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Trata-se de denúncia imputando a(s) pessoa(s) de REINI GOMES DE SOUZA, a suposta prática do crime

previsto no artigo 180, §3º do Código Penal.


Vieram os autos conclusos.
É o breve relatório. DECIDO.
Compulsando os autos, observo que o fato previsto no art. 180, §3º do Código Penal possui a pena privativa
de liberdade máxima no patamar de 01 (um) ano, sendo o prazo da prescrição da pretensão punitiva em
abstrato, portanto, de 04 (quatro) anos, conforme artigo 109, V do Código Penal.
Tendo em vista a data do fato (29.08.2017) e que, desde então, não há nos autos qualquer causa
suspensiva ou interruptiva do prazo prescricional, verifica-se que transcorreram mais 03 (três) anos até a
presente data. Nessa linha de raciocínio, a prescrição virtual funda-se na ideia de antever a pena que seria
aplicada ao crime e, em contraste com os lapsos previstos no art. 109 do Código Penal, antecipadamente,
reconhecer estar prescrito o delito em questão.
Como é cediço, em caso de eventual condenação, a pena em concreto a ser fixada terá como parâmetros
as circunstâncias pessoais explícitas nos autos, as quais, no caso vertente, não se mostram desfavoráveis
ao agente/investigado/acusado. Assim, eventual condenação, o resultado não diferirá do mínimo legal ou
não se distanciará demasiadamente desta, ficando igual ou pouco superior a 01 (um) mês. Desse modo,
ainda que haja possível condenação, o lapso prescricional a ser aplicado seria aquele previsto no art. 109,
inciso VI do Código Penal. Sendo assim, a prescrição da pretensão punitiva já se encontra alcançada. Não
obstante à ausência de previsão legal e existência de argumentos contrários à aplicação do instituto, vê-se
que a aplicabilidade da prescrição em perspectiva apoia-se no princípio da economia processual, da
instrumentalidade das formas e da celeridade da justiça.
Ante o exposto, RECONHEÇO A EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE QUANTO À CONDUTA IMPUTADA AO
ACUSADO, com base na prescrição virtual da pretensão punitiva, tendo como fulcro os artigos 107,
IV c/c art. 109, VI, todos do Código Penal, e, consequentemente, JULGO EXTINTO O PROCESSO SEM
RESOLUÇÃO DO MÉRITO, com base no art. 485, inciso VI do CPC e art. 3º do CPP, determinando o
ARQUIVAMENTO do presente procedimento. Fica dispensada a intimação do acusado nos termos do
ENUNCIADO 105 DO FONAJE. Publique-se. Registre-se. Intime-se o Ministério Público. Oficie-se, se
for o caso, para o cancelamento do boletim individual. Oficie-se, se for o caso, o juízo deprecado solicitando
devolução da Carta Precatória, independente de cumprimento. Após o trânsito em julgado desta decisão,
arquive-se os autos com a devida baixa.
Devolva-se ao réu o valor recolhido a título de fiança, se houver, mediante termo nos autos.
Quanto ao veículo apreendido, deverá a Delegacia diligenciar no sentido de restituir o veículo ao seu
verdadeiro proprietário ou, em caso de não localização do proprietário ou o seu não comparecimento,
representar judicialmente pela alienação antecipada do veículo, observando para tanto o Manual de Bens
apreendidos e o procedimento previsto na Lei Estadual nº 13.352, de 02/06/2015 (“Art. 2º - Somente poderá
ser depositado em unidades da Polícia Civil do Estado da Bahia veículo regularmente apreendido em autos
de inquérito policial instaurado em Delegacia Territorial ou em Delegacia Especializada deste Estado.
Parágrafo único - É permitido o depósito de veículo apreendido em autos de inquérito policial instaurado
pela Polícia Civil de outro Estado da Federação ou do Distrito Federal ou pela Polícia Federal, desde que
haja prévia manifestação do Poder Judiciário sobre a competência do juízo ao qual deverão ser remetidos
os autos do inquérito policial após a conclusão da investigação. Art. 3º - O veículo poderá permanecer
depositado na Delegacia Territorial ou em Delegacia Especializada até a conclusão do inquérito policial,
quando deverá ser encaminhado ao juízo competente, conforme previsto no art. 11 do Decreto-Lei Federal
nº 3.689, de 03 de outubro de 1941. § 1º - Na hipótese de o juízo competente recusar o recebimento do
veículo, a autoridade policial titular da Delegacia Territorial ou da Delegacia Especializada deverá
representar judicialmente pela alienação antecipada do veículo, a fim de preservar o valor do bem
apreendido, sujeito à depreciação, desvalorização ou descaracterização pelo tempo, desuso,
envelhecimento ou pela defasagem tecnológica. § 2º - A representação indicada no § 1º deste artigo deverá
conter cumulativamente pedido de autorização para que o bem seja leiloado pelo Departamento Estadual
de Trânsito - DETRAN e que o valor arrecadado seja depositado à disposição do juízo que autorizou a
alienação antecipada do bem. § 3º - A representação indicada no § 1º deste artigo deverá ser instruída com
Laudo de Avaliação ou Informação Técnica do veículo apreendido, devendo ser observado valor mínimo
para sua alienação. Art. 4º - Antes da conclusão do inquérito policial, a autoridade policial providenciará,
quando cabível, a restituição do veículo de acordo com o previsto no art. 120 do Decreto-Lei Federal nº
3.689, de 03 de outubro de 1941. Parágrafo único - O veículo será devolvido ao seu proprietário ou
representante legal mediante Auto de Restituição de Coisa Apreendida, assinado pelo recebedor e pela
autoridade policial competente. Art. 5º - A autoridade policial deverá convidar o proprietário do veículo, por
qualquer meio hábil de comunicação, para comparecer à Delegacia Territorial ou à Delegacia Especializada,
no prazo de 05 (cinco) dias úteis, a fim de receber o seu veículo. § 1º - O não comparecimento do
proprietário devidamente convidado no prazo fixado no caput deste artigo ensejará a expedição de
notificação pela autoridade policial titular da unidade depositária do veículo, fixando-lhe o prazo de 10 (dez)
dias corridos para retirada do bem, sob pena de incorrer em infração administrativa.”).
Expedientes necessários.
CONCEDO AO PRESENTE PRONUNCIAMENTO JUDICIAL (DESPACHO/DECISÃO/SENTENÇA), COM
ESTEIO NOS PRINCÍPIOS DA CELERIDADE E ECONOMIA PROCESSUAL, FORÇA DE MANDADO DE
INTIMAÇÃO/OFÍCIOS/ALVARÁ DE AUTORIZAÇÃO DO LEILÃO DO BEM APREENDIDO e como OFÍCIO
ao DETRAN-BA, que deverá, após o leilão, depositar os valores em favor do Estado da Bahia.

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