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Introdução
Sistemas de Produção.
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Elizangela Inácio é Administradora Habilitada em Comércio Exterior (2010/01), com
Especialização em Recursos Humanos e Incoterms.
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Artigo apresentado à Disciplina Planejamento e Projetos Logísticos do Curso de Pós
Graduação em Gestão de Processos Industriais e Logística da UNICAT.
sobre o tema ainda nos dias atuais ocorrem muitos erros quando as empresas pretendem
aplicar estes conceitos à sua realidade.
Isso ocorre por que as organizações possuem uma visão parcial dos conceitos deste
Sistema e utilizam de forma imprópria as suas ferramentas aumentando o desperdício e
reduzindo a eficiência de seu sistema produtivo. Os grandes gurus e estudiosos dos
Sistemas Logísticos sempre observam que a implantação de um sistema logístico deve
ressaltar a realidade de cada empresa e os seus objetivos, e que deve existir um
alinhamento das necessidades empresariais ao projeto que está sendo desenvolvido. A
implantação de inovações logísticas deve ser gradual e buscar a integração de todas as
partes envolvidas aos objetivos da empresa, o que só é possível se os gestores tiverem
comprometido a promover e transmitir os valores da empresa e seus objetivos de longo
prazo com honestidade e objetividade.
É fundamental que o desenvolvimento de Sistemas Logísticos busque a melhoria
dos processos e principalmente visem a atender as necessidades reais da empresa e que não
seja um meio de promover demissões de funcionários, uma vez que isso foge aos
pressupostos originais deste Sistema.
O Sistema TPS foi desenvolvido para fornecer as ferramentas e soluções ideais que
possibilite as pessoas melhorarem seu desempenho, reduzindo a fadiga ocupacional através
da promoção da dependência nas pessoas. Deve se pensar a instalação de Sistemas
Logísticos como um meio de promover mudanças culturais, pois o TPS é uma cultura e
não simples ferramentas para a melhoria de processos. As pessoas são valorizadas no
Sistema TPS por que são fundamentais na busca de soluções e na ampliação do
desempenho do Sistema como um todo.
Segundo Kaplan & Norton (1997, p. 6) essa valorização dos operários dentro do
TPS ocorre por que:
“As máquinas são projetadas para operar automaticamente. A função das pessoas é pensar,
solucionar problemas, garantir a qualidade, e não olhar as peças passando. Aqui, as pessoas
são vistas como solucionadoras de problemas, não como custos variáveis.”
O que torna o TPS aplicável a qualquer empresa são os seus princípios básicos de
Just-in-time e autonomação (automação inteligente), onde se busca suprir as necessidades
de produção através da entrega em tempo hábil e ampliar a capacidade produtiva com a
implantação de ferramentas que a aperfeiçoe o processo produtivo e da ampliação da
autonomia do operador em paralisar a linha de produção para reparar anormalidades que
venham a acorrer.
Just-In-Time
O conceito “Casa” TPS foi a forma didática encontrada pelos fundadores do TPS
para explicar aos seus colaboradores a evolução do Sistema Toyota de Produção, visando
tornar a eliminação de desperdícios uma cultura dentro da empresa. A estrutura na forma
de casa foi utilizada porque esta figura representa uma estrutura familiar e sua estabilidade.
Essa estrutura é formada pela fundação, pilares esquerdo e direito, e telhado onde:
Base ou Fundação: Heijunka (Nivelamento) Estabiliza a variabilidade da
programação de produção, reduz o lead-time total, coordena as vendas, a programação e as
necessidades dos clientes. Em outras palavras a base é a padronização das operações e a
busca constante por melhorias.
Pilar Esquerdo: Just-In-Time (Takt-Flow-Pull) – Elimina os 7 Tipos de
Desperdícios da Produção, cria um fluxo otimizado do produto e da informação, minimiza
o inventário e a área ocupada.
Pilar Direito: Jidoka (Autonomação) – Integra a qualidade ao processo, separa o
homem & máquina usando a automação inteligente. Programa automações de baixo-custo,
sistemas à prova de erros, upgrade dos equipamentos e melhora a confiabilidade.
Telhado: TPS Operação por excelência – Valores entregues aos Stakeholders a
partir do trabalho desenvolvido sob a visão de eliminação de desperdícios em todas as
etapas produtivas. O telhado é a entrega no menor Lead Timer, custo mais baixo, e
qualidade elevada.
Figura I – Casa Toyota Production System
A casa TPS é a conseqüência de uma serie de ações que visa entregar ao cliente
valor. Para tanto ela é baseada em operações padronizadas e em constante
aperfeiçoamento, que busca a produção Just-In-Time para evitar desperdícios e dá
autonomia ao operador para encontrar a causa dos problemas e buscar soluções.
O termo Lean Thinking foi criado por James Womack e Daniel Jones, para
descrever a filosofia de discernimento de quais atividades básica do sistema produtivo
agregavam valor ao produto do ponto de vista do consumidor e quais eram desperdiço.
Como este sistema possui suas bases no Sistema Toyota de Produção ele assim
como seu predecessor esta baseado no sistema de produção por demanda onde o objetivo é
manter um fluxo continuo de processos de forma a reduzir os seus custos e capacitar as
empresas a serem capazes de entregar a seus clientes os produtos certos na quantidade
necessária e no preço que seus clientes estão dispostos a pagar, possibilitando à empresa
maior rentabilidade financeira.
O Lean Thinking possui cinco princípios fundamentais que justificam sua
aplicabilidade e viabilidade:
Especificação do que é valor: é a primeira e mais crucial etapa na aplicação do
Pensamento Enxuto na gestão de uma empresa. Valor é a percepção que os clientes
possuem dos produtos entregues pela empresa, possui variação de empresa para empresa e
está diretamente relacionado a cultura. Não existe uma única forma de valor e entender que
a sua percepção está relacionada aquilo que o cliente recebe e não ao que a empresa
pretende entregar faz a diferença nesta etapa de definir o que é valor. Contudo atualmente e
ainda mais no futuro devido as tendências de preservação ambiental e valorização humana
valor está se transformando na forma como a empresa gere todos os seus recursos e não
apenas na qualidade de seus produtos entregues. Definir o que é valor tornou-se crucial
atualmente porque os recursos estão se tornando cada vez mais escassos exigindo uma
gestão econômica destes de forma a atender corretamente os clientes sem, contudo
desperdiçar recursos escassos e preciosos. Valor é atender as necessidades de redução de
custos da empresa atendendo satisfatoriamente seus clientes.
Mapear o fluxo de valor (Value Stream): é importante no Pensamento Enxuto, pois
permite mapear as atividades da empresa e definir quais etapas são cruciais a entrega de
valor para o cliente e quais são ambíguas ou desnecessárias reduzindo assim os
desperdícios. Porem é muito importante ressaltar que a manutenção de um Value Stream
eficiente e eficaz só é possível se existir integração de todos os envolvidos nos processos
produtivos da empresa deste o fornecedor até o distribuidor final. O Value Stream é
mutável e necessita ser revisto periodicamente, pois a empresa não é um ambiente isolado,
e está constantemente sofrendo influencia do ambiente externo que modifica suas
necessidades.
Fluxo: depois de mapear o fluxo de processos eliminando os desperdícios nas
etapas produtivas, o próximo passo é garantir que os processos fluam o que exige uma
reorganização da cultura empresarial, onde as atividades são divididas por departamentos e
cada um se ocupa da execução de uma etapa do processo buscando o maior e melhor
desempenho de todo o processo como um todo. Para que essa etapa seja um diferencial
competitivo da empresa na busca da redução dos desperdícios o comprometimento da
equipe deve estar voltado em garantir qualidade em cada etapa do processo e
principalmente que todas essas etapas possuam um fluxo constante que garanta
produtividade e eficiência ao processo.
Sistema de produção puxado (Pull System): no Lean Thinking a produção é puxada
e seu maior objetivo é evitar que haja desperdícios pelo excesso de produção, contudo
existem outros benefícios neste modelo de produção e um deles é a redução dos prazos de
produção dos lotes requeridos pelos consumidores, visto que quanto mais rápido é o fluxo
devida a produção sequenciada, mais eficiente é o sistema produtivo o que possibilita
trabalhar com uma entrega e produção Just-In-Time. Ressalta-se ainda que este sistema de
produção puxada aplica-se em uma empresa que adota o Lean Thinking em todas as etapas
do processo produtivo envolvendo os clientes externos e internos.
Perfeição: todos os esforços do Sistema Lean Thinking buscam desenvolver um
sistema produtivo eficiente que possibilite a busca constante da perfeição produtiva, toda
via esses esforços só alcança os resultados esperados se existir uma rede de comunicação
transparente da empresa com todos os seus Stakeholders, e uma equipe bem orientada que
seja capaz de compreender essa nova cultura organizacional e adotá-la como bússola das
atividades desenvolvidas pela empresa.
Lean Thinking, portanto é mais que uma ferramenta de gestão é uma estratégia de
negocio que busca descrever uma formula de sucesso empresarial, este sistema visa
apresentar uma nova forma de gestão onde a qualidade deve estar diretamente relacionada
a redução constante de desperdícios e a uma rede de comunicação transparente que visa
imprimir em toda a cadeia de suprimentos da empresa uma cultura de economia e a busca
constante pela perfeição nos processos produtivos para entregar mais valor ao cliente ou
consumidor.
As ferramentas Lean visão eliminar os desperdícios e melhorar a qualidade da
produção. Entre elas destacam se o Kaizen, o Kanban, e o Poka-Yoke, que servem como
instrumentos de inspeção contínua, controle de produção puxada e fabricação acima de
falha respectivamente.
CASE
A estrapolação de conceitos e ferramentas do setor de manufatura para outros como
o setor de construção civil é uma novidade ainda pouco explorada, mas que já apresenta
resultados satisfatórios. Um exemplo é a aplicação das ferramentas Lean, um estudo
realizado pelo Engenheiro Carlos Antonio Samaniego Gallardo, em uma Empresa de São
Paulo especializada na montagem e fabricação de pré-fabricados de concreto.
Neste estudo o Eng. Gallardo demonstra que a partir da aplicação de ferramentas
Lean foi possível alcançar a estabilização da produção e a partir deste ponto estudar os sub
processos de fabricação de telhas pré-fabricadas melhorando o processo fabril. A aplicação
das ferramentas Lean à esta empresa paulista alcançou os principais objetivos deste sistema
que são reduzir os desperdícios e ampliar a confiabilidade da Cadeia de Suplementos.
Segundo o autor deste estudo com os resultados alcançados: “Foi possível
identificar desperdícios nas durações dos subprocessos e visualizar o processo como um
todo, assim como foi possível enxergar as melhorias obtidas com a utilização prévia do
MFV, preparando o processo para a próxima etapa de melhorias e implantação de
princípios e ferramentas lean.”
A partir da implantação das melhorias propostas por este estudo foi possível
realocar máquinas e pessoal de forma racional o que possibilitou estabelecer rotina
seqüencial de trabalho reduzindo os desperdícios. Contudo este estudo assim como a
filosofia Lean é uma proposta de melhoria continua possibilitada a partir da estabilização
dos processos.
O estudo completo e todas as informações decorrentes do processo de implantação
assim como os seus resultados podem ser encontrados em: <
www.fec.unicamp.br/~adgranja/.../Gallardo,CarlosAntonioSamaniego.pdf>.
REFERENCIAS
GEMBA. TPS - Toyota Production System ou Thinking People System. Disponível em:
<http://www.gemba.com/portuguese/consulting.cfm?id=144>. Acesso em: 23/03/2011.
MIRANDA Douglas Moura. Os Sete Desperdícios - Lean Manufacturing. Publicado em: 09/05/2009.
Disponivél em: http://www.artigonal.com/administracao-artigos/os-sete-desperdicios-lean-
manufacturing-908342.html>. Acesso em 24/03/2011.