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Análise da eficiência técnica dos municípios do sudoeste do estado


do Paraná na aplicação de recursos públicos na área da saúde.

Hilson Pascotto (Universidade Paranaense - UNIPAR) hpascotto@hotmail.com


Professor Orientador: Mestre, André Luiz Comunelo (Universidade Paranaense - UNIPAR)
andrecomunelo@unipar.br

RESUMO:
Este trabalho teve como objetivo verificar se houve desperdício de recursos na
produção de Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS) entre os municípios da
região sudoeste do Paraná em 2013, com base nas suas eficiências relativas
determinadas pela análise envoltória de dados (DEA). A eficiência relativa, em um
mercado onde há várias organizações que desenvolvem atividades semelhantes, é a
medida de desempenho comparada a um parceiro de excelência, quando o sistema
produtivo envolve múltiplos insumos e produtos. A eficiência técnica global está
relacionada à produção de bens/serviços com a menor utilização possível de
recursos, de forma que para aumentar a produção de um produto/serviço, precisaria
reduzir a produção de algum outro. Igualmente, ao se considerar os rendimentos de
escala, a eficiência técnica global pode ser decomposta em eficiência técnica pura
em condições de retorno variável de escala e sua eficiência. Para atingir o objetivo
proposto, utilizou-se o software livre SIAD v.3.0 para fazer os cálculos DEA, modelos
com retornos constantes e variáveis de escala, orientado a insumo. A seleção das
variáveis utilizadas, três inputs e quatro outputs, se deu por meio do método
Multicritério Combinatório Inicial. Os resultados revelaram que o escore médio de
eficiência técnica dos municípios pesquisados foi de 0,908485, e que 26,19% deles
estão operando na fronteira de eficiência global. Os demais apresentaram algum tipo
de ineficiência técnica e/ou de escala. De forma geral, se estes municípios
conseguissem atingir a eficiência de seus pares, seria possível obter uma redução
de 8,25% no total dos gastos em ASPS no ano de 2013.

Palavras-chave: Eficiência, Gastos Público, DEA.


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1 Introdução
Boueri (2006, p. 34) se propôs “[...] a avaliar o montante de recursos que
poderiam ser poupados caso os municípios brasileiros despendessem
eficientemente os recursos orçamentários [...]” para prover os serviços públicos. O
autor esclarece que eficiência, neste caso, é “[...] definida como o correspondente
dos municípios de melhor desempenho”. Para isso, Boueri (2006) utilizou-se do
método não paramétrico denominado Análise Envoltória de Dados (DEA – Data
Envelopment Analysis), com base nos modelos de retornos constantes e variáveis
de escala, a fim de realizar análise sobre a escala de produção de 3.206 municípios
de todas as regiões do Brasil. O autor utilizou as seguintes variáveis: despesa
orçamentária municipal (input) e Matrículas de crianças na rede municipal de ensino
básico, Internações na rede hospitalar municipal e Domicílios com coleta de lixo no
município (outputs). O trabalho detectou entre outras coisas, que grande parte do
desperdício aconteceu entre os municípios de menor população, “[...] embora os
dados indiquem retornos decrescentes de escala na provisão” (BOUERI, 2006, p.
42).
No ano de 2013, Queiroz et al. avaliaram a alocação dos recursos destinados
à saúde pública nos municípios do estado do Rio Grande do Norte com a utilização
do método DEA, com retornos variáveis de escala (RVE), orientação ao produto.
Eles usaram cinco variáveis: 1 input (Gasto público em saúde) e 4 outputs
(Cobertura de vacinação, total de famílias atendidas pelo Programa Saúde da
Família (PSF), Total de pessoas atendidas pelos procedimentos ambulatoriais e
Total de leitos existentes). Dentre os resultados obtidos, os autores relataram que “o
município mais ineficiente no gasto com a saúde, embora tenha efetuado maior
dispêndio, apresentou menor cobertura de vacinação, número de leitos,
atendimentos realizados e famílias atendidas pelo Programa Saúde da Família [...]”,
fato que evidencia que a ineficiência dos gastos públicos municipais se refere à
capacidade do executivo municipal de gerir os recursos a sua disposição. Em termos
gerais, Queiroz et al. (2013, p. 761) concluem “[...] que a dotação financeira de
recursos é condição necessária, porém não suficiente, para alcançar a eficiência nos
indicadores da saúde pública municipal”.
A partir da promulgação da Constituição Federal (CF) brasileira de 1988, a
saúde passou a ser um direito de todos e dever do Estado. O conjunto das ações e
serviços públicos de saúde (ASPS) passou a compor uma rede regionalizada e
hierarquizada, formando um sistema único, que é descentralizado, “com direção
única em cada esfera de governo”, e que se propõe universal e igualitário, com
atendimento integral (BRASIL, 1988, p. 72). De acordo com o parágrafo 1º do artigo
198 da CF, o sistema único de saúde (SUS) “será financiado, nos termos do artigo
195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes”.
Em 2015, com a Emenda Constitucional (EC) nº 86, os recursos mínimos
obrigatórios para saúde passaram a representar, no caso da União, 15% da receita
corrente líquida (RCL) do respectivo exercício financeiro, a ser cumprido de forma
progressiva no quinquênio 2016-2020, inciando com 13,2%. Em relação aos Estados
e Distrito Federal, este mínimo é de 12% da arrecação dos impostos e dos recursos,
conforme especificado no artigo 198 da CF; e quanto aos Municípios e o Distrito
Federal, segundo o mesmo artigo constitucional, os recursos mínimos correspondem
a 15% sobre a arrecadação dos impostos e dos recursos.
Ocké-Reis e Funcia (2015) entre outros autores argumentam que o volume de
recursos destinados pela administração pública brasileira para a função saúde, não
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tem se mostrado suficiente para sustentar o SUS previsto na Carta Magna, e que
este quadro tende a ficar ainda mais crítico, dado a atual conjuntura econômica,
política e fiscal; as mudanças demográficas, ambientais e epidemiológicas; e a
judicialização do sistema, que vem ocorrendo por falta de uma regulamentação em
relação a sua integridade.
Além disso, consoante Benício, Rodopoulos e Bardella (2015), há que se
observar que a relação gastos públicos/PIB já é considerada alta, quando
comparada com a de outros países de perfil semelhante ao do Brasil, mostrando que
o atendimento da demanda por ASPS por meio da expansão dos gastos públicos, é
limitado. No contraponto deste cenário, de acordo com o índice Bloomberg1 de
eficiência em saúde, o Brasil ocupa a penúltima posição entre os 51 países
analisados, revelando que o Estado brasileiro está gastando mal os recursos
aplicados nesta área. Estas informações revelam que há espaço para aumentar as
ASPS com o orçamento existente, desde que esses recursos sejam aplicados com
maior eficiência.
Contudo, de acordo com Organização Mundial da Saúde - World Health
Organization - WHO (2005), apesar de o gasto total em saúde no Brasil, como
percentual do PIB, ser maior que o de países como Argentina, Chile, México, Cuba,
Espanha, Itália e Reino Unido, deste total, o gasto público em saúde responde por
48,2%. Este número é muito inferior ao de outros países que possuem sistemas
públicos semelhantes ao do Estado brasileiro, como é o caso do Reino Unido, com
um gasto público de 83,5%.
Neste contexto, depreende-se que o governo brasileiro tem um grande
desafio a ser superado para conseguir disponibilizar o SUS estabelecido na sua
constituição; e, para continuar avançando nesse sentido, é necessário perseguir o
objetivo de maior eficiência na gestão dos gastos públicos.
Para isso, Benício, Rodopoulos e Bardella (2015) escrevem que a utilização
de técnicas de mensuração quantitativa da eficiência dos fornecedores de ASPS
pode gerar informações úteis para a elaboração de políticas de aprimoramento do
gasto público. Em complemento, Peña (2008, p. 92) argumenta que o método não
paramétrico Data Envelopment Analysis (DEA), ou seja, Análise Envoltória de
Dados, tem sido “aplicado com sucesso no estudo da eficiência da administração
pública [...]”; e como resultado da aplicação desse método para averiguar a
eficiência dos gastos públicos na área da saúde, podem ser citados, entre outros, os
trabalhos de Faria, Jannuzzi e Silva (2008), Lopes e Toyoshima (2008), Trompieri-
Neto et al. (2008), Fonseca e Ferreira (2009), Silva et al. (2010), Costa (2011),
Duarte et al. (2012), Marinho, Cardoso e Almeida (2012), Portulhak, Raffaelli e
Scarpin (2013), Queiroz et al. (2013), e Mazon, Mascarenhas e Dallabrida (2015).
Diante de uma demanda por ASPS que cresce mais que proporcionalmente
sua oferta, dentre outros motivos, pelo subfinanciamento crônico; pelas mudanças
demográficas, ambientais e epidemiológicas; e pela judicialização do sistema público
de saúde, este trabalho se propõe a responder a seguinte questão de pesquisa:
considerando a eficiência relativa calculada com base na análise envoltória de
dados, as ações e serviços públicos em saúde disponibilizados aos cidadãos dos

1 Índice calculado com base em dados do Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e
Organização Mundial de Saúde, para uma amostra de países com uma população mínima de 5
milhões de habitantes e renda per capita de 5 mil dólares. Ele considera as variáveis esperança de
vida ao nascer, gasto com saúde como porcentagem do PIB e gasto per capita em saúde, com
pesos respectivos, de 60, 30 e 10%.
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municípios da região sudoeste do estado do Paraná, no ano de 2013, poderiam ter


sido realizados com um volume menor de recursos orçamentários?
Para isso, o objetivo geral da presente pesquisa é “verificar se houve
desperdício de recursos na produção das ASPS entre os municípios da região
sudoeste do Paraná em 2013, com base nas suas eficiências relativas determinadas
pela análise envoltória de dados”. E, a fim de atingir o seu objetivo geral, a
investigação buscou (1) calcular e analisar a eficiência relativa dos 42 municípios da
região sudoeste do estado do Paraná, no ano de 2013, utilizando a análise
envoltória de dados com retornos variáveis de escala, orientado a insumos; (2)
identificar os municípios de referência (bechmark) para aqueles menos eficientes; e,
sendo o caso, (3) calcular o volume de recursos que deixaria de ser gasto se os
municípios menos eficientes da amostra conseguissem atingir a mesma eficiência
daquele(s) considerado(s) benchmark(s).
Além desta introdução, este artigo está organizado em quatro seções. Na
seção dois é apresentada a revisão teórica que fundamenta a análise e discussão
dos resultados e, subsequentemente, tem-se a descrição dos procedimentos
metodológicos. Na quarta seção são apresentados e discutidos os resultados
obtidos na pesquisa; e na última seção, destacam-se as suas principais conclusões.

2 Revisão teórica

2.1 Contextualização da saúde no Brasil: 1988 a 2015


A Constituição Federal de 1988 estabeleceu que a vida fosse um dos direitos
e garantias fundamentais dos brasileiros e estrangeiros residentes no país. Ela
também elegeu a saúde entre os direitos sociais previstos no seu artigo 6º, sendo
este um “direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação”. Ações e serviços de saúde estes que são considerados de relevância
pública, “cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita
diretamente e ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de
direito privado” (BRASIL, 1988, p. 90).
Consequentemente, as ações e serviços públicos de saúde (ASPS) passaram
a integrar uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um Sistema Único
de Saúde (SUS), que se apresenta organizado de forma descentralizada e com
direção única em cada esfera de governo (Federal, Estadual e Municipal), além de
realizar “atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem
prejuízo dos serviços assistenciais”, e com “participação da comunidade” (BRASIL,
1988, p. 90).
Com respeito à organização descentralizada do SUS, a responsabilidade pela
provisão das ASPS.

[...] passou a ser compartilhada pelos três níveis de governo, cabendo à


União determinar as diretrizes da política de saúde e transferir aos Estados
e municípios os recursos necessários para a execução da mesma. Os
municípios ficaram responsáveis pela atenção primária de saúde, enquanto
os procedimentos de maior complexidade deveriam ser conduzidos pelos
municípios maiores e pelos Estados (ORELLANO; ROCHA; NISHIJIMA,
2013, p. 2).
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Para que as determinações constitucionais sobre a saúde fossem cumpridas,


ficou definido no artigo 55 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
(ADCT), que no mínimo 30% do orçamento da seguridade social, excluído o seguro
desemprego, fosse destinado para financiá-las; pelo menos até que a Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) fosse aprovada. Entretanto, apesar de as LDOs do
período de 1990 a 1993 terem mantido o disposto no artigo 55 do ADCT, as Leis
Orçamentárias Anuais (LOAS) não o respeitaram.
Como resultado, a incerteza em relação ao financiamento tem sido uma
dificuldade presente na gestão do setor de saúde, que depois de passar pela
Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), viu, em 2000, a
promulgação da Emenda Constitucional (EC) nº 29, que formalizou a vinculação de
recursos para o seu financiamento. Mas, a regulamentação dos dispositivos não
autoaplicáveis desta EC só aconteceu no ano de 2012, com a Lei Complementar
(LC) nº 141.
Esta lei regulamentou o parágrafo 3º do artigo 198 da Constituição Federal,
dispondo sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios em ASPS; além de estabelecer os critérios de
rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização,
avaliação e controle das despesas com saúde nas três esferas de governo. Ela
também definiu o que pode e o que não pode ser considerado como despesas em
ASPS (BRASIL, 2012a).
No mesmo ano (2012), a LC 141 foi regulamentada por meio do Decreto nº
7.827 que estabeleceu os procedimentos de condicionamento e restabelecimento
das transferências constitucionais, além dos procedimentos de suspensão e
restabelecimento das transferências voluntárias da União, nos casos de
descumprimento da aplicação dos recursos em ASPS tratados por ela (BRASIL,
2012b).
Com isso, de acordo com BRASIL (2012a), ficou definido que a União deveria
aplicar anualmente em ASPS, o montante correspondente ao valor empenhado no
exercício financeiro anterior, apurado nos termos da LC nº 141, acrescido, no
mínimo, do percentual correspondente à variação nominal do Produto Interno Bruto
(PIB) ocorrida no ano anterior ao da Lei Orçamentária Anual (LOA). Ou seja, o valor
apurado não poderia ser reduzido de um exercício financeiro para outro, em termos
nominais, no caso de o PIB ter uma variação negativa. Já os Estados e o Distrito
Federal ficaram obrigados a aplicar por ano em ASPS, um mínimo de 12% “da
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que trata o
art. 157, a alínea “a” do inciso I e o inciso II do caput do art. 159, todos da
Constituição Federal, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos
Municípios” (BRASIL, 2012a, p. 3). Quanto aos Municípios e o Distrito Federal, eles
devem aplicar anualmente em ASPS, um mínimo de 15% “da arrecadação dos
impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam o art. 158 e a
alínea “b” do inciso I do caput e o § 3º do art. 159, todos da Constituição Federal”
(BRASIL, 2012a, p. 3).
De acordo com essa legislação, somente os Estados, Distrito Federal e
Municípios tinham percentuais definidos em lei para a aplicação anual em ASPS,
dado que o mínimo a ser aplicado pela União era definido com base no valor
empenhado no ano anterior, mais a variação nominal do PIB nos dois últimos anos.
Esta situação permitia que mais recursos pudessem ser direcionados à saúde por
meio de uma lei complementar, por exemplo. Além do mais, conforme artigo 4º da
Lei 12.858/2013, os recursos da exploração de petróleo e gás natural destinado para
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a área de saúde eram aplicados em acréscimo ao montante mínimo obrigatório


previsto na LC nº 141/2012 (BRASIL, 2013).
Mas, no ano de 2015, a fim de que o parlamento tivesse maior independência
para direcionar recursos para Estados e Municípios por meio de emendas
individuais, foi aprovado a EC nº 86. Com ela, o executivo federal ficou obrigado a
liberar até 1,2% das suas Receitas Correntes Líquidas (RCL) do ano anterior, para
atender as emendas apresentadas por parlamentares, sendo que deste total, 0,6%
deveria ser aplicado na área de saúde.
A partir da EC nº 86, a União ficou obrigada a aplicar anualmente em ASPS,
um mínimo de 15% da RCL do respectivo exercício financeiro, a ser cumprido de
modo gradual ao longo de cinco anos, ou seja, começando com 13,2% em 2016 e
atingindo 15% da RCL em 2020. Além do que, os recursos oriundos da exploração
de petróleo e gás natural e aquele referente ao 0,6% da RCL das emendas
individuais, com obrigatoriedade de execução; ambos destinados para a área de
saúde, agora serão computados para fins do cumprimento mínimo obrigatório sobre
a RCL da União (BRASIL, 2015).
Ocké-Reis e Funcia (2015) escrevem que a dificuldade de financiamento para
a área de saúde que vem sendo registrada desde 1988, com a promulgação da
Constituição Federal, pode aumentar uma vez que a possibilidade de haver uma
redução de valores mínimos a serem aplicados pela União em ASPS, quando
comparado ao que seria apurado pela regra anterior, ou seja, EC nº 29/2000 e LC nº
141/2012. Sobre isso, Ocké-Reis e Funcia (2015, p. 43) argumentam que a
dificuldade do subfinanciamento nesta área se tornou ainda mais crítica a partir de
2014, quando os valores alocados pela União a fim de cumprir a aplicação mínima
constitucional, já não se apresentavam “[...] suficientes para cumprir com as
despesas pactuadas com estados e municípios”, gerando o que eles chamam de
insuficiência orçamentária. Esta incapacidade de a União empenhar todas as
despesas compromissadas para o exercício foi de 3,8 bilhões de reais em 2014,
com tendência de crescimento para 5,9 e 16,7 bilhões de reais, em 2015 e 2016
respectivamente, de acordo com projeções feitas por estes autores.
Esta situação destaca-se, não é resultado apenas do nível inadequado de
recursos para financiar o sistema público de saúde, agravado pela conjuntura
econômica, política e fiscal desfavorável. Mas também, conforme declarou Maria do
Socorro de Souza, presidente do Conselho Nacional de Saúde, por conta das
“mudanças demográficas, ambientais e epidemiológicas por que passam a
população brasileira e o país” (CONSENSUS, 2015, p. 21). Além de impactos cada
vez maiores no orçamento da saúde, por conta da judicialização do sistema, de
acordo com a fala do Ministro da Saúde, Marcelo Castro, em entrevista concedida à
Revista Consensus (2015, p. 8). Esta, resultante da falta de uma regulamentação
em relação à integridade do SUS, ou seja, de se definir o que todos têm direito no
sistema público de saúde. O professor Eugênio Vilaça Mendes disse que “é preciso
inovar para construir um sistema público de saúde que seja efetivo, eficiente, de
qualidade, equitativo e sustentável”. Além do que, ele ainda registrou que a inovação
é a oportunidade oferecida pela crise, que normalmente desperta a necessidade de
se avaliar outras questões fundamentais, como a qualidade do gasto público em
ASPS (CONSENSUS, 2015, p. 22).
Até porque, ao se comparar o total dos gastos públicos brasileiros – 37% do
Produto Interno Bruto (PIB), com o de outros países com padrões culturais e sociais
similares, verifica-se que ele já é elevado; e, portanto, mesmo que haja condições
conjunturais favoráveis para o seu aumento, “[...] esse espaço é certamente
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reduzido” (BENÍCIO; RODOPOULOS; BARDELLA, 2015, p. 28).


Ao se contextualizar internacionalmente o gasto total (público e privado) em
saúde no Brasil, verifica-se que ele correspondeu a 9,7% do PIB em 2013,
superando o gasto realizado pelo México (6,1%), Argentina (7,3%), Chile (7,7%) e
Cuba (8,8%); sendo maior inclusive, que os valores despendidos por países
desenvolvidos como a Espanha (8,9%), e a Itália e Reino Unido com 9,1% (WHO,
2015). Entretanto, ao se analisar a relação do gasto público em saúde com o gasto
total em saúde, fica acomodado o entendimento de que o compromisso do Estado
brasileiro com a saúde – 48,2% do total dos gastos, pode ser melhorado. Isso,
porque ele se apresenta incompatível para sustentar um sistema público universal e
integral, sendo muito inferior ao de países que têm sistemas públicos semelhantes, a
exemplo de Cuba e Reino Unido, com 93% e 83,5% respectivamente; e de outros
países como o Chile (47,4%), México (51,8%) e a Argentina com 67,7% (WHO,
2015).
Considerando que o país passa por uma recessão econômica que tende a se
arrastar mais do que o necessário, por conta de uma crise de ética na política
nacional, impactando negativamente nas esferas fiscal, econômica e social; o que
dá a dimensão do quão difícil será aprovar o Projeto de Emenda Constitucional
(PEC) nº 01-A/2015, de autoria do deputado federal Vanderlei Macris, que tramita no
congresso nacional (CONSENSUS, 2015). Este, submetido com o propósito de
alterar o artigo 198 da Constituição Federal que dispõe sobre o valor mínimo a ser
aplicado anualmente pela União em ASPS, que sendo aprovado, passaria a ser de
15% da RCL no primeiro ano, chegando a 18,7% no quinto ano.
No contraponto deste cenário, o índice Bloomberg de eficiência em saúde
mostra que o Brasil, numa escala de 0 a 100, tem um escore de eficiência de 23,9,
assumindo a penúltima posição em uma amostra de 51 países. Uma análise do
índice mostra que as variáveis “gasto total em saúde no Brasil em relação ao PIB” e
“gasto per capita” ocupam a 17ª e 28ª posição, respectivamente; já a variável
“esperança de vida ao nascer” é uma das mais baixas entre os países da amostra,
ficando na 46ª posição. Isso mostra que a aplicação de recursos em saúde no Brasil
não tem conseguido atingir níveis de eficiência compatíveis ao de seus pares,
gerando resultados inferiores em termos de esperança de vida. Como exemplo, cita-
se o Chile que teve um “gasto total em saúde em relação ao PIB” de 4,45% superior,
e um “gasto per capita” de 22,58% inferior ao do Brasil, e conseguiu atingir uma
“esperança de vida ao nascer” 8,15% maior que a brasileira, obtendo um índice de
eficiência de 55,5, o que lhe proporcionou a 17ª posição no índice (BLOOMBERG,
2014).
Assim, mesmo considerando de forma relativa a metodologia utilizada para o
cálculo do índice Bloomberg, não se pode negar que os dados, por ele
disponibilizados, revelam que o gasto brasileiro em saúde está abaixo da linha de
eficiência e que, portanto, há margem para se produzir mais com os mesmos
recursos mediante ganhos de eficiência. Este argumento é reforçado pelo índice de
desempenho do SUS (IDSUS) publicado em 2012, que avaliou o sistema de saúde
entre 2008 e 2010, com a nota 5,47 numa escala de 0 a 10 (BRASIL, 2012c).
Por consequência, o crescimento dos níveis dos serviços públicos ofertados
pelo Estado brasileiro deve se dar mais por meio do aprimoramento da eficiência na
aplicação dos recursos públicos, do que pelo seu aumento (BENÍCIO;
RODOPOULOS; BARDELLA, 2015). Nesta mesma discussão, os autores também
citam uma fala do então Ministro de Estado da Fazenda, Joaquim Levy, onde ele
afirma que a utilização racional e prioritária do gasto público é a chave para “[...] se
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atingir os objetivos dos cidadãos em relação aos serviços públicos com a utilização
dos recursos disponíveis, sem que haja necessidade de crescimento desmesurado
do gasto” (BENÍCIO; RODOPOULOS; BARDELLA, 2015, p. 14).
Contudo, para que a administração pública brasileira consiga melhorar de
forma geral a eficiência dos seus gastos, de acordo com Boueri (2006), há que se
percorrer um longo caminho. E os primeiros passos dessa jornada devem ser no
sentido de conhecer o tamanho dos desperdícios existentes, pois, de outra forma,
não há como estabelecer objetivos plausíveis para reduzi-los.
Para aprofundar esse entendimento são apresentados na sequência, alguns
conceitos importantes.

2.2 Produtividade, eficiência e eficácia


Uma organização por meio de um processo produtivo combina insumos e os
transforma em produtos ou serviços. Mattos e Terra (2015, p. 213) escrevem que
“esse processo não é determinístico e pode variar devido a diversos fatores”, tais
como o uso da tecnologia na produção, mão-de-obra qualificada, técnicas gerencias,
entre outros, impactando na sua produtividade e eficiência. De acordo com Soares
de Mello et al. (2005), a produtividade organizacional – razão entre o que foi
produzido (produto) e o que foi gasto para isso (insumo), é resultado das decisões
tomadas pelos seus gestores, revelando o quanto os recursos existentes estão
sendo bem utilizados.
A produtividade então está relacionada à forma como os recursos são
utilizados na produção, e o seu conceito sugere que os insumos estejam sendo
utilizados da melhor forma possível, sem excesso (FERREIRA; GOMES, 2009, p.
23).
Ao se ampliar essa discussão para um mercado onde há várias organizações
que desenvolvem atividades semelhantes, é possível calcular suas eficiências
relativas, ou seja, “o desempenho comparado a um parceiro de excelência
(benchmark), quando há múltiplos insumos e produtos a serem considerados na
análise do sistema produtivo (FERREIRA; GOMES, 2009, p. 19). Ou, então,
conforme Soares de Mello et al. (2005, p. 2522), aquele que “compara o que foi
produzido, dado os recursos disponíveis, com o que poderia ter sido produzido com
os mesmos recursos”. Peña (2008, p. 85) também argumenta que a eficiência pode
ser entendida como a capacidade de fazer corretamente as coisas, assegurando
que os recursos sejam utilizados de forma ótima, e que ela tem a ver com os meios
e não com os fins.
Com isso, é possível verificar que os conceitos de produtividade e de
eficiência são relacionados, mas eles têm elementos que os diferenciam. Enquanto
a eficiência se apresenta como uma grandeza relativa ou comparativa, a
produtividade expressa um conceito absoluto.
Na literatura são identificados alguns conceitos de eficiência que precisam ser
diferenciados. Peña (2008) esclarece que a eficiência pode ser de dois tipos, quais
sejam: a técnica e a econômica. Para Ferreira e Gomes (2009, p. 24), a eficiência
técnica “está relacionada à produção de um bem ou serviço com a menor utilização
possível de recursos, ou seja, eliminando-se as folgas2”. Estes autores ainda
esclarecem que a forma com que os recursos necessários são utilizados na
produção, é impactada pela tecnologia e processo de produção utilizada. Processo
este, que define a maneira como os insumos e a tecnologia são combinados
2 É a utilização de insumos além do estritamente necessário (excesso) ou produção aquém da
adequada (escassez) (FERREIRA; GOMES, 2009, p. 23).
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(FERREIRA; GOMES, 2009).


Em complemento, Peña (2008) escreve que uma unidade tomadora de
decisão que produz dois ou mais produtos só é considerada eficiente tecnicamente,
quando ela, para aumentar a produção de um produto, precisar reduzir a produção
de algum outro.
Já em relação à eficiência econômica, Peña (2008) expõe que um método
produtivo pode se apresentar mais eficiente que outro, a partir do momento que ele
atinge uma produção igual ao do outro, porém, com um custo inferior; ou então,
quando se consegue produzir mais, com um mesmo custo.

A eficiência econômica é uma extensão da eficiência técnica, uma vez que


envolve, além dos aspetos físicos, os monetários. A produção para ser
economicamente eficiente requer a máxima eficiência técnica. Porém, uma
organização tecnicamente eficiente pode ser ineficiente em termos
econômicos, se ela não usa a melhor combinação dos insumos que
minimiza os custos (PEÑA, 2008, p. 85).

Mattos e Terra (2015) tratam dessa mesma eficiência como sendo eficiência
alocativa. Eles mencionam que sob a ótica dos custos (insumos), a unidade
tomadora de decisão busca produzir o total desejado com o menor custo possível.
De outra forma, Ferreira e Gomes (2009, p. 53) falam que a eficiência alocativa
“reflete a habilidade de uma firma utilizar os insumos em proporções ótimas, dados
os seus respectivos preços, minimizando os custos”.
Peña (2008) e Mattos e Terra (2015) também afirmam que é possível que a
organização seja eficiente tecnicamente mesmo que o custo não seja minimizado.
Outrossim, quando essas duas medidas de eficiências (técnica e alocativa) são
combinadas, obtém-se a eficiência total.
Em complemento, Ferreira e Gomes (2009, p. 123) enfatizam que a operação
com eficiência técnica “das unidades produtivas com Rendimentos Constantes de
Escala, RCE, quando comparada com a operação com Rendimentos Variáveis de
Escala, RVE, pode ser decomposta em duas formas de eficiência”, ou seja:
eficiência técnica pura “em condições de RVE, e a eficiência de escala”. Mattos e
Terra (2015, p. 214) também colocam que “[...] a ineficiência de escala surge quando
a firma opera em uma escala desfavorável [...]”, ou seja, quando a produtividade
média dos insumos não é maximizada.
Contudo, antes de analisar a eficiência técnica relativa de uma organização é
necessário conhecer o conceito de eficácia, pois não adianta só fazer certas as
coisas (eficiência), mas também é preciso fazer as coisas certas (eficácia). Ou seja,
os administradores têm que estabelecer os objetivos certos a serem perseguidos,
dado que de outra forma as organizações passariam a tomar decisões inadequadas,
gerando ineficiência. Com isso, “o ideal é que a organização seja eficiente e eficaz”,
e quando isso acontece de forma duradoura tem-se uma gestão efetiva (PEÑA,
2008, p. 86).

2.3 Como medir a eficiência?


Peña (2008) escreve que entre as principais técnicas para se determinar a
eficiência de unidades produtivas homogêneas3, encontram-se os métodos
paramétricos e não paramétrico. Os métodos paramétricos são aqueles que utilizam
“a regressão múltipla e exige antecipadamente a definição da relação funcional
3 Unidades produtivas tomadoras de decisões que utilizam os mesmos tipos de insumos (inputs) para
produzir os mesmos bens e/ou serviços (outputs).
10

teórica entre as variáveis envolvidas” (PEÑA, 2008, p. 91). As predições


probabilísticas apuradas com a utilização desse método representa uma média do
desempenho da amostra, de forma que a análise resultante é uma medida imprecisa
das melhores práticas (PEÑA, 2008).
Já em relação aos métodos não paramétricos, Peña (2008, p. 91) argumenta
que eles determinam “[...] a curva de eficiência através de programação matemática
de otimização, não requerendo a especificação de nenhuma relação funcional entre
os insumos e produtos”. Além do que, estes produtos e insumos podem ser variáveis
contínuas, ordinais ou categóricas; e podem ser medidos em diferentes unidades, ou
seja, em reais, número de médicos, farmacêuticos, tempo médio de atendimento,
entre outras.
Dentre os métodos não paramétricos utilizados para a análise de fronteiras de
eficiência técnica, tem-se a Teoria da fronteira de possibilidades de produção ou
Análise Envoltória de Dados, DEA (sigla inglesa para Data Envelopment4 Analysis).
Conforme Ferreira e Gomes (2009), este método é baseado em fundamentos
sólidos originários da teoria da produção microeconômica e se apresenta como uma
poderosa aplicação técnica prática desta, na avaliação da eficiência relativa das
organizações.

As variáveis necessárias para o cálculo da eficiência relativa das DMUs são


divididas em inputs (entradas/insumos do sistema) e outputs
(saídas/produtos do sistema). A eficiência relativa de cada DMU é definida
como a razão da soma ponderada de seus produtos (outputs) pela soma
ponderada dos insumos necessários para gerá-los (inputs). Em DEA, estas
variáveis são ponderadas por pesos, calculadas livremente ou de forma
restrita através de programação linear, objetivando maximizar a eficiência
de cada DMU em relação ao conjunto de referência (SENRA; NANCI;
Mello, 2004).

Entretanto, Ferreira e Gomes (2009) destacam que a avaliação da eficiência


relativa de uma organização, ou seja, da eficiência comparada a um parceiro de
excelência (ou bechmark) não é uma tarefa fácil, principalmente quando esta
unidade produtiva tomadora de decisão (ou Decision Making Unit - DMU) utiliza
diversos insumos para produzir seus vários produtos. Estes autores também
mencionam que as dificuldades ficam ainda maiores quando “as relações entre os
insumos e os produtos são complexas e envolvem balanceamentos, trade-offs,
desconhecidos” (FERREIRA; GOMES, 2009, p. 19).
Embora seja possível estimar diversas formas da fronteira de possibilidades
de produção com múltiplos insumos e produtos, os modelos CCR e BCC são
considerados clássicos. O desenvolvimento do primeiro modelo é atribuído a
Charnes, Cooper e Rhodes (1978), conhecido pelas iniciais dos nomes dos seus
autores - CCR, e foi desenhado para analisar a eficiência com retornos constantes
de escala - RCE (ou Constant Returns to Scale - CRS), isto é, a ocorrência de
“qualquer variação nas entradas (inputs) produz variação proporcional nas saídas
(outputs) (SOARES DE MELLO et al., 2005, p. 2525).
Posteriormente, em 1984, este modelo foi complementado por Banker,
Charnes e Cooper, que tornou possível a análise de eficiência com retornos
variáveis de escala - RVE (ou Variable Returns to Scale - VRS), denominado BCC,
também por causa das iniciais dos nomes de seus desenvolvedores. Este modelo

4A terminologia envelopment resulta do fato de a fronteira eficiente assumir a forma de um envelope


que abarca todas as observações.
11

“[...] substituiu o axioma da proporcionalidade entre inputs e outputs pelo axioma da


convexidade”, possibilitando retornos crescentes de escala para as DMUs que
operam com baixos valores, sendo que o inverso também é verdadeiro (SOARES
DE MELLO et al., 2005, p. 2531). Esta substituição, na prática, conforme Boueri
(2015, p. 285),

[...] impede que uma DMU seja comparada com outras muito diferentes
dela. Isso porque, ao forçar que os pesos das combinações lineares somem
1, ela impossibilita que DMUs com vetores de insumo ou de produtos muito
maiores ou muito menores possam estar no conjunto de referência da DMU
investigada.

Em síntese, os modelos básicos do método DEA são designados por


CCR/RCE (ou CRS) e BCC/RVE (ou VRS), e eles podem ter duas orientações com
vistas à maximização da eficiência de unidades produtivas homogêneas: ao insumo
ou ao produto. No primeiro caso, mantem-se o nível de produção e reduzem-se os
insumos para atingir a eficiência relativa. Já na orientação ao produto, este objetivo
é atingido com a manutenção do nível de insumo e aumento na produção. De outra
forma, Afonso (2006) escreve que uma DMU (município, hospital, escola etc.) é
tecnicamente eficiente se for capaz de obter o máximo de produtos/serviços com
base num determinado conjunto de insumos/recursos (orientação ao output), ou se
for capaz de minimizar os insumos/recursos usados na produção do mesmo nível de
produtos/serviços (orientação ao input).
Ferreira e Gomes (2009, p. 115) também comentam que quando as DMUs
consideradas têm tamanhos diversos, “[...] elas tendem a ter tamanhos de escala
diferentes” e, portanto, ao se calcular as eficiências pelos modelos CCR/RCE e
BCC/RVE, é possível identificar se a ineficiência produtiva é de ordem operacional
ou de escala de produção. Ou seja, se houver diferença entre os índices de
eficiência calculados pelos modelos CCR/RCE e BCC/RVE para uma DMU
qualquer, então esta unidade produtiva tem ineficiência de escala.
Para ilustrar, o Gráfico 1 apresenta as fronteiras de possibilidades de
produção com rendimentos constante e variável de escala para uma situação que
envolve um insumo e um produto. Na composição da fronteira com rendimentos
variáveis de escala, três informações merecem ser destacadas: no segmento da
fronteira entre os pontos B e Rc exclusive, verifica-se a existência de retornos
crescentes de escala. Já o ponto Rc é o único que registra retornos constantes na
fronteira, sendo que a partir desse ponto, os retornos passam a ser decrescentes.
Considerando uma DMU no ponto P do Gráfico 1 sob a pressuposição de
retornos constantes de escala (RCE), a sua ineficiência técnica é dada pelo
segmento PPc, enquanto a ineficiência técnica com retornos variáveis de escala
(RVE) é medida pelo segmento PPv. A ineficiência de escala é justamente a
diferença entre essas duas medidas, ou seja, PPc – PPv = PcPv. Conforme Ferreira
e Gomes (2009), as medidas de eficiência (técnica – T, escala – E) da DMU no
ponto P, em termos de razão, isto é, limitadas entre zero e um, com orientação a
insumo (I), são dadas por:

ETI, RCE = APC / AP;


ETI, RVE = APV / AP (Esta denominada eficiência técnica pura); e
EEI = APC / APV.
12

10 CCR/RCE

9 RNC
C BCC/RVE
8
D Qc Qv
Q
7
Produtos

6 Rc R

5
A Pc Pv
4 P

1
RND
B

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Insumos
GRÁFICO 1 – EFICIÊNCIA TÉCNICA E EFICIÊNCIA DE ESCALA
FONTE: Adaptado de Ferreira e Gomes (2009, p. 193).

Como APC / AP = (APV / AP) x (APC / APV), então ETI, RCE = ETI, RVE x EEI.
Portanto, EEI = ETI, RCE / ETI, RVE. Em outros termos, pode-se dizer que:

Eficiência técnica global (ETI, RCE) = Eficiência técnica pura (ETI, RVE) x Eficiência
de escala (EEI)
De forma semelhante, são obtidas as medidas de eficiência da DMU
localizada no ponto Q do Gráfico 1:

ETI, RCE = DQC / DQ;


ETI, RVE = DQV / DQ (Esta denominada eficiência técnica pura); e
EEI = DQC / DQV.

Portanto, EEI = ETI, RCE / ETI, RVE

De acordo com Ferreira e Gomes (2009), apesar de as medidas de eficiência


dos pontos P e Q serem calculadas de forma semelhante, a DMU do ponto P está
operando com rendimentos crescentes de escala, enquanto que aquela localizada
no ponto Q opera com rendimentos decrescentes. Assim, quando a EEI é igual a 1,
sabe-se que a DMU está operando com rendimentos constantes. De outra forma, se
a EEI for diferente de 1, não é possível identificar se a natureza dessa ineficiência de
escala se deve a rendimentos crescentes ou decrescentes.
Essa dificuldade pode ser superada mediante a utilização do método Seiford-
Zhu de análise dos rendimentos de escala, apresentado na sequência, de forma
resumida (FERREIRA; GOMES, 2009):
13

Situação 1: se ETI, RCE = ETI, RVE, então o ETI, RCE e o somatório dos *
(lambda5 ótimo) são iguais a 1;
Situação 2: se ETI, RCE ≠ ETI, RVE, então pode resultar em duas possibilidades:
- Se o somatório dos (lambda) < 1, em qualquer resultado para ETI, RCE,
então: rendimentos crescentes, implicando em somatório dos * (lâmbida
ótimo) < 1;
- Se o somatório dos (lambda) > 1, em qualquer resultado para ETI, RCE,
então: rendimentos decrescentes, implicando em somatório dos * (lambda
ótimo) > 1.
A aplicação prática do método Seiford-Zhu consoante Ferreira e Gomes
(2009) se dá em duas etapas como segue:
Etapa 1: selecionar todas as DMUs que têm é ETI, RCE = ETI, RVE
independentemente do somatório dos * (lambda ótimo). Essas DMUs têm
rendimentos constantes de escala.
Etapa 2: utilizar o valor do somatório dos * (lambda ótimo) de cada DMU
calculados com rendimentos constantes de escala (CCR/RCE), ou seja, com livre,
para em seguida determinar os reais rendimentos de escala (crescentes ou
decrescentes) das demais DMUs, com ETI, RVE calculados com retornos variáveis de
escala (BCC/RVE), ou seja, com somatório dos igual a 1, aplicando as regras
apresentadas na Situação 2.
Portanto, após calcular os índices de eficiência nos modelos CCR/RCE e
BCC/RVE, as DMUs podem ser classificadas de acordo com duas categorias. Na
primeira, com base no modelo BCC/RVE, em relação à eficiência técnica pura, elas
são classificadas como eficientes ou ineficientes. As DMUs eficientes são aquelas
que estão produzindo quantidade compatível com o uso dos insumos; no
contraponto, as ineficientes estão utilizando insumos em excesso.
Subsequentemente, na segunda categoria, as DMUs são classificadas de
acordo com a eficiência de escala, obtidas pela razão ETI, RCE / ETI, RVE. Nesta, elas
podem estar operando, como já descrito, com retornos constantes (escala ótima),
crescentes (abaixo da escala ótima) ou decrescentes (acima da escala ótima).
Com isso, é possível identificar seis combinações possíveis de insumo e
produto das DMUs nos modelos DEA (Quadro 1), relacionando o tipo de retorno
(crescente, constante ou decrescente) e a condição da DMU em relação a sua
eficiência técnica pura, ou seja, eficiente ou ineficiente.

Tipo de Condição da DMU segundo a eficiência técnica pura


retorno Eficiente Ineficiente
Esta é a melhor atuação. A DMU utiliza os Apesar de estar operando na escala
recursos sem desperdício e opera em ótima, existe ineficiência técnica. Isso
escala ótima. O aumento da produção significa que se pode reduzir o uso dos
deve ocorrer mantendo-se a proporção de insumos e continuar produzindo a mesma
uso dos fatores. Os aumentos de custos quantidade (orientação insumo). De
Constante são proporcionais aos aumentos de maneira equivalente, a produção pode
produção. crescer utilizando-se os mesmos insumos
(orientação produto). Ao eliminar as
ineficiências técnicas, a DMU torna-se
eficiente com retornos constantes.
Corresponde ao ponto Rc no Gráfico 1 Corresponde ao ponto R, no Gráfico 1
Continua

5
Os lambdas são os índices de representatividade dos benchmarks de uma DMU.
14

Tipo de Condição da DMU segundo a eficiência técnica pura


retorno Eficiente Ineficiente
Apesar de tecnicamente eficiente, não Nessa situação, a DMU apresenta
existem insumos utilizados em excesso e o ineficiência técnica, devido ao uso
volume de produção está abaixo da escala excessivo de insumos, e ineficiência de
ótima. Isso significa que a DMU pode escala. Essa última ocorre, porque a
aumentar a produção em custos DMU está operando abaixo da escala
decrescentes. Assim, o aumento da ótima. Para aumentar a eficiência técnica
produção deve ocorrer mediante é necessário eliminar os excessos na
incorporação de insumos, porém utilização de insumos. Para operar em
Crescente mantendo-se as relações entre as escala ótima, é necessário aumentar a
quantidades de produtos e insumos. produção. Em síntese, a DMU deve
aumentar a produção; porém, esse
aumento deve ocorrer a fim de que as
relações entre quantidades utilizadas de
insumo e o volume de produção sejam
reduzidas.
Corresponde ao ponto Pv no Gráfico 1 Corresponde ao ponto P, no Gráfico 1
Neste caso a DMU é tecnicamente Nesse caso, a DMU está operando acima
eficiente, mas operando acima da escala da escala ótima e tem ineficiência
ótima. Uma alternativa é reduzir o volume técnica. É preciso corrigir os dois
de produção da DMU, mantendo-se a problemas. Para aumentar a eficiência
mesma relação entre insumos e produtos. técnica, devem-se eliminar o excesso de
Uma vez que não há ineficiência técnica, a utilização dos insumos, o que equivale a
superutilização da planta poderá ser produzir mais e com os mesmos insumos.
vantajosa. Alternativa para aumentar a Com relação à escala, pode-se reduzir a
produção seria a adoção de políticas produção em cada DMU ou utilizar um
Decrescente quantitativas, ou seja, aumento da número maior de DMUs menores para
produtividade dos fatores possibilitaria o produzir a mesma quantidade anterior.
crescimento da produção sem Isso dependerá das condições objetivas
necessidade de se utilizarem mais de mercado, da competitividade e
insumos. O fato é que, nessa situação, o estrutura do setor. Pode-se ainda,
aumento da produção dar-se-á a custos melhorar a tecnologia, aumentando a
crescentes. produtividade dos fatores de produção ou
insumos.

Corresponde ao ponto Qv no Gráfico 1 Corresponde ao ponto Q, no Gráfico 1


QUADRO 1 – COMBINAÇÕES DE INSUMOS E PRODUTOS COM RENDIMENTOS CONSTANTES
E VARIÁVEIS DE ESCALA
Fonte: Adaptado de Ferreira e Gomes (2009, p. 202).

Portanto, a melhor posição de uma DMU na fronteira de eficiência é a escala


ótima de produção, marcada pelo ponto Rc no Gráfico 1, que resulta da combinação
de retornos constantes de escala com eficiência técnica pura. Pois, para esse
volume de produção, o produto médio atinge o seu maior valor.

3 Metodologia
Para atingir o objetivo proposto neste trabalho, optou-se pela utilização do
método quantitativo, não paramétrico, conhecido como análise envoltória de dados
(DEA), com retornos variáveis e constantes de escala, orientado ao insumo. Os
cálculos dos índices de eficiência, alvos e benchmarks nos dois modelos foram
realizados com o apoio do software livre SIAD, v.3.0 (ÂNGULO MESA et al., 2005a,
2005b).
Além dos alvos (objetivos) a serem perseguidos pelas DMUs com índices de
eficiência menor que 1, o software utilizado também discrimina os seus respectivos
15

radiais e folgas. O radial determina o movimento de redução no insumo que a DMU


tem que buscar para se posicionar na fronteira de eficiência. Já a folga é registrada
pelas DMUs cujo movimento radial intercepta a fronteira de eficiência em um
segmento paralelo aos eixos das coordenadas, sendo denominada DMU fracamente
eficiente. Ou seja, essas DMUs “[...] podem estar produzindo com a utilização de
uma quantidade desnecessária de insumos, ou produzindo aquém do volume
tecnicamente recomendável” (FERREIRA; GOMES, 2009, p. 104).
A diferença entre o melhor índice de eficiência calculado com retorno variável
(municípios com eficiência 1) e os demais, revela a ineficiência técnica, por meio da
qual é possível dimensionar o volume de recursos que podem ser poupados. Além
do que, a partir da razão dos índices de eficiência BCC/CCR é possível averiguar a
proporção da ineficiência devida à escala de produção das DMUs analisadas.
Com relação à quantidade de DMUs a serem analisadas, com base na
literatura publicada sobre o tema, tem-se a informação de que quanto maior for este
número, maior será a capacidade discriminatória do método. Sobre esse assunto,
Boueri (2015, p. 282) esclarece que o cálculo da eficiência técnica das DMUs
utilizando-se os modelos do método DEA, só será eficaz se o número de DMUs
contido na amostra for “[...] expressivamente maior que a soma do número de
insumos e de produtos do problema [...]”. Nesta mesma linha, outros autores
sugerem que o número de DMUs pesquisadas seja até cinco vezes o número de
insumos e produtos especificados (Gonzáles-Araya, 2003).
A amostra utilizada neste trabalho constitui-se de quarenta e duas DMUs, ou
seja, dos quarenta e dois municípios que compõem a região sudoeste do estado do
Paraná, e tem-se como pressuposto básico o fato de que se uma ou mais DMUs
entre as DMUs do universo de pesquisa (que compõem a fronteira de eficiência) é
capaz de produzir Y unidades de produtos com a aplicação de X unidades de
insumos, as demais DMUs passando a operar com os padrões das DMUs que estão
na fronteira de eficiência, mantendo as mesmas unidades de produtos, podem
economizar unidades de insumo.
Entretanto, quando o número de insumos e produtos utilizados é grande,
busca-se selecionar aqueles que melhor contribuem para a análise da eficiência
relativa das DMUs consideradas, pois subestimar e/ou superestimar os insumos e
produtos pode acarretar resultados tendenciosos e, além disso, também é
importante que os inputs contemplem atributos do ambiente em que as DMUs
operam (PEÑA, 2008). Nesse caso, uma das formas utilizadas para se contornar
este problema é a restrição/seleção do número de variáveis usadas no modelo.
Para isso, utilizou-se o método multicritério combinatório inicial (MCI)
apresentado por Senra, Nanci e Mello (2004), que identifica as variáveis que não
agregam eficiência significativa ao modelo e, por isso, são excluídas do rol de
variáveis especificadas. Ainda em relação às variáveis, Peña (2008) esclarece que
quando um output precisa ser minimizado (ex.: taxa de mortalidade), ele pode ser
tratado como insumo ou, alternativamente, mantido como produto na sua escala
inversa, ou seja, 1/output.
Conforme o Quadro 2, foram submetidas ao método MCI quatro variáveis de
insumos (ou inputs) e seis variáveis de produtos (ou outputs), dos quais o método
selecionou três inputs e quatro outputs, destacados em negrito no Quadro 2.
Em complemento, é importante destacar que a seleção dos inputs e outputs
também é resultado da disponibilidade dos dados por parte dos agentes públicos,
considerando inclusive, que o censo demográfico, de acordo com a Lei 8.184/1991,
é realizado de dez em dez anos. Dado essas limitações, o corte transversal da
16

pesquisa se deu no ano de 2013 (BRASIL, 1991).

INPUT OUTPUT
1 Gasto público com saúde em relação ao PIB 1 Produção ambulatorial per capita (em R$)
(em %)
2 Médicos por 1000 habitantes 2 Internação de média complexidade por 100
habitantes
3 Morte por causas evitáveis de 5 a 74 anos por 3 Internação de alta complexidade por 1000
1000 habitantes habitantes
4 Morte por causas evitáveis em menores de 5 4 Cobertura de equipes de atenção básica
anos por 1000 habitantes (em %)
5 Ações de vigilância sanitária consideradas
necessárias realizadas (em %)
6 Nascidos vivos de mães com sete ou mais
consultas de pré-natal (em %)
QUADRO 2 – INSUMOS E PRODUTOS APRESENTADOS PARA ANÁLISE
FONTE: Da pesquisa.

Os dados secundários das variáveis especificadas (Quadro 2) foram obtidos


nos sites do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) e do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cujas respectivas fontes e formas de
cálculo, sendo o caso, estão relacionados no Quadro 3.

INPUT
Número Fonte dos dados secundários e forma de cálculo das variáveis
- Gasto público do município com saúde em 2013 (Brasil, 2013a)
Input 1 - PIB do município em 2013 (2013b)
Input 1 = Gasto público do município com saúde em 2013 / PIB do município em 2013
x 100
- Médicos por município em 2013 (Brasil, 2013c)
Input 2 - População do município em 2013 (Brasil, 2013d)
Input 2 = Médicos por município em 2013 / População do município em 2013 x 1000
- Óbitos municipais por causas evitáveis de 5 a 74 anos por residência em 2013
(Brasil, 2013e)
Input 3 - População do município em 2013 (Brasil, 2013d)
Input 3 = Óbitos municipais por causas evitáveis de 5 a 74 anos por residência em
2013 / População do município em 2013 x 1000
- Óbitos municipais por causas evitais em menores de 5 anos por residência em 2013
(Brasil, 2013e)
Input 4 - População do município em 2013 (Brasil, 2013d)
Input 3 = Óbitos municipais por causas evitáveis em menores de 5 anos por residência
em 2013 / População do município em 2013 x 1000
OUTPUT
Número Fonte dos dados secundários e forma de cálculo das variáveis
- Produção ambulatorial do município por valor aprovado (Brasil, 2013f)
Output 1 - População do município em 2013 (Brasil, 2013d)
Output 1 = Produção ambulatorial do município por valor aprovado / População do
município em 2013
Continua
17

OUTPUT

Número Fonte dos dados secundários e forma de cálculo das variáveis

Conforme dados obtidos em Brasil (2013g)


- Output 2 = Internação de média complexidade por 100 habitantes
Output 2, 3, - Output 3 = Internação de alta complexidade por 1000 habitantes
4, 5 e 6 - Output 4 = Cobertura de equipes de atenção básica (em %)
- Ações de vigilância sanitária consideradas necessárias realizadas (em %)
- Nascidos vivos de mães com sete ou mais consultas de pré-natal (em %)
QUADRO 3 – FONTE DOS DADOS SECUNDÁRIOS E FORMA DE CÁLCULO DAS VARIÁVEIS
FONTE: Da pesquisa.

Por fim, registra-se que as variáveis especificadas no Quadro 2 foram


apresentadas na sua forma relativa, ou seja, percentuais, per capita, por 1000
habitantes, por 100 habitantes, a fim de melhor comparar as DMUs da amostra.

4 Resultados
O Quadro 4 apresenta algumas estatísticas das variáveis selecionadas pelo
método Multicritério Combinatório Inicial (MCI). Nele, observa-se que a dispersão
dos dados medida pelo desvio padrão populacional, se apresenta mais elevada no
Output 1 - Produção ambulatorial per capita (em R$), dado a amplitude de 193,45
verificada entre os dados de Pato Branco (193,51) e Flor da Serra do Sul (0,06). Já
em relação ao menor valor observado nos dados do Input 1 - Gasto público com
saúde em relação ao PIB (em %), registrado para o município de Saudades do
Iguaçu, é importante registrar que ele é resultado de um aumento no PIB municipal
por conta de este ter adquirido na justiça, o direito de receber sozinho, os royalties
da usina hidrelétrica de Salto Santiago instalada nos seus domínios.

Input Output
Estatísticas
1 2 3 1 4 5 6
Média 2,82 1,66 3,76 27,61 95,96 77,55 82,93
Mediana 2,65 1,46 3,66 20,51 100,00 78,57 83,34
Desvio Padrão 1,17 0,94 0,77 37,99 11,25 16,54 7,37
Menor valor 0,60 0,62 1,78 0,06 48,84 42,86 69,03
Maior valor 5,80 5,32 5,69 193,51 100,00 100,00 97,44
Amplitude 5,20 4,70 3,91 193,45 51,16 57,14 28,41
QUADRO 4 – Estatísticas dos Inputs e Outputs selecionados pelo método MCI
FONTE: Da pesquisa.

Outro ponto que chama a atenção no Quadro 4 são as médias/medianas


bastante altas dos dados referentes aos Outputs 4, 5 e 6, que se referem
respectivamente, à cobertura de equipes de atenção básica (em %), ações de
vigilância sanitária consideradas necessárias realizadas (em %) e nascidos vivos de
mães com sete ou mais consultas de pré-natal (em %), revelando a forma com que
os municípios da região sudoeste do estado do Paraná conduziram esses aspectos
da saúde pública no ano de 2013.
Como pode ser observado no Quadro 5, o cálculo da eficiência técnica com
retornos variáveis de escala, orientado ao insumo (ETI, RVE), com base nas variáveis
selecionadas, revelou que a eficiência média dos municípios pesquisados foi de
0,908485, variando de 0,692529 a 1,000000. Dos quarenta e dois municípios
18

analisados, 11 (26,19%) estão operando com 1 de eficiência global (ETI, RCE), ou


seja, possuem eficiência técnica pura (ETI, RVE) e de escala (EEI). Estes municípios
apresentam a melhor atuação quando comparado com os demais, dado que eles
utilizam os recursos sem desperdício e operam em escala ótima de produção
(FERREIRA; GOMES, 2009). Dos demais municípios (33), 8 (19,05%) estão
operando com eficiência técnica pura (ETI, RVE), 2 (4,76%) com eficiência de escala
(EEI) e 21 (50%) com ineficiências técnica e de escala.
Igualmente, registra-se que 11 (26,19%) dos municípios analisados
apresentaram índices de eficiência inferiores a 0,80. Destes, Bom Jesus do Sul e
Boa Esperança do Iguaçu obtiveram uma eficiência técnica menor que 0,70. Além
disso, o Quadro 5 também evidencia que dentre os 19 municípios que estão na
fronteira de eficiência técnica pura, aqueles que mais se apresentaram como
benchmarks aos seus pares, foram Bom Sucesso do Sul – 17 vezes, e Barracão,
Enéas Marques e Pato Branco com 10 vezes cada um.

Municípios do Sudoeste do DMU ETI, RCE ETI, RVE EEI


DMUs Benchmarks
Paraná Nº [1] [2] [1/2]
Ampére 1 0,863547 0,943568 0,915193 2, 6, 7, 14, 34, 39
Barracão 2 0,971213 1,000000 0,971213 2
Bela Vista da Caroba 3 0,877961 0,964131 0,910624 2, 7, 26, 32
Boa Esperança do Iguaçu 4 0,681530 0,692529 0,984118 6, 14, 26
Bom Jesus do Sul 5 0,627119 0,698103 0,898319 6, 14, 28
Bom Sucesso do Sul 6 1,000000 1,000000 1,000000 6
Capanema 7 0,949208 1,000000 0,949208 7
Chopinzinho 8 0,852669 1,000000 0,852669 8
Clevelâdia 9 0,755822 0,792971 0,953152 18, 32, 42
Coronel Domingos Soares 10 1,000000 1,000000 1,000000 10
Coronel Vivida 11 0,791018 0,887387 0,891401 6, 8, 26, 28
Cruzeiro do Iguaçu 12 0,707686 0,714938 0,989856 2, 6, 14, 18
Dois Vizinhos 13 0,876759 0,893384 0,981391 2, 6, 16, 26, 32, 42
Enéas Marques 14 1,000000 1,000000 1,000000 14
Flor da Serra do Sul 15 0,995262 0,995262 1,000000 6, 18
Francisco Beltrão 16 1,000000 1,000000 1,000000 16
Honório Serpa 17 0,731651 0,765449 0,955846 6, 26, 34
Itapejara do Oeste 18 1,000000 1,000000 1,000000 18
Manfrinópolis 19 0,851430 0,851430 1,000000 6, 18
Mangueirinha 20 1,000000 1,000000 1,000000 20
Mariópolis 21 0,805362 1,000000 0,805362 21
Marmeleiro 22 0,940230 0,979372 0,960034 7, 34
Nova Esperança do Sudoeste 23 0,912013 0,943657 0,966467 2, 6, 14, 18
Nova Prata do Iguacu 24 0,754573 0,786797 0,959044 2, 6, 7, 18, 32
Palmas 25 0,914996 0,959684 0,953435 7, 10, 16, 34
Pato Branco 26 1,000000 1,000000 1,000000 26
Pérola do Oeste 27 0,721789 0,756078 0,954649 2, 6, 14, 18
Pinhal de São Bento 28 0,833961 1,000000 0,833961 28
Planalto 29 0,784819 0,800749 0,980106 6, 14, 26, 32
Pranchita 30 0,560255 0,727586 0,770019 8, 26, 37, 39
Continua
19

Municípios do Sudoeste do DMU ETI, RCE ETI, RVE EEI


DMUs Benchmarks
Paraná Nº [1] [2] [1/2]
Realeza 31 0,757498 0,803736 0,942471 2, 6, 7, 26, 37, 39
Renascença 32 1,000000 1,000000 1,000000 32
Salgado Filho 33 0,684946 0,716515 0,955941 2, 6, 14, 26
Salto do Lontra 34 1,000000 1,000000 1,000000 34
Santa Izabel do Oeste 35 0,744322 1,000000 0,744322 35
Santo Antônio do Sudoeste 36 0,933625 0,979753 0,952919 2, 6, 18, 34
São João 37 0,996758 1,000000 0,996758 37
São Jorge D'Oeste 38 0,561032 0,791922 0,708444 14, 28, 39
Saudade do Iguaçu 39 1,000000 1,000000 1,000000 39
Sulina 40 0,622909 1,000000 0,622909 40
Verê 41 0,671973 0,711382 0,944602 6, 14, 26, 28, 39
Vitorino 42 1,000000 1,000000 1,000000 42
Média Aritmética 0,908485
QUADRO 5 – ÍNDICES DE EFICIÊNCIA E BENCHMARKS
FONTE: Da pesquisa.

Ferreira e Gomes (2009) escrevem que uma unidade tomadora de decisão


(DMU) opera com retornos constantes quando a sua eficiência de escala (EEI) é
igual a 1 (Quadro 5). Entretanto, quando a EEI é diferente de 1 o tipo de rendimento
(crescente ou decrescente) pode ser determinado mediante a utilização do método
Seiford-Zhu. Para isso, basta observar o somatório dos lambdas: se ele for menor
que 1, os rendimentos são crescentes; de outra forma, eles são decrescentes
(FERREIRA; GOMES, 2009), como pode ser observado no Quatro 6.
O Quadro 6 também permite distinguir, para os 31 municípios que não estão
na fronteira de eficiência global, se as suas respectivas ineficiências são de origem
técnica ou de escala. Nele, é possível verificar que a origem da ineficiência de 8
municípios, quais sejam: Barracão, Capanema, Chopinzinho, Mariópolis, Pinhal do
São Bento, Santa Izabel do Oeste, São João e Sulina é exclusivamente de escala, e
que com exceção de Barracão e Pinhal de São Bento, eles estão trabalhando com
rendimentos crescentes. Neste caso, conforme descrito no Quadro 1, observa-se
que os insumos não estão sendo utilizados em excesso dado à eficiência técnica
pura dos municípios, e que o volume de produção está abaixo da escala ótima. Isso
significa que eles podem aumentar as suas respectivas produções a custos
decrescentes, desde que se mantenham as relações existentes entre as
quantidades de produtos e insumos.
Quanto aos municípios de Barracão e Pinhal do São Bento apesar de serem
tecnicamente eficientes, eles estão operando acima da escala ótima de produção.
Neste caso, a superutilização da planta pode ser vantajosa.
Já em relação aos municípios de Flor da Serra do Sul e Manfrinópolis,
verifica-se que ambos estão operando com ineficiência técnica pura e com escala
ótima de produção, ou seja, eles podem perseguir uma redução no uso dos insumos
e continuar produzindo a mesma quantidade.
Ademais, operando com ambas as ineficiências (técnica e de escala), tem-se
o registro de 21 municípios como pode ser verificado no Quadro 6. Destes, 15 estão
trabalhando com rendimentos crescentes e 6, com rendimentos decrescentes. Para
os dois casos, esses municípios precisam trabalhar no sentido de eliminar o excesso
de recursos utilizados a fim de obter maior eficiência técnica.
20

Municípios do Sudoeste do DMU Somatório Tipo de Ineficiência Técnica


Paraná Nº dos Rendimento (ITI) e de Escala (IEI)
Ampére 1 0,660484 Crescente ITI e IEI
Barracão 2 1,022336 Decrescente IEI
Bela Vista da Caroba 3 0,680331 Crescente ITI e IEI
Boa Esperança do Iguaçu 4 1,018850 Decrescente ITI e IEI
Bom Jesus do Sul 5 0,678686 Crescente ITI e IEI
Bom Sucesso do Sul 6 1,000000 Constante
Capanema 7 0,281823 Crescente IEI
Chopinzinho 8 0,910223 Crescente IEI
Clevelâdia 9 0,272703 Crescente ITI e IEI
Coronel Domingos Soares 10 1,000000 Constante
Coronel Vivida 11 1,040486 Decrescente ITI e IEI
Cruzeiro do Iguaçu 12 0,794589 Crescente ITI e IEI
Dois Vizinhos 13 0,415967 Crescente ITI e IEI
Enéas Marques 14 1,000000 Constante
Flor da Serra do Sul 15 1,000000 Constante ITI
Francisco Beltrão 16 1,000000 Constante
Honório Serpa 17 1,062692 Decrescente ITI e IEI
Itapejara do Oeste 18 1,000000 Constante
Manfrinópolis 19 1,000000 Constante ITI
Mangueirinha 20 1,000000 Constante
Mariópolis 21 0,874241 Crescente IEI
Marmeleiro 22 0,958769 Crescente ITI e IEI
Nova Esperança do Sudoeste 23 0,708139 Crescente ITI e IEI
Nova Prata do Iguacu 24 0,654788 Crescente ITI e IEI
Palmas 25 0,617775 Crescente ITI e IEI
Pato Branco 26 1,000000 Constante
Pérola do Oeste 27 0,297166 Crescente ITI e IEI
Pinhal de São Bento 28 1,129654 Decrescente IEI
Planalto 29 1,027410 Decrescente ITI e IEI
Pranchita 30 0,585982 Crescente ITI e IEI
Realeza 31 0,749062 Crescente ITI e IEI
Renascença 32 1,000000 Constante
Salgado Filho 33 1,022302 Decrescente ITI e IEI
Salto do Lontra 34 1,000000 Constante
Santa Izabel do Oeste 35 0,409279 Crescente IEI
Santo Antônio do Sudoeste 36 0,712051 Crescente ITI e IEI
São João 37 0,283752 Crescente IEI
São Jorge D'Oeste 38 0,746140 Crescente ITI e IEI
Saudade do Iguaçu 39 1,000000 Constante
Sulina 40 0,260682 Crescente IEI
Verê 41 1,031981 Decrescente ITI e IEI
Vitorino 42 1,000000 Constante
QUADRO 6 – TIPOS DE RENDIMENTO E DE INEFICIÊNCIA
FONTE: Da pesquisa.
21

Conforme descrito por Ferreira e Gomes (2009), os municípios que não se


encontram na fronteira de eficiência podem estar utilizando uma quantidade de
insumos além da necessária, tendo a possibilidade de reduzi-la sem alterar os níveis
de produção. Diante disso, serão analisados na sequência, o desempenho dos
municípios quanto à utilização dos recursos referentes aos inputs 1 e 2, ou seja,
Gasto público com saúde em relação ao PIB (em %) e Médicos por 1000 habitantes,
dado que o Input 3 – Morte por causas evitáveis de 5 a 74 anos por 1000 habitantes,
conforme Peña (2008), é um output que precisa ser minimizado e, por isso, optou-se
por tratá-lo como insumo.
Portanto, o Quadro 7 resume o movimento radial, folga e alvo do Input 1 a
serem perseguidos pelos gestores dos municípios, a fim de que eles possam se
posicionar na fronteira de eficiência. A folga ocorre quando uma DMU ao realizar o
movimento radial, intercepta a fronteira de eficiência em um segmento paralelo aos
eixos das coordenadas; significando que ela apesar de ter atingido a fronteira de
eficiência, ainda pode estar produzindo com uma quantidade desnecessária de
insumos. Como resultado, para que este município denominado fracamente eficiente
alcance o seu alvo, ele precisa buscar uma redução adicional deste insumo,
mantendo a mesma produção.
Ao se analisar os dados do Quadro 7, observa-se a existência de 13
municípios fracamente eficientes, ou seja, que precisam de um esforço
complementar para atingirem os seus respectivos alvos, e serem tão eficientes
quanto os seus benchmarks, ou pares de referência. Destes, Manfrinópolis
(2,504829), Nova Esperança do Sudoeste (2,243871) e Bela Vista da Caroba
(2,027295) apresentaram as maiores folgas.
Como resultado, se os municípios que não figuram na fronteira de
possibilidades de produção eficientes, envidarem os esforços necessários para
atingi-la, pode-se ter uma redução de R$ 30,73 bilhões, ou seja, 8,25% do total dos
gastos com ações e serviços públicos de saúde (ASPS) – R$ 372,30 bilhões. Isso,
sem alterar o volume de produção dos mesmos.
As maiores reduções projetadas para os gastos em ASPS são para os
municípios de Manfrinópolis (62,82%), Nova Esperança do Sudoeste (51,36%),
Cruzeiro do Iguaçu (51,34%), Bela Vista da Caroba (50,90%), Flor da Serra do Sul
(45,42%) e Bom Jesus do Sul com 44,33% (Quadro 7). Fato este, que confirma a
constatação feita por Boueri (2006), de que normalmente o desperdício acontece
entre os municípios menores. Contudo, o autor também informa que os dados
indicaram retornos decrescentes de escala na provisão dos serviços públicos, o que
não foi verificado neste estudo, onde 21 municípios apresentaram rendimentos
crescentes de escala, 13 com rendimentos constantes, e apenas 8 registraram
rendimentos decrescentes (Quadro 6).

DMU Redução
Input1 Radial Folga Alvo Redução (em R$)
Nº (em %)
1 2,12 2,000365 2,000365 48.9721,09 5,64
2 2,80 2,800000 2,800000 0,00 0,00
3 4,29 4,136122 2,027295 2,108827 126.0652,56 50,90
4 3,69 2,555432 0,236599 2,318833 866.673,53 37,21
5 5,80 4,048997 0,820253 3,228744 1.306.275,19 44,33
6 1,74 1,740000 1,740000 0,00 0,00
7 1,61 1,610000 1,610000 0,00 0,00
8 2,78 2,780000 2,780000 0,00 0,00
Continua
22

DMU Redução
Input1 Radial Folga Alvo Redução (em R$)
Nº (em %)
9 1,70 1,348050 1,348050 1.408.088,60 20,75
10 3,53 3,530000 3,530000 0,00 0,00
11 2,67 2,369324 0,158056 2,211268 2.194.665,63 17,16
12 4,06 2,902647 0,924924 1,977723 1.805.875,55 51,34
13 1,86 1,661694 1,661694 2.122.133,98 10,68
14 2,39 2,390000 2,390000 0,00 0,00
15 3,56 3,543133 1,598820 1,944313 1.399.427,30 45,42
16 2,56 2,560000 2,560000 0,00 0,00
17 3,42 2,617837 0,500471 2,117366 1.939.009,79 38,10
18 2,06 2,060000 2,060000 0,00 0,00
19 5,22 4,444463 2,504829 1,939634 1.468.915,09 62,82
20 0,83 0,830000 0,830000 0,00 0,00
21 2,37 2,370000 2,370000 0,00 0,00
22 2,82 2,761829 0,415052 2,346777 1.291.501,28 16,76
23 4,91 4,633356 2,243871 2,389485 1.894.419,07 51,36
24 2,40 1,888312 1,888312 1.188.958,24 21,34
25 2,43 2,332031 2,332031 710.931,64 4,03
26 3,09 3,090000 3,090000 0,00 0,00
27 3,33 2,517740 0,178760 2,338980 1.219.182,53 29,74
28 5,23 5,230000 5,230000 0,00 0,00
29 2,63 2,105970 2,105970 1.219.459,73 19,95
30 2,96 2,153656 2,153656 1.240.874,72 27,21
31 1,83 1,470836 1,470836 1.475.557,05 19,58
32 1,80 1,800000 1,800000 0,00 0,00
33 3,78 2,708427 0,222321 2,486106 962.049,01 34,23
34 2,51 2,510000 2,510000 0,00 0,00
35 2,89 2,890000 2,890000 0,00 0,00
36 2,46 2,410191 0,104963 2,305230 546.703,36 6,30
37 1,23 1,230000 1,230000 0,00 0,00
38 3,64 2,882595 2,882595 1.470.213,99 20,78
39 0,60 0,600000 0,600000 0,00 0,00
40 3,69 3,690000 3,690000 0,00 0,00
41 2,27 1,614836 1,614836 1.248.093,97 28,83
42 1,08 1,080000 1,080000 0,00 0,00
Total 30.729.382,90 8,25
QUADRO 7 – Movimento radial folga e alvo para o Input1– modelo BCC/RVE, calculados com a
utilização do software livre SIAD – v3.0
FONTE: Da pesquisa.

O Gráfico 1 permite observar que a relação do Input 1 – Gasto com saúde em


relação ao PIB (em %) e os escores de eficiência técnica pura (ETI, RVE) deixam
transparecer, consoante Queiroz et al. (2013), que a dotação financeira de recursos
para as Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS) é condição necessária, mas
não suficiente, como se pode constatar. Conforme relata Benício, Rodopoulos e
Bardella (2015), o crescimento dos níveis dos serviços públicos ofertados pelos
municípios deve se dar mais pelo aprimoramento da eficiência na aplicação dos
recursos existentes, do que pelo seu aumento. Até porque, relata Benício,
Rodopoulos e Bardella (2015), quando se compara o total dos gastos públicos
brasileiro com o de outros países com padrões culturais e sociais similares, na área
da saúde, verifica-se que ele já é elevado; e, portanto, mesmo que haja condições
conjunturais favoráveis para o seu aumento, ele reduzido.
De acordo com Boueri (2006), os primeiros passos nesse sentido é conhecer
o tamanho dos desperdícios existentes, pois, de outra forma, não há como
estabelecer objetivos plausíveis para reduzi-los.
23

GRÁFICO 1 – Escore de ETI, RVE versos Gasto com saúde em relação ao PIB (em %)
FONTE: Da pesquisa.
24

Quanto ao Input 2 – Médicos por 1000 habitantes, o Quadro 8 revela que


somente três municípios apresentaram folga, ou seja: Pranchita (1,098425), Coronel
Vivida (0,805296) e Honório Serpa (0,435638), exigindo um esforço adicional dos
mesmos, para atingirem a eficiência técnica de seus respectivos benchmarks
(Quadro 5).

DMU Redução por 1000 Redução por 1000


Input2 Radial Folga Alvo
Nº Habs. (em nº) Habs. (em %)
1 1,59 1,500274 1,500274 0,089726 5,64
2 1,68 1,680000 1,680000 0,000000 0,00
3 1,27 1,224446 1,224446 0,045554 3,59
4 1,45 1,004167 1,004167 0,445833 30,75
5 1,57 1,096022 1,096022 0,473978 30,19
6 1,19 1,190000 1,190000 0,000000 0,00
7 1,04 1,040000 1,040000 0,000000 0,00
8 3,14 3,140000 3,140000 0,000000 0,00
9 1,03 0,816760 0,816760 0,213240 20,70
10 0,93 0,930000 0,930000 0,000000 0,00
11 3,18 2,821892 0,805296 2,016596 1,163404 36,59
12 1,37 0,979465 0,979465 0,390535 28,51
13 1,38 1,232870 1,232870 0,147130 10,66
14 0,80 0,800000 0,800000 0,000000 0,00
15 0,83 0,826067 0,826067 0,003933 0,47
16 2,69 2,690000 2,690000 0,000000 0,00
17 2,88 2,204493 0,435638 1,768855 1,111145 38,58
18 0,62 0,620000 0,620000 0,000000 0,00
19 0,98 0,834401 0,834401 0,145599 14,86
20 1,03 1,030000 1,030000 0,000000 0,00
21 0,92 0,920000 0,920000 0,000000 0,00
22 1,53 1,498439 1,498439 0,031561 2,06
23 1,15 1,085206 1,085206 0,064794 5,63
24 1,40 1,101515 1,101515 0,298485 21,32
25 1,49 1,429928 1,429928 0,060072 4,03
26 4,53 4,530000 4,530000 0,000000 0,00
27 1,47 1,111435 1,111435 0,358565 24,39
28 1,47 1,470000 1,470000 0,000000 0,00
29 1,36 1,089019 1,089019 0,270981 19,93
30 5,32 3,870760 1,098425 2,772335 2,547665 47,89
31 1,89 1,519060 1,519060 0,370940 19,63
32 0,72 0,720000 0,720000 0,000000 0,00
33 2,10 1,504681 1,504681 0,595319 28,35
34 1,60 1,600000 1,600000 0,000000 0,00
35 1,58 1,580000 1,580000 0,000000 0,00
36 1,32 1,293275 1,293275 0,026725 2,02
37 1,95 1,950000 1,950000 0,000000 0,00
38 1,72 1,362106 1,362106 0,357894 20,81
39 1,32 1,320000 1,320000 0,000000 0,00
40 1,49 1,490000 1,490000 0,000000 0,00
41 2,02 1,436991 1,436991 0,583009 28,86
42 0,89 0,890000 0,890000 0,000000 0,00
QUADRO 8 – Movimento radial folga e alvo para o Input2– modelo BCC/RVE, calculados com a
utilização do software livre SIAD – v3.0
FONTE: Da pesquisa.

Por consequência, as maiores reduções (em %) necessárias para atingir a


eficiência técnica na utilização desse recurso, são exigidas dos municípios de
25

Pranchita (47,89%), Honório Serpa (38,58%), Coronel Vivida (36,59%), Boa


Esperança do Iguaçu (30,75%) e Bom Jesus do Sul com 30,19% (Quadro 8).

5 Conclusão
Incialmente observa-se que as médias/medianas dos dados outputs
referentes à cobertura de equipes de atenção básica, ações de vigilância sanitária
considerada necessária realizada e nascidos vivos de mães com sete ou mais
consultas de pré-natal, revelaram a preocupação dos gestores municipais da região
sudoeste do estado do Paraná em relação a esses aspectos da saúde pública no
ano de 2013.
Como resultado dessa priorização dos municípios, o escore médio de
eficiência técnica dos municípios pesquisados foi de 0,908485, e que 26,19% deles
estão operando na fronteira de eficiência global, apresentando a melhor atuação
quando comparado com os seus pares, dado que eles utilizaram os recursos sem
desperdício e operaram em escala ótima de produção. Contudo, percebe-se que
alguns municípios ainda têm bastante a melhorar, pois se detectou que dos demais
municípios (23,81%) apresentam algum tipo de ineficiência técnica ou de escala, e
que 50% deles ainda operam com os dois tipos de ineficiência. Os menores índices
de ineficiência técnica foram observados para os municípios de Bom Jesus do Sul e
Boa Esperança do Iguaçu.
Dentre os dezenove municípios que estão na fronteira de eficiência técnica
pura, aqueles que mais se apresentaram como benchmarks aos seus pares, foi o
município de Bom Sucesso do Sul, 17 vezes; e os municípios de Barracão, Enéas
Marques e Pato Branco, 10 vezes cada um.
O cálculo dos índices de eficiência pelos métodos com retornos constantes e
variáveis de escala permitiu a distinção das eficiências/ineficiências global, técnica
pura e de escala. Com isso, foi possível verificar que a origem da ineficiência de 8
municípios (Barracão, Capanema, Chopinzinho, Mariópolis, Pinhal do São Bento,
Santa Izabel do Oeste, São João e Sulina) era exclusivamente de escala, e que com
exceção de Barracão e Pinhal de São Bento, todos trabalharam com rendimentos
crescentes. Neste caso, foi possível identificar que eles não utilizaram recursos em
excesso dado que são eficientes tecnicamente, mas que estão operando abaixo da
escala ótima de produção, significando que eles podem aumentar a produção a
custos decrescentes. Já em relação aos municípios de Barracão e Pinhal do São
Bento apesar de serem tecnicamente eficientes, eles estão operando acima da
escala ótima de produção e, neste caso, a superutilização da planta pode ser
vantajosa.
Diferentemente, os municípios de Flor da Serra do Sul e Manfrinópolis
operam com ineficiência técnica pura e com escala ótima de produção, ou seja, eles
podem perseguir uma redução no uso dos insumos e continuar produzindo a mesma
quantidade de produtos e serviços. Outrossim, constatou-se que 21 municípios
estão operando com ambas as ineficiências (técnica e de escala), e que destes, 15
estão trabalhando com rendimentos crescentes e 6, com rendimentos decrescentes.
Para os dois casos, os municípios precisam trabalhar para adequar o volume de
recursos utilizados a fim de obter maior eficiência técnica.
Estas informações são estratégicas para um setor cuja demanda vem
crescendo mais que proporcionalmente aos recursos disponíveis para atendê-la, e
podem auxiliar os gestores na alocação eficiente dos recursos disponíveis para essa
área.
26

A análise dos resultados apresentados pelo SIAD, v3.0, para o cálculo dos
índices de eficiência pelo modelo de retornos variáveis, orientado a insumos,
evidenciou a existência de 13 municípios fracamente eficientes, ou seja, que
precisavam despender um esforço adicional para atingirem os seus respectivos
alvos, e serem tão eficientes quanto os seus benchmarks. Destes, Manfrinópolis
(2,504829), Nova Esperança do Sudoeste (2,243871) e Bela Vista da Caroba
(2,027295) apresentaram as maiores folgas.
De forma geral, se os municípios que não figuram na fronteira de
possibilidades de produção eficientes, trabalharem para atingi-la, os gestores podem
obter uma redução de 8,25% do total dos gastos com ações e serviços públicos de
saúde - ASPS (R$ 372,30 bilhões), ou seja, de R$ 30,73 bilhões, mantendo o
volume de produção existente.
As maiores reduções projetadas para os gastos em ASPS são para os
municípios de Manfrinópolis (62,82%), Nova Esperança do Sudoeste (51,36%),
Cruzeiro do Iguaçu (51,34%), Bela Vista da Caroba (50,90%), Flor da Serra do Sul
(45,42%) e Bom Jesus do Sul (44,33%), confirmando constatação feita por Boueri
(2006), ou seja, de que normalmente o desperdício acontece entre os municípios
menores. Contudo, Boueri (2006) também observa que os dados indicaram retornos
decrescentes de escala na provisão dos serviços públicos, o que não foi verificado
neste estudo, onde 21 municípios apresentaram rendimentos crescentes de escala,
13 com rendimentos constantes, e apenas 8 registraram rendimentos decrescentes.
A relação do gasto com saúde em relação ao PIB (Input 1) os escores de
eficiência técnica pura (ETI, RVE) permitiu verificar que a dotação financeira de
recursos para as ASPS é condição necessária, mas não suficiente, e que o
crescimento dos níveis dos serviços públicos ofertados pelos municípios deve se dar
mais pelo aprimoramento da eficiência na aplicação dos recursos existentes, do que
pelo seu aumento e, para isso, há que se conhecer o tamanho dos desperdícios
existentes, pois, de outra forma, não há como estabelecer objetivos adequados para
mitigá-los.
Quanto ao recurso Médicos por 1000 habitantes, verificou-se que somente
três municípios (Pranchita - 1,098425, Coronel Vivida - 0,805296 e Honório Serpa -
0,435638) apresentaram folga, o que exige maior esforço para atingir a eficiência
técnica dos benchmarks referenciados. Por consequência, as maiores reduções
necessárias para atingir a eficiência técnica na utilização desse recurso, foram
registradas para os municípios de Pranchita (47,89%), Honório Serpa (38,58%),
Coronel Vivida (36,59%), Boa Esperança do Iguaçu (30,75%) e Bom Jesus do Sul
(30,19%).
Por fim, considerando que o Estado brasileiro trabalha com restrições
orçamentárias apesar da atual carga tributária existente, que as condições
econômicas, políticas e fiscais atuais não sejam favoráveis para a elevação dos
gastos públicos, as mudanças demográficas, ambientais e epidemiológicas porque
passam a população brasileira e o país, além dos impactos cada vez maiores no
orçamento da saúde, por conta da judicialização do sistema, os resultados deste
trabalho mostram que os governos municipais do sudoeste paranaense, podem
elevar os níveis dos serviços públicos ofertados a seus cidadãos pela via do
aprimoramento da eficiência na aplicação dos recursos públicos existentes.
27

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serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio dos recursos de
transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das
despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis
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