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Estupro
- Art. 213, CP
- Foi ampliado, pois até 2009 ele tinha uma redação diferente da atual, que foi
alterada em 2009, essa alteração não foi algo tão diferente, não houve uma
grande novidade na tipificação da conduta, o que ocorreu foi que o legislador
entendeu que seria melhor para aplicar o direito, pegar o crime de estupro e juntar
com o crime que era previsto no art. 214, o art. 214 foi revogado, mas essa
revogação não acabou com a conduta, pois a conduta foi para o art. 213, o art. foi
unificado. As penas eram iguais, não havia injustiça de proteção ao homem.
- Até 2009 a lei exigia que para ser vítima de estupro, tinha que ser
necessariamente uma mulher, somente as mulheres poderiam ser estupradas. Os
homens poderiam ser vítimas, dependendo da conduta, mas seria usado o art. 214
e não o 213. O termo conjunção carnal era uma limitação, pois essa é uma
conjunção de carne, se refere ao sexo normal (pênis e vagina).
Ex.: Homem que antes de 2009 foi obrigado a realizar sexo anal se encaixaria no
atentado violento ao pudor.
- Até 2009, tudo que acontecesse que não fosse conjunção carnal, como o sexo
anal ou oral, isso seria considerado atentado violento ao pudor. Esses atos são
considerados atos libidinosos, e se encontravam no art. 214.
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Direito penal
Ex.: Se antes de 2009, uma mulher sofresse a conjunção carnal e sexo anal, o
homem que cometeu esses crimes, seria condenado por dois crimes diferentes.
- Com a revogação do art. 214 não houve abolição do crime. MUITO
IMPORTANTE!!!A conduta foi mantida, só que em outro artigo, no art. 213.
- O verbo que o artigo traz é constranger, e aqui tem o significado de obrigar,
compelir, forçar a fazer algo que não quer. Depois de falar constranger, a lei diz
sobre constranger alguém, entende-se então que pode ser vítima de estupro, tanto
a mulher, que já podia, e também o homem. Portanto, quanto a ser vítima, polo
passivo, qualquer pessoa pode ser vítima, protegendo assim: o homem, a mulher,
o transexual, o bissexual, homossexual, etc. Quando fala mediante violência, a lei
pensou na violência como sendo a pancada, a agressão física que a vítima sofre. A
grave ameaça se refere a perigo/mal atual ou futuro (divulgação de nudes ou
vídeos, contar traição).
Obs.: A violência pode ser contra terceiro relacionado à vítima (como filho ou pai),
a violência física não precisa ser necessariamente na vítima.
PERGUNTA: Pode a pessoa que trabalha com o corpo (prostituição) pode se
enquadrar no crime de estupro? Sim, apenas será mais difícil de comprovar, mas
não é porque a pessoa trabalha com o corpo que ela deve ser forçada a fazer
tudo, nem o que não foi combinado.
- Hoje não há qualquer divergência de que a mulher casada pode ser estuprada
pelo marido. No passado, esse pensamento que hoje é lógico, não era assim, pois
quando o código foi criado a mulher era propriedade do marido. Já prevaleceu que
a mulher não podia ser vítima de estupro em relação ao marido, e o argumento
era de que quando existe o casamento surgem deveres, obrigações e direitos, já
se defendeu de que uma das obrigações que a mulher tinha no casamento era
praticar sexo, e dessa forma se o marido usasse de força para praticar o sexo com
sua esposa, ele estaria acobertado por uma excludente de licitude, mas
especificamente exercício regular de um direito. Logo, esse homem não cometeria
crime em face da esposa, ele poderia usar a força e se fosse denunciado. O
homem ao casar, “ganharia” uma escrava sexual. Essa tese já foi majoritária, que
hoje está ultrapassada, e hoje, o entendimento majoritário é que claro que a
esposa pode ser vítima em relação ao marido do crime sexual, porque mesmo
casada, ela tem o direito de dispor da sua sexualidade, tem o direito de dizer que
não quer, e isso não pode ser interpretado como uma situação que o marido deve
usar a força, nunca. A mulher casada, hoje, continua com sua liberdade sexual
preservada/protegida, ela não perde o direito de dizer não, não gerando o direito
de o homem usar a força para praticar o sexo.
- Caso o marido force a mulher a transar, ele será tratado com o rigor da Lei Maria
da Penha, ela não se aplica apenas para lesão corporal, e sim, para toda violência
praticada contra a mulher no âmbito domiciliar.
Ex.: Homem que estupra a mulher, ele será processado por estupro, mas terá rigor
com a lei Maria da Penha, em tese o agressor sofrerá mais. O crime é do código
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Direito penal
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Estupro de vulnerável
- Qualificadora pela lesão gravíssima.
- Essa qualificadora só é aplicada na forma CULPOSA. Acontece sem querer
(preterdolo). Só queria transar e não machucar.
- Se quero agredir a vítima, praticará 2 crimes, por meio do concurso de crimes
(tem dolo). Sendo o crime sexual de estupro e o concurso com lesão corporal.
- A qualificadora só será aplicada quando for PRETERDOLOSA.
- Esses crimes desde que foram criados em 2009, a ação penal em face do
vulnerável sempre foi e continua sendo: ação publica incondicionada.
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- Os crimes de estupro contra vulnerável já era essa ação, mas quando era
contra pessoa normal, até 2008, era condicionada.
- Desde quando criou a vulnerabilidade sempre foi condicionada.
- Antes de 2009 para vulnerável – havia divergência, não era crime contra
vulnerável, era situação chamada de presunção de violência no art. 224. Para
os crimes dessa época, a ação era privada (pessoas normais e para menores)
- De 2009 a 2018 pessoa normais era pública condicionada à representação
(salvo menor de 18 anos, pois menor desde 2009 era pública incondicionada).
- Pode afetar a ação penal e a extinção de punibilidade.
- Sempre que a ação foi pública incondicionada. É o que tem que saber. Mexeu
com vulnerável, é incondicionada.
- Em 2018, portanto, houve considerável mudança, pois tornou TODOS os
crimes sexuais a ação pública incondicionada. Por ela hibrida não restringe,
pois piora a situação do réu.
§5º - Reforçar a tese, não pode ser usado como defesa o consentimento prévio
da vítima. Foi criado para rebater e ser usado como consentimento da vítima,
em face de vulnerável e também sua experiência sexual anterior e pregressa
-> não poderá ser usado como argumento para afastar a conduta do agente.
- Art. 213 junto com o 217-A – comparação de provas é comum. Estupro
comum com estupro de vulnerável.
Ex.: Médico que usou da medicina para legitimar a violação sexual. Nganou a
vítima ao pedir para tirar a roupa e vai colocar um produto no pênis para
verificar se as manchinhas vão interferir na excitação. Não há violência nem
lesão.
Ex.: Religioso que é pretexto para fazer uma oração para tocar na vagina
dizendo eu vai purificar a vítima.
Ex.: João de Deus usava de seu ofício (a religiosidade) para legitimas toques
nas partes íntimas das vítimas.
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Direito penal
- Esse crime só pode ser fraudado sem ter consciência no que faz, se a vítima
for menor de 14, não há qualquer divergência que vai cair em estupro de
vulnerável.
- A vítima tem que ter capacidade para ser enganada.
OBS.: Aconteceu no 21 o mesmo que ocorreu no 213.
- A conclusão do 216 foram atribuídas no art. 215. O art. 215 trata tanto da
violação sexual (conjunção carnal) e também o ato libidinoso com fraude. As 2
condutas estão no mesmo artigo. Antes essa condutas estavam separadas,
hoje tem o mesmo tipo penal, é mais abrangente.
- Não houve abolição do crime, só foi acrescido no 215.
- A violação sexual mediante fraude pode ser tanto para ato libidinoso quando
para conjunção normal.
- Não há divergência que o sujeito ativo (qualquer pessoa, homem, mulher,
trans, etc) pode praticar. E não há exigência quanto ao sujeito passivo
(qualquer pessoa pode ser vítima, como também os garotos e garotas de
programa [historicamente já teve artigo que não protegia quem trabalhava
com sexo]).
- Fraude é o engano, enganar a vítima.
- Certos autores classificam assim:
* Quanto à pessoa – acho que estou transando com a minha esposa, mas é
minha cunhada. É o caso de irmão gêmeo.
* Quanto à legitimidade do ato – quando o agente faz a conduta achando
que é correto, uma conduta normal. Ex.: exame clínico = manda tirar a roupa,
eu tiro achando que era uma conduta normal do médico. Alguém que vai ao
líder religioso (se faz com uma pessoa de 13 anos, cai no artigo 217-A – essa
pessoa não pode ser ludibriada, só posso enganar quem pode ser enganado)
para fazer uma cura espiritual e ele toca no meu peito e fica mexendo, isso não
é cura, é safadeza. Eu deixei por estar com câncer achado que era um ato
legítimo. Eu concordo com a conduta achando que é legítima, mas estou sendo
enganada.
- A pessoa aparece com risco de transar com a mulher. A doutrina diz que não
é fraude. Se a pessoa ficou com ele é “chumbo trocado”, só ficou porque era
rico. Nesse caso há má-fé.
- Prostituta e garoto de programa que o programa não é pago, alguém da um
tombo, para o professor seria violação sexual mediante fraude, pois esses
profissionais foram enganados. Amaro, pessoalmente acha que é mais crime
patrimonial por envolver descumprimento do contrato.
- Dificultar por alguma situação momentânea é mais fácil de convencer.
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- Qualificadora
* P. ú – vantagem financeira
Ex.: Aposta – irmão gêmeo aposta com o outro que consegue enganar a
namorada. Quando ocorre com um profissional que sobra (ex.: médico),
doutrinadores dizem que se o pagamento não está vinculado ao atendimento,
finalidade prometida, então não encaixaria aqui.
Importante saber a finalidade
Importunação Sexual
- Tinha uma lacuna na lei para esse caso, tinha uma contravenção penal (lei nº
3688/41), o art. 661 foi revogado (importunação ofensiva ao pudor).
- Pode ser praticado contra qualquer pessoa e cometido por qualquer pessoa, se
a pessoa for vulnerável pode cair no 217-A.
- Se houver anuência, não há crime/ato obsceno (art. 223), mas pode ser?
Depende, se for só roçar não, mas se botar o órgão intimo para fora ou praticar
masturbação pode ser sim.
- Se cair nesse artigo, tem que fazer para satisfazer uma perversão. Ex.: Toca o
seio dizendo que está caído. É contra a honra, está menosprezando.
Assédio Sexual
- Desde a sua vigência sempre foi muito criticado no Brasil. É muito limitado, a
proteção é pouca.
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- Constranger significa deixar a pessoa sem graça, não pode ser a violência ou
grave ameaça.
- Pode ser praticado contra qualquer pessoa dentro dos requisitos. Sujeito
passivo próprio.
- O sujeito ativo também é próprio, tem que ter relação com a vítima.
- Há quem diga que só pode ocorrer se o professor prejudicar com uma nota,
exemplo: professor de cursinho não iria se encaixar.
- O líder religioso tem ascendência sobre o fiel e pode ser autor do crime? Ainda
prevalece que não.
* 2º argumento – Havia essa previsão no p. ú., mas foi vetado, então não
poderá praticar assédio.
Ex.: Padre (líder religioso) hoje também é patrão, pessoa que trabalham no
local, nessa situação não há divergência que pode ser autor do crime de
assédio.
Ex.: Manda mensagem, mas manda para outra pessoa, apenas na forma escrita
que pode haver a tentativa.
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- É menos grave que distribuir a foto/vídeo, tem um crime para isso, está no
art. 218, C.
- Produzir – traz como um dos verbos do crime, mas é o preparo, etc. Mas já vai
cair nos outros. Só o fato de colocar a câmera não vai responder pelo crime, se
não pegar a pessoa. Ainda não é considerado a questão do verbo.
- Montagem – cai nesse crime também, está no parágrafo único. O simples fato
de fazer a montagem, não precisa divulgar.
- Art. 218 – Tinha outra redação e foi ampliado, tinha o nome de “corrupção de
menores". Muitos códigos não tratam mais assim, mas há ainda aqueles que
utilizam esse nome.
- Há outro tipo penal que é chamado assim construção doutrinária – art. 244-B,
ECA (8069/90).
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Ex.: Leão manda Amaro arrumar uma menina de 13 anos para satisfazer sua
tara. Amaro cometeu crime ao induzir a menina a satisfazer o desejo sexual de
Leão, não pode se fizer sexo, pois se fizer vai ser participação de estupro. – Art.
218. Leão não responde por nada, pois há uma lacuna na lei. Houve uma falha,
é uma crítica doutrinária. Se Amaro provar que não sabia que haveria sexo, ele
não responde por isso, Leão responde por estupro e Amaro pelo 218. Se houver
ato libidinoso, é estupro de vulnerável.
- Cabe tentativa.
- Art. 244 - Maior induz um menor (pois tem proteção maior) a acometer
sozinho ou com ele um crime. Ex.: Homicídio, roubo.
- Art. 218 – Crime de pessoa que induz menor de 14 anos a satisfazer alguém.
Pessoa que induz menor de 14 anos a satisfazer a tara do outro, não tem sexo
efetivo, não pode ter ato libidinoso, nem conjunção carnal, pois se não será
estupro.
Obs.: Houve uma falha (Houve uma lacuna). Quem foi beneficiado pela tara.
Ex.: Stripper, fantasia, etc. Não tem enquadramento penal para a conduta dele,
é uma conduta atípica.
PEGADINHA: E quando ele pede para ela se masturbar, tocar nela a induzindo?
Também será estupro, induzimento de menor a tocar o seu corpo. Será esturpo
de vulnerável?
- Sujeito ativo – qualquer pessoa (não é um crime próprio). Ex.: Pai e mãe
(garantidor)
OBS.: O agente que induziu tem que saber a idade – tese de defesa.
OBS.: Toda prova tem esse art. 218, misturado com estupro (PROVAS).
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- Art. 218-A
Lacuna: Hoje não pode praticar sexo diante da vítima menor de 14 anos.
- Esse crime é quando a pessoa tem essa tara, faz de propósito. Não é crime
quando é sem querer, sem a intenção. Não quer que aconteça para não
perverter.
- Art. 218-B – Prostituição não é crime no Brasil, mas a lei não quer que
incentivem isso.
* 1º - prostituição
* 3º - pornografia