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direito processual penal


sujeitos do processo penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Sujeitos do Processo Penal
Prof. Douglas Vargas

SUMÁRIO
Juiz...........................................................................................................4
Regra Complementar...................................................................................6
Causas de Suspeição dos Juízes....................................................................8
Ministério Público (MP)............................................................................... 10
Oferecimento da Ação Penal........................................................................ 11
Dever de Imparcialidade............................................................................. 13
Impedimento e Suspeição........................................................................... 13
Promotor Natural....................................................................................... 14
Acusado................................................................................................... 15
Condução Coercitiva.................................................................................. 16
Direto de Defesa....................................................................................... 18
Abandono da Causa................................................................................... 22
Assistente de Acusação.............................................................................. 24
Serventuários da Justiça............................................................................. 28
Peritos e Intérpretes.................................................................................. 28
Obrigações do Perito.................................................................................. 30
Condução Coercitiva.................................................................................. 31
Suspeição dos Peritos................................................................................. 32
Equiparação Perito x Intérprete................................................................... 32
Resumo.................................................................................................... 33
Questões de Concurso................................................................................ 38
Gabarito................................................................................................... 44
Questões Comentadas................................................................................ 45

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Sujeitos do Processo Penal
Prof. Douglas Vargas

DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS


Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no con-
curso realizado em 2013. Aprovado em vários concursos, como Polícia
Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e
Oficial – 2017).

1. Introdução

Quando falamos em um processo penal, somos naturalmente levados a pensar

na atuação do juiz e das partes na resolução de uma determinada infração penal.

Acusação e defesa defendendo suas teses, e o juiz decidindo.

Entretanto, de modo que o devido processo legal seja respeitado, existe a ne-

cessidade da atuação de outros sujeitos, extrapolando a esfera do julgador e das

partes. E, com isso, para um pleno entendimento da matéria, devemos conhecer

todos os sujeitos processuais previstos no CPP.

Para atender a essa necessidade, portanto, a aula de hoje incluirá as caracterís-

ticas dos seguintes sujeitos processuais:

1. juiz;

2. Ministério Público;

3. acusado;

4. curador;

5. defensor;

6. assistente de acusação;

7. peritos, intérpretes e outros funcionários da justiça.

Vamos em frente!

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Juiz

O juiz é, sem dúvidas, o sujeito processual mais conhecido, por conta da grande

relevância de sua função no curso do processo.

Ele é o representante do Estado capaz de dizer o direito, ou seja, de exercer a

chamada jurisdição – a aplicação do direito ao caso concreto, que deve ser reali-

zada de forma imparcial.

Juiz, acusado e MP são os chamados INTEGRANTES DA RELAÇÃO PROCESSUAL

(chamados de principais).

Os demais sujeitos processuais são chamados de assessórios (assistente da acusa-

ção, auxiliares da justiça), entre outros.

É muito importante que você se lembre dessa tríade principal (juiz, acusado e Mi-

nistério Público).

Princípios Relacionados ao Juiz

Existem dois princípios relacionados à figura do julgador que são de notável im-

portância. Vejamos quais são:

1) Princípio do impulso oficial

O princípio do impulso oficial está vinculado à chamada regularidade do processo,

ato que estabelece que o julgador tem o dever de prover tal regularidade de anda-

mento dos processos penais e de manter a ordem dos atos processuais. Este prin-

cípio está previsto no art. 251 do CPP, o qual é digno de ser lido para fins de prova:

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Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a ordem no


curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública.

2) Princípio da identidade física do juiz

O princípio da identidade física do juiz é responsável por garantir que o juiz que

colhe as provas seja o mesmo a proferir a sentença. Note que o processo pos-

sui uma fase de instrução (na qual é realizada a colheita das provas) antes que o

julgamento possa ser proferido. O princípio em estudo, portanto, garante que o juiz

que atuar na instrução seja responsável por sentenciar, o que garante um maior

domínio do julgador sobre a causa em análise.

Este princípio está previsto expressamente no art. 399, § 2º do CPP:

§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.

Causas de Impedimento do Juiz

Além do dever de exercer a jurisdição, o juiz também está vinculado à impar-

cialidade no exercício de sua atribuição constitucional. Para garantir tal imparciali-

dade, surgem as chamadas causas de impedimento do juiz, as quais efetivamente

vedam que o juiz exerça sua jurisdição em determinados casos.

As causas de impedimento de atuação do juiz são previstas TAXATIVAMENTE no

art. 252 do CPP, segundo o STF (informativos 585 e 601).

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Portanto, o juiz só será considerado impedido nos casos previstos no art. 252

do CPP. Não é possível arguir outros tipos de impedimento, quaisquer que sejam.

Vejamos o que diz o diploma legal:

Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:


I – tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou
colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério
Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;
II – ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como teste-
munha;
III – tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de di-
reito, sobre a questão;
IV – ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em linha reta ou
colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.

O legislador, portanto, nas quatro situações acima, entendeu que a parcialidade

do juiz será ABSOLUTA. Portanto, não há como o juiz argumentar que é capaz de

julgar a causa de forma imparcial, e que as situações acima listadas não se aplicam

à sua situação.

Nas quatro situações do art. 252, não importa se o juiz não se sente impedido de

atuar – não poderá fazê-lo, nem se quiser!

Regra Complementar

Diferentemente do que ocorre em juízos de primeira instância, nos quais o juiz

emite a sentença sozinho, em tribunais temos uma situação diferenciada.

Os processos são julgados por TURMAS ou em plenário, que nada mais são que

juízos coletivos, compostos por três ou mais magistrados (chamados de desembar-

gadores ou ministros, a depender do tribunal).

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Para esses juízos coletivos, no entanto, também existe uma regra de impedi-

mento, prevista no art. 253 do CPP:

Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que fo-
rem entre si parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro
grau, inclusive.

“Professor, mas eu não sei diferenciar o grau de parentesco!”

Calma que eu explico:

A explicação acima pode ser utilizada, em seus estudos, para qualquer situação

que trate do parentesco em linha reta e colateral – não apenas para o art. 253 do

CPP – por isso é interessante dar uma atenção especial ao gráfico acima!

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Causas de Suspeição dos Juízes

Além das situações em que o juiz estará impedido de funcionar no processo,

temos também situações nas quais ele será considerado suspeito, situação que

também veda a atuação do magistrado em um determinado processo.

Entretanto, diferentemente do impedimento, a presunção de parcialidade é ape-

nas relativa, de modo que o magistrado deve se declarar suspeito.

Caso o magistrado não o faça, as partes poderão arguir a chamada exceção de

suspeição para recusá-lo.

Vejamos quais são os casos em que o magistrado será considerado suspeito:

Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qual-
quer das partes:
I – se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
II – se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo
por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
III – se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclu-
sive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer
das partes;
IV – se tiver aconselhado qualquer das partes;
V – se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
VI – se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.

Tanto o rol do art. 252 (impedimento) quanto o rol do art. 254 (suspeição) são

muito cobrados em provas de concursos, motivo pelo qual é recomendável que

você leia o teor dessas normas diversas vezes para dominar seu conteúdo.

Observações importantes sobre impedimento e suspeição:

1) As hipóteses de impedimento do juiz (art. 252) são TAXATIVAS – de modo que

não podem ser arguidas outras causas de impedimento não previstas em lei.

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2) As hipóteses de suspeição do juiz (art. 254), por sua vez, NÃO SÃO TAXATI-

VAS!

3) Atos processuais praticados por juiz impedido são eivados de nulidade AB-

SOLUTA.

4) Atos processuais praticados por juiz suspeito são eivados de nulidade RELA-

TIVA!

Vejamos um comparativo esquematizado entre o impedimento e a suspeição:

Ainda sobre esse assunto, é importante que o aluno conheça o teor dos artigos

255 e 256 do CPP. Vejamos, primeiramente, o que dizem as normas em comento:

Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afinidade cessará


pela dissolução do casamento que lhe tiver dado causa, salvo sobrevindo descendentes;
mas, ainda que dissolvido o casamento sem descendentes, não funcionará como juiz o
sogro, o padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for parte no processo.

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Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte inju-
riar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la.

Em primeiro lugar, note que o art. 255 do CPP elenca a possibilidade da cessação

do impedimento ou da suspeição do magistrado, no caso específico da dissolução

do casamento que deu causa ao impedimento/suspeição, salvo sobrevindo

dependentes.

No entanto, note que, mesmo nessa situação, o sogro, o padrasto, o cunha-

do, o genro ou enteado de quem for parte no processo continuarão impedidos de

funcionarem como juiz!

Em segundo lugar, no art. 256 temos a chamada criação proposital de animosi-

dade por má-fé. É a situação na qual uma das partes propositalmente tenta gerar

um fato que cause a suspeição do magistrado (como, por exemplo, injuriando-o

para criar inimizade).

Nesses casos, obviamente, não será possível para tal parte arguir a suspeição

do juiz, por força do art. 256!

Ministério Público (MP)

CF/1988
Capítulo IV
Funções Essenciais à Justiça
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional
do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis.

O primeiro dos sujeitos processuais que iremos estudar é o Ministério Público,

que, como narra o artigo supramencionado, é uma instituição permanente, essen-

cial à função jurisdicional do Estado, responsável pela defesa da ordem jurídica, do

regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

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Segundo a própria CF, são princípios institucionais do Ministério Público:

§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a


independência funcional.

O primeiro ponto observado (a UNIDADE) tem uma consequência prática: como

o MP é uma instituição una, seus membros têm a prerrogativa de substituir uns aos

outros quando necessário.

O segundo ponto, a INDIVISIBILIDADE, denota que os membros do MP atuam

em nome da instituição a que pertencem. A consequência prática dessa prerroga-

tiva, por sua vez, é o impedimento de que dois membros do MP atuem, em um

mesmo processo, fazendo a mesma coisa.

O terceiro ponto, que é sem dúvidas o mais cobrado em provas e também a

característica mais marcante do MP, é a INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL. Sua con-

sequência prática é a de garantir aos promotores e procuradores que atuem sem

determinações de qualquer tipo sobre suas decisões. O membro do MP presta con-

tas apenas à ordem jurídica instituída no país, e tem independência para atuar da

forma que entender mais correta, desde que respeite os limites da legalidade.

Essa prerrogativa garante, por exemplo, o direito de o Promotor de Justiça ma-

nifestar-se pelo arquivamento de uma ação penal ou pelo oferecimento da denún-

cia contra o réu, sem sofrer influências ou pressões externas.

Oferecimento da Ação Penal

Antes de falar sobre esse assunto, vamos fazer um breve fluxograma de como

tramita uma ação penal, para que possamos relembrar este assunto:

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Via de regra, quando um indivíduo lesa um bem jurídico penalmente protegido

(ou seja, comete uma infração penal), são necessárias três coisas para o início da

persecução penal:

1) o Estado deve tomar conhecimento da situação delituosa;

2) devem ser colhidos elementos suficientes de materialidade e autoria (justa

causa);

3) quem possui legitimidade para oferecer a ação penal, diante dos elementos,

pode (ou deve) fazê-lo (solicitando ao Estado, que por meio do poder Judici-

ário, realize a prestação jurisdicional).

E é no terceiro ponto que entra o Ministério Público, por meio de seus Promoto-

res e Procuradores. Conforme estudamos em nossa aula sobre Ação Penal, esta se

divide em pública e privada. A diferença entre ambas é que a ação penal pública é

de titularidade do Estado, enquanto a ação penal privada é de titularidade da vítima

(querelante) – restando a ela a legitimidade para prestar a queixa.

Via de regra, as ações penais são públicas, cabendo ao MP promovê-las.

A previsão de tal prerrogativa – que é privativa do órgão ministerial – está ex-

pressa tanto na CF/1988 quanto no CPP!

CF/1988
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I – Promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

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CPP
Art. 257. Ao Ministério Público cabe:
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida neste Código; e
II – fiscalizar a execução da lei.

Dever de Imparcialidade

A doutrina leciona que o MP, por sua responsabilidade constitucional de promo-

ver a ação penal pública ser concomitante à de defender o regime democrático e a

ordem jurídica, tem característica de parte imparcial.

Isso, pois, ao mesmo tempo que é uma parte formal do processo (afinal de

contas, é o órgão responsável por dar início à ação penal que permitirá o exer-

cício do direito de punir do Estado), deve também zelar pela imparcialidade em

sua atuação.

Nesse sentido, note que o dever do MP não é acusar ou buscar condenações.

Embora essencialmente o Ministério Público é que tenha a legitimidade acusatória,

um Promotor ou Procurador pode representar pelo arquivamento de um inquérito

policial, por exemplo, quando entender que não estão presentes os pressupostos

para o oferecimento de uma denúncia.

A possibilidade de atuação nesse sentido – basicamente em favor do acusado –

é um exemplo concreto do exercício da imparcialidade do Ministério Público.

Impedimento e Suspeição

Os membros do MP também estão sujeitos aos regramentos de impedimento e

suspeição, que buscam velar pela imparcialidade ao impedir a atuação de alguns

promotores ou procuradores em determinados processos. Vejamos o que diz o art.

258 do CPP nesse sentido:

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Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz
ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha
reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for
aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes.

Quanto a suspeições e impedimentos dos juízes, já realizamos um estudo bas-

tante aprofundado ao estudar as características dos magistrados.

Dessa forma, é importante que você tenha ciência apenas da possibilidade de

suspeição e impedimento dos membros do MP, da mesma forma prevista para os

magistrados, e que também se familiarize com o art. 258, que costuma ser cobrado

em provas.

Promotor Natural

É muito comum ouvir falar no chamado princípio do juiz natural, assunto que

costuma ser inserido no conteúdo programático dos editais sob o tópico de princí-

pios do direito processual penal.

De uma forma bastante resumida, tal princípio tem por objetivo garantir a im-

parcialidade do julgador e vedar a existência de tribunais de exceção.

Essa vedação faz bastante sentido – afinal de contas, nenhum de nós quer ser

julgado por um juiz parcial ou tendencioso. A essência da justiça depende da im-

parcialidade do magistrado.

No entanto, é interessante notar que essa imparcialidade não deve ficar con-

centrada apenas no juiz, devendo se estender a outros envolvidos na persecução

penal – inclusive aos responsáveis pela acusação!


É essencial que se garanta a imparcialidade do promotor, que não deve acusar
por acusar, e sim atuar com a mesma imparcialidade do magistrado, oferecendo
denúncias e pedindo arquivamentos de acordo com o que determina a lei, sem atu-
ar de forma tendenciosa.

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O resultado disso é a existência do chamado princípio do promotor natural,

que também tem por objetivo garantir que o indivíduo que pratica uma infração pe-

nal seja acusado por um órgão imparcial, sem a escolha de um acusador designado

para atuar em um caso específico.

O princípio do promotor natural, ao contrário do princípio do juiz natural, é um prin-

cípio constitucional IMPLÍCITO!

Acusado

O próximo sujeito processual que precisamos estudar é o acusado. Em primeiro

lugar, é claro, precisamos relembrar a diferença entre acusado, indiciado e in-

vestigado:

Investigado: indivíduo que está sob investigação, seja


em um inquérito policial ou outro procedimento (tal
como um Procedimento Investigatório Criminal do MP,
por exemplo).

Indiciado: indivíduo sob o qual a autoridade policial en-


tende recair a responsabilidade por uma infração penal,
por meio de uma análise técnico-jurídica do fato, da au-
toria e materialidade.

Acusado: indivíduo que foi sujeito de um oferecimento


de denúncia ou queixa, que foi devidamente recebida
pelo juízo competente.

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Ou seja: o indivíduo passa a ser considerado como acusado após o re-

cebimento de uma denúncia ou queixa contra ele! Perceba, portanto, que a

condição de acusado surge no curso da ação penal, e não do inquérito policial ou

de uma investigação qualquer.

A não identificação do nome ou outros qualificativos do acusado não impede o cur-

so da ação penal!

É exatamente o que prega o art. 259 do CPP, in verbis:

Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome


ou outros qualificativos não retardará a ação penal, quando certa a identidade física.
A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou da execução da sentença,
se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a retificação, por termo, nos autos, sem
prejuízo da validade dos atos precedentes.

Sobre este assunto, é importante elaborar brevemente sobre a questão do direi-

to ao silêncio. É sabido que o acusado tem o direito de não se incriminar, podendo

calar sobre os fatos (e até mesmo mentir) em sua defesa.

Entretanto, esse direito não se estende à sua qualificação, de modo que

quando perguntado pela autoridade sobre seu nome e dados sobre sua identidade,

não possui o direito de calar-se ou de mentir sobre sua identificação!

Condução Coercitiva

Seguindo em frente em nosso estudo, devemos falar sobre um instituto que

tem se tornado cada vez mais divulgado na mídia em tempos atuais: a condução

coercitiva do acusado.

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A condução coercitiva nada mais é do que a apresentação forçada do acusado

que não atende à intimação para o interrogatório. Via de regra, o fluxo processual

deve seguir a seguinte esteira:

Entretanto, caso o acusado não atenda à intimação para comparecimento em

ato que sem ele não possa ser realizado, temos a seguinte situação:

Existe polêmica na doutrina quanto à constitucionalidade da condução coercitiva

para o interrogatório. Afinal de contas, de que adianta conduzir coercitivamente um

indivíduo que tem o direito de ficar calado?

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Embora o raciocínio doutrinário faça sentido, o art. 260 do CPP, que apresenta

a previsão legal do instituto da condução coercitiva, nunca foi objeto de declaração

de constitucionalidade pelo STF. Portanto, para fins de prova, se o examinador não

falar em doutrina, a norma continua valendo, e pronto!

Vejamos, inclusive, o que diz o CPP:

Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento


ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá man-
dar conduzi-lo à sua presença.

Direto de Defesa

Antes de abordar este tópico, vejamos o que prevê o art. 261 do CPP:

Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado
sem defensor.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo,
será sempre exercida através de manifestação fundamentada.

O art. 261 manifesta expressamente a chamada indisponibilidade do direito de

defesa. O acusado, portanto, mesmo que ausente ou foragido, deve possuir

um defensor para que possa ser processado e julgado.

Esse assunto, para uma completa compreensão, depende de um breve comen-

tário sobre um dos princípios do direito processual penal: a ampla defesa. Tal prin-

cípio se divide tradicionalmente em duas partes: a defesa técnica e a autodefe-

sa. Vejamos:

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E é justamente sobre a importância da defesa técnica que versa o art. 261 CPP.

Existe uma disparidade entre o Estado e o acusado (afinal de contas, o Estado dis-

põe de promotores e procuradores altamente especializados para dar andamento à

persecução penal).

Dessa forma, é necessário garantir que o acusado possua uma defesa técnica

adequada, de modo a equilibrar a balança e garantir outro princípio do direito pro-

cessual penal: a paridade de armas.

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Uma das consequências desse direito é a existência de Defensorias Públicas e a

possibilidade de nomeação de defensor dativo ao acusado que não pode custear a

própria defesa técnica!

Curador

O curador estava previsto no art. 262 do CPP em uma época que a maioridade

penal se dava aos 18 anos, porém a civil, apenas aos 21! Como em dias atuais não

existe mais essa diferenciação, o art. 262 que prevê o direito a um curador para o

acusado menor de idade simplesmente não tem mais fundamento, de modo que a

doutrina majoritária o considera revogado de forma tácita!

O art. 262 do CPP não se aplica ao ordenamento jurídico vigente, em razão de a

idade para maioridade civil ter se igualado à maioridade penal!

Defensor

Ao falar sobre o acusado e sobre seu direito de defesa, abordamos indiretamen-

te o assunto do defensor – aquele que é responsável por exercer a defesa técnica

do acusado.

Devemos iniciar fazendo a leitura dos artigos relevantes sobre o defensor. Veja-

mos os que merecem destaque:

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Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o
seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-
-se, caso tenha habilitação.

O art. 263 apresenta o direito do acusado à nomeação de defensor dativo, no-

meado pelo juiz, nos casos em que este não possuir defensor.

Note, também, que caso o acusado demonstre interesse em nomear outro de-

fensor de sua confiança, terá esse direito. Portanto, mesmo que sua defesa seja

iniciada por um defensor dativo, o acusado poderá proceder à troca de defensor, a

qualquer tempo, se assim o desejar.

Além disso, veja como o art. 263 prevê ainda a possibilidade de que o acusado

faça sua própria defesa – se possuir habilitação.

Este requisito nos remete aos elementos da autodefesa e da defesa técnica.

Esta última, exercida por advogado, é indisponível, portanto o próprio acusado só

poderá exercer a defesa técnica em seu favor, se for ele próprio um advogado no

regular exercício da profissão!

Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do
defensor dativo, arbitrados pelo juiz.

O parágrafo único é autoexplicativo: acusado que tiver condições de custear sua

defesa, que por acaso venha a ser defendido por defensor dativo (nomeado pelo

juiz), deverá pagar os honorários do defensor, que serão arbitrados pelo juiz.

Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e solicitadores serão obrigados, sob
pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, a prestar seu patrocínio aos acusados,
quando nomeados pelo Juiz.

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O art. 264, por sua vez, tem por objetivo obrigar o advogado, que foi nomeado

pelo juiz como defensor dativo, a defender o acusado, sob pena de multa caso não

o faça. Esse artigo tem por objetivo garantir a eficácia da nomeação do defensor

dativo pelo magistrado.

Quanto ao valor da multa, dificilmente será cobrado em provas, em razão da

falta de atualização para a moeda corrente.

Não confunda DEFENSOR com PROCURADOR.

O CPP diferencia o defensor e o procurador, nomeando como defensor o ad-

vogado nomeado pelo juiz, enquanto que procurador é a nomenclatura utilizada

para identificar o advogado constituído pelo próprio acusado!

Abandono da Causa

Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso,
comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários
mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. (Redação dada pela Lei n. 11.719,
de 2008)

Existe a possibilidade de que o advogado da parte tenha que abandonar o pro-

cesso em curso. Segundo o CPP, no entanto, tal abandono só pode se dar pelo

chamado “motivo imperioso”. Cabe informar, no entanto, que embora não expres-

samente previsto no CPP (e sim no Estatuto da OAB), mesmo após comunicar o

motivo imperioso, o advogado ainda deverá servir à parte durante 10 dias, de

modo que este tenha tempo hábil para constituir novo defensor.

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§ 1º A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder
comparecer. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008)

§ 2º Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audiência. Não o fa-


zendo, o juiz não determinará o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear
defensor substituto, ainda que provisoriamente ou só para o efeito do ato. (Incluído pela
Lei n. 11.719, de 2008)

Eis dois parágrafos simples, quase autoexplicativos, mas que podem ser objeto

de prova em sua literalidade. O CPP expressamente cita a possibilidade de que a

audiência seja adiada em caso de não comparecimento do defensor por motivo

justificado.

Entretanto, conforme rege o parágrafo 2º, caso o defensor não prove este im-

pedimento até o início da audiência, o juiz não determinará o adiamento, e sim no-

meará defensor substituto, mesmo que provisoriamente, para que o acusado não

seja submetido à nenhum ato processual sem defesa técnica.

Art. 266. A constituição de defensor independerá de instrumento de mandato, se o


acusado o indicar por ocasião do interrogatório.

O art. 266 também apresenta um instituto interessante: o da possibilidade de

que o acusado indique seu defensor durante o interrogatório, de modo que tal ato

não dependa de procuração. No entanto, note que atualmente este artigo é prati-

camente inaplicável: o interrogatório é o último ato de instrução, de modo que até

a sua chegada, o acusado já se encontra com defensor regularmente constituído.

Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como defensores os parentes do
juiz.

Outro artigo autoexplicativo, que você precisa conhecer em sua literalidade. Paren-

tes do juiz não podem atuar como defensores do acusado, por motivos óbvios.

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Outro detalhe interessante sobre o defensor é a possibilidade de que ele peça a

condenação de seu cliente!

Caro(a) aluno(a), o defensor tem o dever legal de buscar uma decisão benéfica

a seu cliente (por força do Estatuto da OAB). Não confunda essa responsabilidade

com a obrigação de PEDIR A ABSOLVIÇÃO em qualquer caso!

Imagine que um defensor verifique, ao analisar o processo, que existe grande

possibilidade de condenação de seu cliente por homicídio qualificado. Nesse cená-

rio, e avaliando de forma técnica, o defensor poderá entender que é melhor pleitear

uma condenação por homicídio simples do que a absolvição sumária de seu cliente

(se, por exemplo, as provas de autoria de materialidade forem incontestáveis).

Nesse cenário, estaremos diante de um defensor que pediu a condenação de

seu cliente, mas buscou uma decisão favorável a este, de modo que seu dever legal

estará plenamente cumprido!

Dito isso, finalizamos nossos comentários sobre o defensor, e podemos passar

ao próximo sujeito processual: o assistente de acusação.

Assistente de Acusação

Em primeiro lugar, “assistente de acusação” é simplesmente uma nomenclatura

bacana para o ofendido que atua em conjunto com o MP em uma determi-

nada ação penal.

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A ação penal, em regra, é pública incondicionada, ou seja, seu titular é o

Ministério Público, e não a vítima! Desse modo, a atuação da vítima no processo

normalmente se restringe a atender a intimações para prestar declarações em juízo

sobre os fatos que forem relevantes à causa.

A vítima não tem direito sequer à condenação do acusado, não podendo ques-

tionar se o MP entender, por exemplo, estar diante de um caso de arquivamento.

Nesse sentido, surge a seguinte pergunta: se o MP pode dar andamento à ação

penal sem depender do ofendido, qual o interesse deste em atuar como

assistente da acusação?

Existem duas respostas para esse questionamento. Vejamos.

1) Nos casos em que a vítima tenha sofrido também algum dano digno de re-

paração cível (moral ou material), terá o interesse de acompanhar o trâmite

do processo para obter um título executivo judicial, que poderá ser executado

em juízo cível.

2) O ofendido pode entender que a sentença condenatória foi insuficiente para ape-

nar o acusado, de modo que pode querer recorrer para agravar a pena do réu.

A primeira hipótese é simples, pois trata de mero interesse particular de repa-

ração na esfera cível.

A segunda hipótese é um pouco confusa, visto que a titularidade da ação penal

ainda é, em regra, do Estado. No entanto, o posicionamento majoritário da doutri-

na é no sentido de que o assistente de acusação está autorizado a recorrer

da sentença condenatória com o objetivo de agravar a pena cominada ao

acusado! Inclusive, existem ainda decisões do STJ e do STF nesse sentido!

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Seguindo em frente em nossas observações sobre o assistente da acusação, é

interessante fazer a leitura dos artigos relacionados a tal sujeito no CPP. Vejamos

quais são eles:

Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do
Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das
pessoas mencionadas no Art. 31.

Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e
receberá a causa no estado em que se achar.

Art. 270. O corréu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Minis-
tério Público.

O art. 270 apresenta o impedimento de que o corréu atue como assistente do

MP – o que só serviria para legalizar uma forma de vingança entre os envolvidos, e

foi devidamente vedado pelo legislador.

Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às
testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os
recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584,
§ 1o, e 598.

As prerrogativas do assistente de acusação costumam ser abordadas em sua

literalidade. Infelizmente, aqui não existe remédio: ler e reler, e dominar o teor do

artigo. O mesmo vale para os parágrafos 1º e 2º, abaixo descritos.

§ 1º O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das provas pro-
postas pelo assistente.

§ 2º O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do assistente,


quando este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do
julgamento, sem motivo de força maior devidamente comprovado.

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Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão do assistente.

Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo,
entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.

É ainda muito importante verificar o procedimento para a admissão do assisten-

te de acusação. Em primeiro lugar, note que o MP será ouvido previamente sobre

a admissão do assistente (art. 272), e que a decisão sobre a admissão ou não do

assistente é irrecorrível!

Segundo a doutrina, embora não seja recorrível, cabe MANDADO DE SEGURANÇA

contra essa decisão.

Para finalizar, é importante fazer duas observações relevantes sobre o assisten-

te da acusação, que podem ser objeto de prova:

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Serventuários da Justiça

Sujeitos processuais também importantes são os serventuários da justiça, que

nada mais são que os servidores públicos que trabalham no Poder Judiciário. Aqui es-

tamos falando de Auxiliares Judiciários, Oficiais de Justiça, Escreventes, entre outros.

Sobre eles não é necessário elaborar muito, posto que o CPP apresenta apenas

um artigo relacionado com os serventuários da justiça. Veja só:

CAPÍTULO V
DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA
Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos serventuários e
funcionários da justiça, no que Ihes for aplicável.

O artigo é simples: as prescrições sobre suspeição dos juízes, no que for

aplicável, são estendidas aos funcionários da justiça.

Este conteúdo, se for cobrado pela banca examinadora, o será em sua literali-

dade, visto que do ponto de vista doutrinário, tal impedimento não teria razão de

ser, afinal de contas, o serventuário da justiça não sentencia ninguém – quem o faz

é o juiz.

Peritos e Intérpretes

O último tópico de nossa aula é sobre os peritos e intérpretes, os quais são

objeto de análise pelo CPP do art. 275 ao 281.

Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária.

Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.

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O perito nada mais é que um especialista em algum assunto, que auxilia o ma-

gistrado quando este não tem a expertise necessária para esclarecer um determi-

nado fato.

Em primeiro lugar, cabe fazer a diferenciação sobre o perito oficial e o perito

não oficial.

Essa comparação é importante para que possamos entender o teor do art. 275

do CPP, o qual assevera que, ainda que não oficial, o perito irá se submeter à

disciplina judiciária.

“Mas, professor, o que significa isso?”

Significa que o perito não oficial, a partir do momento em que é nomeado pelo

juiz para atuar no processo como perito, ganha efetivo status de funcionário público!

“E qual é a consequência prática disso?”

A mais importante consequência prática do tratamento do perito não oficial

como funcionário público é simples: ele passa a ser capaz de cometer os delitos

contra a Administração Pública previstos no Código Penal, como se funcionário

público fosse!

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Por fim, é relevante observar uma diferença importante entre o perito oficial e

o perito não oficial:

Obrigações do Perito

Quando o perito é nomeado pela autoridade judiciária, ele é obrigado a aceitar

o encargo, a não ser que possua uma justificativa para não o fazer. Essa regra se

parece muito com a que se aplica ao defensor dativo – inclusive no que diz respeito

à pena de multa para os que a descumprirem:

Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob
pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.

Além disso, note que ainda existem outras responsabilidades que devem ser

observadas pelo perito, sob risco de incorrer na mesma multa do art. 277. Tais

responsabilidades estão previstas no parágrafo único do mesmo artigo, o qual se

recomenda a leitura:

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Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada
imediatamente:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabele-
cidos.

Condução Coercitiva

Embora, na prática, tal decisão seja pouquíssimo usual, o CPP prevê inclusive a

possibilidade de que o juiz determine a condução coercitiva do perito que deixar de

comparecer sem justa causa, nos moldes do art. 278 do CPP:

Art. 278. No caso de não comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade
poderá determinar a sua condução.

Impossibilidade de atuação como perito:

Temos, a seguir, três incisos do art. 279 que merecem ser lidos, tratando daque-

les que não podem atuar como peritos no processo.

Art. 279. Não poderão ser peritos:


I – os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns. I e IV do art.
69 do Código Penal;
II – os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre
o objeto da perícia;
III – os analfabetos e os menores de 21 anos.

O CPP disponível no site da presidência (www.planalto.gov.br) está com o texto do

art. 279 desatualizado. No inciso I, onde se lê “interdição de direito”, mencionada

nos incisos de I a IV do art. 69, na verdade, se refere ao artigo 47 do CP, que trata

da interdição temporária de direitos!

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Suspeição dos Peritos

Art. 280. É extensivo aos peritos, no que lhes for aplicável, o disposto sobre suspeição
dos juízes.

O art. 280 apresenta a previsão de extensão, no que for aplicável, das suspei-

ções dos juízes aos peritos. Aqui, no entanto, ao contrário do que ocorre com os

demais serventuários da justiça, a doutrina entende que tal equiparação é impor-

tante, visto que o laudo pericial possui grande influência na decisão a ser tomada

pelo magistrado.

Equiparação Perito x Intérprete

Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos.

Por fim, o art. 281 apresenta a equiparação entre peritos e intérpretes. Intér-

prete é um auxiliar da justiça responsável por tradução de idiomas estrangeiros

ou linguagens específicas (tal como a linguagem de sinais, por exemplo), quando

necessário.

Nesse sentido, note que sua função também é de grande importância nos pro-

cessos envolvendo indivíduos que falam apenas outros idiomas ou linguagens, de

modo que o legislador entendeu ser necessário equipará-los aos peritos em seu

compromisso de bem desempenhar sua função.

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RESUMO

Sujeitos Processuais:

Juiz:

• Exerce a jurisdição.

• Deve decidir de forma imparcial.

Princípios Relacionados:

Princípio do impulso oficial: juiz deve prover a regularidade do andamento do

processo penal.

Princípio da identidade física do juiz: o juiz que colhe as provas (atua na instru-

ção) deve ser o mesmo que prolata a sentença.

Causas de Impedimento:

• tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta

ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão

do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;

• ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como

testemunha;

• tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de

direito, sobre a questão;

• ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em linha reta ou

colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado

no feito.

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Causas de Suspeição:

• se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;

• se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a pro-

cesso por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;

• se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau,

inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser jul-

gado por qualquer das partes;

• se tiver aconselhado qualquer das partes;

• se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;

• se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.

Suspeição x Impedimento:

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Ministério Público:

O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do

Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos

interesses sociais e individuais indisponíveis.

• É o titular da ação penal pública.

• Deve atuar com imparcialidade, assim como o magistrado.

Impedimento e Suspeição do Membro do MP:

Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz
ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha
reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que lhes for
aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes.

Princípio do Promotor Natural:

• Princípio Implícito.

• Trata de princípio que vela pela imparcialidade, ao determinar que o indivíduo

seja acusado por um órgão imparcial, e não por um órgão escolhido especifi-

camente para o seu caso.

Acusado:

É o indivíduo contra o qual ocorreu o recebimento de uma denúncia.

• Não pode se atribuir nome falso ou omitir sua identidade.

• No entanto, pode calar-se sobre os fatos e mentir sobre eles.

• Pode ser conduzido coercitivamente.

• Não pode ser julgado ou processado sem defensor.

• Sua defesa técnica só pode ser realizada por profissional qualificado (advo-

gado).

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Curador:

• A previsão do art. 262 do CPP perdeu a razão de ser, pois as maioridades civil

e penal encontram-se atualmente no mesmo patamar (18 anos).

Defensor:

Responsável pela Defesa Técnica do Acusado.

• Juiz deve nomear um defensor caso não exista defensoria pública na comarca

e o acusado não possa custear sua própria defesa técnica.

• Defensor dativo (nomeado pelo juiz) é obrigado a defender o acusado, a não

ser que apresente uma justificativa relevante, sob pena de multa.

• Defensor é a nomenclatura do CPP para o advogado nomeado pelo juiz. Pro-

curador é o advogado constituído pela própria parte.

• O defensor deve agir no interesse de beneficiar seu cliente, o que não o impe-

de de pedir a condenação deste último, caso tal pedido o beneficie de alguma

forma.

Assistente de Acusação:

É o ofendido que atua em conjunto com o MP em determinados casos.

• Possibilidade de atuação em casos de delitos que ensejem reparação cível, ou

quando o ofendido possuir interesse em agravar a pena do acusado.

• Corréu não pode ser assistente de acusação do MP.

• Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às

testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e ar-

razoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio (art.

271 do CPP).

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Serventuários da Justiça:

São os demais servidores do poder judiciário.

• Segundo o CPP, as prescrições de suspeição dos magistrados se estendem a

eles, no que forem aplicáveis.

Peritos e Intérpretes:

• O perito é um especialista de um determinado campo, que auxilia o juiz em

matérias que fogem à sua expertise.

• O intérprete é um especialista em algum idioma ou linguagem, que auxilia

nos casos em que tal conhecimento seja necessário para o andamento do

processo.

• O perito está classificado como oficial e não oficial.

• O perito pode ser conduzido coercitivamente se necessário for, e multado

(assim como o defensor dativo), se não cumprir injustificadamente com seus

deveres no curso do processo.

• Os casos de suspeição dos juízes, no que for aplicável, se estendem aos pe-

ritos, por conta de sua influência nas decisões que podem vir a ser tomadas

pelo magistrado.

• O CPP prevê a equiparação entre peritos e intérpretes.

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (CESPE/PGE-BA/PROCURADOR DO ESTADO) A interveniência do assistente de

acusação não é permitida no curso do inquérito policial ou da execução penal.

2. (CESPE/PC-BA/INVESTIGADOR) Em conformidade com o que estabelece o CPP,

do despacho que admitir ou não o assistente do MP jamais caberá recurso.

3. (CESPE/SEGESP-AL/PAPILOSCOPISTA) A lei dispõe que o assistente de acusação

será admitido durante o curso da ação penal pública, mas é omissa quanto à sua

habilitação durante o inquérito policial.

4. (CESPE/DPF/DELEGADO) Acerca da custódia cautelar e suas modalidades, dos atos

processuais e seus sujeitos, bem como da ação penal, julgue os item que se segue.

Considere que, no curso de inquérito policial em que se apure crime de ação pú-

blica incondicionada, quando da primeira remessa dos autos ao Poder Judiciário

com solicitação de retorno para novas diligências, a vítima do delito requeira a sua

habilitação nos autos como assistente de acusação. Nessa situação, o pedido deve

ser negado, visto que a figura do assistente é admitida no processo somente após

o recebimento da denúncia e antes do trânsito em julgado da sentença.

5. (CESPE/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA) Os técnicos especializados encarrega-

dos de realizar o exame dos vestígios materiais relacionados ao fato jurídico são

denominados peritos; caso sejam remunerados pelo Estado, serão denominados

peritos oficiais.

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6. (CESPE/MPU/ANALISTA - DIREITO) Na hipótese de o réu não constituir advo-

gado, o juiz nomeará defensor dativo para acompanhar o feito, havendo previsão

expressa no sentido de que o acusado é obrigado a pagar os honorários arbitrados

pelo juiz, caso não seja pobre.

7. (CESPE/PC-BA/INVESTIGADOR DE POLÍCIA) A intervenção do ofendido é admi-

tida na ação penal pública ou privada, podendo ele habilitar-se como assistente de

acusação desde o inquérito policial e, se for o caso, acompanhar a execução da pena.

8. (CESPE/TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO) O assistente de acusação poderá inter-

vir na ação penal pública em qualquer tempo, desde que não haja trânsito em jul-

gado da sentença.

9. (CESPE/TJ-DFT/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Caso, em seu interrogatório, o acusado

afirme que sua defesa será patrocinada por advogado particular, não haverá neces-

sidade de o defensor apresentar o instrumento de mandato.

10. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL) O sistema proces-

sual vigente prevê tratamento especial ao ofendido, especialmente no que se re-

fere ao direito de ser ouvido em juízo e de ser comunicado dos atos processuais

relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de data para

audiência e à sentença e respectivos acórdãos. Além disso, ao ofendido é conferido

o direito da preservação da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem, o

que, entretanto, não obsta a acareação entre ele e o acusado.

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11. (CESPE/PEFOCE/TODOS OS CARGOS) O assistente do Ministério Público so-

mente poderá ser habilitado após o início da ação penal pública e antes do trânsito

em julgado, razão por que não se admite tal habilitação durante o inquérito policial,

na execução penal nem em crime de ação privada.

12. (CESPE/PEFOCE/TODOS OS CARGOS) São extensivas aos peritos as disposi-

ções referentes a suspeição dos juízes, como, por exemplo, a hipótese de o perito

ser filho da vítima. Por outro lado, o perito, mesmo não sendo testemunha, poderá

ser conduzido coercitivamente à presença do juiz, caso não compareça nem apre-

sente justificativa.

13. (CESPE/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO) O defensor pode abandonar o processo

por qualquer motivo, desde que comunique previamente ao juiz sua decisão.

14. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/PERITO CRIMINAL) Marcelo é um perito oficial que

participou da realização de exame pericial ocorrido no curso de um inquérito que

apurava determinado crime. Posteriormente, no curso da ação penal relativa a esse

crime, Marcelo foi convocado pelo juiz da causa a prestar esclarecimentos acerca

de alguns pontos da referida perícia. Nesse caso, seria vedado a Marcelo prestar

os referidos esclarecimentos porque ele é impedido de atuar em julgamentos rela-

tivos a crimes apurados em inquéritos policiais dos quais ele tenha participado na

qualidade de perito.

15. (VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE – ADAPTADA) Nos juízos coletivos, não poderão

servir no mesmo processo os juízes que forem entre si parentes, consanguíneos ou

afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive.

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16. (VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE – ADAPTADA) O CPP prevê expressamente que

nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem

defensor.

17. (VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE – ADAPTADA) Ao Ministério Público compete fis-

calizar a execução da lei e promover, privativamente, a ação penal privada.

18. (VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE) Por expressa previsão legal, o juiz não poderá

exercer jurisdição no processo em que tiver funcionado como juiz de outra instân-

cia, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão.

19. (VUNESP/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO – ADAPTADA) No processo penal, o perito

deve prestar compromisso para cada trabalho, ainda que seja perito oficial.

20. (VUNESP/PC-SP/PERITO CRIMINAL – ADAPTADA) Quanto aos peritos e intér-

pretes, é correto afirmar que no caso de não comparecimento do perito, sem justa

causa, a autoridade poderá determinar a sua condução.

21. (VUNESP/ MPE-ES/PROMOTOR – ADAPTADA) É lícito ao assistente da acusação

propor meios de prova, perguntar às testemunhas, participar do debate oral e até

mesmo arrazoar recursos, nos termos do CPP.

22. (VUNESP/PC-SP/PERITO CRIMINAL – ADAPTADA) Segundo o Código de Pro-

cesso Penal, as partes podem intervir na nomeação do perito, desde que de forma

fundamentada e ouvido o Ministério Público.

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23. (VUNESP/TJ-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADAPTADA) Nos termos do art. 257

do CPP cabe, ao Ministério Público, entre outras atribuições, buscar a condenação

dos indiciados em inquérito policial;

24. (VUNESP/TJ-SP/OFICIAL DE JUSTIÇA – ADAPTADA) Todo perito, ainda que não

oficial, está sujeito à disciplina judiciária.

25. (FCC/TRE-SE/ANALISTA JUDICIÁRIO – ADAPTADA) Manoel e Joaquim estão

sendo processados acusados da prática de crime de concussão contra a vítima

José. No curso da ação penal, José pretende intervir como Assistente do Ministério

Público, assim como o corréu Joaquim.

Nos termos preconizados pelo Código de Processo Penal, no entanto, é correto afir-

mar que o corréu não poderá intervir como assistente do Ministério Público.

26. (FCC/TJ-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO – ADAPTADA) O intérprete não poderá atu-

ar na ação penal em que tiver prestado depoimento no processo.

27. (FCC/TRF 4ª REGIÃO/TÉCNICO – ADAPTADA) Para respeitar as normas do Di-

reito Processual Penal, a defesa técnica, quando realizada por defensor público ou

dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada.

28. (FCC/TRF 3ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADAPTADA) Aurea, vítima do de-

lito de tráfico internacional de pessoa, para fim de exploração sexual, foi admitida

como assistente de acusação no curso de ação penal.

Nesta qualidade, é correto afirmar que Aurea não poderá aditar a denúncia formu-

lada pelo Ministério Público.

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29. (FCC/TRF – 5ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO – ADAPTADA) Aos auxiliares da

justiça (peritos e intérpretes) NÃO são aplicáveis as regras previstas no Código de

Processo Penal relativas à suspeição e ao impedimento.

30. (FCC/TJ-RJ/ANALISTA JUDICIÁRIO – ADAPTADA) O juiz dar-se-á por suspeito

se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo

por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia.

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GABARITO

1. C 25. C

2. C 26. C

3. C 27. C

4. C 28. C

5. E 29. E

6. C 30. C

7. E

8. C

9. C

10. C

11. C

12. E

13. E

14. E

15. C

16. C

17. E

18. C

19. E

20. C

21. C

22. E

23. E

24. C

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (CESPE/PGE-BA/PROCURADOR DO ESTADO) A interveniência do assistente de

acusação não é permitida no curso do inquérito policial ou da execução penal.

Certo.

Exatamente! O CPP só prevê a interveniência do assistente de acusação no curso

da AÇÃO PENAL!

Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do


Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das
pessoas mencionadas no Art. 31.

2. (CESPE/PC-BA/INVESTIGADOR) Em conformidade com o que estabelece o CPP,

do despacho que admitir ou não o assistente do MP jamais caberá recurso.

Certo.

Perfeito. O examinador elaborou a questão com base no art. 273 do CPP:

Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo,
entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.

3. (CESPE/SEGESP-AL/PAPILOSCOPISTA) A lei dispõe que o assistente de acusação

será admitido durante o curso da ação penal pública, mas é omissa quanto à sua

habilitação durante o inquérito policial.

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Certo.

Conforme já observado anteriormente, realmente a lei não fala nada quanto à ha-

bilitação do assistente durante o IP – apenas durante a ação penal.

4. (CESPE/DPF/DELEGADO) Acerca da custódia cautelar e suas modalidades, dos

atos processuais e seus sujeitos, bem como da ação penal, julgue os item que se

segue.

Considere que, no curso de inquérito policial em que se apure crime de ação pú-

blica incondicionada, quando da primeira remessa dos autos ao Poder Judiciário

com solicitação de retorno para novas diligências, a vítima do delito requeira a sua

habilitação nos autos como assistente de acusação. Nessa situação, o pedido deve

ser negado, visto que a figura do assistente é admitida no processo somente após

o recebimento da denúncia e antes do trânsito em julgado da sentença.

Certo.

O examinador elaborou, elaborou, disfarçou, mas acabou se restringindo ao mes-

mo assunto de sempre: a possibilidade de atuação do assistente da acusação.

Como já informado, tal sujeito processual só tem legitimidade para atuar durante

a ação penal, ou seja, após o recebimento da denúncia e antes do trânsito em jul-

gado da sentença.

5. (CESPE/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA) Os técnicos especializados encarrega-

dos de realizar o exame dos vestígios materiais relacionados ao fato jurídico são

denominados peritos; caso sejam remunerados pelo Estado, serão denominados

peritos oficiais.

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Errado.

Se você errou essa questão, está perdoado(a).

Os peritos oficiais são aqueles que prestam concurso público e ocupam cargo pú-

blico para exercer a função de perito.

Entretanto, o estado pode remunerar peritos particulares, prestadores de serviço,

sem que esses sejam considerados peritos oficiais (visto que não prestaram con-

curso público para ocupar um determinado cargo)!

6. (CESPE/MPU/ANALISTA - DIREITO) Na hipótese de o réu não constituir advo-

gado, o juiz nomeará defensor dativo para acompanhar o feito, havendo previsão

expressa no sentido de que o acusado é obrigado a pagar os honorários arbitrados

pelo juiz, caso não seja pobre.

Certo.

Exatamente! É o que estabelece o art. 263 do CPP:

Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o
seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se,
caso tenha habilitação.
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do
defensor dativo, arbitrados pelo juiz.

7. (CESPE/PC-BA/INVESTIGADOR DE POLÍCIA) A intervenção do ofendido é ad-

mitida na ação penal pública ou privada, podendo ele habilitar-se como assistente

de acusação desde o inquérito policial e, se for o caso, acompanhar a execução da

pena.

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Errado.

Cuidado! O assistente pode intervir apenas na ação penal pública, visto que, na

ação penal privada, o ofendido ou seu representante legal atuam como parte!

8. (CESPE/TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO) O assistente de acusação poderá inter-

vir na ação penal pública em qualquer tempo, desde que não haja trânsito em jul-

gado da sentença.

Certo.

Essa você já está cansado(a) de saber – e veja como esse tema despenca em provas.

O assistente de acusação pode, sim, intervir na ação penal pública, faculdade que

só se encerra com o trânsito em julgado da sentença.

9. (CESPE/TJ-DFT/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Caso, em seu interrogatório, o acusado

afirme que sua defesa será patrocinada por advogado particular, não haverá neces-

sidade de o defensor apresentar o instrumento de mandato.

Certo.

Conforme preconiza o art. 266 do CPP:

Art. 266, CPP. A constituição de defensor independerá de instrumento de mandato, se


o acusado o indicar por ocasião do interrogatório.

10. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL) O sistema proces-

sual vigente prevê tratamento especial ao ofendido, especialmente no que se re-

fere ao direito de ser ouvido em juízo e de ser comunicado dos atos processuais

relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de data para

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audiência e à sentença e respectivos acórdãos. Além disso, ao ofendido é conferido


o direito da preservação da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem, o
que, entretanto, não obsta a acareação entre ele e o acusado.

Certo.
Exatamente! O ofendido tem toda uma gama de prerrogativas e direitos, em face
à sua posição durante a persecução penal. Entretanto, mesmo diante do direito de
preservar sua intimidade, não há impedimento algum para a sua acareação com o
acusado, ao menos em regra!

11. (CESPE/PEFOCE/TODOS OS CARGOS) O assistente do Ministério Público so-


mente poderá ser habilitado após o início da ação penal pública e antes do trânsito
em julgado, razão por que não se admite tal habilitação durante o inquérito policial,
na execução penal nem em crime de ação privada.

Certo.
E mais uma vez a banca bate na tecla do assistente da acusação.
De fato, sua habilitação se dá com o início da ação penal e dura até o trânsito em
julgado. Já quanto à ação penal privada, o assistente da acusação será PARTE, e
não assistente, motivo pelo qual não se admite sua habilitação durante tal espécie
de ação penal.

12. (CESPE/PEFOCE/TODOS OS CARGOS) São extensivas aos peritos as disposi-


ções referentes a suspeição dos juízes, como, por exemplo, a hipótese de o perito
ser filho da vítima. Por outro lado, o perito, mesmo não sendo testemunha, poderá
ser conduzido coercitivamente à presença do juiz, caso não compareça nem apre-
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Errado.

Questão clássica do CESPE, com uma pegadinha muito bem escondida.

As disposições referentes às suspeições dos juízes realmente se estendem aos pe-

ritos. No entanto, ser filho da vítima é hipótese de IMPEDIMENTO, e não de SUS-

PEIÇÃO, motivo pelo qual a assertiva está incorreta!

13. (CESPE/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO) O defensor pode abandonar o processo

por qualquer motivo, desde que comunique previamente ao juiz sua decisão.

Errado.

Nada disso! Conforme preconiza o CPP, o defensor só poderá abandonar o processo

de forma JUSTIFICADA:

Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso,
comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários
mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis.

14. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/PERITO CRIMINAL) Marcelo é um perito oficial que

participou da realização de exame pericial ocorrido no curso de um inquérito que

apurava determinado crime. Posteriormente, no curso da ação penal relativa a esse

crime, Marcelo foi convocado pelo juiz da causa a prestar esclarecimentos acerca

de alguns pontos da referida perícia. Nesse caso, seria vedado a Marcelo prestar

os referidos esclarecimentos porque ele é impedido de atuar em julgamentos rela-

tivos a crimes apurados em inquéritos policiais dos quais ele tenha participado na

qualidade de perito.

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Errado.

Mas é claro que não!

O perito realiza seu trabalho, em sede de inquérito policial, justamente para possi-

bilitar a repetição da prova em juízo (se possível) e para proporcionar a formação

do convencimento do magistrado.

Sua convocação para dirimir dúvidas durante a ação penal não apenas é lícita como

recomendável. Não existe impedimento algum nesse caso!

15. (VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE – ADAPTADA) Nos juízos coletivos, não poderão

servir no mesmo processo os juízes que forem entre si parentes, consanguíneos ou

afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive.

Certo.

Exatamente! É o que prevê o art. 253 do CPP:

Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que fo-
rem entre si parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro
grau, inclusive.

16. (VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE – ADAPTADA) O CPP prevê expressamente que

nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem

defensor.

Certo.

Questão simples, que aborda o teor do art. 261 do CPP:

Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado
sem defensor.

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17. (VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE – ADAPTADA) Ao Ministério Público compete fis-

calizar a execução da lei e promover, privativamente, a ação penal privada.

Errado.

Outra questão bastante simples. Segundo o art. 257 do CPP, o MP tem a atribuição

de promover a ação penal pública (da qual é titular).

É só isso; não tem segredo!

18. (VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE) Por expressa previsão legal, o juiz não poderá

exercer jurisdição no processo em que tiver funcionado como juiz de outra instân-

cia, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão.

Certo.

Não é por acaso que seu professor recomenda a leitura da letra da lei. Veja como é

importante saber diferenciar as hipóteses de suspeição e impedimento para resol-

ver uma questão como essa!

O examinador cobrou especificamente a hipótese em que o juiz não poderá exercer

jurisdição (art. 252); logo, estamos falando de impedimento, e não de suspeição.

Dessa forma, estamos diante do inciso III de tal artigo, o qual assevera que o juiz

restará impedido de exercer jurisdição se já tiver trabalhado como juiz de outra

instância, pronunciando-se de fato ou de direito sobre a questão!

19. (VUNESP/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO – ADAPTADA) No processo penal, o perito

deve prestar compromisso para cada trabalho, ainda que seja perito oficial.

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Errado.

O perito oficial presta compromisso ao tomar posse em seu cargo público, motivo

pelo qual não precisa mais fazê-lo ao realizar cada trabalho!

20. (VUNESP/PC-SP/PERITO CRIMINAL – ADAPTADA) Quanto aos peritos e intér-

pretes, é correto afirmar que no caso de não comparecimento do perito, sem justa

causa, a autoridade poderá determinar a sua condução.

Certo.

O art. 278 do CPP assevera, expressamente, que há a possibilidade da determina-

ção de condução coercitiva pelo magistrado do perito que deixar de comparecer à

audiência sem justa causa – motivo pelo qual a questão está correta!

21. (VUNESP/ MPE-ES/PROMOTOR – ADAPTADA) É lícito ao assistente da acusação

propor meios de prova, perguntar às testemunhas, participar do debate oral e até

mesmo arrazoar recursos, nos termos do CPP.

Certo.

Questão boa, que parece difícil, mas que, na verdade, só quer saber se você co-

nhece o teor do art. 271 do CPP. É claro que, conforme estudamos, o assistente

da acusação pode propor meios de prova, perguntar às testemunhas, participar do

debate oral e até mesmo arrazoar recursos!

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22. (VUNESP/PC-SP/PERITO CRIMINAL – ADAPTADA) Segundo o Código de Pro-

cesso Penal, as partes podem intervir na nomeação do perito, desde que de forma

fundamentada e ouvido o Ministério Público.

Errado.

Outra questão muito fácil. Conforme preconiza o art. 276 do CPP, as partes não

podem intervir na nomeação do perito. Não há exceção!

23. (VUNESP/TJ-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADAPTADA) Nos termos do art. 257

do CPP cabe, ao Ministério Público, entre outras atribuições, buscar a condenação

dos indiciados em inquérito policial;

Errado.

Questão boa, que testa a atenção do(a) aluno(a) que está começando agora a

estudar o Código de Processo Penal. Conforme estudamos, o MP não tem o dever

de condenar ninguém. Com efeito, pode até mesmo pedir o arquivamento de um

inquérito.

Seu dever é de atuar com imparcialidade, e não de buscar uma condenação a qual-

quer custo!

24. (VUNESP/TJ-SP/OFICIAL DE JUSTIÇA – ADAPTADA) Todo perito, ainda que não

oficial, está sujeito à disciplina judiciária.

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Certo.

Conforme preconiza o art. 275 do CPP:

Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária.

25. (FCC/TRE-SE/ANALISTA JUDICIÁRIO – ADAPTADA) Manoel e Joaquim estão

sendo processados acusados da prática de crime de concussão contra a vítima

José. No curso da ação penal, José pretende intervir como Assistente do Ministério

Público, assim como o corréu Joaquim.

Nos termos preconizados pelo Código de Processo Penal, no entanto, é correto afir-

mar que o corréu não poderá intervir como assistente do Ministério Público.

Certo.

Exato! É o que prevê o art. 270 do CPP, ao vedar que o corréu atue como assistente

do MP!

26. (FCC/TJ-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO – ADAPTADA) O intérprete não poderá atu-

ar na ação penal em que tiver prestado depoimento no processo.

Certo.

Em primeiro lugar, lembre-se de que o intérprete se equipara aos peritos (por força

do art. 281 do CPP), motivo pelo qual também está sujeito às regras de impedi-

mento destes últimos.

Nesse sentido, não podem ser peritos os que tiverem prestado depoimento no pro-

cesso ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia, por força do art. 279 do

CPP, inciso II – norma que se aplicará também aos intérpretes!

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27. (FCC/TRF 4ª REGIÃO/TÉCNICO – ADAPTADA) Para respeitar as normas do Di-

reito Processual Penal, a defesa técnica, quando realizada por defensor público ou

dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada.

Certo.

Questão que aborda simplesmente o conteúdo do art. 261, parágrafo único. Tal pa-

rágrafo preconiza em sua literalidade que a defesa técnica realizada por defensor

público ou dativo sempre seja exercida por meio de manifestação fundamentada!

28. (FCC/TRF 3ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADAPTADA) Aurea, vítima do de-

lito de tráfico internacional de pessoa, para fim de exploração sexual, foi admitida

como assistente de acusação no curso de ação penal.

Nesta qualidade, é correto afirmar que Aurea não poderá aditar a denúncia formu-

lada pelo Ministério Público.

Certo.

Lembre-se de que o MP é o titular da ação penal pública, motivo pelo qual a edição

da denúncia é de sua responsabilidade, e não cabe ao assistente da acusação opi-

nar sobre seu conteúdo.

29. (FCC/TRF – 5ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO – ADAPTADA) Aos auxiliares da

justiça (peritos e intérpretes) NÃO são aplicáveis as regras previstas no Código de

Processo Penal relativas à suspeição e ao impedimento.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Sujeitos do Processo Penal
Prof. Douglas Vargas

Errado.

Negativo! As regras de suspeição e impedimento aplicáveis aos juízes se estendem,

sim, aos peritos e intérpretes, na qualidade de auxiliares da justiça.

30. (FCC/TJ-RJ/ANALISTA JUDICIÁRIO – ADAPTADA) O juiz dar-se-á por suspeito

se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo

por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia.

Certo.

Questão simples, que cobra o conhecimento de uma das hipóteses de suspeição,

expressa no art. 254, inciso II, do CPP (se o juiz ou seu cônjuge, ascendente ou

descendente estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter

criminoso haja controvérsia).

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