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Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

(EERP/USP)

Integralidade do Cuidado em Saúde II

Vigilância em Saúde
Dra. Juliane de Almeida Crispim

Ribeirão Preto - 2019


OBJETIVOS DA AULA

• Conceituar Vigilância em Saúde;


• Debater sobre a trajetória conceitual da vigilância
em saúde;
• Comparar os modelos de atenção à saúde;
• Identificar as ações da vigilância em saúde;
• Conhecer os saberes, processos e práticas da
Vigilância Epidemiológica; Vigilância Sanitária;
Vigilância Ambiental e Vigilância em Saúde do
Trabalhador
O QUE É VIGILÂNCIA EM SAÚDE?
VIGILÂNCIA EM SAÚDE

• Palavra vigiar
• Latim vigilare
• Significado Cuidar

Estar
atento a

Precaver-
se

(MONKEN; BATISTELLA, 2009)


VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Historicamente relacionada:

✓ Conceitos de saúde e doença

✓ Práticas de atenção aos doentes

✓ Mecanismos adotados para impedir a disseminação


das doenças
VIGILÂNCIA EM SAÚDE

Entende-se por Vigilância em Saúde o processo contínuo e


sistemático de coleta, consolidação, análise de dados e
disseminação de informações sobre eventos relacionados à
saúde, visando o planejamento e a implementação de
medidas de saúde pública, incluindo a regulação,
intervenção e atuação em condicionantes e determinantes
da saúde, para a proteção e promoção da saúde da
população, prevenção e controle de riscos, agravos e
doenças.

(Portaria nº 1378, de 9 de julho de 2013; Resolução nº 588, de 12 de julho de 2018)


VIGILÂNCIA EM SAÚDE

Coleta
Proteção
Planejamento
Consolidação
Implementação Prevenção
Análise de dados de medidas de e controle
e disseminação saúde pública
das informações
Promoção

Eventos de Saúde

(Portaria nº 1378, de 9 de julho de 2013; Resolução nº 588, de 12 de julho de 2018)


TRAJETÓRIA CONCEITUAL
Experiências iniciadas no século
XVIII, Europa

Medicina
urbana, na
França

Medicina de Medicina
estado, na Social, na
Alemanha Inglaterra

(FOUCAULT, 1982)
Século XIX – “Instrumento da Saúde
Pública”
Saberes sobre
Microbiologia transmissão das doenças
infecciosas

Detecção dos primeiros sintomas

Isolamento

Vigilância médica

Vigilância sanitária
(WALDMAN, 1998)
Século XX

✓ Expansão do conceito;
✓ Diferentes sistemas;
✓ Coleta, análise e difusão de dados;

✓ A partir dos anos cinquenta: “acompanhamento


sistemático da incidência e distribuição das doenças
por meio da consolidação e avaliação dos registros de
morbidade e mortalidade como de outros dados
relevantes para a saúde pública, cabendo a vigilância
disseminar regularmente as informações a todos que
fossem necessário”
(LANGMUIR, 1963)
Principais fatores

✓ 1960 e 1970;

CAMPANHA DE ERRADICAÇÃO DA
VARÍOLA

(WALDMAN, 1998)
21ª Assembléia da OMS, 1968

✓ Função essencial da saúde pública;

✓ Definição: “estudo epidemiológico das doenças entendidas


como um processo que envolvia a ecologia do agente
etiológico, o hospedeiro, o reservatório e os vetores, e também
os complexos mecanismos de disseminação e extensão das
infecções propagadas”

✓Consolidação no Brasil do conceito de vigilância no controle de


doenças transmissíveis

(RASKA, 1966)
Vigilância Epidemiológica X
Vigilância Sanitária

VIGILÂNCIA
VIGILÂNCIA SANITÁRIA
EPIDEMIOLÓGICA (VE)

• CONTROLE DE CASOS E • AMBIENTES, PRODUTOS E


CONTATOS SERVIÇOS
• TÉCNICO-SANITÁRIA • POLÍTICO-JURÍDICA
• CLÍNICA E • PRODUÇÃO, DISTRIBUIÇÃO
EPIDEMIOLOGIA E CONSUMO DE BENS E
SERVIÇOS
(COSTA, 1998)
MODELO DE VIGILÂNCIA EM
SAÚDE
FIGURA 1 – COMPARAÇÃO DE MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE

(Teixeira, Paim & Vilasboas, 1998)


MEIOS DE FORMAS DE
SUJEITO OBJETO
TRABALHO ORGANIZAÇÃO

• Equipe de Saúde • Danos e riscos • Tecnologia de • Políticas


• População • Necessidades e comunicação Públicas
determinantes social saudáveis
do modo de • Planejamento e • Ações
vida e saúde programação intersetoriais
(condições de local situacional • Intervenções
vida e trabalho) e tecnologias específicas
médico- (promoção,
sanitárias prevenção e
recuperação)
• Operações
sobre
problemas e
grupos
populacionais

(Teixeira, Paim & Vilasboas, 1998)


FIGURA 2 – DIAGRAMA DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE

(PAIM JS, 2008)


❑ Enfatizar as condições de vida;

❑ Ampliação do conceito operacional de VE;

❑ Práticas coletivas e individuais;

❑ Necessidades sociais de saúde;

❑ Preocupação amplia-se para além de fatores de risco ou


doenças;

❑ Determinantes dos modos de vida e saúde;

❑ Formas de organização dos processos de trabalho


transcendem os espaços convencionais da saúde (ações
intersetoriais)
(Teixeira, Paim & Vilasboas, 1998)
AÇÕES DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Portaria nº 1378, de 9 de julho de 2013

• Art. 4º As ações de Vigilância em Saúde abrangem toda a


população brasileira e envolvem práticas e processos de
trabalho voltados para:

I - a vigilância da situação de saúde da população, com a


produção de análises que subsidiem o planejamento,
estabelecimento de prioridades e estratégias, monitoramento e
avaliação das ações de saúde pública;
II - a detecção oportuna e adoção de medidas adequadas para a
resposta às emergências de saúde pública;
III - a vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis;
IV - a vigilância das doenças crônicas não transmissíveis, dos
acidentes e violências;
VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA
VIGILÂNCIA
AMBIENTAL
V - a vigilância de populações expostas a riscos ambientais em
saúde;
VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO
TRABALHADOR

VI - a vigilância da saúde do trabalhador;

VIGILÂNCIA SANITÁRIA

VII - vigilância sanitária dos riscos decorrentes da produção e do


uso de produtos, serviços e tecnologias de interesse a saúde; e

VIII - outras ações de vigilância que, de maneira rotineira e


sistemática, podem ser desenvolvidas em serviços de saúde
públicos e privados nos vários níveis de atenção, laboratórios,
ambientes de estudo e trabalho e na própria comunidade.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Conceito: Epidemiologia

➢“Epidemiologia” deriva do grego:


▪ epi = sobre
▪ demos = população, povo
▪ logos = estudo
• Portanto, em sua etimologia, significa:
“estudo do que ocorre em uma população”

➢ Preocupa-se com o desenvolvimento de estratégias para as ações


voltadas para a proteção e promoção da saúde da comunidade.
Avanços significativos

• 1975 (V Conferência Nacional de Saúde)- propôs a criação de


um Sistema de Vigilância Epidemiológica no país;

• Lei n. 6.259, regulamentada pelo Decreto Presidencial n.


78.231 – institui o Sistema Nacional de Vigilância
Epidemiológica (SNVE)- atuava exclusivamente sobre as
doenças transmissíveis.

• 1976 – o MS institui a “notificação compulsória de casos


e/ou óbitos de 14 doenças para todo o território nacional”
Avanços significativos

• 1977: O MS elaborou o primeiro “Manual de VE”, reunindo


e compatibilizando as normas técnicas então utilizadas para
a vigilância de cada doença;

• 1980: O SUS incorporou o Sistema Nacional de Vigilância


Epidemiológica, onde definiu em seu texto legal (Lei
8080/90) a VE;

• Além de ampliar o conceito, a VE passou a ser caracterizada


pela descentralização e integralidade da prestação de
serviços. Incorporação de doenças e agravos não
transmissíveis.
“Um conjunto de ações que proporciona o
conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer
mudança nos fatores determinantes e condicionantes
Conceito (lei 8080/90)
de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de
recomendar e adotar as medidas de prevenção e
controle de doenças ou agravos”.

Adotar programas especiais para prevenção e


Propósito controle

Objeto de trabalho Doenças transmissíveis/crônicas não transmissíveis

Manuais técnicos para controle de doenças


Instrumento de trabalho elaborados pelo nível federal
Elaboração e publicação de relatórios com análises
de dados epidemiológicos de doenças transmissíveis
Desfechos
Redução da magnitude de doenças transmissíveis
OBJETIVOS
❑ A VE tem por finalidade prover as bases técnicas para subsidiar os
profissionais de saúde na elaboração e implementação de ações e
programas de saúde

1. Identificar e descrever o comportamento epidemiológico de doenças;


2. Detectar epidemias e descrever seu processo de disseminação;
3. Avaliar a magnitude da morbidade e mortalidade decorrentes de
agravos á saúde;
4. Recomendar a adoção oportuna de medidas para prevenir ou
controlar agravos á saúde;
5. Avaliar o impacto de medidas de intervenção;
6. Avaliar a adequação das estratégias utilizadas para aplicação de
medidas preventivas e controle.

(MEDRONHO, 2006)
FUNÇÕES

Processamento Análise e
Coleta de dados dos dados interpretação dos
coletados dados processados

Recomendação
Promoção das Divulgação de
das medidas de
ações de controle informações
controle
indicadas pertinentes
apropriadas

Avaliação da
eficácia e
efetividade das
medidas adotadas

(BRASIL, 2009)
DEFINIÇÕES

Dado: “Número bruto que ainda não sofreu qualquer espécie de


tratamento estatístico” ou “A matéria-prima da produção de
informação”.

Informação: “O conhecimento obtido a partir dos dados” ou “o


dado trabalhado” ou “O resultado da análise e combinação de
vários dados”

Informação
Ação
TIPOS DADOS

Dados demográficos, Dados de Morbidade Dados de Mortalidade


ambientais e
socioeconômicos
Permitiram a detecção Fundamental importância
imediata ou precoce de com indicadores da
problemas sanitários . gravidade do fenômeno
Caracterização da vigiado. Sua obtenção
dinâmica populacional e Correspondem à
distribuição de casos provém de declarações de
das condições gerais de óbitos padronizadas e
vida, às quais se vinculam segundo a condição de
portadores de infecções ou processadas
os fatores condicionantes nacionalmente
da doença ou agravo sob patologias específicas,
vigilância como também de sequelas

(BRASIL, 2009)
FONTE DE DADOS

A VE deve lançar mão de diversas fontes de dados para a obtenção


das informações relevantes para fins de identificação e
acompanhamento de eventos de saúde:

✓ Sistema de Informação em Saúde (Sistema de Informação de


Agravos de Notificação – SINAN; Sistema de Informações sobre
Mortalidade – SIM; Sistema de Informações sobre Nascidos
Vivos – SINASC; Sistema de Informação da Atenção Básica –
SIAB);
✓ Investigações de surtos;
✓ Estudos epidemiológicos;
✓ Imprensa;
✓ Notificação Compulsória de doenças e agravos à saúde

(BRASIL, 2009)
NOTIFICAÇÃO

❑ É a comunicação da ocorrência de determinada doença ou


agravo à saúde feita à autoridade sanitária por profissionais de
saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de
intervenção pertinentes.

❑ Principal fonte da vigilância epidemiológica:

INFORMAÇÃO DECISÃO AÇÃO

(BRASIL, 2009)
O QUE NOTIFICAR?

❑ A listagem das doenças de notificação nacional é estabelecida


pelo Ministério da Saúde entre as consideradas de maior
relevância sanitária para o país;

❑ Notificação Compulsória: comunicação obrigatória à


autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais de
saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde,
públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou
confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública.

(Portaria nº 1.271, de 6 de junho de 2014)


Lista periodicamente revisada:

▪ Mudanças no perfil epidemiológico da doença;


▪ Emergência de novos agentes;
▪ Resultados obtidos com as ações de controle ;
▪ Disponibilidade de novos conhecimentos científicos e
tecnológicos;
▪ Por alterações no Regulamento Sanitário Internacional;

▪ Estados e municípios podem adicionar à lista outras


patologias de interesse regional ou local, justificada a sua
necessidade e definidos os mecanismos operacionais
correspondentes

(BRASIL, 2009)
Lista Nacional de Notificação Compulsória

(Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016)


INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

É um método de trabalho utilizado para esclarecer a


ocorrência de doenças, emergências de saúde pública, surtos
e epidemias, a partir de casos isolados ou relacionados entre
si.

É um trabalho de campo, realizado a partir de casos


notificados (clinicamente declarados ou suspeitos) e seus
contatos.

É a etapa mais nobre da metodologia de vigilância


epidemiológica

(BRASIL, 2009)
PRINCIPAIS OBJETIVOS

❖ Identificar fonte de infecção e modo de transmissão;

❖ Identificar grupos expostos a maior risco e fatores de


risco;

❖ Confirmar o diagnóstico;

❖ Determinar as principais características


epidemiológicas.

(BRASIL, 2009)
QUANDO INVESTIGAR?

❑ Na ocorrência de casos isolados e também em


emergências, surtos e epidemias;

❑ Propósito final: orientar medidas de controle para


impedir a ocorrência de novos casos

Epidemia – elevação do número de casos de uma doença ou agravo, em


um determinado lugar e período de tempo, caracterizando, de forma
clara, um excesso em relação à frequência esperada.

Surto – uma situação epidêmica limitada a um espaço localizado


(creches, quartéis, escolas, etc.). Como situação epidêmica, portanto, um
surto é o aparecimento súbito e representa um aumento não esperado
na incidência de uma doença.
(BRASIL, 2009)
QUANDO INVESTIGAR?

➢ Doença é prioritária (as autoridades sanitárias estabelecem)-


as DNC são obrigatórias;
➢ Doença excede sua ocorrência usual
➢ Doença parece ter uma fonte comum- doença ou problema
de saúde inusitado originado por uma fonte comum para
dois ou mais casos
➢ Doença parece ter uma severidade maior do que a usual
➢ Doença é nova, emergente ou “desconhecida” na área
➢ Doença está relacionada a emergências em situações de
desastre

(BRASIL, 2009)
Investigação epidemiológica
Questões a serem respondidas Informações produzidas
Trata-se realmente de casos da doença que se suspeita? Confirmação do diagnóstico
Identificação de características biológicas,
Quais são os principais atributos individuais dos casos?
ambientais e sociais
A partir do quê ou de quem foi contraída a doença? Fonte de infecção
Como o agente da infecção foi transmitido aos doentes? Modo de transmissão
Outras pessoas podem ter sido infectadas/afetadas a
Determinação da abrangência da transmissão
partir da mesma fonte de infecção?
A quem os casos investigados podem ter transmitido a Identificação de novos
doença? casos/contatos/comunicantes
Que fatores determinaram a ocorrência da doença ou
podem contribuir para que os casos possam transmitir a Identificação de fatores de risco
doença a outras pessoas?
Durante quanto tempo os doentes podem transmitir a
Determinação do período de transmissibilidade
doença?
Como os casos encontram-se distribuídos no espaço e no Determinação de agregação espacial e/ou
tempo? temporal dos casos

Como evitar que a doença atinja outras pessoas ou se


Medidas de controle
dissemine na população?
ROTEIRO DE INVESTIGAÇÃO DE CASOS
Etapa 1 – Coleta de dados sobre os casos

Etapa 2 – Busca de pistas

Etapa 3 – Busca ativa de casos

Etapa 4 – Análise parcial dos dados

Etapa 5 – Encerramento de casos

Etapa 6 – Relatório Final

(BRASIL, 2009)
Relatório Final

Os dados da investigação deverão ser sumarizados em um


relatório que inclua a descrição do evento (todas as etapas
da investigação), destacando-se:

• Causa da ocorrência;
• Execução das medidas de prevenção implementadas;
• Descrição das orientações e recomendações, a médio e
longo prazos;
• Alerta às autoridades de saúde dos níveis hierárquicos
superiores, naquelas situações que coloquem sob risco
outros espaços geopolíticos.

(BRASIL, 2009)
Relatório Final

➢Este documento deverá ser enviado aos:

▪ Profissionais que prestaram assistência médica aos


casos;
▪ Participantes da investigação clínica e epidemiológica;
▪ Representantes da comunidade;
▪ Autoridades locais;
▪ Administração central dos órgãos responsáveis pela
investigação e controle do evento

(BRASIL, 2009)
CONCEITOS BÁSICOS EM
EPIDEMIOLOGIA
Endemia = ocorrência de um agravo dentro de um número
esperado de casos em um determinado local, em um determinado
período de tempo.

Pandemia = epidemia que ocorre em grande área geográfica


(países em diferentes continentes)

Erradicação = Exterminação de qualquer possibilidade de contágio,


pela destruição irreversível do agente infeccioso em todo o
mundo. Ex.: varíola

Agravo = qualquer dano à integridade do indivíduo, provocado por


circunstâncias nocivas

Período de incubação = intervalo de tempo que decorre desde a


penetração do agente etiológico até o aparecimento de sinais e
sintomas
Prevalência = definida como o número de pessoas afetadas
(casos novos e antigos) em uma população em um período
específico de tempo.

Incidência = definida como o número de casos novos de um


determinado evento que ocorrem durante um período
específico de tempo em uma população. A incidência nos
fornece uma estimativa de risco!
PREVALÊNCIA X INCIDÊNCIA
Mortalidade = refere-se ao conjunto dos indivíduos que
morreram num dado intervalo de tempo. Os coeficientes de
mortalidade expressam a relação entre o total de óbitos e o
número dos expostos ao risco de morrer. Pode ser geral ou
específico por idade, sexo, ocupação, causa, etc...

Letalidade = entende-se como o maior ou menor poder que uma


doença tem de provocar a morte das pessoas.
MORTALIDADE X LETALIDADE
VIGILÂNCIA SANITÁRIA
VIGILÂNCIA SANITÁRIA

➢“Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações


capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e
de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio
ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação
de serviços de interesse da saúde, abrangendo:

I - o controle de bens de consumo que, direta ou


indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas
todas as etapas e processos, da produção ao consumo;

II - o controle da prestação de serviços que se relacionam


direta ou indiretamente com a saúde”.

(Lei nº 8.080/90)
FUNÇÕES

▪ Licenciamento de estabelecimentos
▪ Fiscalização
▪ Observação do fato
▪ Julgamento de irregularidades
▪ Aplicação de penalidades
▪ Normatização
▪ Educação

(Lei nº 8.080/90)
NÍVEIS DE COMPETÊNCIA

(Lei nº 8.080/90)
VIGILÂNCIA AMBIENTAL
VIGILÂNCIA AMBIENTAL

“É um conjunto de ações que proporciona o conhecimento e a


detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes do meio ambiente que interferem na
saúde humana, com a finalidade de identificar as medidas
de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais
relacionados às doenças ou outros agravos à saúde”.
VIGILÂNCIA AMBIENTAL
Gestão do sistema nacional de vigilância ambiental- Fundação
Nacional de Saúde (FUNASA) - Decreto n° 3.450, de 9 de maio de
2000.

I. FATORES BIOLÓGICOS II. FATORES NÃO BIOLÓGICOS

➢ Qualidade da água para consumo


humano

➢ Vetores ➢ Qualidade do ar

➢ Hospedeiros ➢ Contaminantes ambientais

➢ Animais peçonhentos ➢ Desastres naturais

➢ Acidentes com produtos perigosos


VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO
TRABALHADOR
VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR

“Conjunto de ações que visam promoção da saúde,


prevenção da morbimortalidade e redução de riscos e
vulnerabilidades na população trabalhadora, por meio da
integração de ações que intervenham nas doenças e
agravos e seus determinantes decorrentes dos modelos
de desenvolvimento, de processos produtivos e de
trabalho”

(Resolução nº 588, de 12 de julho de 2018)


VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR:
Abrangência

I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou


portador de doença profissional e do trabalho;
II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de
Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos
e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho;
III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de
Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições
de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e
manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de
equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador;
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde;
VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR:
Abrangência

V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às


empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e
do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações
ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão,
respeitados os preceitos da ética profissional;
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços
de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas;
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no
processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das
entidades sindicais; e
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão
competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo
ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a
vida ou saúde dos trabalhadores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

VIGILÂNCIA EM
VIGILÂNCIA
SAÚDE DO
EPIDEMIOLÓGICA
TRABALHADOR

PROCESSOS

SABERES PRÁTICAS

VIGILÂNCIA VIGILÂNCIA
AMBIENTAL SANITÁRIA
REFERÊNCIAS

• Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Vigilância em Saúde - Parte 1 /


Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília : CONASS, 2011.
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância
Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 7. ed. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2009.
• Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Vigilância ambiental em saúde/Fundação Nacional de
Saúde.– Brasília: FUNASA, 2002.
• Brasil. Diário Oficial da União. Lei nº 8080/90, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre
as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde,
a organização e o financiamento dos serviços correspondentes
e da outras providências. Brasília DF, 1990a.
• Brasil. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 588, de 12 de julho de 2018. Dispõe
sobre Política Nacional de Vigilância em Saúde. Brasília DF, 2018.
• Brasil. Portaria nº 1378, de 9 de julho de 2013. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt1378_09_07_2013.html
• FIOCRUZ. Disponível em:
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/vigsau.html
REFERÊNCIAS

• FOUCAULT, M. O nascimento da medicina social. In: FOUCAULT, M. A Microfísica do Poder.


Rio de Janeiro: Graal, 1982.
• MEDRONHO, R. A.; BLOCH, K. V.; LUIZ R. R.; WERNECK, G. L. Epidemiologia. 2. ed. São
Paulo: Editora Atheneu, 2008
• MONKEN, M. & BARCELLOS, C. Vigilância em saúde e território utilizado: perspectivas
teóricas. Cadernos de Saúde Pública, Vol. 21, n.3. Rio de Janeiro: mai/ jun, 2005 p. 898-
906.
• TEIXEIRA, C. F., PAIM, J. S. & VILASBOAS, A. L. SUS: modelos assistenciais e vigilância da
saúde. Informe Epidemiológico do SUS, VII(2): 7-28, 1998.
• TEIXEIRA, C. (Org.) Promoção e Vigilância da Saúde. Salvador: ISC, 2000.
• WALDMAN, E. A. Vigilância em Saúde Pública. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo, 1998. v.7 (Série Saúde & Cidadania)

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