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MISTURA

Programa de Pós Graduação em Engenharia Ambiental


Disciplina de Mecânica dos Fluidos Ambiental
Professor: Julio Tomás Aquije Chacaltana
Aluna: Luana Maria Kiefer
Aula do dia 24/04/2021
Sumário
• Mistura em Lagos e Reservatórios
▫ Mistura por ação do vento
• Mistura em Estuários, Baías e Águas Oceânicas
Na aula anterior
• Mistura em Rios e Canais
▫ Equação de Transporte Longitudinal
▫ Mistura Transversal
▫ Mistura Vertical
• Mistura em Lagos e Reservatórios
▫ Tempo de Residência
▫ Estratificação
▫ Penetração Convectiva
Mistura em Lagos e Reservatórios
Mistura por Ação do Vento

• Na seção anterior vimos como a convecção pode


eliminar a estratificação de um reservatório.
• Outro mecanismo capaz de produzir um efeito similar é a
ação do vento na superfície

▫ provoca ondas e correntes nas camadas superiores do


reservatório;
▫ pode misturar a água e assim erodir a estabilidade e a
estratificação.
Mistura por Ação do Vento

• Tensão de cisalhamento causada pelo atrito entre o vento e


uma superfície líquida é dada por:
𝜏 = 𝐶𝑑 𝜌𝑎 𝑈𝑣2 5.29

▫ 𝐶𝑑 = coeficiente adimensional empírico (0,001-0,0015);


▫ 𝜌𝑎 = densidade do ar;
▫ 𝑈𝑣 = velocidade do vento a 10m de altura.

• A tensão gerada pelo vento gera uma turbulência na água com


velocidade característica 𝑈∗ :
𝜏𝑣
𝑈∗ = (5.30)
𝜌0
▫ 𝜌0 = densidade da água
Mistura por Ação do Vento
• A taxa de trabalho (por unidade de área) feita pela
tensão do vento na superfície do reservatório
desempenha um papel parecido com o fluxo de calor
latente na seção anterior.

• Parte do trabalho é dissipado e parte é usado para elevar


e misturar água fria nas parcelas superficiais do
reservatório e também elevar a energia cinética da
camada misturada.

• Essa mistura eleva a energia potencial da água próxima à


superfície.
Mistura por Ação do Vento
• Supondo que inicialmente a coluna d’água está estratificada
com N2 constante e que a mistura começa a uniformizar a
coluna próxima à superfície que após um tempo t tem uma
espessura h, como mostra a figura 5.3

Figura 5.3: Mistura pelo


vento. O perfil inicialmente
estratificado linearmente vai
sendo erodido por efeito da
tensão causada pelo vento e
da consequnte turbulência
gerada. Uma camada com
temperatura uniforme se
forma à medida mais energia
turbulenta do vento é
bombeada para o lago
Mistura por Ação do Vento
• A taxa de trabalho pode ser tomada como proporcional à
tensão vezes a velocidade turbulenta:
𝑊 = 𝑚𝜏𝑣 𝑈∗ = 𝑚𝜌0 𝑈∗3 5.31
▫ m = cte ~ 1,25.

• A energia potencial total da coluna d’água é a soma da


energia potencial na camada estratificada somada à da
camada misturada
• Quando o vento sopra por um longo tempo com direção
e intensidade mais ou menos fixa, esse vento gera uma
corrente residual na camada misturada do reservatório.
Mistura por Ação do Vento
• Nesse caso, a geometria passa a ter uma grande
importância na hidrodinâmica do reservatório, já que há
formação de células de circulação bastante complexas, e
é necessário que o escoamento seja resolvido por
modelos computacionais bi ou tridimensionais;

• Alguns resultados empíricos simplificados serão


apresentados;
Mistura por Ação do Vento
• Supondo que o vento gera uma corrente média
superficial na camada misturada de intensidade U, e que
abaixo dessa camada o fluido permanece estratificado
com N2 e praticamente em repouso, uma estimativa para
a espessura h da camada misturada é:
1,4𝑈
ℎ= 5.39
𝑁
• A difusividade vertical de um poluente escalar
correspondente é:
𝐷𝑉 = 0,05ℎ𝑈 5.40

▫ U = velocidade da camada superficial misturada h


Mistura por Ação do Vento
• A camada misturada de um reservatório, com temperatura e
densidade aproximadamente constantes, e com velocidade e
turbulência relativamente intensas, é comumente chamada de
epilímnio.
• A camada inferior, normalmente mais fria, mais estratificada,
e com pouca energia cinética, é comumente chamada de
hipolímnio.
• A superfície separando essas duas camadas é chamada de
termoclina.
• Quando o escoamento em um reservatório é fortemente
influenciado pela termoclina e pela estratificação, o
escoamento é chamado de baroclínico. Ao contrário, um
reservatório bem misturado onde não há estratificação, é
chamado de um escoamento barotrópico.
Estuários, baías e aguas oceânicas
Estuários, baías e aguas oceânicas
• Formulações simplificadas de dispersão em corpos
d’água onde há influência da água doce do rio
interagindo com a água salgada e mais pesada do mar;
• Efeitos oscilatórios causados pela presença da maré
astronômica;
• Estas interações estão presentes na parte do rio que sofre
intrusão salina, em baías, e na própria porção da
circulação costeira influenciadas pela presença da água
doce – chamaremos de Estuários para todos estes tipos
de corpos d’água.
Estuários, baías e aguas oceânicas
• Sobre os Estuários:
▫ Corpos d’água muito complexos;
▫ As formulações aqui apresentadas devem ser usadas
com cautela;
▫ Para resultados mais realistas, é aconselhável a
utilização de modelagem numérica bi e/ou
tridimensional para casa caso específico;
▫ Os estuários podem ser mais encaixados com
profundidade relativamente grande e com largura
relativamente pequena, ou pode ser mais rasos largos
com características de baías.
Estuários, baías e aguas oceânicas
• Sobre os Estuários:

▫ Classifica-se também os estuários pelo grau de estratificação.


Nesse caso, a estratificação está primordialmente relacionada
com as diferenças ente as densidades da água doce e salgada;

O grau de mistura em um estuário é influenciado pela


energia cinética turbulenta devida à vazão do rio, e,
principalmente, pela intensidade das correntes geradas
pela maré oceânica.
Estuários, baías e aguas oceânicas
• O vento também pode ter um papel importante, mas observações
indicam que a influência do vento é pequena. A figura 5.4 ilustra
três níveis de estratificação estuarina.

Figura 5.4: Exemplos de cortes longitudinais


em estuários. Os perfis de salinidade S(z) estão
mostrados. (a) Maré e/ou vazão pequenas,
muita estratificação. (b) Estuários com
estratificação e mistura moderadas. (c)
Estuário bem misturado e com baixa
estratificação.
Estuários, baías e aguas oceânicas
• O processo de transporte e mistura em estuários
pode ser afetado por:
▫ Vazão de água doce para seu interior;
▫ Oscilações de marés;
▫ Estratificação horizontal e vertical de densidade
▫ Vento.

A combinação parcial ou total desses fatores resulta


no padrão de circulação das águas do estuário,
através de um mecanismo complexo, ainda não
totalmente compreendido.

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