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A SEGURANÇA DO

PROFISSIONAL DA SAÚDE
1º CASO REPORTADO DE
PROFISSIONAL DA SAÚDE
INFECTADO POR HIV,
ATRAVÉS DE
PICADA DE AGULHA
9Estimasse que a cada ano, os
profissionais da saúde, sofram
aproximadamente 1,5 milhão de lesões por
picadas de agulha e outros ferimentos com
objetos perfuro-cortantes. 1

1Bell DM. Occupational risk of HIV in Healthcare workers: an overview. AM J Med 1997; (5B): 9-15.
9O risco de infecção por HIV pós-exposição
ocupacional percutânea com sangue contaminado é de
aproximadamente 0,3% e, na exposição de mucosa,
aproximadamente 0,09%.
9O risco de transmissão da Hepatite B aos
profissionais da saúde não imunizados, após uma
exposição ocupacional, é de 6 a 30%;
9O índice de transmissão da Hepatite C é de
aproximadamente 1,8 a 10%.
Por Que Considerar a
Implementação de um
Sistema de Segurança?
ACIDENTES DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO
2004-2005

10,00

8,00

6,00 2004
2005 7,03%
2005
4,00 9,20% 9,87%
2004
2,00 2004 2004 2005 2005
7,41%
5,39% 3,61% 2,98% 2,94%
0,00
Enfermagem Higienização Lavanderia Outros
Nº de Funcioná
Funcionários 1706 1706 243 243 83 67 327 343
Nº de Acidentes 92 157 18 24 3 2 23 10
2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005

Outros: Área Médica, Laboratório e em 2005 Grupo de Engenharia


Ocorrência de Acidentes

9Recapeamento de agulha;

9Manuseio de material cirúrgico;

9Coleta de sangue e punção venosa periférica;

9Administração parenteral de medicamentos;

9Manuseio de lixo;

9Descarte de material pérfuro–cortante.

Fonte: EPI/NET
Implicações dos Acidentes

9Falta de registro e notificação


9Estima-se 600 a 800 mil exposições ocupacionais
por ano / EUA
9destes 50% subnotificados

9Taxa de abandono dos Profissionais Acidentados


920 a 45%

Fonte: EPI/NET
O GRANDE DESAFIO !
PROTEGER O PROFISSIONAL DA SAÚDE
EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO
DADOS NACIONAIS

9 No Brasil não há estabelecido nenhum


sistema de vigilância de acidentes de
trabalho com material biológico ;

Fonte : www. riscobiologico.org


DADOS NACIONAIS

9Os estudos realizados no País referem-se


exclusivamente a programas realizados de
forma individualizada em hospitais
universitários e outros serviços de saúde;

Fonte : www. riscobiologico.org


DADOS NACIONAIS

São estudos implementados a partir de


protocolos elaborados nas próprias
unidades, não existindo nenhuma
estimativa nacional da ocorrência de
exposições e infecções ocupacionais.

Fonte : www. riscobiologico.org


BRASIL
2006
Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Serviço de Medicina Ocupacional
FUNDAÇÃO MÉDICA - UFRGS

MINISTÉRIO DA SAÚDE
SAS / DAPE / FUNASA
ÁREA TÉCNICA DE SAÚDE DO TRABALHADOR
PROTOCOLO DE EXPOSIÇÃO
A
MATERIAL BIOLÓGICO

MS / COSAT - Julho / 2005


MINISTÉRIO DA SAÚDE
SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE
DEPARTAMENTO DE AÇÕES PROGRAMÁTICAS ESTRATÉGICAS
ÁREA TÉCNICA DE SAÚDE DO TRABALHADOR
Protocolos Médicos Assistenciais de Complexidade Diferenciada

Autores:
Dr. Damásio Macedo Trindade
Dr. Álvaro Roberto Crespo Merlo
Dra. Dvora Joveleviths
Dra. Maria Cecília Verçoza Viana
Dr. Vinícius Guterres de Carvalho
HCPA / SMO / FUNDAÇÃO MÉDICA- UFRGS
PROTOCOLO DE EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO

METODOLOGIA:
Métodos para a coleta e seleção das evidências:
*pesquisa em base de dados eletrônicos (BSV-
Bireme; Pub-MED; Sum Search; National Guideline
Clearinghouse; Cochrane Library, Guidelines Finder)
Métodos utilizados para a garantia da qualidade e
aplicabilidade das evidências e fontes:
*revisão de documentos indexados; organização e
estruturação de base preliminar, consulta à experts;
encontro no Rio de Janeiro em 08/11/2004 para discussão
de utilização do mesmo pela rede pública
Consulta pública encerrada em 28/02/2005;
Encontros de Capacitação em Florianópolis 08/07/2006.
PROTOCOLO DE EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO

OBJETIVOS:
• permite o atendimento aos profissionais expostos a material
biológico com risco de soroconversão (HIV, HBV, HCV);
• estabelece conduta de atendimento inicial;
• estabelece orientação e seguimento dos acidentados;
• permite notificação de casos.
COMO PROCEDER
APÓS UM ACIDENTE COM
MATERIAL BIOLÓGICO ?
ROTINA DE ATENDIMENTO

FONTE / PACIENTE FONTE PROFISSIONAL ACIDENTADO

AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO DO
DO STATUS
STATUS SOROLÓGICO
SOROLÓGICO DA
DA
CUIDADOS COM A ÁREA
FONTE
FONTE EXPOSTA
Lavagem do local exposto
se recusa Desconhecida Conhecida percutânea ou cutânea - com água e sabão;
a realizar mucosas - água ou solução salina
os testes fisiológica.
Não testar ™Solicitar Não há evidência de que o uso de anti-
considerar o agulhas consentimento sépticos ou a expressão do local do
diagnóstico descartadas,
para a realização ferimento reduzam o risco de transmissão,
médico, sintomas quanto aos
dos seguintes entretanto o uso de anti-séptico não é
e histórico de marcadores
exames: contra-indicado.
risco para HIV, virais;
HBC ou HCV; ™HBs Ag, Anti- Não devem ser realizados
HBc IgM+IgG, Anti- procedimentos que aumentem a área
exposta, tais como cortes, injeções locais.
Seguimento HCV e Anti-HIV
Seguimento
do Protocolo Não devem ser utilizadas soluções
do Protocolo
com o ™(teste rápido irritantes (éter, glutaraldeído, hipoclorito de
com o para HIV, sempre
acidentado sódio).
acidentado
que disponível)
ROTINA DE ATENDIMENTO

FONTE / PACIENTE FONTE PROFISSIONAL ACIDENTADO

Resultado dos exames da Fonte Conhecida: CUIDADOS COM A ÁREA


EXPOSTA
Lavagem do local exposto
percutânea ou cutânea - com água e sabão;
mucosas - água ou solução salina
fisiológica.
Se Fonte não Se Fonte infectada Não há evidência de que o uso de anti-
infectada Seguimento do sépticos ou a expressão do local do
Comprovado por Protocolo com o ferimento reduzam o risco de transmissão,
exames realizados acidentado. entretanto o uso de anti-séptico não é
nos últimos 30 dias, contra-indicado.
é desnecessário Não devem ser realizados
testar o acidentado, procedimentos que aumentem a área
Investigação exposta, tais como cortes, injeções locais.
do
Concluir a Não devem ser utilizadas soluções
acidentado
investigação. irritantes (éter, glutaraldeído, hipoclorito de
sódio).
ROTINA DE ATENDIMENTO
AVALIAÇÃO DO ACIDENTE

DETERMINAÇÃO DO RISCO DA EXPOSIÇÃO


TIPO /
QUANTIDADE
FLUIDO
TIPO DE
EXPOSIÇÃO Fluidos biológicos de risco
Sangue, líquido orgânico c/ sangue visível
Percutânea ou potencialmente infectantes
Status Sorológico da Lesões provocadas por
Fonte instrumentos perfurantes Materiais biológicos potencialmente ñ
e/ou cortantes. infectantes
Investigação do HIV Fezes, secreção nasal, escarro, suor,
Em mucosas
*Teste rápido ou convencional lágrima, urina e vômitos, exceto se tiverem
Respingos em olhos, nariz,
Investigação do sangue.
boca, genitália.
vírus B e C
Em pele ñ íntegra
Contato com pele com Quantidade
Status Sorológico da
de fluidos e tecidos
Acidentado dermatite, feridas abertas.
Maior volume de sangue.
Mordeduras humanas Lesões profundas p/ material cortante, presença de
Verificar realização de sangue visível no instrumento, acidentes c/ agulhas
Considerar exposição de
vacinação para HBV previamente utilizadas em veia ou artéria, acidentes
risco quando houver
sangue. c/ agulha de grosso calibre, agulhas c/ lúmen.
Comprovação de Avaliar fonte e acidentado.
imunidade através do
ANTI HBs Maior inoculação viral.
Paciente-fonte c/ HIV/AIDS avançada, infecção
aguda p/ HIV, situações c/ viremia elevada
ROTINA DE ATENDIMENTO

PROFISSIONAL ACIDENTADO

ANAMNESE
Com relação ao risco do acidente;
Possível uso de quimioprofilaxia;
Consentimento para realização de exames sorológicos;
Comprometer o acidentado com seu acompanhamento durante 6 meses;
Prevenção da transmissão secundária;
Suporte emocional devido stress pós acidente;
Orientar o acidentado a relatar de imediato possíveis sintomas sugestivos de
soroconversão aguda:
> Linfoadenopatia, > rash, > dor de garganta, > sintomas de gripe
ROTINA DE ATENDIMENTO
PROFISSIONAL ACIDENTADO

Realizar sorologia
no acidentado
ANTI-HIV,
ANTI-HCV,
• Registro do acidente CAT
ANTI-HBs,
ANTI-HBc IgM,
HBs Ag,
ALT/TGP

•Registro SINAN (Port. 777)

Protocolo HIV Protocolo HBV Protocolo HCV


PROTOCOLOS de ATENDIMENTO
CONDUTA PÓS ACIDENTE
FLUXOGRAMA DE PROFILAXIA PÓS EXPOSIÇÃO AO HIV

Situação do Paciente-fonte

HIV + assintomático ou carga HIV + sintomático, AIDS ou carga Fonte Desconhecida ou Paciente Fonte HIV
viral baixa (1) (< 1500 cópias/ml) viral elevada (1) (> 1500 cópias/ml) com sorologia ANTI-HIV desconhecida Negativo

Exposição Percutânea Exposição


Percutânea
Exposição
Percutânea
**PPE Muito Grave **PPE
(agulha com lúmen, perfuração profunda, Em geral
3 drogas 3 drogas não se
sangue vísivel no material, agulha usada Não
em artéria ou veia do paciente) recomenda(2)
recomen
da
Exposição de
*PPE **PPE Membrana Mucosa
Pouco Grave Exposição
2 drogas 3 drogas e Pele não íntegra
(agulha sólida, ferimento superficial) de
Membrana
Mucosa e
Exposição de Membrana Mucosa e Pele não íntegra Em geral Pele não
não se íntegra
*PPE Volume Grande **PPE recomenda(2)
3 drogas (várias gotas, grandes respingos, longa duração) 3 drogas
POSOLOGIA VER ITEM 3.1.4
Não
***PPE Volume pequeno *PPE 2 drogas = AZT + 3TC recomen
*PPE **PPE 3 drogas = AZT + 3TC + IP
2 drogas (poucas gotas, curta duração) da
2 drogas (nelfinavir ou ...)

1- Estudos em exposição sexual e transmissão vertical sugerem qe indivíduos com carga viral < 1500 cópias/ml apresentam um risco muito reduzido de transmissão de HIV.
2- Quando a condição sorológica do paciente-fonte não é conhecida, o uso do PEP deve ser decidido em função da possibilidade da transmissão do HIV que depende da gravidade
do acidente e da probabilidade de infecção pelo HIV deste paciente (locais com alta prevalência de indivíduos HIV + ou história epidemiológica para HIV e outras DST´s). Quando
indicada, a PEP deve ser iniciada e reavaliada a sua manutenção de acordo com o resultado da sorologia do paciente-fonte.
*** - Indica que a PPE é opcional e deve ser baseada na análise individualizada da exposição e decisão entre o acidentado e o médico assistente.
CONDUTAS FRENTE A EXPOSI ÇÃO AO HBV
EXPOSIÇÃO
SITUAÇÃO VACINAL E HBs Ag + ou PACIENTE - FONTE
HBs Ag – e
SOROLÓGICA DO ANTI HBc IgM
HBs Ag
HBs Ag – Desconhecido ou não testado
PROFISSIONAL
EXPOSTO
IGHAHB* - 1 dose Vacina HBV Vacina HBV, indicar
Não Vacinado
+ Esq. Vac HBV IGHAHB dependendo
do risco do acidente

Vacinação incompleta IGHAHB Completar vacinação Completar vacinação


+ completar vacinação

Previamente vacinado

Respondedor Nenhum TTO Nenhum TTO Nenhum TTO


C/ resposta vacinal adequada

Ñ Respondedor IGHAHB 1 dose Completar 2º esquema


Sem resposta vacinal após a + revacinar de vacinação
1º série (3 doses) Dependendo do risco
do acidente
TTO = HBs Ag +
Ñ Respondedor IGHAHB 2 doses
Sem resposta vacinal após a e/ou vacina Nenhum TTO
2º série (6 doses) hiperantigênica

Testar o Prof. Exp. Testar o Prof. Exp. Testar o Prof. Exp.


P/ ANTI-HBs P/ ANTI-HBs P/ ANTI-HBs
Nível de anticorpos desconhecido
1) Adq – Ñ TTO 1) Adq – Ñ TTO 1) Adq – Ñ TTO
2) Indq – IGHAHB 1 dose 2) Indq – iniciar 2) Indq – iniciar
+ vacinação de reforço revacinação revacinação
FLUXOGRAMA DE PROFILAXIA PÓS EXPOSIÇÃO À HEPATITE B

PÓS EXPOSIÇÃO AO HBV

PreviamenteVacinado Nível de anticorpos desconhecido


Ñ Vacinado

Fonte Fonte Fonte Fonte


HBs Ag + ou Fonte
Fonte Fonte Ñ testada HBs Ag + ou Ñ testada
HBs Ag – Marcadores
HBs Ag + ou Ñ testada ou ou Status HBs Ag – ou Status
Fonte -
HBs Ag – e desconheci ANT HBc + desconheci
Marcadores Status
e ANTI HBc IgM + do do
- desconheci
ANTI HBc IgM + do
R* ÑR** R ÑR** R ÑR Testar o
Testar o
acidentado acidentado
*IGHAHB Esquema Esq.vacina p/ para ANTI-HBs
(0,06/Kg IM) Ñ TTO Ñ TTO p/ ANTI-HBs
de HBV
1 dose vacinação indicar Ñ TTO
+ esquema p/ HBV IGHAHB A ÑA
Dep. da A ÑA
de dependendo gravidade e
vacinação da gravidade IGHAHB 2 Re-vacinar do risco do
p/ HBV e risco do doses Ñ TTO Ñ TTO
acidente
acidente. ou tartar =
IGHAHB 1 HbsAg(+)
dose Dep. da
IGHAHB
+ iniciar gravidade e
1 dose
revacinação do risco do
+ vacinação
acidente
de reforço
tartar =
HBsAg(+)
R = Respondedor = Nível adequado de anticorpos ANTI-HBs > = 10 UI/L
ÑR = Não respondedor a trës doses da vacina e ou a 6 doses ® vacina ÑA = Não adequado= ANTI-HBs < = 10 UI/L
“hiperantigênica”. A = Adequada
*IGHAHB (não existe beneficio após uma semana).
CONDUTAS FRENTE A EXPOSI ÇÃO AO HCV
EXPOSIÇÃO

Até o momento não existe nenhuma profilaxia pós exposição contra o HCV.
A incubação do HCV é de 2 a 24 semanas (em média 6 a 7 semanas). Pode
ocorrer alteração na TGP em torno de 15 dias e a positividade do RNA - anti
HCV (PCR) aparece entre 8 a 21 dias. O ANTI-HCV (3ª geração) já pode ser
detectado cerca de 6 semanas após a exposição. Dessa forma, o
acompanhamento preconizado para trabalhadores que se acidentaram com
fonte HCV positiva ou desconhecida consiste na realização dos seguintes
exames:

EXAME/ TEMPO Momento zero 45 a 90 dias 180 dias

ALT (TGP) REALIZAR REALIZAR REALIZAR


ANTI-HCV REALIZAR REALIZAR

PCR (RNA-HCV) REALIZAR*


FORMA DE TRANSMISSÃO

Transfusão de sangue antes da


d écada de 90;
década
Uso de drogas injet áveis;
injetáveis;
Sexual (pequena);

Aplicação de piercings
Aplicação piercings ee tatuagens;
tatuagens;
Acidente
Acidente com
com material
material biol ógico;
biológico;
Uso compartilhado de seringas e
agulhas.
SEGUNDO A OMS (Organização Mundial da Saúde),
NO MUNDO, POR ANO...

12 BILHÕES DE INJEÇÕES SÃO APLICADAS;

MÉDIA DE 1,5 INJEÇÕES POR INDIVÍDUO;

2,3 A 4,7 MILHÕES DE PESSOAS ADQUIRIRAM o


HVC por utilização indevida de seringas e agulhas;
PRÁTICAS INSEGURAS DE INJEÇÃO
(Kermode, M.)

Re-utilização de seringas e agulhas;

Uso de seringas com doses múltiplas


em várias pessoas;

Flambagem de agulhas em fogo;

Limpeza de seringas e agulhas com


água fervente, desinfetante doméstico
ou hipoclorito de sódio;

Descartes de seringas e agulhas em


locais impróprios;
FLUXOGRAMA DE PROFILAXIA PÓS EXPOSIÇÃO À HEPATITE C – Em locais com Dificuldade de
Acesso à Exames de Biologia Molecular.

PÓS EXPOSIÇÃO AO HCV

Realizar ALT
ANTI - HCV

R ÑR
N ↑

Repetir em 45 a 90 dias Hepatopatia


Prévio ao Prévia
acidente

↑ N

PCR HCV Repetir em


qualitativo 3 e 6 meses
Repetir em 6 meses R opcional ↑

Normal
ÑR R
ÑR

Tratar
Encerrar Encerrar

O acompanhamento deve ser feito no caso de um genótipo diferente


FLUXOGRAMA DE PROFILAXIA PÓS EXPOSIÇÃO À HEPATITE C – Em locais com Acesso à Exames de
Biologia Molecular.

PÓS EXPOSIÇÃO AO HCV

Realizar
ANTI-HCV ALT

R ÑR N -

Prévio ao 30 dias realizar PCR p/ Repetir ALT em 30 dias Hepatopatia


acidente HCV com Genotipagem prévia

-
Normal
Provavelmente ñ ÑR R
contaminado 90% 0-10%

Propor TTO c/ esclarecimento e


consentimento
repetir ANTI HCV
em 6 meses

O acompanhamento deve ser feito no caso de um genótipo diferente


IMPLEMENTAÇÃO DAS
ROTINAS
ASSISTENCIAIS AO
HIV, HBV e HCV
Consultas previstas para atendimento de um
acidente com exposição a material biológico.
REDE DE ATENDIMENTO PRIMÁRIA:
Atendimento do acidentado como urgência;
Acolhimento;
Cuidados com a lesão;
Avaliação do risco do acidente e orientações.
REDE DE ATENDIMENTO SECUNDÁRIA e TERCIÁRIA:
Teste rápido para HIV;
acesso à laboratório para coleta de exames do paciente- fonte e
do acidentado, sendo:
- FONTE: HBsAg, Anti-HBc , Anti-HCV, anti-HIV
- ACIDENTADO: HBsAg, Anti-HBs, Anti-HBc, Anti-HCV, Anti-HIV,
TGP/ALT (quando da indicação de PPE coletar também:
hemograma+plaquetas, uréia, creatinina, TGO (AST) / TGP(ALT),
bilirrubinas, glicemia, E.Q.U.)
Recursos laboratoriais necessários ao Atendimento de
acidentes com exposição a material biológico
•1.PRIMEIRO ATENDIMENTO
• (Imediato ao acidente);
•2.SEGUNDO ATENDIMENTO
•Para informação dos resultados dos exames, com término da
investigação ou encaminhar para seguimento;
•3. TERCEIRO ATENDIMENTO
•Para controle/revisão de 15 dias(coleta da amostra de bioquímica
para avaliar impacto da PPE)
•4. QUARTO ATENDIMENTO
•(Entre 30 a 45 dias, para novos controles)
•5. QUINTO ATENDIMENTO
•Para controle de 3 meses
•6. SEXTO ATENDIMENTO
• Para controle de 6 meses
Rotina de Investigação Laboratorial.

•EXAMES A SEREM REALIZADOS NO PACIENTE-FONTE DO ACIDENTE


•a) TESTE RÁPIDO PARA HIV
•b) HBsAg
•c) Anti-HBc
•d) Anti-HCV
•e) Anti-HIV convencional(ELISA)·
Rotina de Investigação Laboratorial.
EXAMES A SEREM REALIZADOS NO ACIDENTADO
Se documentadamente imunizado para HBV (Anti-HBs maior ou
igual a 10ui/ml):
a) Anti-HCV,
b) TGP/ALT,
c) Anti – HIV
Sem evidência de proteção para HBV, não sabe ou não realizado:
a)HbsAg
b) Anti-HBc
c) Anti-HBs
d) Anti-HCV
e) Anti-HIV
f) TGP/ALT
Rotina de Investigação Laboratorial.

EXAMES A SEREM REALIZADOS NO ACIDENTADO

1. HEMOGRAMA+PLAQUETAS
2.TGO(AST) E TGP(ALT)
3. BILIRRUBINAS
4. URÉIA
5. CREATININA
6. GLICEMIA
7. EXAME QUALITATIVO DE URINA (EQU) SE USO DE INDINAVIR
Esquema Básico e Ampliado de Profilaxia
Pós Exposição (PPE) ao HIV

QUIMIOPROFILAXIA BÁSICA = AZT + 3TC


Indicada em exposições com baixo risco de transmissão pelo HIV.

QUIMIOPROFILAXIA AMPLIADA = AZT + 3TC + IP (nelfinavir...)


Indicada em exposições com elevado risco de transmissão pelo HIV.
NÍVEIS DE COMPLEXIDADE DE ATENÇÃO À SAÚDE NA EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO

I - PRIMÁRIO II - SECUNDÁRIO III -TERCIÁRIO HOSPITAL


UBS / PSF

Assistência do
Atendimento do Tratamento Casos admitidos
acidentado urgência /
acidentado de Casos na emergência e
emergência
como urgência Complexos Profissionais da
própria instituição
Acolhimento e
orientações
Acolhimento
Rotina
Investigação conforme
Cuidados com a lesão Indicação e coleta de exames Especializada nível I e II
/ teste rápido p/ HIV e
indicação de profilaxia p/ Manejo dos
Avaliação do risco do HBV + HIV / vacinas Necessidade de
acidente e orientações efeitos
colaterais acompanhamento
graves da especializado ?
Prot Prot Prot medicação
Encaminhamento HIV HBV HCV
ao Nível Secundário Referenciar ao
nível
secundário
Notificação
CAT/SINAN
(CRST) Manter
Acompanhamento
CONDUTAS FRENTE À CO-INFECÇÃO (39, 48)

ACIDENTADO

HIV HCV HBV

Paciente
Paciente Paciente Paciente Paciente Paciente Paciente
Fonte Paciente
Fonte Fonte Fonte Fonte Paciente Fonte
HCV Fonte Fonte
HIV HBV HIV HIV Fonte HBV
HCV HBV
HCV

Em uso de
medicação ? F F F F Mutante
1 2 3 4
ANTI-HBs Quimioprofilaxia
Se Se > 10 Tratar com
Sim Não
carga carga Adefovir ou Entecavir
Depende do
viral viral Quimioprofilaxia
nada estado clínico e
bx alta 3TC+AZT ? histopatológico
Protocolo Tratar CD4 CD4
> 350 < 350
HIV se
possível
INTERFERON
Genótipo 1
Tratar Manter o TTO Realizar genotipagem
o Retroviral até TTO cf # da
HCV melhorar genotipagem ñ ñ
ou imunidade vacinado respondedor
HBV

IGHAHB + vacina se ñ IGHAHB ou vacina


estiver em tto p/ HCV “hiperantigênica”

Em centro de atendimento capacitado para tal


PREVENÇÃO
PREVENÇÃO

Programas de Prevenção

Medidas Preventivas e Treinamentos / Controle Médico / Vigilância


gerenciais educação registros
Medidas preventivas e gerenciais
estabelecidas pelas instituições que contratam profissionais da área da saúde
que visam:

1.identificação dos riscos a que os profissionais estão expostos;

2.estabelecimento das práticas de trabalho (ex. não recapar agulha, descarte


adequado de material);

3.controles de engenharia os quais compreendem todas as medidas de controle


que isolam ou removem um risco do local de trabalho, abrangem instrumentos
pérfuro cortantes modificados com proteção contra lesões e sistemas sem agulha,
bem como dispositivos médicos destinados a reduzir o risco de exposição à
material biológico;

4.utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), nas circunstâncias em


que as práticas de trabalho e o controle de engenharia são insuficientes para
propiciar uma proteção adequada;

5. investigação, controle e registro dos casos de exposição a sangue ou fluidos


corporais.
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL-
Portaria MTE n°.485, 11/11/2005 – D.O.U. 16/11/05

NR 32 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM


SERVIÇO DE SAÚDE

OBJETIVO E APLICAÇÃO:
esta norma tem por finalidade estabelecer as diretrizes
básicas para a implementação de medidas de proteção à
segurança dos trabalhadores dos serviços de saúde.
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL-
Portaria MTE n°.485, 11/11/2005 – D.O.U. 16/11/05

NR 32 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


EM SERVIÇO DE SAÚDE

Exposição acidental aos agentes biológicos – PCMSO


procedimentos a serem adotados para diagnóstico,
acompanhamento e prevenção da soroconversão e das
doenças
o tratamento médico de emergência para os trabalhadores
a relação dos estabelecimentos de saúde que podem prestar
assistência à saúde depositários de imunoglobulinas, vacinas,
medicamentos necessários, materiais e insumos especiais
deve ser assegurado o uso de materiais perfurocortantes com
dispositivos de segurança
Capacitação e educação em saúde
O programa de treinamento é fundamental e deve ser repetido regularmente, a fim de
se formar uma consciência prevencionista. Seu conteúdo deve contemplar:

1. os tipos de riscos a que o profissional da saúde está exposto;(conforme NR32;


item 32.2)
2. modo de transmissão dos agentes veiculados pelo sangue e outros fluidos
corporais. ;(conforme NR32; item 32.2.4.9)
3. as ações a serem adotadas em caso de acidentes:
higiene adequada do local onde ocorreu o acidente com material
biológico;
lavar o local do corpo atingido com água em abundância;
identificar se possível a fonte do acidente;
comunicar a exposição através da ficha de notificação - CAT/SINAM;
realizar os controles médicos indicados;

4.as recomendações sobre o uso de EPI, sobre as práticas de trabalho


adotadas e as limitações desses meios.
Fazem parte dessas recomendações:
lavagem freqüente das mãos;
uso de luvas;
uso de óculos, protetor facial, máscara;
uso de avental;
adequação do uso de EPI à NR 32.
Controle médico e registro de agravos
Deve-se considerar 2 momentos quanto ao controle médico das
exposições à sangue e fluidos corporais: a profilaxia pré-
exposição e pós-exposição.

A profilaxia pré-exposição da hepatite B é feita através da vacinação:


no período de admissão do Profissional de Saúde, antes do início
efetivo da exposição, eleva a taxa de adesão e a prevenção de
infecção, uma vez que nesse período há um aumento do risco de
acidentes. O rastreamento pré-vacinação, através do ANTI-HBs,
não é indicado a não ser que a instituição considere o
procedimento custo-efetivo.
Em relação a prevenção de transmissão do vírus C em
profissionais de saúde a única orientação é o seguimento
rigoroso das medidas de segurança, pois não há vacina contra
hepatite C.

A profilaxia pós exposição deve seguir as condutas contempladas


neste protocolo.
Vigilância

Esta centrado na Ficha de Investigação do Sistema de


Informação de Agravos de Notificação (SINAN) que
levará ao registro do acidente do trabalho nos níveis,
municipal e estadual, cabendo ao órgão local o
acompanhamento e a fiscalização dos locais de
trabalho com maior incidência de acidentes de
trabalho.
Registros

Todos os casos de acidente com material biológico devem ser


comunicados ao INSS através da
Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT e ao
Ministério da Saúde através do
Sistema de Informação de Agravos de Notificação –
SINAN, conforme previsto na portaria do MS nº 777 de 28/04/2004.
Além disso, a instituição deve manter um registro interno com os dados
do acidente: setor em que ocorreu, data e hora do acidente, função que
exerce o acidentado, tipo de acidente (contato com mucosa, pérfuro
cortante, pele íntegra, pele lesada), material biológico implicado (sangue,
soro, outros), uso de EPI, modo/condições que podem ter favorecido a
ocorrência do acidente (falta de espaço nas coletas no leito, paciente
agitado, descarte inadequado, recapamento de agulha, etc).
Sistematização dos dados de Registro

1. DADOS DO PROFISSIONAL ACIDENTADO


a) Pessoais
Nome:________________________________Endereço:_____________________________________
Idade:______________Sexo: (M) (F) Data do Registro: ____/____/____ Hora: ___:____:__________
b) Funcionais
Função:_______________________________CP:__________________Ramal:__________________
Área:_________________________________Treinado em Riscos Biológicos sim ( ) não ( )
a) Vacinação
Contra HBV: não ( ) sim ( ) Quando? ___/___/___ Nº Doses____ANTI-HBs pós-vacina_________
ANTI-Tetânica: não ( ) sim ( ) Quando? ___/___/___Nº Doses____Reforço (data) ____/____/____

2. DADOS DO ACIDENTE
Data: ___/___/___ Hora:____:_____ Local:________________________________________________
Descrição do acidente:(objeto/causa)_____________________________________________________
Momento do Acidente: antes ( ) durante ( ) após procedimento ( ) _________________________
Objeto descartado em local inadequado: não ( ) sim ( ) ___________________________________
Tipo de exposição: percutânea ( ) mucosa ( ) pele não íntegra ( ) pele íntegra ( )
Origem do Material: sangue ( ) fluido contaminado ( ) ____________ ( ) outros ________________
Sistematização dos dados de Registro
3. DADOS DA FONTE (Paciente)
Nome:______________________________Registro:________________Unidade/Leito:____________
Marcadores Virais: HBsAg reagente ( ) não reagente ( ) Data: ___/___/___
ANTI-HBcIgM reagente ( ) não reagente ( ) Data: ___/___/___
ANTI-HCV reagente ( ) não reagente ( ) Data: ___/___/___
ANTI-HIV I / II reagente ( ) não reagente ( ) Data: ___/___/___
( ) Desconhecidos - Solicitados em Data: ___/___/___ Nº Solicitação ________________________
( ) Fonte desconhecida (ver dados acima)
* se HIV + CARGA VIRAL _____________________ CD4____________________________________

CONDUTA RECOMENDADA e/ou OFERECIDA APÓS ANÁLISE DA EXPOSIÇÃO


E DO STATUS SOROLÓGICO DA FONTE

a) Profilaxia contra hepatite B : ( ) Imunoglobulina - HBIG ( ) Vacina contra hepatite B


b) Profilaxia contra HIV: ( ) Regime básico: zidovudina + lamivudina
( ) Regime ampliado : zidovudina + lamivudina + indinavir ou nelfinavir
( ) outro regime:__________________________________________
Sistematização dos dados de Registro
4. Controle dos exames laboratoriais do profissional acidentado
Solicitação nº

Previsto: Momento 0 1 mês e meio 3 meses 6 meses 12 meses


Realizado: ____/____/____ ____/____/____ ____/____/____ ____/____/____ ____/____/____
HBs Ag

Anti-HBc IgM
Anti-HBs

Anti-HCV
TGP
Anti-HIV

PCR – HCV Data __/__/__ Data __/__/__


Se TGO/TGP alteradas Resultado Resultado
Sistematização dos dados de Registro
5. CONTROLE DE EXAMES QUANDO INDICADO QUIMIOPROFILAXIA CONTRA HIV
INÍCIO DA QUIMIOPROFILAXIA 15 DIAS APÓS
EXAMES
Data ____/____/____ Data ____/____/____

HEMOGRAMA Htc: Hb: L: Htc: Hb: L:


PLAQUETAS
URÉIA / CREATININA U: Cr: U: Cr:
URINA (COMUM)
BILIRRUBINA BT: BD: BT: BD:
TGO/TGP TGO: TGP: TGO: TGP:
GLECEMIA DE JEJUM

VACINA CONTRA HEPATITE B


Data _____/____/____ Data _____/____/____ Data _____/____/____

IMUNOGLOBULINA (HBIG)
Data _____/____/____ Data _____/____/____
Sistematização dos dados de Registro
6. QUIMIOPROFILAXIA:

1) Tempo total de uso:_______________________________________________________________

2) Citar os efeitos colaterais clínicos e laboratoriais (toxicidade):


_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
3) Duração da toxicidade:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

4) Se houve interrupção do uso da quimioprofilaxia assinalar a causa:


( ) efeitos colaterais intoleráveis
( ) quimioprofilaxia de investigação ( até o resultado do anti-HIV da fonte)
( ) não adesão

________________________________ ___________________________________
Médico do Trabalho Enf. do Trabalho
Registros
De posse desses dados deve-se proceder da seguinte maneira:

1) relacionar todos os motivos implicados na geração dos acidentes;


2) verificar os motivos mais freqüentes;
3) iniciar o processo de busca de soluções,
4) implementar as ações corretivas como parte de um projeto piloto;
5) verificar a eficácia das mesmas nesse projeto;
6) finalmente adotar as ações corretivas como rotina.

Os passos acima devem ser discutidos junto com os funcionários e com a


CIPA. Todas as medidas corretivas devem passar por uma fase piloto, para
verificar a sua adequação e possibilitar melhorias, para só então serem
implantadas definitivamente. Os controles laboratoriais dos acidentes devem
ser registrados em prontuário médico.
EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO
CAPACITAÇÃO
Faz a diferença ...
Muito
Obrigado!
dtrindade@hcpa.ufrgs.br

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