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De acordo com Diehl & Langdon (2016), o conceito de cultura se refere a todo
conhecimento dos indivíduos de um determinado local, seus valores, símbolos, regras, costumes e
práticas, que são necessários para sua convivência social. A cultura é um campo de estudo da
antropologia, mas tem grande importância para as ciências farmacêuticas na medida em que
influencia as escolhas das formas de tratamento e uso de medicamentos. Dessa forma, fatores
culturais são fundamentais na experiência da doença e nas decisões que a pessoa toma quando
se trata de sua medicação.
Importante notar que a cultura é aprendida pelas pessoas, num processo chamado de
enculturação, e confere aos sujeitos uma visão particular de mundo. De acordo com a teoria
interpretaria de Geertz (1989), essa visão de mundo não é algo estanque e fixa, mas dinâmica,
uma vez que a cultura se expressa na interação social, quando os atores comunicam e negociam
os significados.
Portanto, a cultura não é uma coisa dada. Não é mais possível afirmar que a cultura impede o
outro de entender a nossa medicina ou é um obstáculo a ser superado por meio de programas
de educação em saúde. Cultura é um sistema de símbolos fluidos e, podemos dizer, abertos à
reinterpretação, ou seja, há a possibilidade de as pessoas criarem novos significados (DIEHL &
LANGDON, 2016, pag. 120).
Essa visão de cultura como algo em construção, pensando-se no uso dos medicamentos,
traz o desafio ao farmacêutico de promover a interação com indivíduos, exercitando o respeito às
diferentes visões de mundo no sentido de promover consensos e mudanças de hábitos. Isso
demanda do farmacêutico:
postura relativista frente a um cultura dos pacientes, buscando compreender suas
lógicas e percepções frente a doença e uso dos medicamentos. Essa postura se
contrapõe a uma postura etnocêntrica, pautada exclusivamente na racionalidade
biomédica, que desqualifica as concepções culturais trazidas pelos sujeitos;
escuta ativa e abertura ao diálogo, em busca de um análise crítica da realidade
sobre as melhores formas de uso e escolha dos medicamentos;
disposição, abertura e proatividade para buscar soluções que se adequem as
realidades e necessidades trazidas pelos pacientes. Como por exemplo, ao
investigar possíveis interações medicamentosas ou influência dos hábitos de vida na
forma como os indivíduos usam os medicamento.
2. Descrição do caso
Referências
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