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“QUEM NÃO SE COMUNICA, SE TRUMBICA...

José Abelardo Barbosa de Medeiros, ou simplesmente Chacrinha, foi um dos


apresentadores mais renomados da Televisão brasileira, responsável pela popularização do
veículo como meio de comunicação de massa. Em 1987, foi homenageado pela Escola de
Samba Império Serrano, no Rio de Janeiro, com a música "Com a Boca no Mundo, Quem Não
se Comunica se Trumbica".
Fonte: http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_200.html

A vida humana é um processo contínuo de comunicação. Aprimorar sua capacidade


comunicativa é uma forma de ampliar seu relacionamento com o mundo, tornando-se apto
a compreender melhor a realidade a fim de poder transformá-la. E, como veremos, a língua
portuguesa é um elemento fundamental desse intercâmbio de experiências e indagações
humanas. (...)
Imagine que você esteja aprendendo a operar uma máquina complexa. O instrutor lhe
dá o manual, as orientações e lhe diz como deve fazer para realizar o trabalho. Você se
sentirá seguro? Será que isso é suficiente?

Dependendo da complexidade da máquina e das orientações do instrutor, pode ser


que não! INTERLOCUTORES
Aqueles que falam com
O processo de aprendizagem da língua funciona de maneira outros; pessoas que
tomam parte num
semelhante: não adianta ditar regras, decorar definições. É preciso
diálogo ou que falam
aprender a usar cada recurso gramatical, nas mais variadas situações, em nome de outros.

considerando os mais diversos INTERLOCUTORES.


Nesta primeira aula, vamos compreender a importância da
comunicação para as nossas vidas.

A COMUNICAÇÃO HUMANA

O ser humano tem grande necessidade de externar seus sentimentos e suas idéias.
Comunicar, portanto, implica a busca de entendimento, de compreensão.
Se uma pessoa ficar isolada de seus semelhantes, com alimentação e conforto físico
garantidos, mas privada de qualquer forma de contato com o mundo exterior, tenderá a
apresentar rapidamente sintomas de ansiedade. Uma manifestação básica dessa ansiedade
será a necessidade de falar com outros (...)

Com o prolongamento da situação, a fala e o próprio pensamento deverão


ficar desconexos e a pessoa começará a perder o auto- controle. Se a
situação não for remediada a tempo, haverá uma desagregação
psicológica, acompanhada de descontrole orgânico. O modo de remediá-la é
fácil e evidente: basta romper o isolamento em que a pessoa se encontra.
Com isso, ela poderá satisfazer a uma necessidade humana básica:
comunicar-se. (...) (Verbete “Comunicação”. In: Enciclopédia Abril. São Paulo,
1972.)

SAIBA MAIS...

Para entender um pouco mais sobre a importância da comunicação para os seres humanos, que
tal assistir a alguns filmes? Sugerimos Nell e Náufrago. Junte os amigos, prepare a pipoca e boa
diversão!

Uma dica legal: Assista aos filmes sugeridos e discuta, com seu grupo ou com o tutor, sobre

a importância da comunicação para o homem. Isso o ajudará a fixar os


pontos abordados até agora e, sem dúvida, você ampliará seu
conhecimento de mundo.
O ATO DE
COMUNICAÇÃO
O conhecimento dos componentes do ato de comunicaçã o per-
mite-nos exercer uma avaliaçã o mais consciente da nossa
posiçã o nas diferentes situaçõ es comuni ativas do cotidiano.
A comunicaçã o acontece quando temos a presença de
alguns componentes essenciais, tais q ais:

1 Emissor: quem envia a mensage . Pode ser também


uma organizaçã o informativa, como

Rá dio, TV, Jo nal etc.

2. Receptor quem recebe a men-


sagem. Pode ser a pessoa que lê,
ouve ou um pequeno grupo, um
auditó rio ou uma multidã o

3 Mensagem: o objeto
da comunicaçã o, ou
seja, aquilo que se
quer comunicar. Em
um e-mail, por exem-
plo, a mensagem é o
texto escrito.
4. Canal: o meio físico através do qual se opera a comunicaçã o. Pode
ser visual, auditivo, tá til, olfativo ou gustativo.

Exemplos: televisã o, rá dio, internet, outdoor, fax, cartaz etc.

H. Berends
Steve Woods
Joanna Kopik

Fonte: www.sxc.hu
CURIOSIDADE

Os Cinco Sentidos e a Comunicação

A comunicação se realiza por meio das sensações provocadas pelo olfato, pelo tato, pela visão, pela
audição e pelo paladar. Imagine uma situação conforme a descrita a seguir:

Um funcionário de uma indústria, atuando como técnico de segurança no trabalho, ao fazer a


vistoria dos equipamentos para a produção de chocolate, sente um cheiro diferente daquele
rotineiro em seu ambiente. O olfato é o canal, por onde é veiculada a informação de alerta ao
cérebro, despertando, assim, a curiosidade de saber se algo de errado pode estar acontecendo na
produção. Conseqüentemente, a audição, a visão e o tato buscarão imediatamente informações
complementares para verificar se a qualidade do chocolate produzido ficou comprometida. O
técnico procura ouvir algum barulho fora do normal nos equipamentos, olha o funcionamento das
engrenagens e, quando passa a mão em uma das máquinas, sente um óleo escorrendo de uma
junta. Por causa desses canais sensoriais, surge uma questão imediata: isso acarretou alguma
alteração no gosto do chocolate, chegando a comprometer o produto final? Somente quando
saborear o chocolate é que a empresa poderá ter a resposta.
Logo, podemos dizer que os sentidos funcionam como informantes das situações vividas. Eles
transmitem ao cérebro sensações impor- tantes para a comunicação do ser humano com o mundo.

5. Código: conjunto de sinais estruturados a partir do qual se pode efetivar a comunicaçã o.

Exemplos: Língua Portuguesa, Língua Francesa, Língua Inglesa, o Có digo Nacional de Trâ nsito,
Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS) etc.
Português Instrumental

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6. Referente ou contexto: o objeto ou a situaçã o a que a mensagem se refere. É o assunto da
mensagem.

Exemplo: Em um e-mail, o referente ou assunto da mensagem pode ser um


comunicado sobre uma reunião no local de trabalho, propagandas etc.

ATIVIDADE 2
Agora, depois de ler cuidadosamente a tirinha exibida, veja se você consegue identificar
nela os elementos fundamentais da comunicaçã o.

a. Quem é o emissor?

b. E o receptor?

c. Que canal foi utilizado?


SEMANA 02

LÍNGUA E SOCIEDADE
A língua é o principal có digo desenvolvido e utilizado pelos homens em sua vida social.

O caráter social de uma língua já parece ter sido fartamente demonstrado. Entendida como um
sistema de signos convencionais que faculta aos membros de uma comunidade a
possibilidade de comunicação, acredita-se, hoje, que seu papel seja cada vez mais
importante nas relações humanas, razão pela qual seu estudo já envolve modernos
processos científicos de pesquisa. (...)

Nas grandes civilizações, a língua é o suporte de uma dinâmica social, que compreende,
não só as relações diárias entre os membros da comunidade, como também uma atividade
intelectual, que vai desde o fluxo informativo dos meios de comunicação de massa, até a
vida cultural, científica ou literária.
(PRETI, Dino. Sociolingüística: os níveis da fala. São Paulo, 1974.)

A linguagem é a capacidade de se comunicar por meio de uma língua e está na origem de


toda a atividade comunicativa do ser humano. Língua é um sistema de signos convencionais
usados pelos membros de uma comunidade.

Para entender melhor, vamos conhecer alguns conceitos bá sicos de Comunicaçã o humana
e linguagem signo, língua, fala e linguagem, um a um?

Língua

É um instrumento de comunicaçã o que representa a parte social da linguagem. É formada


por um sistema de signos convencionais e arbitrá rios. Isso quer dizer que a língua é um tipo de
có digo formado por palavras e regras por meio do qual as pessoas de uma comunidade se
comunicam e interagem entre si.

Exemplos: Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Língua Espanhola etc.

Fala
Ao contrá rio da língua, é um ato intencional, em nível individual, de vontade e de
inteligência, ou seja, é o uso individual da língua, aberto à criatividade e ao desenvolvimento
da liberdade de compreensã o e expressã o.

Exemplos: O conhecimento e a cidadania caminham de mã os dadas.


As crianças caminham de mã os dadas pelo jardim.
SAIBA MAIS...

Mensagem na garrafa

Signo é a unidade principal que constitui a linguagem humana. É


representado pela asso- ciação entre um significante e um significado,
ou seja, entre uma imagem sonora e um conceito (um dado do
conhecimento humano sobre o mundo). Signo, então, é um elemento
representativo. No caso do signo lingüístico, é a união indissolúvel de
um significante (a palavra) e um significado (o conceito). Por exemplo:

Quando você ouve a palavra “garrafa”, reco- nhece os sons que formam

essa palavra. Esses sons se identificam com a lembrança que está presente

em sua memória. Essa lembrança constitui uma imagem sonora


armazenada no seu cérebro. Isso é o significante do signo “garrafa”. Ao
ouvir essa palavra, automaticamente uma imagem se forma em seu cérebro
que a remete a um objeto mentalizado. Esse conceito, que não se refere a
um recipiente qualquer, como um pote ou um copo, é o significado do signo
garrafa, que também se encontra armazenado em seu cérebro. Diz-se que o
signo lingüístico é arbitrário porque não há uma relação lógica direta entre o
significante e o significado, pois existem diferentes significantes para “garrafa”
(como bottle, em inglês; garrafa, em português; bouteille, em francês etc.)
para o mesmo objeto “garrafa”.

Linguagem
É o que possibilita a comunicaçã o ao homem, ou seja, é a capacidade do homem de se
comunicar por meio de uma língua. Faz parte da natureza humana. Por isso, podemos dizer que
todo ser humano possui, ao nascer, uma aptidã o que permite a aquisiçã o da linguagem. No
entanto, sem que haja o convívio social, essa predisposiçã o se ATROFIA.

Exemplo:
ATROFIA
Sr. Diretor de faturamento: Do verbo atrofiar,
significa
Informo que, após a inspeção dos EPIs do setor de enfraquecimento.

tingimento, meu relatório aponta a necessidade de aquisição


de algumas peças de reposição, devido ao desgaste pelo tempo
de uso. Envio a relação em anexo.
As escolhas do emissor para produzir sua mensagem ao comunicar- se dependem das
funçõ es da linguagem, focalizando o objetivo a que ele se propõ e no ato da comunicaçã o.
Conheça as funçõ es da linguagem e pense no propó sito de cada uma delas para se estabelecer a
transmissã o da mensagem de modo correto e eficiente.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

a) Função emotiva (ou expressiva): centrada no emissor. Revela sua opiniã o, sua emoçã o. Nela,
prevalece a 1ª pessoa do singular. Sã o muito usadas as interjeiçõ es e as exclamaçõ es. É a
linguagem das biografias, memó rias, poesias líricas e cartas de amor. Esse tipo de funçã o é
também comum em propagandas que pretendem mudar o comportamento do receptor, por
meio de depoimentos.

Exemplo:
Quero que todos os dias do
ano todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.
(Carlos Drummond de Andrade)

b) Função referencial (ou denotativa): centrada no referente, isto é, quando o emissor procura
oferecer informaçõ es da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa do
singular. É a linguagem usada nas notícias de jornal e livros científicos.

Exemplo:

Bovespa opera em alta, na esteira do grau de investimento.


A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em alta
nesta sexta-feira (30). Por volta das 10h30, o Ibovespa, principal
indicador da Bolsa paulista, registrava valorização de 0,87%, para
72.420 pontos.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL584004-
9356,00- BOVESPA+OPERA+EM+ALTA+NA+ESTEIRA+DO+GRAU+DE+INVES
TIMENTO.html (acesso em 30/5/2008)
c) Função apelativa (ou conativa): centra-se no receptor. Nela o emissor procura
influenciar o comportamento do receptor, dirigindo-se diretamente a ele. Por isso, é
comum o uso de tu e você, ou do nome da pessoa, além dos vocativos e imperativos.
É usada nos discursos, sermõ es e propagandas que se dirigem diretamente ao
consumidor.

Exemplo: Faça a viagem dos seus sonhos. Voe pela Kaesq.

d) Função fática: centrada no canal. Tem como objetivo prolongar ou nã o o contato com
o receptor ou testar a eficiência do canal de comunicaçã o. É a linguagem das
conversas telefô nicas, das saudaçõ es e similares.

Exemplo:
– Alô !
– Quem fala?
– É a Carla! Eu gostaria de falar com o Joã o.
– Com o Joã o Manoel ou com o Joã o Roberto?

e) Função poética: centrada na mensagem. Revela recursos imaginativos criados pelo


emissor. Linguagem afetiva, sugestiva, conotativa. Ela é metafó rica, isto é, as palavras
sã o usadas com um sentido específico, fora do sentido comum. Sã o escolhidas e
organizadas de forma intencional. Embora, em geral, essa funçã o apareça na literatura,
na publicidade, nos provérbios, nos ditos populares e até mesmo na linguagem do dia-
a-dia.

Os provérbios sã o, em geral, frases bem organizadas, ritmadas e de fácil memorizaçã o,


constituindo bons exemplos de funçã o poética da linguagem. Veja alguns exemplos:

“Uma andorinha voando sozinha nã o faz verã o”.


“Á gua mole em pedra dura, tanto bate até que fura.”
Exemplos:
f) Função metalingüística: centrada no có digo. Usa a linguagem para falar dela mesma. É a
poesia que fala da poesia, da sua funçã o e do poeta; um texto que comenta outro texto; um
filme que discute sobre cinema. Os dicioná rios sã o boas fontes de metalinguagem.

Exemplo:

Verbete de dicioná rio:

abraçar: do Lat. Abbrachiare. v. tr., cingir com os braços; dar abraços; circundar; cercar;
abranger; conter; compreender; aceitar; admitir; adotar; consagrar-se.

Obs.: Em um mesmo texto, podem aparecer vá rias funçõ es da linguagem. O importante é


saber qual a funçã o predominante no texto, para entã o defini-lo.

ATIVIDADE 1

Complete com o conceito apropriado, de acordo com as características dadas a seguir.


a. Centrada no emissor, conta fatos e acontecimentos do ponto de vista particular, pró pria
dos textos de cará ter pessoal e intimista. A funçã o é .

b. Tem por objetivo convencer acerca do assunto em questã o. Suas principais


características sã o a clareza e a objetividade. .

c. Propicia a construçã o de textos imaginativos, estimulando a criatividade lingü ística


.

d. Procura convencer ou defender uma tese ou um ponto de vista, com destaque para os
canais utilizados .

e. Centrada na mensagem, procura dar destaque à intersubjetividade manifestada na forma


escrita .
OS NÍVEIS DA LINGUAGEM

Você saberia identificar qual é a diferença entre esses dois re- cados? Poderia responder
por que as pessoas se comunicam de maneiras tã o diferentes? Provavelmente, você também já
utilizou diferentes formas de linguagem em suas atividades cotidianas. E sabe por quê?
Isso ocorre porque, dependendo do meio em que nos encontramos, a maneira de nos
expressarmos se modifica, de- vido a vá rios fatores, tais como regiã o geográ fica, ambiente,
grupos sociais dos falantes ou época.
Em sua opiniã o, há uma língua-padrã o, uma língua considerada culta? Se sua resposta for
afirmativa, em que situaçã o você sente necessidade de utilizá -la? Na fala, no seu cotidiano ou
apenas na forma escrita?
Essas diferenças acontecem porque o conceito de língua é bas- tante amplo, englobando
todas as manifestaçõ es da fala, com suas incontá veis possibilidades. Dentro desse extenso
universo, há também
variaçõ es que nã o sã o decorrentes do uso individual da língua, mas sim de outros fatores, a
saber: geográ ficos (os falares dialetos), sociais (as gírias), profissionais (as linguagens técnicas),
situacionais etc.
Falar e escrever também implicam profundas diferenças na elaboraçã o de mensagens.
As variaçõ es chegam a tal ponto que acabaram surgindo duas modalidades distintas para o
uso da língua, cada qual com as suas especificidades: a língua falada e a língua escrita. Entã o,
você já deve ter concluído que podemos reconhecer três tipos de língua: a falada, a escrita e a
literá ria, que faz parte da língua escrita.

LÍNGUA FALADA

A língua falada é mais despojada, mais livre, intercalada com pausas e auxiliada por
entonaçõ es. A situaçã o de uso da língua falada determinará a aceitaçã o ou nã o de gírias,
abreviaçõ es ou coloquialismo.
Exs.: Aí, galera.

Alô , mamã e. Eu tô com muita dor de cabeça. O quê que eu faço?

Dr. Fernando, bom dia. Eu estou com muita dor de cabeça. O que eu faço?

LÍNGUA ESCRITA

A língua escrita é mais trabalhada. A escolha e a combinaçã o das palavras sã o mais


criteriosas. Nã o é permitida a repetiçã o de palavras. É necessá rio perseguir a clareza das idéias,
e a entonaçã o é marcada pela pontuaçã o.

Ex.:
Ao lado dos inegáveis benefícios trazidos pelo recente desenvolvimento econômico do Brasil, vêm
emergindo, em escala crescente, problemas intimamente dependentes do binômio industrialização-
urbanização, destacando-se, entre eles, a poluição ambiental e os infortúnios do trabalho,
representados, estes últimos, pelos acidentes do trabalho e pelas doenças profissionais.

A LÍNGUA LITERÁRIA

Quando o uso da língua abandona as necessidades estritamente prá ticas do cotidiano


comunicativo e passa a incorporar preocupaçõ es estéticas, surge a língua literária. Neste
caso, a escolha e a combinaçã o dos elementos lingü ísticos subordinam-se a atividades
criadoras e imaginativas. Có digo e mensagem ad- quirem uma importâ ncia elevada,
deslocando o centro de interesse para aquilo que a língua é, em detrimento daquilo para que ela
serve. Isso ocorre, por exemplo, nos seguintes versos de Fernando Pessoa:
O mito é nada que é tudo.

O mesmo sol que abre os

céus É um mito brilhante e

mudo – O corpo morto de

Deus,

Vivo e desnudo.

Dependendo da situação de uso da linguagem, ela se apresenta em diferentes


níveis.

SAIBA MAIS...

1. Formal: usada em situações que requerem o uso

mais elaborado da linguagem. Podem ser tanto situações


de fala quanto de escrita. Na oralidade, por exemplo,
em uma entrevista de emprego, você usará a
modalidade oral formal. Por outro lado, quando você
necessitar escrever uma carta, solicitando uma vaga em
determinada empresa ou um requerimento, usará a
modalidade escrita formal, a
chamada língua padrão, ou norma culta.

2. Informal: usada em situações que possibilitem o uso mais


livre da linguagem, tanto na modalidade falada como na
escrita. Quando você está num grupo de amigos, pode usar a
linguagem de uma forma mais livre, como em expressões
do tipo “tô” para dizer “estou” ou “pra” para dizer “para”.

Esse uso poderá ser transferido para a escrita quando a in-


tenção for, por exemplo, caracterizar certos contextos de
bate-papo ou familiares. Dessa forma, você estará usando a
modalidade escrita informal da língua.
ATIVIDADE 2

Atende ao Objetivo 3

Leia os enunciados com atençã o e responda: Que tipo de linguagem você usaria
em cada uma das situaçõ es? Em que nível (formal ou informal)?

a. Para comentar o ú ltimo jogo da seleção brasileira de futebol com seus amigos.

b. Para apresentar um seminá rio.

c. Para uma reuniã o de trabalho.

d. Para escrever uma circular informado as ú ltimas decisõ es do chefe para a


sua equipe de trabalho.

e. Para escrever um e-mail a um amigo marcando uma festa no fim de semana.


Agora você já sabe que os falantes que utilizam a mesma língua nã o o fazem de maneira
rigorosamente uniforme. Portanto, é importante lembrar também que fatores como a idade, o
grupo social, o sexo ou o grau de escolaridade interferem na maneira individual que o falante tem
de se expressar. Sã o as variaçõ es lingü ísticas.

Compare as duas formas lingü ísticas:

Falante 1 – Eles ficou por fora porque nã o foi nas reuniã o.

Falante 2 – Eles nã o entenderam nada porque nã o foram à s reuniõ es.

Pense: Que tipos de falantes normalmente empregariam as for- mas lingü ísticas 1 e 2?

Certamente sã o falantes de grupos sociais, econô micos e culturais diferentes.

Agora, compare as expressõ es:

Expressã o 1 – Theatro Sã o José / Empreza A. Balbino

Expressã o 2 – Teatro Sã o José / Empresa A. Balbino

Expressã o 3 – Vou deletar você da minha vida.

Pense: Por que as grafias diferentes nas expressõ es 1 e 2?


A palavra deletar sempre existiu na língua portuguesa?

Na verdade, esses exemplos representam variaçõ es da língua portuguesa ao longo da


Histó ria. A língua nã o é está tica, imutá vel. Ela se modifica com o passar do tempo e com o uso.
Muda a forma de falar, mudam as palavras, a grafia e até o significado. A palavra deletar é
originá ria do idioma inglês e foi recentemente adotada pela língua portuguesa, influenciada pela
informá tica, a partir do uso da tecla delete. Seu significado é apagar.

Compare:

1. Os mineiros dizem mandioca.

2. Os nordestinos dizem macaxeira.

3. Os cariocas dizem aipim.

A variaçã o das denominaçõ es citadas para o mesmo significado ocorre em funçã o da


variaçã o geográ fica.

ATIVIDADE 3

O texto a seguir é parte da carta de uma leitora que elogia a matéria publicada
sobre gírias numa revista. Leia o texto e, em seguida, reescreva-o, substituindo as
palavras e expressõ es da gíria por outras da norma culta.

É massa!

1. Dessa vez a revista “arrepiou”. Foi “da hora” a matéria NA PONTA DA LÍNGUA, com as
gírias “maneiras” de todos os lugares. É por isso que me “amarro” cada vez mais nesta
revista: “descolada”, divertida, diferente e “trilegal”.
2. Faça, agora, o contrá rio: reescreva as frases a seguir, escritas em norma culta, empregando
a norma popular. Você poderá usar termos e expressõ es regionais, populares, da gíria, como
quiser:

a. Fiquei muito emocionado com sua declaraçã o.

b. Esse rapaz/essa moça é lindíssimo(a).

c. Diga aos nossos companheiros que, mais tarde, os encontraremos.

d. Aquele foi um gol muito especial, feito com muita técnica.


RESUMINDO...

Comunicar-se é uma necessidade fundamental do ser humano e implica a busca de


entendimento, de compreensão. Permite entender em que medida as
características humanas dependem do convívio social.

O ato de comunicação acontece quando temos a presença de alguns componentes


essenciais, tais quais:

1. Emissor: é quem envia a mensagem. Pode ser também uma organização


informativa como rádio, TV, jornal etc.

2. Receptor: é quem recebe a mensagem. Pode ser a pessoa que lê, ouve,
ou então um pequeno grupo, um auditório ou uma multidão.

3. Mensagem: é o objeto da comunicação, ou seja, aquilo que se deseja


comunicar.

4. Canal: é o meio físico através do qual se opera a comunicação. Pode ser


visual, auditivo, tátil, olfativo ou gustativo.

5. Código: é um conjunto de sinais estruturados a partir do qual se pode efetivar


a comunicação.

6. Referente ou contexto: é o objeto ou a situação a que a mensagem se refere.


É o assunto da mensagem.

A Língua é um instrumento de comunicação que representa a parte social da


linguagem. É formada por um sistema de signos convencionais e arbitrários.
Quer dizer que língua é um tipo de código formado por palavras e regras por meio do
qual as pessoas de uma comunidade se comunicam e interagem entre si.

A Fala, ao contrário da língua, é um ato intencional, em nível individual, de vontade


e de inteligência, ou seja, é o uso individual da língua, aberto à criatividade e
ao desenvolvimento da liberdade de compreensão e expressão.

Já a linguagem é o que possibilita a comunicação ao homem, ou seja, é a capacidade


humana de se comunicar por meio de uma língua. Faz parte da natureza
humana, ou seja, podemos dizer que todo ser humano possui, ao nascer, uma
aptidão que permite a aquisição da linguagem.
• Funções da linguagem
As funções da linguagem são recursos que atuam de acordo com a intenção do
emissor da mensagem. Em um mesmo texto pode haver mais de uma função e a que
o define é a função que predominar sobre as demais. As funções de linguagem
podem ser:

Função emotiva (ou expressiva): centralizada no emissor, revelando sua opinião,


sua emoção.

Função referencial (ou denotativa): centralizada no referente, quando o emissor


procura oferecer informações da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevale-
cendo a 3ª pessoa do singular.

Função apelativa (ou conativa): centraliza-se no receptor; o emissor procura influ-


enciar o comportamento do receptor.

Função fática: centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não


o contato com o receptor, ou testar a eficiência do canal.

Função poética: centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos cri-


ados pelo emissor. Linguagem afetiva, sugestiva, conotativa. Ela é metafórica,
isto é, as palavras são usadas com um sentido específico, fora do sentido comum.
São escolhidas e organizadas de forma intencional.

Função metalingüística: centralizada no código, usando a linguagem para falar


dela mesma.

• Os níveis da linguagem

As variações da língua implicam profundas diferenças. Essa variação chegou a tal


ponto que surgiram variações para o uso da língua. Estas são:

A língua falada – é mais despojada, mais livre, intercalada com pausas e


auxiliada por entonações.

A língua escrita – é mais trabalhada. A escolha e a combinação das palavras são mais
criteriosas. Não é permitida a repetição de palavras, é necessário perseguir a clareza
das idéias e a entonação é marcada pela pontuação.

A língua literária – se dá quando o uso da língua abandona as necessidades


estritamente práticas do cotidiano comunicativo e passa a incorporar preocupações
estéticas.

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