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VIVÊNCIAS - Capítulo 4

- Eu sou um produto da Natureza? - perguntei.


- Evidente que sim! - foi a resposta.

Caminhando pela pequena propriedade, vendo o velho na lida diária, eu


elencava o rol de ignorância sobre as coisas que me cercavam.
Pacientemente ele me ouvia e, quase sempre, retardava ao máximo uma
resposta.
Naquela manhã, porém, 'seu' Antonio foi ágil e contundente... e, em seguida se
calou... nada mais ouvi dele desde então.
Ele estava dando manutenção no galinheiro convencional: um terreiro com
palha miúda e serragem por cima, os puleiros cobertos de folhas de palmeiras,
galos, galinhas e frangotes, cercados por varas finas e resistentes, enterrados e
amarrados.
É o seu material de reposição e de algum abate.
A produção de ovos ficava mais adiante, num outro cercadinho, onde as
poedeiras recebiam trato específico: ração, água corrente e as caixas de
madeira com tetos removíveis.
Ele inventava tudo... fazia dar certo.
Não havia a preocupação de comércio nele; o mercado interessado vinha
buscar, trazia a ração combinada, fazia o preço e deixava o dinheiro.
Uma ou outra coisa a mais era de encomenda.
Havia folga de espaço para as verduras, para as árvores das frutas, para toda
espécie de plantas.
A água corria pelo riacho vinda desde as nascentes no alto dos morros... nunca
secou.
Havia um pacto velado entre a natureza e ele: os excessos de um e de outro
deviam ser evitados; os limites, respeitados; a harmonia, fomentada; assim
haveria a Paz.
Ele ainda tinha a velha Turuna, a moto que trouxera de Curitiba...
provavelmente, agora ferro-velho.
Um assunto...
Do jeito como fomos trazidos ao mundo, somos, tão só, projetos.
É necessário haver o desenvolvimento... e cada indivíduo é dotado de livre-
arbítrio para encontrar o seu melhor momento.
"Todos os caminhos levam a Roma".
Os homens inventaram inúmeros aparatos que visaram oferecer 'o melhor
caminho'.
Os bilhões e bilhões de seres humanos que transitam por este planeta há
séculos sempre foram objetos de disputas pela determinação e escolha destes
caminhos.
As vertentes ideológicas das inúmeras igrejas tendem a ser maioria nestas
disputas, seguidas pelas dos Estados e nações.
As crenças e suas doutrinas, as igrejas e os seus rituais, cada qual à sua maneira,
pretendem indicar o verdadeiro desenvolvimento rumo ao divino.
Nota-se aí, claramente, a existência de dois 'mundos': o conhecido mundo
material e o inefável mundo divino.
"... e virão os falsos profetas!"
É claro, os falsos sempre são os outros.
A inclinação para um ou outro caminho, quando através de própria decisão, fica
por conta e risco de cada vivente.
A presente abordagem pretende investigar e apontar os esclarecimentos sobre
as razões que levam ao pouco que se faz para promover o conhecimento de si
mesmo e de suas faculdades individuais.
Muito desse tipo de ignorância é patrocinado pelas 'forças ocultas' das
submissões econômicas mundiais.
É o que se pode dizer ser de manipulação intencional de massa.
Porém, existe um outro tipo de ignorância, muito menos observável, que é
superior e que independe de qualquer interferência direta das influências
humanas.
Trata-se da ignorância sobre as Leis da Natureza que permeiam todas as
espécies de todos os reinos conhecidos sobre a Terra.
Especificamente, vamos nos ater às coisas do ser humano.
A Ciência já observou que o homem sofre transformações generalizadas a cada
sete anos.
São os chamados Saltos de Qualidade.
Assim, a primeira infância vai até os sete anos, em que se dá a dependência
fundamental no seio familiar.
Dos sete aos quatorze, a segunda infância trabalha o engajamento social, em
que menino e menina se misturam sem outros propósitos.
Dos quatorze aos vinte e um, nota-se o despertar da atividade sexual - a
adolescência.
A partir disso, da idade adulta à maturidade, o vigor está em alta, atingindo seu
ápice aos quarenta e dois anos.
Nos seguintes até os sessenta e três, experimenta-se uma estabilidade
confortável.
Daí em diante, conforme dados comprovados, as células demoram mais e mais
nos seus processos de regeneração - é o estado de velhice que se instala.
Não existe uma idade exata, mas, no próximo degrau acontecem as diversas
doenças por deficiência dos órgãos em geral.
Por fim, o fim... a tão incompreendida morte.
Vemos que a Natureza traz, cuida e leva sem que possamos impedi-la.
Sim, somos produtos da Natureza.
O que nos resta 'fazer' ainda em vida, senão auditarmos a nós mesmos quanto,
não aos mistérios do além-morte, mas, aos questionamentos mais profundos
sobre 'o que somos'.
Essa parte recebe grande resistência mental devido a sua formação desde o
nascimento.
Deixemo-la para mais adiante.
Este texto já está de bom tamanho.
Proximamente abordaremos com cuidado os avanços do entendimento.
Sejamos felizes... sempre!

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