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Epigenética:
conceito,
mecanismos
e impacto
em doenças
humanas
Heterocromatina -
segmentos de cromatina nismos uni e multicelulares. Nos eucariotos, histonas (H2A, H2B, H3 e H4) associado
altamente condensada. a metilação do DNA ocorre principalmente a uma sequência de DNA de cerca de 147
nas bases do tipo citosina, as quais são con- pares de bases, que está enrolada sobre esse
vertidas em 5-metilcitosina (5mC) pelas octâmero (figura 1B). A molécula de DNA
enzimas DNA-metiltransferases (DNMT). organizada em nucleossomos forma a cro-
As citosinas metiladas (5-metil-citosinas) matina, que não é uniforme em estrutura,
usualmente (mas não exclusivamente) estão apresentando segmentos altamente conden-
adjacentes a um nucleotídeo de guanina (di- sados (heterocromatina) e outros menos
Dinucleotídeos CpG - nucleotídeos CpG), resultando em duas ci- compactados, na eucromatina. Esse grau
sequência de DNA na qual tosinas metiladas localizadas diagonalmente de compactação da cromatina é dinâmico e
um nucleotídeo de citosina é uma à outra (figura 1A), uma em cada fita da sua conformação pode ser alterada em res-
seguido por um nucleotídeo
guanina, linearmente na direção
molécula de DNA. Os membros da família posta a sinais endógenos e exógenos.
5 '→ 3'. CpG é a abreviatura de enzimas DNMT agem de duas manei-
As histonas têm uma cauda terminal de ami-
de 5'-C-fosfato-G-3 ', isto é, ras principais: adicionando grupos metil na
citosina e guanina adjacentes
noácidos que fica exposta nos nucleossomos
sequência de DNA onde antes não havia
na mesma fita, unidas por um (figura 1B). As caudas têm aproximadamen-
metilação (metilação de novo), ou copiando
grupo fosfato. te 20-35 aminoácidos e são sujeitas a modi-
a metilação da fita de DNA molde para uma
ficações bioquímicas que afetam a atividade
nova fita complementar durante a replicação
transcricional dos genes associados. As di-
(metilação de manutenção), o que possibilita
ferentes modificações das histonas podem
a transmissão do padrão de metilação duran-
afrouxar ou estreitar a associação entre his-
Eucromatina - segmentos de te as divisões celulares. A metilação de DNA
tonas e DNA, facilitando ou restringindo o
cromatina menos compactados. é uma marca epigenética que pode ser reti-
acesso ao DNA dos fatores de transcrição
rada por enzimas específicas e também pode
e da maquinaria transcricional. Metilação,
ser perdida pela inibição da enzima DNMT
acetilação e fosforilação de histonas são
de manutenção.
algumas das modificações descritas como
Em mamíferos, a metilação pode estar con- marcas ativadoras ou silenciadoras da ex-
centrada em regiões do genoma nas quais há pressão gênica. Por exemplo, trimetilação
uma maior densidade relativa de dinucleo- da lisina 27 na histona H3 é encontrada nos
Ilhas CpGs - regiões do tídeos CpGs (ilhas CpGs), ou em CpGs nucleossomos que compõem a cromatina de
genoma nas quais há uma isolados distribuídos pelo genoma. A locali- genes inativos, enquanto a mesma modifica-
maior densidade relativa de zação da metilação na sequência de um gene ção em outra lisina (na posição 36) marca a
dinucleotídeos CpGs.
influencia o controle de sua expressão. Por cromatina associada a genes ativos.
exemplo, a metilação em região promotora
Cada marca isoladamente não confere ao
da transcrição bloqueia a transcrição e, por-
gene um estado de transcrição ativo ou ina-
tanto, reprime a expressão do gene; já a meti-
tivo; as modificações nas histonas compõem
lação no corpo do gene não tem esse efeito e,
um painel de marcas que é “lido” em conjun-
em alguns casos, pode até estimular a trans-
to por enzimas específicas (readers). A in-
crição e ter efeito na recomposição do RNA
trodução dessas modificações é efetuada por
Acetilação - reação que mensageiro daquele gene.
enzimas chamadas de “escritoras” (writers),
introduz um grupo funcional
acetila em resíduos de lisina 1.2. Modificações de que incluem metiltransferases (HMTs) e
na ramificação N-terminal das proteínas histonas acetiltransferases (HATs), responsáveis pela
histonas. metilação e acetilação de caudas de histonas,
Fosforilação - adição de um O conteúdo de DNA do genoma humano respectivamente. Da mesma forma que a me-
fósforo que pode ocorrer em encontra-se distribuído por 24 diferentes tilação de DNA, tais marcas epigenéticas de
todas as classes das histonas, cromossomos, os 22 autossomos acrescidos
em resíduos de serina e histonas são estáveis, mas podem ser rever-
dos cromossomos X e Y. Cada cromossomo síveis, e sua remoção é efetuada por enzimas
treonina.
contém uma única e longa molécula de DNA também específicas (erasers), como histona
que está associada a grupos de proteínas his- desmetiltransferases (HDMTs) e desacetila-
tonas, em estruturas chamadas nucleosso- ses (HDACs).
mos. Cada nucleossomo é constituído por
um octâmero de proteínas formado por duas Existem formas variantes de histonas que
cópias de cada um dos tipos de proteínas diferem em um ou poucos aminoácidos em
Figura 1.
Mecanismos de modificação
B epigenética: metilação de
DNA e modificações da cauda
de proteínas histonas. (A)
Metilação de nucleotídeos
citosina na molécula de DNA.
As citosinas (C) metiladas (Me)
usualmente estão adjacentes
a um nucleotídeo de guanina
(dinucleotídeo CpG), resultando
em duas citosinas metiladas
localizadas diagonalmente
uma à outra, uma em cada
fita da molécula de DNA. (B)
A molécula de DNA de cada
cromossomo está associada a
grupos de proteínas histonas,
formando estruturas chamadas
nucleossomos. O nucleossomo
é formado por uma sequência
de DNA de 147 pares de
bases (fita preta) que envolve
um octâmero de proteínas
formado por duas cópias de
cada uma das histonas H2A,
H2B, H3 e H4. A histona tem
uma cauda terminal (indicada
pelas fitas em azul) de 20-35
aminoácidos que fica exposta
no nucleossomo e é sujeita a
modificações bioquímicas, como
relação às histonas-padrão e que estão em em genes com alta atividade transcricional. metilação (verde) e acetilação
frequência muito menor na cromatina. Em Além desses processos universais, variantes (vermelho), entre outras. As
algumas regiões especiais da cromatina, as de histonas também estão relacionadas a diferentes modificações das
histonas podem afrouxar ou
histonas regulares são substituídas por essas fenômenos epigenéticos particulares, como estreitar a associação entre as
variantes mais raras. Essas variantes de his- a inativação de um dos cromossomos X em histonas e o DNA, facilitando
tonas fornecem um nível mais fundamental fêmeas de mamíferos. ou restringindo o acesso ao
de diferenciação da cromatina, fornecendo a DNA dos fatores de transcrição
base para processos epigenéticos, incluindo 2. EPIGENÉTICA E e da maquinaria transcricional;
dessa maneira, as modificações
segregação de cromossomos. A substituição DIFERENCIAÇÃO CELULAR de histonas afetam diretamente
da histona-padrão por uma variante é espe- Como os diferentes tipos celulares de um a atividade transcricional dos
cialmente importante nos centrômeros, nos genes associados.
mesmo indivíduo, com um genoma idên-
quais a histona H3 é substituída por sua va- tico, conseguem ser tão distintos? E como
riante CENP-A. Adicionalmente, as varian- essa memória celular é mantida ao longo Memória celular é o
tes de histonas também estão envolvidas nas das divisões celulares? Para responder essas conjunto de informações
propriedades epigenéticas de genes ativos; as questões é preciso considerar a combinação epigenéticas de uma célula
histonas H3.3 e H2A.Z (variantes de H3 e entre genoma e epigenoma.
que pode ser transmitido por
H2A, respectivamente) estão enriquecidas sucessivas divisões mitóticas.
Nosso genoma carrega cerca de 20.000 genes sões celulares, indicando que a diferenciação
codificadores de proteína. Um tipo celular é celular é um processo unidirecional, em geral
definido pelo subconjunto de genes que es- não reversível. É importante mencionar que
tão ativos. Esse grupo de genes ativos e seus os tecidos mantêm uma espécie de reserva-
transcritos (RNA mensageiros) codificam os tório de células-tronco, ou seja, células não
componentes físicos e as proteínas necessá- diferenciadas que retêm a capacidade de se
rias para que cada célula execute sua função diferenciar nos diferentes tipos celulares da-
especializada. Os diferentes tipos celulares quele tecido, para reposição celular.
são estabelecidos durante o desenvolvimento
embrionário e mantidos através dos ciclos de 3. REGULAÇÃO E
divisão celular, perpetuando padrões espe- REPROGRAMAÇÃO
cializados de expressão gênica. EPIGENÉTICA NO
Dentre os diversos tipos celulares do corpo DESENVOLVIMENTO
humano há as células-tronco, caracterizadas
As marcas epigenéticas compõem a memó-
pela capacidade de auto-renovação, ou seja,
ria celular de modo a manter o padrão de
podem se multiplicar gerando células iguais
expressão gênica em células especializadas,
a si e, pelo potencial de diferenciação, são
preservando a identidade da linhagem ce-
capazes de originar diversos tipos celulares.
lular após consecutivas divisões mitóticas.
Em geral, as células-tronco são classificadas
Contudo, em dois momentos ao longo do
em embrionárias ou adultas. As primeiras
desenvolvimento o epigenoma é alterado de
são capazes de gerar qualquer tipo de célula
forma radical: após a formação do zigoto e na
do organismo e possuem alta capacidade de
formação dos gametas.
diferenciação (pluripotência). Já as células-
-tronco adultas são encontradas em maior Após a fusão dos gametas materno e pater-
quantidade na medula óssea e sangue do cor- no, os genomas de ambos permanecem fi-
dão umbilical, assim como em locais espe- sicamente separados no zigoto (pró-núcleo
cíficos dos órgãos, e apresentam capacidade masculino e feminino), submetidos a distin-
limitada de diferenciação, dando origem so- tas alterações no DNA e cromatina. Como
mente aos subtipos celulares de tecidos dos exemplo, o genoma de origem paterna sofre
Mórula é o primeiro estágio quais derivam. desmetilação de DNA ativa nas primeiras
da embriogênese, logo após a 24 horas pós fertilização, enquanto que o
fertilização, no qual o zigoto
Em geral, no início do desenvolvimento, há
genoma materno é desmetilado lentamente
sofre sucessivas clivagens até a a diminuição do nível global de metilação do
por mecanismo passivo, após sucessivas re-
formação do blastocisto. Este DNA nestas células, permitindo a expressão
estágio caracteriza-se por uma plicações. Este processo de desmetilação do
de genes associados à pluripotência, como
massa sólida com cerca de 12 a genoma ocorre entre os estágios de zigoto e
NANOG e POU5F1 (ou OCT4). Poste-
32 células. mórula, permitindo que as células mante-
riormente, os genes que são responsáveis por
nham características de totipotência. Já na
manter a pluripotência são reprimidos como
fase de blastocisto há o primeiro sinal de
resultado de um aumento da metilação do
diferenciação celular: a camada interna das
DNA, assim como há o aumento da expres-
células constitui o embrioblasto ou massa
são dos genes específicos de desenvolvimen-
celular interna, o qual dará origem ao em-
to em resposta à promoção da metilação da
brião propriamente dito, e a camada externa
H3K4 nos nucleossomos. Em consequência,
constitui o trofoblasto, que origina membra-
as células-tronco iniciam o processo de dife-
nas fetais e o saco vitelínico. A diferenciação
renciação celular, que culminará no acúmulo
entre esses dois tecidos na fase de blastocisto,
progressivo de marcas epigenéticas que pro-
compreende distintos eventos epigenéticos,
duzirão um padrão específico de expressão
que incluem diferenças no padrão de aceti-
Blastocisto é o segundo gênica para cada tipo celular.
lação e metilação e disponibilidade de fatores
estágio da embriogênese; esfera
oca de células embrionárias,
Ao final desse processo de estabelecimento de transcrição. Com o decorrer do desenvol-
conhecidas como blastômeros, da identidade funcional de cada tipo celular, vimento, marcas epigenéticas são subsequen-
em torno de uma cavidade a célula é referida como diferenciada. O pa- temente estabelecidas à medida que ocorrem
interna com fluido chamada drão de expressão gênica de uma célula dife- os processos de diferenciação e formação das
blastocele. renciada é mantido estável através das divi- linhagens que compõem o indivíduo.
Figura 2.
Regulação epigenética durante o desenvolvimento de mamíferos. O nível das marcas epigenéticas está
indicado pela gradação de cores das barras, sendo o tom mais escuro correspondente à maior quantidade da
marca; em vermelho, metilação de DNA, em azul, metilação da lisina 27 da histona 3 (H3K27) e em cinza,
metilação da lisina 4 da histona 3 (H3K4). No início da embriogênese (zigoto/mórula), ocorre grande perda
de metilação de DNA e os genes de diferenciação e desenvolvimento são reprimidos pela metilação da lisina
27 da histona 3 (H3K27 – marca de silenciamento gênico). Quando se inicia a diferenciação das células,
os genes associados à pluripotência são reprimidos por metilação de DNA. Ao mesmo tempo, os genes do
desenvolvimento começam a ser expressos e há um aumento na metilação da lisina 4 da histona 3 (H3K4 –
marca de atividade gênica). O desenvolvimento das células germinativas se inicia com ganho de metilação
de DNA; apenas os genes sujeitos a imprinting sofrem desmetilação, com consequente apagamento das
marcas dos genitores. Marcas como a metilação do H3K27 permitem que os genes de diferenciação e
Transposons - sequências de
DNA que tem capacidade de
desenvolvimento sejam silenciados por um curto período de tempo nas células germinativas primordiais.
autoreplicação e inserção em
Posteriormente, a metilação de DNA nas células germinativas permite o silenciamento estável de genes de
outros sítios do genoma, em
imprinting, transposons e alguns genes associados à pluripotência.
geral com atividade reprimida
por metilação de DNA.
matina, modificação das histonas, tempo de Além das síndromes conhecidas de defeitos
replicação e taxa de recombinação na meiose. de imprinting, há evidências crescentes de
Sabe-se que os genes que sofrem imprinting que existe expressão alterada dos genes de
têm atuação importante no desenvolvimento imprinting em uma ampla gama de doen-
pré-natal e também na biologia placentária, ças comuns, como restrição do crescimento
assim como também exercem efeitos im- intrauterino, obesidade, diabetes mellitus, Síndrome de Beckwith-
portantes no desenvolvimento, crescimen- transtornos psiquiátricos e câncer. Quanto Wiedemann - doença
to e sobrevivência pós-natal. Esse grupo de a essas doenças não-congênitas, em geral de caracterizada por aumento de
crescimento, predisposição
genes de imprinting está emergindo como manifestação tardia, é importante sempre tumoral e malformações
regulador-chave de processos metabólicos relembrar que qualquer característica (fenó- congênitas.
em bebês e adultos; podem influenciar a ma- tipo) é resultado da interação entre variantes Síndrome de Prader-Willi
nutenção da temperatura corporal, ingestão genéticas (genótipo) e o ambiente. Atual- - hipotonia grave e dificuldades
de alimentos e adiposidade, agindo em vários mente, há um considerável interesse em sa- alimentares no início da
tecidos e vias. ber como os fatores ambientais atuam no infância, seguidos de ingestão
excessiva de alimentos,
genoma para influenciar o fenótipo por meio
5. DOENÇAS HUMANAS da modulação de marcas epigenéticas. Nos
obesidade mórbida e atraso
cognitivo, em geral moderado.
E ALTERAÇÕES últimos anos, várias pesquisas examinaram a Síndrome de Angelman
EPIGENÉTICAS relação entre exposição a fatores ambientais e - deficiência intelectual grave,
mudanças do epigenoma, incluindo poluen- convulsões, microcefalia
Distúrbios no epigenoma podem resultar tes químicos, nutrição, alterações de tempe- pós-natal e características
na ativação ou inibição de genes de maneira ratura, estresse, nível de atividade física, ciclo dismórficas faciais distintas.
inapropriada; deste modo, a fisiologia celu- circadiano, tabagismo e consumo de álcool,
lar normal é alterada, o que pode ocasionar entre outros.
o desenvolvimento de patologias, congênitas
ou adquiridas. Evidências crescentes mostram que as mar-
cas epigenéticas conhecidas, como metilação
Defeitos de imprinting genômico são causa de DNA e modificações de histonas, são in-
de condições congênitas que afetam o cres- fluenciadas por fatores exógenos. A relação
cimento e desenvolvimento, como as síndro- entre a fumaça do tabaco e a alteração da me-
mes de Beckwith-Wiedemann, Prader- tilação do DNA parece particularmente re-
-Willi e Angelman, por exemplo. Em casos levante, dado que vários genes supressores de Hipometilação - nível de
como a síndrome de Beckwith-Wiedemann, tumor mostram um aumento de metilação metilação diminuído em relação
a hipometilação do gene IGF2 por causa de em células normais de pulmão de fumantes ao tecido controle.
um defeito de imprinting resulta no aumento e ex-fumantes, o que poderia levar a uma di- Síndrome de Silver-
da expressão deste gene durante o período minuição de sua expressão. Os mecanismos Russell - baixa estatura
pré-natal, ocasionando o hipercrescimento subjacentes permanecem amplamente des- proporcional, dismorfismos
característico dos pacientes. Por outro lado, conhecidos, mas se espera que a epigenética faciais, assimetria de membros,
na síndrome de Silver-Russell, caracteriza- ajude a trazer uma compreensão mais com-
risco significativo de atraso no
da por crescimento diminuído, há alterações desenvolvimento (tanto motor
pleta das respostas individuais ao ambiente quanto cognitivo) e dificuldades
no perfil de metilação, também decorrentes e a fatores de risco, em combinação com as de aprendizagem.
de defeitos de imprinting, que resultam na diferenças genéticas. Síndrome ICF
diminuição da expressão do gene IGF2 no (imunodeficiência, instabilidade
período pré-natal. Modificações epigenéti- Um perfil epigenético específico foi obser-
da região centromêrica e
cas congênitas também podem ocorrer por vado em pacientes com doenças neurodege- anomalias faciais): doença
alterações em genes relacionados à maqui- nerativas, como a hipometilação e alteração autossômica recessiva
naria epigenética, como exemplo a hipome- na expressão gênica em Alzheimer e Par- rara caracterizada por
kinson; outros estudos também evidenciam imunodeficiência e anomalias
tilação global observada na Síndrome ICF faciais.
(imunodeficiência, instabilidade da região modificações no perfil epigenético em pes-
centromêrica e anomalias faciais), que é cau- soas com esquizofrenia e com doença de
sada por mutação em um gene que codifica Huntington, dentre outras doenças. Alte- Doença de Huntington
rações epigenéticas também são descritas em - doença neurodegenerativa
uma das enzimas que adicionam metilação
diabetes, doenças autoimunes como lúpus progressiva rara do sistema
ao DNA (DNMT3B). nervoso central caracterizada
por movimentos coreicos,
alterações comportamentais e
psiquiátricas e demência.
Figura 4.
Epigenética e câncer. O painel superior indica a situação em células normais e, abaixo,
as modificações epigenéticas identificadas em células tumorais. Genes supressores de
tumor estão ativos (retângulo verde) em células normais; no câncer, estes genes podem
ser silenciados pelo ganho de metilação em citosinas localizadas em ilhas CpG na sua
região promotora (pirulitos brancos denotam citosinas não metiladas, pirulitos vermelhos,
citosinas metiladas) e essa hipermetilação de promotor gênico ocasiona silenciamento da
transcrição do gene associado (retângulo vermelho). Em sequências repetitivas de DNA
(retângulos em azul), que normalmente estão metiladas em células normais, ocorre perda
de metilação em células tumorais (hipometilação global do genoma).
Figura 5.
Herança epigenética
transgeracional em humanos.
Evidências crescentes mostram
que as marcas epigenéticas
conhecidas, como metilação
de DNA e modificações de
histonas, são fortemente
influenciadas por fatores
exógenos. O efeito da
exposição peri-concepcional
a fatores que podem modular
o epigenoma vem sendo
estudado nas últimas décadas.
As condições ambientais a que
mulheres grávidas são expostas
podem modificar não apenas
o epigenoma da gestante
(1ª geração), como também REFERÊNCIAS WU, C. T., MORRIS, J. R. Genes, genetics, and epi-
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geração), incluindo suas células
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germinativas (que darão origem
à 3ª geração). Desta forma,
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