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RESUMO

MARIA CONCEIÇÃO TAVARES

O GRANDE SALTO PARA O CAOS

**Tem como tema principal a ideia de que o grande salto para o caos foi exatamente o grande
salto para o agravamento da dívida externa e aumento significativo da dependência do Brasil
pelo capital externo.

II PND
 Pretende-se concluir o ciclo de indústria pesada, acabar de internalizar a indústria de
bens de capital e completar o porque industrial de insumos básicos e bens intermediários.

 O Estado além de fixar diretrizes de objetivos ao capital deveria vigiar para garantir um
equilíbrio entre as três partes, a estatal, o capital privado nacional e o capital internacional.

 Como a demanda estimada era enorme e o financiamento externo, abundante, não


houve um início protesto significativo do empresariado nacional contra a concorrência externa
ou do capital internacional contra a substituição de importações.

INFLAÇÃO

 O recrudescimento da inflação a partir da 2ª metade de 1973 deveu-se basicamente ao


alinhamento dos preços internos aos preços externos em alta no mercado internacional.

 A subida de preços internacionais afetou, numa 1ª etapa, os preços agrícolas internos


e, em conseqüência, acionou o mecanismo de remarcação de preços industriais e de proteção
das margens de lucro em 1974.

 A partir de 1975, os mecanismos da inflação são sobretudo financeiros. As empresas


tem de se endividar a taxa de juros crescentes para reciclar o mesmo montante de dívida
primária.

 Também os consumidores estão obrigados a um crescente endividamento para manter


o mesmo nível de consumo.

 O aumento geral do endividamento redundou num aumento de demanda por crédito


que elevou a taxa de juros.

 Permitiu o sistema financeiro fixar arbitrariamente taxa de juros.

 As taxas de juros no reduzido mercado livre doméstico foram exarcebadas para


empurrar as empresas a se endividarem mais no euromercado.

 O preço de alguns serviços e bens foram contidos em 1975/76, assim como o crédito
de longo prazo promovido pelo BNDE.

 A participação do setor público nos empréstimos externos que no início da década de


701 era inferior a ¼ (25%), já ultrapassava as ¾ (75%) em 79/80.
Prioridades – grande salto da ditadura era para o Brasil alcançar o nível de desenvolvimento
industrial igual aos países do 1º mundo.

II PND – complementar o processo do desenvolvimento brasileiro:


 Setores de bens de capital, criando auto suficiência para atender a demanda;
 Infra-estrutura como hidrelétricas, rodovias, telecomunicações;
 Setor de bens de consumo intermediários e de base, pois se não tivesse os
intermediários o Brasil precisaria importar.

O grande responsável para esse desenvolvimento era o tripé:

Capital nacional – capital estatal – capital estrangeiro


O capital nacional foi o mais fraco , sendo banalizado por eles.

O BNDE daria o suporte para os empresários desenvolver os bens de capital; a PETROQUISA –


subsidiária da Petrobrás para dar suporte ao capital nacional.

A situação na economia mundial se encontrava em situação de crise.

O capital estrangeiro foi o grande responsável pelo II PND. Os petrodólares - formula de


capitalizar seus dólares – taxas de juros baixos rejustáveis- flexíveis a cada seis meses.

De acordo com a Conceição Tavares somente a partir de 1977 começaram a indagar essas
políticas por alguns autores, pois:

1º - não havia garantias de reserva de mercado para produção nacional;


2º - o nível de endividamento bastante acentuado.

Houve uma elevação da inflação principalmente a partir de 73, pois os fatores propiciaram
isso:
1 – devido a economia brasileira ser ligada à economia internacional, ao aumentar La fora os
preços, aumenta no Brasil também. Os empresários para manter o lucro, aumenta o preço dos
produtos industrializados, defendendo o nível de rentabilidade, e reduzindo o consumo real da
classe trabalhadora.

2- O preço do barril do petróleo aumentando, leva ao aumento da matéria-prima devido o


aumento da taxa de juros que eleva o custo de produção, repassando para o preço final dos
produtos ao consumidor.

Há também um processo de endividamento das famílias. Sob a alegação da escassez de


recursos aumenta-se a taxa de juros.

O aumento da taxa de juros domestica não era para conter a demanda. O governo queria na
verdade, era deixar um diferencial de taxa de juros interna em relação ao mercado e taxa de
juros internacional, para incentivar as empresas a tomar empréstimos no mercado
internacional. Desta forma, ela restringiu o mercado domestico, propositalmente, para
capitanear recursos lá fora.

O BNDE deixou de financiar internamente as empresas privadas e empresas estatais, de modo


que as mesmas tinham que capitanear recursos no mercado interno.
Ocorre aumento da dívida interna de ¼ (25%). De 25% sobe para 75% no final da década de
79/80. O endividamento externo aumenta de forma muito elevada e significativa.

 A política econômica procurou conciliar os objetivos de implementar um novo padrão


de expansão, explicitado no II PND, e, ao mesmo tempo, conter a aceleração inflacionária e
eliminar o déficit da balança de Pagamentos.

 O período foi marcado pela contradição entre a política expansionista de gasto e


investimento público e a política de crédito.

 Na tentativa de minimizar esses problemas, a política econômica foi levada a criar o


mecanismo da “CIRANDA FINANCEIRA” a partir da taxa de desconto da LTNs (Letras do
Tesouro Nacional).

 Dificuldade das empresas estatais de se auto-financiarem.

 Aumento da dívida externa no setor público.

Em 73/74 já havia processo inflacionário.

O II PND – está embutida na ambigüidade. Política de crédito contracionista(para resolver o


problema do déficit na balança comercial e a inflação), política expansionista de gasto e
investimento público. No II PND o carro Chefe foi a empresa estatal.

O governo implementa uma ciranda financeira a partir das letras do tesouro nacional,
garantindo reservas.
No primeiro momento a empresa estatal seria pelo BNDE, mas o governo não liberou crédito
pelas empresas públicas e privadas, de forma que as mesmas teriam que capitanear recursos
estrangeiros para levar o II PND adiante, com taxa de juros baixa.

As estatais trazem recursos estrangeiros, o governo aplica uma parte desses recursos para
aumentar a reserva internacional e elevar o II PND, e a outra parte aplica na economia interna.
As empresas estatais são proibidas de aumentar o preço dos bens e serviços. À medida que o
governo aumenta seu endividamento externo, aumenta também a taxa de juros.

As letras do tesouro tem uma boa rentabilidade, atraindo os investimentos.

O endividamento do setor público é bastante significativo, mas há um crescimento médio,


embora menor que o I PND, mas é significativo PIB 6,3% entre 74 e 79.

 Os setores de bens de consumo durável e não durável haviam sofrido acentuada


queda.

 As empresas multinacionais, principais responsáveis pelo investimento privado


“milagre” diminuiriam seus investimentos no II PND.
 Com a desaceleração do consumo e a subida das taxas de juros interna, abriu-se a
margem de sua capacidade ociosa e elas desacelerassem e fortemente seus investimentos na
indústria.

 As multinacionais fugiram para as zonas mais rentáveis do investimento especulativo


no mercado financeiro ou no mercado de terras, na agroindústria ou na mineração.

A taxa de juros alta para conter a inflação, acabava não contendo a inflação, pois as empresas
repassavam o aumento para o preço final do produto.

Nas empresas multinacionais se endividaram no mercado externo,, responsáveis pelo milagre.

As empresas estrangeiras começam a investir em terras e agroindústria, voltando-se a


rediscutir a vocação do Brasil, que segundo alguns autores era na agricultura.

A taxa de juros da dívida externa aumenta no inicio da década de 80. Tem duas opções:
declarar a moratória ou pagar a divida. O Brasil decide pelo pagamento, e para isso tem que
ter superávit comercial.

O Brasil retoma as relações com o FMI, e insere políticas econômicas protecionistas, as


empresas privadas reduz as exportações, diminuindo o investimento na indústria.

2º DELFIM NETO NO 1º AJUSTE

 Anunciou um novo pacote econômico que não diferia qualquer programa ortodoxo:
- restrição monetária e de crédito
- aumento de juros
- reforço da capacidade fiscal do governo
- liberação dos preços
- corte nos gastos públicos
- alteração da lei salarial
- retomada de incentivo às exportações

 Defim Neto saiu em campo no mundo industrializado como um caixeiro viajante em


busca de crédito.

 A inflação existia num patamar de três dígitos.

 Queda do PIB em 3,5%

(Resolução 432 do conselho Monetário nacional )

Empresas estatais foram as que mais capitanearam recursos externos, por uma política
deliberada pelo governo.
No II PND empresas privadas se desestimularam e foram atuar no setor financeiro devido as
letras do tesouro, que oferecia altas taxas de juros, e também no agronegócio. Resgatando a
questão da vocação do Brasil (Simonsen).
A Resolução 432 do Conselho Monetário Nacional pregava que qualquer empresa nacional
endividada em moeda estrangeira poderia depositar parte ou totalidade da sua divida em
cruzeiros no BACEN, e o mesmo assumiria a dívida, pagando em dólar.

Durante o governo de Geisel, a divida que era de 3,8 bilhões passou para 82,8 bilhões de
dólares.

No final da década de 70 e início de 80, Ronald Reigan assume o comando dos EUA, Paul Vock
aumenta a taxa de juros. A grande sacada dele é canalizar todo o dinheiro para os EUA, por
conta da taxa de juros, se tornando novamente o centro financeiro mundial, pois capitaneia
grandes quantias de dinheiro.

Os EUA passa a ter um déficit significativo, financiada pelos outros países, ocorre uma
sobrevalorização da moeda, tendo um déficit comercial. Há também o déficit fiscal, devido ao
investimento em armas, déficit tributário. Os EUA abaixa os tributos para os ricos
potencializando o crescimento na sua economia. Promoção do endividamento dos
trabalhadores, através do credito e os trabalhadores, gerando lucro econômico.

Os EUA ao fazer isso fica dois anos em recessão, e também outros países, e depois se
recupera.
Essas medidas dos EUA colocou em risco os países latinos, que não conseguem se auto
financiar.
O II PND aumentou significativamente o Brasil, sendo estabilizada, seja pela resolução 432 , e
pelas letras do tesouro nacional.

Delfim Neto desvaloriza a moeda em 30% usando medidas ortodoxas. Capitaneia recursos via
governos externos para equipamentos industriais, compra de máquinas financiados, e pega
parte do dinheiro para fechar a balança comercial.

Algumas medidas foram adotas


- Restrição monetária e de crédito par tentar conter a inflação;
- aumento da taxa de juros, para reduzir o consumo;
- reforço na capacidade fiscal, arrecadando mais e gastando menos para fechar as contas.
- liberação dos preços – mercadorias mais baratas para exportação;
- retomada de incentivo as exportações para obter superávit.

A política econômica se alterou devido a uma mudança internacional. Os EUA como centro
financeiro mundial, que para ter um déficit, era necessário o mundo ter um superávit.

A política do Brasil era a de conter a inflação e pagar a dívida externa. A inflação no Brasil se
torna inercial, sempre a inflação é levada ao futuro e projetada na inflação passada,
naturalmente.

 Moratória Mexicana – depois haverá um sistema internacional de empréstimos


privados tal como o que se desenvolverá dos anos 60 até a década de 70.

 O governo pode gerar os cruzeiros dos encargos de forma autônoma, por meios fiscais
ou por emissão monetária, mas os dólares correspondentes só podem ser gerados com
superávit comercial, se afastado o endividamento.

 Em 1983, só com a conta com juros da dívida externa ultrapassava os US$12 bilhões.
 US$ 5,5 bilhões era o quando o FMI poderia liberar para o Brasil em 3 anos.

 O Brasil negocia Cartas-compromissos com o FMI.


 Cada um desses programas implicava em:
- aumento dos impostos regressivos
- redução salarial
- queda da atividade econômica
- aumento do desemprego
- expansão da marginalidade

O México decreta moratória em setembro de 1982 porque houve alteração na economia


internacional, um aumento sobremaneira da taxa de juros.

Houve uma fuga dos bancos para a Europa , fugindo da sede e do controle sistemático dos
EUA.A partir da década de 60 esses bancos se instalaram na Europa e vão enfiar dinheiro
goela abaixo para os países do 3º mundo.

Isso redundou num super endividamento nos países da America Latina. Os EUA aumenta a taxa
de juros, o México ao decretar a moratória, espanta os bancos europeus que deixa de financiar
os países da America Latina e passam a aplicar nos EUA.

Delfim Neto, como ministro conseguiu honrar os compromissos.

Em 1958 no governo de JK - no Plano de Metas o FMI disse que o Brasil gastaria muito para
construir Brasília, o que agrava a inflação,o governo deveria conter os gastos e parar a
construção.

O fato de JK ter rompido com o FMI não significa nacionalismo, simplesmente porque não
queria adotar as políticas impostas pelo FMI.

Em 1983 o governo de Figueiredo na figura do ministro Delfim Neto vai reatar as relações
com o FMI e a política econômica passa a ser regida pelo próprio FMI para tentar uma
rolagem da dívida brasileira através dos bancos.

Cartas Compromissos – esboços do que o Brasil deveria fazer, auditada pelo FMI e Banco
Mundial, para ver se o Brasil tinha cumprido as cartas compromissos objetivando conter a
inflação e gerar o superávit para pagar a dívida externa.

O Brasil aplica a teoria keynesiana ás avessas. Aplica uma política anti keynesiana. Amento de
impostos regressivos, ocorre até os dias de hoje. Quem paga são os que ganham menos.

O aumento do desemprego é lógico. Para se ter um saldo na balança comercial os brasileiros


tem que comer menos para sobrar para a exportação.

O pensamento é tentar pagar a dívida externa e para isso, precisa criar mecanismos para
honrar o compromisso, e pagar os 12 bilhões.
Na década de 80 a política econômica sofre uma reversão econômica.
 A vitória de Reagan e a execução de sua doutrina de retomada da expansão ou do
poderio militar dos EUA através de um déficit fiscal crescente, provocado por corte de
impostos e aumentos contínuos dos gastos militares resultaram numa pressão imperial sobre
o resto do mundo.

 Em maio de 1985, a dívida pública dos EUA era de 1,6 trilhões de dólares.

 Os EUA passariam de superavitários a deficitários na Balança Comercial.

 Só a América Latina deu uma contribuição da ordem de U$$ 100 bilhões, entre 1984.

EUA – diminuição dos impostos da classe dos mais ricos aumentando o gasto a dívida pública
aumenta investimento em armas bélico militar. Eles retomam sobremaneira, por causa da
soberania do crescimento. Possui armas com poder de destruição.

Voltam a investir na indústria bélica , financiado por todos os países do mundo por meio da
compra de títulos públicos dos EUA recuperando assim, sua hegemonia, tornando se o mais
poderoso do mundo.

América terrorista – situação constante em alerta para investir mais na indústria bélica.

Só a
América Latina enviou 100 bilhões de pagamento da dívida externa.

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