura geral do que está
essenciais para o estudo da interpretação textual, mas escrito e compreender a mensagem. É, no entanto,
podem também ser percebidos no contexto, no recor- importante ler nas entrelinhas enquanto se decodi-
te, no tipo de linguagem (formal, informal, técnica fica uma mensagem escrita. Isso significa ser capaz
etc.), no vocabulário utilizado, entre outros elementos de identificar o gênero textual, o tipo do narrador, o
estratégicos para a interpretação correta do texto. objetivo da mensagem e o contexto em que ela está
Para que o leitor compreenda o sentido do texto, inserida.
antes de qualquer leitura direta, é primordial que se
faça um processo de escaneamento do texto em bus- Compreensão oral
ca de palavras-chave e informações que indiquem a
quem o texto se direciona, quem é o autor e seu nar- Além dos elementos citados anteriormente quanto
rador, a qual categoria textual ele pertence (artigo, à compreensão escrita, a compreensão oral tem suas
crônica, conto, carta, bilhete etc.) e qual o assunto tra- peculiaridades e particularidades dignas de serem enfa-
tado. A partir dessa coleta de informações, é possível tizadas, pois se diferenciam do padrão escrito. Diferente-
iniciar a leitura inicial, que irá buscar identificar o mente da comunicação escrita, a fala é uma ação fluída
sentido do texto. O sentido indica o que o interlocutor e em constante mudança. A percepção da comunicação
quer dizer com o que propôs a escrever. A capacidade oral não se dá apenas de elementos linguísticos, mas do
de identificar o sentido está intrinsecamente ligada ao contexto cultural e social do falante e do ouvinte.
conhecimento e à identificação de: O momento da fala pode sofrer interferências de
z Palavras; ruídos, sejam eles literalmente barulhos que atrapa-
z Expressões idiomáticas; lham no momento da audição, ou ruídos no sentido
z Verbos frasais; de interferências no meio transmissor da mensagem
z Tempos verbais; (telefone, áudio, rádio, televisão etc.). Tudo isso atra-
LÍNGUA INGLESA

z Contextos; palha tanto a transmissão quanto a recepção da men-


z Aspectos culturais e sociais; sagem, o que dificulta sua compreensão de modo
z Adjetivos, advérbios e pronomes; geral. A compreensão oral na língua inglesa depen-
de de diversos elementos que devem ser levados em
Entre outros elementos, os citados anteriormente consideração:
podem auxiliar o leitor a identificar o sentido do texto
com mais precisão. Esses conhecimentos são exerci- z Sotaque: ainda que a língua seja a mesma, sota-
tados a partir do estudo do idioma, seja ele de forma ques diferentes podem alterar a compreensão de
técnica e instrumental, a fim de realizar uma prova ou um idioma em diferentes países ou até diferentes
em estudos mais aprofundados que têm como objeti- estados de um mesmo país; além dos diferentes
vo promover a fluência. sotaques famosos, como o sotaque britânico e o 89
estadunidense, dentro de um mesmo país existem Em coerência:
diferenças, como por exemplo o sotaque do sul e o
sotaque do norte dos Estados Unidos, que possuem z Concordância de ideias: Quando há concordân-
distinções claras. cia entre duas ideias na mesma oração de acordo
z Dialeto: bem como a diferença de sotaques, alguns com o sentido proposto pela frase e não existem
países possuem dialetos próprios. A comunida- contradições.
de negra na Inglaterra e nos Estados Unidos, por Ex.: She is a vegetarian, that’s why she only eats
exemplo, possuem formas específicas de comuni- meat. (Ela é vegetariana, por isso ela apenas come
cação que dizem respeito ao seu contexto social carne) - nesta oração, há contradição, pois o fato do
sujeito ser vegetariano indicaria o não consumo de
e sua cultura, com raízes provindas de diversos
carne, o ideal seria “She is a vegetarian, that’s why
países africanos; comunidades latinas também
she doesn’t eat meat” (Ela é vegetariana, por isso
mesclam o idioma inglês com o espanhol e incor-
ela não come carne).
poram palavras de seu idioma nativo ao inglês, ou
até modificam palavras existentes, algo comum no
z Ordem, relevância e progressão semântica: em
meio latino. geral, ações possuem uma ordem para acontece-
z Classe social: o fator econômico pode interferir rem e cada qual tem a sua importância na constru-
na comunicação oral de maneira muito clara; um ção de uma oração, o que for relevante e coerente
indivíduo rico com um alto nível de formação edu- para com o contexto do que está expresso deve vir
cacional comunica-se de uma forma e um indiví- antes do menos importante ou daquilo que é resul-
duo sem educação formal, morador da periferia, tado de uma ação, em uma sequência lógica que
comunica-se de outra. não altere o sentido da narrativa. Observe:
Ex.: He woke up, brushed his teeth, had breakfast
Compreensão da utilização de mecanismos de and got dressed for work. (Ele acordou, escovou
coesão e coerência os dentes, tomou café da manhã e se vestiu para o
trabalho)
Coesão e coerência são dois mecanismos funda-
mentais para a produção de textos, o que os torna Contextos, aspectos sociais e culturais
igualmente importantes para a compreensão textual.
Antes de conhecer alguns elementos presentes nesses Ainda diante do tema de compreensão, seja ela
dois mecanismos, é preciso entender do que se tratam. textual ou oral, na língua inglesa, alguns aspectos
Coesão diz respeito à interligação de elementos entre que vão além da língua se fazem muito importantes
palavras e frases em uma sentença de maneira corre- para o real entendimento de um texto. Dentre eles, o
contexto e seus aspectos sociais e culturais se fazem
ta e a coerência trata-se da ligação de sentido lógico
presentes e deves ser bem analisados para que qual-
desses elementos, para que a mensagem seja coeren-
quer fragmento textual possa ser compreendido. Ter
te. Confira alguns elementos utilizados para construir
a habilidade de identificar o contexto histórico, a cul-
coesão e coerência no texto. tura da época e a forma como se davam as relações
Em coesão: sociais em uma obra literária em inglês facilita a com-
preensão da obra como um todo, pois permite que o
z Substituições: algumas expressões e substantivos leitor amplie as noções do texto que irá ler.
podem ser substituídos por outro termo para evi- As obras de William Shakespeare, grande escritor
tar repetições desnecessária, como é o caso do uso inglês, foram escritas sob o prisma de uma realida-
de nomes próprios e dos pronomes. de diferente da que vivemos atualmente. Do século
Ex.: Anna really wants to study abroad, she enjoys XVI ao século XVII, o dramaturgo escreveu romances
visiting different countries. (Anna realmente quer em que se podiam observar reflexos dos costumes
estudar no exterior, ela gosta de visitar países e usos da sociedade em que vivia à época; desde a
diferentes) própria linguagem do narrador até o curso da histó-
ria, a trajetória dos personagens, a maneira como se
z Conjugação verbal adequada: ainda que a con- comunicam, se vestem, suas configurações e relações
jugação verbal e seus respectivos pronomes sejam familiares e sociais, entre outros aspectos, todos os
muito mais simples na língua inglesa do que no elementos representados pelo autor em suas obras
português, ainda existem alguns requisitos de cor- devem ser lidos pelo leitor a partir da ótica de uma
realidade diferente da que vivemos no século XXI.
relação verbal que devem ser aplicados (principal-
Ao entender o contexto social, cultural e até eco-
mente no tempo presente).
nômico de uma produção textual, são fundamentais,
Ex.: She sleeps late every day. (Ela dorme tarde
para estabelecer as relações corretas na hora de deco-
todos os dias) – há uma créscimo da letra “s” em
dificar o seu sentido, sendo capaz de identificar o
sujeitos na terceira pessoa do singular (he, she, it) vocabulário, os aspectos gramaticais e as influências
quando no tempo presente. do período histórico em todo o processo de construção
da narrativa.
z Conectores e conjunções: alguns conectores e con-
junções ligam as sentenças de modo que elas se com- PRODUÇÃO
plementem, como é o caso das palavras and, if, so, and,
however, therefore, although, even though, entre outros. Diferentemente da leitura e compreensão escrita
Ex.: Even though they don’t read much, John’s kids e oral da língua inglesa, a produção escrita e oral do
are very smart. (Apesar de eles não lerem muito, os idioma requer mais do que apenas um conhecimen-
90 filhos do John são muito espertos) to superficial do idioma. É preciso possuir repertório
suficiente para produzir um texto em determinada Produção oral
língua, pois ele deve ter sentido para o leitor. Apesar
de existirem distintos níveis de comunicação possí- A atividade linguística oral é marcada por sua flui-
veis em qualquer tipo de produção no idioma (básico, dez. Enquanto a produção escrita segue padrões de
intermediário e avançado), alguns requisitos devem regras gramaticais e de formalidade, além de ser pen-
ser seguidos, a fim de realizar essa tarefa de maneira sada e repensada durante o processo de sua construção,
bem-sucedida. a produção oral ocorre de forma simultânea ao pensa-
mento humano. À medida em que os pensamentos são
Produção escrita formulados, a fala os reproduz sonoramente de manei-
ra que o indivíduo não tem tempo para reformular ou
Para realizar a atividade da produção escrita modificar a construção do que foi dito ou planejar cons-
em qualquer idioma, uma série de regras e padrões cientemente cada etapa desse processo de produção.
devem ser seguidos, de acordo com a intenção do A tradição oral está presente na humanidade des-
autor e o público a quem o texto se destina. Ela pode de o início dos tempos, antes mesmo da invenção da
ser formal, na norma culta da língua inglesa ou infor- escrita. Histórias dos povos antigos, contos mitoló-
mal, coloquial, a linguagem utilizada no cotidiano,
gicos e folclóricos, bem como ensinamentos religio-
segundo a vontade e intenção de quem escreve. Ain-
sos foram passados adiante em diversas sociedades,
da assim, a produção escrita deve seguir regras gra-
mesmo antes de existirem livros de história, o que
maticais e ortográficas responsáveis por organizar o
demonstra a importância da comunicação verbal
idioma de maneira que indivíduos alfabetizados neste
como uma atividade importante e relevante, presente
idioma sejam capazes de decodificar os signos linguís-
até os dias de hoje como uma forma de comunicação e
ticos e identificar a mensagem proposta.
A língua está em constante mudança e é uma partilha de conhecimentos.
ciência viva que se modifica em decorrência das Professores, palestrantes, pastores, políticos, radia-
transformações que ocorrem na sociedade. Como listas, jornalistas, entre outros profissionais, utilizam
consequência, surgem novas palavras (neologismos), o discurso falado, dialética e a didática da produção
novos termos e expressões, novos verbos, novas for- oral como recurso a fim de relatar fatos, propagar
mas de se comunicar. Antes do surgimento da escrita, conhecimentos, convencer e persuadir ou contar his-
surgiu a fala. O que significa que a escrita é fruto da tórias. Na língua inglesa não é diferente. A produção
necessidade humana de expressar-se de outra forma oral continua sendo fluida e simultânea, uma ativida-
além da comunicação oral, de documentar a comuni- de natural da comunicação humana.
cação ou de representá-la visualmente. Quando produzimos oralmente em outro idioma,
Sendo assim, a partir da fala e de um idioma já é possível que existam empecilhos que barrem a flui-
existente oralmente, a escrita passou a existir. Des- dez da comunicação, dependendo da mensagem que
te modo, a fala é responsável pelas mudanças que se pretende passar, do nível de conhecimento que se
ocorrem na escrita. Todo esse processo de mudança e possui do assunto, suas palavras e expressões adja-
adaptação do idioma indica que é preciso estar atento centes. Para que ela seja realizada de maneira correta
a alguns detalhes importantes antes de produzir um é necessário:
texto na língua inglesa. É preciso:
z Conhecer o campo, a área ou o assunto em ques-
z Estar consciente do público-leitor: toda mensagem tão — alguns assuntos podem ser mais complexos
possui um receptor. Perguntar-se a quem ela se de abordar diante do nível de conhecimento do
destina ajudará o autor a entender o tipo de lin- interlocutor; caso o indivíduo vá dar uma palestra
guagem que deverá usar e de que maneira ele se em um hospital sobre doenças infecciosas, termos
comunicará melhor com seu público. ligados à área da saúde, doenças e nomes de ins-
z Ter conhecimento técnico do idioma: saber os dife- trumentos médicos e hospitalares devem obriga-
rentes tipos de tempos verbais da língua inglesa toriamente ser de seu conhecimento para que ele
(simple present, present continuous, simple past, consiga transmitir a mensagem de sua produção
past continuous, simple future, future continuous,
oral o melhor possível.
present perfect, past perfect, past perfect conti-
z Saber pronunciar palavras e frases — a pronúncia é
nuous, future perfect, future perfect continuous
parte importante da comunicação. Quando realizada
etc.), além do uso correto dos pronomes pessoais,
de maneira errada pode confundir o ouvinte e atra-
relativos e possessivos, de conjunções, conectivos,
palhar o curso de um diálogo; diversas palavras da
advérbios, adjetivos, artigos, enfim, de gramática
em geral, além de conteúdo vocabular, auxiliará o língua inglesa possuem similaridades quando escri-
autor na construção do texto no idioma. tas, mas possuem significados totalmente diferentes
que só são identificados a partir de uma pronúncia
correta. Ex.: sheep (ovelha), ship (navio) e cheap (bara-
LÍNGUA INGLESA

Além disso, saber escrever em um idioma requer


níveis de conhecimento elevados. É, no entanto, pos- to) — são palavras de grafia semelhante, mas são pro-
sível produzir em diferentes níveis. Um indivíduo nunciadas de maneiras diferentes entre si.
com conhecimento básico do idioma será capaz de
produzir textos mais curtos e objetivos, sem muito A audição está intrinsecamente ligada à fala. Bebês,
vocabulário ou expressões idiomáticas; alguém com por exemplo, assimilam os sons emitidos pelos pais
conhecimento intermediário terá outro nível de com- desde o ventre. Quando nascem e começam a emitir
plexidade em suas produções, menos infantil, mais seus primeiros sons não verbais, estes são reflexo da
completo, bem como alguém avançado ou fluente é influência da audição, ou seja, do que ouvem a mãe
capaz de se comunicar sem ou quase sem restrições ou o pai falando. O mesmo ocorre com o aprendizado
seja de maneira oral ou escrita. de outro idioma, a audição auxilia a fala e vice-versa. 91
ADEQUAÇÃO VOCABULAR z Pronomes de tratamentos adequados – no ambien-
te escolar nos EUA, por exemplo, os alunos refe-
Em diversos momentos, na língua inglesa, será rem-se aos professores como Mr. (senhor), Mrs.
necessário adaptar o discurso, a fim de otimizar a for- (senhora) ou Ms. (senhorita) junto com os seus
ma de comunicar uma mensagem. A seleção correta sobrenomes; diferentemente do Brasil, lá a relação
de palavras e expressões que se encaixem melhor no entre alunos e professores exige certo grau de dis-
contexto da mensagem é primordial e faz parte do tanciamento que é estabelecido ao utilizar o pro-
processo de adequação vocabular. nome de tratamento adequado.
As mesmas palavras podem expressar diferentes Ex.: Is Mr. Jones in the principal’s office? (O senhor
ideias diante do contexto em que são usadas. A esco- Jones está na sala do diretor?)
lha do vocabulário deve ser definida diante do con-
texto proposto, pois cada qual tem a capacidade de z Não utilização de gírias ou expressões coloquiais:
modificar o sentido original ou usual de uma palavra algumas expressões indicam o grau de intimidade
ou expressão. Observe alguns exemplos a seguir: entre dois indivíduos; apelidos, gírias e expres-
sões coloquiais podem atrapalhar a comunicação
z “She was not doing it the right way. She was suppo- durante uma conversa cujo contexto é formal e
sed to cook the onions first” (Ela não estava fazen- requer um distanciamento. Confira a diferença:
do do jeito certo. Ela deveria cozinhas as cebolas Ex.: Hey, Luke. What’s up? How’s it going? (Ei,
primeiro) Luke. E aí? Como estão as coisas?) – informal.
z “That was the right way, you just missed the roun- Good morning, Mr Hudson. How are you? (Bom
dabout!” (Aquele era o caminho certo, você acabou dia, senhor Hudson. Como vai você?) – formal.
de ultrapassar a rotatória)
z “He had a way with kids, he loved baby-sitting” (Ele Em conversas informais, a comunicação torna-se
era bom com crianças, ele amava ficar de babá) mais próxima da fala, diferentemente da comunica-
ção formal que se aproxima mais da escrita. O uso
Observe que a palavra way, encaixada em diferen- de expressões, gírias, contrações de palavras, entre
tes contextos, ganhou diferentes significados. No pri- outros elementos, podem tornar a conversa muito
meiro trecho sobre culinária, way significa “jeito” ou
menos complexa e relaxada, pois não exigem que as
“maneira”; no segundo sobre direção e trânsito, way
regras gramaticais sejam seguidas com tanto afin-
adquire o significado de “caminho”; já na terceira ora-
co, nem mesmo sejam prioridade. As conversas que
ção, sobre crianças, a expressão to have a way with
temos com nossos amigos, família e pessoas próximas
(something/someone) significa “ser bom em algo”, “ter
é sempre marcada por certo grau de intimidade e é
aptidão pra fazer algo”.
permeada de simplicidade. Ela pode apresentar:
O correto uso vocabular para cada contexto
expressa o conhecimento do autor diante daquilo que
z Gírias e expressões: muitas delas são construções
se propõe tratar em seu texto. A interlocução preten-
do grupo social ao qual o indivíduo pertence e
dida na produção, por sua vez, trata-se da relação
podem estar muito, moderadamente ou pouco
entre o interlocutor e receptor da mensagem. O públi-
presentes na forma de comunicar uma mensagem;
co em questão, ou seja, a quem se destina a mensa-
elas surgem da oralidade e fazem parte de conver-
gem, deve ser capaz de entender o assunto recortado
pelo autor. De nada adianta ter pleno conhecimento sas cotidianas; a internet, hoje, também tem um
de um assunto e não saber adaptar o discurso em prol papel importante no surgimento e propagação de
do público-alvo da mensagem. novas gírias e expressões que são incorporadas no
Esta prática muito se assemelha ao trabalho dos vocabulário, em especial da juventude.
jornalistas que, por vezes, coletam dados completos Ex.: She was all, like, nervous about it so I told her to
sobre economia e política e precisam adaptar a comu- chill and call me asap (Ela estava toda, tipo assim,
nicação e a linguagem, modificando ou substituindo nervosa sobre isso então eu disse pra ela relaxar e
termos difíceis, a fim de transmitir uma notícia para me ligar assim que possível)
uma população leiga no assunto. Esse tipo de recur-
so faz com que o autor ou emissor da mensagem seja z Apelidos: os apelidos fazem parte da relação entre
sensato na escolha de palavras e obtenha sucesso na as pessoas e podem marcar a forma como um indi-
comunicação da mensagem que pretende passar. víduo se dirige ao outro, indicando o grau de pro-
ximidade entre eles; muito comum entre amigos e
CONVERSAS FORMAIS E INFORMAIS familiares, os apelidos são sempre informais.
Ex.: Sis was telling me all about her trip. (Minha
Uma das maiores vantagens da comunicação é sua irmã estava me contando tudo sobre sua viagem /
fluidez. Ela se adapta, se transforma e é utilizada de Sis – abreviação ou gíria provinda da palavra sister)
diferentes maneiras em cada contexto no qual é inse-
rida. Quando em ambientes mais formais, como no z Contrações: as contrações de palavras e verbos
meio acadêmico, profissional ou literário, a etiqueta são comumente utilizadas e têm até mesmo sido
exige certo grau de formalidade para que a comuni- incorporadas na linguagem formal, por serem
cação seja efetiva e as conversas devem seguir um muito recorrentes na comunicação; mas é sugeri-
padrão, o padrão da norma culta da língua. Na língua do que elas sejam aplicadas apenas em ambientes
inglesa, alguns indicadores expressam formalidade informais.
com mais clareza ou evitam que a conversa seja carac- Ex.: They would’ve loved to meet you, I’d bet on it.
92 terizada como informal, são eles: (Eles teriam amado te conhecer, eu aposto).
— Suas cuecas... Por quê? O que há de errado? —
Importante! ela estava de olhos arregalados.
— Ah, você quer dizer minhas calças? Sim, elas são
Entender o ambiente em que se está inserido é ótimas. Eu as comprei na loja no centro da cidade. —
fundamental para adequar aspectos da fala liga- ele finalmente entendeu o que ela quis dizer.
dos à norma culta ou à informalidade. No entan- — Do que você achou que eu estava falando an-
to, é cada vez mais notável a mesclagem de tes? — ela, por outro lado, ainda estava confusa com
ambas as formas de comunicação em determi- a conversa toda.
nados meios, como em igrejas contemporâneas, — Bem... minhas cuecas, aquelas que vão por de-
em reuniões de trabalho e em encontros parla- baixo de minhas calças. — ele explicou.
mentares; é, porém, necessário aprender ambas — Ah, você quer dizer sua roupa de baixo? Meu
as formas de comunicação, suas variações e ter Deus, isso é tão constrangedor. — ela corou.
bom senso para saber quando e como usar cada
uma delas. No diálogo anterior, há uma clara confusão e difi-
culdade de comunicação por causa de sinônimos que
em outros países possuem diferentes significados para
SINÔNIMOS EM INGLÊS a palavra calças. No inglês britânico, calças é trousers
e roupa íntima é pants; já no inglês americano calças é
O estudo dos sinônimos na língua inglesa requer pants, e underwear é roupa íntima. A confusão reside
muita atenção e cuidado. Por vezes, como na língua na ideia de que os sinônimos dependem inteiramente
portuguesa, os sinônimos podem ser diferentes pala- do contexto em que a palavra se encontra. Dependen-
vras que realmente possuem exatamente o mesmo do da cultura, do país, do contexto social, uma palavra
significado; em outros momentos, é possível identifi- será mais adequada para aquela situação ou não.
car diferentes intenções em palavras que se apresen-
tam como sinônimos. Alguns verbos ou phrasal verbs COGNATOS
possuem sinônimos que, se utilizados em detrimen-
to de outra palavra, são capazes de modificar a ideia Cognatos são palavras que possuem a mesma gra-
geral de uma oração. É, portanto, primordial ter muita
fia (ou grafia semelhante) e o mesmo significado em
cautela e saber como e quando utilizar esse recurso.
dois idiomas. Algumas palavras no inglês são exata-
Um dos recursos ideais para entender essas similari-
mente iguais no português e possuem o mesmo signi-
dades e diferenças é o tesauro (thesaurus), um dicio-
ficado, ainda que a sua pronúncia seja diferente. Essas
nário desenvolvido para definir a tradução e conceito
palavras podem facilitar a leitura e a interpretação de
dos sinônimos de palavras.
texto, pois são exatamente as mesmas.
Apesar de partilharem de um mesmo idioma prin-
Existem, porém, falsos cognatos, palavras que pos-
cipal, os EUA, a Inglaterra, o Canadá, a Austrália, entre
suem a mesma grafia ou grafia semelhante a palavras
outros falantes da língua inglesa, são países completa-
de outro idioma, mas que possuem significados com-
mente diferentes, com cultura, história e costumes pró-
pletamente diferentes. Sendo assim, é preciso ter mui-
prios que moldam também sua língua. Isso significa
to cuidado durante a leitura e examinar o contexto em
que o inglês de cada país possui suas peculiaridades,
que a palavra está inserida para que se possa inter-
diferentes significados, expressões, pronúncias etc.
pretar corretamente seu significado. Confira a seguir
Sendo assim, em cada um deles é possível identificar
alguns exemplos de cognatos e falsos cognatos.
palavras que são sinônimas entre si, mas que no con-
texto de cada país possuem outro significado. Confira
alguns exemplos de sinônimos no diálogo a seguir: Palavras cognatas

— Wow, I love your new pants! They are beautiful. ENGLISH PORTUGUÊS
Where did you get them? — said the American girl
— Excuse me??? — the English man replied with a Chocolate Chocolate
surprised expression on his face.
Different Diferente
— Your new pants... Why? What’s wrong? — She
had her eyes wide open. Constant Constante
— Oh, you mean my trousers? Yeah, they great. I
bought them at the shop downtown. — he finally under- Music Música
stood what she meant.
Interesting Interessante
— What did you think I was talking about first?
— she, on the other hand, was still confused with the Present Presente
whole conversation.
Important Importante
LÍNGUA INGLESA

— Well... My pants, the ones that go under my trou-


sers. — he explained
— Oh, you mean, your underwear? Gosh, that’s em- Falsos cognatos
barrasing. — she flushed.
ENGLISH PORTUGUÊS
Tradução:
Actual Verdadeiro
— Uau, eu amei suas cuecas novas! Elas são lindas.
Onde você as comprou? — disse a garota americana. Parents Pais
— O quê???? — o homem inglês respondeu com
Relatives Parentes
uma expressão de surpresa em seu rosto. 93
ENGLISH PORTUGUÊS Pessoas iguais, “farinha
Two peas in a pod
do mesmo saco”
Beef Carne bovina
The last straw O limite, “a gota d’água”
Fabric Tecido
As far as I know Até onde eu sei
Pretend Fingir
Abusar de algo, “passar
Order Pedir To be out of line
da conta”

Dica To hit the road Pegar a estrada

Por via das dúvidas quanto ao uso de uma palavra To be saved by the bell Ser “salvo pelo gongo”
e seu significado, alguns renomados dicionários “Quebrar o gelo”,
como o Oxford Dictionary e o Merriam-Webster To break the ice
descontrair
Dictionary possuem suas versões online hoje,
o que pode auxiliar o estudante a conferir rapi- Observe que na tabela apresentada, algumas
damente em seu computador ou celular se uma expressões possuem equivalentes na língua portugue-
palavra é cognata ou não.
sa e outras não. Isso ocorre devido ao fato de que tra-
duções não são suficientes para entender o contexto
EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS
de um idioma. É preciso entender a cultura, a história,
o humor e até a população de um país para realmen-
Todo idioma possui uma gama de expressões idio-
máticas oriundas de sua cultura, do folclore, dos cos- te poder entender como esse idioma foi construído e
tumes e das interações entre grupos sociais em um fundamentado. Este aprofundamento permitirá um
país. As expressões idiomáticas no inglês são frases conhecimento mais amplo do idioma, o que será bené-
que não significam exatamente o que se esperaria tra- fico sempre que se fizer necessário estudar aspectos
duzindo-as ao pé da letra. Em alguns casos, as expres- linguísticos que estão intrinsecamente relacionados à
sões possuem equivalente na língua portuguesa, em cultura, aos costumes e à população de um país.
outros são tão característicos daquela cultura que
sequer possuem um equivalente direto e precisam ser ESTRATÉGIAS PARA INTERPRETAR TEXTOS
explicadas com outras palavras.
Algumas expressões são utilizadas em conversas Na hora de interpretar um texto em inglês, antes
comuns do cotidiano, cada qual com sua peculiari- mesmo de iniciar a leitura, deve-se responder a algu-
dade, sem regras que padronizem seu uso. Basta um mas perguntas que identificam pontos cruciais do tex-
conhecimento mais popular do idioma, através de to, capazes de estabelecer critérios úteis para facilitar
músicas, filmes, séries e vídeos, para ser capaz de
a interpretação no momento em que a leitura será
identificar quando uma expressão não quer dizer o
realizada. Confira a seguir:
que ela literalmente significaria ao ser traduzida. Con-
fira uma lista de expressões idiomáticas comuns na
língua inglesa: z Identificar quem é o autor;
z Identificar quem é o narrador (por vezes é o pró-
prio autor);
To make a long face Fazer cara de desgosto z Identificar a quem o texto se dirige, seu público;
To make something up Inventar uma história z Identificar o gênero textual em questão;

Recompor suas emo- Ao iniciar um breve escaneamento dessas infor-


To pull yourself together
ções, endireitar-se mações iniciais, a leitura corrente será facilitada.
Além disso, duas práticas distintas que se caracteri-
Assumir o lugar de
To fill in someone’s shoes zam como estratégias úteis para a interpretação de
alguém
textos em inglês são o scanning e o skimming.
Resolver tarefas fora de O scanning é a prática de escanear, passar os olhos
To run errands
casa pelo texto em busca de palavras-chave, dados, nomes,
Pensar e expor ideias, números, entre outros elementos que possam contex-
To come up with tualizar o texto antes mesmo que a leitura seja realiza-
soluções
da; trata-se de uma busca por informações específicas
Estar esgotado com algo e pertinentes para compreender o texto.
To be fed up with
ou alguém O skimming refere-se à leitura de trechos do texto,
To cost an arm and a leg Custar muito caro talvez parágrafos isolados, sem a necessidade de ler o
texto todo, para adquirir uma compreensão do senti-
Chicken feed Salário baixo do geral do texto de maneira rápida e eficiente. Essa
estratégia pode auxiliar aqueles que precisam ganhar
Raining cats and dogs Chuva muito forte
tempo durante a leitura de textos técnicos e extensos.
To give the could shoulder Ignorar alguém Ambas as técnicas são mais poderosas e eficazes
quando suas forças se unem, pois a leitura, ainda que
Muito fácil, “mamão com
A piece of cake rápida e sem muito aprofundamento, torna-se mais
açúcar”
94 fácil quando guiada por esses recursos.
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Ao expressar uma ideia por meio de uma oração na língua inglesa, há duas possibilidades quanto ao senti-
do da frase que podem ser observadas: o denotativo e o conotativo. Ambos possuem funções distintas de igual
importância para a construção intencional de ideias em um idioma e, bem como no português, estão presentes
na comunicação.
Orações com o sentido denotativo expressam o sentido literal da mensagem, ou seja, é a representação real e
exata das palavras e ideias apresentadas na frase.
Já o sentido conotativo expressa uma ideia metafórica ou figurada a partir de comparações e expressões idio-
máticas. Observe a comparação das orações a seguir para entender melhor os conceitos de denotação e conotação:

z It’s really cold outside. (Está muito frio lá fora)


z It’s freezing out there. (Está congelando lá fora)

A primeira oração pode ser definida como uma denotação, pois expressa de forma literal o estado da tem-
peratura do lado de fora. Já a segunda oração é conotativa devido ao uso do verbo freezing (congelando) – pro-
vavelmente não esteja frio a ponto de um indivíduo ser congelado, mas a ideia é expressar que o frio do lado de
fora é intenso.
Confira mais um exemplo:

z That knockout was the highlight of the boxing match (Aquele nocaute foi o ponto alto da luta de boxe).
z Angelina Jolie was a knockout in that beautiful black dress (Angelina Jolie estava um nocaute naquele lindo
vestido preto).

Veja que, na primeira oração, o interlocutor fala de um nocaute com o sentido exato da palavra; já na segunda
oração, a ideia de “nocaute” é conotativa, pois apenas ilustra e transmite as impressões do interlocutor de forma
metafórica devido à aparência da atriz – ou seja, a beleza era tanta que “nocauteou” aqueles que a avistaram em
seu vestido preto.
Algumas expressões idiomáticas são úteis para a construção de orações no sentido conotativo, pois indicam
ideias metafóricas que apenas simbolizam o contexto real. Veja na tabela a seguir alguns exemplos de frases cono-
tativas, com suas traduções literais e também o sentido real.

ORAÇÃO CONOTATIVA TRADUÇÃO LITERAL SENTIDO REAL

It’s raining cats and dogs. Está chovendo gatos e cachorros. Está chovendo muito.

Eles saíram repentinamente bravos da


They stormed out of the room. Eles saíram tempestuosos da sala.
sala.

Eu realmente preciso contar esse


I really need to spill the beans. Eu realmente preciso cuspir os feijões.
segredo.

You didn’t see the accident, Você não viu o acidente, tenha um Você não viu o acidente, tenha piedade/
have a heart! coração. dó.

I won’t tell anyone, my lips are Eu não contarei a ninguém, meus lábios Eu não contarei a ninguém, minha boca
sealed. estão selados. é um túmulo/está fechada.

The lie you just told him won’t A mentira que você acabou de contar a A mentira que você acabou de contar a
wash. ele não vai lavar. ele não vai colar/não será acreditada.

Once in a blue moon, he visits


Uma vez a cada lua azul, ele nos visita. Raramente, ele nos visita.
us.

Break a leg, you’ll do great! Quebre uma perna, você irá bem! Boa sorte, você irá bem!

They caught me red-handed. Eles me pegaram de mão vermelha. Eles me pegaram no flagra.

We had no clue she stole the Nós não tínhamos nenhuma pista de Nós não fazíamos ideia de que ela rou-
pen. que ela roubou a caneta. bou a caneta.
LÍNGUA INGLESA

She roared like a lion because Ela rugiu como um leão porque estava Ela gritou/resmungou alto porque esta-
she was hungry. com fome. va com fome.

Os exemplos anteriores podem exemplificar de maneira clara a noção de que nem sempre as orações em
inglês poderão ser traduzidas de modo literal, pois possuem sentidos completamente diferentes da tradução ori-
ginal, afinal, sua intenção é metafórica, figurativa, configurando-se, assim, conotativa.
A simplicidade do sentido denotativo, por outro lado, pode ser observada na sua construção, pois cada palavra
expressa o próprio sentido semântico, sem que haja qualquer tipo de representação figurativa. Confira a tabela a
seguir com exemplos de orações denotativas e seus significados. 95
Tipos de substantivos
ORAÇÃO DENOTATIVA TRADUÇÃO

She was feeling dizzy be- Ela estava com tontura por PROPER NOUNS EXEMPLOS SIGNIFICADO
cause of the hot weather. causa do clima quente.
Referem-se ao nome dos
seres de modo específi- Caroline Caroline
Você estava estudando co, indicando o nome de Australia Austrália
Were you studying for the
para o exame com os pessoas, de locais, dos London Londres
exam with the boys? dias e meses, nomes Architect Arquiteto
meninos?
próprios de instituições, Friday Sexta-feira
Gabe tried to convince us Gabe tentou nos conven- marcas e organizações, Pepsi Pepsi
to go with him. cer de irmos com ele. de profissões etc..

The dogs were barking all Os cachorros estavam la-


night long. tindo a noite toda.
COMMON NOUNS
Mom warned me about Mamãe me avisou sobre Referem-se ao nome dos seres de mesma categoria
that dangerous street. aquela rua perigosa. ou família, ou seja, o nome das coisas e dos objetos,
em geral, podendo ser algo físico, subjetivo, abstrato,
Se a Julie não sair de seu
If Julie doesn’t quit her contável, incontável, composto ou não. Observe os
emprego, ela ficará ainda
job, she’ll get even sicker. exemplos em suas diferentes categorias:
mais doente.
Comuns Significado
Quinn disse que ela não
Quinn said she was not Tree Árvore
estava preparada para
ready to be a mom. Leaf Folha
ser mãe.
Flower Flor
Would you like a glass of Você gostaria de um Grass Grama
water? copo de água? Dirt Terra

Concretos Significado
Ela poderia me ajudar
Could she help me with
com a minha lição de Chair Cadeira
my homework?
casa? Fantasy Fantasia
Armor Armadura
She received a letter from Ela recebeu uma carta de Bee Abelha
her friend. sua amiga. Dream Sonho
Por que eles estavam tra- Coletivos Significado
Why were they working
balhando até tão tarde na
so late last Friday? Kennel Canil
sexta-feira?
People Pessoas
Shoal Cardume
Note que, nas orações anteriores, não há jogo de Herd Manada
palavras ou expressões incomuns que indiquem algo Grove Arvoredo
além do que as palavras de fato significam, pois a
Abstratos Significado
intenção é realmente expressar-se de modo literal,
“sem rodeios”, sem metáforas. Love Amor
Hate Ódio
Encouragement Encorajamento
Kindness Bondade
CONHECIMENTO DOS ASPECTOS Spirit Espírito
GRAMATICAIS BÁSICOS PARA A
COMPREENSÃO DE TEXTOS
COMMON NOUNS
SUBSTANTIVOS
Contáveis Significado
Os substantivos são responsáveis por nomear os
seres, isto é, nomeiam objetos, pessoas, lugares, emo- Table Mesa
ções, fenômenos da natureza, animais etc. Dentre Pencil Lápis
Pillow Travesseiro
todos os elementos importantes de serem aprendi-
Door Porta
dos em um outro idioma, os substantivos compõem
uma classe de palavras cruciais para a construção Incontáveis Significado
de um bom aprendizado na língua inglesa, pois é a
partir deles que se constitui um vasto conhecimento Bread Pão
Water Água
de vocabulário. Podemos classificar os substantivos
Advice Conselho
em dois grupos: proper nouns (substantivos próprios)
Information Informação
96 e common nouns (substantivos comuns).
COMMON NOUNS SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO

Compostos Significado Brother Brothers Irmão/irmãos

Kid Kids Criança/crianças


Scuba-diving Mergulho
Stepson Enteado Batch Batches Fornada/fornadas
Newsstand Banca de jornal
Matress Matresses Colchão/colchões
Train station Estação de trem

No entanto, no caso de alguns substantivos, quan-


Gênero dos substantivos
do sua terminação for em -y precedido de uma con-
Diferentemente da língua portuguesa em que as soante, é preciso retirar o -y e substituí-lo por -ies.
terminações dos substantivos podem indicar o gêne-
ro de quem se refere a oração (rico/rica; estressado/ SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO
estressada; ocupado/ocupada), em inglês, os substan-
tivos não possuem gênero gramatical. Porém, vale Story Stories História/histórias
ressaltar que existem algumas mudanças nos substan-
tivos para indicar o gênero em alguns casos. Confira: Baby Babies Bebê/bebês

City Cities Cidade/cidades


MALE MASCULINO FEMALE FEMININO Butterfly Butterflies Borboleta/borboletas
Actor Ator Actress Atriz
Quando a palavras terminadas em -f ou -fe, é neces-
Waiter Garçom Waitress Garçonete
sário tirar -f ou -fe e substituí-los pela partícula –ves.
Host Anfitrião Hostess Anfitriã

Lion Leão Linoness Leoa SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO

Heir Herdeiro Heirness Herdeira Leaf Leaves Folha/folhas

Wolf Wolves Lobo/lobos


Nos demais casos, são substantivos diferentes os
que serão usados para representar uma pessoa do sexo Wife Wives Esposa/esposas
feminino e uma pessoa do sexo masculino — mother
Knife Knives Faca/facas
(mãe) e father (pai); chicken (galinha) e rooster (galo);
nephew (sobrinho) e niece (sobrinha). Os demais subs-
tantivos da língua inglesa são todos neutros, ou seja, Em outros casos, os substantivos são irregulares,
podem representar qualquer sexo ou gênero — law- ou seja, tornam-se outra palavra ao serem passados
yer (advogado, advogada); doctor (médico, médica); para o plural. Veja alguns exemplos:
employee (funcionário, funcionária); teacher (profes-
sor, professora).
SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO

Man Men Homem/homens


Importante!
Woman Women Mulher/Mulheres
Note que nem sempre haverá formas distintas
para cada gênero quando se trata dos substan- Child Children Criança/crianças
tivos, portanto saiba que a língua inglesa age
Mouse Mice Camundongo/Camundongos
muitas vezes de forma neutra com relação a
questões linguísticas de gênero, ou seja, não faz Lice Louce Piolho/piolhos
distinção entre gêneros (masculino, feminino
etc.). PRONOMES

O Plural dos substantivos Os pronomes são palavras que podem substituir


em orações o nome próprio de um lugar, uma pessoa,
Quanto ao plural dos substantivos em inglês, é pre- um objeto, um animal etc. Quanto aos pronomes na
ciso observar algumas regras e exceções com relação língua inglesa, temos algumas classificações específi-
LÍNGUA INGLESA

ao sufixo ou às terminações de cada palavra. Como via cas para cada grupo. Confira a seguir.
de regra, é só acrescentar o –s ou -es, no caso de pala-
vras terminadas em –s, –ss, –ch, –sh, –x, –z e –o, ao fim Pronomes pessoais
da palavra para que ela se torne plural.
São eles as palavras que indicam pessoas, lugares,
SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO objetos, animais, entre outros. Dentro deste grupo
existem dois casos: subject pronouns, que agem como
Car Cars Carro/carros sujeitos nas orações, os que realizam a ação; e object
pronouns, os que são objetos da ação ou “sofrem” a
Bus Buses Ônibus/ônibus
ação na oração. Observe seu uso e exemplos: 97
z Subject Pronouns

I would love to visit your family.


I Eu
Eu adoraria visitar tua família.

You never call your relatives.


YOU Você, tu
Você nunca liga para seus parentes.

He should be more careful.


HE Ele
Ele deve ser mais cuidadoso.

She goes scuba-diving every year.


SHE Ela
Ela faz mergulho todo ano.

It’s going to be an amazing year.


IT Ele, ela (neutro)
Vai ser um ano incrível.

We were really tired after the game.


WE Nós
Nós estávamos muito cansados depois do jogo.

You could come to NY one day.


YOU Vocês, vós
Vocês poderiam vir a Nova Iorque um dia.

They decided to stay home for Christmas.


THEY Eles, elas
Eles decidiram ficar em casa no Natal.

z Object Pronouns

This car belongs to me.


ME Me. mim
Este carro pertence a mim.

Would she go with you?


YOU Lhe, o, a, te, ti, a você
Ela iria com você?

We should call him tomorrow.


HIM Lhe, o, a ele
Nós deveríamos o telefonar amanhã.

They decided to invite her.


HER Lhe, a, a ela
Eles decidiram convidá-la.

He fed it its food.


IT Lhe, o, a, a ele, a ela (neutro)
Eles o alimentaram com sua comida

Would they fire us?


US Nos
Eles nos demitiriam?

I’ll give you a discount.


YOU Vos, lhes, a vocês
Eu lhes darei um desconto.

Please, let them now.


THEM Lhes, os, as
Por favor, avise-os.

Pronomes possesivos

Os pronomes possessivos, também conhecidos como pronomes substantivos expressam pertencimento de


algo a alguém. No caso da língua inglesa, existem dois grupos de possessivos, os possessive adjectives e os possessi-
ve pronouns. Trataremos dos adjetivos possessivos adiante neste material, vejamos, por ora, o caso dos pronomes
possessivos, cuja função é substituir o nome próprio ao final da oração, como objeto da oração, sem qualquer
flexão de número ou grau. Confira:

These socks are mine.


MINE Meu, minha, meus, minhas
Estas meias são minhas.

Is this book yours?


YOURS Teu, tua, seu, sua
Este livro é seu?

That enormous mansion is his.


HIS Dele
Aquela mansão enorme é dele.

All those white clothes are hers.


HERS Dela
Todas aquelas roupas brancas são dela.
98
This rubber bone is its.
ITS Dele, dela (neutro)
Este osso de borracha é dele.

Keep your hands off of it, it’s ours!


OURS Nosso, nossa
Tire suas mãos daí, é nosso!

Are these records yours?


YOURS Vosso, vossa, seu, sua
Estes discos são seus?

None of the reports are theirs.


THEIRS Deles, delas
Nenhum dos relatórios são deles.

É comum ao falante de língua portuguesa confundir-se e utilizar o pronome possessivo your (seu, sua) para se
referir aos sujeitos da primeira pessoa do singular he, she e it, pois em português é possível a construção de uma
oração como “ela ama seus pais”, considerando que “seus” é pronome possessivo referente ao sujeito ela; estaria
errada, no entanto, a tradução pé da letra “she loves your parents”, pois o pronome possessivo your se refere ao
sujeito You. O correto, então, seria “she loves her parents”.

Pronomes reflexivos

Estes pronomes são utilizados para concordar com o sujeito inicial da oração e sempre aparecem logo após o
verbo. Vale ressaltar que os pronomes reflexivos são usados apenas com um grupo específico de verbos na língua
inglesa, propriamente reflexivos. Confira a seguir alguns exemplos.

I check it myself.
MYSELF A mim, a mim mesmo, -me
Eu chequei eu mesmo.

Don’t blame yourself.


YOURSELF A ti, a você mesmo, -te, -se
Não se culpe.

He taught himself how to play the guitar.


HIMSELF A si, a si mesmo, -se
Ele ensinou a si mesmo como tocar o violão.

She promised herself she wouldn’t go.


HERSELF A si, a si mesma, -se
Ela prometeu a si mesma que não iria.

The machine did it itself.


ITSELF A si, a si mesmo/a, -se
A máquina o fez por si mesma.

We can start the presentation ourselves.


OURSELVES A nós, a nós mesmos, -nos
Nós podemos começar a apresentação nós mesmos.

YOURSEL- You should take care of yourselves.


A vós, a vocês mesmos, -vos, -se
VES Vocês devem cuidar de si mesmos.

THEMSEL- They can help themselves.


A si, a eles mesmos, a elas mesmas, - se
VES Eles mesmos podem se servir.

Pronomes demonstrativos, relativos e indefinidos

Temos dois tipos especiais de pronomes, os demonstrativos ou relativos e os indefinidos. Os pronomes demons-
trativos são usados para indicar algo durante a oração, são eles: this (este, esta, isto), these (estes, estas), that (aque-
le, aquela, aquilo) e those (aqueles, aquelas). Veja alguns exemplos:

We really need this money! (Nós realmente precisamos deste dinheiro!)


They should see these flowers. (Eles deveriam ver estas flores)
LÍNGUA INGLESA

Helen will show us that beautiful painting. (Helen vai nos mostrar aquela linda pintura)
How much for those pants? (Quanto custam aquelas calças?)

Os pronomes relativos são usados para indicar relação entre partes da oração, são eles: that (que), which (o
qual, a qual, que), whose (cujo, cuja, de quem), who (que, quem), whom (a quem). Veja alguns exemplos:

This is the bus which takes me home (Este é o ônibus que me leva para a casa)
Is this the girl whose house was robbed? (Esta é a garota cuja casa foi roubada?)
He is the teacher who got arrested. (Ele é o professor que foi preso)
The man whom you called is my husband. (O homem a quem você ligou é meu marido).
I never knew that sang. (Eu nunca soube que você cantava) 99

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