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O psiquiatra Sigmund Freud defendia que todo indivíduo é movido pela busca da felicidade,

mas essa busca seria uma coisa utópica, uma vez que para ela existir, não poderia depender do
mundo real, onde a pessoa pode ter experiências como o fracasso, portanto, o máximo que o
ser humano poderia conseguir, seria uma felicidade parcial.

Felicidade na Filosofia

Diversos filósofos estudaram e analisaram a felicidade. Para o grego Aristóteles, a felicidade


diz respeito ao equilíbrio e harmonia praticando o bem; para o também grego, Epicuro, a
felicidade ocorre através da satisfação dos desejos; Pirro de Élis também acreditava que a
felicidade acontecia através da tranquilidade. Para o filósofo indiano Mahavira, a não violência
era um importante aliado para atingir a felicidade plena.

Os filósofos chineses também pesquisaram sobre a felicidade. Para Lao Tsé, a felicidade
poderia ser atingida tendo como modelo a natureza. Já Confúcio acreditava na felicidade
devido à harmonia entre as pessoas.

Felicidade no Budismo

A doutrina religiosa budista também analisou a felicidade, que tornou-se um dos seus temas
centrais. O budismo acredita que a felicidade ocorre através da liberação do sofrimento e pela
superação do desejo, através do treinamento mental.

Felicidade: uma palavra tão antiga e, ao mesmo tempo, tão contemporânea. Mais do que
nunca, estamos buscando felicidade.

A felicidade é um tema central de reflexão desde a antiguidade. Filósofos do período helênico


construíram amplas concepções sobre o que torna a vida boa de ser vivida. Estes pensamentos
foram a base para a pesquisa psicológica sobre a felicidade e o bem-estar nos anos 50 e 60 do
séc. XX. A partir de modelos que destacam a felicidade enquanto prazer e virtude, o fenômeno
pode ser medido e investigado em termos do seu impacto na qualidade de vida e seus
principais preditores. A felicidade, enquanto fenômeno complexo, está constantemente sendo
considerada, desde projetos individuais de vida até o planejamento de organizações e Estados.

Há exatamente 10 anos, eu estive envolvida em uma pesquisa chamada “Happiness”, ou seja,


“Felicidade”. Esta era uma pesquisa que decorria de uma pesquisa inicial chamada “DNA
Brasil” que realizamos e cujo o resultado foi o livro “DNA Brasil – Tendências e Conceitos e
Emergentes para as Cinco Regiões Brasileiras”, o qual eu fui a organizadora. Realizada nas 5
regiões do país, onde cada participante recebia um “moleskine” e uma máquina fotográfica
descartável, a pesquisa “Happiness” tinha como objetivo entender o que era felicidade para os
brasileiros. Durante 7 dias ininterruptos, cada participante precisava fazer um registro escrito
e fotográfico de pelo menos 3 momentos de bem-estar vivenciados no dia. De uma maneira
geral, os momentos relacionados à felicidade eram sempre situações ordinárias e nada de
extraordinário. Normalmente eram situações simples do nosso dia-a-dia.

Hoje me deparo, novamente, com este tema em minha vida. Não pelo fato de muitos estarem
falando sobre a tal felicidade, mas porque, no curso de pós-graduação em Psicologia Positiva
que estou cursando, estamos estudando a Ciência da Felicidade.

Tal Ben-Sharar, professor israelense conhecido por ministrar o curso mais popular e concorrido
da história de Harvard sobre “Psicologia Positiva”, e o terceiro curso mais popular da
instituição, chamado de “A Psicologia da Liderança” – em que fala sobre a Ciência da Felicidade
–, diz que o caminho que o fez estudar a felicidade foi justamente a sua infelicidade.

Por que será que este assunto tem atraído o interesse de tantas pessoas? Por que vemos
tantas pessoas tão infelizes? Vivemos em uma sociedade que nos impõe que sejamos felizes.
Que precisamos ir atrás dos nossos propósitos e, erroneamente, muitas pessoas traçam como
meta de vida serem felizes. Segundo Ben-Sharar:

A chave não é encontrar a felicidade, a chave é aumentar os níveis de felicidade. A felicidade


não é um ponto final que alcançamos, mas um caminho que percorremos. É possível que a
maioria das pessoas, na maioria das vezes, aumente os níveis de felicidade, mesmo que seja
um pouco. E esse é o objetivo final da ciência da felicidade.”

Ser feliz não significa sentir prazer o tempo todo. Esta expectativa é errônea e altamente
frustrante. Felicidade é viver e desfrutar o momento presente, como também fazer algo com
um objetivo futuro, algo que faça sentido a longo prazo.

O psiquiatra australiano W. Béran Wolfe , em 1932, resumiu o que para ele seria felicidade:
“Se você observar um homem realmente feliz, ele o encontrará construindo um barco,
escrevendo uma sinfonia, educando seu filho, cultivando dálias duplas em seu jardim ou
procurando ovos de dinossauro no deserto de Gobi”.

É preciso ter um projeto, seja ele qual for. Objetivos dão sentido à vida, pois o caminho até
atingí-los estará repleto de momentos felizes que cada um poderá experimentar. Ter um
propósito, algo que dê sentido à sua vida, te trará felicidade porque, como falei anteriormente,
a felicidade não é o objetivo a ser atingido. A felicidade está no caminho a ser percorrido.

Ser feliz significa dar espaço às emoções, sejam elas positivas ou negativas. Sentir medo,
angústia, tristeza e ansiedade é natural e humano. Não podemos alimentar esta cultura
exacerbada em que precisamos estar bem o tempo todo. Isso não é real, só gera mais
frustração. A felicidade está relacionada ao “ser” (nosso interior) e não ao “ter” ( mundo
exterior). Na pesquisa “Happiness” que desenvolvemos em todo o país, este resultado ficou
absolutamente evidente.

Já ouvimos aquela famosa frase: “Dinheiro não traz felicidade”. E por mais que pareça meio
Poliana, é a mais pura verdade. As pessoas mais felizes não são aquelas que tem mais dinheiro,
que possuem uma bolsa de marca ou que fez a viagem para a paradisíaca Ilhas Maldivas. O que
faz uma pessoa ser feliz está relacionado ao seu comportamento, como vivem cada momento
de suas vidas. São pessoas que valorizam os pequenos prazeres, pois eles estão acessíveis a
todo o momento, está no ordinário, nos pequenos prazeres da vida.

Felicidade é continuar desejando aquilo que já se possui. “ Santo Agostinho

Mas acredito que para sermos mais felizes é preciso aceitar a infelicidade. Sem esta aceitação
não existe felicidade.

Felicidade pode ser definido por um momento em que há a percepção de um conjunto de


sentimentos prazerosos. A felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio
físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude são transformados em emoções ou
sentimentos que vão desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem,
ainda, o significado de bem-estar espiritual ou paz interior. Existem diferentes abordagens ao
estudo da felicidade - pela filosofia, pelas religiões ou pela psicologia. O ser humano sempre
procurou a felicidade. Filósofos e religiosos sempre se dedicaram a definir sua natureza e que
tipo de comportamento ou estilo de vida levaria à felicidade plena.

A felicidade é o que os antigos gregos chamavam de eudaimonia, um termo ainda usado em


ética. Para as emoções associadas à felicidade, os filósofos preferem utilizar a palavra prazer. É
difícil definir, rigorosamente, a felicidade e sua medida. Investigadores em psicologia
desenvolveram diferentes métodos e instrumentos, a exemplo do Questionário da Felicidade
de Oxford,[1] para medir o nível de felicidade de um indivíduo. Esses métodos levam em conta
fatores físicos e psicológicos, tais como envolvimento religioso ou político, estado civil,
paternidade, idade, renda etc.

Índice

1 Evolução histórica das reflexões sobre a felicidade

2 Veja também

3 Referências

4 Ligações externas
Evolução histórica das reflexões sobre a felicidade

Zoroastro, profeta iraniano que teria nascido entre os séculos XVII e XIV a.C., criou uma
doutrina religiosa, o zoroastrismo, que se baseava numa luta permanente entre o bem e o mal.
Quando Zoroastro perguntou, à divindade do bem, Aúra-Masda, sobre o que seria felicidade
na terra, a resposta teria sido: "Um lugar ao abrigo do fogo e dos animais ferozes; mulher;
filhos; e rebanhos de gado".[2]

Por volta do século 6 a.C., na China, dois filósofos apontaram dois caminhos para se atingir a
felicidade: Lao Tsé defendeu que a harmonia na vida podia ser alcançada através da união com
o tao, ou seja, com as forças da natureza.[3] Já Confúcio enfatizou o dever, a cortesia, a
sabedoria e a generosidade como elementos que permitiriam uma existência feliz.[4]

O dalai lama Tenzin Gyatso defende a autorreflexão e a serenidade como caminhos para se
atingir a felicidade

A felicidade é um tema central do budismo, doutrina religiosa criada na Índia por Sidarta
Gautama por volta do século VI a.C. Para o budismo, a felicidade é a liberação do sofrimento,
liberação esta obtida através do Nobre Caminho Óctuplo. Segundo o ensinamento budista, a
suprema felicidade só é obtida pela superação do desejo em todas as suas formas. Um dos
grandes mestres contemporâneos do budismo, o dalai lama Tenzin Gyatso, diz que a felicidade
é uma questão primordialmente mental, no sentido de ser necessário, primeiramente, se
identificar os fatores que causam a nossa infelicidade e os fatores que causam a nossa
felicidade. Uma vez identificados esses fatores, bastaria extinguir os primeiros e estimular os
segundos, para se atingir a felicidade.[5] O dalai lama ainda enfatiza a importância da
disposição mental para se atingir a felicidade: sem uma disposição mental adequada, de nada
adianta a posse de fatores externos, como riqueza, amigos etc. E a disposição mental
adequada para a felicidade baseia-se sobretudo na serenidade.[6]

Mahavira, um filósofo indiano contemporâneo de Sidarta Gautama, enfatizou a importância da


não violência como meio de se atingir a felicidade plena. Sua doutrina perdurou sob o nome
de jainismo.[7]

Para o filósofo grego Aristóteles, que viveu no século IV a.C., a felicidade é uma atividade de
acordo com o que há de melhor no homem. O homem, diferente de todos os outros seres
vivos, é dotado de linguagem (logos), e a atividade que há de melhor no homem deve ser
realizada de acordo com a virtude, então, aquele que organizar os seus desejos de acordo com
um princípio racional terá uma ação virtuosa e a vida de acordo com a virtude será
considerada uma vida feliz. Assim, a felicidade, para o filósofo grego, é uma atividade da alma
de acordo com um princípio racional, isto é, uma atividade de acordo com a virtude. Por isso,
ela está ligada à ideia de satisfação. Com isso, vemos que a concepção aristotélica de felicidade
diverge em muito da concepção contemporânea, por exemplo, que considera a felicidade
como a paz de espírito ou um estado durável de emoções positivas. Para Aristóteles, um
homem feliz é um homem virtuoso. Nesse sentido, muitas vezes se sugere que o termo
eudaimonia não seja traduzido, destacando a diferença do que concebemos atualmente como
felicidade. A palavra eudaimonia é composta por "eu" ('bom') e "daimōn" ("espírito"). Trata-se
de um dos conceitos centrais na ética e na filosofia política de Aristóteles.[8]

Epicuro, filósofo grego que viveu nos séculos IV e III a.C., defendia que a melhor maneira de
alcançar a felicidade é através da satisfação dos desejos de uma forma equilibrada, que não
perturbe a tranquilidade do indivíduo.[9]

Pirro de Élis, filósofo grego contemporâneo de Epicuro, também advogava que a felicidade
residia na tranquilidade, porém divergia quanto à forma de se alcançar a tranquilidade.
Segundo Pirro, a tranquilidade viria do reconhecimento da impossibilidade de se fazer um
julgamento válido sobre a realidade do mundo. Tal reconhecimento livraria a mente das
inquietações e geraria tranquilidade. Este tipo de pensamento é, historicamente, relacionado à
escola filosófica do ceticismo.[10]

Outra escola filosófica grega da época, o estoicismo, também defendia a tranquilidade


(ataraxia) como o meio de se alcançar a felicidade. Segundo essa escola, a tranquilidade
poderia ser atingida através do autocontrole e da aceitação do destino.[11]

Para Aristóteles, a felicidade pode ser atingida pela prática do bem

Jesus Cristo defendeu o amor como o elemento fundamental para se atingir a harmonia em
todos os níveis, inclusive no nível da felicidade individual. Sua doutrina ficou conhecida como
cristianismo.

Maomé, no século VII, na Península Arábica, enfatizou a caridade e a esperança numa vida
após a morte como elementos fundamentais para uma felicidade duradoura, eterna.[12]

O cristianismo, após a morte de Jesus, aprimorou-se institucionalmente e dividiu-se em vários


ramos. Um deles, o catolicismo, produziu muitos filósofos famosos, como Tomás de Aquino,
que, no século XIII, descreveu a felicidade como sendo a visão beatífica, a visão da essência de
Deus.

O filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau defendeu que o ser humano era, originalmente, feliz,
mas que o advento da civilização havia destruído esse estado original de harmonia. Para se
recuperar a felicidade original, a educação do ser humano deveria objetivar o retorno deste à
sua simplicidade original.[13]
Na Inglaterra dos séculos XVIII e XIX, os filósofos Jeremy Bentham e John Stuart Mill criaram o
utilitarismo, doutrina que dizia que a felicidade era o que movia os seres humanos. Segundo o
utilitarismo, os governos nacionais têm, como função básica, maximizar a felicidade coletiva e
bem estar.[14]

O positivismo do filósofo francês Auguste Comte (1798-1857) enfatizou a ciência e a razão


como elementos que deveriam nortear o ser humano na busca da felicidade. Esta felicidade
seria baseada no altruísmo e na solidariedade entre todo o gênero humano, formando a
chamada "religião da humanidade".

O filósofo alemão Karl Marx (1818-1883) defendeu o estabelecimento de uma sociedade


igualitária, sem classes, como elemento fundamental para se atingir a felicidade humana.

O psiquiatra Sigmund Freud (1856-1939), o criador da psicanálise, defendia que todo ser
humano é movido pela busca da felicidade, através do que ele denominou princípio do prazer.
Porém essa busca seria fadada ao fracasso, devido à impossibilidade de o mundo real
satisfazer a todos os nossos desejos. A isto, deu o nome de "princípio da realidade". Segundo
Freud, o máximo a que poderíamos aspirar seria uma felicidade parcial.

A psicologia positiva - que dá maior ênfase ao estudo da sanidade mental e não às patologias -
relaciona a felicidade com emoções e atividades positivas.[15] Segundo essa percepção, o
homem estaria responsável pela própria felicidade, sem depender dos outros ou de um deus.
Assim, o indivíduo deve se condicionar psicologicamente, a partir de atitudes como ser
positivo, ser grato, fazer o bem. Dessa forma, o ato de fingir ser feliz seria uma maneira de se
condicionar a estar feliz.[16]

A economia do bem-estar defende que o nível público de felicidade deve ser usado como
suplemento dos indicadores económicos mais tradicionais, como o produto interno bruto, a
inflação etc.

Estudos científicos iniciados em 1970 por David T. Lykken, geneticista e professor de Psicologia
da Universidade de Minnesota, indicam que a felicidade também depende de fatores
hereditários. O autor e outros pesquisadores afirmam que, quanto ao bem-estar subjetivo,
dependemos em parte da “grande loteria genética que ocorre no momento da concepção” –
daí resultaria o fato de as pessoas serem predominantemente otimistas ou pessimistas.[17]
Outros estudos científicos recentes têm procurado achar padrões de comportamento e
pensamento nas pessoas que se consideram felizes. Alguns padrões encontrados são:

capacidade de adaptação a novas situações

buscar objetivos de acordo com suas características pessoais

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