Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Tradução elaborada para fins didáticos.
2
Esta seção esboça alguns dos pressupostos básicos nos quais a avaliação
funcional se apoia. Compreender as implicações destes pressupostos ajudará a
compreender as diferenças entre a avaliação tradicional e a funcional.
Classes funcionais
e o terapeuta.
Etiologia e topografia
Neste ponto, talvez seja óbvio que um evento específico, histórico ou etiológico
pode resultar em topografias comportamentais muito diferentes dependendo
primeiramente da sua história pessoal, e do que acontece à pessoa subsequentemente
ao evento original. Por exemplo, em um caso no qual uma jovem mulher que acabou de
ficar noiva, e seu noivo morre em um acidente de automóvel, não se pode predizer
como a mulher responderia a essa situação simplesmente sabendo que seu noivo
morreu. Há a possibilidade de a mulher enlutar e logo depois conhecer outra pessoa,
assumir um outro contato social com outro homem. Também, ela poderia tentar fugir da
situação usando o álcool ou se metendo em uma série de relacionamentos em curto
prazo, superficiais. Qual destes ou qualquer que seja o comportamento emitido deve ser
compreendido no contexto inteiro de sua história. Do mesmo modo, não há nenhum
comportamento que pode resultar de um e somente um evento antecedente. É um erro
crasso dizer, por exemplo, que o medo do escuro em uma mulher de vinte e cinco anos é
sinal definitivo de que ela sofreu de abuso sexual durante a infância. Não se trata de
dizer que alguns comportamentos não podem estar mais provavelmente relacionados a
6
alguns antecedentes do que outros, ou que alguns antecedentes não conduzem a alguns
resultados que são mais prováveis do que outros. Nós estamos enfatizando aqui o fato
de que a ligação entre antecedentes e comportamentos é complexa e determinada
multiplamente por vários fatores.
Unidade da análise
não trabalhava bem. Caso se adote uma perspectiva analítico-funcional percebe-se que a
experiência que cada uma destas crianças está tendo ao receber a avaliação do técnico é
muito diferente, dadas as suas histórias pessoais individuais. Assim, uma avaliação
funcional ocorre em um nível complexo e não considera o comportamento como
meramente o movimento através do tempo e do espaço.
Etapa 1. Identificação de
características do cliente via avaliação
Etapa 3. Delineamento
da intervenção
Análise Funcional
Clássica Etapa 4. Implementação
da intervenção
Uma das propostas que tornam este processo mais fácil foi chamada de
9
O terceiro critério para identificar que variáveis levar em conta em uma análise
funcional é que elas devem ser causais. A noção de Haynes e de 0’Brien da causalidade
é prática e simples. Para que uma variável seja causal em uma analise funcional ela
deve covariar com o comportamento problema. Isto significa que manipulando a
variável causal proposta, o comportamento alvo deve mudar também. Haynes e 0’Brien
não estão usando o termo causal no sentido estrito da filosofia da ciência. Não é
importante se há um trajeto causal direto entre uma variável e outra ou se a mudança
está mediada através de uma terceira variável. A característica importante da
causalidade é que quando nós mudamos uma variável outra muda conseqüentemente.
Sua segunda exigência para a causalidade deriva da necessidade de compreender como
causar a mudança do comportamento. Aqui, para uma variável ser considerada causal,
as mudanças na variável causal devem preceder mudanças no problema determinado.
11
Em resumo, ao decidir que variáveis e o foco em uma análise funcional, deve-se dar
prioridade àquelas que são importantes, controladoras, e causais.
Será útil rever um diagrama do paradigma operante uma vez que ele organiza o
material a seguir (veja figura 2).
Operações
Estabelecedoras
Contingências de Reforçamento
Operações estabelecdoras
análise funcional nós examinamos eventos privados de acordo com suas funções ou
examinando as variáveis de controle relevantes. Por exemplo, um terapeuta cognitivo
pode selecionar pensamentos negativos de um cliente como o alvo para a intervenção
(isto é, “eu sou um fracasso completo!”). De uma perspectiva de análise funcional nós
procuramos compreender a função ou a finalidade de tal pensamento examinando as
variáveis ambientais que o controlam. Quais são os antecedentes sob os quais o
pensamento ocorre? Quais são as contingências de reforço que mantêm tal pensamento?
Nós demos uma visão geral elementar de alguns dos princípios comportamentais
que podem ser úteis na análise do comportamento - problema dos clientes. Para ajudar
melhor a organizar estas ideias, vamos considerar alguns exemplos específicos. A
seguinte lista de aspectos funcionais é adaptada dos exemplos de problemas clínicos e
das intervenções esboçadas por Hayes, por Follette & por Follette (1995). Nós
revisaremos os aspectos dos antecedentes, do comportamento, e dos consequentes
indicando diferentes maneiras como um problema clínico poderia ser compreendido.
Antecedentes
mostrar inapropriado em outros. Nestes casos, o cliente não reconhece a exata condição
na qual comportamentos de uma certa classe levaria a resultados úteis, mais que outro
que seja menos desejável. Por exemplo, um cliente pode demonstrar muitos atrivutos
interpessoais positivos que o tornariam um parceiro desejável. Entretanto, tal cliente
pode trazer como queixa para a terapi que ele não consegue desenvolver e sustentar
relações interpessoais próximas. Uma análise funcional do repertório social do cliente
revela que ele pode iniciar relacionamentos com sucesso, mas no terceiro encontro ele
diz algo como “ eu te amopor toda a eternidade e quero que você seja o pai/mãe de
meus filhos”. Aqui, o comportamento, dito apaixonado, poderia não ser um problema,
se ele tivesse sido emitido quando o relacionamento tivesse uma duração significativa.
Neste caso, entretanto, o cliente não doscriminou a condição de estímulo precisa sob a
qual sua expressão de afeto seria acolhidea favoravelmente. A consequência
desafortunada desta afirmação sincera, mas no tempo inapropriado pode ser assustadora
e fazer com que o parceiro conduza a um término prematuro do relacionamento.
Consequências
apropriado sendo que esse seu comportamento passaria despercebido. Nesses casos um
analista funcional poderia antecipar que o comportamento apropriado diminuiria a
algum nível aquém da linha de base, e seria substituído eventualmente por
comportamentos mais dramáticos, mais inapropriados que chamassem eficazmente a
atenção dos pais. A diminuição no comportamento pró-social neste exemplo é uma
função direta de uma falta de consequências apropriadas.
Comportamento
reforçadores em longo prazo mesmo que mais importantes podem ser considerados
como tendo déficits em habilidades de autodireção.
6. Auto-controle. Esta avaliação requer que se avalie o grau em que seu cliente
pode alterar suas respostas em uma situação de conflito. Quando um cliente é envolvido
em uma situação de conflito, o objetivo de ganhar pôde transformar-se na maior fonte
de controle do comportamento. Quando isto ocorre ao ponto em que impede a mudança
do comportamento do cliente em detrimento de objetivos mais eficazes, o autocontrole
pode se tornar um alvo para a mudança do comportamento.
7. Déficits na escala dos reforçadores. Esta categoria de problemas pode ser mais
bem entendida na questão das consequências. Há alguma utilidade, entretanto, em
ajudar o cliente a aceitar a responsabilidade de assegurar-se de que sua vida contenha
uma variedade de comportamentos que são satisfatórios. Os clientes podem apresentar-
se para a terapia quando algum aspecto central de sua vida foi rompido. Isto pode
22
aconteceu” e acabou não indo para o encontro. Neste momento, pode-se gerar e testar a
hipótese que o cliente está engajado em algum comportamento encoberto que funciona
para fazer com que a situação de encontrar alguém novo pareça perigosa (veja Hayes,
1994).
tivesse seguido a regra. Um exemplo simples ocorre quanao uma criança não
segue o que seus pais aconselham quando dizem “Coloque a capa de chuva que está
chovendo lá fora”.
Acima, nós esboçamos como uma análise funcional pode ajudar a identificar
problemas. A natureza da análise funcional implica que uma vez que se conduziu a
avaliação, sabe-se o que deve ser mudado para melhorar o funcionamento clínico do
indivíduo. Por exemplo, uma avaliação funcional pode indicar que um cliente que relata
estar deprimido tem dificuldade em identificar as situações onde seus comportamentos
são provavelmente reforçadores. Então, o programa do tratamento deve aumentar a
identificação destas situações por parte do cliente. A avaliação funcional prescreve o
tratamento e assim a própria avaliação é válida e útil. Além disso, a avaliação funcional
é um processo interativo e autocorretor. Se a avaliação funcional inicial estiver
incorreta, então o tratamento provavelmente não será bem sucedido e deverá olhar para
trás do processo para refinar a análise e para alterar o tratamento.
análise” furncional está autorizada. A ideia neste exemplo é que alguns problemas têm
uma etiologia comum ou um conjunto ae raiares ae manutenção. Nesses casos nós
podemos eficientemente supor que sabemos a causa funcional do problema, e podemos
conseqüentemente’ iniciar o tratamento sem uma análise adicional.
algoritmos é ainda uma pergunta aberta. Nós sugerimos também o uso dos sistemas
especiais baseados em como aqueles que ensinam e conduzem a análise funcional os
estruturam em seu próprio setting. A questão complicada, entretanto, é determinar
exatamente o que constitui um resultado clinicamente significativamente melhor quando
se comparam duas intervenções baseadas em estratégias analíticas funcionais diferentes.
Uma alternativa que pode ser mais prática e familiar é reorganizar problemas
clínicos em termos de categorias diagnosticas funcionais ao invés de categorias
topográficas, como é o caso na DSM-IV. As categorias diagnosticas são baseadas em
princípios comportamentais, enquanto a avaliação seria parcialmente funcional e
parcialmente topográfica. Por exemplo, Hayes e Follette (1993) descreveram uma
”desordem de esquiva emociona!” onde a topografia e a função, ambos, estão
implicados. Neste exemplo, um cliente exibe uma classe comportamental, evitando as
emoções fortes que são mantidas pelo principio comportamental do reforço negativo.
Poderia até haver variações na categoria funcional naqueles casos onde o problema foi
causado pelo comportamento emocional ter sido punido, levando desse modo a
consequências aversivas que o cliente procuraria evitar no futuro. Em um outro caso o
problema poderia ser causado pelo fato do cliente responder a uma variedade grande de
estímulos verbais que eliciam sensações afetivas fortes, experimentadas como aversivas.
O tratamento em um caso focalizaria em alterar as propriedades punitivas do ambiente,
ao passo que o tratamento no segundo caso tentaria mudar as funções dos estímulos
verbais.A classificação dependeria de identificar as topografias que constituem uma
classe de resposta acima (esquiva emocional), e avaliar então os fatores causais
possíveis que eliciam ou mantêm o comportamento (veja Hayes, Wilson,Follette &
Stroshahl, 1996).
Saúde Psicológica