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Monteiro - PB
2017
Paula Maria Gomes da Silva
Monteiro - PB
2017
É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na forma impressa como eletrônica. Sua
reprodução total ou parcial é permitida exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução
figure a identificação do autor, título, instituição e ano da dissertação.
Digitado.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em MATEMÁTICA) -
Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Ciências Humanas e Exatas,
2017.
"Orientação: Prof. Me. Luciano dos Santos Ferreira,
Departamento de MATEMÁTICA".
A Deus por ter me dado força para superar todas as dificuldades e conseguir realizar
meu sonho.
Aos meus pais, a minha avó e meus irmãos por todo o amor que me deram, além
da educação, ensinamentos e apoio.
Ao meu orientador Luciano dos Santos, por todo o tempo que dedicou a me ajudar
durante o processo de realização deste trabalho.
A esta instituição (UEPB) e todo seu corpo docente, além da direção e administração
que sempre me acolheram dando condições necessárias para que eu alcançasse meus
objetivos.
Agradeço aos meus amigos, por confiarem em mim e estarem do meu lado em todos
os momentos da vida.
E enfim, a todos que contribuíram para a realização deste trabalho, fica registrado
aqui, o meu muito obrigado!
”Se fracassar, ao menos que fracasse
ousando grandes feitos, de modo que a sua
postura não seja nunca a dessas almas
frias e tímidas que não conhecem nem
a vitória nem a derrota.”
(Theodore Roosevelt)
Resumo
É perceptível que desde a antiguidade a matemática encontra-se presente em diversas
áreas sociais do conhecimento humano. O cálculo, um dos ramos dessa ciência, possui
como principais precursores os matemáticos Isaac Newton e Leibniz que no século XVII
trouxeram grandes avanços para o universo da matemática, contribuindo principalmente
para a criação do cálculo diferencial e integral. Além desses matemáticos, podemos destacar
a grande contribuição de outros matemáticos, dentre eles Cauchy e Lagrange. No presente
trabalho temos como objetivo estudar o Teorema do Valor Médio e apresentar algumas
aplicações. Faz-se necessário o estudo breve de conhecimento sobre: sequências, limite,
funções, derivadas, entre outros. O estudo do Teorema do Valor Médio é de grande
relevância, pois esse é tido como peça fundamental para a obtenção do desfecho de outros
resultados.
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................11
2 HISTÓRIA DO CÁLCULO...................................................................12
2.1 O Nascimento do Cálculo...............................................................................12
2.2 História do Cálculo Diferencial e Integral..............................................13
2.3 Cauchy...............................................................................................................15
2.4 Lagrange...........................................................................................................15
4 DERIVADAS....................................................................................................28
4.1 Reta tangente..................................................................................................28
4.2 Velocidades..........................................................................................................29
4.3 Derivadas..........................................................................................................30
4.4 Teorema de Rolle...............................................................................................36
6 CONCLUSÃO...................................................................................................46
REFERÊNCIAS...............................................................................................47
11
1 INTRODUÇÃO
Esse teórico teve uma vasta produção no ramo da matemática, seus escritos foram
reunidos em diversos livros, bem como em cerca de 789 artigos científicos. “As
numerosas contribuições de Cauchy à matemática avançada incluem pesquisas em
convergência e divergência de séries infinitas, teoria das funções reais e complexas,
equações diferenciais, determinantes, probabilidade e física- matemática” (EVES, 2004,
p.531) Em seus escritos Cauchy deteve-se tanto ao campo da matemática pura quanto
da matemática aplicada.
2.4 Lagrange
Joseph Louis Lagrange, Figura 2, nasceu em 25 de janeiro de 1736, em Turim
na Itália e faleceu em 10 de abril de 1813, em Paris. Filho de uma família abastada e
bem instruída, foi o primeiro dos onze irmãos a alcançar a idade adulta. A sua formação
acadêmica e o início da sua carreira profissional ocorreu na sua cidade natal, onde viveu
durante 30 anos, Lagrange formou em Turim, e foi professor na Escola de Artilharia, foi
também nesta cidade onde seus primeiros trabalhos foram publicados, bem como onde
fundou a Academia de Ciências.
Não mostrou gosto pela matemática até ler, com dezessete anos de
idade, um trabalho de Edmund Halley sobre o uso da álgebra na óptica
(1693). Sozinho e sem ajuda entregou-se aos estudos na matemática,
estabelecendo correspondência, aos dezoito anos de idade, com Euler e
Giulio di Fagnano (1682 - 1766; matemático italiano). Ao final de um
ano de trabalho árduo e constante tornou-se professor, ainda bem
jovem, na academia militar local. (SANCHEZ, 2007, p.4 )
Um dos primeiros trabalhos de Lagrange foi uma carta enviada a Euler, na qual
ele lhe encaminhou a resolução de um problema matemático denominado isoperimetral,
tal problema já vinha sendo discutido por inúmeros matemáticos da época há mais de
meio século. Tal ousadia e habilidade despertaram o interesse de Euler, que percebeu a
capacidade deste “novo” matemático.
Antes da resolução apresentado por Lagrange, Euler já havia declarado que não
estava conseguindo resolver tal problema de forma puramente analítica, ficando bastante
surpreso pela capacidade de um rapaz 30 anos mais jovem que ele conseguir. Esse feito
colocou Lagrange em posição de prestígio entre os matemáticos que viriam a seguir.
Ele ocupa lugar de destaque entre os maiores matemáticos do século XVIII, junta-
mente com Leonhard Euler, os quais foram amigos pessoais e resolveram alguns
problemas juntos. Conforme menciona Sanchez na seguinte passagem de seu artigo:
Quando, em 1772, a Academia de Paris propôs - pela segunda vez - um
prêmio para qualquer um que conseguisse apresentar uma solução para a
aceleração média do movimento da Lua, Lagrange ganhou, em
associação com Euler. Eles não resolveram o problema, mas ganharam o
prêmio com um ensaio sobre o problema de três corpos (problema este
que permanece sem solução analítica até hoje) (SANCHEZ, 2007, p.4 )
a : N −→ R
n ›→ a(n) = an
É importante fazer a distinção entre a notação (a1, a2, ..., an...), para a sequência
{an; n ∈ N}, para a sua imagem. Na notação, (a1, a2, ..., an...) entende-se a listagem de um
número infinito de termos, enquanto que sua imagem tanto pode ser infinita, como finita
e até mesmo ser uma conjunto unitário, como ocorre com qualquer sequência constante,
como, por exemplo, a sequencia do item c) do exemplo 2.1.
Capítulo 3. NOÇÕES DE SEQUÊNCIAS, LIMITE, FUNÇÕES E FUNÇÕES CONTÍNUAS 19
an ≤ M, ∀n ∈ N
an ≥ M, ∀n ∈ N.
| an |≤ M, ∀n ∈ N.
Definição 3.1. Dizemos que um número L é o limite de uma sequência (an) se, para
cada ǫ > 0, existe N (ǫ) ∈ N tal que | an − L |< ǫ para todo n ≥ N (ǫ).
Quando uma sequência (an) possui limite L dizemos que (an) converge para
L, ou é convergente para L, e denotamos tal fato simbolicamente por limn→∞ an = L, ou
lim an = L ou ainda por an −→ L.
Quando uma sequência não é convergente dizemos que é divergente.
Observação: Na definição 2.1 escrevemos N (ǫ) ∈ N para explicitar a dependência do
natural N ao número ǫ > 0 dado. No entanto, para não sobrecarregar a notação e sempre
que não houver risco de ambiguidade, escreveremos simplesmente N .
A B A
an ∈ 𝘫
3L − L L + L𝘫 B
, L+L ∩ , 3L − L = ∅,
2 2 2 2
o que é um absurdo.
| an |=| an − L + L |≤| an − L | + | L |
então, para todo n ≥ N temos | an |< 1+ | L |. Tomemos agora
Proposição 3.3. Seja (an) uma subsequência convergente para L. Então toda
subsequência de (an) converge para L.
k ≥ N ⇒ nk ≥ N ⇒| an − L |< ǫ.
Proposição 3.4. Seja (an) uma sequência não descrescente e limitada superiormente.
Então (an) é convergente.
n ≥ N ⇒ M − ǫ < aN ≤ an ≤ M < M + ǫ,
Demonstração. É suficiente mostrar que toda sequência (limitada ou não) possui uma
subsequência monótona. Em seguida, usando a hipótese de a sequência ser limitada
segue,
do corolário da proposição 2.4, o resultado. Para justificar que toda sequência possui
uma subsequência monótona, considere (an) uma sequência qualquer. Dizemos que um
de seu termo an é um termo destacado se am ≤ an para todo m > n. Por exemplo, uma
sequência monótona não decrescente não possui termos destacados, enquanto que para
uma sequência monótona não crescente todos os seus termos são destacados. Denotemos
por D o conjunto dos índices n tais que an é um termo destacado de (an). As possibilidades
de D são:
D é infinito. Isto é, D = {n1 < n2 < n3 < ... < nk < ...}. Neste caso, sendo an1,
destacado, am ≤ an1 para todo m > n1.
Em particular an2 ≤ an1. Do mesmo modo que am ≤ an2, para todo m > n2, em particular
an3 ≤ an2. Assim, a subsequência (an1, an2, ...ank, ...) é monótona não crescente.
D é finito. Sendo assim, seja n1 ∈ N maior que todos os elementos de D. Então an1 não
é destacado, logo podemos encontrar an2 com n2 > n1, e an2 > an1. Do mesmo modo
an2 não é destacado e podemos prosseguir construindo uma subsequência de (an) que é
monótona crescente.
D é vazio. Neste caso, como já observemos anteriormente, a própria sequência (an) é
monótona não decrescente.
Sabendo-se agora que toda sequência possui uma subsequência monótona, e as
subsequências de uma sequência limitada são também limitadas, segue o resultado.
| 3x + 1 − 7 |<
ǫ
| 3(x − 2) |< ǫ
ǫ
| x − 2 |< .
De | x − a |< δ, obtemos 3
| x − 2 |< δ.
Demonstração. (⇒) Por hipótese, limx→a f (x) = L, ou seja, para todo ǫ > 0 existe δ > 0
tal que 0 <| x − a |< δ ⇒| f (x) − L |< ǫ.
Considere uma sequência (xn) de pontos de S com xn /= a para todo n ∈ N e limx→+∞ xn =
a. Então para δ > 0 existe n0 ∈ N tal que
∀n ≥ n0 ⇒| xn − a |< δ.
Para δ = 1
n
> 0, existe xn ∈ S com xn =/ a para todo n ∈ N tal que
1
| xn − a |<
⇒| f (xn ) − L |≥ ǫ. (3.2)
n
O que é um absurdo, basta comparar (3.1) e
Exemplo 3.5. Seja f : R −→ R tal que f (x) = x. Então f é contínua em todo ponto
x0 ∈ R.
x2−4
f (x) = x−2
, se x 2
3 , se x = 2
é contínua no ponto a = 2.
Solução: Vejamos;
i) f (2) = 3.
ii) lim x −4 (x+2)(x−2)
x→2 f (x) = x→2 2 = x→2 (x−2) = lim x→2 (x + 2) = 2 + 2 = 4.
lim lim
x−2
iii) limx→2 f (x) = 4 =/ 3 = f (2).
Logo, f não é contínua em a = 2.
Demonstração. Suponhamos, por absurdo, que f não fosse limitada. Então, para cada
n ∈ N existiria um ponto xn em [a, b] tal que | f (xn ) |> n. Sendo [a, b] um
limitado então (xn) seria uma sequência limitada e, pelo Teorema de Bolzano 2.1,
possuiria uma subsequência (xnj) convergente para um ponto α ∈ R. Sendo [a, b] um
fechado de R segue, da proposção 2.7, que α ∈ [a, b]. Pela continuidade de f teríamos que (f
(xnj)) seria convergente (exatamente para f (α)) e, em particular, seria limitada. Mas isso não
poderia ocorrer pois | f (xnj ) |> nj . Logo f terá que ser limitada.
Demonstração. Pelo Teorema anterior 3.2, temos que f ([a, b]) é um subconjunto limitado
de R, logo existem
m= inf f (x)
x ∈ [a,b]
M = sup
x ∈ [a,b] f (x).
Mostremos que existem α e β em [a, b] tais que f (α) = m e f (β) = M , isto é, o máximo e
o mínimo são atingidos em pontos de [a, b]. Suponhamos, por contradição, que o máximo
M não é atingido, ou seja, f (x) < M para todo x ∈ [a, b]. Seja g : [a, b] → R dada por
g(x) = M1 −f. Temos que g é contínua e g(x) > 0 para todo x ∈ [a, b]. Pelo Teorema 2.2
existe K > 0 tal que 0 < g(x) ≤ K, para todo x ∈ [a, b]. Ou seja, M −f
1
≤ K, para todo
x ∈ [a, b]. Ou ainda, f (x) ≤ M −k 1 , para todo x ∈ [a, b]. Mas isso é uma contradição,
pois
M− 1
K
< M e M é supremo de f em [a, b]. A demonstração para o caso do ínfimo é feita
de maneira análoga.
28
4 DERIVADAS
Definição 4.1. A reta tangente a uma curva y = f (x) em um ponto P (a, f (a)) é a
reta que passa por P e que tem a inclinação
f(x) − f(a)
m = lim (4.1)
x→a x− a
desde que esse limite exista.
x→1 x− 1 x→1 x − 1
(x − 1)(x + 1)
= lim
x→1 x−1
= lim(x + 1) = 1 + 1 = 2.
x→1
Usando a forma ponto-inclinação da reta, encontramos que uma equação da reta tangente
em (1, 1) é
y − 1 = 2(x − 1)
ou
y = 2x − 1.
Capítulo 4. DERIVADAS 29
4.2 Velocidades
Suponha que um objeto se mova sobre uma reta de acordo com a equação s = f
(t), na qual s é o deslocamento do objeto a partir da origem no instante t. A função f
que descreve o movimneto é chamada função posição do objeto. No intervalo de tempo
entre t = a e t = a + h a variação na posição será de f (a + h) − f (a). A velocidade média
nesse intervalo é
deslocamento f (a + h) − f (a)
velocidade média = tempo = h
que é mesmo que inclinação da reta secante PQ da Figura 3.
Figura 3 – Gráfico 1
Suponha agora que a velocidade média seja calculada em intervalos cada vez
menores [a, a + h]. Em outras palavras, fazemos h tender a 0. Considere a velocidade
(ou velocidade instantânea) v(a) no instante t = a como o limite dessas velocidades
médias:
f(a + h) − f ( a )
v(a) = lim
h→0 h .
h→0 h h→0 h
4, 9t12 = 450.
Isso fornece
450
t2 = et 450
1 1 = ≈ 9, 6 s.
4, 4,
9 9
A velocidade com que a bola atinge a posição é, portanto,
450
v(t1) = 9, 8t1 = 9, 8 ≈ 94 m/s.
4, 9
4.3 Derivadas
Dedicamos esta seção ao estudo de algumas definições e de alguns reultados
das funções deriváveis. Nas seções anteriores do presente capítulo estudamos a ideia de
retas tangentes e velocidades com a interpretação fisíca de um ponto. Como já estamos
familiarizados com esses conhecimentos passaremos a estudar as propriedades básicas da
noção de derivada, enfatizando resultados que conduzam a informações sobre a função a
partir de informações sobre a sua derivada.
Definição 4.2. Seja I ⊂ R um intervalo aberto e f : I −→ R uma função. Dizemos que
f é derivável em x0 ∈ I se existe o limite
f (x0 + h) − f (x0 )
f 𝘫(x 0 ) = h→0
lim h . (4.3)
k k
f 𝘫 (x ) = lim f(x0 + h) − f ( x 0 )
d 0
h→x+
.
h
Derivada lateral à esquerda de f em x0 é
f 𝘫 (x ) = lim f(x0 + h) − f ( x 0 )
c 0
h→x−
.
h
Se f é derivável em x0 se, e somente se, existem as derivadas laterais em x0 e
f 𝘫d (x0 ) = f 𝘫c (x0 ) = f 𝘫(x0 ).
Quando f 𝘫(x) existe em todo x ∈ I dizemos que f derivável em I.
= lim | 0 + h | − | 0 |
h→0+ h =
|h|
= lim = lim 1 = 1
h→0+ h h→0+
= lim | 0 + h | − | 0 |
h→0− h =
= lim | h | −h
h→0− h
=h→0−
lim h
= lim− 1 =− 1.
h→0 −
Como f 𝘫d (0) =/ f 𝘫e (0), logo f 𝘫(x0 ) não existe, ou seja, f não é derivável em x0 = 0.
f(x) − f(x0)
f (x) = f (x ) + .(x − x ) com x x . (4.4)
0 0 0
x − x0
Por hipótese, f é derivável em x0, ou seja,
f 𝘫(x ) = lim
f(x) − f(x0)
0
x→x0 x − x0
existe.
Passando ao limite em 3.4, quando x → x0, obtemos:
f(x) − f ( x 0 )
lim f (x) = lim f (x ) + . lim (x − x ) =
lim
0 0
x→x0 x→x0 x→x0 x− x→x0
x0
lim f (x) = f (x� ) + f (x ).0 =
x→x0
�0 0
A B
f f 𝘫(x0 )g(x0 ) − f (x0 )g𝘫(x0 )
g (x0 ) = [g(x0)]2 .
f (x0 + h) − f (x0 )
f 𝘫(x0 ) = lim
h→0 h
g(x0 + h) − g(x0 )
g𝘫(x 0 ) = h→0
lim
h
existem.
i) Temos:
(f + g)(x0 + h) − (f + g)(x0 )
(f + g)𝘫(x 0) = lim =
h→0 h
C
= lim
h→0 D
f(x0 + h) + g(x0 + h) − f(x0) − g(x0)
h =
C D
= lim f(x0 + h) − f(x0) g(x0 + h) − g(x0)
h→0 h + h =
= f 𝘫(x0 ) + g𝘫(x0 ).
ii) Temos:
(f g )(x0 + h) − (f g )(x0 )
(f g)𝘫(x 0) = lim =
h→0 h
C C
= lim f + g(x0) =
D D
(x0
h→0
h) g(x0 + h) − g(x0) f(x0 + h) − f(x0)
h + h
C
= lim f g( x 0 + h) − + lim . g(x ) =
(x g
+(h)
x0). lim D
f(x0 + h) − f(x0)
h→0 h→0 0
h→0 h
0
h
iii) Temos:
A B 1 2 1 2
f
f f
(x0 + h) − (x0)
(x ) = lim g
g
0 =
g h→0 h
f (x0+h) f (x0)
= lim −
g(x0+h) g(x0)
h→0
h =
1C D
= lim
h→0 f (x0 + h)g(x0) − f (x0)g(x0 + h)
h g(x0 + h)g(x0) =
1C D
= lim
h→0 f (x0 + h)g(x0) − f (x0)g(x0) + f (x0)g(x0) − f (x0)g(x0 + h)
h g(x0 + h)g(x0) =
CA B A BD
= lim 1 f(x0 + h) − f(x0) g(x ) − f (x g(x0 + h) − g(x0)
)
h→0 g(x0 + h)g(x0) 0 0
h
h
1
= [f 𝘫(x0 )g(x0 ) − f (x0 )g𝘫(x0 )] =
g(x0 )g(x0 )
Quando temos f (x0) ≤ f (x) para todo x ∈ I dizemos que f assume um mínimo
absoluto em x0 e quando for f (x1) ≤ f (x) apenas para x restrito a uma vizinhança de
Vδ(x1) ⊂ I dizemos que f assume um mínimo local em x1, Figura 5
Figura 5 – Gráfico 3
f(x) − f(x0)
x − x0 ≤ 0 , se x0 < x < x0 + δ ,
= (4.5)
≥ 0 , se x0 − δ < x < x0.
Teorema 4.1. (Teorema de Rolle) Seja f uma função contínua em [a,b] e derivável em
(a, b) com f (a) = f (b). Então existe c ǫ (a, b) tal que f 𝘫(c) = 0.
Demonstração. Se for f (x) = f (a) para todo x ǫ (a, b), como f (a) = f (b), então f
é constante em [a, b] e, portanto, f 𝘫(x) = 0 para todo x ǫ (a, b). Assim, podemos
supor
que existe x ǫ (a, b) tal que f (x) f (a). Sendo f contínua em [a, b], pelo Teorema 3.3
(Teorema do Máximo e do Mínimo), f possui extremos absolutos em [a, b]. Como estamos
supondo que f não é constante em (a, b) e pelo fato de que f (a) = f (b), então pelo menos
um dos pontos de extremo absoluto de f pertence a (a, b). Seja c tal ponto. Segue da
Proposição 4.4 que f 𝘫(c) = 0.
Exemplo 4.5. Vamos aplicar o Teorema de Rolle à função posição s = f (t) de um objeto
em movimento. Se o objeto estiver no mesmo local em dois instantes diferentes t = a
e t = b, então f (a) = f (b). O Teorema de Rolle afirma que existe algum instante do
tempo t = c entre a e b no qual f 𝘫(c) = 0; isto é, a velocidade é 0.
42
A partir dos resultados estudados nos itens anteriores, estudaremos nesta seção o
Teorema do Valor Médio (TVM).
O TVM foi desenvolvido pela primeira vez pelo matemático italiano Joseph Louis
Lagrange. O matemático francês Augustin Louis Cauchy também apresentou esse resultado
de forma mais geral em relação a definição dada por Lagrange. O resultado deste Teorema
é considerado um resultado de grande relevância no ramo matemático e é tido como peça
fundamnetal para obtenção de desfechos de outros teoremas, como por exemplo o Teorema
Fundamental do Cálculo.
O TVM de Lagrange é apresentado da seguinte forma:
f(b) − f ( a )
f (c) = . (5.1)
𝘫
b−a
Figura 6 – Gráfico 4
Tornando o eixo x coicidente com a reta secante AB, pode-se observar que o TVM
é uma generalização do Teorema de Rolle, o qual será usando para a sua demosntração.
Prova do Teorema 4.1. Uma equação da reta que passa por A e B na Figura 6 é
Capítulo 5. TEOREMA DO VALOR MÉDIO 43
f(b) − f(a)
y f (a) = (x a)
−
b−a
f(b) − f(a)
⇔y = (x
(a). b − a
a) + f
Seja F (x) a medida da distância vertical entre o ponto (x, f (x)) do gráfico da função f e
o ponto correspondente sobre a reta secante por A e B; então,
f(b) − f(a)
F (x) = f (x) (x
a) f (a) (5.2)
− −
b−a
−
Verificaremos que a função F satisfaz as três hipóteses do Teorema de Rolle.
A função F é contínua no intervalo fechado [a, b], pois é a soma de f com uma
função polinominal linear, ambas as quias são contínuas no intervalo. Logo a
primeira condição é satisfeita por F. A segunda condição está satisfeita para F , pois f é
derivavél em (a, b). De (5.2), segue que F (a) = 0 e F (b) = 0. Portanto, a terceira condição
do Teorema de Rolle está satisfeita por F .
Uma vez que F satisfaz as hipóteses do Teorema de Rolle, esse teorema afirma
que existe um número c no intervalo aberto (a, b), tal que F 𝘫(c) = 0. Mas
f (b) − f (a)
F 𝘫(x) = f 𝘫(x) − .
b−
a
Assim,
f (b) − f (a)
F 𝘫(c) = f 𝘫(c) −
b−
a
Logo, existe um número c em (a, b), tal que
f (b ) − f (a )
0 = f 𝘫 (c) − b−a
f(b) − f(a)
⇔ f �(c) =
b−a
�
como queriamos demonstrar.
Cauchy, como mencionado anteriormente apresentou o TVM de forma mais geral:
Teorema 5.2. (Teorema do Valor Médio de Cauchy) Sejam f e g funções contínuas reais
contínuas em [a, b] e deriváveis em (a, b). Então existe c ǫ (a, b) tal que
Temos que ϕ é contínua em [a, b], diferenciável em (a, b) e ϕ(a) = ϕ(b). Portanto, a função
ϕ está nas condições do Teorema de Rolle. Logo existe c ǫ (a, b) tal que ϕ𝘫(c) = 0. Mas,
para todo xǫ(a, b) temos
Demonstração. Seja x ∈ (a, b]. Apliquemos o teorema do valor médio em [a, b]. Então
existe c ∈ (a, x), tal que,
f (x) = g(x) + k;
Demonstração. Considere a função h(x) = f (x) − g(x). Então, h𝘫(x) = f 𝘫(x) − g𝘫(x) = 0,
para todo x em (a, b). Logo, pelo Corolário 1, h(x) = k para todo x em [a, b] e alguma
constante k real, ou seja,
f (x) − g(x) = k, que é equivalente a f (x) = g(x) + k.
Interpretação geométrica
Como as duas funções f e g diferem por uma constante, o gráfico de f pode ser obtido a
partir do gráfico de g, ou vice-versa, por uma translação vertical. Além disso, como estas
funções têm a mesma derivada em cada ponto x de [a, b], seus gráficos têm retas tangentes
paralelas nos correspondentes pontos (x, f (x))e(x, g(x)). Por isso estes gráficos são ditos
paralelos.
Figura 7 – Gráfico 5
Solução: Observe que a derivada da função g(x) = −3 cos x é f 𝘫(x) = 3 sen x. Assim, f e
g diferem por uma constante, isto é, f (x) = g(x) + k = −3 cos x + k, onde k é um número
real qualquer. Como f (0) = 2, temos que f (0) = −3 + k = 2, ou seja, k = 5. Assim,
f (x) = −3 cos x + 5.
Exemplo 5.2. Suponha que f 𝘫(x) = k em um intervalo de [a, b], com k /= 0 real.
Prove que f é uma reta.
Solução: Seja g(x) = kx + b. Então, g𝘫(x) = k. Logo, f e g diferem por uma constante, ou
seja, f (x) = g(x) + c, onde c é real. Assim,
f (x) = kx + b + c = kx + d,
Demonstração. item i)
Sejam m e n pontos de [a, b], tais que m < n. Aplicamos o Teorema do Valor Médio
no intervalo [m, n]. Como este intervalo está contido em [a, b], as hipóteses do teorema do
valor médio continuam válidas em [m, n]. Assim, existe um ponto c em (m, n), tal que
isto é,
Como m e n são pontos quaisquer em [a, b], segue que f é uma crescente em [a, b].
isto é,
Como m e n são pontos quaisquer em [a, b], segue que f é uma decrescente em
[a, b].
Exemplo 5.3. Seja f uma função de classe C1. Use o Teoema do Valor Médio para
mostrar que se f 𝘫(x) = 0 para todo x ∈ (a, b), então f é constante no intervalo (a, b).
Solução: Seja p ∈ (a, b) fixo. Dado x ∈ (a, b), com x /= p, usando o teorema do valor médio
podemos garantir a existência de um ponto c (que depende de x) no intervalo aberto com
extremidades p e x tal que
f(x) − f(p)
x − p= f 𝘫
(c).
f (x)−f (p)
Como, por hipótese, f 𝘫(c) = 0, segue que x−
= 0. Logo, f (x) − f (p) = 0, isto é,
f (x) = f (p), para todo x /= p. Isto mostra que f é constante no intervalo (a, b).
p
Exemplo 5.4. Dada a função f (x) = x3 −5x2 −3x, comprove que as hipóteses do Teorema
do Valor Médio estão satisfeitas para a = 1 e b = 3. Então, encontre todos os números c
no intervalo aberto (1, 3), tais que
f(3) − f(1)
f 𝘫(c) = 3− 1 .
Solução: Como f é uma função polinomial, ela será contínua e derivável para todos os
valores de x. Logo, as hipóteses do teorema do valor médio estão satisfeitas para todo a e
b. Temos:
e
f (1) = −7 e f (3) = −27.
Logo,
f(3) − f(1) −27 − (−7)
3− 1 = 2 = −10.
3c2 − 10c + 7 = 0
(3c − 7)(c − 1) =
0
7
c= e c = 1.
3
Como 1 não está no intervalo aberto (1, 3), o único valor possível para c é 73.
49
6 CONCLUSÃO
.
ÁVILA, Geraldo Severo de Souza. Introdução á Análise Matemática. São Paulo:
Blucher, 1999.
LEITMOLD. Louis. O cálculo com geometria analítica. São Paulo: Editora Harbra
ltda, 1994.