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Direito penal

- Inicia no artigo 213.


Crimes contra a dignidade sexual
- Denominação só apareceu em 2009, antes era (evolução) chamado de crimes
contra costumes (o que era aceito).
- Há uma preocupação com a vontade da pessoa.
- A lei protege sua liberdade, sua vontade.
- Dignidade sexual é uma espécie de proteção do gênero, da dignidade da pessoa
humana.
- O sexo não tem que ser consentido.
- Existem perversões sexuais que o Direito Penal não se preocupa desde que a
pessoa tenha consentido.
Ex.: Sadomasoquismo – lesão leve (Sado – quem gosta de bater, masoquismo –
quem gosta de apanhar)
Ex.: Riparofilia (fazer sexo com pessoa suja).
Ex.: Genotofilia
Ex.: Necrofilia (Não é tipificada no crime sexual. É vilipêndio, tipificada na proteção
de cadáver. Não existe estupro de gente morta).
Ex.: Zoofilia – sexo com animal (pode ser atípico [dependendo do porte], cai em
crime de maus tratos – lei nº 9605/98, art. 32).
Art. 136 – maus tratos a ser humano (pena é menor)
Ex.: Pedofilia – tara por criança e adolescente (o direito pune).

Estupro

- Art. 213, CP
- Foi ampliado, pois até 2009 ele tinha uma redação diferente da atual, que foi
alterada em 2009, essa alteração não foi algo tão diferente, não houve uma
grande novidade na tipificação da conduta, o que ocorreu foi que o legislador
entendeu que seria melhor para aplicar o direito, pegar o crime de estupro e juntar
com o crime que era previsto no art. 214, o art. 214 foi revogado, mas essa
revogação não acabou com a conduta, pois a conduta foi para o art. 213, o art. foi
unificado. As penas eram iguais, não havia injustiça de proteção ao homem.
- Até 2009 a lei exigia que para ser vítima de estupro, tinha que ser
necessariamente uma mulher, somente as mulheres poderiam ser estupradas. Os
homens poderiam ser vítimas, dependendo da conduta, mas seria usado o art. 214
e não o 213. O termo conjunção carnal era uma limitação, pois essa é uma
conjunção de carne, se refere ao sexo normal (pênis e vagina).
Ex.: Homem que antes de 2009 foi obrigado a realizar sexo anal se encaixaria no
atentado violento ao pudor.
- Até 2009, tudo que acontecesse que não fosse conjunção carnal, como o sexo
anal ou oral, isso seria considerado atentado violento ao pudor. Esses atos são
considerados atos libidinosos, e se encontravam no art. 214.

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Ex.: Se antes de 2009, uma mulher sofresse a conjunção carnal e sexo anal, o
homem que cometeu esses crimes, seria condenado por dois crimes diferentes.
- Com a revogação do art. 214 não houve abolição do crime. MUITO
IMPORTANTE!!!A conduta foi mantida, só que em outro artigo, no art. 213.
- O verbo que o artigo traz é constranger, e aqui tem o significado de obrigar,
compelir, forçar a fazer algo que não quer. Depois de falar constranger, a lei diz
sobre constranger alguém, entende-se então que pode ser vítima de estupro, tanto
a mulher, que já podia, e também o homem. Portanto, quanto a ser vítima, polo
passivo, qualquer pessoa pode ser vítima, protegendo assim: o homem, a mulher,
o transexual, o bissexual, homossexual, etc. Quando fala mediante violência, a lei
pensou na violência como sendo a pancada, a agressão física que a vítima sofre. A
grave ameaça se refere a perigo/mal atual ou futuro (divulgação de nudes ou
vídeos, contar traição).
Obs.: A violência pode ser contra terceiro relacionado à vítima (como filho ou pai),
a violência física não precisa ser necessariamente na vítima.
PERGUNTA: Pode a pessoa que trabalha com o corpo (prostituição) pode se
enquadrar no crime de estupro? Sim, apenas será mais difícil de comprovar, mas
não é porque a pessoa trabalha com o corpo que ela deve ser forçada a fazer
tudo, nem o que não foi combinado.
- Hoje não há qualquer divergência de que a mulher casada pode ser estuprada
pelo marido. No passado, esse pensamento que hoje é lógico, não era assim, pois
quando o código foi criado a mulher era propriedade do marido. Já prevaleceu que
a mulher não podia ser vítima de estupro em relação ao marido, e o argumento
era de que quando existe o casamento surgem deveres, obrigações e direitos, já
se defendeu de que uma das obrigações que a mulher tinha no casamento era
praticar sexo, e dessa forma se o marido usasse de força para praticar o sexo com
sua esposa, ele estaria acobertado por uma excludente de licitude, mas
especificamente exercício regular de um direito. Logo, esse homem não cometeria
crime em face da esposa, ele poderia usar a força e se fosse denunciado. O
homem ao casar, “ganharia” uma escrava sexual. Essa tese já foi majoritária, que
hoje está ultrapassada, e hoje, o entendimento majoritário é que claro que a
esposa pode ser vítima em relação ao marido do crime sexual, porque mesmo
casada, ela tem o direito de dispor da sua sexualidade, tem o direito de dizer que
não quer, e isso não pode ser interpretado como uma situação que o marido deve
usar a força, nunca. A mulher casada, hoje, continua com sua liberdade sexual
preservada/protegida, ela não perde o direito de dizer não, não gerando o direito
de o homem usar a força para praticar o sexo.
- Caso o marido force a mulher a transar, ele será tratado com o rigor da Lei Maria
da Penha, ela não se aplica apenas para lesão corporal, e sim, para toda violência
praticada contra a mulher no âmbito domiciliar.
Ex.: Homem que estupra a mulher, ele será processado por estupro, mas terá rigor
com a lei Maria da Penha, em tese o agressor sofrerá mais. O crime é do código

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penal, mas o tratamento é o da lei Maria da Penha, se levará em consideração o


peso da lei que foi criada para defender a mulher contra a violência.
Obs.: Antes de 2009, homem podia ser vítima de estupro? Prevalecia que não, pois
a lei exigia que deveria ser mulher, quanto a isso não tinha qualquer divergência.
Ex.: O homem foi forçado a praticar conjunção carnal em uma mulher em 2008,
nessa época se defendia que homem que é homem não era vítima de nada,
homem tinha obrigação de praticar sexo com mulher, mas a doutrina evoluiu e
antes da alteração dizia que se o homem fosse obrigado a praticar sexo com uma
mulher, o crime que seria aplicado para protegê-lo da situação, seria o crime de
constrangimento ilegal (Art. 146, CP).
- Qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo.
- Até 2009 surgia uma divergência que dizia que: a mulher pode ser autora do
crime de estupro?? No momento histórico, a mulher não podia ser autora, pois a
pratica da conjunção carnal se dá por pênis e vagina, e a mulher não tem pênis
carnal, mas semi autora ou partícipe sempre pôde.
- Autoria mediata – acontece quando alguém usa de uma terceira pessoa,
inimputável ou não, ou alguém que não sabe o que está fazendo ou alguém que
está sendo obrigada, para fazer valer a sua vontade. CONTINUA EM VIGOR.Ex.:
Homem ameaça mulher com arma para ela se masturbar, é estupro.
- Autoria imediata – quem sofre pressão ou ameaça para cometer o crime, é o
caso do inimputável que comete o crime.
- A grave ameaça é muito subjetiva.
- É grave ameaça quando o policial coage uma pessoa que está com um mandado
de prisão para ter relação.
- A qualificadora da idade só pode caber quando o agente sabe a idade da vítima,
pois pode ser alegado erro de tipo (quando a vítima aparenta ter mais idade do
que tem). Se for provado que não teria como saber a idade da vítima (como local
em que estava, corpo, tipo de roupa, etc.), não se aplicará a qualificadora. O
critério da idade é realmente biológico.
- O legislador não foi feliz quando colocou na redação maior de 14 e menor de 18,
pois se a vítima de aniversário (14 anos) no dia do estupro, por uma interpretação
literal da norma ela ainda não é maior de 14 (um dia depois do aniversário), e por
essa falha legislativa não cairá conduta do agente na qualificadora, e sim no caput.
- Antes de 2009 o art. 224, CP (atualmente revogado), tratava sobre as
presunções de violência (condutas que eram praticadas sem violência, sem
pancada, sem ameaça, por conta de certas vítimas que estavam sofrendo a
conduta não saberem o que estavam fazendo, mas tinha a presunção de violência
justamente por ela não saber o que estava fazendo, então se acreditava que o
agente teria cometido violência). Então, se um homem estuprasse uma menina de
14 anos, ele seria condenado pelo art. 213, CP na forma do art. 224, a, CP. Não
era só a questão da idade. Era um artigo que estendia a ação violenta para um
caso que não foi violento, sendo assim, tal artigo começou a ser flexibilizado,

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começou a ter uma nova interpretação, no sentido de que: a menina de 13 anos


não é tão menina assim, ela já teve outros namorados, já teve relações, ela
apareceu sem roupa na casa do agente, esses são alguns exemplos das questões
que foram levantadas. Essas presunções eram para serem absolutas, presunções
que não poderiam ser questionadas. Essas novas interpretações desagradaram o
legislador, fazendo com que o mesmo revogasse o artigo. O critério inicial era de a
presunção ser absoluta. Depois de 2009, o artigo 224 foi revogado, e um crime
autônomo foi criado, e está presente no artigo 217-A, CP. O 217-A veio para
engessar e não dar flexibilidade a presunção, para trazer uma rigidez na
interpretação, para que nenhuma questão fosse levantada mais.
- Hipóteses para o agente ser vulnerável: ser menor de 14 anos (até 1 da
antes do aniversário, é importante provar que o agente autor da conduta sabe a
idade da vítima, podendo ser alegado erro de tipo [caso ele descubra a idade
somente depois]. Ex.: Vítima estava em uma boate fechada com entrada permitida
somente para maiores de 18 anos, aparentava ter 18 anos, e somente após o
envolvimento sexual o agente descobre que a identidade era falsa e ela tinha 13,
portanto, ele pode alegar erro de tipo. O autor seria condenado pelo 217-A, mas
por erro de tipo, a conduta é afastada, pois ele agiu com esse erro);enfermidade
(sempre foi mentalmente capaz, mas por algum motivo de enfermidade mental
não está capaz, é algo de momento) ou deficiente mental (pode nascer com ela
ou adquirir durante a vida), não basta ter enfermidade ou doença mental para ser
considerado vulnerável, a enfermidade ou a doença mental devem tirar a
capacidade de discernimento ou entendimento da vítima em relação ao sexo ou a
vida sexual, o autor da conduta só será punido se souber da enfermidade ou da
doença mental;quando a vítima não pode oferecer resistência (por
qualquer outra causa), pessoa alcoolizada(tira a resistência da vítima),
colocar substância na bebida da vítima (boa noite cinderela), drogas (a partir do
momento em que a pessoa “apaga”, é vulnerável, por mais que a vítima tenha se
drogado [não faz diferença para a tipificação], anestesia também é droga),
pessoas idosas e em coma em hospital também são vítimas vulneráveis, por
não oferecerem resistência. A ação continua sendo publica incondicionada.
Obs.: Não é qualquer idoso, é o idoso que está acamado, doente e que não tem
força e capacidade de resistência. Não é o idoso saudável.
PROVA - Tem que ter o bom senso. Ver se tem capacidade psicológica para decidir
se quer mesmo tendo o corpo paralisado e deficiente. Sempre olhar duas situações
(resistência física e resistência psicológica)
Ex.: Agente com 30 anos pratica grave ameaça para ter relações com menina de 9
anos, qual artigo será aplicado? Cai no artigo 217-A, a conduta vai continuar sem
qualquer divergência nesse artigo, ele continuará sendo aplicado, pois é um artigo
mais gravoso do que o artigo 213, mesmo quando há violência e/ou grave ameaça.
Obs.: O artigo 226, CP traz expressamente quando o agente causador da conduta
comete o crime, essas pessoas devem ser punidas com causa de aumento.

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- Também no artigo 213, tem qualificadores que já conhecemos.


- Se em decorrência de estupro de vulnerável a vítima fica gravemente ferida. Ex.:
Sendo forçado ou não, um adulto pratica ato sexual e machuca o útero e o rompe
causando hemorragia, nesse caso resulta em lesão corporal grave.

 Estupro de vulnerável
- Qualificadora pela lesão gravíssima.
- Essa qualificadora só é aplicada na forma CULPOSA. Acontece sem querer
(preterdolo). Só queria transar e não machucar.
- Se quero agredir a vítima, praticará 2 crimes, por meio do concurso de crimes
(tem dolo). Sendo o crime sexual de estupro e o concurso com lesão corporal.
- A qualificadora só será aplicada quando for PRETERDOLOSA.

- Outra qualificadora é com o resultado morte.


- Um resultado morte, não pode ser doloso e sim culposo. Ex.: O namorado de
uma mulher pegar sua filha enquanto ela tomava banho (criança de poucos
anos) e penetrar no ânus e foi de forma tão agressiva que rasgou, que se
juntou a vagina, que infelizmente levou a óbito. A violência sexual levou o anus
e a vagina serem rompidas em decorrência do estupro de vulnerável. A
intenção não era matar, ocorreu culposamente. Ele responderá po: Estupro de
vulnerável (art. 217-A) e qualificadora do resultado morte (§4º). Se ele tem
dolo + dolo (igual ao caso Suly), ele responde por: estupro de vulnerável +
homicídio qualificado por ocultação de cadáver.
- Responde por 2 crimes com desígnos autônomos. Concurso é bom porque
aplica a qualificadora, porque são 2 crimes.

- O art. 217-A é um crime hediondo.


- Lei nº8072/90 – trata dos crimes hediondos. Ser crime hediondo é um rol de
crimes que a lei escolheu para dar tratamentos mais severos. Tem que ficar
mais tempo preso incialmente até conseguir progressão de regime. Foi uma
ideia do legislador inspirado no sistema americano, escolhe crimes para dar um
tratamento diferencisado. Cria-se um endurecimento apesar de hoje muita
coisa ter sido flexibilizada, pois antigamente achava que se fosse hediondo
seria fechado o tempo todo.
Cabe tentativa 217-A
Admite forma tentada, em face do vulnerável.
Ex.: Homem está prestes a estuprar uma menina e o pai chega no
momento.
- É possível tentativa contra vulnerável.

- Esses crimes desde que foram criados em 2009, a ação penal em face do
vulnerável sempre foi e continua sendo: ação publica incondicionada.

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- Os crimes de estupro contra vulnerável já era essa ação, mas quando era
contra pessoa normal, até 2008, era condicionada.
- Desde quando criou a vulnerabilidade sempre foi condicionada.
- Antes de 2009 para vulnerável – havia divergência, não era crime contra
vulnerável, era situação chamada de presunção de violência no art. 224. Para
os crimes dessa época, a ação era privada (pessoas normais e para menores)
- De 2009 a 2018 pessoa normais era pública condicionada à representação
(salvo menor de 18 anos, pois menor desde 2009 era pública incondicionada).
- Pode afetar a ação penal e a extinção de punibilidade.
- Sempre que a ação foi pública incondicionada. É o que tem que saber. Mexeu
com vulnerável, é incondicionada.
- Em 2018, portanto, houve considerável mudança, pois tornou TODOS os
crimes sexuais a ação pública incondicionada. Por ela hibrida não restringe,
pois piora a situação do réu.

§5º - Reforçar a tese, não pode ser usado como defesa o consentimento prévio
da vítima. Foi criado para rebater e ser usado como consentimento da vítima,
em face de vulnerável e também sua experiência sexual anterior e pregressa
-> não poderá ser usado como argumento para afastar a conduta do agente.
- Art. 213 junto com o 217-A – comparação de provas é comum. Estupro
comum com estupro de vulnerável.

Crime de Violação Sexual mediante fraude

- Conduta d estelionato sexual, é o engano para obtenção do sexo, é enganada


para que o outro consiga realizar o sexo.
- Só admite sem violência e lesão corporal.
- A violência é o engano, a conversa.
- Só admite a forma dolosa.
- Não é o caso de prostituição.

Ex.: Médico que usou da medicina para legitimar a violação sexual. Nganou a
vítima ao pedir para tirar a roupa e vai colocar um produto no pênis para
verificar se as manchinhas vão interferir na excitação. Não há violência nem
lesão.
Ex.: Religioso que é pretexto para fazer uma oração para tocar na vagina
dizendo eu vai purificar a vítima.
Ex.: João de Deus usava de seu ofício (a religiosidade) para legitimas toques
nas partes íntimas das vítimas.

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Direito penal

- Esse crime só pode ser fraudado sem ter consciência no que faz, se a vítima
for menor de 14, não há qualquer divergência que vai cair em estupro de
vulnerável.
- A vítima tem que ter capacidade para ser enganada.
OBS.: Aconteceu no 21 o mesmo que ocorreu no 213.

- A conclusão do 216 foram atribuídas no art. 215. O art. 215 trata tanto da
violação sexual (conjunção carnal) e também o ato libidinoso com fraude. As 2
condutas estão no mesmo artigo. Antes essa condutas estavam separadas,
hoje tem o mesmo tipo penal, é mais abrangente.
- Não houve abolição do crime, só foi acrescido no 215.
- A violação sexual mediante fraude pode ser tanto para ato libidinoso quando
para conjunção normal.
- Não há divergência que o sujeito ativo (qualquer pessoa, homem, mulher,
trans, etc) pode praticar. E não há exigência quanto ao sujeito passivo
(qualquer pessoa pode ser vítima, como também os garotos e garotas de
programa [historicamente já teve artigo que não protegia quem trabalhava
com sexo]).
- Fraude é o engano, enganar a vítima.
- Certos autores classificam assim:
* Quanto à pessoa – acho que estou transando com a minha esposa, mas é
minha cunhada. É o caso de irmão gêmeo.
* Quanto à legitimidade do ato – quando o agente faz a conduta achando
que é correto, uma conduta normal. Ex.: exame clínico = manda tirar a roupa,
eu tiro achando que era uma conduta normal do médico. Alguém que vai ao
líder religioso (se faz com uma pessoa de 13 anos, cai no artigo 217-A – essa
pessoa não pode ser ludibriada, só posso enganar quem pode ser enganado)
para fazer uma cura espiritual e ele toca no meu peito e fica mexendo, isso não
é cura, é safadeza. Eu deixei por estar com câncer achado que era um ato
legítimo. Eu concordo com a conduta achando que é legítima, mas estou sendo
enganada.

OBS.: Questões interessantes para prova: Rogério Greco.

- A pessoa aparece com risco de transar com a mulher. A doutrina diz que não
é fraude. Se a pessoa ficou com ele é “chumbo trocado”, só ficou porque era
rico. Nesse caso há má-fé.
- Prostituta e garoto de programa que o programa não é pago, alguém da um
tombo, para o professor seria violação sexual mediante fraude, pois esses
profissionais foram enganados. Amaro, pessoalmente acha que é mais crime
patrimonial por envolver descumprimento do contrato.
- Dificultar por alguma situação momentânea é mais fácil de convencer.

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- Qualificadora
* P. ú – vantagem financeira
Ex.: Aposta – irmão gêmeo aposta com o outro que consegue enganar a
namorada. Quando ocorre com um profissional que sobra (ex.: médico),
doutrinadores dizem que se o pagamento não está vinculado ao atendimento,
finalidade prometida, então não encaixaria aqui.
 Importante saber a finalidade

Importunação Sexual

- Art. 215-A (sem violência ou grave ameaça).

- Introduzido em 018, com a revolta da população. A origem veio das situações


que ocorrem no ônibus, como o caso do homem que ejaculou na mulher.

- Tinha uma lacuna na lei para esse caso, tinha uma contravenção penal (lei nº
3688/41), o art. 661 foi revogado (importunação ofensiva ao pudor).

- Se fica forçando a permanência ou fala algo, pode ser violência ou grave


ameaça, ai cai no art. 213 (estupro). Ou quando a vítima se sente ameaçada (a
ameaça é implícita, está sofrendo ato libidinoso).

- Pode ser praticado contra qualquer pessoa e cometido por qualquer pessoa, se
a pessoa for vulnerável pode cair no 217-A.

- Foi criado para quando a vítima está distraída e não percebe

- Se houver anuência, não há crime/ato obsceno (art. 223), mas pode ser?
Depende, se for só roçar não, mas se botar o órgão intimo para fora ou praticar
masturbação pode ser sim.

- Se cair nesse artigo, tem que fazer para satisfazer uma perversão. Ex.: Toca o
seio dizendo que está caído. É contra a honra, está menosprezando.

- Tem que haver a intenção da pessoa. A lei exige a satisfação própria ou


alheia. Ex.: Faz para satisfazer a tara da esposa.

- É um crime subsidiário/expresso – art. 215-A. Só vai aplicar se não houver um


enquadramento mais grave, se um crime mais grave não for praticado. Como
saber? Só olhar o artigo, ele já avisa.

Assédio Sexual

- Desde a sua vigência sempre foi muito criticado no Brasil. É muito limitado, a
proteção é pouca.

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Direito penal

- Traz a conduta praticada no ambiente de trabalho, um superior hierárquico


com um inferior.

- Houve o veto do parágrafo único, que abria outras hipóteses.

- Constranger significa deixar a pessoa sem graça, não pode ser a violência ou
grave ameaça.

- Pode ser praticado contra qualquer pessoa dentro dos requisitos. Sujeito
passivo próprio.

- O sujeito ativo também é próprio, tem que ter relação com a vítima.

- O professor pode ser sujeito ativo em relação aos alunos? Na doutrina e na


jurisprudência a resposta é que não, há 2 argumentos, quais sejam:

* 1 argumento – O professor não é patrão dos alunos, mas defendia que o


professor poderia prejudicar os alunos.

* 2 argumento – O parágrafo único trazia a hipótese do professor, poderia


até dizer que houve uma proteção ao professor, mas foi vetado.

- Em 219, o STJ (decisão em molan parte) julgou que o professor pode


cometer assédio contra aluno sim, pois ele tem ascendência em relação ao
aluno, pois pode prejudica-lo, então em certo ponto pode. Antes a tese
majoritária era que não podia. Uma turma julgou, não é algo consolidado.

- Há quem diga que só pode ocorrer se o professor prejudicar com uma nota,
exemplo: professor de cursinho não iria se encaixar.

- O líder religioso tem ascendência sobre o fiel e pode ser autor do crime? Ainda
prevalece que não.

* 1º argumento – Não tem ascendência em relação a quem frequenta.

* 2º argumento – Havia essa previsão no p. ú., mas foi vetado, então não
poderá praticar assédio.

Ex.: Padre (líder religioso) hoje também é patrão, pessoa que trabalham no
local, nessa situação não há divergência que pode ser autor do crime de
assédio.

- Doutrina majoritária afirma que é um crime formal, basta o embaraçamento/


constrangimento, ter o sexo ou não, não é necessário para prática do crime.

Ex.: Manda mensagem, mas manda para outra pessoa, apenas na forma escrita
que pode haver a tentativa.

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Direito penal

- Se houver uma investida de forma educada, com respeito, sem


constrangimento, não configura assédio. Nem toda relação entre chefe e
funcionário vai se encaixar no assédio.

- §2º - vítima menor de 18 anos merece uma proteção maior.

- Hoje, ameaçar mandar embora do serviço configura como grave ameaça,


então não se encaixaria no assédio.

Registro não autorizado da intimidade sexual

- Art. 215-B – o crime não é a divulgação, é só o fato de filmar, tirar foto.

- É novo, veio com o aumento dessas ocorrências. Havia uma ausência de


punição para essas coisas.

- É menos grave que distribuir a foto/vídeo, tem um crime para isso, está no
art. 218, C.

- Produzir – traz como um dos verbos do crime, mas é o preparo, etc. Mas já vai
cair nos outros. Só o fato de colocar a câmera não vai responder pelo crime, se
não pegar a pessoa. Ainda não é considerado a questão do verbo.

- Registrar – tem a ver com guardar aquela imagem ou filme.

- Caráter íntimo e privado – se a pessoa fica nua/faz sexo em público e a pessoa


fotografa não se configura crime.

- Sem autorização – se houver autorização não há crime.

- A filmagem feita em pública, mas escondido (sem autorização) cai no crime.


Ex.: Filma debaixo da saia no ônibus.

- Montagem – cai nesse crime também, está no parágrafo único. O simples fato
de fazer a montagem, não precisa divulgar.

- Nesse crime cabe tentativa.

- FICAR ATENTO SE ENVOLVER MENOR, POIS CAI NO ECA.

- Art. 218 – Tinha outra redação e foi ampliado, tinha o nome de “corrupção de
menores". Muitos códigos não tratam mais assim, mas há ainda aqueles que
utilizam esse nome.

- Há outro tipo penal que é chamado assim construção doutrinária – art. 244-B,
ECA (8069/90).

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Direito penal

Ex.: Leão manda Amaro arrumar uma menina de 13 anos para satisfazer sua
tara. Amaro cometeu crime ao induzir a menina a satisfazer o desejo sexual de
Leão, não pode se fizer sexo, pois se fizer vai ser participação de estupro. – Art.
218. Leão não responde por nada, pois há uma lacuna na lei. Houve uma falha,
é uma crítica doutrinária. Se Amaro provar que não sabia que haveria sexo, ele
não responde por isso, Leão responde por estupro e Amaro pelo 218. Se houver
ato libidinoso, é estupro de vulnerável.

- O art.Pode ser praticado pela internet

- Cabe tentativa.

- Art. 244 - Maior induz um menor (pois tem proteção maior) a acometer
sozinho ou com ele um crime. Ex.: Homicídio, roubo.

- Art. 218 – Crime de pessoa que induz menor de 14 anos a satisfazer alguém.
Pessoa que induz menor de 14 anos a satisfazer a tara do outro, não tem sexo
efetivo, não pode ter ato libidinoso, nem conjunção carnal, pois se não será
estupro.

Obs.: Houve uma falha (Houve uma lacuna). Quem foi beneficiado pela tara.
Ex.: Stripper, fantasia, etc. Não tem enquadramento penal para a conduta dele,
é uma conduta atípica.

PERGUNTA: E quando o próprio induz?

RESPOSTA: A conduta é atípica, a lei esqueceu-se de tratar essa conduta.

PEGADINHA: O agente induziu somente, por exemplo, a stripper. Induz uma


menina para satisfazer a tara e chega lá a pessoa se empolga e acaba
praticando o sexo. O agente que induz não responde se não quis praticar. Se a
intenção dele era só a stripper, responde pelo art. 218.

PEGADINHA: E quando ele pede para ela se masturbar, tocar nela a induzindo?
Também será estupro, induzimento de menor a tocar o seu corpo. Será esturpo
de vulnerável?

- Cabe tentativa? Ex.: O pai chega e impede que o crime aconteça.

- Sujeito ativo – qualquer pessoa (não é um crime próprio). Ex.: Pai e mãe
(garantidor)

- Sujeito passivo – pessoa menor de 14 anos.

OBS.: O agente que induziu tem que saber a idade – tese de defesa.

OBS.: Toda prova tem esse art. 218, misturado com estupro (PROVAS).

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Direito penal

- Art. 218-A

* OBS.: Quando existia só o artigo 218 era corrupção de menores (vítima de


14 a 18 anos). Tinha 3 condutas, quais sejam:

- 1ª – agente induzir a pessoa a transar com alguém.

- 2ª – induzir a transar com ele menor.

- 3ª – Assistir sexo praticado por ele ou 3º - satisfazer a luxúria do agente ou


3º.

Lacuna: Pessoa menor de 14 anos não era nada.

Lacuna: Hoje não pode praticar sexo diante da vítima menor de 14 anos.

- Tem que analisar toda a situação.

- Deve levar em conta a idade (razoabilidade), ex.: bebê de 10 meses e criança


de 5 anos, sendo que a criança tem deficiência mental. O bem jurídico.

- Esse crime é quando a pessoa tem essa tara, faz de propósito. Não é crime
quando é sem querer, sem a intenção. Não quer que aconteça para não
perverter.

- Art. 218-B – Prostituição não é crime no Brasil, mas a lei não quer que
incentivem isso.

- O artigo 218-B protege a criança (quem não completou 12 anos) e vulnerável.

-A lei tornou esse crime hediondo (Lei nº 8072/90)

- O artigo fala de exploração sexual, que é gênero, a primeira espécie é a


prostitião: quais sejam:

* 1º - prostituição

* 2º - turismo sexual – sai do pais/cidade com intenção maior de prostituição

* 3º - pornografia

* 4º - tráfico de pessoas para fins sexuais.

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